Buscar

Resumo - IST e Corrimento Vaginal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Caderno 
de
Ginecologia 
Gabriel Bagarolo Petronilho 
Medicina - FAG 
TXVIII
2022/1
Infecções Sexualmente Transmissíveis e Corrimento Vaginal
As infecções sexualmente transmissíveis (IST’s - antigamente chamadas de DSTs) constituem 
uma epidemia de grande magnitude e as equipes de saúde têm um papel fundamente na 
prevenção e tratamento dessas. 
Questões sobre ISTs e hábitos sexuais devem ser obrigatoriamente abordados em consulta, de 
maneira leve e livre de julgamentos. 
As mulheres geralmente possuem sintomas e sequelas mais severas e são 2x mais vulneráveis 
para adquirirem ISTs do que os homens. 
Abordagem Sindrômica de ISTs 
- Corrimento uretral 
- Úlceras genitais 
- Corrimento vaginal 
- Dor pélvica 
Cada uma dessas queixas possui um tipo de abordagem sindrômica diferente. 
Corrimento Vaginal
Vulvovaginites 
As vulvovaginites constituem uma das principais queixas em consulta ginecológica, sendo 
que cerca de 70% das mulheres apresentação alteração no fluxo vaginal pelo menos 1x 
na vida. 
A anamnese, exame pélvico e exame macroscópico do fluxo vaginal fornecem dados 
suficientes para o diagnóstico do agente específico - não é necessário exame 
complementar. 
A vulvovaginite é uma síndrome clínica caracterizada por secreção vaginal aumentada 
(leucorréia), prurido, irritação vulvar e secreção fétida (nem sempre). 
As 3 principais causas de infecciosas de vulvovaginites são vaginose bacteriana, 
candidíase e tricomoníase. 
● Secreção vaginal fisiológica é variável de mulher para mulher; contudo possui 
padrão sebáceo pela esfoliação vaginal e cervical e secreção das glândulas de Bartholin e 
Skene, com predomínio de aeróbios e menos de 1% de anaeróbios. 
O pH normal é abaixo de 4,5. 
Devemos nos atentar também que os aspectos podem variar conforme a fase do ciclo 
menstrual e concentração de estrogênio. 
1) Vaginose Bacteriana - VB - Gardnerella vaginallis - Não é IST
É uma síndrome clínica polimicrobiana caracterizada pela ausência de lactobacilos e por 
crescimento excessivo de organismos anaeróbios facultativos. 
É a infecção vaginal mais prevalente, 45% das mulheres na menarca possuem a bactéria, 
dessas, 50-70% das mulheres são assintomáticas. Entretanto, é a causa mais frequente 
de queixa de corrimento vaginal. Gabriel Bagarolo Petronilho
→
Gabriel Bagarolo Petronilho
As alterações da flora vaginal não são muito bem conhecidas, porém, o pode patogênico está 
relacionado à multiplicação e adesão às células epiteliais das mucosa genitais. 
Lembrando que, a relação da presença da bactéria vs. doença não é um simples causa-efeito; 
pode ter a bactéria e não ter vaginose.
A VB está relacionada à multiplicidade de parceiros e duchas vaginais e pode facilidade 
aquisição de ISTs, embora a VB não seja uma IST. 
Há uma diminuição dos lactobacilos, aumento de aminas e aumento do pH. 
Diagnóstico são estabelecidos 4 parâmetros para o diagnóstico da VB e basta a associação 
de 3 sinais ou sintomas para o diagnóstico. (1) Presença de clue cell - bactérias ligadas as 
células epiteliais esfoliadas devido a presença de amina e ácidos graxos, (2) pH superior 4,5, 
(3) Teste de KOH 10% positivo e (4) Corrimento vaginal - cremoso, homogêneo, cinzento e 
aderido as paredes vaginais e ao colo. 
Tratamento o principal objetivo deve ser proporcionar o alívio dos sintomas para a paciente, 
não sendo necessário o tratamento de pacientes assintomáticas, exceto gestantes com risco 
para TPP e pré-operatório de cirurgia vaginal. 
O tratamento de escolha na vaginose bacteriana é Metronidazol 500mg, via oral, 12/12h por 7 
dias. A clindamicina pode ser utilizada, mas alguns autores relatam eficácia reduzida. 
Em gestantes, a via oral é preferível para assegurar níveis tissulares. - metronidazol 250mg/ 
8/8h por 7 dias.
Tratamento do parceiro sexual não é recomendado de rotina. 
2) Tricomoníase - Trichomonas vaginalis - é uma IST 
A tricomoníase é uma IST causada por um protozoário que possui período de incubação de 
4-28 dias, sendo responsável por cerca de 28% de todos os casos de vulvovaginites. 
O T. vaginalis possui habitat natural na vagina, também encontrado na uretra, bexiga, 
ureteres, canal cervical, cavidade uterina, glândulas de Skene e Bartholin e cresce melhor em 
condições de anaerobiose e pH > 5,0. 
Somente cerca de 10-20% das pacientes são assintomáticas e principal via de contaminação é 
a sexual - o parasita pode também se manter infectante fora do hospedeiro. 
Clínica aumento do fluxo vaginal, corrimento vaginal bolhoso com coloração amarelo-
esverdeada, prurido, disúria, dispareunia com sintomas no final ou logo após menstruação. 
Além disso, há hiperemia e edema vulvar, conteúdo vaginal aumentado e colo em ‘framboesa’.
Diagnóstico é confirmado pela identificação do T. vaginalis no 
exame fresco da secreção vaginal diluída em SF. Em geral, há grande
número de leucócitos. 
Tratamento Metronidazol 2g dose única como tratamento de 1ª
escolha. 
Na recorrência, repete-se o tratamento com Metronidazol 500mg 
via oral, 12/12h durante 7 dias - tratamento tópico pode falar em até 50% das pacientes.
Deve ser realizado o tratamento do parceiro! 
Gestantes podem utilizar metronidazol. Estudos não demonstraram teratogênese associada ao 
uso. 
÷
→
→
"
→
3) Candidíase - Candida sp. - Não é considerada IST 
A candidíase é uma vulvovaginite fúngica em que cerca de 75% das mulheres 
apresentarão um episódio durante a menacme. 
A Candida albicans é a espécie predominante causadora de candidíase, mas as outras (C. 
tropicalis e C. gladrata) não devem ser ignoradas. 
Os fatores predisponentes para a candidíase são gestação, contato oral-genital, uso de 
estrógenos em altas doses, ACO, diafragma, espermicidas, DIU, DM e uso de ATB. 
Clínica prurido intenso, edema de vulva e/ou vaginal intenso e secreção esbranquiçada 
e grumosa. A principal queixa é leucorréia branca em grumos acompanhada ou não de 
prurido. 
Diagnóstico o diagnóstico pode ser realizado somente com sinais e sintomas 
apresentados pela paciente. Pode apresentar pH vaginal normal (<4,5) e KOH negativo.
Classificação pode ser classificada em complicada ou não complicada. Ainda, ser 
assintomática ou sintomática com graus diferentes de severidade (leve, moderada e 
severa). 
Tratamento o fármaco utilizado e a duração do tratamento devem ser baseados no 
quadro clínica da doença. Pode ser utilizado Clotrimazol, Miconazol e Terconazol tópicos. 
A utilização de Fluconazol 150mg VO 2 doses com intervalo de 72h pode ter índice de 
cura de 85% das candíases complicadas. 
Durante a gestação, o tratamento de escolha para candidíase vulvovaginal são azólicos 
tópicos (Clotrimazol, Miconazol e Terconazol).
Gabriel Bagarolo Petronilho
→
→
→
→

Continue navegando