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DERMATOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros Piodermites Doença Características Clínica Diagnóstico Tratamento IMPETIGO Infecção cutânea superficial, causada por estafilococos > estreptococos Tipo bolhoso: S. aureus Tipo não bolhosos: Streptococcus grupo A e S. aureus Comum e mais prevalente em crianças Colonização da pele + solução de continuidade Colonização inicial da mucosa nasal Mácula eritematosa → lesão vésico-pápula ou bolha → crosta melicérica (patognomônico!!) Crianças: regiões periorbitais Adultos: qualquer região do corpo As lesões se apresentam simultaneamente em vários estágios evolutivos: pápulas, crostas e vesículas Não compromete o estado geral, geralmente assintomáticas, não deixa cicatrizes (superficial) Lesões satélites são comuns, podem coalescer ou não, deixando aspecto circinado Impetigo estreptocócico: possibilidade de glomerulonefrite difusa aguda, 3-6 semanas após a infecção de pele Limpeza e remoção das crostas com água morna e sabão → remover delicadamente com uso de gaze Pomadas de antibiótico → Berotec Lesões disseminadas ou bolhosas: antibioticoterapia oral → cefalexina por 7 dias Tratamento dos focos nasais → se o paciente persistir com focos no nariz, aplicar ATB tópico no interior da narina ECTIMA Lesão inicial semelhante ao impetigo, porém mais profunda Pode ser uma complicação do impetigo Associada a baixo nível socioeconômico, má higiene Vésico-pústula que se rompe e dá origem à úlcera superficial, com crostas espessas Deixa cicatriz Mais frequente nos MMII Diagnóstico diferencial: úlcera de estase e leishmaniose tegumentar Paciente pode ter febre e outros sintomas gerais ATB sistêmico EV ERISIPELA É uma infecção aguda que acomete derme e tecido subcutâneo Estreptococo beta-hemolítico do grupo A → E. pyogenes Penetração do estreptococo: solução de continuidade na pele = porta de entrada (traumas, picadas de inseto, micose entre os dedos) Caracterizado por eritema + edema + dor, com limites definidos e avança progressivamente Acompanhada de febre e sintomas gerais Localização mais frequente: extremidades e face Fatores de risco: insuficiência venosa, infecções cutâneas por fungos, linfedema, DM, obesidade, imunossupressão, alcoolismo Pode evoluir com hiperemia residual e linfedema crônico (elefantíase nostra), facilitando a recorrência. Repouso, analgésicos, cuidados gerais ATB sistêmico, maioria dos casos não precisa de internação Internar se evoluir com bolhas (erisipela bolhosa), quadros de repetição ou sintomas sistêmicos importantes Profilaxia: penicilina benzatina 1 200 000 UI a cada 3 semanas em casos de erisipela de repetição CELULITE Infecção em geral é estafilocócica da derme profunda e hipoderme Quadro semelhante ao da erisipela, porém de localização mais profunda, com limites imprecisos Eventualmente difícil de diferenciar clinicamente da erisipela Estado geral mais comprometido Porta de entrada Limites imprecisos Complicações: abscedação e necrose ATB sistêmico empírico! Não se espera o resultado de exames para iniciar o tratamento SÍNDROME DA PELE ESCALDADA ESTAFILOCÓCICA Causada por toxinas esfoliativas produzidas por cepas de S. aureus (esfoliatina B) 98% ≤ 6 anos Adulto → imunossupressão ou IR Síndrome da pele escaldada é secundária ao foco infeccioso: Otite, conjuntivite, faringite A taxa de mortalidade na infância é de 4%, nos adultos é > 60% (adulto imunossuprimido e/ou com alteração renal) Febre e eritema difuso + bolhas flácidas + grandes áreas erosivas Não acomete mucosas Principal diagnóstico diferencial: Necrólise Epidérmica Tópica – NET (farmacodermia que acomete mucosas!) Sinal de Nikolsky positivo Terapia geralmente requer hospitalização e ATB EV Os pacientes com doença limitada podem ser manejados em casa com ATB VO A cura ocorre entre 7-10 dias A reepitelização é rápida DERMATOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros FOLICULITE Inflamação ao folículo causada por infecção, irritação química ou trauma mecânico (lesão física) → nem sempre há infecção bacteriana associada! Presença de células inflamatórias no interior da parede e óstio dos folículos pilosos, criando uma pústula folicular A inflamação pode ser superficial, confinada à parte superior do folículo piloso, ou se estender a todo o folículo piloso Agente mais comum: S. aureus Foliculite superficial: Pústula pequena e frágil Não interfere no crescimento do pelo Condições predisponentes: barbear frequente, DM, roupas oclusivas, curativos, ambientes quentes e úmidos, imunossupressão ATB tópico Foliculite profunda: Pústula centrada por pelo Área da barba e lábio superior Se não tratada pode cronificar Principal diagnóstico diferencial: Tínea da barba (micose superficial) ATB oral Pseudofoliculite: Pápulas eritematosas e pústulas Homens de cabelos crespos, mulheres na região pubiana → não está associada a um método depilatório específico! Pelos ulotríquios → ao crescer, o pelo penetra a epiderme novamente e encrava Mais comuns Remoção definitiva do pelo (laser) FURÚNCULO Infecção estafilocócica da unidade pilo- sebácea: pelo + folículo + raiz do pelo + músculo eretor do pelo etc. Muito similar à foliculite, porém mais profunda, podendo atingir a hipoderme Principal agente: S. aureus Nódulo ou abscesso doloroso, quente, vermelho e profundo, que pode se desenvolver a partir de uma foliculite estafilocócica Principal fator de risco = história familiar positiva! → o estafilococo está “circulando” pela família Considerar: anemia, ATB prévio, DM, internação prévia, higiene pessoal e doenças de pele associadas → comorbidades = maior predisposição ATB tópico/cefalexina 500mg 4x/dia por 7- 10 dias + descolonização com mupirocina → pomada nas narinas durante 7 dias Quando drenar o furúnculo? Se a lesão não está flutuante, tratar apenas com ATB oral. Lesão flutuante: lesão endurecida e com pústula amarelada central → fazer uma pequena incisão com a lâmina do bisturi, muitas vezes não adianta anestesiar → drenar a lesão + ATB oral. DERMATOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros DERMATOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros Micoses superficiais Tipo Clínica Diagnóstico Tratamento DERMATOFITOSES Invadem a camada córnea através dos artroconídeos → enzimas proteolíticas → quebra da queratina com invasão do estrato córneo Tinea captis Comum em crianças Transmissão: indivíduos ou animais infectados, ou solo contaminado Tinea tonsurante Microspórica (M. canis; M. gypseum) ou tricofítica (Tricophyton tonsurans) Uma ou mais placas com pelos fraturados e eritema/descamação em couro cabeludo M. canis → geralmente lesão única; parasitismo ectotrix; luz de wood = fluorescência esverdeada T. tonsurans → geralmente múltiplas placas; parasitismo endotrix Kerion Celsi = manifestação grave da Tinea capitis → placa, geralmente única, dolorosa, apresentando pústulas e microabscessos. Fungos zoofílicos ou geofílicos Exame micológico direto → hifa septada hialina Cultura e microcultivo → determina a espécie Exame histopatológico → infiltrado inflamatório com presença de hifas Tópico: creme, spray ou solução Derivados imidazólicos: isoconazol, tioconazol, econazol e outros Ciclopirox olamina, terbinafina e amorolfina Sistêmico: Griseofulvina, derivados imidazólicos e terbinafina Tinea capitis → Griseofulvina por 6-12 semanas Tinea da barba → imidazólicos ou terbinafina 2-4 semanas Onicomicose > 50% de acometimento Tinea favosa Trichophyton schonleinii Microendemias rurais Mais grave → pode causar alopecia definitiva Lesões supurativas ou eritematocrostosas de aspecto crateriformes em torno do óstio folicular → “godet” fávico Verde palha à luz de Wood Tinea da barba Tipo inflamatóriolesões inflamatórias e supurativas circunscritas Tipo herpes circinado lesões anulares eritematopapulosas e eritematovesicoescamosas nas bordas com tendência à cura central Tipo sicosiforme idêntica à foliculite bacteriana, com pústulas e crostas foliculares Tinea corporis Trichophyton rubrum Microsporum canis Trichophyton mentagrophytes Forma vesiculosa vesículas confluentes que se rompem deixando áreas exulceradas, que podem formar crostas. As vesículas tendem a surgir na periferia com evolução centrífuga Forma anular lesão eritematopapulosa com crecimento centrífugo e tendência à cura central. Forma em placas placas eritematodescamativas sem tendência à cura central. Podem simular dermatite seborreica ou psoríase Tinea pedis e manus Agentes mais comuns: T rubrum, Tmentagrophytes e E. floccosum Forma intertriginosa descamação e maceração interdigital com fissuras e prurido Forma vesicobolhosa forma aguda, comum ter infecção bacteriana secundária Forma escamosa crônica, com descamação pruriginosa. Frequentemente associada à onicomicose DERMATOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros Tinea cruris Agentes mais comuns: T. rubrum, E. floccosum e T. mentagrophytes Mais comum em homens Geralmente bilateral, podendo haver propagação par períneo, glúteo e abdome Placas eritematodescamativas com bordas bem delimitadas onde podem surgir pequenas vesículas O prurido pode causar liquenificação Tinea auris Tinea da orelha Agentes mais comum: T. canis Mais comum em crianças Placas eriteatodescamativas atingindo orelha externa e eventualmente o conduto Tinea imbricata Chimberê Ilhas do Pacífico e América Central T. concentricum Placas eritematodescamativas que confluem com o crescimento centrífugo, formando aspecto característico Onicomicose Tricophyton e Epidermophyton Subungueal distal e/ou lateral, subungueal proximal ou superficial Coloração opaca das unhas + dendritos córneos subungueais Superficial → manchas brancas escamosas sobre a lâmina ungueal Formas especiais Tinea incógnita camuflada pelo uso de corticoide tópico ou sistêmico – margens mal definidas e menos descamativas Granuloma tricofítico de Majocchi Infecção mais profunda do folículo piloso Geralmente por T. rubrum Imunossuprimidos, uso prolongado de corticoides tópicos, traumas repetidos (depilação com lâminas) Lesões sobrepostas por papulopústulas ou até nódulos e abscessos Dermatofitose profunda imunossuprimidos → forma rara, grave e potencialmente fatal T. rubrum e T. violaceum Disseminação dos dermatófitos para linfonodos e outros órgãos por contiguidade, via hematogênica ou linfática Pode acometer SNC Sempre associada à dermatofitose de pele ou unhas Lesões eritematodescamativas extensas + nódulos subcutâneos que ulceram e fistulizam DERMATOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros PITIRÍASE VESICOLOR Levedura lipofílica Malassezia furfur ou outros gêneros de Malassezia Flora comum da pele → levedura saprófita Pityrosporum ovale Muito comum, universal, menos frequente em idosos e crianças Acomete apenas camada córnea da epiderme Fatores predisponentes: pós puberdade, hiperidrose, clima quente e úmido, imunossupressão etc. Máculas discrômicas (“versicolor”), finamente descamativas, predominando em região cervical, tórax e porção proximal dos MMSS Máculas hipocrômicas → inibição da tironase que participa da melanina Sinal da unha: atrito da unha na mancha gera descamação furfurácea Sinal de Zileri: descamação furfurácea após estiramento da pele Luz de Wood: fluorescência rósea dourada Exame micológico direto: esporos e pseudohifas Técnica de Porto: fita adesiva na lesão e depois colada na lâmina Cultura/microcultivo e Histopatológico Tópico Derivados imidazólicos – 4 semanas Xampu cetoconazol 2% ou sulfeto de selênio 2,5% Terbinafina solução 1% Sistêmico Itraconazol 100mg 12/12h 5 dias Fluconazol 150mg/semana por 4 semanas Cetoconazol 200mg/dia 10 dias FOLICULITE PITIROSPÓRICA Colonização do folículo piloso pela Malassezia furfur Pápulas eritematosas ou pústulas foliculares em dorso, discretamente pruriginosas Exame micológico direto Xampu de cetoconazol 2% e ácido salicílico. Raramente itraconazol VO TINEA NEGRA Rara, mulheres jovens Hiperhidrose Hifa demácea: Hortaea werneckii Máculas castanhos-escuras ou pretas nas palmas das mãos ou bordas dos dedos. Mais raramente em plantas dos pés e tronco Exame micológico direto Diagnóstico diferencial com melanoma acral Antifúngicos tópicos PIEDRA PRETA Piedra hortai Mais comum na Amazônia Infecção do pelo → nódulos pretos aderidos à haste dos cabelos e eventualmente à barba Clínico e exame micológico direto Corte dos cabelos + xampu antifúngico PIEDRA BRANCA Trichosporum beigelii Infecção do pelo → nódulos de consistência cremosa, brancos – castanho-claros, acomentendo hastes dos pelos pubianos, genitais, axilares e eventualmente a barba e os cabelos Mais comum em porções distais da haste e são removidos facilmente Clínico + exame micológico direto Corte dos pelos + antifúngicos tópicos CANDIDÍASE ORAL Comum nos lactentes, após a 2ª semana de vida Idosos com má conservação dentária, imunossuprimidos Placas cremosas esbranquiçadas isoladas ou confluentes em cavidade oral Podem atingir faringe, laringe, esôfago, traqueia e até brônquios em casos graves Raspagem da lesão + exame micológico direto + cultura + microcultivo Nistatina solução oral 100 mil UI 1-2ml 3-4x/dia Clotrimazol solução oral (adultos Violeta de genciana em solução aquosa 0,5% (crianças e lactentes) → desinfecção de mamadeiras e chupetas Casos extensos → tratamento sistêmico VULVOVAGINAL Leucorreia + placas esbranquiçadas em vulva e mucosa vaginal + prurido Exame micológico direto + cultura Nistatina creme vaginal, isoconazol/clotrimazol/miconazol ou outros imidazólicos em creme ou óvulos vaginais DERMATOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros BALANOPREPUCIAL Lesões eritematodescamativas na glande recobertas ou não por secreção esbranquiçada + ardor/prurido Predisponentes: idosos, obesos, fimose, DM, higiene inadequada, umidade, corticoide tópico Pode ocorrer por transmissão sexual Cremes imidazólicos INTERTRIGINOSA Áreas de dobras: axilas, inguinais, inframamárias, interdigital Placas eritematosas úmidas, podendo apresentar erosão e fissura envolta por colarete córneo + lesões satélites (vesículas ou pústulas) Predisponentes: obesidade, DM, higiene inadequada, umidade Cremes imidazólicos ou sistêmico se necessário OUTRAS CANDIDÍASE DA BARBA Pústulas foliculares simulando foliculite bacteriana DERMATITE DE FRALDAS Devido à maceração e umidade CANDIDÍASE DE DECÚBITO Doentes imobilizados no leito por longos períodos, geralmente em uso de ATB prolongado e de amplo espectro → lesões em áreas de oclusão. Eritema sobreposto por pústulas principalmente em dorso PARONÍQUEA Eritema + edema em dobras ungueais doloroso à palpação → pode provocar distrofia ungueal Geralmente associação com dermatófitos e bactérias Contato frequente com água e detergentes é o principal desencadeante; remoção de cutículas predispõe à infecção Evitar contato com água e detergente, evitar umidade (secador), associação de antifúngicos + ATB tópicos ou sistêmicos MUCOCUTÂNEA CRÔNICA Comprometimento da imunidade celular específica à Candida Início precoce → aos 3 anos Forma autossômica dominante e forma idiopática = mais graves! Infecção crônica e recorrente da pele, mucosas e unhas por Candida em decorrência de alterações imunológicas, endócrinas e autoimunes DERMATOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros Micoses profundas Nome Características Clínica Diagnóstico Tratamento PARACOCCIDIOIDOMICOSE Paracoccidioides brasiliensis; Paracoccidioides lutzi,S1, S2, S3 Perfil: 20-40 anos; masculino 9:1; meio rural, onde há mais trabalhadores homens Patogenia: Infecção por via inalatória → ativação da imunidade inata → destruído no parênquima pulmonar pela imunidade inata? Se não, transforma de micélio em levedura (M-Y) → multiplica-se formando um foco primário e este ativa a resposta imune adaptativa/específica → Se eficaz, elimina o foco primário; Ineficaz = progressão para linfonodo hilar → formação do complexo pulmonar primário → 3 possibilidades: (1) latência (2) disseminação linfohematogênica transitória com focos metastáticos a distância (3): doença progressiva Aguda ou subclínica: Pacientes jovens de ambos os sexos Predileção pelo sistema monocítico: linfonodos, fígado, baço, medula óssea → linfadenopatia importante! Tende à não cicatrização das fístulas e úlceras Formas infrequentes, são diagnósticos diferenciais para linfoadenopatias Exame direto: células arredondadas, dupla parede com gemulação múltipla - aspecto de “roda de leme” – ou com gemulação de diâmetro menor – aspecto de Mickey Mouse Cultura: Aspecto de “pipoca estourada” 25°C → micélio (fase M) 37°C → levedura (fase Y) Agar saboreaud Biópsia: hiperplasia da epiderme; infiltrado linfo-histiocitário e granulomatoso (resposta imune); encontro do parasita (nem sempre é possível) Sorologia: pode ser usada como controle no tratamento; contraimunoeletroforese; dupla imunodifusão em agar Intradermorreação: paracoccioidina – teste mais específico do que sensível! Sulfas → boa penetração no SNC Imidazólicos: cetoconazol (pouco utilizado devido ao efeito “estrogênio like” em homens), itraconazol e fluconazol, voriconazol Anfotericina B → formas muito extensas Crônica: Unifocal: Pulmonar isolado, SNC ou adrenais Rx: infiltrado intersticial bilateral → padrão em asa de borboleta SNC: convulsão, cefaleia, sinais neurológicos multiformes Suprarrenais → insuficiência (Sd. de Addison) Multifocal: Mucosas: estomatite moriforme Cutâneo-mucosas: evoluem para lesões úlcero-vegetantes, comprometendo grandes extensões da cavidade oral Cutâneas: Lesões polimorfas → papuloso; papulovegetante; úlcera com granulação moriforme; sarcoidea (placa infiltrada sem ulceração), verrucosas CROMOCITOSE Fonseca pedrosoi Maioria trabalhadores rurais adultos Propagação por contiguidade e autoinoculação Nodular, Placa, Tumoral, Cicatricial, Verrucosa MMII unilateral Estado geral inalterado → acomete exclusivamente o tecido cutâneo! Mesmo nas formas bem extensas Início polimórficas Placas verrucosas confluentes Lesão bem verrucosa e vegetante, confluente, pode formar cicatrizes. Causa muita dificuldade, dor e sofrimento ao Exame direto: corpos arredondados, cor de charuto (corpos fumagoides) Biopsia: infiltrado granulomatoso com corpos dor de charuto Cultura: 2-3 semanas, colônias escuras Criocicurgia → nitrogênio líquido sobre a pele Exérese Eletrocirurgia ou laser CO2 Itraconazol Terbinafina associada Anfotericina B Voriconazol e posaconazol → medicação de alto custo, pouco acessíveis; são usados mais em micoses sistêmicas DERMATOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros paciente. Unilateral no MI sem comprometimento geral do paciente ESPOROTRICOSE Spotothrix shen Inoculação traumática direta por palhas ou espinhos → mais comum entre trabalhadores rurais e ocupação com jardinagem Infecta animais, como gatos Forma cutânea linfática: Lesão pápulo-nodular no ponto de inoculação (cancro) com cordão linfangítico com nódulos ou gomas Linfangiografia → as lesões seguem ao longo do trajeto linfático Forma cutânea localizada: pápulo-nodular, ulcerosa, verrucosa. Mais localizada e difícil visualização Forma cutânea disseminada é rara Cultura: 3-5 dias com colônias castanho- negras → crescimento muito rápido! Exame direto: não pode ser reconhecido Biópsia: processo granulomatoso com corpos asteroides Reação de esporotriquina Iodeto de potássio → vantagem: menor custo; desvantagem: difícil adesão (gosto ruim) Itraconazol Fluconazol Sulfas Anfotericina B (sistêmico: usar apenas com formas extensas, com internação – EV; pode causar flebite e alterar a função renal) Dermatoses zooparasítárias Doença Características Transmissão Clínica Diagnóstico Tratamento ESCABIOSE Sem preferência por sexo ou idade Parasita sobrevive pouco tempo fora do hospedeiro Apenas a fêmea invade o tecido → penetra a camada córnea e cava túneis para depositar os ovos Ciclo dura ≈ 2 semanas, com deposição de 2-3 ovos/dia Escabiose crostosa/sarna norueguesa: imunodeprimidos, desnutridos e idosos Supressão da resposta celular Altamente contagiosa (todas são contagiosas, porém a crostosa é mais) Sarcoptes scabei, var. hominis = ácaro Nome popular: “sarna” Transmitido por contato pessoal Prurido intenso (á noite) Sulco: pequena saliência, apresenta em uma das extremidades uma vésico-pápula → cabeça da fêmea do ácaro Distribuição: espaços intergitais, mãos, punhos, axilas, nádegas, mamas, pênis (palmo-plantar e couro cabeludo em crianças) Lesões secundárias: escoriações, impetigo, foliculite, furúnculo → as elsões são muito pruriginosas, o que causa escoriações (portas de entrada) Lesões típicas: pápulas, vesículas e escoriações CLÍNICO! Biópsia cutânea → geralmente não é realizada, pois demora cerca de 15 dias para o resultado; é mais utilizada para suspeita de escabiose norueguesa Visualização à microscopia do ácaro no material raspado → possibilidade mais rápida! Permetrina 5% → aplicar em todo o corpo e deixar por no mínimo 8h Enxofre precipitado 5-10% (veículo de vaselina): primeira linha para gestantes, lactantes, crianças > 1 mês de idade; Aplicar por 24h, por 3 dias consecutivos Ivermectina (Revectina 6mg) → 200ug/kg dose única, repetir em 7 dias (usada em crianças > 5 anos e > 15kg) Tratar toda a família, mesmo sem sintomas, para evitar efeito “ping- pong” → o paciente é tratado, porém o familiar não tratado infecta toda a família novamente Lavar roupas separadamente e passa ferro quente Por sensibilização, pode permanecer com prurido persistente, mesmo quando já estiver tratado → usar corticoides ou anti-histamínicos Escabiose crostosa/sarna norueguesa: Lesões verrucosas em mãos, pé, face → lesões são mais exuberantes e lembram a psoríase Eritema e descamação em face e tronco DERMATOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros PEDICULOSE Piolhos medem 2,1-3,6mm → por ser tão pequeno, muitas vezes são visualizadas as lêndeas, não o parasita em si Macho > fêmea Se alimenta de sangue humano e vive em torno de 30 dias Até 300 ovos durante a vida Uma lêndea leva cerca de 10 dias para sair do ovo Anaplura – piolhos Ectoparasitas pequenos Pediculose de couro cabeludo: contato pessoal direto dos indivíduos infestados Uso coletivos de utensílios como: pentes, bonés, travesseiros, lenções de cabeça, presilhas, almofadas, chapéus Pediculose pubiana: transmitida por contato sexual, vestuário, rupas de cama Pediculose de couro cabeludo: Lêndeas esbranquiçadas, aderentes à haste do cabelo Sempre deve ser considerada como diagnóstico diferencial em qualquer forma de prurido, tanto no couro cabeludo, quanto na região occipital Lesões na região occipital e posterior do pescoço: a lesão é muito pruriginosa, o que pode provocar escoriações com pápulas e vesículas eritematosas. Confirmada pela presença de ovos (lêndeas) ao exame clínico Xampus: permetrina 1%, lindano 1%, deltametrina 0,02% (crianças > 2 anos); Deixar por 5-10 minutos, enxaguar, repetir após 7 dias + pente fino → as lêndeas possuem membrana com quitina, resistente ao xampu! Não precisa raspar o cabelo/pelos Pediculose de corpo → lavagem de roupas, higiene pessoal Tratar familiares e parceiros Ivermectina (Revectina 6mg) – todas as formas; passar pente fino também → 200ug/kg doseúnica, repetir em 7 dias (usada em crianças > 5 anos e > 15kg) Avaliar contactantes Pediculose de corpo: Prurido de intensidade variável Urticas e escoriações → diagnóstico + difícil Regiões mais comuns: interescapular, face posterior das axilas, ombro e nádegas Auxílio para diagnóstico: encontrar o parasita nas roupas Pediculose pubiana: Prurido, escoriações Pelos pubianos, perianais Encontro de lêndeas aderidas às hastes TUNGÍASE A fêmea fecundada penetra na pele → introduz cabeça e tórax na epiderme, deixa de fora o estigma respiratório e segmento anal Tunga penetrans: Pulga que habita lugares secos e arenosos Exame clínico: pápula amarelada com ponta escura central Remoção cirúrgica do parasita com material esterilizado (uso de agulha) Nos casos disseminados/múltiplas lesões: Tiabendazol (25- 50mg/kg/dia); Ivermectina oral (200ug/kg dose única) Profilaxia = uso de calçados em áreas suspeitas, ambiente arenoso e seco PULÍASE OU PULICOSE Ordem Siphonaptera, Pulex irritans Hospedeiros: homem, cão, gato, porco Vivem com alimentos por até 513 dias → vivem por muito tempo em locais de má higiene! Dermatite causada pela picada de pulgas Aloja-se em roupas, tapetes, cortinas, assoalho, mobiliários e animais domésticos Lesões pequenas pápulas, urticas, bastante pruriginosas Pápulas lineares/alinhadas De acordo com o grau de sensibilização, pode surgir o quadro de estrófulo, com lesões à distância → a picada pode ter acontecido na região torácica, porém as lesões surgem por todo o corpo Não é tratada a lesão em si, mas o incômodo do prurido com corticoide tópico ou anti-histamínico Não requer tratamento específico, apenas sintomático MIÍASE Forma furunculoide: quando o inseto veiculador pousa no homem, a larva se projeta e abandona o ovo → penetra na pele, se desenvolve em 30-70 dias e abandona o hospedeiro → em 60-80 dias forma o inseto alado Afecções causadas por larvas de moscas Miíase primária - forma furunculoide: Dermatobia hominis (mosca berneira): atinge homens e animais Miíase primária - forma furunculoide: Lesão nodular que surge com o desenvolvimento da larva → pode ser diagnosticado erroneamente como furúnculo! Apresenta orifício central com eliminação de serosidade Menos inflamatório que o furúnculo e com orifício central Dor variável, sensação de ferroada Acomete qualquer região do corpo inclusive o couro cabeludo Pode ocorrer infecção secundária → celulite Miíase primária: - forma furunculoide: Remoção da larva → incisão cirúrgica ou oclusão da porta de entrada (a larva tenta sair para respirar o que facilita para remover com pinça, porém pode demorar umas 6h) Miíase secundária: Falta de cuidado com úlceras, má higiene Se desenvolvem nos produtos de necrose → Parasita ocasional Miíase secundária Mosca deposita ovos em ulcerações de pele, mucosas Cochiliomya macellaria (mosca varejeira), Lucilia sp. Miíase secundária Cutânea: úlceras da pele Cavitária: nasal, orelha, ocular Intestinal: ingesta acidental de larvas em alimentos Miíase secundária: remover larvas após matá-las com éter LARVA MIGRANS Dermatite linear, bicho geográfico, bicho de praia Os ovos se desenvolvem em terreno arenoso Em 1 semana, tornam-se larvas infestantes Penetrando na pele, a larva se desloca → trajeto sinuoso e linear (formam um desenho na pele) Penetração na derme de larvas de um nematelminto Ancylostoma braziliensis e A. caninum Prurido moderado a intenso Características das lesões X história epidemiológica Albendazol 400mg/dia por 3 dias Ivermectina 200mcg/kg em dose única Tiabendazol 25mg/kg/dia (12/12h por 5 dias) Se houver poucas lesões: Tiabendazol creme ou pomada DERMATOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros Profilaxia: proteção contra dejetos de cães e gatos; cuidado em praias, parques e escolas; evitar áreas arenosas úmidas e sombreadas Lesões pré-malignas Nome Características Clínica Diagnóstico Tratamento Ceratose Manifestação de irradiação solar cumulativa, progressiva, persistente e duradoura Adultos de meia idade ou idosos, pele clara Geralmente originam CEC bem diferenciados, com baixa capacidade metastática Áreas fotoexpostas e geralmente múltiplas lesões Lesões discretamente salientes, eritemato-acastanhadas, de superfície áspera Destruição mecânica – eletrodessecção, crioterapia com nitrogênio líquido ou aplicação de ATA 50-90% Terapia fotodinâmica: ácido metilaminolevulínico 160mg/g em creme 3 horas antes + luz vermelha (570-679nm) por 8-9min Diclofenaco de Na 3% 2x/dia 60-90 dias Efurix (5-Fluoruracila 5%): 2x/dia por 2-4 semanas Metabutato de Igenol: 0,015% por 3 dias em face e couro cabeludo OU 0,05% por 2 dias em tronco e extremidades Imiquimode 5% 3x/semana 1-4 meses Ceratoses tóxicas Ocorrem sobretudo em áreas de contato com as substâncias tóxicas → medicamentos (coaltar, antralina etc.) e derivados do petróleo Arsenismo crônico Ingesta de água contaminada, solução de Fowler (remédio antigo para psoríase), inalação de inseticidas... Ceratoses múltiplas, pontuadas, principalmente em região palmoplantar Hipercromias com pequenas despigmentações em gotas, principalmente em axilas, virilhas e mamilos Múltiplos CBCs superficiais, ceratoses, doença de Bowen, CECs Polineuropatia, tromboangiite em MMII, pancitopenia Doença de Bowen CEC in situ – baixo potencial para transformação em CEC invasivo Mutação de p53 induzida por radiação UV crônica Ocorre principalmente em áreas fotoexpostas, podendo se localizar em mucosas Placa eritematodescamativa de bordas bem definidas, pouco infiltrada, com crescimento centrífugo e lento 2% dos casos podem ser pigmentados Remoção cirúrgica, terapia fotodinâmica, imiquimode 5%, 5-fluorouracila 5% Eritroplasia de Queyrat Equivalente à Doença de Bowen, mas na mucosa Lesão vermelho-brilhante, aveludada em placa localizada em pênis, geralmente em homens não circuncidados e, mais raramente, em região genital feminina ou mucosa oral Ulceração, sangramento e vegetação são sinais de transformação para CEC invasivo (10% das lesões) Papulose Bowenoide Decorre de infecção pelo HPV, principalmente HPV 16 e 18 Adultos jovens < 3% casos evoluem para malignidade Lesões papulosas, múltiplas, eritematosas, violáceas ou acastanhadas isoladas ou confluentes, formando placas verrucosas em mucosa genital Apesar de histopatológico de carcinoma in situ, apresenta comportamento benigno Aplicação de ácido acético 5% torna as lesões esbranquiçadas Eletrocoagulação, criocirurgia, ATA, imiquimode Leucoplasia Idiopáticas ou decorrentes de traumas (dentaduras, metais em próteses, fumo...) 10-30% → transformação para CEC Placas brancas em mucosas (oral) discretamente elevadas e não removíveis mecanicamente Podem se tornar mais vegetantes ou até erosivas/ulceradas → suspeitar de malignização Exérese cirúrgica, criocirurgia, terapia fotodinâmica DERMATOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros Queilite actínica Queilite associada à exposição solar crônica 10-20% → transformação para CEC Eritema, descamação, fissuras e erosões em lábios, com atenuação após exposição solar Corno cutâneo Pode ocorrer sobre ceratose actínica, ceratose seborreica, verruga viral, CEC Proliferação compacta de queratina Deve ser definido com biópsia da base da lesão Radiodermite Exposição à radioterapia terapêutica, profissional ou acidental Lesão surge meses ou anos após múltiplas aplicações – radiodermite crônica Fator de risco para ceratose actínica, CEC que tende a metastizar precocemente e CBC Pele xerótica e poiquilodérmica (discromia + atrofia + telangectasias) podendo ter ulceração Úlceras crônicas e cicatrizes Úlceras crônicas e cicatrizes antigas de qualquer origem podem sofrer transformação para CEC (úlcera de Marjolin) Relatada inicialmente em cicatrizes de queimaduras – comportamento mais agressivoSurgimento de lesões vegetantes ou hemorrágicas nas bordas de uma úlcera ou cicatriz Tumores malignos cutâneos Tipo Características Clínica Diagnóstico Carcinomas (câncer de pele não melanoma) ↑ incidência ↓mortalidade ↑ % cura com diagnóstico precoce 30% de todos os tumores malignos no Brasil Basocelulares Neoplasia maligna + comum 70-80% dos tumores cutâneos ↓ potencial metastático Fácil tratamento se diagnóstico precoce 85% cabeça e pescoço (30% nariz) Principal fator de risco -= radiação UV Fisiopatogenia: Células escamosas atípicas se originam na epiderme dos queratinócitos e proliferam A lesão se torna um CEC invasivo quando as células penetram a membrana basal epidérmica e proliferam dentro da derme CBC nodular Subtipo + comum (50%) Pápula ou nódulo brilhante, perolado com superfície lisa e telangectasias Sangra com facilidade Ulcera com frequência e não cicatriza Malar, nasolabial, fronte, canto dos olhos Histórico médico: História familiar ou pessoal Tipo de pele (I, II) Câmaras de bronzeamento Queimaduras solares na infância Número de nevos melanocíticos Nevo congênito grande Síndromes genéticas Iatrogenia (imunossupressores, PUVA) Avaliação da lesão: Presente ao nascimento? Nevo preexistente? Alteração em forma, tamanho ou cor? Em quanto tempo? Sintomática? (prurido, sangramento) Sintomas sistêmicos (perda ponderal, fadiga, dispneia, tosse, cefaleia) Diagnóstico clínico para melanoma: Contorno irregular > 6mm Variação da cor Dermatoscopia: ↑ sensibilidade diagnóstica Técnica de exame não invasivo, composto de uma lente de amplificação de 10x, que permite visualizar estruturas até derme papilar CBC superficial Mácula ou placa eritematosa, bem delimitada, com diâmetro variável (mm a cm) Escamas, crostas, borda fina Lesões maiores: áreas de regressão espontânea (atrofia e hipopigmentação) Tronco e extremidades, recorre com frequência Aspecto de eczema Morfeiforme Menos frequente Comportamento agressivo, com destruição local extensa Área discretamente elevada ou até deprimida de induração que vai de rosa claro à branco, bordas mal delimitadas Cicatriz ou placa morfeia Superfície lisa (crostas, erosões, ulcerações e pápulas) Superfície lisa (crostas, erosões, ulcerações e pápulas) Sem borda perolada, com telangectasias Lesões precursoras Ceratose actínica: Marcador de exposição solar crônica → irradiação solar cumulativa Áreas fotoexpostas, pacientes brancos, associada a outras lesões de fotoenvelhecimento diagnóstico é clínico! Doença de bowen: Paciente típico é caucasiano, idade 40-60 anos Ceratose actínica: Lesão eritematosa com superfície áspera, escamas secas de cor branca a amarelada Doença de bowen: Lesão em placa de 1-8cm, única, delimitada, eritematoescamosa Predomina tronco e membros Áreas fotoexpostas (exposição crônica) DERMATOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros Diagnóstico é confirmado no histopatológico Assintomática na fase inicial Quando acomete a mucosa genital: Eritroplasia de Queyrat Ajuda a diferenciar estágios iniciais de melanoma e lesões benignas Aumenta a eficiência no diagnóstico Biópsia: excisional, com 2mm de margem Regra ABCDE: A: assimetria B: bordas irrelares C: cores (branco/vermelhor/marrom claro ou escuro/cinza azulado/preto) D: diâmetro > 6mm E: espessura/evolução Espinocelulares Maior risco de metástases (linfonodos regionais) Tumores lábio e orelha; Tumores > 2cm; Excisão precoce!! Melanomas Representa 2-3% dos cânceres de pele Principal causa de morte em dermatologia Pode surgir pele (90%), mucosas, olhos e meninges O melanoma é mais de 20x mais frequente em pessoas de raça branca do que em pessoas negras O risco de melanoma aumenta com a idade, sendo a média atual do diagnóstico aos 63 anos Raro na puberdade (quando ocorre, 50% proveniente de nevos melanocíticos gigantes) Mais frequente no tronco, seguido da cabeça nos homens, e pernas nas mulheres Extensivo superficial 70% de todos os melanomas Idade 30-50 anos Surge por um aumento da produção de melanina na matriz ou pela proliferação de melanóscitos Mácula ou máculo-pápula assimétrica, de bordas irregulares, cores variáveis (castanho, preto, cinza) Localização mais frequente: Homens = tronco; Mulheres = pernas Nodular Variante de maior malignidade e rápida evolução Pior prognóstico Ocorre, em geral, na quinta década Nódulo de cor azul a negra, pode ulcerar e sangrar Tronco, cabeça e pescoço Lentigo maligno-melanoma Forma menos comum, com o melhor prognóstico Idosos Mácula castanha enegrecida Crescimento lento e bordos irregulares Localiza-se principalmente em fase e em áreas expostas Lentiginoso acral Forma mais comum em negros e asiáticos Pouco associado a exposição solar Mácula enegrecida/melanoníquia estriada Regiões palmares, plantares e falanges terminais, podendo ser periunguais e subungueais Melanoníquia estriada É uma pigmentação anormal em faixa que vai da base até a ponta da unha → pode ser acastanhada, cinza ou marrom e em alguns casos pode até ficar preta Suspeitar de melanoma: Cor muito escura; Listra larga; Pigmentação na pele em volta e na cutícula logo abaixo da unha; Aparecimento súbito DERMATOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros Dermatoses eritematoescamosas NOME PATOGENIA CLÍNICA DIAGNÓSTICO TRATAMENTO Dermatite seborreica Desconhecida Do lactente: Escamas aderentes sobre base eritematosa em couro cabeludo → crosta láctea; Manchas aritematoescamosas em face, tronco, áreas de dobras e área inguinal e genitoanal Do adulto: Lesões eritematoescamativas em couro cabeludo, face (sulco nasogeniano, supercílios e glabela), região retroauricular, conduto auditivo externo, região pubiana e axilar No tronco, podem surgir lesões arciformes ou circinadas Pseudotinea – escamas aderentes, espessas e difíceis de destacar Diagnósticos diferenciais: psioríase, pitiríase rósea, dermatite atópica, micoses superficiais, histiocitose Xampu: piritionato de zinco 1%, sulfeto de selênio 1 ou 2,5%, cetoconazol 2% ou ciclopirox-olamina 1%, coaltar 4-5% Loções capilares com corticoide Cremes ou pomadas de corticoide, cetoconazol 2% creme, tacrolimo ou pimecrolimo pomada, análogos de vitamina D3 (calcipotriol e calcitriol) Fototerapia UVB em casos resistentes Casos graves, disseminados ou resistentes: prednisona, tetraciclina 500mg 12/12h por 10 dias + isotretinoína 1mg/kg/dia Lactentes: remover as escamas com óleo mineral; creme de corticoide de baixa potência ou antifúngico; evitar excesso de roupas, preferir as de algodão Psoríase Aceleração do ciclo de proliferação epidérmica Ativação de células dendríticas → liberação de IL-2 e IL-23 Psoríase em placas/vulgar: Placas eritematoinfiltradas com escamas secas branco-prateadas aderidas Curetagem metódica de Brocq: raspagem da lesão → sinal da vela positivo e sinal do orvalho sangrente ou Aupitz positivo Varia conforme a gravidade e forma clínica Corticoide tópico DERMATOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros Ativação de LT pela IL-12 → proliferação celular clonal Ativação de LT pela IL-23 → produção de IL- 17 e IL-22 Cadeia pró-inflamatória Psoríase em gotas/gutata: Pequenas pápulas eritematodescamativas de até 1cm geralmente em tronco e proximal de membros Psoríase invertida: Descamação menos intensa devido à maior umidade e maceração Psoríase eritrodérmica: Eritema intenso + descamação discreta Vasodilatação generalizada → perda de calor → hipotermia Função de barreira prejudicada → desidratação e sepse Psoríase pustulosa de Von Zumbusch: Placas eritematodescamativas + pústulas disseminadas Acrodermatite supurativa de Halloupeau: lesões pustulosas e eritematodescamativas em extremidades dos quirodáctilos e pododáctilos Psoríasepalmoplantar: Placas hiperceratóticas com ou sem fissuras em região palmoplantar, podendo ou não ser associado à psoríase vulgar Análogos da vitamina D – Calcipotriol: ↓ proliferação + induzem a maturação dos queratinóscitos Coaltar 2-5% em pomada ou xampu Fototerapia: atividade antiproliferativa, anti- inflamatória e imunossupressora Sistêmicos para formas moderadas-graves: metotrexate; acicretina; ciclosporina; imunobiológicos Pitiríase Rósea Possível relação com herpes vírus (HHV-7 e HHV-6) – mecanismo imunológico Não contagiosa Início com lesão típica ovalada ou arredondada, eritematoescamosa com bordas discretamente elevadas e descamação na borda interna → medalhão Após 1-2 semanas: novas lesões semelhantes, mas menores, surgem em grande número, geralmente em tronco, região proximal de MM e região cervical Prurido discreto ou ausente Duração 4-8 semanas com regressão espontânea Diagnóstico diferencial: dermatite seborreica, psoríase, dermatofitose, sífilis secundária Geralmente não é necessário pela resolução espontânea Corticoide tópico e anti-histamínicos se prurido Rubra pilar Forma familiar: anomalia congênita da queratinização com provável herança autossômica dominante com penetrância incompleta Forma adquirida: etiologia desconhecida Tipo I: Pápulas eritematosas foliculares que coalescem, formando placas eritematodescamativas de aspecto psoriaseforme, com coloração salmão Tipo II: Hiperqueratose folicular intensa em algumas áreas e descamação em outras áreas, principalmente em MMII Tipo III: Clinicamente igual tipo I Tipo IV: Placas eritematosas bem delimitadas com ceratose folicular evidente em joelhos e cotovelos clínico + biópsia Principal diagnóstico diferencial: psoríase Derivados de Vitamina A – isocreatinoína (0,75-1,5mg/kg/dia) ou acicretina (0,5- 1mg/kg/dia) – cuidado em mulheres em idade fértil! Metotrexate, azatioprina ou ciclosporina em casos refratários Relatos de biológicos – infliximabe e etanercepte (anti TNF-alfa) Corticoide tópico se prurido DERMATOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros Tipo V: lesões eritematosas e hiperqueratóticas, principalmente em topografia folicular; Queratodermia palmoplantar; Lesões esclerodermiformes em dedos Tipo VI: Clinicamente semelhante ao tipo I liquenoide PLEVA: Pápulas eritematoescamosas que evoluem com vesiculação central e necrose hemorrágica Liquenoide crônica: Pápulas liquenoides eritematoacastanhadas sobrepostas por escamas que se destacam por curetagem Forma ulcerada febril de Mucha Habermann: Lesões semelhantes à PLEVA, mas mais intensas, formando pápulas e nódulos edematosos que evoluem com necrose hemorrágica + Sintomas gerais intensos clínico + histopatológico Não há terapia de 1ª escolha Corticoide tópico Fototerapia Tetraciclina, minociclina ou eritromicina por 6-8 semanas Tacrolimo tópico Refratários: prednisona, metotrexato, ciclosporina ou retinoides (acitretina ou isotretinoína Parapsoríase Proliferação de células T CD4+ Quando a proliferação é monoclonal → caracteriza linfoma cutâneo Parapsoríase de grandes placas: Placas eritematosas com descamação discreta predominando em áreas cobertas; Acometimento de mamas e nádegas indicam maior probabilidade de já ser micose fungoide ou de evolução para este linfoma cutâneo Parapsoríase de pequenas placas: Placas eritematodescamativas rosadas ou acastanhadas com infiltração discreta ou ausente; Geralmente em tronco e coxas persistentes; Surgimento de infiltração na lesão pode ser sugestivo de evolução para linfoma cutâneo Clínico + confirmação por biópsia – excluir micose fungoide! Corticoide tópico e, se necessário, fototerapia. Curso crônico Eritrodermia esfoliativa Eritrodermias decorrentes de dermatoses pré-existentes Eritrodermia por exposição a drogas Eritrodermias por linfomas e leucemias Eritrodermias idiopáticas Eritema generalizado insidioso ou súbito + descamação furfurácea ou foliácea + prurido variável Alopecia discreta ou intensa Sintomas gerais – anorexia, febre, calafrios, adenomegalias, descompensação cardíaca (vasodilatação crônica generalizada), anemia, hipoproteinemia Remissões e exacerbações que tendem a persistir por meses a anos Pode haver a complicação com infecção e septicemia Clínico – anamnese Biópsia – 3 fragmentos para aumentar acurácia Exames laboratoriais – hemograma, perfil hepático... De acordo com a causa Fase inicial, sem causa determinada – compressas úmidas, corticoide tópico de baixa potência, hidratantes... Formas idiopáticas sem reposta às medidas iniciais: corticoide sistêmico, imunossupressores (metotrexato, ciclosporina, acitretina, micofenolato...) Se suspeita de psoríase, evitar corticoide sistêmico! Formas graves – internação hospitalar! DERMATOLOGIA | Victória Ribeiro de Medeiros Pênfigos PÉNFICO FOLIÁCEO PÊNFIGO VULGAR PENFIGOIDE BOLHOSO CARACTERÍSTICAS Mais comum no Brasil Autoanticorpos Desmogleína 1 → destruição dos desmossomos → acantólise → bolha na camada granulosa (bem superficial) Bolha intraepidérmica Bolhas rotas = erosões + crostas na pele em áreas seborreicas (face, couro cabeludo, pré-esternal) “fogo selvagem”: lesões queimam muito na exposição solar Mais comum no mundo Desmogleína 3 → destruição dos desmossomos → acantólise → bolha na camada suprabasal Bolhas flácidas (se rompem facilmente) Mais comum e mais benigno Autoanticorpos contra proteínas BP230 e BP180 → membrana basal Sem acantólise Bolha com eosinófilos Bolhas tensas CLÍNICA Sinal de Nikolsky positivo Teste de Aboe-Hansen positivo Mucosas são poupadas! Forma eritrodérmica: toda a superfície corpórea = avermelhada + descamativa Forma frustra: áreas fotoexpostas → diagnóstico diferencial = LES Sinal de Nikolsky positivo Teste de Aboe-Hansen positivo Acomete pele e mucosas (oral 90%): lesões aftosas e muito dolorosas, podem anteceder as lesões cutâneas em meses Aspecto em bife sangrante: avermelhado e brilhoso Predomínio em áreas flexoras 30% mucosas DIAGNÓSTICO Exame anatomopatológico: Camada córnea sobre a bolha Bolha Extensão da epiderme Exame imunofluorescência direta: brilha por toda a epiderme Clínica + teste de Tzanck + biópsia Exame anatomopatológico: Toda a epiderme Bolha sobre a camada basal Camada basal Exame imunofluorescência direta = pênfigo foliáceo Clínica + teste de Tzanck + biópsia Biópsia/exame anatomopatológico: Toda a extensão da epiderme Sem camada basal sob a bolha Presença de eosinófilos Exame imunofluorescência direta: brilha apenas a camda basal TRATAMENTO Predinisona 1mg/kg/dia VO Profilaxia: Ivermectina 200mcg/kg VO dose única ou albendazol 400mg/dia VO por 3 dias Predinisona 2mg/kg/dia Casos refratários: associar imunossupressor (azatiopina; micofenolato de mofetila) Prednisona 0,5mg/kg/dia VO enquanto houver lesões Tópico: clobetasol creme ou pomada 0,5% 2 aplicações/dia Casos mais graves: predinisona 1mg/kg/dia + imunossupressores: dapsona ou metotrexate
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