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Psicologia na engenharia

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Psicologia na Engenharia de Segurança, 
Comunicação e Treinamento
Prof. Allan Saffiotti
1ª Edição | Junho | 2014
Impressão em São Paulo / SP
Coordenação Geral
Nelson Boni
Coordenação de Projetos
Leandro Lousada
Professor Responsável
Allan Saffiotti
Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353
Copyright © EaD KnowHow 2011
Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida por 
qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
Projeto Gráfico, Capa 
e Diagramação
Marilia Lopes
Revisão Ortográfica
Vanessa Almeida
1a Edição: Junho de 2014
Impressão em São Paulo/SP
Psicologia na Engenharia de Segurança, 
Comunicação e Treinamento
Sumário
Unidade 1 5
Ciência e Psicologia
1.1 O que é psicologia
1.2 Psicologia e Relações Humanas
1.3 Dinâmica de Grupo
Unidade 2 15
Aspectos psicológicos do acidente do trabalho.
2.1 Psicologia e relações de trabalho na atualidade Psicologia
2.2 Aspectos Psicológicos dos Acidentes de Trabalho
Unidade 3 22
Treinamento de Pessoal
3.1 O que é Treinamento
3.2 Planejamento
Referências Bibliográfi cas
5
Unidade 1 
Ciência e Psicologia
1.1 O que é a Psicologia?
A psicologia se estruturou como ciência no fi-
nal do século XIX, fruto de um amplo processo his-
tórico, tendo recebido influências tanto da Filosofia 
quanto da Fisiologia. Esta nova ciência foi desenvol-
vendo um conjunto de saberes e técnicas que visa-
vam à intervenção sobre a ação e a reflexão humana. 
(SOARES, 2010). 
Apesar de ser considerada uma ciência jovem, 
é comum ouvirmos, e também usarmos em nosso 
cotidiano, termos tirados das práticas e teorias psi-
cológicas, ou ainda usarmos o termo psicologia com 
outros sentidos. Por exemplo, quando alguém fala 
que o vendedor usou de sua psicologia para conse-
guir convencer o cliente a comprar, ou quando se diz 
que aquele rapaz usou da psicologia para conquis-
tar uma garota. Outras vezes, os termos são usados 
com um sentido mais ou menos próximo ao científi-
co, como quando para falarmos de alguém que está 
triste, dizemos está deprimido, ou quando aponta-
mos alguém que fala alto, como histérico. Esse uso 
aponta para uma apropriação, pela sociedade, do 
conhecimento construído pela Psicologia enquanto 
área do saber. Mesmo que esta apropriação ocorra 
6
de maneira superficial, implica que os métodos e 
práticas específicas e a linguagem rigorosa da ciência 
psicológica tenham sido disseminados pela cultura e 
alcancem em alguma medida os discursos cotidianos 
e o senso comum. 
O objeto de estudo da Psicologia, num sentido 
mais amplo, é o ser humano, o que a coloca dentro 
das chamadas ciências humanas e, nesse caso, o pes-
quisador também está inserido na categoria a ser es-
tudada, já que ele também é um ser humano e viven-
cia os fenômenos investigados pela Psicologia. No 
entanto, há muitos modos diferentes de compreen-
der o ser humano e, por isso, há muitas escolas e pa-
radigmas dentro da Psicologia, que elegem diferen-
tes objetos de estudo para a ciência psicológica. Se 
perguntarmos a um psicólogo comportamental, ele 
dirá que o objeto de estudo da Psicologia é o com-
portamento humano, pois ele pressupõe que apenas 
os fenômenos observáveis devem ser estudados. Se 
perguntarmos a um psicólogo psicanalista, ele dirá 
que o objeto de estudo é o dinamismo inconsciente, 
pois pressupõe que grande parte de nossas atitudes 
provêm de uma instância não totalmente acessível 
pela racionalidade. Para um gestaltista, a Psicologia 
estuda a relação entre os diversos fatos psicológi-
cos. Outros ainda dirão que é a consciência, ou a 
personalidade. Estas diferentes formas de estudar e 
compreender a Psicologia apontam para a diversida-
7
de própria do homem e sua capacidade múltipla de 
pensar sobre si mesmo. 
Nesta apostila, caminharemos apoiados, princi-
palmente, nas noções da Psicologia Social para com-
preender as relações humanas e o mundo do traba-
lho. Na perspectiva da Psicologia Social, o universo 
subjetivo de uma pessoa é influenciado e também 
influencia as relações sociais em que ela está inseri-
da, formando uma totalidade complexa que deve ser 
analisada em conjunto. Adotaremos, por uma ques-
tão didática, a subjetividade como objeto de estudo 
da Psicologia. Bock, Furtado e Teixeira (2008), afir-
mam que a subjetividade:
é o ser humano em todas as suas expressões, as visíveis 
(o comportamento) e as invisíveis (os sentimentos), as 
singulares (porque somos o que somos) e as genéricas 
(porque somos todos assim) – é o ser humano-corpo, 
ser humano-pensamento, ser humano-afeto, ser huma-
no-ação e tudo isso está sintetizado no termo subjeti-
vidade. (p.22)
A Psicologia Social, como uma disciplina de 
fronteira entre a vivência psíquica, (individual) e o 
mundo socialmente construído, não se caracteriza por 
focalizar a subjetividade no homem separado de seu 
contexto, mas pela exigência de encontrar o homem 
8
no campo intersubjetivo e horizontal das experiências 
compartilhadas no meio em que nos encontramos. 
Isto significa que o homem só pode ser compreendi-
do e encontrado no meio de outros homens (GON-
ÇALVES FILHO, 1998). A análise das experiências 
individuais se beneficia do estudo do tempo social, 
pela maneira como cada época organiza as relações 
dos homens entre si e com a natureza. 
1.2 Psicologia e Relações Humanas
A partir do que foi apresentado, podemos afir-
mar que, para a Psicologia Social, a vida em socie-
dade é condição para nossa existência. Não há algo 
como uma natureza humana, pois, nosso aparato 
biológico não garante que tenhamos este ou aquele 
comportamento diante do mesmo estímulo. Quan-
do fazemos a pergunta “quem somos?”, necessaria-
mente, precisamos dizer dos nossos pais, das escolas 
que passamos, do bairro e da cidade que moramos, 
da época que nascemos e dos que vieram antes de 
nós. Além das condições nas quais a vida é dada ao 
homem na Terra, e a partir dela, os homens trans-
formam a natureza e criam suas próprias condições 
(ARENDT, 1989) e a forma como nos relaciona-
mos uns com os outros está sempre relacionada com 
essas condições e momento histórico. Toda nossa 
herança cultural, tudo o que o homem produziu ao 
9
longo da história (materialmente, tecnicamente e ar-
tisticamente), é condição para nossa existência.
Por outro lado, afirmar que o homem é um ser 
social não significa que ele seja determinado pelo 
social, pois, se assim fosse, uma geração seria sempre 
espelho da anterior. Como nos diz Arendt (1989), 
“o novo começo inerente a cada nascimento pode 
fazer-se sentir no mundo somente porque o recém-
-chegado possui a capacidade de iniciar algo novo”. 
Na nossa sociedade atual o sistema econômico 
cada vez mais passa a ser legitimado como forma 
reguladora dos vínculos sociais, passando a mediar 
suas relações com a família, trabalho, cidade e até 
com seu próprio corpo, com enormes perdas nas 
esferas ética, estética e erótica (BOSI, 1992). Nesse 
contexto, ao invés do novo, do singular, é esperado 
de cada um de seus membros certo tipo de compor-
tamento, imposto por regras que tem como objetivo 
a “normalização”. Ao fazê-los “comportarem-se”, 
aboli-se a ação espontânea e a preocupação recai no 
equacionamento com a posição social. Daí o confor-
mismo típico da sociedade moderna, onde a igual-
dade perde seu status de prerrogativa para a liberda-
de para se reduzir a questões privadas do indivíduo 
(ARENDT,1981).
Entender essa relação entre condicionamento 
da sociedade e aparição da singularidade na forma-
ção do indivíduo, ou do contrário, no fenômeno da 
10
adesão cega a um líder ou uma ideologia (como no 
caso do nazifascismo) foi uma das questões que mais 
influenciaram as pesquisas em Psicologia Social ao 
longo do século XX. 
1.3 Dinâmica de Grupo
Vários autores em psicologia estudaram como 
os grupos humanos são formados, como se dão as 
relações entre os membros do grupo ou com outros 
grupos, como se mantém coesos ou desmancham, 
como seus modos de acontecer se cristalizam ou 
semodificam. Por exemplo, temos as pesquisas de 
Solomon Asch, as de Kurt Lewin (Psicologia Dinâ-
mica), que foram fundamentais para a compreensão 
das relações humanas no mundo moderno. 
Asch interessa-se em compreender como os 
indivíduos são levados a se conformarem com as 
normas do grupo ao realizarem julgamentos, ainda 
quando é evidente que estes julgamentos estão in-
corretos (ASCH, 1966). Em uma de suas experiên-
cias sobre a força de influencia social e processos 
intergrupais, um sujeito é colocado diante de uma si-
tuação aparentemente simples: comparar o compri-
mento de linhas em um quadro. Neste experimento, 
o sujeito é colocado num grupo com mais 19 pessoas 
(cúmplices do experimentador), que são orientadas a 
dizer o contrário do que seus olhos veem (apontar a 
11
linha maior como menor, sendo que a diferença de 
tamanho é significativa). O perturbador desse expe-
rimento é que, em muitos casos, o sujeito acaba por 
concordar com a maioria, negando a própria per-
cepção. Outros apresentam resistência a opinião do 
grupo e afirmam o que percebem. Entretanto, nem 
os que aderiram ao grupo de controle nem os que 
se opuseram o fizeram de forma tranquila: é sempre 
angustiante a experiência de ter uma percepção mui-
to diferente daquela do seu grupo de pertencimento. 
A realidade é socialmente construída, e não é sem 
grande esforço nem sem angústia que se consegue 
“descolar” desses sentidos.
Kurt Lewin foi um dos mais influentes pesqui-
sadores sobre processos grupais do século passado, 
contribuindo com estudos pioneiros sobre o com-
portamento em climas sociais experimentalmente 
manipulados e cunhando a expressão “dinâmica de 
grupo” em um de seus artigos (MAILHIOT, 1998). 
Para Lewin, é mais fácil alterar o comporta-
mento de um grupo, como um todo, que o com-
portamento dos membros isolados. Ele afirmava 
que o indivíduo, inserido num grupo, modifica o seu 
comportamento e induz mudanças nos comporta-
mentos dos restantes membros do grupo, e que não 
podemos compreender esses comportamentos sem 
considerar aspectos do ambiente (“externos” à pes-
soa) e de personalidade (“internos” à pessoa). Num 
12
de seus experimentos sobre liderança, dividiu crian-
ças em grupos com um controle experimental dos 
comportamentos dos líderes adultos, que consistiu 
em fazer com que cada um dos líderes de agisse de 
maneira preestabelecida. Foi proposto o estudo de 
três tipos de liderança: a democrática, a autocrática e 
a permissiva (laissez-faire). Foi uma pesquisa pionei-
ra, e, pelo tema, muito criticada. A influência de cada 
tipo de grupo sobre o comportamento individual 
dependeu da atmosfera que caracterizou o grupo, 
por exemplo, no grupo autocrático, foi observado 
um aumento da agressividade entre os componen-
tes. Outra aspecto é que quanto mais o indivíduo 
concorda com os valores do grupo, mais ele adquire 
valência positiva e adere a influência do grupo. Pelo 
tema e pelo pioneirismo, Lewin foi muito criticado 
em relação as suas pesquisas. 
13
Exercícios de Fixação
1) Explique, com suas palavras, qual a relação 
entre indivíduo e sociedade.
2) Outro pesquisador que modificou a forma de 
pensar as relações humanas no contexto do trabalho 
foi Elton Mayo. Faça uma pesquisa sobre a “Experi-
ência Hawthorne” e o que ele descobriu sobre rela-
ções humanas no trabalho e compare com a maneira 
como a empresa onde trabalha (ou sua experiência 
mais recente) organiza as relações de trabalho.
Sugestão de Sites para Pesquisa
Conselho Federal de Psicologia: http://www.
cfp.org.br/
Conselho Regional de Psicologia: http://www.
crpsp.org.br/portal/
Associação Brasileira de Psicologia Social: 
http://www.abrapso.org.br/
Teoria das Relações Humanas (Experiência de 
Hawthorne): http://www.professorcezar.adm.br/
Textos/Teoria%20das%20relacoes%20humanas.
pdf 
15
Unidade 2 
Psicologia e Acidentes de Trabalho
2.1 Psicologia e relações de trabalho na atualidade
O trabalho é, atualmente, matéria de estudo de 
inúmeras disciplinas, que o estuda em seus diversos 
aspectos: Engenharia, Medicina, Psicologia, Nutri-
ção, Economia, Sociologia, Filosofia, entre muitas 
outras, debruçam-se para compreender a relação en-
tre homem e trabalho. Essa importância se dá por-
que o trabalho ocupa um lugar central na relação do 
homem com o mundo e muitos autores defendem 
que a humanidade surgiu com o trabalho (BOCK, 
FURTADO E TEIXEIRA, 2008).
Dentre as muitas formas de se aproximar do 
trabalho, escolhemos analisar segundo a forma como 
está organizado no sistema capitalista atual. Este sis-
tema revolucionou as relações de trabalho porque 
transforma o próprio trabalho em mercadoria e tam-
bém porque esse sistema promoveu (e promove) o 
acumulo de capital ao mesmo tempo em que promete 
uma igualdade entre todos que não é possível. 
No início do século XX, com as evoluções tec-
nológicas da produção, surgiu a necessidade de uma 
melhor organização do trabalho e de diminuir custos 
com o treinamento de pessoal. A Psicologia compa-
rece aqui desenvolvendo testes e formas de seleção 
de pessoal, sendo que grande parte dos estudos e das 
16
práticas se constituiu vinculada a um ideário de con-
trole e adaptação do indivíduo, próximos da política 
do “homem certo no lugar certo” do Taylorismo e 
do Fordismo.
Na atualidade a opção neoliberal, que se tornou 
hegemônica no campo econômico, leva as organi-
zações as sofrerem constantes transformações tanto 
nas estruturas administrativas quanto na execução 
do trabalho, que revertem para os trabalhadores em 
perdas salariais e sociais, com aumento do ritmo e 
das jornadas de trabalhos. Também observamos 
uma perda do poder de negociação, já que o discurso 
da competitividade necessária e a constante ameaça 
de demissão geram controle disciplinar.
2.2 Aspectos Psicológicos dos Acidentes de Trabalho
 
É muito comum, ao assistirmos à televisão ou 
lermos as notícias diárias, encontrarmos nas man-
chetes: acidente no transito envolvendo um cami-
nhão e uma moto, uma laje desaba num canteiro de 
obras, um operário é ferido numa fábrica, entre mui-
tos outros. Como compreender as razões dos aci-
dentes e evitá-los?
Os acidentes do trabalho constituem a face visí-
vel de um processo de desgaste e destruição física de 
parcela da força de trabalho no sistema capitalista e 
são responsáveis por centenas de milhares de mortes 
17
no mundo, além de provocar doenças ocupacionais 
em milhões de trabalhadores (VILELA, 2003).
O trabalhador, no momento que executa sua 
função em qualquer ambiente de trabalho, está ex-
posto às condições ligadas a este ambiente, tanto 
no seu aspecto físico, químico, biológico como aos 
aspectos de higiene e segurança. Os aspectos do 
ambiente estão relacionados com as cargas físicas e, 
estas, com o sofrimento do corpo. A organização do 
trabalho, abrangendo aspectos de divisão do traba-
lho, conteúdo da tarefa, sistema hierárquico,
modalidades de comando, relações de poder 
e responsabilidades está relacionada com as cargas 
mentais e com o sofrimento ao nível mental do 
trabalhador (GONÇALVES, XAVIER & KOVA-
LESKI, 2005).
Dentro deste contexto, a compreensão dos acidentes 
de trabalho tem sido historicamente no sentido de cul-
pabilizar o trabalhador, como agente que comete atos 
inseguros, não seguindo as recomendações e normas 
de segurança. O campo da análise acidentológica vem 
apresentando muitos avanços, entretanto, as concep-
ções baseadas no binômio, atos inseguros-condições 
inseguras mantém seu vigor e poder de sedução (OLI-
VEIRA, 2007).
18
Na velha visão baseada na Teoria da Culpa, o 
acidente de trabalho seria causado ou por um “ato 
inseguro” (toda falha humana que pode levar à aci-
dentes) ou por “condição insegura” (situação gerada 
por uma falha material). Lamentavelmente no Bra-
sil predomina esta visão simplista e preconceituosa, 
que não tem como produzir efetivas modificações 
que avancem para um ambiente com produção se-
gura (VILELA, 2003). Esta concepção dicotômica e 
monocausalestá ultrapassada há décadas em países 
desenvolvidos, mas continua prevalecendo aqui. 
O empresariado brasileiro tem tratado as nor-
mas apenas como exigência legal. Como um aciden-
te do trabalho pode originar demanda na justiça por 
indenizações, acabam cumprindo os requisitos míni-
mos para evitar problemas com a fiscalização e a jus-
tiça do trabalho. A preocupação com o todo, quando 
ocorre, é motivado apenas pelo problema jurídico 
que um acidente de trabalho pode gerar. Olhar a 
realidade da segurança do trabalho é enxergar os 
opostos de uma realidade, onde, infelizmente, por 
enquanto, ainda estamos longe das condições ideais 
(GONÇALVES, XAVIER & KOVALESKI, 2005).
Oliveira (2007) aponta que os conceitos de ato 
inseguro e condição insegura são centrais na “teoria 
dos dominós”, elaborada por Herbert Heinrich na 
década de 1930. Nesta teoria, o acidente seria cau-
sado por uma cadeia linear de fatores, semelhante a 
19
uma sequência de dominós justapostos, que termi-
naria na lesão. A primeira peça seria os “fatores so-
ciais e ambientais prévios” responsáveis pela forma-
ção do caráter dos operários. Os comportamentos 
inadequados dos trabalhadores seria a segunda peça, 
que poderiam vir a constituir-se em comportamen-
tos de risco que, associados à presença de condições 
inseguras (atos e condições inseguros são a terceira 
peça do dominó), levariam à ocorrência do acidente 
e à lesão, formando a quarta e a quinta peças da se-
quência de dominós. 
Essa compreensão sobre o fenômeno do aci-
dente do trabalho provocou, ao longo do tempo, 
um processo de naturalização dos riscos, que sig-
nifica acreditar que as condições em que o trabalho 
é realizado não têm uma perspectiva de mudança 
num horizonte próximo. Dessa forma, os riscos 
são tratados como “inevitáveis” ou “inerentes ao 
trabalho”, o que limita muito as possibilidades 
de prevenção, já que a única dimensão do traba-
lho que pode ser alterada é o próprio trabalhador 
(OLIVEIRA, 2007). Essa compreensão se tornou 
hegemônica ao longo do século passado, e os ma-
teriais de campanha de prevenção de acidentes de 
trabalho ajudaram a diluir a responsabilidade do 
empregador frente aos acidentes do trabalho: a di-
minuição aconteceria pelo treinamento e/ou por 
uma melhor seleção de pessoal.
20
Um exemplo de naturalização dos riscos é acre-
ditar que o processo de trabalho que envolve o uso 
de britadeira não possa ser melhorado no sentido 
de diminuir os riscos de acidente ou de doenças 
ocupacionais; ou que o instrumento britadeira (que 
sabidamente provoca múltiplas lesões em quem a 
opera) não possa ser modificado para proteção do 
trabalhador, ou ainda acreditar que esse instrumento 
é insubstituível, não levando em conta a possibili-
dade que se use (ou crie) outro instrumento menos 
danoso a saúde do trabalhador. 
Em seu artigo, Oliveira (opus cit) estuda as 
compreensões sobre acidentes de trabalho numa 
empresa metalúrgica de grande porte, e nele apre-
senta um exemplo de modificação no processo de 
trabalho que teve efeito desnaturalizador. O se-
tor de montagem, que tinha número considerável 
de acidentes envolvendo prensamento de dedos e 
mãos, conseguiu que diminuísse muito esses aci-
dentes através da introdução de talhas para sus-
pender e transportar objetos pesados. Esse evento 
mostrou aos trabalhadores que certos riscos que 
pareciam fazer parte da natureza de sua atividade 
de trabalho poderiam ser eliminados com a sim-
ples introdução de melhorias técnicas. Como con-
sequência, outros setores passaram a reivindicar 
as talhas, reconhecendo-as como forma de pre-
venção de acidentes.
21
Os acidentes do trabalho, na atualidade, pas-
saram a ser vistos como fenômenos complexos e 
multicausais (VILELA, 2003). Dwyer (1989) afirma 
são influenciados por fatores relacionados à situa-
ção imediata de trabalho (o maquinário, a tarefa, o 
meio técnico ou material) e também pelas relações 
de trabalho.
A abordagem tradicional, além de culpabilizar a 
vítima, não tem promovido mudanças efetivas, pois 
parte da fantasia do ser humano ideal, do “operário 
padrão”: este não erra, não se cansa, não fica doente, 
não envelhece, não se apressa nem se mantém lento. 
Se a pessoa está cansada, não caberia uma análise 
básica da causa deste cansaço? Se a posição é de-
feituosa, não cabe perguntar o que determina esta 
postura? Ela não pode ser ocasionada por exigências 
das tarefas ou da própria concepção do equipamen-
to? (VILELA, MENDES & GONÇALVES, 2007).
Vilela (2003) nos aponta que a visão sistêmi-
ca do fenômeno acidente seria uma outra maneira 
de compreender os acidentes do trabalho. Nela, os 
processos de trabalho são concebidos, projetados e 
executados de modo a suportar, como naturais, as 
falhas humanas: leva-se em consideração as limi-
tações biológicas, fisiológicas e psicológicas do ser 
humano. Este é o princípio ‘da falha segura’, onde a 
prevenção parte da premissa que os processos, me-
canismos e sistemas de trabalho já devem antecipar e 
22
prever as possíveis falhas ou erros humanos, criando 
condições e ambientes de trabalho que os abriguem. 
O acidente, nesta visão, aponta que as capacidades 
de controle do sistema forma excedidas, e que o aci-
dente era previsível antes de sua ocorrência. 
Vários autores (OLIVEIRA, 2007; VILELA, 
opus cit.; VILELA, MENDES & GONÇALVES, 
opus cit.) concordam que se faz necessário uma mu-
dança profunda na cultura dos profissionais envolvi-
dos na área de segurança do trabalho, no sentido de 
superar a barreira ideológica que representa o “ato 
inseguro” como o causador dos acidentes do tra-
balho. No planejamento de ações transformadoras 
devemos difundir os exemplos de intervenções e da 
elaboração de propostas consistentes de mudanças. 
Dentre essas, é fundamental criar uma estrutura que 
contemple a fala dos trabalhadores sobre os proces-
sos de trabalho, proposição de mudanças e sobre os 
acidentes que eles testemunharam ou sofreram.
23
Exercícios de Fixação
1) Explique o que é “ato inseguro” e “condi-
ções inseguras”. 
2) Faça análise sobre a Teoria da Culpa, expli-
cando porque ela é ineficiente para promover mu-
danças que levem à diminuição de riscos e de aciden-
tes do trabalho. 
Site para Pesquisar
Portal do site Segurança do Trabalho Online, 
onde há centenas de artigos publicados, de profissio-
nais de diversas áreas, sobre acidentes do trabalho:
http://www.segurancaetrabalho.com.br/t-aci-
dentes.php
24
Unidade 3 
Treinamento de Pessoal
3.1 Treinamento e Segurança no Trabalho
Segurança do Trabalho é o conjunto de recur-
sos e técnicas aplicadas, de forma preventiva ou cor-
retiva, para proteger os trabalhadores dos riscos de 
acidentes implicados em um processo de trabalho 
ou na realização de uma tarefa (TAVARES, 2007). 
De acordo com Vilela (2003), foi a partir do 
advento da corrida por certificações de qualidade 
com as normas internacionais no final da década 
de 90 (BS 8800 - Guide to occupational helth and 
safety management systens e a OHSAS 18001- 
Occupational Helth and Safety Assessment Se-
ries), que a seriedade no tratamento da segurança 
do trabalho vem avançando nas organizações. Po-
demos apontar como um dos principais avanços 
a mudança da visão baseada na proteção para a 
visão baseada na prevenção. Atualmente, é possí-
vel indicar a repetição de eventos precursores para 
pelo menos estimar de maneira razoável a proba-
bilidade de um acidente. O sinal precursor deve 
possuir algumas propriedades, tais como: caráter 
desfavorável, adverso, negativo, contrário à segu-
rança do complexo industrial, repetitivo e poten-
cialmente perigoso.
25
Infelizmente, em sua maioria, o empresariado 
brasileiro ainda trata as normas apenas como exi-
gência legal, muitas vezes cumprindo os requisitos 
mínimos somente para evitar problemas com a fis-
calização e a justiça do trabalho. A preocupação com 
o todo, quando ocorre, é motivado por um acidente 
de trabalho apenas pelo problema jurídico que dis-
so decorre (GONÇALVES,XAVIER & KOVA-
LESKI, 2005).
Para o Técnico em Segurança do Trabalho 
(TST), que se ocupa da proteção do trabalhador em 
seu local de trabalho, o treinamento de pessoal é 
uma de suas principais ferramentas a fim de preve-
nir riscos e de acidentes nas atividades de trabalho. 
Segundo Tavares (opus cit.) o TST deve estar apoia-
do nas normas, nos sinais precursores e no conhe-
cimento dos processos de trabalho, para promover 
debates, encontros, campanhas e treinamentos, com 
o objetivo de evitar acidentes do trabalho e doenças 
profissionais e do trabalho.
De forma geral, podemos conceituar treina-
mento como “um processo de assimilação cultural 
em curto prazo, que objetiva repassar ou reciclar 
conhecimento, habilidades ou atitudes relacionadas 
diretamente à execução de tarefas ou à sua otimiza-
ção no trabalho” (MARRAS 2001, p. 145). Treino 
implica em aprendizado, e uma das formas de com-
preender aprendizado é “adquirir competências e, 
26
por conseguinte, melhorar desempenho” (SOUZA, 
2009). Para Chiavenato (1999, p. 294) o treinamento 
é “uma maneira eficaz de delegar valor às pessoas, à 
organização e aos clientes”, e implica num enrique-
cimento do patrimônio humano. 
2.2 Planejamento
Para Borges-Andrade (1986), treinamento pode 
ser definido como o modo como os profissionais de 
educação e treinamento conhecem, compreendem e 
predizem as questões relativas às mudanças de de-
sempenho de uma pessoa e o que é feito para que a 
mudança seja obtida. Os elementos que compõem 
o treinamento são: avaliação de necessidades, plane-
jamento de treinamento e avaliação de treinamento. 
É nesse sentido que é função do TST, apoia-
do nas normas de segurança, avaliar o ambiente e 
processos de trabalho, assim como questionar como 
treinar o trabalhador para que conheça os proces-
sos e riscos envolvidos em sua função e, a partir daí, 
assuma atitudes seguras. É importante ressaltar que 
não adianta apenas qualificá-lo para o seu melhor 
desenvolvimento dentro da organização, faz-se ne-
cessário também motivar o indivíduo a não adotar 
comportamentos de risco.
Vilela (2003), ao fazer uma análise dos mate-
riais de campanha de prevenção de acidente (carta-
27
zes, livros de formação dos TST, vídeos), aponta que 
a sugestão para criar um programa de “motivação 
adequada nos trabalhadores” (grifos do autor), é 
sempre adaptar o trabalhador aos riscos existentes 
ao processo produtivo, numa clara transferência de 
responsabilidade da empresa para vítima. Esse ainda 
é o sentido observado nos treinamentos e em mate-
riais de campanhas distribuídos pelas empresas.
Marras (2001, p. 150) afirma que para um trei-
namento ser eficiente, é necessário a avaliação das 
necessidades, e que o objetivo desta avaliação é res-
ponder basicamente a duas questões iniciais: 1. Quem 
deve ser treinado? 2. O que deve ser aprendido?
A resposta óbvia para a primeira pergunta se-
ria: o trabalhador. Entretanto, se quisermos real-
mente proporcionar uma mudança de cultura na 
área de segurança, precisamos ampliar a questão: 
como mobilizar todos os atores envolvidos na-
quele processo de trabalho, desde o trabalhador 
(que lida diretamente com o risco), os gerentes 
(que acompanham e organizam o trabalho) até os 
diretores (que decidem o que vai ser feito e em 
que condições), para que os acidentes de trabalho 
sejam prevenidos? Dessa forma, trazemos para o 
foco da responsabilidade sobre os acidentes não 
só para o trabalhador, mas para aqueles que esco-
lhem os instrumentos, locais de trabalho e proces-
sos que serão utilizados.
28
A resposta para a segunda questão começa com 
as normas internacionais e as nacionais que regem a 
segurança do trabalho. Apontamos também outras 
duas fontes importantes para a construção do que 
vai ser ensinado: os estudos sobre os acidentes de 
trabalho e os próprios trabalhadores, que conhecem 
melhor que qualquer especialista as dificuldades e 
riscos envolvidos na atividade
Vilela (opus cit.) aponta que uma investigação 
criteriosa sobre a origem dos acidentes de trabalho 
deve possibilitar a compreensão da atividade real de 
trabalho numa situação sem o acidente e com aciden-
te, para que se possa perceber o que houve de mudan-
ça para que fosse desencadeado o acidente. O autor 
ainda faz a ressalva de que, nessa investigação, situa-
ção sem acidente não é o mesmo que atividade pres-
crita ou norma de segurança, já que muitas vezes são 
distintas da atividade realizada. Deve-se utilizar todos 
os recursos disponíveis (fotos, documentos, entrevis-
tas) para se responder a estas perguntas em situação 
normal e na situação alterada: O que faz e porque faz?; 
Com quem e como faz?Em que tempo faz? Com o 
que faz? Quando e onde faz?Em que condições faz?
As respostas vão nos levar ao encontro dos fa-
tores situados na origem dos acidentes, o que nos 
leva à busca das causas das causas, que devem ser 
o alvo para as medidas de prevenção, pois, quando 
sanadas, evitam que outros acidentes ocorram. 
29
A segunda fonte de informações para plane-
jarmos os treinamentos são os trabalhadores. Atual-
mente, é valido afirmar que os treinamentos e reso-
luções de trabalho que são mais efetivos são aqueles 
em que o conhecimento dos trabalhadores é leva-
do em conta. Essa é uma atitude nova dentro dos 
processos organizacionais, já que tradicionalmente 
o controle sobre todos os processos envolvendo o 
trabalho fica centralizado nos gestores e na figura 
do especialista (administradores, engenheiros, advo-
gados, entre outros), cabendo ao trabalhador apenas 
a adequação a tarefa. Essa situação também afeta 
as condições de segurança no trabalho já que, por 
exemplo, apesar dos trabalhadores terem obrigação 
de verificar as condições de trabalho e de não aceitar 
condições inseguras, revelam o medo de recusarem-
-se a trabalhar, de “ficarem marcados” pelas chefias 
e de serem alvos de retaliações. (OLIVEIRA, 2007).
Essa forma de gestão é baseada no modelo de 
administração taylorista que descoletivizou os traba-
lhadores. Entretanto, é comum os trabalhadores ado-
tarem formas de contra-controle que visam ao mesmo 
tempo garantir a programação do trabalho (interesse 
da gerência) e continuamente manter o controle por 
parte dos trabalhadores, respeitando o limite subjeti-
vo (SATO, 1993). Essas práticas foram chamadas por 
Sato (opus cit) de ações adaptativas¸ e modificam o 
trabalho planejado, podem ser sadias ou provocar au-
30
mento de risco para a segurança do trabalhador e/ou 
para a qualidade do produto ou do serviço. 
O profissional de segurança, diante desta situ-
ação, precisa buscar caminhos para superar os con-
flitos e criar canais institucionais para encaminhar as 
questões relativas a segurança que surgem no cotidia-
no. Ao trazermos o trabalhador para o processo de 
planejamento do trabalho, a intenção é considerar ex-
plicitamente tanto o aspecto técnico (que envolve os 
materiais e instrumentos disponíveis, conhecimentos 
e processos de trabalho) quanto o aspecto humano 
(mundo social e mundo subjetivo, ou seja, desejos, 
valores, limites pessoais e demandas). Quando a or-
ganização do processo de trabalho amplia o controle 
por parte dos trabalhadores, não apenas cuidamos da 
saúde do trabalhador, mas também damos suporte a 
produtividade e a qualidade do produto.
Ao planejar e executar treinamentos alguns cui-
dados precisam ser considerados, pois, dependendo 
da forma ou do contexto em que ele ocorre, ele pode 
não provocar o efeito desejado. Bley (2004) afirma 
que, “uma vez decretada ‘a causa’ do acidente, os 
envolvidos no evento normalmente tem um desti-
no único: a sala de treinamento” (p. 1), mostrando 
que o treinamento acaba por assumir uma função de 
punição ou instrumento de correção, empregando 
enorme quantidade de horas de vários profissionais 
e não demonstrando correlação com a diminuição 
31
do número de acidentes. Outro equívoco comum é a 
apropriação simplificada de conceitos da Psicologia 
e sua aplicação distorcida em treinamentos,como, 
por exemplo, alguns programas de incentivo com 
distribuição de brindes e as apresentações de vídeos 
e fotos de acidentes como forma de conscientização. 
Além de infantilizar o trabalhador, torna o momen-
to de treinamento ora um recreio ora uma punição, 
deixando em segundo o plano sua principal função: 
promover a saúde, em suas várias dimensões, e a 
qualidade de vida dos trabalhadores. 
A mudança de paradigma, da proteção para a 
prevenção, implica em pensar a promoção da saúde 
no trabalho, e essa transformação vai depender da 
ação conjunta de trabalhadores, sindicalistas e técni-
cos na formação de agentes multiplicadores atuando 
nas bases, visando sempre o coletivo do trabalho, 
não aos indivíduos isoladamente.
32
Exercícios de Fixação
1) De acordo com o proposto na apostila, o 
que precisamos levar em conta quando planejamos 
um treinamento, tentando superar o binômio atos 
inseguros-condições inseguras?
2) O cinema, que pode tanto ser usado para do-
minação cultural e ideológica, também pode ser usa-
do para convidar a uma reflexão crítica. No brilhante 
filme de Chaplin, Tempos Modernos (Modern Ti-
mes, 1936), há uma crítica ao Taylorismo-Fordismo 
e à fraqueza do operário frente à linha de monta-
gem e as máquinas. À luz do que foi estudado nesta 
unidade, assista ao filme e faça um exercício: pensar 
que tipos de intervenções, no ambiente apresentado, 
você faria para melhorar a qualidade de vida do tra-
balhador e prevenir acidentes?
Sugestão de Sites para Pesquisa
Serviço Brasileiro de apoio às Micro e Pequenas 
Empresas - Sebrae
www.sebrae.com.br
Associação Brasileira de Treinamento e Desen-
volvimento
http://portal.abtd.com.br/portal/home.html
35
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reira Leite e Miriam Moreira Leite São Paulo: Nacional, 1966 2ed.
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cicaba: confrontando a abordagem tradicional da segurança 
do trabalho. In: Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 32, 
29-40 (115) São Paulo, 2007.
Prevenção e Controle de Riscos
 em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Jéferson Cabrelon
1ª Edição | Junho | 2014
Impressão em São Paulo / SP
Coordenação Geral
Nelson Boni
Coordenação de Projetos
Leandro Lousada
Professor Responsável
Jéferson Cabrelon
Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353
Copyright © EaD KnowHow 2011
Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida por 
qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
Projeto Gráfico, Capa 
e Diagramação
Marilia Lopes
Revisão Ortográfica
Célia Ferreira Pinto
1a Edição: Junho de 2014
Impressão em São Paulo/SP
Prevenção e Controle de Riscos
 em Máquinas, Equipamentos e Instalações
Apresentação
As máquinas e equipamentos vieram para facili-
tar a vida do homem, agilizar tarefas, ganhar volume 
de produtividade e dar mais conforto. Fazendo com 
isso o tempo ser algo super importante, e o homem 
na busca de produzir cada vez mais, em menor tem-
po, deparou-se com um inimigo, muitas vezes, mor-
tal: “o acidente de trabalho”.
Nesta busca constante de números cada vez maio-
res de ganho, as condições de segurança de máquinas e 
equipamentos foram relegadas ao segundo plano. 
A chegada na década de 40, da Revolução In-
dustrial no Brasil, fez com que demandasse mão de 
obra mais qualificada. 
Existia um ditado na década de 70, que o 
Brasil era o “País do futuro”, devido à grande-
za de recursos naturais existentes, porém, nesta 
mesma época, já estávamos começando a pagar o 
custo pelo crescimento desordenado e sem gran-
des critérios definidos em relação às condições 
de trabalho. E foi justamente em 1970, que o 
Brasil ganhou o primeiro título negativo em re-
lação às condições de trabalho, o de Campeão 
Mundial de Acidentes. 
No decorrer dos nossos estudos, iremos deta-
lhar de forma mais criteriosa a evolução das condi-
ções de máquinas e equipamentos, após a implanta-
ção das Normas Regulamentadoras pelo Ministério 
do Trabalho, em 1978. 
Tivemos ao longo de mais de 70 anos, após a 
Revolução Industrial, muitos programas, campanhas, 
incentivos e até mudanças de legislações para poder 
proteger o empregado em suas atividades laborais, 
porém o que pode ser visto, que sem hierarquia para 
definir ações efetivas, ficamos patinando em um la-
maçal de letras (normas), sem aplicações efetivas. 
Com a chegada da nova redação da NR-12 – Se-
gurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos, 
em 2010, foi dada uma nova perspectiva e definidos 
os critérios claros na aplicação correta desta norma. 
Em cada uma das 4 unidades, reforçamos a ne-
cessidade de aplicação da Gestão de Segurança em 
Máquinas e Equipamentos. A vivência dos profis-
sionais de cada área é muito importante, e deve ser 
levada em consideração para definirmos a melhor 
estratégia para soluções dos problemas. 
Nossa esperança é que ao final deste estudo, o 
profissional sinta-se mais confiante para aplicaras 
técnicas e saiba como conduzir as questões preventi-
vas dentro da sua atividade. 
Sumário
Unidade 1 49
Evolução Das Máquinas 
1.1. Conceituação E Importância 
1.2. As Bombas E Motores 
1.2.1. Bombas
1.2.2. Riscos Detectados
1.2.3. Sistemas De Segurança
1.2.4. Normas De Segurança
1.2.5. Proteção Pessoal
1.2.6. Legislação Afetada
1.3. Motores e Veículos Industriais
1.3.1. Motores
1.3.2. Veículos Industriais
1.4. A NR-11 Como Base
1.5. Cuidados Adicionais
1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar
Questões
Unidade 2 85
Máquinas e Equipamentos – Características
2.1. Caldeiras E Vasos De Pressão
2.1.1. Defi nição de Vasos se Pressão 
2.2. Equipamentos Pneumáticos
2.3. Fornos
2.4. Sistema de Proteção Coletiva
2.5. EPI – Equipamento de Proteção Individual
Unidade 1 49
Evolução Das Máquinas 
1.1. Conceituação E Importância 
1.2. As Bombas E Motores 
1.2.1. Bombas
1.2.2. Riscos Detectados
1.2.3. Sistemas De Segurança
1.2.4. Normas De Segurança
1.2.5. Proteção Pessoal
1.2.6. Legislação Afetada
1.3. Motores e Veículos Industriais
1.2.6. Legislação Afetada1.2.6. Legislação Afetada1.2.6. Legislação Afetada
1.3. Motores e Veículos Industriais
1.2.4. Normas De Segurança
1.2.5. Proteção Pessoal
1.2.6. Legislação Afetada
1.2.4. Normas De Segurança
1.2.5. Proteção Pessoal
1.2.6. Legislação Afetada
1.2.3. Sistemas De Segurança
1.2.2. Riscos Detectados
1.2.3. Sistemas De Segurança
1.2.2. Riscos Detectados
1.2.3. Sistemas De Segurança
1.2. As Bombas E Motores 1.2. As Bombas E Motores 
1.2.1. Bombas
1.2. As Bombas E Motores 
1.2.1. Bombas
Unidade 1 49Unidade 1 49Unidade 1 49Unidade 1 49Unidade 1 49Unidade 1 49
1.1. Conceituação E Importância 
Unidade 1 49Unidade 1 49
Evolução Das Máquinas 
1.1. Conceituação E Importância 
Unidade 1 49Unidade 1 49
Evolução Das Máquinas 
1.1. Conceituação E Importância 
Unidade 1 49Unidade 1 49
Evolução Das Máquinas 
1.2.6. Legislação Afetada
1.3. Motores e Veículos Industriais
1.2.6. Legislação Afetada
1.3. Motores e Veículos Industriais
1.3.1. Motores
1.2.6. Legislação Afetada
Unidade 2 85Unidade 2 85
Máquinas e Equipamentos – CaracterísticasMáquinas e Equipamentos – Características
2.1. Caldeiras E Vasos De Pressão
1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar
Unidade 2 85Unidade 2 85
Máquinas e Equipamentos – Características
Unidade 2 85
1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais
1.4. A NR-11 Como Base
1.5. Cuidados Adicionais1.5. Cuidados Adicionais
Unidade 2 85
Máquinas e Equipamentos – CaracterísticasMáquinas e Equipamentos – Características
1.3.1. Motores
Máquinas e Equipamentos – Características
Unidade 2 85
Máquinas e Equipamentos – Características
Unidade 2 85
Máquinas e Equipamentos – Características
1.2.3. Sistemas De Segurança
1.2.4. Normas De Segurança
1.2.5. Proteção Pessoal
1.2.6. Legislação Afetada
1.3. Motores e Veículos Industriais
1.3.2. Veículos Industriais
1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar
1.3. Motores e Veículos Industriais
1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar
1.3.2. Veículos Industriais
1.4. A NR-11 Como Base
1.3.2. Veículos Industriais
1.3. Motores e Veículos Industriais
1.2.6. Legislação Afetada
1.3. Motores e Veículos Industriais
1.2.6. Legislação Afetada
1.3. Motores e Veículos Industriais
1.3.1. Motores
1.3. Motores e Veículos Industriais
1.2.4. Normas De Segurança
1.2.5. Proteção Pessoal
1.2.6. Legislação Afetada
1.2.3. Sistemas De Segurança
1.3. Motores e Veículos Industriais
1.3.1. Motores
1.3.2. Veículos Industriais
1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar
1.3.2. Veículos Industriais
1.4. A NR-11 Como Base
1.3.2. Veículos Industriais
1.3.1. Motores
1.3. Motores e Veículos Industriais
1.3.1. Motores
1.3.2. Veículos Industriais
1.4. A NR-11 Como Base
1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar
1.4. A NR-11 Como Base
1.3.2. Veículos Industriais
1.4. A NR-11 Como Base
1.3.1. Motores
1.3.2. Veículos Industriais
1.4. A NR-11 Como Base
1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar
1.4. A NR-11 Como Base
1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar
1.4. A NR-11 Como Base
1.5. Cuidados Adicionais1.5. Cuidados Adicionais
1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar
Unidade 2 85
1.5. Cuidados Adicionais
1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar
Unidade 2 85
Máquinas e Equipamentos – Características
Unidade 2 85
Máquinas e Equipamentos – Características
2.1. Caldeiras E Vasos De Pressão
1.3.1. Motores1.3.1. Motores1.3.1. Motores
1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais
Questões
Unidade 2 85
Máquinas e Equipamentos – Características
Questões
Unidade 2 85
Máquinas e Equipamentos – Características
1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar
Questões
Unidade 2 85
Máquinas e Equipamentos – Características
1.5. Cuidados Adicionais
1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar
Questões
Unidade 2 85
1.3.2. Veículos Industriais
1.4. A NR-11 Como Base
1.5. Cuidados Adicionais
1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar
1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais
1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base
Unidade 2 85
1.4. A NR-11 Como Base
1.5. Cuidados Adicionais
1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar
Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85
Máquinas e Equipamentos – Características
Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85
Máquinas e Equipamentos – Características
2.5. EPI – Equipamento de Proteção Individual
Unidade 2 85Unidade 2 85
Máquinas e Equipamentos – Características
2.1. Caldeiras E Vasos De Pressão
2.1.1. Defi nição de Vasos se Pressão 
2.2. Equipamentos Pneumáticos
2.3. Fornos
2.4. Sistema de Proteção Coletiva
2.5. EPI – Equipamento de Proteção Individual
Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85
Máquinas e Equipamentos – CaracterísticasMáquinas e Equipamentos – Características
2.1. Caldeiras E Vasos De Pressão
QuestõesQuestões
Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85Unidade 2 85
1.5. Cuidados Adicionais
1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar
1.5. Cuidados Adicionais
1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar
1.5. Cuidados Adicionais
1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar
QuestõesQuestõesQuestõesQuestõesQuestõesQuestõesQuestõesQuestõesQuestõesQuestõesQuestõesQuestões
1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais
1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base
2.6. Cor, Sinalização E Rotulagem
2.7. Manutenção Preventiva
2.8. Engenharia de Segurança do Trabalho
Questões
Unidade 3 103
Características do Ambiente De Máquinas
3.1. Localização Industrial
3.2. Riscos em Eletricidade 
3.3. Sistema Externode Proteção Contra Descargas Atmos-
féricas
3.4. NR-10 X NR-12
3.5. Dispositivos de Partida, Acionamento e Parada
3.6. Sistemas de Segurança em Máquinas e Equipamentos 
3.7. Proteções Fixas
3.8. Proteções Móveis
Questões
Unidade 4 115
Avaliação de Riscos em Máquinas e Equipamentos
4.1. Laudo de Máquina
4.1.1. Categorias de Risco 
4.1.2. Capa de Apresentação
4.1.3. Identifi cação da Empresa
4.1.4. Fotos de Apresentação da Máquina 
4.1.5. Especifi cações Técnicas 
4.1.6. Referências Normativas para Execução do Laudo
4.1.7. Defi nições Técnicas
4.7. Análise De Riscos 
4.8. Avaliação das Proteções Existentes
4.9. Verifi cação do Monitoramento de Segurança da Máquina
4.10. Vevifi cação do Sistema de Parada de Emergência
4.11. Programa de Capacitação Profi ssional
4.12. Avaliação/Indicação dos Procedimentos de Segurança
4.13. Complementos/Relatório do Auditor
4.14. Laudos/Análises Adicionais
4.15. Anotações Gerais
4.16. Conclusão
4.17. Laudo Técnico de Vistoria e Responsabilidade
Questões
Bibliografi a Básica 
49
Unidade 1
Evolução das Máquinas 
1.1. Conceituação e Importância 
Quando estamos dispostos a falar sobre PRE-
VENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS EM MÁ-
QUINAS, EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES, 
devemos começar contando um pouco da história 
da Revolução Industrial no mundo e, principalmen-
te, em nosso país. 
As máquinas de Leonardo Da Vinci foram 
importantes, intrigantes, desafiantes, mas a maioria 
delas nunca saiu do papel. As máquinas-ferramenta 
que se revelaram de fato decisivas para a industriali-
zação e a vida moderna, só começaram a surgir com 
o inglês James Watt, no século XVIII. Em 1765, 
Watt aperfeiçoou e, pode-se melhor dizer, criou a 
máquina a vapor definitiva. Na verdade, a antiga in-
venção egípcia, já vinha sendo testada e modificada 
por cientistas, pesquisadores e engenheiros militares 
do século XVII, como o romano Giovanni Branca, 
o francês Denis Papin, o capitão inglês Thomas Sa-
very e, por fim, Thomas Newcomen, que, em 1698, 
desenvolveu uma máquina para drenar a água acu-
mulada nas minas de carvão, patenteada em 1705. 
Mas, foi James Watt quem fez da máquina a vapor, 
definitivamente, o motor do universo.
50
A máquina por ele desenvolvida tinha potência 
tão extraordinária que passou a movimentar navios, 
fábricas de teares, máquinas de usinagem. A ideia 
básica era colocar o carvão em brasa para aquecer a 
água até que ela produzisse muito vapor. A máquina, 
então, girava por causa da expansão e da contração 
do vapor dentro de um cilindro de metal onde havia 
um pistão. As máquinas a vapor passaram a ter mui-
tas utilidades. Tanto retiravam a água que inundava 
minas subterrâneas de ferro e carvão, como movi-
mentavam os teares mecânicos na produção de teci-
dos. Era o início da Revolução Industrial, um tempo 
de glória para os ingleses e de grande desenvolvi-
mento para toda a humanidade.
www.abimaq.org.br/.../Livro-A-historia-das-maquinas-70-anos-Abimaq....
FIGURA 1
51
https://www.google.com.br/search?newwindow=1&tbm=isch&sa=1&q=pri
meiras+maquinas+de+tear&oq=primeiras+maquinas+de+tear
FIGURA 2
A Revolução Industrial aconteceu na década de 
40, pós-guerra. O Brasil começou a se transformar 
de um país de essencialmente agrícola, para um país 
que entrava na era dos maquinários. 
As primeiras empresas a adotarem as máquinas 
foram os Cotonifícios, com suas máquinas de tear. 
Como as demandas de mão de obra na cidade 
eram baixas, as empresas foram obrigadas a recru-
tar pessoas que trabalhavam no campo. É neste mo-
mento, que os aspectos de segurança começaram a 
ser afetados. 
As empresas em busca de mercado, e vendas 
de seus produtos, relegaram por vários anos as 
52
condições de segurança de máquinas e equipa-
mentos, e estas pagariam um custo muito caro, 
por esta displicência.
A legislação atual, através da NR-12, é muito 
contestada pelas empresas. Algumas chegam a alegar 
que a aplicação desta, engessa toda a cadeia produ-
tiva, porém devemos ressaltar que as empresas fica-
ram por muitos anos deitadas em “berço esplêndi-
do”, sem quase nenhum investimento nas melhorias 
de suas máquinas. Fica bem claro, que a Legislação 
tem um intuito único de fazer com que as empresas 
entendam que não basta produzir a qualquer custo, e 
sim estarem atentas, pois os acidentes geram um alto 
preço a toda sociedade. 
Os profissionais de segurança, que estão há 
um bom tempo na ativa, perceberam a evolução das 
normas e suas aplicações no contexto atual no país. 
No transcorrer do nosso estudo, iremos notar 
como este cenário afetou o desenvolvimento da área 
de segurança no Brasil, e quais ações foram tomadas 
pelos governantes para amenizar os seus impactos.
Para que possamos dar andamento aos estudos 
são necessárias as definições técnicas e suas caracte-
rísticas, conforme, a seguir, detalhamos. 
Definição de mecânica: parte da física que tem 
por objetivo o estudo dos movimentos dos corpos, 
das forças que produzem esses movimentos e do 
equilíbrio das forças sobre o corpo em repouso.
53
Máquinas e equipamentos: esta Norma Re-
gulamentadora e seus anexos definem referências 
técnicas, princípios fundamentais e medidas de pro-
teção para garantirem a saúde e a integridade física 
dos trabalhadores, e estabelecem requisitos mínimos 
para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho, 
nas fases de projeto e de utilização de máquinas e 
equipamentos de todos os tipos, e, ainda, à sua fa-
bricação, importação, comercialização, exposição e 
cessão a qualquer título, em todas as atividades eco-
nômicas, sem prejuízo da observância do disposto 
nas demais Normas Regulamentadoras - NR apro-
vadas pela Portaria n.º 3.214, de 8 de junho de 1978, 
nas normas técnicas oficiais e, na ausência ou omis-
são destas, nas normas internacionais aplicáveis.
Entende-se como fase de utilização a constru-
ção, transporte, montagem, instalação, ajuste, ope-
ração, limpeza, manutenção, inspeção, desativação e 
desmonte da máquina ou equipamento.
ttps://www.google.com.br/search?newwindow=1&tbm=isch&sa=
FIGURA 3
54
MÁQUINA - aparelho ou instrumento próprio 
para comunicar movimento ou para aproveitar e pôr 
em ação um agente natural, qualquer utensílio ou 
instrumento formado de peças móveis locomotivas. 
EQUIPAMENTO – equipagem, vestuário e 
apetrechos de um desportista; conjunto dos meios 
mecânicos ou industriais existentes numa empresa. 
Exemplo: a diferença é: equipamentos nos auxi-
liam em nosso objetivo, não substitui o martelo, por 
exemplo, e máquinas fazem quase tudo não preci-
sam de tanto contato manual. Um exemplo é o li-
quidificador.
As máquinas e equipamentos fazem parte do 
nosso dia a dia e sem os quais, algumas atividades e 
trabalhos, seriam muito difíceis de serem executados.
1.2. As Bombas E Motores 
São equipamentos utilizados nas maiorias das 
máquinas e em alguns equipamentos. Para que pos-
samos entender a complexidade, devemos saber que 
o intuito do profissional de segurança não é tornar-
-se um especialista, porém saber os mecanismos de 
funcionamento, para que se possa detalhar os riscos 
existentes no momento de construção, instalação, 
manutenção e reparos. 
55
1.2.1. Bombas
BOMBAS: são equipamentos destinados a mo-
vimentar líquidos.
PRINCIPAIS TIPOS:
• Rotativos
• Alternativos e
• Centrífugos
As bombas são equipamentos com a função de 
deslocar fluídos líquidos para elevadas alturas ma-
nométricas com eficiência e desempenho, desde que 
sejam devidamente projetadas, mantendo constante 
pressão e vazão, levando em conta detalhes técnicos 
que devem ser observados, tais como: profundida-
de máxima do reservatório, projeto hidráulico, vis-
cosidade do fluído bombeado e presença de sólidos 
em suspensão. Existem vários tipos e modelos de 
bombas, para variadas aplicações definidas pelas ca-
racterísticas do processo. Bombas centrífugas, bom-
bas peristálticas, dosadoras de pistão/diafragma, 
bombas de engrenagens, bombas de rotor helicoi-
dal, bombas submersas e submersíveis, representam,apenas, alguns exemplos.
56
FIGURA 4
1.2.2. Riscos Detectados
Riscos diretos
- O eixo é a união da bomba com o motor elé-
trico, e a união da bomba com a turbina constitui de 
uma forma geral, o único ponto mecânico agressivo 
de uma bomba em funcionamento. Por estar situ-
ado geralmente, internamente, entre a bomba e seu 
sistema de acionamento, e em nível baixo, diminui a 
potencialidade do risco. Torna-se muito importante 
a manutenção, pois rebarbas ou parafusos de maior 
comprimento deixados durante quaisquer serviços, 
não são visíveis, quando o eixo estiver em movimento.
Os riscos de contato elétrico acidental são 
acentuados geralmente, pois na maioria dos casos, as 
bombas são instaladas em locais úmidos ou frequen-
temente molhados.
57
- Ruídos.
Riscos indiretos
• Bombas com motores elétricos.
Riscos elétricos e aterramento devem ser cui-
dadosamente instalados e,revisados periodicamente.
São derivados no local da instalação, ou pela 
função da bomba.
• Bombas situadas em casas de máquinas.
A instalação, em geral, é compartilhada com ou-
tros tipos de equipamentos, e até mesmo fazendo par-
te dos mesmos, havendo, portanto muitos obstáculos, 
vazamentos, que poderão provocar quedas, além dos 
riscos de incêndio, quando tratarem de bombeamento 
de fluídos voláteis e combustíveis. Devemos conside-
rar também a higiene, o calor e o ruído.
• Bombas situadas em poços ou submersas.
Riscos mecânicos na montagem da bomba e da 
tubulação.
Frequentes emanações de gases tóxicos produ-
zidas no interior de poços fazem aparecer os riscos 
de intoxicação para as pessoas que operam, ou fa-
zem manutenção nestas instalações.
• Bombas para transvasar líquidos.
Podem ser fixas ou portáteis. Nas bombas por-
58
táteis, considerar os riscos com os equipamentos 
auxiliares. Geralmente, as tubulações são flexíveis e 
os riscos mais prováveis são ocasionados pela dispo-
sição destes tubos, que podem provocar quedas ou 
tropeções. Os cuidados mais indicados são a prote-
ção dos mesmos, com o isolamento da área.
• Bombas de caminhões transportadores.
Os riscos vão depender do produto transporta-
do. Riscos de intoxicação, e de explosão provenien-
tes de centelhas produzidas por cargas de eletricida-
de estática.
• Bombas com motor à explosão.
Os riscos observados são: os provenientes do 
depósito de combustível do motor, e queimaduras 
originadas por contato com as partes quentes etc.
- Bombas para concreto armado.
Risco com o tubo de descarga (trompa).
Em qualquer destes casos, levar sempre em 
conta o processo em que está ou será instalada, a 
fim de conhecer os riscos provenientes dos mesmos. 
Quando se tratar de processos bem definidos, 
devemos conhecer com segurança todos os seus 
riscos. Para processos não definidos, como bombas 
para materiais fecais, ou materiais químicos de di-
versas naturezas, devemos tomar cuidado, quanto ao 
59
manuseio, à emanação e concentração de gases de 
densidades maiores que a do ar.
1.2.3. Sistemas De Segurança
• Instrumentação de controle: instalação de vál-
vulas como de purga, retenção, de alívio etc.
• Eletricidade: proteção da fiação para evitar 
contatos acidentais, aterramento do sistema e das 
tubulações, eletrodutos e chaves à prova de umidade 
e de explosão, quando se tratar de líquidos combus-
tíveis e explosivos.
• Contatos com partes móveis: devem ser prote-
gidas como está definido em proteções de máquinas.
• Riscos com escorregamentos: manutenção 
frequente a fim de eliminarvazamentos e, em casos 
especiais, as pessoas que trabalham neste ambiente-
devem ser providas de calçados antiderrapantes.
• Riscos de quedas: limpeza do ambiente, pro-
teção das tubulações, acessos como escadas protegi-
das e bem definidas, com aterramento em todas as 
partes metálicas.
• Riscos de intoxicações: em ambientes fechados 
ou em poços, cuidados devem ser tomados, para de-
terminar a existência de gases tóxicos, procedendo-se 
ventilação eficaz se necessário. Nunca um operário 
deve atuar só, sempre com cinto de segurança, a fim 
de que possa ser retirado do local com facilidade.
60
1.2.4. Normas De Segurança
• Gerais
Pessoal qualificado para operação e manutenção.
Usar sempre as instruções do equipamento.
Usar as instruções de segurança da empresa.
As operações de lubrificação e manutenção se-
rão efetuadas com as bombas desligadas.
Bloqueio das chaves elétricas. Pode ser utilizado 
o sistema Lock-Out/Tag-Out. 
Uso de ferramentas apropriadas.
Uso dos EPIs próprios, roupas justas e cômodas.
Manutenção preventiva.
1.2.5. Proteção Pessoal
• Viseiras para trabalhos com fluídos corrosivos.
• Roupas de trabalho ajustadas sem impedir os 
movimentos.
• Máscaras respiratórias com filtros adequados.
• Botas ou calçados com solado antiderrapante.
1.2.6. Legislação Afetada
Apesar de não existir uma NR diretamente para 
bombas, a atividade está relacionada com diversas 
NRs. Devemos observar em particular: NR-6 - Equi-
pamento de Proteção Individual, NR-10 - Instala-
61
ções em serviços de eletricidade, NR-12 – Segurança 
em Máquinas e Equipamentos, NR-15 - Atividades 
e operações insalubres, NR-20 - Líquidos combustí-
veis e inflamáveis.
FIGURA 5
FIGURA 6
62
1.3. Motores e Veículos Industriais
1.3.1. Motores
Os motores são parte integrante de nossas vi-
das, sejam no uso de veículos particulares, máquinas 
industriais, equipamentos caseiros e outros. No início 
do desenvolvimento das máquinas a vapor – século 
XIX, a tecnologia e os materiais de construção das 
caldeiras de pressão eram defeituosos e provocavam 
inúmeros acidentes graves com explosões desastro-
sas e, consequentemente, muitas vítimas mortais.
Com este panorama de um novo século, o 
pastor escocês Robert Stirling e o seu irmão pro-
curaram desenvolver um mecanismo mais segu-
ro, ou seja, o motor que se aproximava dos mo-
tores de máquinas a vapor, mas que, ao funcionar 
com pressões relativamente mais baixas, devido 
ao uso interno de ar ou outros gases, proporcio-
nava uma maior segurança àqueles que trabalha-
vam com as máquinas. 
Sendo assim, em 1818, o primeiro motor foi 
construído para bombear água numa pedreira e, ao 
longo dos anos, foi aperfeiçoado, sendo que 1843 
utilizado para mover máquinas numa fundição.
A dinâmica simples e elegante do engenho de 
Stirling foi explicada em 1850 e, em 1950, Rolf Mei-
jer batizou este motor como “Motor de Stirling”, 
63
generalizando todos os engenhos regenerativos de 
circuito e com aquecimento externo. 
Além das vantagens, acima, citadas que a inven-
ção proporcionou, é também importante salientar 
que este motor contém um regenerador ou econo-
mizador, que permite obter uma eficiência superior 
ao dos motores de gasolina, diesel e máquinas a va-
por e, também, economizar energia.
A partir da invenção do motor que daria movi-
mentos a várias máquinas e equipamentos, começa-
mos a notar que os acidentes foram se multiplicando 
com a mesma velocidade, que eram construídos. 
As empresas conseguiam ao longo do tempo 
intensificar sua produção, dando cada vez mais ve-
locidade as suas linhas, através de motores potentes
No ano de 1854, o primeiro projeto de um mo-
tor de combustão interna foi patenteado na Itália pe-
los engenheiros Eugênio Barsanti e Felice Matteucci. 
O projeto consistia na utilização da energia de ex-
pansão de gases liberados pela combustão de uma 
mistura explosiva de ar e hidrogênio, para movimen-
tar um pistão e transformar este movimento linear 
em um movimento rotativo, com o uso de uma ár-
vore de manivela. Este motor nunca foi produzido 
em quantidade.
64
http://autoentusiastas.blogspot.com.br/2013/03/motores-combustao-
interna-uma-breve.html
FIGURA 7 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f2/PSM_V18_D500_
An_american_internal_combustion_otto_engine.jpg
FIGURA 8
Outros conceitos de motores foram surgindo, 
mas sempre com intuito de amenizar ou eliminar o 
esforço físico, e gerar conforto aos seus usuários. 
Em 1860, o belga Jean Joseph Etienne Lenoir 
criao motor de dois tempos.
65
www.abimaq.org.br/.../Livro-A-historia-das-maquinas-70-anos-Abimaq....
FIGURA 9
Em 1863, Lenoir criou uma carruagem motori-
zada de três rodas chamada Hippomobile.
E a cada invenção, as condições de fabricação 
modificava a ponto de o homem começar a imaginar 
formas de agilizar a produção e seus conceitos. 
A história do uso de motor em equipamentos 
mistura-se muito com a história da era do automóvel.
As características de uso de diversos motores 
e seus componentes em máquinas e equipamentos 
fizeram com que as indústrias se modernizassem 
em uma velocidade incomparável. O mesmo não se 
pode dizer com as condições de trabalho, que eram 
oferecidas aos trabalhadores destas indústrias. 
1.3.2. Veículos Industriais
Em nosso dia a dia, é impossível imaginar 
transporte de cargas sem ser realizado por veículos 
66
de transporte. Os veículos industriais são de grande 
importância e fazem diminuir o tempo no processo 
de locomoção de cargas, agilizando a produtividade 
e, consequentemente, dando um dinamismo maior e 
lucratividade para as empresas. 
Também é possível notar que com o decorrer 
do tempo estes equipamentos apresentaram desgas-
tes maiores, devido à condição exigida na força para 
transporte. É de extrema importância o controle e 
vistoria das condições de segurança destes equipa-
mentos, visando à troca preventiva de peças desgas-
tadas e fadigas de suas estruturas. O equipamento 
mais conhecido e, talvez, o mais utilizado de todos, 
sejam as empilhadeiras. 
https://www.google.com.br/search seguran%C3%A7a+em+veiculos+indu
striais
FIGURA 10 
A necessidade de um gerenciamento para pre-
venção de acidentes destes equipamentos é de ex-
67
trema importância. Muitas dessas ações de gerencia-
mento se devem ao fato de envolver muitas pessoas 
nos processos de interação com o maquinário, tais 
como: operador de empilhadeira, mecânico de ma-
nutenção, lubrificador, sem contar as condições as 
quais são colocados estes equipamentos, na má utili-
zação e por pessoas não autorizadas. 
A prevenção de acidentes com este tipo de equi-
pamentos devem ser as preocupações básicas de qual-
quer programa de segurança do trabalho. Tal cuidado 
deve ser planejado e mantido de forma integrada, ob-
servando não apenas cuidados com os equipamentos, 
mas também com o operador, os meios a serem mo-
vimentados e as vias a serem utilizadas.
Na verdade por detrás do uso dos veículos indus-
triais, ocultam-se uma série de riscos que, muitas vezes, 
passam sem ser notados nas atividades cotidianas. Em 
muitos casos, providências só vão ser tomadas após a 
ocorrência de um acidente – quase sempre muito gra-
ve. Um exemplo claro de situações deste tipo ocorre 
com o número cada vez maior de estabelecimentos 
atacadistas, que realizam também vendas no varejo (hi-
permercados), onde é comum observarmos a operação 
de veículos industriais por pessoas que nitidamente não 
têm preparo para este tipo de operação. Tais locais, pela 
presença de pessoas (clientes) sem qualquer informa-
ção para o risco de acidentes, tornam-se cenários mais 
do que propícios à ocorrência de acidentes.
68
Ao dirigir transportando cargas, já se torna uma 
atividade por si merecedora de atenção. A variedade 
de cargas e tipos de embalagens – mesmo que sobre 
estrados – exige bastante treinamento e habilidade. 
A isso, somamos a questão de problemas de lay out 
– seja pela falta de espaço compatível com a necessi-
dade de manobras ou que possibilite a realização das 
mesmas com certa margem de segurança, ou, ainda, 
pela falta de organização, que acaba implicando ain-
da em maior redução do espaço, criando uma situa-
ção evidente de risco de acidente. Portanto, logo de 
início, devemos ter em mente que prevenir acidentes 
nas operações com veículos industriais é assunto que 
para ser bem cuidado deve envolver muito mais do 
que apenas preocupações com o veículo em si.
1.4. A NR-11 Como Base
A Norma Regulamentadora 11 – Transporte, 
Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Ma-
teriais, deve ser tomada como referência para a ela-
boração de qualquer atividade preventiva ao uso de 
veículos industriais, mas tal como todas as demais 
normas regulamentadoras não esgota de forma al-
guma o assunto, havendo necessidade da atuação do 
profissional especializado para o desenvolvimento 
e detalhamento de um programa específico. Obvia-
69
mente, isso irá variar conforme o tamanho da em-
presa, sua atividade e, especialmente, quantidade e 
variedade de veículos em uso.
Interessante, aqui, lembrar que parte do assun-
to também deve ter como referência a Norma Re-
gulamentadora 26 – Sinalização de Segurança, na 
qual fica claro que os equipamentos de transporte 
e manipulação de material, tais como empilhadei-
ras, tratores industriais, pontes-rolantes, reboques 
etc., devem, para a prevenção de acidentes, estarem 
pintados na cor amarela (NR- 26). Embora isso seja 
legislação e no item 1.1., da mesma norma, fica claro 
que esta “fixa as cores a serem usadas”. Muitos equi-
pamentos disponíveis para venda e locação no mer-
cado estão pintados de outras cores. Cumpre, aqui, 
lembrar que a inobservância deste item, implica em 
multa por parte do Órgão Fiscalizador – MTE.
Outra parte bastante interessante da NR-11 
diz respeito ao item 1.3., onde fica definido que os 
equipamentos utilizados na movimentação de ma-
teriais serão calculados e construídos de maneira 
que ofereçam as necessárias garantias de resistência, 
segurança e conservados em perfeitas condições de 
trabalho. No que diz respeito a cálculos (dimensio-
namento) e construção é importante que o SESMT 
busque conhecer, e se possível ter cópia dos memo-
riais ou processos de cálculo e aquisição. Uma úni-
ca talha mal instalada pode causar danos imensos e 
70
acidentes fatais. O mesmo podendo ocorrer devido 
a improvisações – estas tão comuns nas empresas 
brasileiras. Vale lembrar, aqui, que a responsabilida-
de técnica pela orientação quanto ao cumprimento 
do disposto nas NR é do SESMT (NR-4 - 12.d). 
Ainda, com relação a este item, chamamos a atenção 
para a última frase que menciona a conservação e 
perfeitas condições para o trabalho. Mesmo que o 
assunto esteja restrito a uma linha de palavras, sua 
extensão é bastante grande e importante, e só pode 
ser obtido e, principalmente, evidenciado pela inser-
ção de todos os veículos industriais em um plano 
de manutenção preventiva, que no nosso entendi-
mento deve ser auditado periodicamente pelo SES-
MT e os possíveis desvios evidenciados através de 
documentos. Importante, ainda, que este plano de 
manutenção esteja baseado em procedimentos (es-
critos) básicos de verificação, garantindo, assim, que 
todos os itens de segurança sejam sistematicamente 
verificados. Isso em suma, quer dizer que os critérios 
não devem ser deixados em aberto, a escolha do exe-
cutor e não podem deixar de conter os itens mencio-
nados em 1.3.1. (cabos de aço, cordas, correntes, rol-
danas, ganchos etc). Atenção especial deve ser dada 
ao item 1.8., que define a substituição imediata de 
peças defeituosas. Toda manutenção deve ser feita 
sempre, apenas, por profissionais capacitados para 
esta finalidade e devem gerar evidências documen-
71
tais, nas quais entre outras coisas seja possível, em 
caso de necessidade, identificar o responsável pela 
verificação e reparos. Por fim, recomenda-se, ainda, 
que seja definida uma sistemática de verificação a ser 
feita pelo próprio operador – ou seja, algo como um 
check list básico a ser observado antes das operações 
pelo usuário do veículo.
Uma dúvida muito comum com relação ao 
assunto tratado no parágrafo acima, diz respeito à 
frequência ou periodicidade das manutenções. A 
decisão quanto à frequência terá como base o rigor 
do uso e a atividade executada. Veículos industriais 
utilizados em áreas com ambiente agressivo serão 
submetidos à prevenção com maior frequência. O 
mesmo devendo ocorrer com veículos, cuja possível 
falha durante utilização impliqueem possibilidade 
de danos maiores (locais mais populosos, locais com 
equipamentos suscetíveis a danos e/ou que compro-
metam a continuidade das operações etc).
Outra exigência da NR-11 – está no item 1.3.2. 
– diz respeito à obrigatoriedade de indicar em local 
visível em todos os equipamentos deste tipo, a car-
ga máxima de trabalho permitida. Para muitos, tal 
exigência trata-se apenas de uma mera burocracia e 
estes, certamente, desconhecem a quantidade de aci-
dentes, que ocorrem devido ao uso de equipamentos 
deste tipo, em condições acima de sua capacidade 
de carga. Desconhecem, também, as consequências 
72
advindas da inobservância de algo tão simples, que 
vão desde a morte de pessoas, passando pelo esma-
gamento de membros e, invariavelmente, por perdas 
do patrimônio e danos à produção. Todos os equi-
pamentos devem ser sinalizados, quanto à sua capa-
cidade, tal sinalização deve ser como diz o próprio 
texto na NR – VISÍVEL. Infelizmente, ainda, en-
contramos em muitos locais de trabalho falhas, sem 
identificação de carga, ou quando não é tão peque-
na, que quando perguntamos aos usuários, o quanto 
aquele equipamento pode levantar, ouvimos diver-
sos números, totalmente, diversos, e na sequência, 
diversas histórias que nos deixam assustados. Como 
complemento deste assunto, devemos também estar 
atentos para possíveis reduções de capacidade – que 
ocorrem em alguns equipamentos depois de possí-
veis alterações, ou anos de uso. No caso específico 
das empilhadeiras, existem testes padronizados pe-
los fabricantes para verificação da capacidade, e es-
tes são recomendados para um bom programa de se-
gurança relativo ao assunto. Detectadas as reduções 
de capacidade estas devem ser alteradas e os usuá-
rios amplamente informados, visto que é comum, os 
operadores identificarem as máquinas por seu tama-
nho. Importante também lembrar e orientar a todos 
os usuários de equipamentos deste tipo, quanto às 
alterações devido ao uso de extensores (capas de pa-
leta), correntes etc.
73
Atenção especial da NR-11 para os carros 
manuais de transporte – que para muitos parecem 
inofensivos – mas que são grandes causadores de 
pequenos acidentes. Há alguns anos, acompanhei 
o caso de um grande hospital, no interior de São 
Paulo, onde o número de acidentes era muito alto, 
tendo como partes atingidas, as mãos. Feita uma 
análise mais detalhada, acabamos descobrindo que 
era comum a prensagem por carrinhos manuais, e 
macas de transportar pacientes, contra paredes e la-
terais de elevadores. Dentro das indústrias, acidentes 
deste tipo, também, são muito comuns e podem ser 
evitados com soluções simples e caseiras, que nada 
mais são do que a instalação de protetores para as 
mãos, nas alças de manipulação.
Com detalhes, a NR-11 descreve as condições 
relativas ao Operador, iniciando no item 1.5., quan-
do menciona que o Operador deverá receber um 
treinamento específico, que o habilitará nesta função. 
Neste ponto, é importante estarmos atentos para al-
guns detalhes que podem fazer muita diferença, seja 
na prevenção de acidentes, seja diante de possíveis 
problemas causados por um acidente. O primeiro 
diz respeito à pré-seleção do operador, o que pas-
sa obrigatoriamente por conhecimentos e requisitos 
próprios da NR- 7. Portanto, antes de tudo, o Ope-
rador de Veículo Industrial deve ser uma pessoa apta 
do ponto de vista médico para exercer e realizar este 
74
tipo de trabalho. Isso pode dizer muita coisa, por 
exemplo, necessidade de acuidade visual. Logo em 
seguida, deparamo-nos com a citação: “treinamento 
dado pela empresa”. É importante saber se há na 
empresa profissional capaz de desenvolver este tipo 
de treinamento e, ainda, se diante de um acidente, te-
remos como evidenciar tal capacidade. Deve-se en-
tender que a coisa não é tão simples como parece e, 
tal entendimento pode ser obtido analisando o que 
ocorreria no caso de um acidente com a morte de 
alguém. Recomenda-se que tais treinamentos fiquem 
a cargo de escolas especializadas e que estas emitam 
certificados, e que sejam mantidos junto ao prontu-
ário do empregado. Mais do que isso, recomenda-se 
que, periodicamente, seja feita uma reciclagem pelo 
menos quanto aos princípios básicos da operação, e 
sempre quanto às normas de segurança.
Com relação, ainda, ao treinamento chama-se 
a atenção, neste ponto, para a variedade de veícu-
los industriais, hoje, em uso. O que, antigamente, era 
restrito a uma ou duas variedades passou a ser, na 
atualidade, muito diferente. Há por todas as partes, 
paleteiras, rebocadores, guindastes, pontes rolantes 
com operação no próprio equipamento ou a distân-
cia etc. Obviamente, cada um destes equipamentos 
tem características diversas, embora muitos sejam si-
milares em suas bases. Portanto, há necessidade de 
treinamentos específicos. Fica claro que entre uma 
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empilhadeira e uma paleteira, há grandes diferenças 
no modo de operação e riscos de acidentes.
Uma dúvida, ainda, paira quanto à obrigato-
riedade da Carteira Nacional de Habilitação para 
os operadores de veículos, como: empilhadeiras, 
rebocadores e paleteiras. O Código Nacional de 
Trânsito, em momento algum, é claro quanto à 
obrigatoriedade da CNH para estes veículos. E, 
realmente, seria muito estranho se o fosse, visto 
que proveito teria para a prevenção e operação, 
habilitarmos operadores treinados e aprovados, 
em exames com veículos de passeio, ônibus ou 
caminhões. São veículos de características e ope-
ração totalmente distintas dos veículos industriais 
citados. Acreditamos que no caso dos veículos 
que, por algum motivo, façam uso de vias públicas 
– e, portanto, sejam emplacados – o assunto deva 
ser analisado com detalhes, junto ao orgão regu-
lamentador de trânsito. No mais, para operações 
dentro das empresas – conforme a própria NR - 
cita o curso de habilitação e penso que seja a esta 
habilitação, a que se refere o item 1.6.. Em termos 
de cuidados preventivos, parece desejável que o 
candidato tenha CNH (independente da catego-
ria) e, assim, ser conhecedor das regras básicas de 
trânsito e sinalização.
Abaixo, figura com exemplo de carteirinha de 
autorização para operador de empilhadeira. 
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Elaborado Pelo Autor.
FIGURA 11
No que diz respeito, ainda, ao operador, os 
itens 1.6. e 1.7. citam a obrigatoriedade do cartão 
de identificação, com nome e fotografia, utilizado 
em local visível, durante toda a operação. Tal car-
tão tem a validade de um ano – salvo imprevistos 
– e está associado à realização de exame de saúde 
completo. No que diz respeito ao uso do cartão 
conhecemos as dificuldades para o cumprimen-
to, visto que, muitas vezes, acaba implicando em 
risco para o operador, que necessita, por exem-
plo, movimentar-se entre as cargas e este acaba se 
enroscando. Portanto, formas devem ser encon-
tradas para que o uso não implique em riscos. O 
uso do cartão facilita em muito – nas empresas de 
maior porte, a identificação das pessoas e a coi-
bição de práticas inseguras – ou seja, a operação 
por pessoas não habilitadas. Para facilitar mais, 
ainda, a verificação, recomenda-se que no próprio 
cartão exista o campo relativo ao exame médico 
(com espaço para que o médico assine e coloque 
o número do seu CRM).
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Propositalmente, deixamos para tratar, qua-
se no final deste texto, a questão citada no item 
1.7., onde fica definido que os equipamentos de 
transporte motorizados devem possuir sinal de 
advertência sonora (buzina). Obviamente como 
em todo meio que se locomove, tal equipamen-
to é de importância. No entanto, preocupa-nos a 
crescente tendência de veículos industriais – em 
especial empilhadeiras, paleteiras e rebocadores - 
que vêm equipados com tipos de sinais sonoras, 
que permanecem acionados por todo tempo do 
deslocamento ou, ainda, aqueles equipados com 
“sirenes” ou equivalentes. Sem dúvida alguma 
em prol da prevenção de acidentes os dispositi-
vos que sinalizam a marcha à ré são muito úteis. 
No entanto, quando a sinalização tanto visual

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