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VICTORIA CHAGAS CÂNCER DE PULMÃO VICTORIA CHAGAS CÂNCER DE PULMÃO ❖ EPIDEMIOLOGIA Corresponde a cerca de 13% de todos os novos casos de câncer 85% está associado ao fumo de derivados de tabaco 1ª causa de morte em homens e 2ª em mulheres 3º mais incidente em homens e 4º em mulheres Pico de incidência entre 50-70 anos (apenas 2% são antes dos 40) ❖ FATORES DE RISCO Tabagismo: Cerca de 20% dos fumantes desenvolvem CA e 85% desses casos estão relacionados ao tabaco. As mulheres geralmente possuem mais suscetibilidade aos carcinógenos do tabaco. Fumantes passivos Exposição ocupacional → agentes químicos como arsênio, sílica... Infecção de repetição Poluição Altas doses ou deficiência de vitamina A Fatores genéticos e história familiar Idade ❖ TIPOS CARCINOMAS DE NÃO PEQUENAS CÉLULAS – CNPC (80%) → + comum em fumantes - Localização central ou proximal a árvore traqueobrônquica, mais propensos a ressecção, não respondendo bem a quimioterapia. - Disseminam lentamente para outros órgãos podendo ser detectado precocemente. o Carcinoma escamoso (epidermoide) – 25-30% - Principalmente em homens - Perto ou no hilo (perto de um brônquio) o Adenocarcinoma – 35-40% - Mais comum em não fumantes, mulheres e jovens - Geralmente periférico → capacidade de se espalhar pelos espaços alveolares sem invadir os septos → cresce mais lentamente - Pior prognóstico que o escamoso o Carcinoma de grandes células – 10-15% - Pior prognóstico de todos os CNPC - 9% dos casos - Células pouco diferenciadas CARCINOMA DE PEQUENAS CÉLULAS – CPC (20-25%)→ pior prognóstico (mais agressivo) - Tumor central e hilar que se dissemina rapidamente do pulmão para outros órgãos (geralmente já apresenta metástase quando há o diagnóstico) - Não são ressecáveis, tratados com quimioterapia. - Também chamados de oat-cells ❖ PATOGENIA TABAGISMO: lesões teciduais causadas pela fumaça que dão origem a mutações: - Inativação da p53, pRb e p16 (supressores tumorais) - Superexpressão do KRAS (oncogene) - EGFR – fator de crescimento (proto-oncogene) - EML-4 + CEMET - amplificam a tirosina quinase → proliferação celular - Mecanismos de reparo de DNA como proteínas glutationa-5 e a p450 tem capacidade de inativar carcinógenos, por isso apenas parte dos fumantes desenvolve câncer VICTORIA CHAGAS Nos CPC são comuns mutações → p53 (75-90%); pRb (100%) e MYC No adenocarcinoma → EGFR, ALK e KRAS Mutação de RAS ocorre em 30% dos adenocarcinomas de pulmão; amplificação e expressão aumentada dos oncogenes MYC são observadas em 10-40%dos pacientes com CPCP e em 10% do CPCNP, HER-2 está ativado nos CPCNP, mas não nos CPCP e o Bcl-2 tem sua expressão aumentada principalmente no CPCP. MARCADORES TUMORAIS: CK7, TTF1 METÁSTASES MAIS FREQUENTES: pleura, pulmão oposto, ossos, fígado e suprarrenal. METAPLASIA ESCAMOSA → mudança de epitélio com proliferação das células basais e aumento da quantidade de muco devido células mucosas ocuparem o lugar das ciliadas DISPLASIA → redução/perda da diferenciação das células ❖ SINAIS E SINTOMAS A maioria são assintomáticos até que esteja avançado, mas algumas pessoas podem apresentar: tosse persistente, escarro com sangue (hemoptise), dor no peito, rouquidão persistente, falta de ar (dispneia), perda de peso e apetite, pneumonia recorrente ou bronquite e astenia. SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS (manifestações extrapulmonares secundárias às substancias secretadas pelo tumor ou resultado de anticorpos) o Síndromes endócrinas→ Anorexia, secreção inapropriada de ADH, hipercalemia... o Síndrome de Pancost → tumor invade tórax e causa alteração na sensibilidade (dor) o Síndrome de Horner → quando tumor invadido no tórax (pancost) destrói corpo vertebral acometendo a cadeia simpática e causa conjunto de sintomas q incluem ptose palpebral (pálpebras caídas), miose (constrição da pupila), anidrose (diminuição do suor) e enoftalmia (afundamento do olho). o Síndrome de Eaton-Lambert → diminuição de acetilcolina e causa fraqueza, mialgias, rigidez muscular, sabores metálicos e impotência o Síndrome da veia cava superior → são sinais e sintomas decorrentes da estase venosa no segmento braquiocefálico devido à obstrução da veia cava superior. ❖ RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO RASTREAMENTO: não é recomendado e não existe programa nacional - Apenas direcionado ao público de risco (discutir com paciente benefícios/malefícios) DIAGNÓSTICO: radiografia (1º a pedir), tomografia, endoscopia - Suspeita → melhor exame é tomografia computadorizada helicoidal de baixa dosagem - Exame de escarro (Citopatologia) - Biópsia feita por broncoscopia ou agulha pela parede torácica. ESTADIAMENTO: - T1 (não atingiu brônquio principal; <3 cm) - T2 (envolve brônquio principal; atelectasia; >3cm e <7 cm; invade pleura), - T3 (envolve brônquio principal - atelectasia; >7 cm ou qualquer tamanho) - T4 (qualquer tamanho; invade mediastino, coração, grandes vasos, traqueia, esôfago, corpo vertebral ou nódulos tumorais) METAPLASIA ESCAMOSA DISPLASIA (baixo, médio e alto grau) CARCINOMA CÂNCER DE PULMÃO - PATOLOGIA É um dos cânceres de maior incidência, neoplasia mais prevalente no mundo todo, em ambos os gêneros são a causa mais comum de morte por câncer em homens e mulheres em cerca de 85% dos casos diagnosticados o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco a maioria das neoplasias de pulmão tem origem na camada epitelial Fatores de risco: - Tabagismo; exposição ocupacional a agentes químicos ou físicos; idade avançada (50-70 anos); fatores genéticos; doenças pulmonares obstrutivas crônicas ... Tabagismo e CA de pulmão: risco de neoplasias em tabagistas aumenta 60 vezes quando comparados com fumantes inveterados (2 maços/dia por 20 anos) e não fumantes - substâncias presentes no cigarro são carcinogênicas - alterações na morfologia pulmonar causadas pelo cigarro: antracose, bronquite crônica (inflamação crônica), enfisema (ruptura de paredes celulares e perda de superfície de trocas gasosas), bronquiectasia (dilatação das vias aéreas). o Antracose A antracose pulmonar é um tipo de pneumoconiose caracterizada por lesões no pulmão causadas pela inalação constante de pequenas partículas de carvão ou de poeira que acabam por se alojar ao longo do sistema respiratório, principalmente nos pulmões. Macroscopicamente, pulmões vão ficando acinzentados e com múltiplas manchas negras, as quais representam os agregados de macrófagos com o pigmento Microscopicamente, macrófagos com pigmento negro, antracótico (micropartículas de carbono), no citoplasma, associados com infiltrado inflamatório linfocitário, com congestão vascular e edema ❖ CA DE PULMÃO Macroscopicamente → lesão central e relacionada à grande via aérea; crescimento exofítico para a luz do brônquio (“couve flor”) e infiltração do parênquima adjacentes; lesão branco-acinzentada, infiltrativa e firme, grandes tumores podem ter áreas de necrose, cistificação e hemorragia (Parece um nódulo, invasivo, branco, pode haver com calcificações de padrão amorfo, heterogêneo, excêntrico e salpicado) Neoplasias malignas + comuns do pulmão são os carcinomas (90-95%) 4 subtipos histológicos principais: carcinoma de células escamosas, adenocarcinoma, carcinoma de grandes células e carcinoma de pequenas células (ainda há os tumores mistos → + de um tipo histológico) - Forma de disseminação mais comum: via hematogênica - Órgãos mais comumente afetados: cérebro, fígado, suprarrenais e ossos TIPO ESCAMOSO ADENOCARCINOMA CPC CPCNP ORIGEM - 25-30% - Células epidermoide(revestem o interior das vias aéreas) - 35-40% - Células claviformes (células de clara) ou de pneumócitos do tipo II. - 20-25% - Hiperplasia de células neuroendócrina s na camada mais basal do epitélio brônquico. - 10-15% - Células escamosas ou adenocarcinomas muito indiferenciados. EPIDEMIO - Mais comum em homens que em mulheres - Relacionados ao tabagismo - Mais comum tipo de câncer de pulmão nas mulheres jovens e em não fumantes -Mais incidente nos 60-70 anos, em homens. - Constitui 13% dos casos. Muito associado ao tabagismo. - É o menos frequente (10% dos casos). LOCALIZAÇÃO - Centralmente nos brônquios principais (perto do mediastino) - Periférico - Pode ser central (associado ao tabagismo) - Central, com extensão para o parênquima pulmonar e envolvimento precoce dos linfonodos hilares e mediastinais. - Periférico HISTOLOGIA - Tumores maiores podem apresentar necrose central, originando cavitações - muitas vezes precedidos por metaplasia escamosa → displasia do epitélio brônquico, →carcinoma in situ - variam de neoplasias bem diferenciadas (pérolas de queratina) a mal diferenciadas - Histológico podem assumir variada forma, incluindo a acinar (em forma de glândula papilar, mucinosa (anteriormente chamada bronquioloalveolar mucinosa, que muitas vezes é multifocal e pode se manifestar como uma pneumonia) e o tipo sólido. - Citoplasma escasso; núcleos pequenos hipercromáticos com padrão de cromatina fina; nucléolos indistintos - Abundante citoplasma; núcleo pleomórficos grande com padrão de cromatina grosseiro; nucléolo frequentemente proeminente; arquitetura glandular ou escamosa CURSO CLÍNICO E PROGNÓSTICO - Lesão (pequena tumoração endobrônquica obstrutiva até grandes massas que sofrem cavitação e hemorragia). - Melhor prognósticos dentre os CPCNP - Crescem lentamente e formam massas menores do que os outros subtipos tumorais, mas eles tendem a sofrer metástase amplamente ainda em um estágio inicial de desenvolvimento. - A neoplasia é altamente maligna e a que tem o pior prognóstico entre os tumores pulmonares. - Diversas manifestações paraneoplásica s. - Melhor prognóstico que os CPC - Comportamento altamente agressivo, evoluindo rapidamente para óbito. o ADENOCARCINOMA TIPO BRONQUIALVEOLAR (lepídico) Originado nas regiões bronquioalveolares terminais e se estende pelos septos alveolares. Dissemina apenas nos alvéolos Ocorrem igualmente em homens e mulheres, não são associados ao tabagismo e o prognóstico é favorável após ressecção de nódulo solitário Prognóstico melhor que os outros, pois, é bem diferenciado, crescimento lento e preserva estrutura geral do pulmão Difere dos demais pois seu crescimento acompanha revestimento das estruturas enquanto os outros crescem para o lúmen. Sintomas: tosse, expectoração mucoide, dispneia, perda de peso, hemoptise e febre. Seu sintoma bem característico é a broncorreia (escarro aquoso em excesso) – porem é incomum e está presente em estágios avançados. o SÍNDROME DA VEIA CAVA Obstrução ao fluxo sanguíneo na veia cava superior → Associado ao CPCP Os sintomas mais comuns são: sensação de aumento de volume da cabeça e dispneia. A tosse, dor e dispneia são menos frequentes. Os principais sinais clínicos incluem dilatação de veias do pescoço, circulação colateral na parede torácica anterior, edema facial e, em extremidades superiores o TUMOR DE PANCOAST Tumores apicais, em geral CPCNP (tumor de Pancoast). A síndrome de Pancoast ocorre quando invadem o plexo braquial, a pleura ou arcos costais, desencadeando dor no ombro ou nas extremidades superiores e fraqueza ou atrofia da mão. A síndrome de Pancoast também pode incluir a síndrome de Horner.
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