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APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 1 APG 16 – De onde vem? 1) COMPREENDER A ANATOMIA, HISTOLOGIA E EMBRIOLOGIA DA HIPÓFISE ❖ EMBRIOLOGIA → A hipófise se origina do folheto embrionário ectoderma, sendo importante considerarmos duas fontes: • Ectoderma oral (a partir do desenvolvimento do teto ectodérmico do estomodeu = boca primitiva) – dará origem ao divertículo hipofisário (Bolsa de Rathke). • Neuroectoderma (a partir de uma invaginação do neuroectoderma do diencéfalo) – dará origem ao divertículo neuro-hipofisário. → A dupla origem da hipófise explica o fato de a hipófise ser composta de dois tipos de tecidos diferentes – o tecido glandular e o tecido nervoso. • Lobo anterior (adenohipófise): composto de tecido glandular e derivado do divertículo hipofisário • Lobo posterior (neurohipófise): composto de tecido nervoso e derivado do divertículo neuro-hipofisário. ➢ DESENVOLVIMENTO DA ADENO-HIPÓFISE → No início na terceira semana de desenvolvimento humano, o divertículo hipofisário se projeta no teto do estomodeu (boca primitiva) - adjacente ao assoalho do diencéfalo. → Por volta da quinta semana de desenvolvimento há o alongamento do divertículo hipofisário e sua constrição no local de ligação do epitélio oral. Nesse momento, há o contato do divertículo hipofisário com o infundíbulo (componente da neuro-hipófise, derivado do neuroectoderma). → O pedúnculo do divertículo hipofisário, passa entre os centros de condrificação dos ossos pré-esfenóide e basisfenóide do crânio em desenvolvimento. Durante a sexta semana de desenvolvimento a conexão entre o divertículo e a cavidade oral se degenera (apoptose). → É importante destacar que a adeno-hipófise consiste em três derivados da bolsa de Rathke: • A pars distalis, que compreende a maior parte do lobo anterior da hipófise – origem: as células da parede anterior do divertículo hipofisário se proliferam e originam a parte anterior da hipófise. • A pars intermedia, uma delgada parte remanescente da parede posterior da bolsa, que está em contato com a pars distalis. • A pars tuberalis, que se desenvolve a partir das paredes laterais espessadas da bolsa e que forma um colar ou bainha em torno do infundíbulo. ➢ DESENVOLVIMENTO DA NEURO-HIPÓFISE → A neuro-hipófise é uma extensão do sistema nervoso central (SNC) que armazena e libera produtos secretores do hipotálamo. A neuro-hipófise é derivada do divertículo neuro- hipofisário e formada pelas seguintes partes: • A pars nervosa, que contém os axônios neurossecretores e suas terminações. • O infundíbulo, que é contínuo com a eminência mediana e contém os axônios neurossecretores que formam o trato hipotálamo-hipofisário. Inicialmente as paredes do infundíbulo são delgadas, mas a extremidade distal dessa estrutura logo se torna sólida conforme as células neuroepiteliais proliferam. Posteriormente essas células se diferenciam nos pituícitos, o principal tipo celular do lobo posterior da hipófise. Esquemas ilustram o desenvolvimento da hipófise. A, Secção sagital da extremidade cranial de um embrião de aproximadamente 36 dias mostra o divertículo hipofisário, um crescimento superior a partir do estomodeu, e o divertículo neurohipofisário, uma invaginação do prosencéfalo. B-D, Estágios sucessivos da hipófise em desenvolvimento. Na 8ª semana, o divertículo perde sua conexão com a cavidade oral e está em contato próximo com o infundíbulo e o lobo posterior (neuro-hipófise) da hipófise. E e F, Esquemas dos estágios finais mostram a proliferação da parede anterior do divertículo hipofisário para formar o lobo anterior (adeno-hipófise) da hipófise APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 2 • OBSERVAÇÃO: A neuro-hipófise não é uma glândula endócrina. Na verdade, trata-se de um local de armazenamento de neurossecreções dos neurônios dos núcleos supraópticos e paraventriculares do hipotálamo. ❖ ANATOMIA E HISTOLOGIA → A glândula hipófise, também chamada de pituitária, é uma estrutura em forma de ervilha com 1 a 1,5 cm de diâmetro (muito pequena) e que se localiza na fossa hipofisial da sela turca do osso esfenoide, na base do cérebro na região do diencéfalo. “glândula mestre” → É uma das principais glândulas endócrinas, já que controla outras glândulas. → Fixa-se ao hipotálamo por um pedículo, o INFUNDÍBULO, e apresenta duas partes anatômica e funcionalmente separadas: a ADENOHIPÓFISE (lobo anterior) e a NEUROHIPÓFISE (lobo posterior). ✓ A ADENOHIPÓFISE representa cerca de 75% do peso total da glândula e como já dito tem origem ectodérmica e é composta por tecido epitelial glandular. Ela não possui conexão com o sistema nervoso. ▪ A adenohipófise consiste em três partes: • Parte tuberal: mais superior, que “abraça” o infundíbulo = forma uma bainha ao redor do infundíbulo, e que junto com ele forma a haste da hipófise; • Parte intermediária: é mais rudimentar (que não se desenvolveu ou aperfeiçoou) em humanos, e se localiza entre a neurohipófise e a parte distal. • Parte distal: que é a porção maior, e mais importante com relação à produção dos hormônios. ▪ A parte distal ou lobo anterior ou pars distallis é formada majoritariamente por CÉLULAS PRODUTORAS DE HORMÔNIOS, sedo que a maioria deles são chamados de HORMÔNIOS TRÓFICOS, isso pelo fato deles terem trofismo, ou seja, afinidade por determinada glândula ou órgão. ▪ Essas células são do tipo cuboides ou poligonais e formam cordões sustentados por fibroblastos entre os quais passam capilares sanguíneos, pertencentes ao complexo capilar secundário do sistema porta hipofisário. ▪ Isso vai ser importante justamente para a secreção do hormônio direto no sangue. ▪ Possui também as CÉLULAS FOLÍCULOESTELARES que ainda não têm uma função totalmente conhecida. ▪ Existem cinco tipos de CÉLULAS PRODUTORAS DE HORMÔNIOS e que produzem seis tipos de hormônios diferentes: BASÓFILOS: • Corticotrofos: produtores de ACTH (estimula o córtex da glândula suprarrenal a liberar cortisol) • Tireotrofos: produtores de TSH (controla as secreções e outras atividade da tireoide); • Gonadotrofos: produtores de LH e FSH (atuam nas gônadas fazendo a maturação dos ovócitos e estimulando a secreção de estrogênio e progesterona, além de estimular a produção de espermatozoides e a secreção de testosterona); ACIDÓFILOS: • Somatotrofos: produtores de GH (hormônio do crescimento); • Lactotrofos: produz prolactina (estimula a produção de leite). ▪ As secreções podem ser controladas de duas formas: • Células neurossecretoras no hipotálamo secretam 5 hormônios liberadores, que irão estimular a secreção dos hormônios da adenohipófise e 2 inibidores, que suprimem a secreção de hormônios da adenohipófise; • Na segunda, o feedback negativo na forma de hormônios liberados pelas glândulas-alvo diminui secreções de três tipos de células da adenohipófise, a atividade das tireotrofos, gonadotrofos e corticotrocos diminuem quando os níveis sanguíneos elevados. APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 3 ✓ A NEUROHIPÓFISE como já visto é composta de tecido nervoso e derivada do divertículo neuro-hipofisário. ▪ É contínua pelo hipotálamo por uma estrutura chamada infundíbulo. ▪ Ela é formada então pela eminência mediana, infundíbulo e lobo neural ou parte posterior ou pars nervosa. ▪ A neurohipófise não contem células secretoras, e é formada basicamente por AXÔNIOS HIPOTALÂMICOS AMIELÍNICOS e células gliais, OS PITUÍCITOS. ▪ Essa parte na hipófise NÃO produz hormônios, apenas ARMAZENA e SECRETA os hormônios produzidos pelos neurônios hipotalâmicos do tipomagnocelulares. ▪ Os axônios formam o trato hipotálamo-hipofisal, que começa no hipotálamo e termina perto dos capilares sanguíneos da neurohipófise. ▪ Esses neurônios produtores de hormônios tem os seus corpos celulares localizados nos núcleos do hipotálamo. ▪ Os corpos celulares dos neurônios secretores de Ocitocina (núcleo paraventricular) e vasopressina ou ADH (núcleo supra-ótico) estão situados no hipotálamo. Estas neurosecreções são armazenadas em grânulos conhecidas como Corpos de Hering. ▪ Ocitocina: contração do útero no trabalho de parto e contração das glândulas mamárias para ejeção do leite materno. ▪ ADH ou vasopressina: aumenta a reabsorção de água pelos tubos coletores diminuindo assim a produção urina e diurese. 2) ANALISAR A EMBRIOLOGIA DO HIPOTÁLAMO → O hipotálamo faz parte do diencéfalo, e é delimitado pelo quiasma óptico (anteriormente), infundíbulo (inferiormente, que liga o hipotálamo à hipófise), túber cinério e corpo mamilares (porteriormente) → Desempenha diversas funções como: controle do SNA, regulação da temperatura corporal, controle da sede, fome, sono e vigília, ciclo circadiano e comando endócrino. → Tudo começa pelo TUBO NEURAL já fechado na parte central, depois fecha na parte superior (neuróporo rostral), e por fim na inferior (neuróporo caudal)! → O fechamento do neuróporo rostral ocorre no 25° dia, e do neuropóro caudal fecha 2 dias depois. → O neuróporo rostral dará origem ao ENCÉFALO, que irá sofrer dilatações: • Para ter o formato arredondado, após o tubo neural, terá a formação de 3 vesículas (dilatações): ENCÉFALO PRIMITIVO • Esse cérebro primitivo vai evoluir e formar outras 5 dilatações a partir do arquencéfalo (encéfalo primitivo): ✓ Prosencéfalo: forma duas dilatações: telencéfalo (cérebro propriamente dito, dividido em direito e esquerdo, daí os hemisférios) e diencéfalo (tálamo, epitálamo e hipotálamo). ✓ Mesencéfalo: continua o mesmo! ✓ Rombencéfalo: forma duas dilatações: metencéfalo (cerebelo e ponte) e mielencéfalo (bulbo). → Com o fechamento do neuroporo rostral, aparecem duas evaginações laterais, de cada lado do encéfalo anterior, as vesículas ópticas, primórdios das retinas e dos nervos ópticos. Elas identificam o diencéfalo. → O hipotálamo se origina pela proliferação de neuroblastos na zona intermediária das paredes diencefálicas, ventral ao sulco hipotalâmico. A expressão diferencial da sinalização de Wnt/ β-catenina está envolvida na padronização do hipotálamo. Posteriormente, desenvolve-se um número de núcleos envolvidos em atividades endócrinas e homeostase. Um par de núcleos forma intumescências do tamanho de uma ervilha (corpos mamilares) na superfície ventral do hipotálamo. REFERÊNCIAS: • MOORE, K. L.; Persaud, T. V. N. Embriologia clínica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. • TORTORA, G. J; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia humana. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. A, Esquem a m ostra a visão externa do encéfalo ao final da quinta sem ana. B, Visão sim ilar na 7ª sem ana. C, Secção m ediana do encéfalo na 7ª sem ana m ostra a superfície m edial do prosencéfalo e do m esencéfalo. D, Secção sim ilar na 8ª sem ana. E, Secção transversal do diencéfalo m ostra o epitálam o dorsalm ente, o tálam o lateralm ente e o hipotálam o ventralm ente.
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