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AULA_6_-_EXECU__O

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EXECUÇÃO, PROCESSO 
COLETIVO E JUIZADOS 
ESPECIAIS ­- CCJ0038 DIREITO PROCESSUAL 
CIVIL IV 
Prof.ª Fabiana Rikils
@fabirikils
Fabiana Rikils
(95) 98111-1580
TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS
DEFESA DO EXECUTADO: OS EMBARGOS
TÍTULOS executivos extrajudiciais
TÍTULOS DE CRÉDITO
Cheques, duplicatas e notas promissórias são títulos de crédito muito comuns em relações mercantis. 
São documentos que representam o direito a um crédito, de forma simples e eficiente, fazendo com que seu valor possa circular e ser cobrado.
Segundo a legislação brasileira, o título de crédito constitui um título executivo extrajudicial, à luz do Artigo 784, inciso I do Código de Processo Civil.  
Isso significa que o beneficiário deste título de crédito pode ingressar diretamente com uma ação de execução, sem a necessidade de uma anterior ação de conhecimento (ou seja, o processo começa como se já tivesse sentença).
Modelos de Títulos 
de Créditos
Quanto aos Modelos de Títulos de Créditos : 
Livres ( Letra de Câmbio e Nota Promissória);
Vinculados (Cheque e Duplicata).
TÍTULOS DE CRÉDITO
NOTA 
PROMISSÓRIA
NOTA PROMISSÓRIA
É uma relação de pagamento entre duas pessoas (que podem ser físicas ou jurídicas): 
No preenchimento do documento, o emitente promete pagar determinado valor ao beneficiário. 
Vale lembrar, que representa apenas a dívida – não tem valor de contrato entre as partes. 
Este documento apenas tem valor legal a respeito de quem deve pagar qual valor, em quanto tempo.
NOTA PROMISSÓRIA
Qual a garantia de uma nota promissória? 
O beneficiário da nota promissória fica com o documento até que aconteça o pagamento. 
Como o documento é aceito legalmente, caso o emitente não faça a quitação da dívida no tempo previsto na nota promissória, é possível acionar na Justiça o devedor.
É claro que para que o documento seja realmente aceito judicialmente, ele precisa estar de acordo com os padrões previstos na lei em relação ao seu preenchimento, e conter as devidas assinaturas.
NOTA PROMISSÓRIA
Como fazer uma nota promissória? ART.1º DECRETO Nº 2.044, DE 31 DE DEZ DE 1908
Indicar claramente o valor, na cifra monetária correspondente, devido pelo emitente;
Indicar claramente o nome da pessoa física ou jurídica que é o emitente da nota promissória, e assume a dívida, incluindo ainda CPF ou CNPJ;
Indicar claramente o nome da pessoa física ou jurídica que é o beneficiário – que receberá o valor, incluindo CPF ou CNPJ;
Ter a assinatura de próprio punho do devedor (podendo ser assinada também por procurador);
Ter a inscrição “Nota Promissória” ou outro termo equiparado, juridicamente aceito.
Além desses dados obrigatórios para a validação judicial, é importante que conste uma data de vencimento, até a qual a dívida deve ser quitada. 
Também é de praxe utilizar o campo de valor tanto em numeral quanto por extenso, para garantir que não restem dúvidas a respeito do montante que está comprometido.
NOTA PROMISSÓRIA
É importante ainda observar que o valor da nota promissória é um só, é integral. 
Então, se a dívida for paga em parcelas, por exemplo, deve ser feito um documento para cada parcela, com o devido prazo para pagamento.
Documentos com rasuras ou com algum dado faltando podem comprometer sua segurança na hora de cobrar o valor devido, então, cuidado.
Como vincular uma nota promissória a um contrato? 
A nota promissória pode ser vinculada a um contrato mediante o aceite de ambas as partes de que o documento é uma forma de pagamento do que foi estabelecido. 
É importante, no entanto, que fique claro que a nota promissória em si mesma não representa contrato algum – somente indica o compromisso de pagamento da dívida pelo emitente. 
NOTA PROMISSÓRIA
Por exemplo: em um contrato imobiliário, pode constar como uma das formas de pagamento a emissão de nota promissória, mas o simples pagamento não fará com o que o vendedor esteja obrigado a entregar o imóvel ao comprador. 
Se o comprador realizar o pagamento da promissória e quiser, somente por este instrumento, buscar seu direito ao imóvel na Justiça, a nota promissória não lhe autorizará. 
Por isso é preciso haver um contrato entre as partes para regular o momento da passagem do imóvel de uma pessoa para a outra – indicando que o pagamento da promissória está atrelado a este ato.  
NOTA PROMISSÓRIA
O que invalida uma nota promissória? 
Para que a nota promissória tenha o devido valor ela deve preencher os requisitos previstos legalmente – ter todos os dados necessários, não estar rasurada ou com informação ilegível, e conter a assinatura do emitente.
Segundo a legislação, é aquele que deve que precisa comprovar a inexistência do fato gerador do débito. 
É claro que você deve sempre tomar cuidado com os documentos que assina por aí, porque sua assinatura, afinal, tem valor de compromisso.
NOTA PROMISSÓRIA
Qual o tempo de validade de uma nota promissória?
A primeira validade a ser considerada para a nota promissória é a data registrada no próprio documento como prazo de pagamento da mesma. 
Depois deste tempo, é importante que o beneficiário da dívida busque a Justiça em seguida – a prescrição (que é quando não adianta nem tentar cobrar por via judicial) está prevista em 6 anos.
NOTA PROMISSÓRIA
CHEQUE
CHEQUE
É uma ordem de pagamento à vista, a um Banco ou Instituição Financeira (Sacado), por alguém (Emitente ou Sacador), que tem fundos disponíveis nessa empresa, em favor de terceiros (Beneficiário ou Tomador).
O cheque deve ser apresentado na sede do Sacado no prazo de 30 (trinta) dias contados da data da sua emissão, quando for emitido no mesmo lugar do pagamento, e 60 (sessenta) dias quando for emitido em lugar diferente do pagamento, conforme o Artigo 33 da Lei do 7.357/85, a Lei do Cheque.
CHEQUE
Expirado o prazo de apresentação, inicia-se o prazo de 6 (seis) meses para a ação de execução do cheque (Artigos 47 e 59 da Lei 7.357/85).
Terminado o prazo da pretensão executória, tem início o prazo de 2 (dois) anos para o ajuizamento da “ação de enriquecimento ilícito” (Artigo 61 da Lei do Cheque).
Passado o prazo da ação de enriquecimento, o cheque pode ser cobrado por meio de ação monitória (Artigo 700 do CPC) até se contarem 5 (cinco) anos do dia seguinte à data de emissão estampada no cheque ( Súmula 503 do STJ e Artigo 206, parágrafo 5º, inciso I do Código Civil).
CHEQUE
DUPLICATA
DUPLICATA
É um título de crédito causal, ou seja, está vinculado a compra e venda de produto ou prestação de serviço, por isso, necessariamente há a emissão de uma fatura entre as partes, o vendedor (sacador) responsável pela emissão do documento e o comprador (sacado) responsável pelo pagamento do título, que poderá ser à vista ou a prazo. 
Havendo perda ou extravio da duplicata, poderá ser emitida uma triplicata, que na verdade representa a segunda via da duplicata.
DUPLICATA
A partir do seu vencimento, há o prazo de 3 (três) anos para a pretensão executória, segundo o Artigo 18, inciso I da Lei 5.474, a famosa Lei das Duplicatas.
Outra opção para a cobrança é a ação monitória, prevista no Artigo 206, parágrafo 5º, inciso I do CCB/02 e REsp 1088046/MS, pelo prazo de 5 (cinco) anos a partir do vencimento do título.
DUPLICATA
LETRA DE 
CÂMBIO
LETRA DE CÂMBIO
A letra de câmbio é um título de renda fixa muito semelhante ao CDB. A principal diferença entre o CDB e a LC é que o primeiro é emitido por um banco e a segunda por financeiras. 
Como qualquer aplicação de renda fixa, a ideia é a mesma: você empresta o dinheiro, seja para o banco ou financeira, e em troca recebe o valor emprestado e mais uma remuneração em uma data definida no momento da aplicação.
Assim como outros investimentos de renda fixa, a letra de câmbio tem garantia do FGC (Fundo Garantidos de Crédito), que serve como um seguro contra qualquer problema com a empresa que emitiu o título.
Se a financeira fechar e falir, você tem a garantia de receber o seu dinheiro de volta e mais o rendimento até o limite de R$250.000,00.
LETRA DE CÂMBIO
Embargos à execução
Embargosà execução
Conceito 
Segundo o art. 914 do CPC:
“o executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à execução por meio de embargos”. 
Embargos à execução
Os embargos à execução nada mais são do que a defesa do executado no processo de execução de título executivo extrajudicial. 
Apesar de se tratar da defesa do executado, predomina o entendimento de que os embargos à execução têm natureza jurídica de ação autônoma de conhecimento, que dará origem a um processo novo, o qual tramitará em apenso aos autos da execução. 
Nesse sentido, os embargos à execução são distribuídos por dependência e são autuados em apartado, conforme dispõe o art. 914, § 1º, do CPC.
Embargos à execução
Garantia do juízo 
Conforme se extrai da simples leitura do caput do art. 914 do CPC, para a interposição de embargos à execução, é dispensada qualquer espécie de garantia do juízo, ou seja, o executado-embargante não precisa depositar o valor que lhe está sendo cobrado no processo de execução para poder interpor os embargos à execução. 
No entanto, na execução fiscal, para que o executado apresente embargos à execução fiscal, é necessária a garantia do juízo, conforme dispõe o art. 16, § 1º, da Lei nº 6.830/1980.
Embargos à execução
Prazos dos embargos 
Os embargos à execução devem ser oferecidos no prazo de 15 dias, contados da data de juntada aos autos do mandado de citação. 
Segundo o art. 915 do CPC: 
“Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme o caso, na forma do art. 231.”
Embargos à execução
Prazo dos embargos na execução por carta
Se o executado estiver residindo em comarca diferente de onde tramita o processo de execução, será necessária a expedição de carta precatória para sua citação. Nesse caso, fala-se que a “execução será feita por carta”. 
No caso de execução por carta, o prazo para embargar também será de 15 dias, variando, entretanto, o termo inicial desse prazo, conforme dispõe o § 2º do art. 915 do CPC. 
Embargos à execução
Expedida a carta precatória pelo juízo de origem (onde tramita a execução), ela será remetida ao juízo deprecado (onde mora o executado). O juízo deprecado, por sua vez, determinará a citação do executado. 
Após a efetivação da citação do executado, o juízo deprecado juntará o comprovante de citação aos autos da carta precatória e enviará ao juízo deprecante, por meio eletrônico, o comprovante da citação, nos termos do § 4º do art. 915 do CPC. 
Devidamente citado, o termo inicial do prazo para a apresentação dos embargos à execução vai variar de acordo com as alegações do próprio executado
o que é juízo deprecante e 
juízo deprecado?
Deprecante: Juízo de origem dos dados da carta precatória. É quem realiza o envio; 
Deprecado: Juízo que recebe a carta precatória e realiza o cumprimento.
Embargos à execução
Alegação de vícios ou defeitos da penhora 
Se nos embargos o executado alegar apenas (e tão somente) vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens, o prazo se iniciará a partir do momento em que for juntado, na própria carta precatória (ou seja, no juízo deprecado), o mandado ou a certificação de citação do executado.
Embargos à execução
Alegações de matérias diversas de vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens 
Se nos embargos o executado alegar matérias diversas das mencionadas anteriormente (vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens), o prazo se iniciará a partir do momento em que for juntado, nos autos do processo de execução (no juízo deprecante), o comunicado eletrônico comprovando a citação enviado pelo juízo deprecado ou, não havendo este, a própria carta precatória.
Embargos à execução
Prazo dos embargos em caso de litisconsórcio passivo 
Havendo litisconsórcio passivo na execução, o prazo para cada um deles embargar será contado de forma independente, ou seja, para cada executado a contagem do prazo tem início com a juntada de seu mandado de citação nos autos da execução (exceção: quando se trata de cônjuges).
Embargos à execução
Mesmo no caso de existir mais de um executado, com advogados distintos, de escritórios de advocacia distintos, o prazo para a apresentação dos embargos à execução não será computado em dobro, tendo em vista o disposto no § 3º do art. 915 do CPC, o qual preconiza que, “em relação ao prazo para oferecimento dos embargos à execução, não se aplica o disposto no art. 229”.
Embargos à execução
Não se deve confundir, entretanto, com a regra do cumprimento de sentença, pois aqui o prazo para a impugnação ao cumprimento de sentença será computado em dobro, se os executados tiverem advogados distintos de escritórios de advocacia diferentes, conforme dispõe o art. 525, § 3º, do CPC. 
Competência para julgar os 
embargos à execução 
A competência para o julgamento dos embargos à execução é absoluta do juízo do processo de execução (competência funcional), salvo no caso de execução por carta precatória (o réu mora em comarca diferente de onde tramita o processo de execução e, para sua citação, é necessária a expedição de carta precatória), ocasião em que o juízo competente para julgar os embargos à execução dependerá da matéria alegada pelo executado em seus embargos.
Alegação de vício na penhora, na avaliação ou na alienação 
Se o executado-embargante alegar apenas vício na penhora, na avaliação ou na alienação realizada pelo juízo deprecado, a competência PARA JULGAR os embargos à execução será do juízo deprecado (Juízo que recebe), porque se trata de atos por ele praticados. 
Competência para julgar os 
embargos à execução 
Alegação de questões distintas 
Se o executado-embargante alegar questões distintas das mencionadas, os embargos serão julgados, normalmente, pelo juízo deprecante (Juízo de origem), que é onde tramita a execução. 
Competência para julgar os 
embargos à execução 
Rejeição liminar dos embargos Art. 918
O juiz rejeitará liminarmente os embargos: 
I – quando intempestivos; 
II – nos casos de indeferimento da petição inicial e de improcedência liminar do pedido; 
III – manifestamente protelatórios. Parágrafo único. Considera-se conduta atentatória à dignidade da justiça o oferecimento de embargos manifestamente protelatórios. 
Competência para julgar os 
embargos à execução 
O termo “rejeição” deve ser interpretado aqui em sentido amplo, admitindo-se tanto a extinção do processo sem resolução do mérito (por exemplo, embargos intempestivos e petição inicial inapta) quanto a extinção do processo com resolução do mérito (por exemplo, embargos manifestamente protelatórios)
A rejeição será inaudita altera pars, de modo que o embargante sequer terá sua pretensão acolhida. Considerando que os embargos à execução têm natureza de ação autônoma de conhecimento, a decisão que os rejeita de forma liminar é uma sentença (art. 203, § 1º, do CPC), motivo pelo qual cabe apelação contra essa decisão. 
Competência para julgar os 
embargos à execução 
Efeitos em que os embargos à execução são recebidos 
Como regra, nos termos do art. 919 do CPC, “os embargos à execução não terão efeito suspensivo”, motivo pelo qual, ainda que sejam opostos, a execução prosseguirá normalmente, com penhora, avaliação e expropriação de bens. 
Excepcionalmente, os embargos à execução podem vir a receber os efeitos suspensivos, desde que atendidos os requisitos, cumulativos, do art. 919, § 1º, do CPC, quais sejam:
Competência para julgar os 
embargos à execução 
Requerimento expresso do embargante nesse sentido, não podendo o magistrado conceder efeito suspensivo de ofício. 
Demonstração da probabilidade do direito alegado pelo embargante. 
Fundado receio de que a continuação da execução cause dano grave ou dano de difícil reparação.
Garantia integral do juízo
Competência para julgar os 
embargos à execução 
Art. 919. O juiz rejeitará liminarmente os embargos: 
§ 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão datutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.
Competência para julgar os 
embargos à execução 
Inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação
Para ajuizar uma ação de execução de título executivo extrajudicial, é imprescindível que o exequente instrua sua petição inicial com um título executivo extrajudicial (art. 798, I, a, do CPC), entre aqueles previstos como tais, nos termos do art. 784 do CPC, os quais, por sua vez, devem demonstrar a existência de um crédito de obrigação certa, líquida e exigível (art. 783 do CPC). 
Matérias que podem ser objeto 
de embargos à execução
Se, por acaso, o documento apresentado pelo exequente não for considerado um título executivo pela lei (art. 784 do CPC), esse título não será exequível (não pode ser cobrado por processo de execução de título extrajudicial). 
Da mesma forma, pode até ser que o documento seja considerado um título executivo extrajudicial pela lei, mas a obrigação ainda não seja exigível.
Matérias que podem ser objeto 
de embargos à execução
EXEMPLO
O contrato assinado pelo devedor e por mais duas testemunhas é considerado, pela lei, um título executivo extrajudicial (art. 784, III, do CPC), mas pode ocorrer de os contratantes terem pactuado que a obrigação somente seria exigível a partir de determinada data. 
Nesse caso, se o credor ajuizar uma ação de execução antes dessa data, o devedor poderá alegar a inexigibilidade da obrigação, nos termos do art. 917, I, do CPC. 
Matérias que podem ser objeto 
de embargos à execução
Penhora incorreta ou avaliação errônea 
O executado pode ter interesse em apresentar embargos à execução tão somente para alegar que a penhora foi incorreta, como quando ela incidiu sobre um bem impenhorável (art. 833 do CPC), ou para alegar que a avaliação referente ao valor do bem foi equivocada. 
Matérias que podem ser objeto 
de embargos à execução
Excesso de execução ou cumulação indevida de execuções
O excesso de execução é a alegação mais comum, na prática. 
Como o próprio termo já diz, nessa hipótese, o executado-embargante alega que o credor está cobrando uma quantia superior à devida. 
Matérias que podem ser objeto 
de embargos à execução
Art. 917. […] 
§ 2º Há excesso de execução quando: 
I – o exequente pleiteia quantia superior à do título; 
II – ela recai sobre coisa diversa daquela declarada no título; 
III – ela se processa de modo diferente do que foi determinado no título; 
IV – o exequente, sem cumprir a prestação que lhe corresponde, exige o adimplemento da prestação do executado; 
V – o exequente não prova que a condição se realizou. 
Matérias que podem ser objeto 
de embargos à execução
Para alegar o excesso de execução, todavia, é imprescindível que, em seus embargos à execução, o executado-embargante informe o valor que entende devido, apresentando planilha discriminada, demonstrando o valor atual do débito (art. 917, § 3º, do CPC). 
Não o fazendo, os embargos à execução serão liminarmente rejeitados, sem resolução de mérito, se o excesso de execução for seu único fundamento; ou, se o excesso de execução não for o único fundamento, o juiz não examinará essa alegação, mas analisará as demais (art. 917, § 4º, do CPC). 
Matérias que podem ser objeto 
de embargos à execução
Retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de execução para entrega de coisa certa 
Se, no processo de execução, o exequente pedir a entrega de determinada coisa, como um imóvel, o executado-embargante pode ter interesse em alegar apenas o direito de retenção por benfeitorias necessárias ou úteis feitas na coisa, conforme previsão do Código Civil (CC) e em legislações especiais.
Matérias que podem ser objeto 
de embargos à execução
O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis que fez e de retenção do bem principal, não sendo obrigado a devolvê-lo até que seu crédito, referente a tais benfeitorias, seja satisfeito (artigo 1.219 do Código Civil).
Matérias que podem ser objeto 
de embargos à execução
Incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução 
A execução deve ser processada e julgada no juízo competente, nos termos do art. 781 do CPC. 
Se o executado entender que o juízo da execução não é o competente (absoluta ou relativamente) para processar e julgar o processo de execução, poderá apresentar embargos à execução questionando a competência, nos termos do art. 917, IV, do CPC. 
Matérias que podem ser objeto 
de embargos à execução
Vale ressaltar, todavia, que, ainda que não alegada a incompetência absoluta em sede de embargos à execução, por ser matéria de ordem pública, esta poderá ser alegada por simples petição no curso do processo de execução, nos termos do art. 64, § 1º, do CPC, podendo o juiz reconhecê-la de ofício.
Matérias que podem ser objeto 
de embargos à execução
O mesmo não ocorre com a incompetência relativa, uma vez que, se não alegada em sede de embargos à execução, ocorrerá a prorrogação da competência, nos mesmos termos do art. 65 do CPC, não podendo o juiz conhecê-la de ofício.
Matérias que podem ser objeto 
de embargos à execução
Qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento 
Diferentemente do que ocorre no caso de impugnação ao cumprimento de sentença, em que as matérias possíveis de ser alegadas estão exaustivamente elencadas no art. 525, § 1º, do CPC, nos embargos à execução o executado-embargante poderá alegar qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento. 
Matérias que podem ser objeto 
de embargos à execução
Essa diferenciação se justifica, pois, no cumprimento de sentença, já houve uma fase prévia (processo de conhecimento), em que o réu-executado teve a oportunidade de alegar todas as matérias possíveis para afastar o direito do autor-exequente.
O que não ocorre no processo de execução de título extrajudicial, uma vez que, em razão do “poder” dado pela lei ao título executivo, o processo já começa sob o rito da execução, sendo certo que a primeira oportunidade para questionar algo será nos próprios embargos à execução.
Matérias que podem ser objeto 
de embargos à execução
O procedimento dos embargos à execução está previsto no art. 920 do CPC:
 Art. 920. Recebidos os embargos: 
I – o exequente será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias; 
II – a seguir, o juiz julgará imediatamente o pedido ou designará audiência; 
III – encerrada a instrução, o juiz proferirá sentença. 
Procedimento dos embargos à execução
Inicialmente, vale esclarecer que não é necessária uma citação formal do exequente-embargado, bastando sua intimação na pessoa de seu advogado nos autos do processo de execução (AREsp. nº 153.209/ES, rel. min. Gurgel de Faria, 1ª Turma, julgado em 22/8/2017, DJe 6/10/2017), após a qual o exequente-embargado terá o prazo de 15 dias para se manifestar sobre os embargos à execução (impugnação aos embargos à execução).
Procedimento dos embargos à execução
Mas e se o exequente-embargado não apresentar impugnação aos embargos à execução? Poderão ser aplicados os efeitos materiais da revelia (presunção de veracidade dos fatos alegados pelo executado-embargante), nos termos do que dispõe o art. 344 do CPC? 
Não. Segundo o STJ, “a ausência de impugnação do credor aos embargos à execução não é suficiente para elidir a presunção de veracidade consubstanciada no título judicial, não podendo ser reconhecido os efeitos da revelia em tal hipótese” (AgInt. no AREsp. nº 1.358.615/SP, rel. min. Luis Felipe Salomão, 4ª Turma, julgado em 10/12/2020, DJe 15/12/2020).
Procedimento dos embargos à execução
Em que pese o fato de não estar prevista no art. 920, parcela da doutrina entende que é possível a apresentação de réplica, concedendo, após a impugnação aos embargos à execução, um prazo de 15 dias para o executado-embargante se manifestar sobre a última, nos termos do que dispõem os arts. 350 e 351 do CPC. 
Procedimento dos embargos à execução
Posteriormenteà apresentação da réplica (se for o caso), se não tiver havido necessidade de produção de provas em audiência, o juiz proferirá sentença. Caso contrário, após a audiência de instrução e julgamento, o juiz proferirá sentença.
Contra a sentença que julga os embargos à execução, cabe apelação. Se os embargos forem julgados procedentes, essa apelação será recebida, normalmente, no duplo efeito (efeitos devolutivo e suspensivo). Caso os embargos sejam julgados improcedentes, essa apelação será recebida apenas no efeito devolutivo (não terá efeito suspensivo), conforme dispõe o art. 1.012, § 1º, III, do CPC.
Procedimento dos embargos à execução
Não se podem confundir os honorários advocatícios do processo de execução “normal” com os honorários advocatícios dos embargos à execução (que, lembrando, têm natureza de ação autônoma). 
Dessa forma, os honorários advocatícios do processo de execução são devidos pelo simples fato de o executado ter dado causa ao ajuizamento da ação de execução. 
Ou seja, pelo simples fato de não ter efetuado o pagamento conforme acordado no título e ter dado causa ao ajuizamento de um processo de execução, o executado já terá que pagar 10% de honorários advocatícios, conforme dispõe o art. 827 do CPC: “Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado.” 
Honorários advocatícios nos 
embargos à execução
No entanto, se o executado efetuar o pagamento do valor principal no prazo de três dias, o valor dos honorários advocatícios será reduzido para 5% apenas, conforme o § 1º do art. 827: “No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos honorários advocatícios será reduzido pela metade.” 
Agora, se o executado resolver questionar a execução e apresentar embargos à execução, além daqueles 10% de honorários iniciais, o advogado do exequente terá direito a mais um percentual de honorários (limitado ao máximo de 20%, somando os honorários da execução com os honorários dos embargos), conforme dispõe o § 2º do art. 827 do CPC: 
Honorários advocatícios nos 
embargos à execução
Art. 827. 
§ 2º O valor dos honorários poderá ser elevado até vinte por cento, quando rejeitados os embargos à execução, podendo a majoração, caso não opostos os embargos, ocorrer ao final do procedimento executivo, levando-se em conta o trabalho realizado pelo advogado do exequente.
Honorários advocatícios nos 
embargos à execução

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