CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS

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CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS
Visa a restauração dos tecidos lesados, a fim de preservar suas funções.
- É uma propriedade dos tecidos hepáticos e epiteliais.
- Possui conotações distintas.
Cicatrizações:
Primeira intenção:
- Ocorre em feridas sem perdas teciduais e com bordos coaptados como as feridas cirúrgicas.
- Não apresenta tecido de granulação visível.
- Geralmente resulta numa cicatriz aceitável esteticamente.
Segunda intenção:
- Ocorre nas grandes perdas teciduais, após extensos desbridamentos e infecções ou ainda
quando os bordos das feridas estão afastados.
Terceira intenção:
- Acontece quando uma ferida contaminada é deixada aberta para granular.
- Três a sete dias após, na ausência de processos infecciosos, sutura-se.
Fases da cicatrização:
Fase inflamatória ou exsudativa:
- Normalmente dura quatro dias e compreende a hemostasia, migração de leucócitos e
epitelização.
- Hemostasia: contração dos vasos sanguíneos, coagulação, ativação do sistema complemento
e das respostas inflamatórias (minutos) - repleto de leucócitos, eritrócitos, proteínas
plasmáticas, fibrina, macrófagos, plaquetas (horas).
1. Plaquetas:
- Fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF).
Mitogênico para células epiteliais, fibroblastos e endotélio.
- Fator de crescimento beta transformador (TGF- beta).
Regulador dos outros fatores.
Estimula a quimiotaxia das células inflamatórias e a síntese de colágeno.
48 - 96 H: afluxo de neutrófilos e macrófagos.
2. Macrófagos:
- Alfa TGF, Beta TGF, fator de crescimento para fibroblasto (beta FGF), e fator
de crescimento ligado à heparina; IL-1; TNF estimulam a fibroplasia,
angiogênese e a divisão das células epiteliais (também a hipóxia e aumento
do ácido lático).
3. Epitelização:
- A divisão das células escamosas inicia-se nas primeiras 12 horas, com
proliferação das células epiteliais ao longo das bordas e abaixo da crosta de
fibrina.
- É um processo dependente de O2 e cessa quando há um contato das células
dos bordos.
Fase proliferativa:
- De 48 horas após o trauma de 2 a 3 semanas.
- Caracteriza-se pela proliferação de fibroblastos, síntese de colágeno, granulação e contração
da ferida, além da neoformação vascular.
- Co- fatores importantes na síntese do colágeno: O2, ferro, ácido ascórbico, alfa cetoglutarato,
cobre e piridoxina (B6).
- 30 a 50% do colágeno é destruído por macrófagos.
1. Contração:
- É responsabilidade dos miofibroblastos.
- Áreas com excesso de pele tem efeito razoável.
- Desastrosa na face ou dorso da mão.
- A colchicina retarda a contração.
Fase de maturação:
- Inicia-se três semanas após o trauma e perdura por até dois anos.
- Ocorre a formação de um colágeno mais maduro e resistente.
- Acredita-se que uma ferida cutânea cicatrizada apresenta 80% da resistência normal.
Fatores que alteram a cicatrização:
- Presença de corpos estranhos, tecido desvitalizado e infecção.
- Vascularização e aporte de O2 (doenças cardíacas, pulmonares, obstruções vasculares).
- Desnutrição, anemia, DM.
- Corticosteróides: drogas imunossupressoras inibem a fase inflamatória, diminuem o fluxo de
PMN/ macrófagos com consequente diminuição da fibroplasia, do colágeno, da angiogênese
e da epitelização.
Cicatrização e infecção:
- As bactérias alteram a função leucocitária, a angiogênese, a epitelização e a formação do
tecido cicatricial, tornando-o edematoso, hemorrágico e frágil.
CICATRIZAÇÃO ANORMAL DE FERIDAS
Cicatriz hipertrófica:
- Cicatrizes elevadas que permanecem nos limites da ferida original e com frequência
regridem espontaneamente.
- Pode ocorrer em qualquer parte do corpo.
- Feixes estriados de colágeno alinhados no mesmo plano da epiderme.
Quelóide:
- Cicatrizes que crescem além das margens da ferida original.
- Raramente podem desaparecer com o tempo.
- Predisposição genética.
- Tende a ocorrer acima das clavículas no tronco, nos membros superiores e na face.
- Feixes de colágeno mais espessos.
Feridas crônicas que não cicatrizam:
- A cicatrização estaciona na fase inflamatória.
- A presença de enzimas proteolíticas impedem a migração celular e fatores de crescimento.
- Carcinoma espinocelular ( ferida irregular, elevada, de coloração branco perolada).