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APG 20 - SOI III - SOFRIMENTO

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APG 20 - Sofrimento 
 
Objetivos: 
 Descrever a epidemiologia, etiologia, 
fisiopatologia e fatores de risco do câncer de 
pulmão. 
 Explicar as classificações, manifestações 
clínicas, diagnóstico e tratamento do câncer de 
pulmão. 
 Entender o que é síndrome paraneoplásica. 
 Entender a relação do tabagismo como câncer 
de pulmão. 
 
Câncer de pulmão 
Etiologia 
O câncer pulmonar (p. ex., carcinoma 
broncogênico) origina-se do epitélio respiratório. O 
câncer pulmonar é dividido em dois grandes grupos 
histológicos: câncer pulmonar de célula não 
pequena (CPCNP) e câncer pulmonar de célula 
pequena (CPCP). CPCNP é responsável por, 
aproximadamente, 85% de todos os cânceres 
pulmonares. 
Epidemiologia 
O câncer de pulmão é responsável por 
aproximadamente 13% de todos os tipos de câncer; 
mais de 1,1 milhão de casos de câncer de pulmão 
são diagnosticados anualmente e mais de 1 milhão 
de mortes são causadas por esta doença. Nos 
Estados Unidos, 28% de todas as mortes anuais por 
câncer (30% em homens, 26% em mulheres) 
ocorrem em função do câncer pulmonar; o câncer 
pulmonar é a principal causa de morte por câncer 
tanto em homens quanto em mulheres. 
Dados de 2018 mostram que no Brasil havia cerca 
de 2,1 milhões de casos de câncer de pulmão, e que 
nesse mesmo ano ocorreram 1,8 milhões de mortes 
devido à doença, Além disso, dados mostram que a 
sobrevida em 5 anos de pacientes com câncer de 
pulmão é de 18%, ou seja, em cada 100 
diagnosticados, após 5 anos, apenas 18 estarão 
vivos. 
Fatores de risco 
 Tabagismo (aumenta o risco do câncer em 20x) 
 
 
 
 Fumantes passivos 
 A OMS estima que o Câncer de Pulmão em 
Não Fumantes ocorra em 25% dos casos de 
câncer de pulmão no mundo (estimativa que cai 
para 10%-15% em países ocidentais). Esses 
tumores ocorrem com maior prevalência em 
mulheres, e a maioria é de adenocarcinomas. 
Apresentam alta ocorrência de mutações no 
EGFR, e quase nunca têm mutações KRAS. 
 Ocupacional (pessoas que são expostas 
diariamente a poluentes como amianto, 
radônio, níquel, cromo etc..) 
 Histórico familiar positivo para o câncer de 
pulmão. 
 Infecções pulmonares de repetição 
 Doenças pulmonares prévias como a DPOC 
 Portadores de HIV 
 Idade avançada 
Fisiopatologia 
O desenvolvimento de câncer de pulmão é o 
resultado de um processo em múltiplas etapas 
desde uma lesão pré-maligna até o câncer de fato, 
após vários anos. O cigarro e outros carcinógenos 
promovem alterações sequenciais genéticas e 
epigenéticas que resultam na perda do controle 
normal dos mecanismos de crescimento celular. 
Essas alterações afetam 
(1) os oncogenes, que são homólogos aos genes 
celulares normais e, quando sofrem mutação, 
resultam na ativação e ganho de função; (2) os 
genes supressores de tumor, que são genes “do 
câncer”, nos quais a perda de função por mutação 
remove a inibição do controle do crescimento 
celular e (3) os fatores de crescimento. 
 Oncogenes 
Os oncogenes que desempenham um papel na 
patogênese do câncer pulmonar incluem: ras, a 
família myc, HER-2/neu (ERBB2) e Bcl-2. A 
família ras de oncogenes tem três membros 
primários (H-ras, K-ras e N-ras), um dos quais, o 
K-ras, é ativado por mutações pontuais no códon 
12 das células do câncer de pulmão. A mutação 
ocorre em 30% dos adenocarcinomas de 
pulmão, mais frequentemente nos pacientes com 
histórico de tabagismo, mas não é observada nos 
CPCP (câncer pulmonar de células pequenas). 
Pacientes com mutação K-ras têm um 
prognóstico mais reservado, estágio por estágio. 
A amplificação e superexpressão dos oncogenes da 
família myc (a-myc, L-myc, N-myc) são 
observadas em 10% a 40% dos CPCP e em 10% 
dos CPCNP. O gene mais frequentemente 
alterado, contudo, é o c-myc, cuja amplificação 
nos tumores CPCP que recidivam está associada 
a menor sobrevida. Entretanto, a expressão 
aumentada do oncogene myc não está presente na 
maioria dos cânceres de pulmão, o que sugere que 
o aumento em sua expressão não é um evento 
primário. O gene HER-2/neu (ERBB2), que 
codifica o receptor para o fator de crescimento ou 
p185 neu (uma glicoproteína tirosina quinase), está 
ativado nos CPCNP, mas não nos CPCP. A 
expressão aumentada de HER-2/neu em pacientes 
com adenocarcinoma de pulmão pressagia uma 
sobrevida curta. Bcl-2, um oncogene que codifica 
uma proteína que inibe a morte celular programada 
(apoptose), também é superexpressado no câncer 
de mama, especialmente nos CPCP. 
 Genes Supressores de Tumor 
Os genes supressores de tumor incluem p53, Rb e 
3p. A mutação do p53 está correlacionada com o 
tabagismo e tem sido detectada em lesões 
pulmonares pré-neoplásicas. As mutações do p53 
são comuns tanto no CPCNP (≈50%) como no 
CPCP (≈80%). No CPCP, Rb geralmente sofre 
mutação ou é deletado, então, a proteína Rb não é 
expressa em 90% no CPCP. No CPCNP, Rb é 
normalmente expressa, mas, quando Rb está 
fosforilada, a divisão celular descontrolada pode 
ocorrer no CPCNP. Uma das anormalidades mais 
precoces no câncer de pulmão ocorre com a deleção 
de material genético no braço curto do cromossomo 
3(3p) (p14-p23). A deleção acontece em 
aproximadamente 50% dos CPCNP e 90% dos 
CPCP. O gene FHIT (tríade da histidina frágil) 
(3p14.2) está anormal em muitos cânceres de 
pulmão e pode funcionar como um gene supressor 
de tumor por suprimir o crescimento tumoral e 
induzir apoptose. 
 Fatores de Crescimento 
Os fatores de crescimento secretados pelas 
células do câncer de pulmão podem refletir-se 
nas células adjacentes ou regionais (estimulação 
parácrina) ou produzir proliferação autônoma 
das células que os secretaram (estimulação 
autócrina). As células que são afetadas por essa 
estimulação autócrina secretam um fator de 
crescimento biologicamente ativo. Os anticorpos 
que se ligam a este fator de crescimento inibirão o 
crescimento celular. Os fatores de crescimento 
(peptídeos) autócrinos que são importantes no 
crescimento das células do câncer de pulmão, 
particularmente CPCP, incluem o peptídeo 
liberador de gastrina (GRP, do inglês, gastrin- 
releasing peptide), o fator de crescimento 
insulina-símile tipo I (IGF-I) e o fator de 
crescimento de hepatócito. O oncogene c-erB-1 
codifica o receptor do fator de crescimento 
epidérmico (EGFR, do inglês, epidermal growth 
factor receptor), uma glicoproteína tirosina quinase 
de 170 kDa. A ativação do EGFR inicia a 
autofosforilação do receptor e, eventualmente, 
induz a proliferação do ciclo celular. 
Em suma, as alterações epiteliais iniciam com 
hiperplasia das células basais, metaplasia 
escamosa, progredindo para displasia escamosa 
e carcinoma in situ até atingir o estágio de 
câncer invasivo. Os tipos histológicos com maior 
associação à exposição ao tabaco são carcinoma 
epidermoide e carcinoma de pequenas células. 
Manifestações clínicas 
Cerca de 15% dos pacientes nos quais o câncer de 
pulmão é diagnosticado são inicialmente 
assintomáticos. O diagnóstico, geralmente, é feito 
incidentalmente em uma radiografia torácica obtida 
por outras razões (p. ex., um exame pré-
operatório). Entretanto, a maioria dos pacientes 
tem sintomas e sinais que são (1) causados pela 
lesão pulmonar propriamente dita - crescimento 
local do tumor, invasão ou obstrução; (2) 
intratorácicos - disseminação regional do tumor 
para os linfonodos e estruturas adjacentes; (3) 
extratorácicos - disseminação distante da doença 
e (4) síndromes paraneoplásicas. Sinais e 
sintomas inespecíficos de câncer de pulmão 
incluem anorexia em cerca de 30% dos 
pacientes, perda de peso, fadiga em um terço dos 
pacientes e anemia e febre em 10% a 20% dos 
pacientes. Mais de 80% dos pacientes têm, 
inicialmente, três ou mais sintomas ou sinais como 
resultado do câncer de pulmão. 
Esses carcinomas são geralmente silenciosos e, 
muitas das vezes, as lesões insidiosas se espalham 
demodo que se tornam irressecáveis antes mesmo 
de produzir sintomas. O curso clínico desta 
patologia inclui tosse, rouquidão, falta de ar, 
hemoptise, dor torácica e perda de peso. A tosse 
crônica e expectoração apontam para tumores 
localizados e ressecáveis, entretanto, existem 
alguns sinais que alertam para um prognóstico mais 
sombrio, podendo-se citar: Rouquidão; 
Dor/pressão torácica; Síndrome da veia cava 
superior; Derrame pericárdico; Atelectasia 
segmentar persistente; Pneumonia. 
Classificações 
A maioria (cerca de 95%) dos tumores pulmonares 
primários é de carcinomas originados dos tecidos 
pulmonares. Os casos restantes (5%) constituem 
um grupo diverso que inclui tumores carcinoides 
brônquicos (tumores neuroendócrinos), tumores 
das glândulas brônquicas, fibrossarcomas e 
linfomas. O pulmão também é um órgão acometido 
frequentemente por metástases de cânceres 
originados em outras partes do corpo. Há pouco 
tempo, os cânceres de pulmão passaram a ser 
classificados como tumores agressivos ou não 
agressivos, localmente invasivos, e metastáticos 
amplamente disseminados, oriundos do 
revestimento epitelial dos brônquios primários. 
Esses tumores começam como diminutas lesões 
da mucosa, que podem ter um dentre vários 
padrões de crescimento. As lesões podem 
formar massas intraluminares que invadem a 
mucosa brônquica e infiltram os tecidos 
conjuntivos peribrônquicos, ou podem produzir 
massas volumosas que se estendem aos tecidos 
pulmonares adjacentes. Alguns tumores 
volumosos sofrem necrose central e 
desenvolvem áreas localizadas de hemorragia, 
enquanto outros invadem a cavidade pleural e a 
parede torácica, e espalham-se para as 
estruturas intratorácicas adjacentes. Todos os 
tipos de câncer do pulmão, especialmente o 
carcinoma pulmonar de pequenas células, têm 
condições de sintetizar produtos bioativos e causar 
síndromes paraneoplásicas. Essas síndromes são 
resultado da produção ectópica de peptídios 
hormonais pelo tumor ou da formação de 
autoanticorpos liberados em resposta ao tumor. Em 
geral, as síndromes paraneoplásicas têm etiologia 
endócrina, neurológica e/ou imune. 
O câncer de pulmão geralmente é subdividido em 
quatro grupos principais, com taxas de incidência 
próprias em cada grupo. Isso inclui carcinoma 
pulmonar espinocelular (25 a 40%), 
adenocarcinomas (20 a 40%), carcinoma de 
pequenas células (20 a 25%) e carcinoma de 
células grandes (10 a 15%). Com as finalidades 
de estadiamento e tratamento, os cânceres 
pulmonares geralmente foram subclassificados em 
CPPC e CPCNP.9 A razão principal dessa 
classificação é que a maioria dos CPPC 
apresentava metástases por ocasião do diagnóstico 
e, consequentemente, não podia ser tratada 
cirurgicamente. Pode haver misturas de padrões 
histológicos, inclusive no mesmo tumor. Portanto, 
combinações de carcinoma de células escamosas 
e adenocarcinoma ou de carcinomas de 
pequenas células e de células escamosas 
ocorrem em aproximadamente 10% dos 
pacientes. A incidência do adenocarcinoma 
aumentou significativamente nas últimas 2 
décadas. O adenocarcinoma é, atualmente, a forma 
mais comum de câncer de pulmão em mulheres, 
isso pode ocorrer devido ao aumento do número de 
mulheres tabagistas, ou de alterações no tipo de 
cigarro (pontas dos filtros, baixo alcatrão e 
nicotina) que levaram os fumantes a inalar mais 
profundamente e, consequentemente, a expor mais 
as vias aéreas periféricas e as células (com uma 
predileção pelo adenocarcinoma) a carcinógenos. 
 Cânceres pulmonares de pequenas 
células 
Os CPPC caracterizam-se por um tipo celular 
distintivo, isto é, células redondas ou ovais 
pequenas com tamanho semelhante ao de um 
linfócito. As células proliferam em grupos que não 
demonstram organização glandular ou escamosa. 
Exames de microscopia eletrônica revelam a 
existência de grânulos neurossecretórios em 
algumas células do tumor, que são semelhantes 
aos encontrados no epitélio brônquico do feto ou 
do recém-nascido. Esses grânulos sugerem a 
possibilidade de que alguns desses tumores 
secretem hormônios polipeptídicos. Marcadores 
neuroendócrinos, como enolase específica dos 
neurônios, peptídio semelhante ao 
paratormônio e outros produtos hormonais 
ativos, sugerem que esses tumores podem ter 
origem nas células neuroendócrinas do epitélio 
brônquico. Esse tipo de célula está diretamente 
associado ao tabagismo e somente em casos raros é 
observado em indivíduos que nunca fumaram. 
Os CPPC são altamente malignos, tendem a 
causar infiltrados difusos, disseminam em estágios 
precoces de sua evolução e quase nunca são 
operáveis. Metástases cerebrais são 
especialmente comuns e podem ser as primeiras 
manifestações do tumor. Esse tipo de câncer 
pulmonar está associado a várias síndromes 
paraneoplásicas, inclusive síndrome de secreção 
inadequada de hormônio antidiurético (SSIADH), 
síndrome de Cushing associada à secreção ectópica 
de hormônio adrenocorticotrófico e síndrome de 
Eaton-Lambert (um distúrbio neuromuscular). 
 
 Cânceres pulmonares de células não 
pequenas 
Os CPCNP incluem carcinomas espinocelulares, 
adenocarcinomas e carcinomas de células 
grandes. Como também ocorre com os CPPC, 
esses cânceres podem sintetizar produtos 
bioativos e causar síndromes paraneoplásicas. 
 Carcinoma espinocelular 
 É diagnosticado mais comumente nos homens e 
está relacionado com a história de tabagismo. 
Esse tipo de carcinoma tende a originar-se dos 
brônquios centrais, como uma proliferação 
intraluminar e, por isso pode ser diagnosticado 
mais precocemente pelo exame citológico do 
escarro, em comparação aos outros tipos de 
câncer do pulmão. O carcinoma espinocelular 
busca disseminar-se centralmente aos brônquios 
primários e aos linfonodos hilares e, nos estágios 
mais avançados que com os outros cânceres 
broncogênicos, espalha-se para fora do tórax. O 
carcinoma espinocelular está associado às 
síndromes paraneoplásicas que causam 
hipercalcemia. 
As lesões precursoras que originam o carcinoma de 
células escamosas invasivo são bem caracterizadas. 
Frequentemente são precedidos por metaplasia 
escamosa ou displasia do epitélio brônquico, que 
então se transforma em um carcinoma in situ, uma 
fase que pode durar vários anos pois a lesão é 
assintomática e não detectável em radiografias. 
Quando aparece um carcinoma de células 
escamosas invasivo, o tumor pode, então, seguir 
uma variedade de caminhos. Ele pode crescer de 
forma exofítica dentro da luz brônquica, 
produzindo uma massa intraluminal. Com o 
aumento subsequente, o brônquio fica obstruído, 
causando atelectasia distal e infecções. O tumor 
também pode penetrar nas paredes dos 
brônquios e infiltrar o tecido peribrônquico, 
atingindo a carina ou o mediastino. Em outros 
casos, o tumor cresce ao longo de uma frente 
ampla para produzir massa 
intraparenquimatosa em forma de couve-flor, 
que empurra a substância pulmonar à sua 
frente. Como em quase todos os tipos de câncer de 
pulmão, o tecido neoplásico é branco-
acinzentado e firme a endurecido. Especialmente 
quando os tumores são volumosos, as áreas focais 
de hemorragia ou necrose podem parecer produzir 
um pontilhado vermelho ou amarelo-
esbranquiçado e ecimento. Algumas vezes, esses 
focos necróticos são cavitados. O tumor é 
caracterizado pela presença de queratinização e/ou 
pontes intercelulares. A queratinização pode 
assumir a forma de pérolas córneas ou células 
individuais com citoplasma denso e 
acentuadamente eosinófilo. Esses aspectos são 
proeminentes nos tumores bem diferenciados, são 
facilmente vistos, mas não são extensos em 
tumores moderadamente diferenciados, e são vistos 
focalmente nos tumores pouco diferenciados. A 
atividade mitótica é maior nos tumores pouco 
diferenciados. 
O tumor branco-acinzentado infiltra o parênquima 
pulmonar. Secções histológicas identificamesse 
tumor como carcinoma de células escamosas. 
 
 Adenocarcinoma 
 Hoje em dia, adenocarcinoma é o tipo mais comum 
de câncer de pulmão nos EUA. A associação desse 
tipo de câncer ao tabagismo é menos evidente que 
a do carcinoma espinocelular. O adenocarcinoma 
de pulmão é mais comum nas mulheres e em não 
fumantes. Os adenocarcinomas podem originar-
se dos tecidos bronquiolares ou alveolares do 
pulmão. Esses tumores tendem a se localizar 
mais perifericamente que os carcinomas 
espinocelulares e, em alguns casos, estão 
associados a áreas de retração fibrótica. Essas 
áreas podem ser ocasionadas por infartos 
antigos, corpos estranhos metálicos, feridas e 
infecções granulomatosas, inclusive 
tuberculose. Em geral, os adenocarcinomas têm 
prognóstico mais desfavorável que os 
carcinomas espinocelulares nos estágios 
correspondentes. 
O Adenocarcinoma é um tumor maligno, bastante 
invasivo, que conta com diferenciação glandular ou 
produção de mucina por suas células. É o 
carcinoma pulmonar de células não pequenas mais 
prevalente. Em geral, têm crescimento lento e 
tamanho diminuído em comparação com outros 
tipos tumorais, mas tendem a sofrer metástase 
ainda nos estágios iniciais de desenvolvimento. 
Pode ocorrer disseminação para o cérebro (com 
maior frequência), para os ossos, fígado e para as 
adrenais. Classificado em: 
• Acinar: estruturas glandulares com formação de 
lúmen; glândulas redondas/ ovais invadindo o 
estroma (geralmente fibroso). 
• Lepídico: proliferação na parede alveolar; pouca 
complexidade arquitetônica; sem invasão 
linfovascular ou perineural. 
• Papilar: crescimento longo de eixo 
fibroconjuntivo; células cuboidais/colunares 
malignas substituem o revestimento alveolar; 
contém núcleos fibrovasculares. 
• Micropapilar: arranjo papilar sem eixo 
fibroconjuntivo; projeção/tufagem mal definida 
sem núcleos fibrovasculares (pior prognóstico). 
• Sólido: arranjo sólido com positividades para 
marcadores de pneumócitos à IH (TTF1, Napsin-
A); camadas de células neoplásicas (pior 
prognóstico). 
• Mucinoso (variante): mucina intracitoplasmática. 
Anteriormente chamada bronquioloalveolar 
mucinosa; tende a se espalhar pelos espaços aéreos, 
formando tumores satélites. Estes podem surgir 
como nódulos solitários ou múltiplos, ou 
comprometer um lobo inteiro (menor probabilidade 
de cura por cirurgia). 
Adenocarcinoma in situ, subtipo mucinoso. O 
crescimento característico ao longo do septo alveolar 
preexistente é evidente, sem invasão. 
 Carcinoma de células grandes 
 Caracteriza-se por células poligonais volumosas. 
Esses tumores constituem um grupo de neoplasias 
altamente anaplásicas e difíceis de classificar como 
carcinomas espinocelulares ou adenocarcinomas. 
Os carcinomas de células grandes tendem a ocorrer 
na periferia dos pulmões e invadir brônquios 
segmentares e vias respiratórias mais calibrosas. Os 
tumores desse tipo têm prognóstico desfavorável, 
em razão de sua tendência a produzir focos 
metastásticos distantes em estágios iniciais de sua 
evolução.As células tipicamente apresentam 
núcleos grandes, nucléolos proeminentes e 
quantidade moderada de citoplasma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Variantes histológicas do carcinoma pulmonar. A, 
Adenocarcinoma formando uma glândula; o 
detalhe mostra a expressão do fator de transcrição 
da tireoide-1 (TTF-1), conforme detectado pela 
imuno-histoquímica. B, Carcinoma de células 
escamosas bem-diferenciado, mostrando 
queratinização (setas). 
 
 
 
O carcinoma de grandes células é um diagnóstico 
de exclusão, já que não expressa os marcadores 
associados com o adenocarcinoma (TTF-1, napsina 
A) e o carcinoma de células escamosas (p63, p40). 
Uma variante histológica é o carcinoma 
neuroendócrino de grandes células, que tem 
características moleculares similares àquelas que 
caracterizam o carcinoma de pequenas células, mas 
é composto por células tumorais de maior 
tamanho.Qualquer tipo de carcinoma pulmonar 
pode se estender à superfície pleural e, então, para 
o interior da cavidade pleural ou pericárdio. As 
metástases para os linfonodos traqueais, 
brônquicos e mediastinais podem ser encontradas 
na maioria dos casos. A frequência de 
envolvimento nodal varia discretamente com o 
padrão histológico, mas em média é maior do que 
50%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C, Carcinoma de pequenas células. Há ilhas de 
pequenas células fortemente basofílicas e áreas de 
necrose. D, Carcinoma de grandes células. As 
células cancerígenas são pleomórficas e não 
mostram evidências de diferenciação glandular ou 
escamosa. 
 
 
 
 
Estadiamento 
Um sistema TNM uniforme para estadiamento de 
câncer em relação à sua extensão anatômica no 
momento do diagnóstico é útil, particularmente 
para comparar os resultados terapêuticos de 
diferentes centros. 
 
Curso Clínico 
O câncer de pulmão é uma das neoplasias mais 
insidiosas e agressivas do domínio da oncologia. 
Num caso usual, ele é descoberto em pacientes por 
volta dos 50 anos de idade ou mais, cujos sintomas 
têm vários meses de duração. As principais queixas 
de apresentação são tosse (75%), perda 
 
 
 
 
 
Em relação ao estadiamento: 
 Pacientes do 0 até o IIB é 
recomendado o tratamento cirúrgico, 
sendo curativo na maioria das vezes. 
 Pacientes do estadio IIIA é 
individualizado podendo ser realizado 
(quimioe após cirurgia ou a cirurgia 
sendo realizada primeiro e após isso a 
quimio, e também é recomendada a 
IMUNOTERAPIA) 
 Pacientes do estadio IIIB: 
tratamento não cirúrgico (radio, quimio, 
imunoterapia) e tratamentos paliativos. 
 
 
 
 
 
 
de peso (40%), dor torácica (40%) e dispneia 
(20%). O tumor é descoberto pela sua 
disseminação secundária, durante a investigação de 
uma neoplasia suspeita primária ou metastática em 
outra localização. Os sintomas das metástases 
dependem do local, por exemplo, dores nas costas 
em metástases ósseas, dores de cabeça, 
hemiparesia, lesão do nervo craniano e convulsões 
em metástases cerebrais. 
Assim como outros tipos de câncer, o de pulmão 
causa sinais e sintomas inespecíficos como 
anorexia e emagrecimento. Uma vez que seus 
sintomas são parecidos com aqueles associados ao 
tabagismo e à bronquite crônica, tais queixas 
geralmente não são levadas em consideração. 
Muitos pacientes que se apresentam com indícios 
de um câncer de pulmão já têm metástases. Os 
sítios mais comuns dessas metástases são encéfalo, 
ossos e fígado. 
 
Diagnóstico e tratamento 
O diagnóstico do câncer de pulmão baseia-se na 
história e no exame físico detalhados, bem como 
em outros exames, incluindo radiografias do tórax, 
broncoscopia, exames citológicos do escarro ou 
lavados brônquicos, biopsia dos tecidos 
pulmonares por agulha percutânea e biopsia de 
linfonodo escalênico. TC (utilizada para avaliar se 
o câncer de pulmão está presente nos linfonodos do 
hilo ou mediastinais, fígado e glândulas adrenais, 
RM e ultrassonografia são usadas para localizar as 
lesões e avaliar a extensão da doença. A tomografia 
por emissão de pósitrons (PET) é uma alternativa 
não invasiva (usa a 2-[18F]fluoro-2-desoxi-D-
glicose para identificar áreas de aumento de 
metabolismo de glicose nos tumores de pulmão, é 
mais sensível que a TC no estadiamento do câncer 
de pulmão; ela tem uma sensibilidade de 83%, 
especificidade de 96%) para detectar lesões 
metastáticas do mediastino ou de estruturas 
 
 
 
 
 
 
 
 
distantes. Os pacientes com CPPC também devem 
fazer TC ou RM do encéfalo para detectar 
metástases. 
Imagens diagnósticas: 
 
 
Tratamento - Esquema 
 
EGFR = receptor do fator de crescimento 
epidérmico; PFS-HR = proporção prejudicial da 
sobrevida livre de progressão *Todos os regimes de 
quimioterapia incluem cisplatina ou carboplatina. 
O segundo medicamento utilizado como parte doregime pode incluir etoposídeo, paclitaxel, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
docetaxel, vinorelbina, gencitabina ou irinotecano. 
A irradiação craniana profilática é recomendada 
para todos os pacientes com uma resposta completa 
para a terapia inicial. 
 
Síndrome Paraneoplásica 
Os carcinomas de pulmão podem ser associados a 
várias síndromes paraneoplásicas, algumas das 
quais podem preceder o desenvolvimento de uma 
lesão pulmonar detectável. Os fatores hormonais 
ou semelhantes a hormônios elaborados incluem: 
• Hormônio antidiurético (ADH, do inglês, 
antidiuretic hormone), induzindo hiponatremia 
decorrente de secreção inapropriada de ADH. 
• Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH, do 
inglês, adrenocorticotropic hormone), produzindo 
síndrome de Cushing. 
• Paratormônio, peptídio relacionado ao hormônio 
da paratireoide, prostaglandina E e algumas 
citocinas, todos implicados na hipercalcemia 
frequentemente observada no câncer de pulmão. 
• Calcitonina, causando hipocalcemia. 
• Gonadotrofinas, causando ginecomastia. 
• Serotonina e bradicinina, associadas à síndrome 
carcinoide. 
A incidência de síndromes clinicamente 
significativas relacionadas a esses fatores em 
pacientes com câncer de pulmão varia de 1% a 
10%, embora uma proporção muito maior de 
pacientes exiba níveis séricos elevados destes (e 
outros) peptídios hormonais. Qualquer tipo 
histológico de tumor pode, ocasionalmente, 
produzir qualquer um desses hormônios, porém 
os tumores que produzem ACTH e ADH 
predominantemente são carcinomas de 
pequenas células, enquanto aqueles que 
produzem hipercalcemia na maioria das vezes 
são carcinomas de células escamosas. 
Outras manifestações sistêmicas do carcinoma de 
pulmão incluem a síndrome miastênica de Eaton-
Lambert, na qual a fraqueza muscular é causada por 
autoanticorpos (possivelmente estimulados por 
canais iônicos do tumor) dirigidos contra o canal de 
cálcio neuronal; neuropatia periférica, geralmente 
puramente sensorial; anormalidades 
dermatológicas, incluindo acantose nigricans; 
anormalidades hematológicas, como reações 
leucemoides, estados de hipercoagulabilidade 
como a síndrome de Trousseau (trombose de veias 
profundas e tromboembolismo); e, finalmente, uma 
anormalidade peculiar do tecido conjuntivo 
chamada osteoartropatia pulmonar hipertrófica, 
associada ao baqueteamento digital. 
Os cânceres de pulmão apicais no sulco pulmonar 
superior tendem a invadir as estruturas neurais ao 
redor da traqueia, incluindo o plexo simpático 
cervical, e produzem um grupo de achados clínicos 
que incluem dor severa na distribuição do nervo 
ulnar e a síndrome de Horner (enoftalmia, ptose 
palpebral, miose e anidrose) no mesmo lado da 
lesão. Esses tumores também são chamados de 
tumores de Pancoast. 
Entender a relação do tabagismo como 
câncer de pulmão 
Estima-se que o tabagismo seja responsável por 
aproximadamente 85% a 90% de todos os casos de 
câncer de pulmão, sendo 90% de casos em homens 
e 80% em mulheres. Já foram identificados mais de 
40 carcinógenos no cigarro. O risco de 
desenvolvimento de câncer de pulmão está 
correlacionado com o número de cigarros fumados 
ao dia, duração do hábito no tempo de vida, idade 
de início do tabagismo, grau de inalação, conteúdo 
de alcatrão e nicotina nos cigarros e uso de cigarros 
sem filtro. Se uma pessoa que nunca fumou na vida 
tem uma taxa de risco relativo para o 
desenvolvimento de câncer de pulmão de 1, os 
fumantes que fumam menos de ½ pacote de 
cigarros/dia, a um pacote/dia, um a dois pacotes/dia 
e mais que dois pacotes/dia têm uma taxa de risco 
de 15, 17, 42 e 64, respectivamente. A taxa de risco 
para ex-fumantes é dependente da duração de 
abstinência do hábito de fumar; para alcançar uma 
taxa de risco de 1,5 a 2,0, é preciso uma abstinência 
de aproximadamente 30 anos. Fumar cachimbo e 
charuto também constitui fatores de risco para 
câncer de pulmão, mas acredita-se que este risco 
seja menor que aquele associado ao cigarro, 
possivelmente porque esses produtos do tabaco 
tenham a tendência a serem inalados menos 
profundamente que o cigarro. A exposição à 
fumaça de cigarro no ambiente (i.e., fumo passivo) 
por não fumantes, especialmente no local de 
trabalho, aumenta o risco de desenvolvimento de 
câncer de pulmão. A exposição a níveis de fumaça 
de cigarro no ambiente depende do tamanho do 
espaço fechado e da intensidade da fumaça de 
cigarro. Diagnósticos diferenciais: Pneumonia, 
tuberculose, infecção fúngica, abcessos 
pulmonares.

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