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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
NULIDADES NO PROCESSO DO TRABALHO
Livro Eletrônico
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Gustavo Deitos
Nulidades no Processo do Trabalho
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Sumário
Apresentação .................................................................................................................3
Nulidades, Preclusão, Sentença, Honorários Advocatícios e Responsabilidade por 
Dano Processual ............................................................................................................5
1. Nulidades ....................................................................................................................5
1.1. Tratamento das Nulidades na CLT .............................................................................6
2. Preclusão ................................................................................................................. 10
2.1. Protesto Antipreclusivo ......................................................................................... 12
3. Honorários Advocatícios .......................................................................................... 13
4. Responsabilidade por Dano Processual ....................................................................22
5. Sentença ................................................................................................................. 28
5.1. Tratamento da Sentença na CLT .............................................................................29
Questões de Concurso ..................................................................................................37
Gabarito ....................................................................................................................... 51
Gabarito Comentado .....................................................................................................52
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para SARAH DINIZ MILANEZ - 10159526663, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Gustavo Deitos
Nulidades no Processo do Trabalho
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
ApresentAção
Olá, querido(a) aluno(a) do Gran Cursos Online! Espero encontrá-lo muito bem! Neste cur-
so, apresento-lhe várias aulas autossuficientes de direito processual do trabalho, com o ob-
jetivo de lhe disponibilizar, de forma prática e completa, o substrato de conteúdo necessário 
para ter o melhor desempenho possível na prova.
Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você possa 
tê-la como fonte autossuficiente de estudo, isto é, como um material de estudo completo e 
capaz de possibilitar um aprendizado tão integral quanto outros meios de estudo.
A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, individualmente, 
avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios de estudo ideais. Dessa 
forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF e vídeos, ou somente com um ou 
outro meio. 
Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio de contar 
com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta aula. De qualquer 
forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como fonte de estudos de forma 
aliada com as aulas em vídeo do Gran Cursos Online. Tudo depende, unicamente, da prefe-
rência de cada aluno.
Nesta aula, estudaremos especialmente os seguintes tópicos de Direito Processual 
do Trabalho: 
• nulidades no processo do trabalho: espécies, extensão, princípios e arguição;
• preclusão;
• sentença;
• honorários advocatícios;
• responsabilidade por dano processual.
A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abranger todos 
os pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda mais solidificado. O 
número de exercícios é determinado de acordo com dois parâmetros: complexidade do con-
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teúdo e número de questões de concursos existentes. Por resultado, o número de exercícios 
disponibilizados é determinado de modo que seu conhecimento sobre os temas seja efetiva-
mente testado e fixado, mas sem que haja uma repetição obsoleta.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida. Considero 
o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da produção e edição 
de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto à qualidade do material. 
Peço-lhe que, por favor, fique à vontade para avaliar as aulas do curso, demonstrando seu 
grau de satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é importantíssimo para nós. Se 
houver algum problema com a visualização de mapas mentais (fonte, cor etc.), o problema 
possivelmente terá surgido em alguma fase da edição, pelo que o professor não responde. 
Neste caso, você pode entrar em contato com a central de atendimento responsável.
Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua 
prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço, que, 
para nós, é sagrado.
Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do 
Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será um grande 
prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que 
você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!
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Nulidades no Processo do Trabalho
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
NULIDADES, PRECLUSÃO, SENTENÇA, HONORÁRIOS 
ADVOCATÍCIOS E RESPONSABILIDADE POR DANO 
PROCESSUAL
1. nulidAdes
Para Carlos Henrique Bezerra Leite, a nulidade, do ponto de vista processual, nada mais 
é que o estado em que um ato processual se encontra. Para ele, ainda, esse estado teria de 
especial a possibilidade de retirar a eficácia do ato.
O professor acrescentaria, também, que o ato nulo é aquele praticado sem o preenchi-
mento de requisitos essenciais e com algum prejuízo. Se, eventualmente, um ato deixar de 
preencher um requisito, mas não prejudicar ninguém, a nulidade poderá ser sanada ou, até 
mesmo, desconsiderada. Estudaremos mais profundamente essas características adiante.
Segundo Luiz Guilherme Marinoni e Daniel Mitidiero, não existe ato processual “nulo de 
pleno direito”, como ocorre com atos de direito material. Toda nulidade, para assim ser consi-
derada, deve ser declarada pelo juiz, de ofício (se a lei permitir) ou a requerimento das partes, 
se não tiverem perdido a oportunidade de alegá-la.
A eficácia dos atos processuais pode ser contestada em face do apontamento de o ato ser 
nulo, anulável ou inexistente.
• Ato nulo: o ato processual é inteiramente praticado, mas o vício dele é grave, e notoria-
mente tem potencial de causar prejuízo a alguém;
Exemplo: intimação de uma parte sem advogado por meio de Diário Eletrônico.
• Ato anulável: o vício do ato processual não é presumido como grave, e pode, emgrande 
parte dos casos, não causar prejuízo a ninguém. É possível que alguém seja prejudica-
do, mas o prejuízo deve ser devidamente demonstrado;
Exemplo: prática de ato processual após as 20 horas (o art. 770 da CLT delimita o horário de 
prática de atos processuais das 6 às 20 horas).
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
• Ato inexistente: o ato processual não é inteiramente praticado, faltando algum pressu-
posto essencial para sua formação.
Exemplo: sentença proferida por juiz aposentado (desprovido de poder jurisdicional) ou audi-
ência presidida por intruso disfarçado de juiz.
Quanto ao ato nulo, a doutrina trabalha com nulidade absoluta e nulidade relativa.
Nulidade absoluta: o ato processual fere um preceito de ordem pública, que deveria obriga-
toriamente ser observado, porque extrapola o âmbito do interesse das partes. Exemplo: audiên-
cia de reclamação trabalhista comum às portas fechadas, sem motivo relevante (fere o princípio 
da publicidade dos atos processuais, constante do art. 93, inciso IX, da Constituição Federal).
Nulidade relativa: o ato processual é praticado em desacordo com normas, mas essa ir-
regularidade prejudica principalmente a parte, pouco interessando à ordem pública. Logo, 
o ato pode ser convalidado (confirmado/ratificado) pela própria parte em tese prejudicada. 
Exemplo: juiz recusa-se a ouvir as testemunhas da parte, e a parte nada fala sobre isso, sim-
plesmente deixando-as sem oitiva (depois, não poderá alegar nulidade por cerceamento de 
defesa, pois está consentindo com a dispensa dos depoimentos).
Se a parte não alegar a nulidade em seu favor no momento oportuno (momento que a lei 
apontar como limite para alegação), ocorrerá o fenômeno da preclusão. Sobre ele, estudare-
mos em título próprio da aula.
1.1. trAtAmento dAs nulidAdes nA Clt
Na CLT, existem poucos artigos que tratam das nulidades processuais. Em razão disso, 
algumas normas do processo civil aplicam-se supletiva e subsidiariamente nesse ponto.
As nulidades, no processo do trabalho, são abarcadas pelos artigos 794 a 798 da CLT. 
Com a intenção de tornar seu estudo mais sistematizado, abordarei esses artigos em forma 
de comentários individualizados, com todas as considerações doutrinárias e jurisprudenciais 
relevantes para sua prova.
Art. 794. Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando 
resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.
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Nulidades no Processo do Trabalho
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Este artigo dá expressão ao Princípio da Transcendência, também chamado de Princípio 
do Prejuízo. Mesmo que determinado ato processual seja nulo (ou anulável), a nulidade não 
será declarada pelo juiz se esse ato não tiver o poder de causar prejuízo a alguma das partes. 
O nome mais clássico desse princípio é pas de nullité sans grief. 
O princípio da transcendência/prejuízo relaciona-se muito com os Princípios da instru-
mentalidade das formas e da simplicidade.
Exemplo: o juiz, que tem a incumbência de intermediar as perguntas das partes às testemu-
nhas, acaba permitindo, em determinado momento, que o advogado de uma das partes faça 
perguntas breves diretamente à testemunha, para esclarecer pontos muito objetivos e iso-
lados. O juiz, mesmo sabendo que há regra imperativa na coleta de depoimentos das teste-
munhas no sentido de que as partes não podem perguntar diretamente às testemunhas, não 
declara a nulidade da pergunta, verificando que a pergunta não era suscetível, nem mesmo 
remotamente, de causar temor/coação à testemunha ou a qualquer outra pessoa.
Dessa forma, o juiz permite que uma das partes faça perguntas breves diretamente às teste-
munhas, pois a norma que proíbe as perguntas diretas existe para proteger as testemunhas 
de coações morais e/ou sociológicas (perder emprego, desabono etc.). Logo, sendo incon-
troverso que a pergunta não poderia criar nenhuma tendência negativa, a prova testemunhal 
coletada será válida.
Exemplo apresentado por Carlos Henrique Bezerra Leite é o seguinte: o empregador, por 
ter sido vencido em primeira instância, interpõe recurso ao TRT, e alega, inclusive, nulidade por 
cerceamento de defesa. O TRT, ao verificar que os pedidos do empregado seriam totalmente 
improcedentes, dá provimento ao recurso. Nesse caso, o TRT pode deixar de declarar qualquer 
nulidade, mesmo que arguida pelo recorrente, em razão da inexistência de prejuízo a ele.
Art. 795. As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais de-
verão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos.
§ 1º Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro. 
Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios.
O caput e o § 1° deste artigo encontram-se eivados de lacuna ontológica. Isso porque 
ambos os dispositivos estão envelhecidos em frente à evolução da teoria geral das nulidades.
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O caput, em verdade, trata das nulidades relativas. Essas nulidades só podem ser decla-
radas se a parte prejudicada alegá-la na primeira manifestação (seja em audiência, seja em 
peça que deva protocolar no processo) que tiver que fazer depois da verificação da nulidade. 
O juiz não pode declarar nulidades relativas de ofício.
O § 1°, por sua vez, trata das nulidades absolutas. Faz isso, contudo, com linguagem 
inaplicável hoje em dia. O termo “incompetência de foro”, hoje, pode ser confundido com in-
competência territorial, e como sabemos o erro de competência territorial causa nulidade 
relativa, não absoluta.
A interpretação gramatical nesse ponto é inimiga. Portanto, leia “incompetência de foro” 
como “incompetência material” e “incompetência funcional”. Nesse caso, o juiz pode declarar 
a incompetência de ofício, mesmo que as partes não a suscitem. É o caso, por exemplo, de 
uma ação de natureza puramente cível (direitos reais, direito de família etc.) ajuizada na Jus-
tiça do Trabalho, ou de uma ação rescisória ajuizada perante juiz da Vara do Trabalho (seria 
de competência do tribunal).
Se qualquer órgão da Justiça do Trabalho pronunciar decisão em processo no qual 
tenha sido reconhecida a incompetência absoluta do julgador, esses atos decisórios serão 
nulos. Só serão válidos os atos decisórios posteriormente praticados pelo órgão jurisdi-
cional competente.
§ 2º O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que se faça 
remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua decisão.
Quando o órgão jurisdicional trabalhista reconhece sua incompetência, ele não tomará a 
atitude de, simplesmente, extinguir o processo sem mérito. Ele deverá remeter os autos do 
processo ao órgão jurisdicional tidocomo competente.
Art. 796. A nulidade não será pronunciada:
a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato;
b) quando arguida por quem lhe tiver dado causa.
Cada alínea deste artigo constitui expressão legal de um princípio. 
A primeira representa o Princípio da Economia Processual, intimamente atrelado ao Prin-
cípio da Celeridade. Se as partes e o juiz se depararem com um vício em algum ato do processo, 
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mas for perfeitamente possível compensar esse vício com alguma atitude posterior, ou sim-
plesmente repetir o ato, a nulidade não deverá ser declarada pelo juiz. 
Exemplo: poderíamos citar o caso do advogado com procuração sem poderes específicos 
que acaba extrapolando seus poderes: neste caso, pode o cliente simplesmente outorgar pro-
curação com tais poderes, confirmando, expressamente, que o ato praticado pelo advogado 
condiz com sua vontade. Desse princípio decorrem entendimentos consolidados em súmulas 
do TST que autorizam o conserto da irregularidade de representação, como a Súmula n. 383.
Quanto à segunda alínea, depreende-se o Princípio do Interesse. Se alguém provoca uma 
nulidade – sabendo disso –, a nulidade não poderá ser declarada no futuro em benefício des-
sa pessoa que, conscientemente, a causou. Este princípio decorre, essencialmente, do princí-
pio geral do direito nemo allegans propriam turpitudinem auditur (ninguém pode se beneficiar 
de sua própria torpeza).
Por exemplo, podemos imaginar uma situação em que a parte fique sabendo, por qual-
quer modo, quem será o juiz que atuará na fase de instrução de seu processo. Por pensar 
que tal juiz proferirá uma sentença desagradável para ela, a parte procura o juiz e o insulta 
gravemente (ou o agride), buscando, com isso, alegar que o juiz era seu inimigo e, logo, sus-
peito para julgar. Se ficar comprovado que a parte deu causa à suspeição (nulidade relativa), 
a suspeição não poderá ser alegada por ela. Se alegá-la, o requerimento será indeferido, e o 
mesmo juiz dirigirá a instrução.
Art. 797. O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.
Como dissemos, a nulidade só se reconhece por decisão do juiz. Logo, todo ato supos-
tamente nulo deve ser analisado pelo juiz, para que ele decida se a nulidade de ato anterior 
afeta, ou não, a validade do ato posterior.
Sem declaração do juiz, o ato processual produzirá efeitos como se válido fosse. Esta re-
gra relaciona-se em certo grau com o Princípio do Aproveitamento dos Atos Processuais ou 
da Utilidade (os atos que puderem ser aproveitados sê-lo-ão).
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Art. 798. A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou sejam 
consequência.
O Princípio do Aproveitamento dos Atos Processuais ou da Utilidade, mencionado ante-
riormente, encontra sua principal expressão neste artigo. A nulidade de um ato acarretará, 
reflexamente, a nulidade dos atos que dependam do nulo ou sejam consequência do nulo.
Atos praticados anteriormente não serão anulados de forma reflexa, nem os praticados 
posteriormente que não tenham nenhuma relação com o ato nulo. A declaração de nulidade 
deve ter utilidade para o processo.
2. preClusão
O conceito tradicional e basilar de preclusão pode ser extraído do art. 795 da CLT: “as 
nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão 
argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos”.
Uma pretensão processual da parte precluirá se ela não apresentar essa pretensão no 
tempo que a lei apontar como oportuno. Passado esse tempo, a questão (pretensão) proces-
sual da parte será acobertada pela preclusão, e não mais poderá ser levantada no processo.
Exemplo clássico é o da prorrogação da competência territorial (vide aula sobre Com-
petência da Justiça do Trabalho). Se a reclamada não opuser a exceção de incompetência 
territorial no prazo de 5 dias contados da notificação, a competência territorial da Vara do 
Trabalho onde o reclamante ajuizou a ação será prorrogada (tida como legítima).
Esse “momento oportuno” indicado pela lei pode ser interpretado de várias formas. Por 
isso, existem diferentes espécies de preclusão no direito processual. Trabalharei com a 
classificação de Carlos Henrique Bezerra Leite, campeã de cobrança em provas de proces-
so do trabalho.
Bezerra Leite classifica as espécies de preclusão em seis: consumativa, temporal, lógica, 
ordinatória, máxima e pro judicato:
• Preclusão consumativa: diz respeito à prática do ato processual. Uma vez praticado o 
ato, a parte não pode praticá-lo novamente;
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Exemplo: se a parte interpôs recurso ordinário contra a sentença do juiz, não poderá interpor 
outro recurso ordinário.
• Preclusão temporal: o ato processual deixa de ser praticado pela parte no prazo dado 
pela lei;
Exemplo: a parte interpõe recurso ordinário no décimo dia útil após a publicação da sentença, 
sem nenhum feriado ou recesso forense nesse interstício; logo, não mais poderá interpor o 
recurso, e a decisão transita em julgado.
• Preclusão lógica: a prática de determinado ato causa a preclusão de outros atos, por-
que o primeiro ato, em razão de sua finalidade e de sua repercussão no processo, é 
logicamente incompatível com o outro ato;
Exemplo: art. 806 da CLT, que não permite à parte suscitar conflito de competência se já 
houver oposto exceção de incompetência. Outro exemplo: o reclamante pede desistência da 
reclamação antes da notificação da reclamada, e o juiz acolhe, extinguindo o processo; logo, 
o reclamante não pode interpor recurso ordinário por ter mudado de ideia.
• Preclusão ordinatória: tem a ver com ordem, e é a mais diferente de todas. É uma es-
pécie de preclusão prospectiva, isto é, o ato precluso não está no passado, mas sim no 
futuro, e só poderá ser praticado regularmente se houver um “destrancamento”, me-
diante a prática de ato diverso;
 – Você entenderá melhor com este exemplo: o executado só pode opor embargos à 
execução se tiver garantido o juízo, certo? Então: o executado não pode opor os 
embargos sem essa garantia, a não ser que seja legalmente dispensado. Portanto, 
enquanto não houver a garantia do juízo, a faculdade de opor embargos à execu-
ção estará preclusa, mas essa preclusão será desfeita (o ato será destravado) se 
houver a garantia do juízo. É por isso que esta espécie é diferente de todas as ou-
tras. É um caso em que a validade de ato posterior dependerá necessariamente da 
prática de ato anterior;
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• Preclusão máxima: é sinônimo técnico de coisa julgada. Trata-se da perda de possibi-
lidade de qualquer discussão sobre alguma matéria, por já ter sido integralmente diri-
mida pelo Poder Judiciário;
• Preclusão Pro Judicato: aplica-se ao juiz, que não pode conhecer duas vezes de ques-
tão já decidida uma vez, ressalvados os casos de embargos de declaração e ação res-
cisória, cujas naturezas envolvem a rediscussão de relações jurídicas. Exemplo: não 
pode o juiz, após publicar sua sentença, excluí-la do sistema e publicar outra diferente 
porque “resolveu mudar sua tese”.
2.1. protesto AntipreClusivo
Na aula em que estudamos as audiências no processo do trabalho, abordamos a co-
nhecida ferramenta “protesto antipreclusivo”, que tem muita aparição prática, embora sem 
previsão expressa na lei como medida processual. Em tal oportunidade, vimos que o protesto 
antipreclusivo deve ser renovado em razões finais, de modo que a nulidade alegada no pro-
testo seja parte integrante de algum ato processual com previsão legal expressa.
Apresentarei a você o mesmo conteúdo constante da aula sobre as audiências, uma vez 
que o estudo da preclusão tem direta e principal ligação com o protesto antipreclusivo.
Os chamados “protestos” são insurgências levantadas pelas partes no curso de uma audi-
ência, com o fim de evitar a convalidação de uma nulidade relativa. Trata-se de uma forma de 
impugnar, imediatamente, alguma medida adotada pelo juiz, ou o indeferimento de alguma me-
dida solicitada pela parte. Dessa forma, em grau recursal, poderá a parte seguramente apoiar-
-se na nulidade de algum ato do juiz para reverter uma situação processual desfavorável.
Os protestos antipreclusivos possuem um fundamento remoto na CLT, em seu art. 795: 
“As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão 
argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos”. Embora a CLT 
não preveja a figura do protesto nos autos, ela exige que as nulidades relativas sejam arguidas 
no primeiro momento em que a parte prejudicada tiver a palavra em audiência ou nos autos.
Entendimento do professor: as nulidades relativas, que se sujeitam à preclusão (convali-
dação), devem ser renovadas em razões finais pelo fato de as razões finais serem uma etapa 
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processual expressamente prevista em lei. Os simples protestos em ata de audiência não 
configuram uma fase propriamente dita da audiência. Logo, a alegação da nulidade deve ser 
registrada numa etapa formal da audiência (razões finais), mesmo que de forma escrita, se o 
juiz deferir seu oferecimento desta forma.
Obs.: � as nulidades absolutas (como incompetência material do órgão) não precluem, razão 
pela qual, mesmo que a parte deixe de protestá-las, poderá alegá-las em qualquer 
tempo e grau de jurisdição.
Exemplo: a parte autora requer a oitiva de uma testemunha. O juiz indefere o requerimen-
to, com fundamento na desnecessidade de novas provas para o fato. A parte autora, neste 
momento, poderá registrar em ata de audiência o seu protesto, de modo que, no futuro, poderá 
fundamentar eventual recurso em “cerceamento de defesa” ou outra razão pertinente.
Os protestos antipreclusivos, para muitos doutrinadores, devem ser renovados nas razões 
finais, quer orais, quer escritas.
DICA!
A banca jamais chegaria ao ponto de cobrar a matéria de “pro-
testo antipreclusivo em razões finais” se ela não conhecesse 
este posicionamento (de que os protestos deveriam ser reno-
vados em razões finais). Portanto, se a banca abordar direta-
mente este entendimento, considere-o como válido. Afinal de 
contas, se a banca não conhecesse este entendimento, ela 
não chegaria ao ponto de mencioná-lo.
3. Honorários AdvoCAtíCios
A partir da entrada em vigor da Reforma Trabalhista, a fixação dos honorários advocatícios 
de sucumbência passou a ser um requisito complementar da sentença do juiz do trabalho. 
Para elucidar de maneira sistematizada o tópico, apresentarei comentários individualizados a 
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cada parte do novo regramento relativo aos honorários advocatícios sucumbenciais, de muito 
provável cobrança em prova:
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucum-
bência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre 
o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possí-
vel mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
No processo do trabalho, os limitadores percentuais dos honorários advocatícios são nu-
mericamente diferentes da regra do processo civil. Em nossa disciplina, o limite mínimo é de 
5% e o máximo é de 15%. Essa informação é muito importante!
Esses percentuais serão convertidos em um valor definitivo de honorários advocatícios, 
correto? Portanto, os percentuais devem ser aplicados sobre algum valor-base.
Esses valores-base são estabelecidos de maneira sucessiva:
• Primeiramente, o percentual recairá sobre o valor liquidado das verbas deferidas 
em sentença;
Exemplo: sentença transitou em julgado, o perito contador apresenta seus cálculos no valor 
total de R$ 10.000,00, as partes concordam com os cálculos e o juiz homologa-os. Neste caso, 
o valor dos honorários advocatícios sucumbenciais poderá variar de R$ 500,00 a R$ 1.500,00.
• Não havendo liquidação da sentença, o percentual recairá sobre o proveito econômico 
obtido pela parte vencedora. Essa hipótese geralmente aplica-se aos casos em que a 
sentença judicial não é condenatória em pecúnia;
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Exemplo: um trabalhador contrata um advogado para solicitar somente a expedição de alvará 
judicial para saque do FGTS. O juiz defere o pleito e ordena a expedição de tal alvará. Nesse 
caso, há um proveito econômico mensurável por parte do trabalhador, e os honorários incidi-
rão preferentemente sobre esse proveito (5% a 15% do valor movimentado pelo trabalhador, 
em decorrência da expedição do alvará).
• Quando a sentença não for condenatória em pecúnia e for impossível saber qual foi o 
proveito obtido pela parte vencedora, os honorários de sucumbência incidirão sobre o 
valor atualizado da causa. É mais comum em casos de improcedência total dos pedi-
dos do reclamante: não há um proveito econômico mensurável por parte da empresa, 
e não há condenação em pecúnia a ser liquidada. Logo, se o valorda causa for de R$ 
100.000,00, os honorários variarão de R$ 5.000,00 a R$ 15.000,00.
Não deixe passar batido o detalhe de que o advogado, mesmo atuando em causa própria, 
tem direito aos honorários advocatícios de sucumbência. 
§ 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que 
a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria.
Primeiramente, veja que a Fazenda Pública não é protegida contra honorários de sucum-
bência. Se ela for vencida, pagará honorários de sucumbência ao advogado da parte contrária.
A principal súmula do TST a tratar sobre os honorários advocatícios é a de número 219. 
Alguns de seus itens estão ultrapassados pela Reforma Trabalhista, e por isso farei menção 
específica a cada um de seus itens.
Súmula n. 219 do TST
I – Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios não 
decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte, concomitantemente: 
a) estar assistida por sindicato da categoria profissional; b) comprovar a percepção de 
salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que 
não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. 
(art.14, §1º, da Lei nº 5.584/1970). 
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Este item está ultrapassado pela Reforma. A regra do item I era a regra aplicável aos pro-
cessos ajuizados antes da entrada em vigor da Reforma Trabalhista (antes de 11/11/2017). 
Antes, só havia honorários sucumbenciais mediante o preenchimento dos requisitos ali im-
postos (parte assistida pelo sindicato e perceber salário inferior ao dobro do mínimo).
Agora, o dever de pagar honorários advocatícios ao advogado da parte contrária vence-
dora decorre da mera sucumbência, ao contrário do que diz o item I da Súmula 219. Os ad-
vogados legitimados a recebê-los não são mais somente os do sindicato, mas sim todos os 
advogados atuantes na Justiça do Trabalho.
II – É cabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no 
processo trabalhista. 
O item II está em perfeita conformidade com a nova legislação, pois o dever de pagar ho-
norários de sucumbência passou a ser aplicado a todas as ações, sem exclusão da rescisória.
III – São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical figure como subs-
tituto processual e nas lides que não derivem da relação de emprego. 
Este item também está em conformidade com a nova legislação, especialmente com o § 
1° do art. 791-A. A Reforma não excluiu os advogados de sindicato do direito de receber ho-
norários sucumbenciais, mas somente o estendeu a todos os demais.
Ademais, a Reforma não fez nenhuma exclusão das ações trabalhistas que discutam vín-
culos diferentes do empregatício, no que tange aos honorários de sucumbência.
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IV – Na ação rescisória e nas lides que não derivem de relação de emprego, a responsabilidade 
pelo pagamento dos honorários advocatícios da sucumbência submete-se à disciplina do Código 
de Processo Civil (arts. 85, 86, 87 e 90). 
Este item IV está ultrapassado pela Reforma, pois só passou a existir porque a CLT, em tal 
época, ainda não possuía regramento próprio acerca dos honorários sucumbenciais.
Já que o TST vinha entendendo que os honorários seriam devidos nas ações rescisórias 
e nas ações que discutissem vínculos não empregatícios, e não existia regramento próprio na 
CLT, aplicavam-se os parâmetros do CPC, subsidiariamente. Agora, essa aplicação subsidiá-
ria não tem mais sentido.
V – Em caso de assistência judiciária sindical ou de substituição processual sindical, excetuados 
os processos em que a Fazenda Pública for parte, os honorários advocatícios são devidos entre o 
mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico 
obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa (CPC de 2015, art. 85, 
§ 2º).
Este item V também está ultrapassado, pois a CLT passou a ter percentuais próprios (5% a 
15%). Ademais, como a nova regra da CLT generalizou os percentuais, não há mais nenhuma 
diferença de percentuais entre ações contra particulares e ações contra a Fazenda Pública.
VI – Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, aplicar-se-ão os percentuais específicos de 
honorários advocatícios contemplados no Código de Processo Civil.
Este item também está ultrapassado pela Reforma. Como dito no comentário anterior, a 
nova regra da CLT generalizou os percentuais, de modo que a não deixar mais nenhuma dife-
rença de percentuais entre ações contra particulares e ações contra a Fazenda Pública.
Essa discussão existiu, na época, porque o CPC diferencia os percentuais para os ca-
sos em que a Fazenda Pública é condenada a pagar honorários sucumbenciais, segundo 
critério de valor.
§ 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará: 
I – o grau de zelo do profissional; 
II – o lugar de prestação do serviço; 
III – a natureza e a importância da causa;
IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
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Este § 2° impõe o balizamento que o juiz deverá seguir para fixar o percentual exato de 
honorários que o advogado receberá pela sucumbência.
Não é justo que um advogado que atuou até o STF, num processo que levou uma déca-
da para transitar em julgado (com interposição de recursos técnicos e complexos), receba 
o mesmo percentual de honorários que um advogado que ganhou uma causa em primeira 
instância em alguns meses depois de uma revelia, certo? É por isso que o juiz poderá variar o 
percentual conforme sua análise do trabalho do advogado.
Basicamente, o juiz olhará para seis fatores antes de fixar os honorários sucumbenciais:
DICA!
Zelo
Lugar
Natureza
Importância
Trabalho
Tempo
Parece evidente que a análise desses critérios é subjetiva e variará de juiz para juiz. En-
tretanto, nada impede que o advogado faça prova, nos autos, de elementos que evidenciem 
maior zelo, maior importância, maior tempo, maior trabalho etc. O advogado possui essa li-
berdade e deve exercê-la com destemor.
§ 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, 
vedada a compensação entre os honorários.
A ideia de sucumbência recíproca cria uma contradição dentro do processo do trabalho, 
pois sempre se pensou que o reclamante é vencedor quando consegue a procedência de 
qualquer pedido. 
A sucumbência é recíproca quando uma parte, embora seja vencedora, perde um ou mais 
dos seus pedidos.
Exemplo: André ajuíza reclamação trabalhista cobrando horas extras e férias de sua ex-em-
pregadora. André consegue provar que não recebeu o pagamentopelas férias, mas não consegue 
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provar que trabalhou em horário extraordinário. Logo, André é sucumbente quanto ao pedido 
de horas extras, e deverá pagar honorários ao advogado da empresa, de 5% a 15% sobre 
o valor da pretensão perdida (horas extras). A empresa, por sua vez, pagará honorários ao 
advogado do reclamante, de 5% a 15%, sobre o valor da pretensão de férias, que ele ganhou.
Afinal de contas, qual é a delimitação objetiva da sucumbência recíproca? Quando é que a 
parte será considerada sucumbente em uma pretensão?
Atualmente, só conseguirmos esse esclarecimento no Enunciado n. 99 da 2ª Jornada de 
Direito Material e Processual do Trabalho (2017), que apresenta:
Enunciado n. 99 da 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho
O juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca (art. 791-A, par. 3º, da CLT) apenas 
em caso de indeferimento total do pedido específico. O acolhimento do pedido, com 
quantificação inferior ao postulado, não caracteriza sucumbência parcial, pois a verba 
postulada restou acolhida. Quando o legislador mencionou “sucumbência parcial”, refe-
riu-se ao acolhimento de parte dos pedidos formulados na petição inicial.
Exemplo: imagine um pedido de horas extras com valor de R$ 10.000,00 na petição inicial. O 
empregado consegue apenas R$ 2.000,00 a título de horas extras. Nesse caso, ele ganhou o 
pedido, e não terá que pagar qualquer coisa sobre o valor da diferença (R$ 8.000,00). O emprega-
do só deveria pagar honorários de sucumbência se não ganhasse nada a título de horas extras.
Conclusão: mesmo que o reclamante receba valor menor do que o apontado na petição inicial, 
ele será vencedor da pretensão se ela for deferida pelo juiz, e não precisará pagar honorários 
sobre a diferença.
Portanto, a sucumbência é recíproca quando uma parte paga honorários ao advogado da 
outra, e vice-versa, no mesmo processo (um ganha um pouco e o outro também).
Ademais, o § 3° fala que os honorários de sucumbência recíproca não podem ser objeto 
de compensação.
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Exemplo: Regina pede, em sua reclamação trabalhista, indenização por acidente de trabalho e 
indenização por supressão de intervalo intrajornada. Regina consegue ganhar a indenização 
pelo acidente de trabalho sofrido, mas não recebe nada a título de intervalo intrajornada, pois 
a supressão não ficou comprovada. 
Imaginando que os honorários sucumbenciais devidos ao advogado de Regina totalizem 
R$ 2.000,00, e os honorários sucumbenciais devidos ao advogado da empresa totalizem R$ 
2.000,00, as partes NÃO PODEM simplesmente convencionar que ninguém pagará nada a nin-
guém (compensação). Ambas deverão, necessariamente, pagar os R$ 2.000,00 ao advogado 
da parte contrária, reciprocamente.
§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em 
outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucum-
bência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 
dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar 
que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratui-
dade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
Vamos começar a trabalhar a regra do § 4° com um exemplo.
Imagine que José, reclamante, foi vencido no processo, tendo todos seus pedidos sido 
julgados improcedentes. José é beneficiário da justiça gratuita. Nesse caso, como José não 
ganhou nada no processo, e nem em qualquer outro processo, o advogado da reclamada não 
poderá executar os honorários. O advogado só poderá executá-los se, no prazo máximo de 
dois anos a contar do trânsito em julgado, comprovar que José deixou de preencher os requi-
sitos da justiça gratuita (ganhando na loteria, por exemplo, ou conseguindo grande alavanca-
gem profissional).
A impossibilidade de execução é devida à constituição de uma condição suspensiva, que, 
por natureza, impede a aquisição do direito de cobrar os honorários (art. 125 do Código Civil). 
A condição é um evento futuro e incerto (art. 121 do Código Civil). Logo, a condição para co-
brar os honorários é José conseguir ter uma renda superior (incerteza).
Agora, vamos para outro exemplo.
Rodrigo, reclamante e beneficiário da justiça gratuita, consegue comprovar que trabalhou 
em horas extras e receberá R$ 1.000,00 a este título. Por outro lado, pediu indenização por 
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danos extrapatrimoniais no valor de R$ 10.000,00 e perdeu. Nesse caso, se o juiz arbitrar 
honorários de sucumbência de 10% sobre o pedido de danos extrapatrimoniais, Rodrigo não 
receberá nada, pois os R$ 1.000,00 que ganhou a título de horas extras serão destinados a 
pagar o advogado da empresa.
ATENÇÃO
A Reforma Trabalhista determinou que a compensação NÃO PODE operar sobre os honorários 
dos advogados, como vimos no § 3°. Todavia, a compensação PODE operar sobre os créditos 
do reclamante, mesmo que ele seja beneficiário da justiça gratuita!
ATENÇÃO
É bom que você destaque o prazo da referida “condição suspensiva de exigibilidade”: 2 ANOS, 
pois no CPC o prazo para o mesmo instituto é diferente!
§ 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.
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A reconvenção é admitida no processo do trabalho e tem natureza de uma ação nova nos 
autos de outro processo. Na reconvenção, podem ser deduzidos vários pedidos diferentes, 
desde que tenham alguma relação com o processo principal (alguma relação lógica).
Exemplo: podemos citar o caso em que a empresa ajuíza ação de consignação em pagamen-
to contra o empregado, depositando verbas que entende devidas, e o empregado protocola, 
no mesmo processo, peça de reconvenção, pedindo várias outras verbas do mesmo contrato, 
que não foram oferecidas na consignação.
Se a parte reconvinte (que oferece a reconvenção) ganha seus pedidos, ela faz jus a hono-
rários de sucumbência. Se ela perder seus pedidos da reconvenção, deverá igualmente pagar 
honorários de sucumbência, como em qualquer ação.
4. responsAbilidAde por dAno proCessuAl
A Reforma Trabalhista incluiu à CLT os artigos 793-A a 793-D, para tratar da responsabi-
lidade por danoprocessual.
Na CLT, a responsabilidade por dano processual é pertinente a duas sanções processuais 
em espécie:
• litigância de má-fé;
• multa à testemunha desonesta.
De modo a tornar a aula mais didática e sistematizada, trabalharei com comentários indi-
vidualizados a cada artigo desse tema, assim como fiz nos outros tópicos da aula.
Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como reclamante, reclamado 
ou interveniente.
Desde já, perceba que a pena por litigância de má-fé não é uma mera multa proces-
sual. Embora seja como uma multa, o seu valor é revertido em favor da parte prejudicada 
pelo ato de má-fé no processo. É por isso que este artigo fala que o litigante de má-fé 
“responde por perdas e danos”. Portanto, a “multa” é, no final das contas, uma indeniza-
ção por perdas e danos.
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Veja, ainda, que o litigante de má-fé pode ser tanto uma parte quando um terceiro que 
intervir no processo, como o assistente e o amicus curiae, por exemplo.
Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que: 
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; 
Obs.: � este inciso não será aplicável quando a parte sustentar em tese que a lei é inconsti-
tucional ou injusta. 
II – alterar a verdade dos fatos;
Segundo Nelson Nery Junior, alteração da verdade dos fatos pode ser implementada de 
três maneiras: afirmação de fato que não existe, negação de fato que existiu ou, ainda, atribui-
ção de versão falsa a um fato verdadeiro.
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
Obs.: � caso clássico de objetivo ilegal na Justiça do Trabalho é a simulação de contrato de 
trabalho, com reclamação trabalhista, a fim de fazer acordo para que o autor saque o 
valor depositado em conta do FGTS. 
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
A resistência injustificada pode ser traduzida em um conjunto de atos que, de modo 
preordenado, visam desacelerar (ou parar) o andamento processual, sem uma razão pro-
cessual lógica.
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
De acordo com Nery Junior, o procedimento temerário consiste em qualquer comporta-
mento anormal e equivocado, sendo o agente plenamente consciente de que sua atitude é 
errada. Esse comportamento é doloso, em geral. Não se considera temerária a imprudência 
ou a imperícia.
VI – provocar incidente manifestamente infundado; 
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Obs.: � situação já vista algumas vezes na Justiça do Trabalho de incidente manifestamente 
infundado é a do incidente de falsidade, com fundamento somente na fala do autor, 
sem qualquer elemento suficiente a indicar que determinado documento juntado ao 
processo é falso.
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. 
Recursos manifestamente protelatórios são aqueles interpostos para atrasar o processo 
e postergar o trânsito em julgado, evitando a efetivação do direito reconhecido a alguma das 
partes. A intenção protelatória, para configurar má-fé, deve ser manifesta, num contexto em 
que a interposição daquele recurso não encontra, nem mesmo em tese, uma esperança subs-
tantiva de êxito.
Isso ocorre com frequência quanto aos embargos de declaração, que têm o condão de 
interromper o prazo do recurso (zerá-lo). Trabalharemos melhor esses detalhes na aula sobre 
o sistema recursal trabalhista. 
Este rol é taxativo (fechado). Portanto, quando o juiz resolver arbitrar multa por litigância 
de má-fé a alguma parte ou terceiro, deverá fazê-lo com fundamento em um ou mais incisos 
deste artigo. Não pode o juiz “inventar” uma causa de má-fé processual.
Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que 
deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido da causa, 
a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatí-
cios e com todas as despesas que efetuou.
A rigor, a multa por litigância de má-fé pode ser arbitrada de 1,0001% a 9,999%, pois deve 
ser superior a 1% e inferior a 10%. No entanto, as bancas podem, sim, se confundir e colocar 
no gabarito que a multa é de 1% a 10%, o que a rigor está equivocado. Todavia, se todas as 
outras alternativas forem absurdas e esta for a única plausível – apesar desse equívoco –, 
será melhor considerá-la como correta.
Como já foi dito, a multa é, no final das contas, uma indenização por perdas e danos à 
parte prejudicada pelo ato de má-fé. Todo e qualquer gasto que a parte prejudicada tiver rea-
lizado em razão desse ato de má-fé, direta ou indiretamente, deverá ser indenizado. 
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Portanto, o percentual variará entre 1% e 10% de acordo com o montante do prejuízo amar-
gado pela parte prejudicada. Esses percentuais incidirão sobre o valor corrigido (atualizado) 
da causa, somente. Não há previsão legal para nenhuma outra base, como no caso dos hono-
rários advocatícios de sucumbência, em que há três possíveis bases para o percentual.
§ 1º Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um na propor-
ção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para 
lesar a parte contrária.
Se duas ou mais pessoas cometerem atos de má-fé (como interposição de recurso ma-
nifestamente protelatório, por exemplo), a multa por litigância de má-fé será proporcional ao 
interesse da parte na causa. Logo, se um dos recorrentes protelatórios é responsável principal 
pelas verbas trabalhistas e o outro é responsável subsidiário, o responsável principal acabará 
pagando uma multa maior. As multas serão distintas para cada um, nesse caso.
Se, todavia, duas pessoas – independentemente do interesse na causa – coligarem-se 
para causar lesão à outra parte, elas responderão de forma solidária por uma mesma multa.
§ 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até duas 
vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. 
Se o valor da causa for de R$ 1.000,00, eventual multa de 10% desse montante por liti-
gância de má-fé (R$ 100,00) poderia nem mesmo chegar perto de reparar um dano, não é 
mesmo? Nesses casos, o limite poderá chegar ao dobro do teto dos benefícios do RGPS (atu-
almente, esse valor chegaria a R$ 11.678,90).
§ 3º O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado 
por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos. 
A definição do montante da multa por litigância de má-fé ocorrerá nos mesmos autos do 
processo em que o suposto ato de má-fé tenhasido praticado.
Prioritariamente, o juiz fixará o montante. Se, por qualquer motivo, for impossível mensu-
rar esse valor, o montante da multa será determinado por perito contábil ou, ainda, pelo proce-
dimento comum, que consiste nas ferramentas de manifestação geralmente usadas (quando 
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as próprias partes apresentam seu cálculo, colocando-o ao contraditório da parte contrária, 
para se manifestar sobre o cálculo do valor).
Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à testemunha que inten-
cionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa. 
Este artigo não trata, propriamente, de litigância de má-fé, pois a testemunha não é liti-
gante, embora o ato por ela praticado seja de má-fé.
Como dito anteriormente, conforme Nery Junior, alteração da verdade dos fatos pode ser 
implementada de três modos: 
• afirmação de fato que não existe 
• negação de fato que existiu
• atribuição de versão falsa a um fato verdadeiro.
As condutas da testemunha que possam legitimar a imposição de multa a ela só serão 
verificadas se o juiz, inequivocamente, provocá-la a falar sobre o ponto e, no exato ponto, ela 
omitir a verdade ou alterá-la, de qualquer das formas listadas acima.
Exemplos: Paula bateu em Joana, e a testemunha diz que Paula não bateu em Joana (2); 
Jorge nunca dialogou com Sandro, e a testemunha diz que Jorge ameaçou a vida de Sandro 
com palavras ofensivas (1); 
Keila agride Maria sem motivos, e a testemunha diz que Keila defendeu-se de iminente agres-
são de Maria (3).
Portanto, a multa de valor superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa 
pode ser aplicada à testemunha nas hipóteses do artigo comentado, como indenização à 
parte prejudicada.
Sobre a multa aplicada à testemunha, o TST estabeleceu uma norma específica no art. 10, 
parágrafo único, da Instrução Normativa n. 41 de 2018:
Após a colheita da prova oral, a aplicação de multa à testemunha dar-se-á na sentença e será 
precedida de instauração de incidente mediante o qual o juiz indicará o ponto ou os pontos contro-
vertidos no depoimento, assegurados o contraditório, a defesa, com os meios a ela inerentes, além 
de possibilitar a retratação.
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O juiz não poderá aplicar a multa à testemunha de forma arbitrária e indiscriminada. Ele 
deverá instaurar um incidente intraprocessual, destinado a esclarecer se a testemunha de 
fato alterou a verdade ou a omitiu-se sobre pontos essenciais.
Nesse incidente, o juiz deve ser claro quanto aos pontos do depoimento que causam dú-
vida, a fim de que a testemunha possa esclarecer o ponto (exercendo contraditório e ampla 
defesa), podendo, se for o caso, retratar-se e desse modo evitar a aplicação da multa.
O juiz não pode aplicar a multa na audiência, nem em decisão interlocutória posterior. 
Deverá aplicá-la, se for o caso, na sentença definitiva.
Parágrafo único. A execução da multa prevista neste artigo dar-se-á nos mesmos autos.
Não haverá cobrança da multa em autos apartados. Nos autos do mesmo processo em 
que foi colhido o depoimento desonesto, será feita a execução da multa contra a testemunha 
responsável por ele.
Para fixar algumas dessas regras, apresento a seguinte ilustração:
Sobre a litigância de má-fé, existe a OJ 409 da SDI-I do TST:
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OJ 409, SDI-I, TST
O recolhimento do valor da multa imposta como sanção por litigância de má-fé (art. 81 
do CPC de 2015 – art. 18 do CPC de 1973) não é pressuposto objetivo para interposição 
dos recursos de natureza trabalhista.
Se a parte for multada por litigância de má-fé e, após a sentença, quiser recorrer, não pre-
cisará pagar a multa como condição para a interposição do recurso. Portanto, se o juiz dene-
gar seguimento ao recurso exigindo o pagamento dessa multa, caberá agravo de instrumento 
para destrancá-lo, e o tribunal certamente admitirá o recurso, com fundamento na OJ 409 da 
SDI-I do TST.
Existe sobre o tema, também, a OJ 158 da SDI-II do TST:
OJ 158, SDI-II, TST
A declaração de nulidade de decisão homologatória de acordo, em razão da colusão 
entre as partes (art. 485, III, do CPC), é sanção suficiente em relação ao procedimento 
adotado, não havendo que ser aplicada a multa por litigância de má-fé.
Se, em ação rescisória, ficar comprovado que o acordo homologado pelo juiz foi celebrado 
com objetivo ilegal (como o caso da finalidade de saque do FGTS, por exemplo) e a decisão for 
desconstituída, a própria desconstituição já é punição suficiente para a conduta. 
Nesse caso, será inaplicável a multa por litigância de má-fé, pois a multa seria destinada 
a punir a mesma falta pela segunda vez.
5. sentençA
O item n. 11 do edital (sentença nos dissídios individuais) provavelmente diz respeito 
aos aspectos mais basilares da sentença no processo do trabalho, sem se atrelar a pontos 
mais específicos. 
Estudaremos muito sobre sentença trabalhista em variadas aulas, como as aulas sobre 
o sistema recursal, sobre a ação rescisória, sobre a liquidação e sobre a execução. Portanto, 
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nesta aula, a abordagem será restrita a pontos mais básicos da sentença no dissídio indivi-
dual trabalhista.
A sentença é o pronunciamento do juiz que resolve, definitivamente, o mérito da relação 
jurídica submetida pelas partes ao seu julgamento, colocando fim à fase de conhecimento da 
ação (art. 203, § 1°, CPC).
É necessário diferenciar a sentença de outras decisões judiciais específicas. A decisão 
interlocutória é a decisão do juiz que pode, ou não, resolver o mérito, mas não põe fim à fase 
cognitiva. O despacho é qualquer ato praticado pelo juiz no processo, sem significativo ca-
ráter decisório. Os acórdãos são as decisões proferidas por órgãos jurisdicionais colegiados, 
como as Turmas dos Tribunais.
A sentença ficará contaminada por vício quando for:
• Extra petita: o juiz decide sobre matéria não apresentada por qualquer das partes. Pode 
ser impugnada mediante recurso ordinário, se o processo estiver em primeira instância;
• Ultra petita: o juiz decide sobre matéria que, de fato, foi apresentada pelas partes, mas 
em grau superior ao delimitado por elas. Pode ser impugnada mediante recurso ordiná-
rio, se o processo estiver em primeirainstância;
• Citra petita: o juiz deixa de se manifestar sobre matéria que as partes lhe apresentaram 
para apreciação e julgamento. Pode ser impugnada mediante embargos de declaração, 
pois a omissão judicial é um dos motivos ensejadores desse recurso. De acordo com a 
OJ 41 da SDI-II do TST, a sentença citra petita pode até mesmo ensejar ação rescisória.
5.1. trAtAmento dA sentençA nA Clt
A CLT tem seção específica (“Da decisão e sua eficácia”) para tratar da sentença, a qual 
aborda os artigos 831 a 836. Com o mesmo objetivo apontado nos títulos anteriores da aula, 
apresentarei a você comentários individualizados aos referidos artigos.
Art. 831. A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação.
A audiência trabalhista foi planejada em lei para ser única. Por isso, o momento apontado 
como adequado é após a segunda proposta de conciliação, que ocorre após toda a fase ins-
trutória (oitiva de testemunhas, peritos técnicos, depoimentos pessoais etc.).
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Pelo fato de essa norma estar eivada de lacuna axiológica, aplicam-se algumas regras do 
CPC para determinar o momento de prolação da sentença.
No procedimento ordinário (causa de valor superior a 40 salários mínimos), observa-se a 
regra do art. 226, inciso III, do CPC: o juiz proferirá a sentença no prazo de 30 dias.
No procedimento sumaríssimo, a rigor, a regra do art. 831 da CLT seria aplicável (prola-
ção da sentença em audiência, após recusa da segunda proposta conciliatória), embora na 
prática muitos juízes deixem a sentença para ser proferida no mesmo prazo citado (30 dias).
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, 
salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas.
Se houver acordo na audiência, a homologação do juiz em ata valerá como decisão ir-
recorrível, transitada em julgado ali mesmo. Nesse caso, somente a União poderá recorrer, 
havendo contribuições previdenciárias que entenda devidas.
Art. 832. Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a apre-
ciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão.
§ 1º Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o prazo e as condições 
para o seu cumprimento.
§ 2º A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte vencida.
§ 3º As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica das par-
celas constantes da condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de responsabilidade 
de cada parte pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso.
De acordo com a teoria moderna da sentença, este artigo indica, com outras palavras, os 
três elementos estruturantes da sentença judicial: relatório, fundamentação e dispositivo.
Relatório é o histórico processual, no qual constam os acontecimentos mais importantes 
do processo, especialmente petição inicial, contestação, laudo pericial, impugnação ao lau-
do, etc. De acordo com o art. 489, inciso I, do CPC, o relatório conterá os nomes das partes, 
a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais 
ocorrências havidas no andamento do processo.
Fundamentação é a exposição do raciocínio jurídico empregado na análise das matérias 
de fato e de direito envolvidas na discussão proposta pelas partes (art. 489, inciso II, CPC).
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Dispositivo é o corpo da sentença em que o juiz resolverá as questões principais que as 
partes lhe submeterem (art. 489, inciso III, CPC), deferindo ou indeferindo cada uma delas, 
e estabelecendo os ônus processuais das partes (custas, honorários, multas, providências 
urgentes etc.).
O § 3° diz que o juiz deverá sempre indicar a natureza das verbas dos acordos homologa-
dos ou das sentenças proferidas, apontando quais são as parcelas de natureza salarial e as 
de natureza indenizatória.
Sobre as parcelas de natureza salarial incidirá contribuição previdenciária. Já sobre as de 
natureza indenizatória, tal contribuição não incidirá. Nos acordos, é comum a definição das 
parcelas como 100% indenizatórias, justamente para que as partes fujam do dever de recolher 
contribuições previdenciárias.
Nas sentenças, a definição da natureza jurídica das parcelas costuma ser fiel, pois nela 
consta cada verba deferida.
Sobre esse tema, é importantíssimo que você conheça a OJ 368 da SDI-I do TST:
OJ 368, SDI-I, TST
É devida a incidência das contribuições para a Previdência Social sobre o valor total 
do acordo homologado em juízo, independentemente do reconhecimento de vínculo de 
emprego, desde que não haja discriminação das parcelas sujeitas à incidência da contri-
buição previdenciária, conforme parágrafo único do art. 43 da Lei nº 8.212, de 24.07.1991, 
e do art. 195, I, “a”, da CF/1988.
Esta OJ quer dizer o seguinte: se o acordo das partes for totalmente omisso quanto à 
natureza das verbas (se salariais ou indenizatórias), será presumido que todo o valor do 
acordo consiste em parcelas salariais, e incidirá contribuição previdenciária sobre o valor 
integral do acordo.
Todavia, se as partes delimitarem que uma parte é salarial e outra é indenizatória, as 
contribuições previdenciárias só incidirão sobre a parcela indicada pelas partes como sa-
larial. Se elas indicarem que todo o valor do acordo é de natureza indenizatória, não incidirá 
nenhuma contribuição.
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Professor, mas as partes podem, realmente, delimitar a natureza das verbas como quise-
rem, para eximirem-se da obrigação de recolher contribuições? 
Sim! A Súmula n. 67 da AGU enuncia:
Na Reclamação Trabalhista, até o trânsito em julgado, as partes são livres para discrimi-
nar a natureza das verbas objeto do acordo judicial para efeito do cálculo da contribui-
ção previdenciária, mesmo que tais valores não correspondam aos pedidos ou à propor-
ção das verbas salariais constantes da petição inicial.
Portanto, mesmo que na petição inicial não existe nenhum pedido de natureza indenizató-
ria, as partes podem convencionar, por exemplo, que o valor integral do acordo diz respeito a 
danos morais (natureza indenizatória), e nenhuma contribuição previdenciária incidirá sobre 
tal valor. Trata-se de uma liberdade muito criticada, mas ainda existente.
Uma limitação a esse poder surgirá se o acordo for celebrado pelas partes após já existir 
uma sentença condenatória. Veja o que diz a OJ 376 da SDI-I do TST:
OJ 376, SDI-I, TST
É devida a contribuição previdenciária sobre o valor do acordo celebrado e homologado 
após o trânsito em julgado de decisão judicial, respeitada a proporcionalidade de valoresentre as parcelas de natureza salarial e indenizatória deferidas na decisão condenatória 
e as parcelas objeto do acordo.
Exemplo: após instrução processual, o juiz profere sentença, indicando que 50% das verbas 
deferidas na sentença têm natureza salarial e os outros 50% têm natureza indenizatória. O 
valor liquidado da sentença foi de R$ 100.000,00. A fim de evitar uma morosa e milenar exe-
cução, as partes fazem acordo de R$ 50.000,00, mesmo após a sentença deferir valor maior. 
Nesse caso, as partes não terão ampla liberdade para definir a natureza jurídica das ver-
bas do acordo. Se a decisão havia determinado 50% como montante salarial e 50% como montante 
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indenizatório, o acordo necessariamente seguirá os mesmos percentuais (proporcionalida-
de). Logo, nesse exemplo, R$ 25.000,00 teriam natureza salarial (e atrairiam as contribuições 
previdenciárias) e os outros R$ 25.000,00 teriam natureza indenizatória, não recaindo, nesta 
parte, contribuições previdenciárias.
A Lei n. 13.876/2019 acrescentou ao artigo ora em comento os §§ 3°-A e 3°-B, que estudare-
mos logo abaixo.
§ 3º-A. Para os fins do § 3º deste artigo, salvo na hipótese de o pedido da ação limitar-se ex-
pressamente ao reconhecimento de verbas de natureza exclusivamente indenizatória, a parcela 
referente às verbas de natureza remuneratória não poderá ter como base de cálculo valor inferior: 
(Incluído pela Lei nº.13.876, de 2019)
I - ao salário-mínimo, para as competências que integram o vínculo empregatício reconhecido na 
decisão cognitiva ou homologatória; ou (Incluído pela Lei n. 13.876, de 2019)
II - à diferença entre a remuneração reconhecida como devida na decisão cognitiva ou homolo-
gatória e a efetivamente paga pelo empregador, cujo valor total referente a cada competência não 
será inferior ao salário-mínimo. (Incluído pela Lei n. 13.876, de 2019)
§ 3º-B Caso haja piso salarial da categoria definido por acordo ou convenção coletiva de trabalho, 
o seu valor deverá ser utilizado como base de cálculo para os fins do § 3º-A deste artigo. (Incluído 
pela Lei n. 13.876, de 2019)
Vejamos a alteração com cautela. Estudamos anteriormente que as partes, ao entabula-
rem acordo, podem livremente discriminar as parcelas a que se refere o valor do acordo, sen-
do esta liberdade ratificada pela Súmula n. 67 da AGU. As alterações, num primeiro momento, 
parecem destinar-se a diminuir esta liberdade das partes. Todavia, na prática, mesmo após 
tal alteração, as partes continuam tendo a liberdade de discriminar as parcelas a que se refere 
o valor do acordo.
 Portanto, a interpretação destes parágrafos 3°-A e 3°-B deverá ser abordada e elucida-
da pelos tribunais, a fim de que se solucione uma questão: estes novos dispositivos impedem 
ou diminuem o poder das partes de imputar o valor do acordo a determinadas parcelas? Ou 
eles apenas esclarecem qual é a base de cálculo das contribuições previdenciárias inciden-
tes, quando as partes imputarem o valor do acordo a verbas de natureza salarial?
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 Este questionamento, de cunho puramente interpretativo, ainda não tem uma solução 
significativa. Por ora, para fins de prova, devemos nos ater ao aprendizado do texto literal dos 
dois novos parágrafos. Vamos a eles.
 Pelo texto literal do § 3°-A, devem incidir contribuições previdenciárias quando o pe-
dido da ação for parcela de natureza salarial, como o saldo de salário, as férias, o 13° salário 
etc. Havendo pedido como estes, devem incidir contribuições previdenciárias.
 Segundo o inciso I do § 3°-A, mesmo que a parcela cobrada tenha valor menor que o 
salário mínimo, a base de cálculo das contribuições previdenciárias sobre o referido crédito 
será o salário mínimo.
 Conforme o inciso II, se o pedido da ação for o pagamento de diferenças salariais, a 
lógica é a mesma: a base de cálculo não pode ser menor que o salário mínimo.
Se, no caso do inciso I, o valor das parcelas cobradas for maior que o salário mínimo, 
a base de cálculo das contribuições previdenciárias será o valor das respectivas parcelas, 
devidamente totalizado. O mesmo raciocínio vale para o inciso II: se o valor das diferenças 
salariais for maior que o salário mínimo, a base de cálculo das contribuições previdenciárias 
será o valor das diferenças.
 Conforme o § 3°-B, a base de cálculo mínima deverá ser o piso salarial da categoria, e 
não o salário mínimo, quando existir um piso salarial.
DICA!
Em síntese: o valor mínimo da base de cálculo das contribui-
ções previdenciárias incidentes sobre as parcelas de natureza 
salarial será ou o salário mínimo ou o piso salarial da cate-
goria profissional. Existindo piso salarial da categoria, servirá 
ele como base de cálculo mínima; não existindo um piso, a 
base mínima será o salário mínimo nacional.
Havendo pedidos exclusivamente indenizatórios, não haverá 
que se falar em base de cálculo, uma vez que sobre tais pedi-
dos não incidem contribuições previdenciárias
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 Reitero: a interpretação destes dois novos parágrafos ainda precisa de maior elucida-
ção pelos tribunais, a fim de que se obtenha uma interpretação prevalecente, possível de ser 
cobrada em futuros certames. Por ora, é relevante conhecermos as regras literais dos novos 
parágrafos.
§ 4º A União será intimada das decisões homologatórias de acordos que contenham parcela inde-
nizatória, na forma do art. 20 da Lei no 11.033, de 21 de dezembro de 2004, facultada a interposição 
de recurso relativo aos tributos que lhe forem devidos. 
§ 5º Intimada da sentença, a União poderá interpor recurso relativo à discriminação de que trata o 
§ 3º deste artigo. 
§ 6º O acordo celebrado após o trânsito em julgado da sentença ou após a elaboração dos cálculos 
de liquidação de sentença não prejudicará os créditos da União.
§ 7º O Ministro de Estado da Fazenda poderá, mediante ato fundamentado, dispensar a manifesta-
ção da União nas decisões homologatórias de acordos em que o montante da parcela indenizatória 
envolvida ocasionar perda de escala decorrente da atuação do órgão jurídico. 
Atualmente, esse “ato fundamentado” é a Portaria n. 582 do Ministério da Fazenda. A 
União só deverá necessariamente ser intimada quando houver, no processo, contribuições 
previdenciárias a recolher em valor igual ou superior a R$ 20.000,00. Abaixo desse valor, a 
União não precisará ser intimada.
Em qualquer caso, a lei permite que a União recorra para impugnar a discriminação feita 
pelas partes (salarial/indenizatória). Na prática, isso é quase inexistente, ainda mais porque a 
própria Advocacia-Geral da União editou a Súmula 67 dando tal liberdade às partes.
Art. 833. Existindo na decisão evidentes

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