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Objetivos OBJETIVO 1: Compreender a fisiopatologia do cancer de pulmão e seus principais tipos OBJETIVO 2: Entender a epidemiologia do cancer de pulmão e seus fatores de risco OBJETIVO 3: Entender como ocorre a dependência do tabaco Câncer de Pulmão CARACTERÍSTICAS GERAIS: Definição: condição em que há crescimento de um tecido novo, anormal, autônomo, sem função e com crescimento descontrolado. As neoplasias são divididas em benignas e malignas e se diferem pela capacidade de causar metástases. FISIOPATOLOGIA: O câncer surge a partir do epitélio pulmonar normal, que vai se tronando displásico (célula começa a sofrer alterações na sua morfologia - formato e funcionamento – e o sistema responsável pela correção desses erros (ciclo celular) no organismo vai diminuindo de acordo com o tempo. Logo essas displasias celulares continuam até o aparecimento de células neoplásicas, desenvolvendo assim o tumor, que pode evoluir para metástases CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA: TUMORES CENTRAIS: → Carcinoma de pequenas células e carcinoma epidermoide → Próximos a região hilar, neste caso, realiza-se biopsia endoscópica → Carcinomas de pequenas células respondem a quimioterapia e em geral não são tratáveis por remoção cirúrgica TUMORES PERIFÉRICOS: → adenocarcinoma e carcinoma de grandes células → lesões localizadas longe dos brônquios principais, ou seja, estão mais próximos da pleura. Neste caso realiza-se a biopsia transtorácica por agulha CARCINOMA DE CÉLULAS PEQUENAS: • É o mais agressivo dentre as neoplasias pulmonares • Se associa intimamente com o tabagismo • Corresponde a 20% dos canceres de pulmão • Histologicamente possui células pequenas de citoplasma praticamente ausente e núcleo hiper cromático • É considerado o pior prognóstico, pois é inoperável mesmo em tumores muito pequenos • Pode ser identificado por cultura de escarro • Apresenta boa resposta a radioterapia • É comum manifestar-se clinicamente através das síndromes neoplásicas já que esse tumor é uma massa de células que sintetizam grandes quantidades de hormônios • A maioria dos diagnósticos são realizados quando já há presença de metástases CARCINOMA EPIDERMOIDE/CÉLULAS ESCAMOSA • Também chamado de escamoso ou espinocelular • Fortemente associado ao tabagismo • Mais frequente em países subdesenvolvidos Neoplasias Pulmonares • Pode se manifestar em exames de imagens por meio de cavitações • Localização é central e dentre as neoplasias pulmonares é a mais fácil de ser identificada em cultura de escarro • Focos hemorrágicos • Produção de queratina – perolas de queratina ADENOCARCINOMA: • Tumor de localização periférica com diferenciação glandular • Tipo de neoplasia mais comum em não fumantes • São mutações dos pneumócitos que começam a se multiplicar e podem encher os alvéolos mas sem invadir sua membrana basal. CARCINOMA DE GRANDES CÉLULAS: • Corresponde a 10% das neoplasias pulmonares • É o tipo menos comum • Células pouco diferenciadas FATORES DE RISCO: • Principal é o tabagismo (incluindo tabagismo passivo) • História familiar positiva para câncer de pulmão • Infecções pulmonares de repetição • Exposição à fumaça proveniente da combustão de lenha no domicílio • Doenças pulmonares prévias (DPOC), enfisema etc. • Atividades ocupacionais que envolvam metais, contato direto com fumaça • Poluição ambiental • Exposição ao radônio • Idade avançada EPIDEMIOLOGIA: • A principal causa de mortalidade entre todos os tipos de cânceres. • Em relação a incidência ocupa o 2º lugar no sexo masculino e 4º lugar no sexo feminino • Câncer mais comum no Brasil, em 2018 2,1 milhões de pacientes acometidas e 1,8 milhão de mortes • A maioria dos pacientes quando diagnosticados já possuem metástases QUADRO CLÍNICO: A maioria são assintomáticos Os sintomáticos podem ter: • Tosse seca • Perda ponderal (peso) • Dispneia • Dor torácica • Hemoptise • Dor óssea • Rouquidão SÍNDROMES NEOPLÁSICAS: São síndromes endócrinas que ocorrem concomitantemente com as neoplasias, seja por produção hormonal ou pela compressão gerada pelo crescimento do tumor Síndrome de Horner Sintomas: ptose palpebral (queda da pálpebra superior), miose, anidrose (ausência de suor), enoftalmia (olhos aprofundados) Os sintomas são causados pela compressão pelo tumor no tronco simpático Síndrome de Pancoast Sintomas: dor no ombro e parestesia Causados por um tumor que atinge o plexo braquial Causada por carcinoma broncogênico Síndrome de Veia Cava Superior (VCS) Sintomas: edema em faces e membros superiores, turgência jugular, dispneia que se agrava ao se deitar ou se inclinar Causada pelo crescimento do tumor que leva a obstrução da veia cava Causados por carcinoma broncogênico principalmente NICOTINA E SUA DEPENDÊNCIA: A nicotina é uma substância encontrada em todos os derivados do tabaco (cigarro, charuto, cachimbo, etc) e é uma droga que causa dependência Essa substância psicoativa produz a sensação de prazer, o que pode induzir ao abuso e à dependência Quando presente no SNC, a nicotina exerce seus efeitos interagindo com receptores colinérgicos nicotínicos (localizados nos terminais pré-sinápticos localizados nos terminais dos axônios. Essa ligação induz a abertura de canais iônicos, promovendo o influxo de sódio e cálcio (Na+ Ca+). A estimulação dos receptores colinérgicos nicotínicos (nAchRs) resulta no aumento da liberação de vários neurotransmissores. A nicotina libera acetilcolina, noradrenalina, vasopressina, dopamina e serotonina, essas ações aumentam o estado de atenção e a sensação de prazer e bem-estar Com a inalação contínua o cérebro passa a precisar de doses cada vez maiores para manter o mesmo nível de satisfação inicial. Esse efeito é chamado de tolerância à droga, pois com o passar do tempo o fumante tem a necessidade de consumir cada vez mais nicotina. Referências: • Bases neurofisiológicas da dependência do tabaco - Cleopatra S. PlanetaFábio C. Cruz - https://www.scielo.br/j/rpc/a/MS9HGYmvmGWN DdNCWMXM8bT/?lang=pt#:~:text=No%20SNC%2 C%20a%20nicotina%20exerce,et%20al.%2C%2020 00). • Gould MK, Donington J, Lynch WR, et al. Avaliação de indivíduos com nódulos pulmonares: quando é câncer de pulmão? Diagnóstico e tratamento do câncer de pulmão, 3a ed: diretrizesda prática clínica baseada em evidências do American College of Chest Physicians. Chest 2013; • Instituto Nacional do Câncer (INCA) - https://www.inca.gov.br/estimativa/sintese-de- resultados-e- comentarios#:~:text=C%C3%A2ncer%20de%20pul m%C3%A3o- ,Para%20o%20Brasil%2C%20estimam%2Dse%2C% 20para%20cada%20ano%20do,mil%20mulheres% 20(Tabela%201). https://www.scielo.br/j/rpc/a/MS9HGYmvmGWNDdNCWMXM8bT/?lang=pt#:~:text=No%20SNC%2C%20a%20nicotina%20exerce,et%20al.%2C%202000 https://www.scielo.br/j/rpc/a/MS9HGYmvmGWNDdNCWMXM8bT/?lang=pt#:~:text=No%20SNC%2C%20a%20nicotina%20exerce,et%20al.%2C%202000 https://www.scielo.br/j/rpc/a/MS9HGYmvmGWNDdNCWMXM8bT/?lang=pt#:~:text=No%20SNC%2C%20a%20nicotina%20exerce,et%20al.%2C%202000 https://www.scielo.br/j/rpc/a/MS9HGYmvmGWNDdNCWMXM8bT/?lang=pt#:~:text=No%20SNC%2C%20a%20nicotina%20exerce,et%20al.%2C%202000