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FUNDAMENTOS DE DIREITO DO TRABALHO E LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA Aula 2: O direito fundamental ao trabalho: fontes, objeto, sujeitos Apresentação Estudaremos as noções básicas da Legislação Trabalhista, abordando o trabalho como direito humano e fundamental. Conheceremos os sujeitos das relações de trabalho e as fontes formais e materiais em matéria trabalhista. Trataremos ainda da abordagem correlata dos aspectos normativos da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) como fontes do Direito do Trabalho. Objetivos Identi�car as peculiaridades dos sujeitos da relação de trabalho; Examinar as principais fontes formais em matéria trabalhista; Examinar as principais fontes materiais em matéria trabalhista. O trabalho como direito humano e fundamental A Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelece que “[...] toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego” (1948, art. 23º). Segundo o Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais: 1. Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito ao trabalho, que compreende o direito de toda pessoa de ter a possibilidade de ganhar a vida mediante um trabalho livremente escolhido ou aceito, e tomarão medidas apropriadas para salvaguardar esse direito. 2. As medidas que cada Estado Parte do presente Pacto tomará a �m de assegurar o pleno exercício desse direito deverão incluir a orientação e a formação técnica e pro�ssional, a elaboração de programas, normas e técnicas apropriadas para assegurar um desenvolvimento econômico, social e cultural constante e o pleno emprego produtivo em condições que salvaguardem aos indivíduos o gozo das liberdades políticas e econômicas fundamentais.” - 1966, art. 6º Além de direito humano, o trabalho também é direito fundamental. No texto Constitucional, tem-se os direitos sociais de�nidos nos artigos 6º e 7º; o direito do trabalho tutelado como princípio (artigo 1º, incisos II, III e IV); ou como valor fundamental da ordem econômica, estabelecendo que “[...] a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por �m assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados o princípio da busca plena do emprego” (BRASIL, 1988, art. 170, inc. VII). Sujeitos das relações de trabalho O termo trabalhador abrange toda e qualquer forma de trabalho humano, de forma que empregado é uma espécie de trabalhador. Trabalhador é gênero do qual empregado é espécie. Resende (2020) a�rma que: “[...] a de�nição do alcance da expressão ‘relação de trabalho’ assumiu especial importância após a edição da EC 45/2004, a qual alterou o art. 114, da CRFB, no sentido de que a Justiça do Trabalho passou a ser competente para processar e julgar não apenas as ações referentes à ‘relação de emprego’, mas também ‘as ações oriundas da relação de trabalho’.” - art. 114, I, da CRFB É necessário entender que as relações de trabalho são diferentes das relações de emprego, uma vez que a relação de trabalho é o vínculo pelo qual uma pessoa presta serviços a outra. Já a relação de emprego é uma espécie de relação de trabalho, baseada no nexo entre empregador e empregado. Nesse sentido, os sujeitos são distintos. Empregado Na relação de emprego, o empregado �ca caracterizado quando prestado por pessoa física, com pessoalidade, em caráter não eventual (habitualidade), de forma onerosa, sob subordinação e com alteridade. Nesse caso, os sujeitos da relação de emprego são empregados (cujo conceito encontra-se no artigo 3º da CLT) e empregador (artigo 2º da CLT). Trabalhador No que se refere a trabalhadores, diferentes de empregado, temos o autônomo, o eventual, o avulso e o voluntário. Embora sejam trabalhadores, não são empregados e não estão regidos pela CLT e, dessa forma, há diversidade dos sujeitos na relação de trabalho. Saiba mais O trabalhador autônomo está de�nido no artigo 12, inciso V, “h” da Lei n. 8212/91 como a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com �ns lucrativos ou não. Não há subordinação jurídica entre o tomador de serviços e o trabalhador. Embora preste serviços com pro�ssionalismo e habitualidade, assume o risco da atividade desenvolvida, não transferindo ao empregador. Como exemplo de trabalhado autônomo temos o pro�ssional liberal, o representante comercial e o empreiteiro. A Reforma Trabalhista de 2017 acrescentou o artigo 442-B à CLT, estabelecendo que “[...] a contratação do autônomo, cumpridas todas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no artigo 3º desta Consolidação”. Dessa forma, o trabalhador autônomo pode ser contratado para desempenhar quaisquer atividades na empresa, com ou sem exclusividade, o que chama a atenção, uma vez que tal fato sempre foi um dos elementos indicativos da existência da relação empregatícia. O trabalho eventual é, por exclusão, trabalho não habitual. Delgado identi�ca as seguintes características do trabalho eventual: [...] a) descontinuidade da prestação do trabalho, entendida como a não permanência em uma organização com ânimo de�nitivo; b) não �xação jurídica a uma única fonte de trabalho, com pluralidade variável de tomadores de serviços; c) curta duração do trabalho prestado; d) natureza do trabalho tende a ser concernente a evento certo, determinado e episódico no tocante à regular dinâmica do empreendimento tomador dos serviços; e e) em consequência, a natureza do trabalho prestado tenderá a não corresponder, também, ao padrão dos �ns normais do empreendimento.” - DELGADO, 2010, p. 327 Trabalhador avulso, voluntário e temporário Clique no botão acima. Trabalhador avulso, voluntário e temporário Trabalhador avulso O trabalhador avulso é de�nido pela Lei n. 8212/91 como “[...] quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviços de natureza urbana ou rural de�nidos no regulamento” (BRASIL, 1991, art. 12, inc. VI). É aquele que presta serviços de natureza esporádica, com curta duração e a diversos tomadores, sem se �xar a qualquer um deles. Entretanto, o trabalho avulso é prestado por intermediação de uma entidade especí�ca, gerando uma relação triangular, uma vez que envolve o fornecedor da mão de obra (entidade intermediária), o trabalhador avulso e o tomador de serviço. Não há vínculo de emprego nessa relação triangular. Como exemplo, temos o avulso portuário. Trabalhador voluntário Já o trabalho voluntário é a relação de trabalho em que não está presente a onerosidade. Ele está regulamentado pela Lei n. 9.608/98. Segundo esta, considera-se serviço voluntário “[...] a atividade não remunerada prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou a instituição privada de �ns não lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, cientí�cos, recreativos ou de assistência à pessoa” (BRASIL, 1998, art. 1º). Os sujeitos dessa relação de trabalho são o trabalhador voluntário e o tomador de serviço. É importante ressaltar que o trabalho voluntário não gera vínculo empregatício, nem qualquer outra obrigação de natureza trabalhista ou previdenciária entre as partes. O serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo de adesão entre a entidade, pública ou privada, e o prestador do serviço voluntário, dele devendo constar o objeto e as condições de seu exercício. Nos termos do artigo 3º da Lei, o prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntárias. Trabalhador temporário O trabalhador temporário é aquele disciplinado pela Lei n. 6019/1974, con�gurando uma relação entre a tomadora de serviços, a empresa de trabalho temporário e o trabalhador temporário. A lei restringe a contratação de trabalhador temporário a duas hipóteses:substituição transitória do empregado permanente da tomadora; e, em caso de demanda complementar de serviços. É proibido, segundo o artigo 17 da Lei, às empresas de prestação de serviço temporário, a contratação de estrangeiros com visto provisório de permanência no país. Segundo o artigo 4º da Lei n. 6019/74, a empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente registrada no Ministério do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à disposição de outras empresas temporariamente. Já segundo o artigo 4º-B dessa lei são requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a terceiros a prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); registro na Junta Comercial; capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes parâmetros: Empresas com até dez empregados – capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais); Empresas com mais de dez e até vinte empregados – capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais); Empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados – capital mínimo de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais); Empresas com mais de cinquenta e até cem empregados – capital mínimo de R$ 100.000,00 (cem mil reais); Empresas com mais de cem empregados – capital mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). O artigo 9º da Lei n. 6019/74, por sua vez, estabelece que o contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora de serviços será por escrito, �cará à disposição da autoridade �scalizadora no estabelecimento da tomadora de serviços e conterá a quali�cação das partes, o motivo justi�cador da demanda de trabalho temporário; o prazo e valor da prestação de serviços e as disposições sobre a segurança e a saúde do trabalhador, independentemente do local de realização do trabalho. O artigo 11 a�rma que o contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente será, obrigatoriamente, escrito, e dele deverão constar, expressamente, os direitos conferidos aos trabalhadores por essa Lei. O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não, podendo ser prorrogado por até noventa dias quando comprovada a manutenção das condições que o ensejaram. Resende ainda complementa com os seguintes sujeitos da relação de trabalho: Relação de trabalho institucional – é a modalidade de relação de trabalho mantida com a Administração Pública e regida por estatuto (daí o termo servidor estatutário), e não pela legislação trabalhista. Relação de trabalho de estágio – é a modalidade de relação de trabalho que visa à preparação de educandos para o trabalho produtivo, não criando vínculo de emprego com o tomador dos serviços, desde que observados os requisitos da Lei nº 11.788/2008. Relação de trabalho cooperativado– é a relação de trabalho pela qual um trabalhador autônomo se associa a outros trabalhadores cujos interesses são convergentes (affectio societatis), a �m de potencializarem os resultados de sua energia de trabalho. (RESENDE, 2020, p. 100-104) A Lei n. 12.592/2012 dispõe sobre o contrato de parceria entre pro�ssionais que exercem as atividades de Cabeleireiro, Barbeiro, Esteticista, Manicure, Pedicure, Depilador e Maquiador (pro�ssionais parceiros) e pessoas jurídicas registradas como salão de beleza. Segundo a lei, o contrato de parceria será �rmado por escrito e deverá ser homologado pelo sindicato da categoria respectiva ou pelo Ministério do Trabalho, na ausência do sindicato. Como regra, o pro�ssional parceiro não terá relação de emprego com o salão, mas poderá ter o vínculo empregatício reconhecido quando não existir contrato de parceria formalizado nos termos dessa lei. Fontes materiais e formais do Direito do Trabalho As fontes do direito do trabalho podem ser divididas em materiais e formais. As fontes materiais são fatos (econômicos, sociais e políticos) ou acontecimentos; as formais são o modo de exteriorização das normas. Como exemplo, podemos citar a greve como acontecimento, o fato que fez surgir o direito de negociar e que serviu de inspiração para que o legislador criasse a norma. Nesse caso, a greve é fonte material do direito do trabalho. Já o acordo coletivo serve de instrumento de exteriorização da norma, sendo considerado fonte formal do direito do trabalho. As fontes formais, conforme a �gura a seguir, podem ser divididas em fontes de direito interno (heterônomas e autônomas) e fontes de direito internacional. Tipos de fontes do Direito do Trabalho. Fonte: (ROMAR, 2018). Segundo Romar, as fontes formais heterônomas do Direito do Trabalho, como normas jurídicas elaboradas por terceiros, alheios à relação jurídica regulada, são: [...] as normas jurídicas de origem estatal, entre as quais se destacam a Constituição Federal, as leis, os atos administrativos; as sentenças normativas da Justiça do Trabalho, que constituem uma peculiaridade deste ramo do Direito; a jurisprudência, formada pelas decisões reiteradas do Tribunal Superior do Trabalho, consubstanciadas por meio das Súmulas, das Orientações Jurisprudenciais, dos Precedentes Normativos; e a sentença arbitral, como norma jurídica decorrente da solução de con�itos coletivos de trabalho.” - ROMAR, 2018, p. 79 A Constituição Federal de 1988 e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) são consideradas as principais fontes formais heterônomas do Direito do Trabalho. Elas serão abordadas no próximo tópico. As leis são fontes formais por excelência, haja vista fazerem nascer para os particulares direitos e obrigações. Nesse contexto, a CLT e as outras diversas leis formam o conjunto de leis consideradas como fontes formais do Direito do Trabalho. Saiba mais Além da CLT, outras leis que se enquadram nas fontes formais são: As leis complementares, as leis ordinárias, as leis delegadas e as medidas provisórias (BRASIL, 1988, art. 62). Título e texto Somente título e texto O texto Constitucional permite que o Presidente da República publique decretos e regulamentos (como atos administrativos) para a �el execução das leis e, dessa forma, os decretos e os regulamentos podem ser considerados fontes formais do Direito do Trabalho. Nos termos do artigo 114, parágrafo 2º, da Constituição Federal, tem-se que: [...] recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a justiça do Trabalho decidir o con�ito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.” - BRASIL, 1988, art. 114 A sentença normativa constitui fonte especial do Direito do Trabalho, já que exterioriza o poder normativo da Justiça do Trabalho. Embora não haja consenso na doutrina, é possível considerar a jurisprudência (decisões adotadas de forma reiterada pelos tribunais) como fonte formal, pois pode se converter em costume. Ainda na temática, o artigo 114, § 1º da Constituição Federal, consubstancia que frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. A sentença arbitral é considerada fonte formal do Direito do Trabalho, já que a arbitragem é uma forma de solução dos con�itos coletivos de trabalho em que a decisão do árbitro vincula as partes envolvidas. As fontes formais autônomas do Direito do Trabalho são consideradas por Romar, da seguinte forma: convenção coletiva de trabalho, como norma jurídica decorrente de negociação coletiva, adotada como forma de solução de con�itos entre categorias pro�ssional e econômica; acordo coletivo de trabalho, como norma jurídica decorrente de negociação coletiva, adotada como forma de solução de con�itos entre uma ou mais empresas e seus respectivos empregados; costume, como prática reiterada adotada em um âmbito determinado e que, como decorrência da repetição, �rmaum modelo de conduta geral, abstrata e aplicável a todos os trabalhadores que se encontrem na situação concreta regulada; e regulamento interno da empresa, como norma elaborada de forma bilateral por empregador e empregados, que estabelece regras e condições a serem adotadas no âmbito interno da empresa.” - ROMAR, 2018, p. 83 A CLT determina que “Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e pro�ssionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho” (BRASIL, 1943, art. 611). Em 2017, a reforma trabalhista acrescentou o artigo 611-A à CLT, estabelecendo os assuntos em que a convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei. O acordo coletivo, nos termos da CLT, é fonte formal do Direito do Trabalho ao de�nir que: [...] é facultado aos Sindicatos representativos de categorias pro�ssionais celebrar acordos coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das empresas acordantes às respectivas relações de trabalho.” - BRASIL, 1943, art. 611, § 1º O artigo 620 da CLT, alterado pela Reforma Trabalhista, de�ne que “[...] as condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho” (BRASIL, 1943, art. 620). Os costumes, entendido como prática habitual adotada no contexto das empresas, também constituem fonte do Direito do Trabalho. Como exemplo, temos o descanso na terça-feira de carnaval. Embora esse dia não conste do rol de feriados nacionais, é fato público e notório que a folga nesse dia é prática observada em todo o país. Saiba mais Já o regulamento da empresa, objeto do consenso entre empresa e empregados, pode ser considerada também pode ser considerada fonte formal, na medida que cria regras a serem observadas nas relações entre eles. Os Tratados Internacionais e as Convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) são fontes formais, já que, uma vez rati�cados, ingressam no ordenamento e funcionam como norma. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 como fontes do Direito do Trabalho A CLT é a consolidação das principais regras que regulamentam o direito individual e coletivo do trabalho, assim como o direito tutelar e do processo do trabalho, sendo uma das principais fontes formais, devendo ser interpretada pautando-se pela Constituição Federal, por outras leis que versam sobre direito trabalhista, além de tratados internacionais sobre direitos humanos. Atualmente, após a Reforma Trabalhista, os acordos e as convenções coletivas passaram a ter posição diferenciada e podem inclusive se sobrepor à CLT em algumas situações. A Carta Magna de 1988 é considerada a principal fonte formal em matéria de Direito do Trabalho, estabelecendo normas de direito individual, direito coletivo, direito processual do trabalho, estabelecendo direitos individuais e sociais trabalhistas, além de assegurar diversos direitos coletivos. O processo de constitucionalização do Direito do Trabalho surgiu com a Constituição de 1934, que incorporou vários direitos trabalhistas. Essa tendência se repetiu em todos os textos constitucionais seguintes. No entanto, apenas com a Carta Magna de 1988 é que se pode falar em Direito Constitucional do Trabalho no Brasil. Segundo Delgado, [...] a Constituição de 1988 possui diversos e importantes princípios gerais, que não se compreendem sem a direta referência ao Direito do Trabalho e seu papel na economia e na sociedade. Trata-se, ilustrativamente, dos princípios da dignidade da pessoa humana; da centralidade da pessoa humana na ordem jurídica e na vida socioeconômica; da justiça social; da inviolabilidade física e psíquica do direito à vida; do respeito à privacidade e à intimidade; da não discriminação; da valorização do trabalho e emprego; da proporcionalidade; da segurança; da subordinação da propriedade à sua função socioambiental; da vedação do retrocesso social. Além disso, a Lei Máxima Brasileira ter ressaltado a pessoa humana e o trabalho, especialmente o emprego, em todos os seus principais títulos normativos e constitucionalizou vários princípios próprios do Direito Individual do Trabalho, tais como o da proteção; o da norma mais favorável; o da imperatividade das normas trabalhistas; o da indisponibilidade dos direitos trabalhistas; o da intangibilidade e da irredutibilidade salariais; o da primazia da realidade sobre a forma; o da continuidade da relação de emprego; o da irretroação das nulidades.” - DELGADO, 2019, p. 64-67 O texto constitucional também constitucionalizou princípios inerentes ao Direito Coletivo do Trabalho, entre eles: Atividades 1. Lorem ipsum dolor sit amet. 1. (TRT – 1ª Região – Magistratura – 2015) Referente ao trabalho voluntário, considere: I. De acordo com a Lei n. 9.608/1998, considera-se serviço voluntário a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a organização da sociedade civil de interesse público, ou a instituição privada de �ns não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, cientí�cos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade. II. Serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista, previdenciária ou a�m. III. O serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo de adesão entre a entidade, pública ou privada, e o prestador do serviço voluntário, dele devendo constar o objeto e as condições de seu exercício. IV. O prestador do serviço voluntário deverá ser ressarcido pelas despesas que comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntárias. Está correto o que se a�rma APENAS em: a) I, II e III b) I, II e IV c) II e III d) III e IV e) I e IV 2. Sobre o trabalho temporário, à luz da legislação vigente, aponte a alternativa correta: a) Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa para atender, tão somente, à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente, sendo nula de pleno direito qualquer cláusula de reserva proibindo a contratação do trabalhador pela empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que tenha sido colocado à sua disposição pela empresa de trabalho temporário. b) Compreende-se como empresa de trabalho temporário a pessoa física ou jurídica urbana ou rural, cuja atividade consiste em colocar à disposição de outras empresas, temporariamente, trabalhadores, devidamente qualificados, por elas remunerados e assistidos, devendo fazer prova de que possui capital social de no mínimo quinhentas vezes o valor do maior salário mínimo vigente. c) O contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora de serviço ou cliente deverá ser obrigatoriamente escrito e dele deverá constar, expressamente, o motivo justificador da demanda de trabalho temporário, assim como as modalidades de remuneração da prestação de serviço. Na hipótese de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é solidariamente responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em referência ao mesmo período, pela remuneração e indenização prevista na Lei respectiva. d) O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente será, obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os direitos conferidos aos trabalhadores pela Lei que regula o trabalho temporário. Por sua vez, o contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente, com relação a um mesmo empregado, não poderá exceder de seis meses, salvo autorização conferida pelo órgão local do Ministériodo Trabalho. e) É lícito tanto ao trabalhador pleitear a ruptura indireta do contrato de trabalho temporário junto à empresa que o contratou ou onde estiver prestando serviço, bem como às empresas de prestação de serviço temporário a contratação de estrangeiros com visto provisório de permanência no Brasil. 3. (TRT – 1ª Região – Magistratura – 2014) O tema relativo às fontes do ordenamento jurídico é nuclear da Filoso�a Jurídica e da Teoria Geral do Direito, na medida em que examina as causas e fundamentos do fenômeno jurídico. Nessa seara, quanto às fontes, é correto a�rmar: a) As greves e pressões sociais realizadas por trabalhadores objetivando melhorias nas condições sociais e de trabalho são entendidas como fontes formais heterônomas. b) As Convenções da Organização Internacional do Trabalho – OIT ratificadas pelo Brasil classificam-se como fontes materiais autônomas. c) As sentenças normativas proferidas em dissídios coletivos econômicos perante aos Tribunais Regionais do Trabalho são consideradas como fontes formais e também materiais, ambas heterônomas. d) Os acordos e convenções coletivas de trabalho que estipulam normas relativas à segurança e saúde do trabalho, assim como os usos e costumes sobre o tema, são classificados como fontes formais autônomas. e) As medidas provisórias em matéria trabalhista, editadas pelo Presidente da República, são fontes materiais autônomas. 4. (TRT – 4ª Região – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2015) Em sentido genérico, “fontes do direito” consubstancia a expressão metafórica para designar a origem das normas jurídicas. Na Teoria Geral do Direito do Trabalho, são consideradas fontes formais autônomas: a) Fatores econômicos e geopolíticos b) Fatores sociais e religiosos c) Constituição Federal e leis complementares d) Medidas provisórias e jurisprudência e) Acordo coletivo de trabalho e convenção coletiva de trabalho 5. (TRT – 16ª Região – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2014) No tocante às fontes do Direito do Trabalho considere: I. As fontes formais traduzem a exteriorização dos fatos por meio da regra jurídica. II. São fontes formais do Direito do Trabalho as portarias ministeriais e a Constituição Federal brasileira. III. A sentença normativa e as leis são fontes materiais autônomas. Está correto o que se a�rma APENAS em: a) I e II b) I e III c) II e III d) III e) II Notas Título modal 1 Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Título modal 1 Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Referências BARROS, A. M. de. Curso de direito do trabalho. 6. ed. São Paulo: LTr, 2010. BRASIL. Lei n. 12.592, de 18 de janeiro de 2012. Dispõe sobre o exercício das atividades pro�ssionais de Cabeleireiro, Barbeiro, Esteticista, Manicure, Pedicure, Depilador e Maquiador. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2012/lei/l12592.htm. Acesso em: 13 jun. 2020. BRASIL. Lei n. 9.608, de 18 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre o serviço voluntário e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9608.htm. Acesso em: 13 jun. 2020. BRASIL. Lei n. 8212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8212cons.htm. Acesso em: 13 jun. 2020. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 13 jun. 2020. BRASIL. Lei n. 6019, de 3 de janeiro de 1974. Dispõe sobre o Trabalho Temporário nas Empresas Urbanas, e dá outras Providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6019.htm. Acesso em: 13 jun. 2020. BRASIL. Decreto-lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm. Acesso em: 13 jun. 2020. CISNEIROS, G. Direito do trabalho sintetizado. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2018. DELGADO, M. G. Curso de direito do trabalho. 9. ed. São Paulo: LTr, 2010. JORGE NETO, F. F.; CAVALCANTE, J. de Q. P. Manual de direito do trabalho. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2017. LEITE, C. H. B. Curso de direito do trabalho. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. PIMENTA, A. C. Manual de direito do trabalho. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. RESENDE, R. Direito do trabalho. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2020. ROMAR, C. T. M. Direito do trabalho esquematizado. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. Próxima aula Elementos e características do contrato de trabalho; javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); Espécies de contrato de trabalho; Alterações do contrato de trabalho; Estabilidade no curso do contrato de trabalho. Explore mais Assista ao vídeo: Processos sobre restrição de direitos por norma coletiva estão suspensos no TST . Leia os textos: O trabalhador avulso “chapa” e os direitos. Trabalhador avulso – aspectos trabalhistas e previdenciários. Formas de trabalho e con�guração do vínculo empregatício . Direitos fundamentais dos trabalhadores – a �exibilização dos direitos trabalhistas versus o princípio do não retrocesso social . E�cácia dos direitos fundamentais nas relações de trabalho: o direito do trabalhador cidadão . javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0);
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