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Tutoria DIP e Vulvovaginites

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1 Lara Mendonça FITS/P4 
1- ENTENDER A NORMALIDADE DA 
MICROBIOTA, PH E SECREÇÃO VAGINAL; 
MICROBIOTA 
A microbiota vaginal é um ecossistema 
constituído por microrganismos, em que 
predomina o género Lactobacillus. O seu 
equilíbrio é frágil e mudanças na sua 
composição causam infeções. 
A microbiota vaginal, também conhecida 
como flora de Döderlein, tem sido descrita 
desde 1894. É um ecossistema muito 
complexo em equilíbrio dinâmico. A sua 
composição varia muito de uma pessoa para 
outra. 
 
O género predominante é o Lactobacillus, 
que produz ácido lático, permitindo manter 
um pH entre 3,8 e 4,4 em condições normais. 
Esse pH ácido cria um ambiente hostil para a 
proliferação de agentes patogénicos 
oportunistas. A microbiota vaginal é um fator 
chave na proteção do hospedeiro contra 
vários agentes patogénicos bacterianos, 
fúngicos ou virais. Também desempenha um 
papel essencial na colonização inicial de 
recém-nascidos, com consequências para o 
sistema imunitário e desenvolvimento 
neurológico. As espécies mais comumente 
encontradas são L. crispatus, L. iners, L. jensenii 
e L. gasseri. Elas oferecem propriedades 
antibacterianas, produzem biofilmes e 
promovem os mecanismos imunitários que 
protegem as membranas mucosas da 
vagina. 
 
Além dos microrganismos acima 
mencionados, foram descritas quase 250 
espécies bacterianas, particularmente 
espécies anaeróbias como Prevotella, 
Gardnerella vaginalis e Atopobium vaginae, 
mas também Escherichia coli e a levedura 
Candida albicans. A sua natureza e 
concentração variam com base no pool 
genético, grupo étnico, fatores de 
medicação (antibióticos), ambiente e 
comportamento (atividade sexual, higiene 
pessoal, etc.), e também são influenciados 
pela flora oral e intestinal. 
A microbiota vaginal muda ao longo da vida 
(hormonas sexuais, menstruação, gravidez, 
menopausa, etc.) e estes fatores influenciam 
a composição desse ecossistema. 
 
Embora varie de mulher para mulher, a 
microbiota vaginal deve manter um certo 
equilíbrio para preservar a saúde do trato 
reprodutivo.4 Várias doenças ginecológicas 
podem resultar de, ou ser promovidas por um 
desequilíbrio da microbiota vaginal (disbiose), 
em particular a vaginose bacteriana (A. 
vaginae, Clostridiales e G. vaginalis) e 
vulvovaginite por Candida. A administração 
tópica ou oral de probióticos parece 
promover um equilíbrio nesta microbiota, e 
pode reduzir os sintomas no caso de infeção 
vaginal, bem como a probabilidade de 
recorrência. 
A vagina, uma estrutura fibromuscular 
vigorosa, também apresenta uma microbiota 
própria, localizada nas diversas camadas do 
epitélio escamoso da mucosa, que varia de 
indivíduo para indivíduo. Estes micro-
organismos, bactérias aeróbias e anaeróbias, 
com predominância das espécies de 
lactobacilos (bactérias gram positivas), são 
fundamentais para um ambiente vaginal 
saudável. 
Isso porque eles são capazes de proteger a 
vagina de outros agentes que podem causar 
doença, tanto pela capacidade de se 
aderirem à mucosa quanto pela produção 
de ácido lático – o pH vaginal mais baixo é 
importante para essa proteção, por ter 
propriedade antimicrobiana. Nas diversas 
fases da vida da mulher, como puberdade, 
no período do ciclo menstrual, gestação e 
pós-menopausa, essa flora, de forma 
 
2 Lara Mendonça FITS/P4 
dinâmica pode ser modificada, pois também 
há a atuação dos estrogênios neste contexto. 
Quando há desequilíbrio na microbiota, há o 
que se chama de disbiose. No caso da 
mucosa vaginal, os principais fatores de risco 
associados à disbiose são: idade 
(especialmente na pós-menopausa, com a 
perda da produção de estrogênios), 
tabagismo, estresse, atividade sexual 
exagerada (pelo excesso de duchas vaginais 
e exposição a infecções sexualmente 
transmissíveis), uso de cosméticos locais 
(como sabonetes e lenços umedecidos), uso 
recorrente de antibióticos e estilo de vida 
(principalmente quanto aos hábitos 
alimentares). 
Em relação aos hábitos alimentares, alguns 
estudos mostram que deficiência de alguns 
elementos como ferro, cálcio, zinco, vitamina 
D, vitamina A, vitamina C e vitamina E 
aumenta o risco de vaginose bacteriana em 
mulheres. O consumo de alimentos ricos em 
gordura saturada, bem como a 
hiperglicemia, também parecem ser 
desfavoráveis para a microbiota vaginal. 
O PAPEL DOS PROBIÓTICOS 
Conceitualmente, probióticos são micro-
organismos vivos de origem humana que 
apresentam características benéficas para o 
hospedeiro. No caso da mucosa vaginal, os 
das espécies de lactobacilos são os mais 
estudados. Alguns estudos mostram que o uso 
de produtos formulados com estes agentes 
pode ajudar a restabelecer a flora vaginal 
normal em algumas situações, como em 
mulheres na pós-menopausa (nestas 
especialmente também se houver a terapia 
hormonal associada) e naquelas com 
infecções como candidíase e vaginose 
bacteriana. 
Porém, ainda há grandes questões não 
esclarecidas: ainda não se sabe a cepa mais 
específica para cada caso, a quantidade a 
ser administrada, a duração do tratamento, 
bem como há a influência das condições de 
fabricação dos produtos para garantir a 
viabilidade. 
PH 
SECREÇÃO VAGINAL 
O QUE É CORRIMENTO VAGINAL? 
Corrimento vaginal é o nome que damos à 
secreção de fluidos pela vagina, que, 
dependendo das suas características, pode 
ser algo completamente normal ou um sinal 
de doença ginecológica. 
As secreções vaginais naturais são 
produzidas por glândulas no canal vaginal 
e têm um importante papel na saúde 
feminina, pois ajudam na eliminação de 
células mortas e bactérias do sistema 
reprodutor. Isso mantém a vagina limpa e 
ajuda a prevenir infecções. 
Em geral, corrimentos claros, que não estão 
associados a outros sintomas, são benignos 
 
3 Lara Mendonça FITS/P4 
e não precisam de tratamento. Por outro 
lado, se o corrimento tiver coloração 
esverdeada ou amarelada, mau cheiro e 
estiver associado à dor ou coceira, ele 
provavelmente é um sinal de uma infecção 
ginecológica. 
CORRIMENTO VAGINAL NORMAL 
Antes de falarmos sobre o corrimento 
vaginal fisiológico, isto é, o corrimento 
vaginal normal, não relacionado a 
doenças, temos que fazer uma rápida 
revisão da anatomia ginecológica 
feminina. 
É muito comum a confusão entre vagina e 
vulva. Quando olhamos para a genitália 
externa feminina o que vemos é a vulva; da 
vagina só conseguimos ver o seu orifício 
externo, pois a vagina propriamente dita é 
um canal que fica no interior do corpo e 
termina no colo do útero, como pode ser 
visto na ilustração abaixo. 
 
O corrimento normalmente se origina na 
vagina e só se torna perceptível quando sai 
pelo orifício externo da mesma. Em alguns 
casos, o corrimento pode ter origem no 
colo do útero. 
Todas as mulheres em idade reprodutiva 
podem ter um corrimento vaginal normal, 
chamado corrimento vaginal fisiológico. 
Este corrimento é formado pela 
combinação de células mortas da vagina, 
bactérias naturais da flora vaginal e 
secreção de muco; costuma ter entre 1 e 4 
ml de volume diário e sua função é 
umedecer, lubrificar e manter a vagina 
limpa, dificultando o surgimento de 
infecções. 
O corrimento vaginal fisiológico é 
estimulado pelo estrogênio e, portanto, 
pode ter seu volume aumentado em 
períodos nos quais há maior estimulação 
hormonal, como na gravidez, uso de 
anticoncepcionais à base de estrogênios, 
no meio do ciclo menstrual, perto da 
ovulação ou dias antes da menstruação. 
O corrimento vaginal normal geralmente 
tem as seguintes características: pode ser 
espesso, aquoso ou elástico; sua cor é 
branca, leitosa ou transparente; e tem odor 
muito suave ou nenhum odor. 
Uma das dicas mais importantes para 
identificar um corrimento fisiológico é a 
ausência de sinais ou sintomas de irritação, 
como dor, ardência, vermelhidão ou 
comichão na vaginae/ou vulva. Todavia, é 
importante salientar que uma discreta 
irritação na vulva pode ocorrer em algumas 
mulheres com corrimento fisiológico. 
CORRIMENTO VAGINAL ANORMAL 
Leucorreia ou corrimento vaginal 
patológico é aquele que está relacionado 
a alguma doença ginecológica. Esse tipo 
de corrimento pode ter várias causas. As 
mais comuns são as vaginites, também 
chamadas de colpites, que é a infecção da 
vagina, provocada normalmente por 
bactérias ou fungos. O corrimento também 
pode surgir por atrofia da mucosa da 
vagina após a menopausa, alergia a 
algumas substâncias – como espermicidas – 
ou pela presença de um corpo estranho na 
vagina. 
Vamos falar resumidamente sobre as 
principais causas de vaginite e corrimento 
vaginal. Mais detalhes podem ser lidos nos 
textos específicos para cada uma das 
doenças descritas abaixo. 
CANDIDÍASE 
A Candida é um fungo que faz parte da 
flora natural de germes da vagina, pele e 
intestinos. A Candida vive normalmente na 
nossa pele e não costuma causar sintomas. 
Entretanto, sempre que há algum 
https://www.mdsaude.com/ginecologia/menstruacao/ciclo-menstrual/
 
4 Lara Mendonça FITS/P4 
desarranjo nas condições habituais do 
nosso organismo, como uso excessivo de 
antibióticos, estresse, doenças como 
diabetes, imunossupressão, traumas, etc., a 
Candida pode começar a multiplicar-se 
excessivamente, passando a causar 
sintomas. 
A candidíase vaginal normalmente se 
manifesta com prurido (coceira) e/ou 
ardência na vulva, dor para urinar, dor 
durante o ato sexual e um corrimento 
espesso, sem odor forte e esbranquiçado, 
muitas vezes comparado com queijo 
cottage. 
Para mais sobre o corrimento provocado 
pela candidíase, leia: Candidíase – 
Sintomas e tratamento e Tratamento da 
Candidíase Vaginal. 
GONORREIA E CLAMÍDIA 
A gonorreia e a Clamídia são duas doenças 
sexualmente transmissíveis (DST) causadas 
respectivamente pelas bactérias Neisseria 
gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis. 
Ambas doenças causam uma cervicite 
(infecção do colo do útero) e podem cursar 
com corrimento vaginal, geralmente de 
aspecto mucopurulento (amarelo turvo). 
Outros sintomas associados incluem dor 
para urinar, dor durante o ato sexual, 
normalmente com sangramento pós-coito 
e irritação na vulva. 
Para mais informações sobre o corrimento 
provocado pela gonorreia ou clamídia, 
leia: Gonorreia – Sintomas e 
tratamento e Clamídia – Sintomas e 
tratamento. 
TRICOMONÍASE 
A tricomoníase é uma doença sexualmente 
transmissível causada por um protozoário 
chamado Trichomonas vaginalis. A vaginite 
causada pelo tricomoníase normalmente se 
apresenta com um corrimento fino, 
amarelo-esverdeado, de odor 
desagradável, associado aos outros sinais 
clássicos de vulvovaginite, como dor ao 
urinar, irritação da vulva e 
sangramento/dor durante o coito. 
O Trichomonas vaginalis pode permanecer 
assintomático por muito tempo, tornando 
difícil saber exatamente quando houve a 
contaminação. 
Para mais informações sobre o corrimento 
provocado pelo Trichomonas, 
leia: Tricomoníase – Sintomas e tratamento. 
VAGINOSE BACTERIANA 
A vaginose bacteriana é a principal causa 
de corrimento vaginal anormal. É uma 
infecção causada por alterações na flora 
natural da vagina, que resultam em uma 
redução no número 
de lactobacillus (bactérias “boas”) e um 
excessivo crescimento de bactérias 
aeróbicas (bactérias “ruins”) 
como Gardnerella vaginalis, Mycoplasma 
hominis, Prevotella, Porphyromonas, 
Bacteroides, Peptostreptococcus, 
Fusobacterium e Atopobium vaginae. 
É muito comum se associar a vaginose 
bacteriana à bactéria Gardnerella 
vaginalis, porém, esta doença é causada 
pelo crescimento de múltiplas bactérias, e 
não só da Gardnerella. O termo vaginose é 
usado em vez de vaginite neste caso 
porque há pouca ou nenhuma inflamação 
da vagina, apenas proliferação 
bacteriana. 
O sintoma típico da vaginose é o corrimento 
vaginal fino e acinzentado, com odor muito 
forte, tipo peixe podre. Os outros sintomas 
de inflamação vulvovaginal, como dor ao 
urinar, coceira da vulva e dor ao coito são 
bem menos frequentes, estando na maioria 
dos casos ausentes. 
A proliferação de bactérias e a queda no 
número de lactobacillus faz com que haja 
um aumento significativo do pH da vagina, 
sendo esta uma das dicas para o 
diagnóstico. 
https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/candidiase/
https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/candidiase/
https://www.mdsaude.com/ginecologia/infeccao-ginecologica/tratamento-candidiase/
https://www.mdsaude.com/ginecologia/infeccao-ginecologica/tratamento-candidiase/
https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/dst/gonorreia/
https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/dst/gonorreia/
https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/dst/clamidia/
https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/dst/clamidia/
https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/dst/tricomoniase-sintomas/
 
5 Lara Mendonça FITS/P4 
Para mais informações sobre o corrimento 
provocado pela vaginose, leia: Vaginose 
bacteriana – Gardnerella vaginalis. 
ATROFIA VAGINAL 
A atrofia da vagina ocorre geralmente após 
a menopausa. O estrogênio estimula o 
corrimento fisiológico, e a sua falta provoca 
ressecamento e afinamento da mucosa 
vaginal. Esta atrofia vaginal pode levar à 
inflamação com corrimento, dor para 
urinar e incômodo durante o ato sexual. 
ALERGIAS 
Alergia ao lubrificante da camisinha, a 
espermicidas, a perfumes, sabonetes ou 
produtos de higiene íntima, etc., podem 
causar uma reação alérgica na 
vagina/vulva, levando ao aparecimento 
de corrimento. 
CAUSAS MENOS COMUNS 
As causas citadas acima são as mais 
comuns, mas não são as únicas. Se a mulher 
tem um corrimento vaginal persistente, que 
não parece ser fisiológico, e nenhuma das 
causas comuns for identificada, o 
ginecologista precisa pensar também nas 
seguintes hipóteses: 
• Infecção pelo HPV. 
• Herpes genital. 
• Câncer do colo do útero. 
• Alergia ao sêmen (causa rara). 
• Vulvovaginite pela 
bactéria Streptococcus. 
• Corpo estranho retido dentro da 
vagina (absorvente interno ou 
camisinha “perdida”, por 
exemplo). 
• Infecção pelo verme oxiúrus. 
• Doença inflamatória pélvica. 
CORRIMENTO VAGINAL DE ACORDO COM 
SUAS CARACTERÍSTICAS 
MARROM 
Qualquer situação que provoque algum 
grau de sangramento vaginal ou uterino 
pode causar um corrimento acastanhado. 
As principais causas são: 
• Restos da menstruação 
misturados ao corrimento 
fisiológico. 
• Traumas na região vaginal ou 
uterina. 
• Infecções. 
• Corpo estranho na vagina. 
• Tumores ginecológicos. 
• Sangramento uterino provocado 
pela implantação do embrião 
no útero nos primeiros dias de 
gravidez. 
• Atrofia vaginal. 
• Gravidez ectópica. 
AMARELADO 
O corrimento vaginal amarelado é 
geralmente sinal de infecção ginecológica, 
principalmente se acompanhado de mau 
cheiro, ardência ou coceira vaginal. As 
principais causas são: 
• Tricomoníase. 
• Gonorreia. 
• Clamídia. 
O corrimento fisiológico costuma ser branco 
e claro, mas ao ser exposto ao ar após 
contato com a calcinha, ele pode ficar 
meio amarelado. Portanto, se a mulher não 
tiver sintoma algum e o corrimento não tiver 
cheiro, o fato dele ser meio amarelado não 
necessariamente indica alguma infecção 
em curso. Na dúvida, o melhor é procurar a 
sua ginecologista para ela poder avaliar o 
corrimento. 
BRANCO OU ACINZENTANDO 
O corrimento brancacento costuma ser 
normal, principalmente se for fino, em 
pequena quantidade e se ocorrer próximo 
do período ovulatório. Porém, se o 
corrimento for espesso, pastoso, leitoso, 
com grumos ou acinzentado, 
principalmente se estiver associado a 
sintomas irritativos, como coceira, dor 
https://www.mdsaude.com/ginecologia/infeccao-ginecologica/vaginose-bacteriana-gardnerella/
https://www.mdsaude.com/ginecologia/infeccao-ginecologica/vaginose-bacteriana-gardnerella/https://www.mdsaude.com/ginecologia/menstruacao/menopausa/
https://www.mdsaude.com/nefrologia/infeccao-urinaria/dor-urinar/
https://www.mdsaude.com/nefrologia/infeccao-urinaria/dor-urinar/
https://www.mdsaude.com/ginecologia/vaginismo-dispareunia/
https://www.mdsaude.com/ginecologia/anticoncepcionais/camisinha-masculina/
https://www.mdsaude.com/ginecologia/hpv/
https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/dst/herpes-genital/
https://www.mdsaude.com/alergoimunologia/alergia-ao-semen/
https://www.mdsaude.com/gravidez/estreptococos-b-gravidez/
https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/parasitoses/oxiurus-enterobius-vermicularis/
https://www.mdsaude.com/ginecologia/infeccao-ginecologica/doenca-inflamatoria-pelvica/
 
6 Lara Mendonça FITS/P4 
vaginal ou mau cheiro, infecções devem 
ser investigadas. As principais causas são: 
• Candidíase. 
• Vaginose bacteriana. 
COM MAU CHEIRO 
Corrimento com mau cheiro é típico de 
infecção ginecológica. As principais causas 
são: 
• Vaginose bacteriana (cheiro 
muito forte). 
• Tricomoníase. 
DIAGNÓSTICO 
Para se distinguir corretamente os tipos de 
corrimento vaginal, faz-se necessário uma 
consulta com o médico ginecologista. 
Através do exame ginecológico é possível 
notar se há vaginite, cervicite ou apenas 
corrimento sem sinais de inflamação. 
Também é possível colher amostras do 
corrimento para avaliação do pH vaginal, 
investigação microscópica e cultura. 
TRATAMENTO 
O tratamento do corrimento depende da 
causa, variando desde antifúngicos ou 
antibióticos para as infecções, até cremes 
de estrogênio para a vaginite atrófica. Não 
há um tratamento único que sirva para 
todos os tipos de corrimento. 
Se você tem corrimento vaginal, procure 
seu ginecologista para que a causa seja 
esclarecida e o tratamento adequado 
possa ser instituído. 
2- CONHECER AS PRINCIPAIS 
VULVOVAGINITES – DEFINIÇÃO, 
EPIDEMIOLOGIA, ETIOLOGIA E 
TRANSMISSÃO, FATORES DE RISCO, SINAIS 
E SINTOMAS, DIAGNÓSTICO E 
TRATAMENTO-. 
Vulvovaginite é um tipo de inflamação que 
afeta, ao mesmo tempo, a vagina e a vulva 
(a parte externa da região genital feminina), 
causando inchaço, corrimento e dor ao 
urinar. 
Apesar de não ser causada somente pela 
atividade sexual, a vulvovaginite é mais 
comum em pacientes que já têm vida sexual 
ativa, uma vez que a troca de fluídos sexuais 
aumenta as chances de contato com 
bactérias e fungos que podem causar 
inflamação e irritação no local. 
As vulvovaginites correspondem à 
inflamação do trato genital inferior e se 
manifestam, na maioria das vezes pelo 
corrimento vaginal, sendo suas características 
físico-químicas fundamentais para o 
diagnóstico clínico. As principais causas se 
dão por infecções do trato reprodutivo (ITR) 
endógenas, causando vaginose bacteriana 
e candidíase vulvovaginal; e exógena 
(infecção sexualmente transmissível) não viral, 
representada principalmente pela 
tricomoníase. A distinção dessas patologias é 
essencial para o diagnóstico e tratamento 
adequado. 
VAGINOSE BACTERIANA 
DEFINIÇÃO, EPIDEMIOLOGIA E 
FISIOPATOLOGIA 
É uma infecção endógena, ou seja, 
manifestada por bactérias que estão 
normalmente na mucosa vaginal e geram a 
patologia frente ao desequilíbrio da 
microbiota. É uma doença que acomete 
aproximadamente 50% das mulheres que 
apresentam sintomas de vulvovaginites, 
podendo acometer até 20% das grávidas. A 
Vaginose Bacteriana (VB) corresponde à 
maior causa de corrimento fétido. Os 
principais fatores de risco para esse 
desequilíbrio são: 
1. uso prolongado de antibióticos de 
amplo espectro; 
2. não uso de preservativo; 
3. múltiplos ou novo parceiro sexual; 
4. uso de ducha ginecológica. 
 
7 Lara Mendonça FITS/P4 
A perda da quantidade de lactobacilos 
produtores de H202 da microbiota vaginal é o 
principal fator predisponente para o super 
crescimento das bactérias causadoras da VB. 
Fatores como a troca de parceiros, uso de 
duchas vaginais, tabagismo e falta de 
preservativo podem levar ao desequilíbrio do 
ambiente normal da vagina. As bactérias que 
proliferam na ausência dos lactobacilos 
produtores de H202 são responsáveis pelo odor 
fétido, resultado das aminas voláteis 
putrescina, cadaverina e trimetilamina. 
Raramente ocorre inflamação das mucosas. 
A bactéria GARDINERELLA VAGINALIS é a 
mais comum causadora da vaginose 
bacteriana, no entanto 
bactérias UREAPLASMA UREALYTICUM, 
MYCOPLASMA HOMINIS e outras bactérias 
anaeróbias podem ser o agente etiológico. 
Ela produz ácidos orgânicos que, além de 
citotóxicos (que lesam a mucosa e geram o 
corrimento branco-acinzentado), estimulam 
a proliferação da microbiota anaeróbia 
promovendo aumento de aminas 
(cadaverina, putrescina e trimetilamina) que, 
em um pH básico, são volatilizadas, o que 
justifica a principal manifestação clínica: mau 
cheiro (relatado pelas pacientes como “peixe 
podre”), intensificado após a menstruação 
ou coito sem preservativo (devido à 
alcalinidade do sangue e do sêmen). 
QUADRO CLÍNICO 
• Corrimento branco-acinzentado 
homogêneo (principalmente pós-coito 
e pós-mesntrual); 
• Odor fétido (“peixe-podre”). 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico é realizado por meio de 
microscopia por coloração de Gram (padrão 
ouro) ou por meio dos critérios de Amsel 
(1983). Para esse, é necessário para o 
diagnóstico a observação de três dos quatro 
ou apenas os dois últimos dos seguintes 
achados: 
• Corrimento vaginal homogêneo, 
abundante, cremoso, branco-
acinzentado; 
• Identificação de células indicadoras 
(Sinal de Gardner), em exame 
microscópico de conteúdo vaginal; 
• pH vaginal maior que 4.5; 
• Teste do KOH a 10% positivo (liberação 
de odor fétido antes ou após a 
alcalinização). 
 Vale lembrar que o achado de Gardinerella 
vaginalis em pacientes assintomáticas não 
indica seu tratamento. 
TRATAMENTO 
O tratamento preconizado para as pacientes 
gestantes e não gestantes é o mesmo, e está 
resumido na tabela 1: 
Tabela 1: tratamento da vaginose bacteriana 
Existem tratamentos alternativos eficazes com 
o uso de Clindamicina e Tinidazol orais e os 
óvulos de Clindamicina, por via vaginal. O 
Ministério da Saúde recomenda o uso tópico 
no primeiro trimestre gestacional. 
Nos casos de Vaginose Bacteriana recorrente 
(ocorrência de quatro ou mais episódios em 
um ano) pode-se lançar mão do tratamento 
prolongado (esquema 1 por 10 a 14 dias ou o 
esquema 2 por 10 dias seguido de 2 
aplicações semanais por 4 a 6 meses), além 
de tratar o parceiro em alguns casos. 
TRICOMONÍASE 
DEFINIÇÃO, EPIDEMIOLOGIA E 
FISIOPATOLOGIA 
É uma doença de transmissão 
essencialmente sexual, classificada como 
Infecção Sexualmente Transmissível, em que 
um parasita coloniza vagina e uretra. O 
parasita é o TRICHOMONAS VAGINALIS, 
protozoário anaeróbio facultativo e 
essencialmente parasita de seres humanos. É 
a terceira maior causa de corrimento vaginal, 
sendo responsável por até 20% dos casos de 
 
8 Lara Mendonça FITS/P4 
corrimento. No entanto, cerca de 50% dos 
casos de tricomoniase são assintomáticos. 
O pH ótimo para o protozoário é de 6,5 a 7,5 
e ele pode provocar um forte desequilíbrio na 
flora vaginal normal podendo. Sua atividade 
provoca forte resposta inflamatória, 
causando os sintomas de edema inflamatório 
e hiperemia de vasos da mucosa. No colo do 
útero, podem ocorrer hemorragias 
puntiformes devido à dilatação dos vasos, 
caracterizando o específico achado do 
“colo em morango”. 
QUADRO CLÍNICO: 
Os sinais e sintomas característicos são: 
• Corrimento abundante, mal cheiroso 
ou amarelo-esverdeado; 
• Prurido, disúria, edema e/ou irritação 
vulvar; 
• Dispareunia e/ou sinusorragia; 
• Edema de lábios; 
• Colpite Focal Difusa (“colo em 
framboesa ou morango”). 
DIAGNÓSTICO 
1. Microscopia de preparação a fresco; 
2. Teste de amplificação de ácidos 
nucléicos (NAAT); 
3. Detecção de antígenos (teste rápido); 
4. Culturade secreção vaginal; 
5. Teste de Whiff; 
6. Teste de Schiller indicativo (iodo-
negativo, “oncóide”). 
TRATAMENTO 
A base do tratamento é o uso de 
metronidazol ou tinidazol em dose oral única 
de 2 gramas (4 comprimidos de 500 mg de 
tinidazol ou 5 de 400 mg de metronidazol). A 
terceira opção de esquema de tratamento 
da tricomoníase, além de ser a primeira 
opção nos casos de recorrência, é o mesmo 
da primeira opção de tratamento da 
vaginose bacteriana, facilitando o manejo 
nos casos de dificuldade do diagnóstico 
diferencial. 
Tabela 2: tratamento da tricomoníase 
Nos casos de gestantes, deve-se priorizar o 
uso do metronidazol, por ser categoria B (sem 
risco em estudos controlados em animais) da 
FDA, enquanto o tinidazol é categoria C (risco 
não pode ser afastado). Os parceiros 
também devem ser tratados, dada a 
transmissão essencialmente sexual. 
CANDIDÍASE VULVOVAGINAL 
DEFINIÇÃO, EPIDEMIOLOGIA E 
FISIOPATOLOGIA 
A candidíase vulvovaginal é uma infecção 
endógena causada por fungos comensais do 
gênero CANDIDA, sendo o CANDIDA 
ALBICANS responsável por 90% dos casos. É a 
segunda causa mais frequente das 
vulvovaginite, acometendo principalmente 
as mulheres entre a terceira e quarta década 
de vida. É uma doença de eventual 
transmissão sexual. 
Os fatores predisponentes incluem uso 
prolongado de antibióticos e 
corticosteroides, imunossupressão e maus 
hábitos de higiene. Agentes fúngicos 
possuem uma proteína ligante de estrogênio, 
portanto o aumento da concentração desse 
hormônio torna o ambiente propício à 
disseminação do fungo. 
Presentes na flora vaginal de muitas mulheres, 
os fungos do gênero CANDIDA podem se 
tornar patogênicos quando ocorre um 
desequilíbrio no microambiente vaginal, 
produzindo inclusive substâncias danosas ao 
tecido do hospedeiro, além de gerar resposta 
inflamatória nas mucosas. 
CLASSIFICAÇÃO: 
1. Não complicada 
o Esporádica 
o Clínica leve ou moderada 
 
9 Lara Mendonça FITS/P4 
o Causada por CANDIDA 
ALBICANS 
o Imunocompetentes 
2. Complicada 
o Recorrente (4 ou mais episódios 
em 1 ano) 
o Clínica severa 
o Causada por fungos “não-
albicans” 
o Imunocomprometidos ou 
diabetes mellitus 
QUADRO CLÍNICO: 
• prurido vulvovaginal; 
• seguido por dispareunia; 
• disúria; 
• hiperemia e edema vulvar; 
• placas brancas aderidas à mucosa da 
vagina ou do colo do útero; 
• O corrimento é branco, inodoro e 
grumoso e se assemelha a leite 
coalhado. 
DIAGNÓSTICO 
1. Clínico/Sinais e Sintomas: corrimento 
caseoso e esbranquiçado, placas 
esbranquiçadas, com prurido, 
ardência, inodoro, edema vulvar, 
dispareunia e disúria. 
2. Laboratorial: 
o Exame a fresco com hidróxido 
de potássio 10% 
o pH vaginal menor que 4,5 
o Citologia característica: Gram, 
Papanicolau, Giemsa ou Azul 
de Cresil 
o Cultura de Swab do fórnice 
anterior específicos 
TRATAMENTO 
Por se tratar de um fungo comensal não é 
necessário tratar pacientes assintomáticas. Os 
medicamentos utilizados podem ser tópicos 
ou orais, sendo mais indicado os tratamentos 
tópicos curto (3 dias de tratamento). Nas 
gestantes e lactantes deve-se evitar o 
tratamento oral. As principais formas de 
tratamento estão listadas na tabela 3 e 4: 
Tabela 3: tratamento de candidíase 
vulvovaginal 
Tabela 4: tratamento de candidíase 
vulvovaginal 
Nos casos de candidíase vulvovaginal 
complicada recorrente pode-se lançar mão 
do tratamento de forma prolongada 
associado à manutenção, a depender do 
caso. Sendo o tratamento prolongado o uso 
tópico por 7 a 14 dias ou três doses orais de 
150mg de Fluconazol com intervalos de 3 dias 
entre eles. Já o tratamento de manutenção 
faz uso de 150mg de Fluconazol oral 1x por 
semana ou 200mg de Clotrimazol tópico 2x 
por semana durante 6 meses. Os parceiros 
assintomáticos não precisam ser tratados. 
VAGINOSE BACTERIANA 
A vaginose bacteriana é uma síndrome 
clínica caracterizada por ausência 
de lactobacilos, crescimento excessivo de 
anaeróbios facultativos e proliferação de 
microbiota mista composta por: 
• Peptostreptococcus; 
• Prevotella sp; 
• Bacterioides; 
• Mobiluncus; 
• Gardnerella vaginallis; 
• Mycoplasma hominis (alguns casos). 
 
10 Lara Mendonça FITS/P4 
É responsável por 40% dos casos de 
vulvovaginites em mulheres em idade 
reprodutiva e cerca de 70% são 
assintomáticas. A presença de vaginose 
bacteriana é fator de risco para salpingites, 
peritonites, infecções após procedimentos 
cirúrgicos ginecológicos e endometrites pós-
parto ou cesariana. Está associada a 
multiplicidade de parceiros e pode facilitar a 
aquisição de DST, embora não seja uma DST. 
TRATAMENTO DA VULVOVAGINITES 
O tratamento deve ser feito para 
as sintomáticas e as assintomáticas só devem 
ser tratadas as que forem realizar 
procedimentos ginecológicos. 
• Metronidazol (cp 250 mg ou 400 mg) 
400-500 mg 12/12 h 7 dias; 
• Metronidazol gel 0,75% 1 aplicador (5 
g) à noite 5-7 dias; 
• Clindamicina creme 2% 1 aplicador (5 
g) à noite 5-7 dias. 
OBS: regimes de dose única não são 
recomendados já que tem eficácia reduzida 
a não ser que haja risco de descontinuação 
do tratamento, nesses casos, optar por 
metronidazol ou secnidazol 2 g, VO. 
TRICOMONÍASE 
A tricomoníase é uma DST causada pelo 
protozoário Trichomonas vaginalis com 
período de incubação entre 4 e 28 dias. Possui 
alto poder infectante e pode ser identificada 
em 30 a 40% dos parceiros masculinos de 
pacientes infectadas, embora a infecção nos 
homens seja autolimitada e transitória. 
Diagnóstico da Tricomaníase 
Sintomatologia: 
• Secreção vaginal abundante e 
bolhosa, de coloração amarelo-
esverdeada; 
• Prurido vulvar intenso; 
• Hiperemia e edema de vulva e vagina; 
• Exame clínico: colo em aspecto de 
morango. 
Raramente a cultura de tricomonas é 
indicada. O teste mais utilizado é o exame a 
fresco, com gota do conteúdo vaginal e soro 
fisiológico, observando o parasita no 
microscópio. 
TRATAMENTO DA TRICOMANÍASE 
• Metronidazol 2 g, VO, em dose 
única (1ª escolha) 
• Tinidazol 2g, VO, em dose única 
• OBS: Tratamento tópico pode ter falha 
de até 50%, não sendo recomendado. 
RECOMENDAÇÕES DURANTE O 
TRATAMENTO DA TRICOMANÍASE 
• Abstinência sexual; 
• Bebidas alcoólicas deve ser evitada 
durante 24 horas nos regimes em dose 
única com metronidazol; 
• O(s) parceiro(s) deve(m) ser 
tratado(s), recebendo o mesmo 
esquema terapêutico, já que a 
tricomoníase é uma DST. 
DIAGNÓSTICO DA TRICOMANÍASE 
Sintomatologia: 
• Secreção vaginal abundante e 
bolhosa, de coloração amarelo-
esverdeada; 
• Prurido vulvar intenso; 
• Hiperemia e edema de vulva e vagina; 
• Exame clínico: colo em aspecto de 
morango. 
Raramente a cultura de tricomonas é 
indicada. O teste mais utilizado é o exame a 
fresco, com gota do conteúdo vaginal e soro 
fisiológico, observando o parasita no 
microscópio. 
Tratamento da Tricomaníase 
 
11 Lara Mendonça FITS/P4 
• Metronidazol 2 g, VO, em dose 
única (1ª escolha) 
• Tinidazol 2g, VO, em dose única 
• OBS: Tratamento tópico pode ter falha 
de até 50%, não sendo recomendado. 
RECOMENDAÇÕES DURANTE O 
TRATAMENTO DA TRICOMANÍASE 
• Abstinência sexual; 
• Bebidas alcoólicas deve ser evitada 
durante 24 horas nos regimes em dose 
única com metronidazol; 
• O(s) parceiro(s) deve(m) ser 
tratado(s), recebendo o mesmo 
esquema terapêutico, já que a 
tricomoníase é uma DST. 
CANDIDÍASE VULVOVAGINAL 
A candidíase vulvovaginal raramente ocorre 
antes da menarca e tem seu pico próximo 
aos 20 anos de idade. As manifestações 
variam desde uma colonização 
assintomática até sintomas muito severos. 
Cerca de 75% das mulheres irão apresentar 
pelo menos um episódio de candidíase 
vulvovaginal. Embora seja frequentemente 
diagnosticada em pacientes 
imunossuprimidas e portadoras de DST, a 
candidíase vulvovaginal não deve ser 
considerada uma DST. 
O principalagente etiológico é a CANDIDA 
ALBICANS, que corresponde a cerca de 90% 
dos casos e pode ser encontrada na 
microbiota normal sem causar sintomas. 
Alguns fatores de risco podem levar ao 
desequilíbrio desencadeando o quadro. 
FATORES DE RISCO DA CANDIDÍASE 
• Gestação; 
• Diabetes; 
• Contato oral-genital; 
• Uso de estrogênios em altas doses; 
• Anticoncepcionais orais; 
• Antibióticos; 
• Espermicidas; 
• DIU. 
DIAGNÓSTICO DA CANDIDÍASE 
Sintomatologia: 
• Prurido intenso; 
• Edema de vulva e/ou vagina; 
• Secreção esbranquiçada e grumosa; 
• Disúria terminal; 
Para o diagnóstico deve-se levar em 
consideração sintomatologia, exame físico e 
fatores de risco da paciente. A confirmação 
pode ser feita através do exame 
microscópico a fresco ou a coloração de 
Gram demonstrando a presença de hifas e 
pseudo-hifas. 
TRATAMENTO DA CANDIDÍASE 
• Fluconazol 150 mg, VO dose única ou 
• Itraconazol 200 mg, VO 12/12h, 1 dia, 
ou 
• Cetoconazol 200mg, VO 12/12h, 5 dias. 
OBS: o tratamento do parceiro deve ser feito 
somente nos sintomáticos (balanite: áreas 
eritematosas na glande associadas a 
prurido). 
VULVOVAGINITES E SUAS 
CARACTERÍSTICAS 
 
3- COMPREENDER A DOENÇA INFLAMATÓRIA 
PÉLVICA – DIP. 
O que é 
 
12 Lara Mendonça FITS/P4 
É uma síndrome clínica causada por vários 
microrganismos, que ocorre devido à entrada 
de agentes infecciosos pela vagina em 
direção aos órgãos sexuais internos, atingindo 
útero, trompas e ovários e causando 
inflamações. Esse quadro acontece 
principalmente quando a gonorreia e a 
infecção por clamídia não são tratadas. 
Formas de contágio 
Essa infecção pode ocorrer por meio de 
contato com as bactérias após a relação 
sexual desprotegida. A maioria dos casos se 
dá em mulheres que têm outra Infecção 
Sexualmente Transmissível (IST), como a 
cervicite, causada principalmente gonorreia 
e infecção por clamídia não tratadas. 
Entretanto, também pode ocorrer após 
algum procedimento médico local – como 
inserção de Dispositivo Intrauterino (DIU), 
biópsia na parte interna do útero ou 
curetagem. 
O uso da camisinha masculina ou feminina é 
a melhor forma de prevenção. 
Sinais e sintomas 
• Dor na parte baixa do abdômen (no 
“pé da barriga” ou baixo ventre) e/ou 
durante a relação sexual. 
• Dor abdominal e nas costas. 
• Febre, fadiga e vômitos. 
• Corrimento vaginal, sangramento 
vaginal, dor ao urinar. 
Diagnóstico e tratamento 
Na presença de qualquer sinal ou sintoma de 
DIP, recomenda-se procurar imediatamente 
um profissional de saúde para o diagnóstico 
correto e indicação do tratamento 
adequado. 
Em casos mais graves, é necessária a 
internação hospitalar para uso de antibiótico 
por via venosa. 
 
CAUSAS DA DIP 
A doença inflamatória pélvica é geralmente 
causada por bactérias da vagina. Mais 
comumente, as bactérias são transmitidas 
durante a relação sexual com um parceiro 
que tem uma doença sexualmente 
transmissível. As bactérias sexualmente 
transmissíveis mais comuns são 
• Neisseria gonorrhoeae, que 
causa a gonorreia 
• Chlamydia trachomatis, que 
causa a infecção por clamídia 
• Mycoplasma genitalium 
Essas bactérias geralmente se disseminam da 
vagina para o colo do útero (a parte inferior 
do útero que se abre para a vagina), onde 
elas causam infecção (cervicite ). Essas 
infecções podem permanecer no colo do 
útero ou se espalhar para cima, causando a 
doença inflamatória pélvica. 
A doença inflamatória pélvica também 
ocorre comumente em mulheres que 
têm vaginose bacteriana . As bactérias que 
causam a vaginose bacteriana 
normalmente residem na vagina. Elas 
causam sintomas e se espalham para outros 
órgãos somente se aumentam em número 
(supercrescimento). Não se sabe se a 
vaginose bacteriana é sexualmente 
transmissível. 
Com menos frequência, a mulher é 
infectada durante um parto normal, um 
aborto ou um procedimento médico, como 
uma dilatação e curetagem (D e C) ou 
cirurgia ginecológica, quando ocorre a 
introdução de bactérias na vagina ou 
quando as bactérias que normalmente 
residem na vagina são movidas para dentro 
do útero. 
A ducha aumenta o risco de infecção. 
SINTOMAS DA DIP 
Os sintomas da doença inflamatória pélvica 
geralmente ocorrem no final da 
menstruação ou durante alguns dias depois 
dela. Para muitas mulheres, o primeiro 
sintoma é uma dor leve a moderada (muitas 
vezes profunda) na parte inferior do 
abdômen, que talvez seja pior em um lado. 
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/doen%C3%A7as-sexualmente-transmiss%C3%ADveis-dsts/gonorreia
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/doen%C3%A7as-sexualmente-transmiss%C3%ADveis-dsts/infec%C3%A7%C3%B5es-por-clam%C3%ADdia-e-outras-infec%C3%A7%C3%B5es-n%C3%A3o-gonoc%C3%B3cicas
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/doen%C3%A7as-sexualmente-transmiss%C3%ADveis-dsts/infec%C3%A7%C3%B5es-por-clam%C3%ADdia-e-outras-infec%C3%A7%C3%B5es-n%C3%A3o-gonoc%C3%B3cicas
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-feminina/infec%C3%A7%C3%B5es-vaginais-e-doen%C3%A7a-inflamat%C3%B3ria-p%C3%A9lvica/cervicite
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-feminina/infec%C3%A7%C3%B5es-vaginais-e-doen%C3%A7a-inflamat%C3%B3ria-p%C3%A9lvica/vaginose-bacteriana-vb
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-feminina/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-ginecol%C3%B3gicos/exames-para-dist%C3%BArbios-ginecol%C3%B3gicos#v1157218_pt
 
13 Lara Mendonça FITS/P4 
Outros sintomas incluem o sangramento 
vaginal irregular e um corrimento vaginal, às 
vezes com odor ruim. 
À medida que a infecção se espalha, a dor 
no abdômen inferior torna-se cada vez mais 
intensa e pode vir acompanhada por uma 
febre baixa (geralmente inferior a 38,9 °C), 
náuseas ou vômitos. Posteriormente, a febre 
pode subir e o corrimento muitas vezes se 
torna purulento de cor verde-amarelada. A 
mulher pode ter dor durante a relação sexual 
ou a micção. 
A infecção talvez seja grave, mas cause 
sintomas leves ou nenhum sintoma. Os 
sintomas da gonorreia tendem a ser mais 
graves que os de uma infecção por clamídia 
ou infecção por Mycoplasma genitalium, 
que às vezes não causam corrimento ou 
nenhum outro sintoma perceptível. 
COMPLICAÇÕES 
A doença inflamatória pélvica pode causar 
outros problemas, incluindo: 
• Bloqueio das trompas de Falópio 
• Peritonite (uma infecção 
abdominal séria) 
• Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis 
(uma infecção séria dos tecidos 
ao redor do fígado) 
• Abscesso (um acúmulo de pus) 
• Adesões (faixas de tecido 
cicatricial) 
• Uma gravidez em uma das 
trompas de Falópio (gravidez 
ectópica) 
Às vezes, as trompas de Falópio infectadas 
ficam bloqueadas. Um bloqueio das trompas 
pode fazer com que elas fiquem inchadas 
porque o líquido fica preso. A mulher pode 
sentir pressão ou dor crônica na parte inferior 
do abdômen. 
A peritonite surge se a infecção se disseminar 
para a membrana que reveste a cavidade 
abdominal e recobre os órgãos abdominais. 
A peritonite pode causar dor intensa súbita 
ou gradual em todo o abdômen. 
A síndrome de Fitz-Hugh-Curtis surge se a 
infecção das trompas de Falópio ocorrer 
devido à gonorreia ou a uma infecção por 
clamídia e se disseminar para os tecidos ao 
redor do fígado. Essa infecção pode causar 
dor no lado superior direito do abdômen. A 
dor se assemelha à de uma doença da 
vesícula biliar ou cálculos biliares. 
Um abscesso se forma nas trompas de 
Falópio ou ovários de aproximadamente 15% 
das mulheres com trompas de Falópio 
infectadas, especialmente se elas tiveram a 
infecção por muito tempo. Um abscesso às 
vezes se rompe e ocorre vazamento de pus 
na cavidade pélvica (causando peritonite). 
A ruptura provoca dor intensa na parte 
inferior do abdômen, rapidamente seguida 
de náusea, vômito e pressão arterial muito 
baixa (choque ). A infecção pode se 
espalhar para a correntesanguínea (um 
quadro clínico chamado sepse ) e pode ser 
fatal. Ela representa uma emergência 
médica. 
Adesões são faixas anômalas de tecido 
cicatricial. Elas podem surgir quando a 
doença inflamatória pélvica produz um 
líquido purulento. Este líquido irrita os tecidos 
e causa a formação de faixas de tecido 
cicatricial nos órgãos reprodutores ou entre 
os órgãos no abdômen. Isso pode causar 
infertilidade e dor pélvica crônica. Quanto 
mais tempo e mais grave a inflamação e 
quanto mais frequentemente se repetir, 
maior o risco de infertilidade e outras 
complicações. O risco aumenta a cada vez 
que a mulher tiver a infecção. 
A mulher que teve doença inflamatória 
pélvica tem uma chance seis a dez vezes 
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/sintomas-de-dist%C3%BArbios-digestivos/dor-abdominal-aguda#v14496269_pt
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/hipotens%C3%A3o-arterial-e-choque/choque
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/bacteremia-sepse-e-choque-s%C3%A9ptico/sepse-e-choque-s%C3%A9ptico
 
14 Lara Mendonça FITS/P4 
maior de ter uma gravidez tubária (um tipo 
de gravidez ectópica ). Em uma gravidez 
tubária, o feto cresce em uma trompa de 
Falópio em vez de no útero. Este tipo de 
gravidez ameaça a vida da mulher e o feto 
não consegue sobreviver. 
 
TRATAMENTO DA DIP 
• Antibióticos 
• Drenagem do abscesso, se 
necessário 
Assim que possível, antibióticos para 
gonorreia e infecção por clamídia são 
geralmente administrados por via oral ou por 
injeção no músculo. O tratamento imediato 
é necessário para evitar complicações 
graves. Se necessário, os antibióticos são 
alterados depois que os resultados estiverem 
prontos. 
A maioria das mulheres é tratada em casa 
com antibióticos tomados por via oral. No 
entanto, a internação hospitalizar é 
geralmente necessária nas seguintes 
situações: 
• A infecção não diminui dentro 
de 72 horas. 
• A mulher tem sintomas graves ou 
febre alta. 
• Talvez a mulher esteja grávida. 
• Há suspeita de um abscesso. 
• A mulher está vomitando e, 
portanto, não pode tomar 
antibióticos por via oral em casa. 
• O médico não consegue 
confirmar o diagnóstico da 
doença inflamatória pélvica e 
não consegue descartar 
doenças que exigem cirurgia 
(como a apendicite) como 
possíveis causas. 
No hospital, os antibióticos são administrados 
por via intravenosa. 
Abscessos que persistem, apesar do 
tratamento com antibióticos, possivelmente 
serão drenados. Muitas vezes, uma agulha 
pode ser usada. Ela é inserida através de 
uma pequena incisão na pele, e um exame 
de imagem, como a ultrassonografia ou a 
tomografia computadorizada (TC), é usado 
para guiar a agulha até o abscesso. A 
ruptura do abscesso exige cirurgia de 
emergência. 
A mulher deve abster-se de ter relações 
sexuais até que a terapia antibiótica seja 
concluída e um médico confirme que a 
infecção está completamente eliminada, 
mesmo que os sintomas desapareçam. 
Todos os parceiros sexuais recentes devem 
ser examinados quanto à presença de 
gonorreia e infecção por clamídia e, caso 
necessário, tratados. Se a doença 
inflamatória pélvica for diagnosticada e 
tratada precocemente, uma recuperação 
completa é mais provável. 
4- CARACTERIZAR A PROPEDÊUTICA 
GINECOLÓGICA (RELAÇÃO MÉDICO 
PACIENTE); 
 
5- RELACIONAR OS RISCOS DA FALTA DE 
ACOMPANHAMENTO GINECOLÓGICO COM O 
ACOMETIMENTO DE IST’S E AS MEDIDAS 
PREVENTIVAS PARA TAIS; 
 
 
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-feminina/complica%C3%A7%C3%B5es-da-gravidez/gravidez-ect%C3%B3pica

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