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010 - Direito das Familias

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- 1 - 
DIREITO DAS FAMÍLIAS 
 
 - 2 - 
DIREITO DAS FAMÍLIAS 
 
 
 - 3 - 
DIREITO DAS FAMÍLIAS 
 
 
 
 
A Editora Bressan Monteiro, fundada em 2018, é uma editora voltara para autores independentes que desejam 
publicar monografias, TCCs e artigos, em todas as áreas do conhecimento em formato digital, sempre buscando 
a forma mais simples e prática possível. 
 
Todos os direitos reservados ao autor. Nos termos da Lei 
que resguarda os direitos autorais, o autor optou pela 
licença de Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional. 
 
A Editora Bressan Monteiro se responsabiliza pelos vícios do 
produto no que concerne à sua edição. Nem a editora, nem 
o autor assumem qualquer responsabilidade por eventuais 
danos ou perdas a pessoa ou bens, decorrentes do uso da 
presente obra. 
 
Data de fechamento da edição 
13-12-2021 
 
 
Editora Executiva 
Vanessa da Silva Bressan Monteiro 
 
Edição de Arte 
Paulo R. M. Monteiro Bressan 
 
Produção Digital 
Editora Bressan Monteiro 
 
Revisão 
xxx 
 
Serviços Bibliotecários 
Câmara Brasileira do Livro 
Maria Alice Ferreira 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) 
 
 Bressan, Paulo Roberto Meloni Monteiro 
 ____Direito das famílias [livro eletrônico] / Paulo Roberto Meloni Monteiro Bressan. 1 ed. Cacoal-RO: 
Bressan Monteiro, 2021. 
 
 PDF 
 
 ____"Diretrizes Gerais dos Extrajudiciais do Estado de Rondônia -- Súmulas do STF e STJ -- Modelo de 
Petições". 
 
 
 ____Bibliografia 
 ____ISBN 978-65-89690-04-7 
 
 ____1. Direito civil 2. Direito civil – Brasil 3. Direito de família 4. Direito de família – Brasil 
 ____I. Título. 
 
22-100727 CDU-347.6 
Índices para catálogo sistemático: 
1. Direito de família: Direito civil 347.6 
 
Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964 
 
 
 
 
 
 
 - 4 - 
DIREITO DAS FAMÍLIAS 
 
 
 - 5 - 
DIREITO DAS FAMÍLIAS 
1. Nota do Autor 
A proposta deste livro é facilitar os estudos de Direito Civil, de modo a conciliar doutrina, legislação e jurisprudência. 
Além do aspecto do direito material, há um diálogo entre Direito Civil e Processo Civil, bem como outras legislações 
correlatas. O texto foi todo construído preservando toda a literalidade lei, mas estruturado em um texto coeso para que 
seja possível uma compreensão do Direito das Famílias. 
Foram incluídos diversos instrumentos jurídicos, como provimentos do Conselho Nacional de Justiça e as Diretrizes 
Gerais dos Extrajudiciais da Corregedoria Geral da Justiça do Estado de Rondônia. 
Este livro contém diversas legislações criteriosamente selecionadas relacionada ao Direito das Famílias e inseridas ao 
longo do texto na forma de citação direta permitindo que haja a compreensão dos aspectos doutrinários e assegurar a 
leitura da lei seca dos temas estudados. 
Algumas dicas de leituras, filmes, textos jornalísticos foram inseridos ao longo do texto para permitir uma maior 
compreensão do Direito das Famílias. 
Agradeço aos acadêmicos pelos diversos questionamentos em aula, que permitiram a criação deste material rico e 
atualizadíssimo em Direito das Famílias, além daqueles que enviaram sugestões para deixá-lo mais didático. Além das 
contribuições dos membros do Grupo Pesquisa Jurídica e Sustentabilidade (GPJus) para consolidação desta obra. 
Espero que todos possam usufruir deste livro, pois procurei desenvolvê-lo com todos os cuidados e dedicação na 
transmissão dos meus conhecimentos. 
 
Ariquemes-RO, 27 de junho de 2022. 
 
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DIREITO DAS FAMÍLIAS 
 
 
 - 7 - 
DIREITO DAS FAMÍLIAS 
2. Abreviações 
ADI Ação Direta de Inconstitucionalidade 
CC/1916 Código Civil de 1916 
CC/2002 Código Civil de 2002 
CERO/1989 Constituição do Estado de Rondônia de 1989 
CNJ Conselho Nacional de Justiça 
CP/1940 Código Penal de 1940 
CPC/2015 Código de Processo Civil de 2015 
CRFB/1988 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 
DGE/CGJ-RO Diretrizes Gerais dos Extrajudiciais da Corregedoria Geral da Justiça do Estado de Rondônia 
EI Estatuto do Idoso 
ECA Estatuto da Criança e do Adolescente 
EPD Estatuto da Pessoa com Deficiência 
LAP Lei de Alienação Parental 
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
LIBRAS Língua Brasileira de Sinais 
LINDB Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro 
LMP Lei Maria da Penha 
LRP Lei de Registros Públicos 
STF Supremo Tribunal Federal 
STJ Superior Tribunal de Justiça 
TRF Tribunal Regional Federal 
 
 
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DIREITO DAS FAMÍLIAS 
 
 
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DIREITO DAS FAMÍLIAS 
3. Sumário 
1. Nota do Autor ............................................................................................................................................ 5 
2. Abreviações ................................................................................................................................................ 7 
3. Sumário...................................................................................................................................................... 9 
4. Notas Introdutórias .................................................................................................................................. 15 
4.1. Princípios Familiares ........................................................................................................................................18 
4.1.1. Princípio da Dignidade da Pessoa Humana ........................................................................................................................... 18 
4.1.2. Princípio da Afetividade......................................................................................................................................................... 19 
4.1.3. Princípio da Função Social da Família .................................................................................................................................... 20 
4.1.4. Princípio da Convivência Familiar .......................................................................................................................................... 20 
4.1.5. Princípio da Boa-fé ................................................................................................................................................................ 20 
4.1.6. Princípio da Solidariedade ..................................................................................................................................................... 22 
4.1.7. Princípio da Igualdade ........................................................................................................................................................... 22 
4.1.8. Princípio da Liberdade ........................................................................................................................................................... 25 
4.2. Intervenção Estatal e Social nas Famílias ..........................................................................................................25 
4.3. Evolução Histórica do Direito de Família ..........................................................................................................26 
5. Casamento ............................................................................................................................................... 29 
5.1. Natureza Jurídica .............................................................................................................................................29 
5.2. Princípios do Casamento .................................................................................................................................30 
5.2.1. Princípio da monogamia ........................................................................................................................................................ 30 
5.2.2. Princípio da liberdade de escolha ..........................................................................................................................................30 
5.2.3. Princípio da comunhão plena de vida ................................................................................................................................... 30 
5.3. Capacidade para casar-se.................................................................................................................................30 
5.3.1. Idade dos Nubentes ............................................................................................................................................................... 30 
5.3.2. Dualidade de Sexo ................................................................................................................................................................. 30 
5.4. Causas Impeditivas ..........................................................................................................................................31 
5.4.1. Impedimento decorrente de parentesco consanguíneo em linha reta ................................................................................. 31 
5.4.2. Impedimento decorrente de parentesco por afinidade ........................................................................................................ 31 
5.4.3. Impedimentos em decorrência do parentesco civil formado pela adoção ........................................................................... 32 
5.4.4. Impedimento decorrente de parentesco consanguíneo colateral ........................................................................................ 32 
5.4.5. Impedimento decorrente de vínculo matrimonial ................................................................................................................ 32 
5.4.6. Impedimento decorrente de crime ....................................................................................................................................... 32 
5.5. Causas Suspensivas .........................................................................................................................................32 
5.6. Invalidade do Casamento ................................................................................................................................34 
5.6.1. Casamento Inexistente .......................................................................................................................................................... 34 
5.6.2. Casamento Anulável (Nulidade Relativa) .............................................................................................................................. 34 
5.6.3. Casamento Nulo (Nulidade Absoluta) ................................................................................................................................... 37 
5.7. Processo de Habilitação ...................................................................................................................................38 
5.7.1. Requerimento de Habilitação ................................................................................................................................................ 39 
5.7.2. Análise do Requerimento de Habilitação .............................................................................................................................. 41 
5.7.3. Oposição dos Impedimentos do Casamento ......................................................................................................................... 42 
5.7.4. Oposição das Causas Suspensivas de Casamento ................................................................................................................. 43 
5.7.5. Celebração do casamento ..................................................................................................................................................... 43 
5.8. Formas de casamento ......................................................................................................................................45 
5.8.1. Casamento por Menores ....................................................................................................................................................... 45 
 
 - 10 - 
DIREITO DAS FAMÍLIAS 
5.8.2. Casamento celebrado por incapaz de consentir e de manifestar de forma inequívoca a sua vontade ................................ 45 
5.8.3. Casamento por Analfabetos .................................................................................................................................................. 45 
5.8.4. Casamento por Pessoa com Deficiência Mental ................................................................................................................... 45 
5.8.5. Casamento por Pessoa com Deficiência Física ...................................................................................................................... 45 
5.8.6. Casamento em caso de moléstia grave ................................................................................................................................. 46 
5.8.7. Casamento Nuncupativo ....................................................................................................................................................... 46 
5.8.8. Casamento por Procuração ................................................................................................................................................... 47 
5.8.9. Casamento Religioso com Efeitos Civis ................................................................................................................................. 48 
5.8.10. Casamento Putativo ............................................................................................................................................................ 49 
5.8.11. Casamento Consular ............................................................................................................................................................ 50 
5.8.12. Casamento celebrado fora do país, perante autoridades estrangeiras .............................................................................. 50 
5.8.13. Casamento de Estrangeiros ................................................................................................................................................. 50 
5.8.14. Casamento Infantil .............................................................................................................................................................. 51 
5.9. Provas do Casamento ...................................................................................................................................... 51 
5.10. Efeitos do casamento .................................................................................................................................... 51 
5.10.1. Efeitos pessoais e seus deveres ........................................................................................................................................... 51 
5.10.2. Efeitos Patrimoniais e os Regime de bens ........................................................................................................................... 53 
5.11. Pacto Antenupcial ......................................................................................................................................... 57 
6. União Estável ............................................................................................................................................ 58 
6.1. Natureza Jurídica ............................................................................................................................................ 58 
6.2. Capacidade para contrair União Estável ........................................................................................................... 58 
6.3. Requisitos ....................................................................................................................................................... 58 
6.3.1. Desnecessidade da Dualidadede sexos ................................................................................................................................ 58 
6.3.2. Publicidade ............................................................................................................................................................................ 59 
6.3.3. Continuidade ......................................................................................................................................................................... 59 
6.3.4. Estabilidade e o Lapso Temporal ........................................................................................................................................... 59 
6.3.5. Objetivo de constituição de família ....................................................................................................................................... 59 
6.3.6. Coabitação ............................................................................................................................................................................. 60 
6.3.7. Caráter Monogâmico ............................................................................................................................................................. 60 
6.3.8. Impedimentos para a configuração da União Estável ........................................................................................................... 60 
6.3.9. Formalidades ......................................................................................................................................................................... 61 
6.4. Efeitos da União Estável .................................................................................................................................. 62 
6.4.1. Deveres Conjugais ................................................................................................................................................................. 62 
6.4.2. Mudança de Nome ................................................................................................................................................................ 62 
6.4.3. Parentesco ............................................................................................................................................................................. 63 
6.4.4. Estado Civil ............................................................................................................................................................................ 63 
6.4.5. Maioridade Civil ..................................................................................................................................................................... 64 
6.4.6. Paternidade ........................................................................................................................................................................... 64 
6.4.7. Regime de Bens na União Estável ......................................................................................................................................... 64 
6.4.8. Direito Real de habitação ...................................................................................................................................................... 65 
6.4.9. União Estável do Idoso .......................................................................................................................................................... 65 
6.4.10. Vênia Conjugal ..................................................................................................................................................................... 65 
6.4.11. Alimentos ............................................................................................................................................................................ 66 
6.5. Conversão da União Estável em Casamento ..................................................................................................... 66 
6.6. O Reconhecimento da União Estável ............................................................................................................... 67 
6.7. Medidas Judiciais ............................................................................................................................................ 67 
6.7.1. Ação de Reconhecimento de União Estável .......................................................................................................................... 67 
6.7.2. Ação de Reconhecimento de União Estável post mortem .................................................................................................... 67 
6.7.3. Ação de Extinção da União .................................................................................................................................................... 68 
7. Concubinato ............................................................................................................................................. 70 
7.1. Natureza Jurídica ............................................................................................................................................ 70 
7.2. Requisitos para Caracterização do Concubinato ............................................................................................... 70 
8. Namoro .................................................................................................................................................... 72 
8.1. Natureza Jurídica ............................................................................................................................................ 72 
8.2. Namoro Qualificado ........................................................................................................................................ 72 
8.3. Requisitos para Caracterização do Namoro ...................................................................................................... 72 
9. Famílias Simultâneas ................................................................................................................................ 74 
 
 - 11 - 
DIREITO DAS FAMÍLIAS 
10. Famílias Multiespécies ............................................................................................................................ 76 
11. Dissolução Conjugal ................................................................................................................................ 78 
11.1. Dissolução da sociedade e do vínculo conjugal ...............................................................................................78 
11.1.1. Causas Terminativas ............................................................................................................................................................ 79 
11.1.2. Causas Dissolutivas .............................................................................................................................................................. 79 
11.1.3. Separação de fato ................................................................................................................................................................ 79 
11.1.4. Separação de direito ............................................................................................................................................................ 80 
11.1.5. Divórcio ................................................................................................................................................................................ 80 
11.2. Medidas Judiciais ..........................................................................................................................................81 
11.2.1. Julgamento Antecipado do Mérito ...................................................................................................................................... 81 
11.3. Medidas Extrajudiciais...................................................................................................................................81 
12. Filiação e Relações de Parentalidade ....................................................................................................... 83 
12.1. Relações de Parentalidade .............................................................................................................................83 
12.1.1. Multiparentalidade .............................................................................................................................................................. 83 
12.1.2. Graus de parentesco............................................................................................................................................................ 83 
12.2. Critérios para Filiação ....................................................................................................................................84 
12.2.1. Critério Presuntivo ............................................................................................................................................................... 84 
12.2.2. Critério Biológico ................................................................................................................................................................. 86 
12.2.3. Critério Socioafetivo ............................................................................................................................................................ 86 
12.3. Reconhecimento dos Filhos ...........................................................................................................................88 
12.3.1. Reconhecimento Voluntário ................................................................................................................................................ 88 
12.3.2. Reconhecimento Voluntário Socioafetivo ........................................................................................................................... 89 
12.3.3. Reconhecimento Judicial ..................................................................................................................................................... 90 
12.4. Adoção ..........................................................................................................................................................91 
12.4.1. Adoção À Brasileira .............................................................................................................................................................. 93 
12.4.2. Adoção Internacional .......................................................................................................................................................... 93 
12.4.3. Adoção por Ascendentes ..................................................................................................................................................... 94 
12.4.4. Adoção por Casal Homoafetivo ........................................................................................................................................... 94 
12.4.5. Adoção por Divorciados ...................................................................................................................................................... 94 
12.4.6. Requisitos ............................................................................................................................................................................ 94 
12.4.7. Efeitos da Adoção ................................................................................................................................................................ 95 
12.4.8. Processo Judicial .................................................................................................................................................................. 96 
12.4.9. Adoção de Adultos............................................................................................................................................................... 96 
12.4.10. Revogação da Adoção ....................................................................................................................................................... 96 
13. Autoridade Familiar ................................................................................................................................ 99 
13.1. Exercício da Autoridade ............................................................................................................................... 100 
13.1.1. Obediência, Maus Tratos e Castigo Imoderado................................................................................................................. 101 
13.1.2. Exploração do Trabalho Infantil ......................................................................................................................................... 102 
13.1.3. A Educação e Homeschooling ............................................................................................................................................ 102 
13.1.4. Vacinação .......................................................................................................................................................................... 105 
13.1.5. Da Autorização para Viajar ................................................................................................................................................ 106 
13.1.6. Exposição do Menor .......................................................................................................................................................... 107 
13.1.7. Planejamento Familiar ....................................................................................................................................................... 107 
13.2. Gestão dos Bens do Menor .......................................................................................................................... 108 
13.3. Abandono do Menor e Abandono Afetivo .................................................................................................... 109 
13.4. Suspensão e Extinção da Autoridade Parental .............................................................................................. 109 
13.4.1. Extinção da Autoridade Familiar ....................................................................................................................................... 110 
13.4.2. Suspensão da Autoridade Familiar .................................................................................................................................... 110 
13.4.3. Violência Doméstica .......................................................................................................................................................... 111 
13.5. Alienação Parental ...................................................................................................................................... 111 
13.5.1. Autoalienação Parental ..................................................................................................................................................... 116 
13.6. Guarda ........................................................................................................................................................ 116 
13.6.1. Modalidades de Guarda .................................................................................................................................................... 118 
13.6.2. Guarda para Terceiros ....................................................................................................................................................... 121 
13.6.3. Dificuldade de Convívio Familiar ....................................................................................................................................... 121 
14. Alimentos .............................................................................................................................................123 
14.1. Características ............................................................................................................................................. 123 
 
 - 12 - 
DIREITO DAS FAMÍLIAS 
14.1.1. Irrenunciável ...................................................................................................................................................................... 123 
14.1.2. intransferível ..................................................................................................................................................................... 123 
14.1.3. impenhorável .................................................................................................................................................................... 123 
14.1.4. incompensável................................................................................................................................................................... 123 
14.2. Finalidades ................................................................................................................................................. 124 
14.2.1. Condição Social.................................................................................................................................................................. 124 
14.2.2. Educação ........................................................................................................................................................................... 124 
14.3. Alimentante e Alimentado .......................................................................................................................... 124 
14.3.1. Pais e Filhos ....................................................................................................................................................................... 124 
14.3.2. Alimentos Gravídicos ......................................................................................................................................................... 124 
14.3.3. Alimentos Provisionais ...................................................................................................................................................... 125 
14.3.4. Alimentos Avoengos .......................................................................................................................................................... 125 
14.3.5. Alimentos a ex-cônjuges.................................................................................................................................................... 125 
14.3.6. Alimentos pagos por Terceiros .......................................................................................................................................... 125 
14.4. Critérios de fixação ..................................................................................................................................... 126 
14.4.1. A Culpa e os Alimentos ...................................................................................................................................................... 127 
14.5. Renúncia de Alimentos ................................................................................................................................ 127 
14.6. Revisão dos Alimentos ................................................................................................................................ 127 
14.7. Exoneração dos Alimentos .......................................................................................................................... 129 
14.8. Prisão do Devedor ....................................................................................................................................... 130 
14.9. Pagamento Parcial dos Alimentos ................................................................................................................ 130 
14.10. Falecimento do Alimentado ou Alimentante .............................................................................................. 131 
14.11. Medidas Judiciais ...................................................................................................................................... 131 
14.11.1. Execução de Obrigação Alimentar Extrajudicial .............................................................................................................. 132 
14.11.2. Cumprimento de Sentença da Obrigação de Prestar Alimentos ..................................................................................... 132 
15. Bens de Família..................................................................................................................................... 135 
15.1. Bens de Família Voluntários ........................................................................................................................ 135 
15.2. Bens de Família Legais ................................................................................................................................. 137 
15.3. Proteção dos Bens de Família ...................................................................................................................... 137 
15.3.1. Impenhorabilidade ............................................................................................................................................................ 137 
16. Responsabilidade Civil .......................................................................................................................... 139 
16.1. Responsabilização Civil no Casamento ......................................................................................................... 139 
16.1.1. Promessa de Casamento e a Ruptura do Noivado ............................................................................................................ 139 
16.1.2. Traição ............................................................................................................................................................................... 139 
16.2. Responsabilização Civil nas Relações de Parentescos ................................................................................... 139 
16.2.1. Abandono Afetivo pelos Pais ............................................................................................................................................. 139 
16.2.2. Abandono Afetivo aos Ascendentes .................................................................................................................................. 140 
16.2.3. Abandono Material pelos Pais ........................................................................................................................................... 141 
16.2.4. Desistência da Adoção ...................................................................................................................................................... 141 
17. Direito Assistencial ............................................................................................................................... 143 
17.1. Tutela ......................................................................................................................................................... 143 
17.1.1. Dos Incapazes de Exercer a Tutela .................................................................................................................................... 145 
17.1.2. Da Escusa dos Tutores ....................................................................................................................................................... 145 
17.1.3. Do Exercício da Tutela ....................................................................................................................................................... 146 
17.1.4. Dos Bens do Tutelado ........................................................................................................................................................147 
17.1.5. Da Prestação de Contas ..................................................................................................................................................... 147 
17.1.6. Da Cessação da Tutela ....................................................................................................................................................... 147 
17.1.7. Aspectos Processuais......................................................................................................................................................... 148 
17.2. Curatela ...................................................................................................................................................... 148 
17.2.1. A Curatela do Nascituro e do Enfermo ou Portador de Deficiência Física ........................................................................ 148 
17.2.2. O Exercício da Curatela...................................................................................................................................................... 148 
17.2.3. Medidas Judiciais ............................................................................................................................................................... 149 
17.3. Tomada de Decisão Apoiada ........................................................................................................................ 149 
17.3.1. A Prestação de Contas ....................................................................................................................................................... 149 
17.3.2. O Interesse da Pessoa com Deficiência ............................................................................................................................. 149 
18. Resoluções de Conflitos ........................................................................................................................ 151 
19. Crimes contra Família ........................................................................................................................... 153 
 
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DIREITO DAS FAMÍLIAS 
19.1. Dos crimes contra o Casamento ................................................................................................................... 153 
19.1.1. Bigamia .............................................................................................................................................................................. 153 
19.1.2. Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento ............................................................................................. 153 
19.1.3. Conhecimento prévio de impedimento para o casamento ............................................................................................... 153 
19.1.4. Simulação de autoridade para celebração de casamento ................................................................................................. 153 
19.1.5. Simulação de casamento ................................................................................................................................................... 153 
19.1.6. Adultério ............................................................................................................................................................................ 153 
19.2. Dos crimes contra o estado de Filiação ......................................................................................................... 153 
19.2.1. Registro de nascimento inexistente .................................................................................................................................. 153 
19.2.2. Parto suposto, com supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido ................................. 154 
19.2.3. Sonegação de estado de filiação ....................................................................................................................................... 154 
19.3. Dos crimes contra a Assistência Familiar ...................................................................................................... 154 
19.3.1. Abandono Material............................................................................................................................................................ 154 
19.3.2. Entrega de filho menor a pessoa inidônea ........................................................................................................................ 154 
19.3.3. Abandono Intelectual ........................................................................................................................................................ 154 
19.3.4. Violência Patrimonial ......................................................................................................................................................... 155 
19.4. Dos crimes contra o Pátrio Poder, Tutela e Curatela ..................................................................................... 155 
19.4.1. Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes ................................................................................. 155 
19.4.2. Subtração de incapazes ..................................................................................................................................................... 155 
20. Direito Sucessório ................................................................................................................................. 157 
21. Índice ................................................................................................................................................... 159 
22. Referências........................................................................................................................................... 161 
 
 
 
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DIREITO DAS FAMÍLIAS 
 
 
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DIREITO DAS FAMÍLIAS 
4. Notas Introdutórias 
O direito das famílias1 é, de todos os ramos do direito, o mais intimamente ligado à própria vida das pessoas, uma 
vez que, de modo geral, as pessoas provêm de um organismo familiar e a ele conservam-se vinculadas durante a sua 
existência, mesmo que venham a constituir nova família pelo casamento ou pela união estável, por isso pode-se afirmar 
que é o mais humano de todos os ramos do direito. Sendo portando, uma realidade sociológica e constitui a base do Estado, 
o núcleo fundamental em que repousa toda a organização social. 
O direito das famílias constitui o ramo do direito civil que disciplina as relações entre pessoas unidas pelo matrimônio, 
pela união estável ou pelo parentesco, bem como os institutos complementares da tutela e curatela, visto que, embora tais 
institutos de caráter protetivo ou assistencial não advenham de relações familiares, têm, em razão de sua finalidade, nítida 
conexão com aquele. Está regulando no Código Civil de 2002 destina o Livro IV da Parte Especial a este ramo do direito civil, 
regulando questões de direito pessoal e patrimonial das famílias. Dentro do Direito das Famílias há questões existenciais 
ou pessoais que é centrado na pessoa humana com normas cogentes ou de ordem pública, que não podem ser afastadas 
pelas partes; há também as questões patrimoniais, com dispositivos de ordem privada, ao qual cabem as partes optar em 
segui-las ou afastá-las. 
“No âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram 
aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa” (art. 5º, II da LMP) é pode podemos ter os 
mais diversos elos afetivos entre as pessoas, já que a ideia de família não é construída por meio de um conceito biológico 
estático, mas sim através de um conceito sociocultural. 
Pode-se afirmar, assim, que família significa a possibilidade de convivência, conforme expõe Stolze (2020, p. 1.743) 
“não é possível apresentar um conceito único e absoluto de família”. A família é uma construçãocultural, dispõe de 
estruturação psíquica, na qual todos ocupam um lugar, possuem uma função — lugar do pai, lugar da mãe, lugar dos filhos 
—, sem, entretanto, estarem necessariamente ligados biologicamente, e essa estrutura familiar que interessa investigar e 
preservar em seu aspecto mais significativo, de um verdadeiro LAR: Lugar de Afeto e Respeito (DIAS, 2021, p. 42-3). 
Há uma proposta legislativa em que “são reconhecidas como famílias todas as formas de união entre duas ou mais 
pessoas que para este fim se constituam e que se baseiem no amor, na socioafetividade, independentemente de 
consanguinidade, gênero, orientação sexual, nacionalidade, credo ou raça, incluindo seus filhos ou pessoas que assim sejam 
consideradas” (art. 2º do PL nº 3.369/2015). 
Mas legislação não definiu um conceito único de família, porém diversas configurações são identificadas pela doutrina 
e pelas legislações, pode-se citar os formatos familiares: 
Família Definição 
Natural 
“Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus 
descendentes” (art. 25 do ECA) 
Ampliada, Extensa 
ou Estendida 
“Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais 
e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou 
adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade” (art. 25, parágrafo único do 
ECA) 
Matrimonial Decorrente do casamento. 
Informal Decorrente da união estável. 
 
1 A expressão Direito das Famílias em detrimento de Direito da Família é a que melhor atende à necessidade de enlaçar, no seu âmbito de proteção, as famílias, todas 
elas, sem discriminação, tenham a formação que tiver diante das multifacetadas formatações. 
 
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DIREITO DAS FAMÍLIAS 
Monoparental Constituídas por um dos genitores com seus filhos. 
Anaparental Constituídas somente pelos filhos. 
Eudemonista Caracterizada pelo vínculo afetivo. 
Mosaico É aquela formada por pessoas que já possuem núcleo familiar e optam por formar outro núcleo. 
Homoafetiva 
É aquela formada pela união de pessoas do mesmo sexo, sendo constitucionalmente uma 
entidade familiar a união formada por qualquer dos pais e descendentes, no sentido de 
prevalecer a liberdade das pessoas na conformação de suas famílias. Em julgamento histórico 
para as liberdades e para a dignidade da pessoa (ADPF nº 132/2011), contra inúmeras tentativas 
de grupos e segmentos organizados da sociedade em impor leituras unilaterais e contrárias ao 
pluralismo das sociedades democráticas, o STF reconheceu como entidade familiar a união 
estável de casais do mesmo sexo. Na mesma linha, o mesmo STF criminalizou, em 2019, a 
chamada homofobia. ADI nº 4277/2011 / Resolução nº 175 CNJ. 
Concubinato2 É aquela formada por uniões em que há impedimentos para casarem. 
Poliamor 
É uma realidade em diversas entidades familiares, sendo um vínculo afetivo de três ou mais 
famílias. Sendo um tabu pelos legisladores, ao não haver leis que tratem dessa temática, pela 
sociedade acadêmica e os tribunais, que evitam discutir esta temática. 
Multiespécie 
 
Indicação de Filme 
O filme estadunidense Os seus, os meus e os nossos (2005) é uma comédia que retrata o dia a dia de dois ex-namorados, que estão 
viúvos e decidem se casar, no entanto, ele tem 8 filhos e ela 10. A união deles reflete o modelo de família mosaico, demonstrando as 
dificuldades de se entenderem em razão das diferenças culturais e como criaram planos para que haja um convívio harmonioso nesta 
nova família. 
É importante consignar que o conceito de família não é estático e acabado, ao contrário, trata-se de um conceito 
dinâmico visto em diferentes projeções. Ao observar a sociedade, antes apenas considerava-se família a formada por 
homem e mulher, hoje, reconhece-se a família homoafetiva e outras configurações. 
Os conceitos de família apresentados pelos doutrinadores são: 
Autor(es) Definição 
Stolze e Pamplona 
Filho 
(2020, p. 1.746) 
é o núcleo existencial integrado por pessoas unidas por vínculo socioafetivo, teleologicamente 
vocacionada a permitir a realização plena dos seus integrantes 
Gonçalves 
(2020, p. 18) 
é uma realidade sociológica e constitui a base do Estado, o núcleo fundamental em que repousa 
toda a organização social 
Nas percepções de famílias ao longo da história, os filhos havidos fora do casamento, até 1949, eram considerados 
ilegítimos, não podiam ser reconhecidos. Além disso, havia distinção entre os filhos adotivos e os filhos biológicos, por isso 
a morte dos pais adotivos era causa de extinção da adoção, a fim de impedir o acesso à herança. 
A própria Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelece (XVI 3): A família é o núcleo natural e fundamental 
da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado. Sempre se considerou que a maior missão do Estado é 
preservar o organismo familiar sobre o qual repousam suas bases”. A família é tanto uma estrutura pública como uma 
relação privada, pois identifica o indivíduo como integrante do vínculo familiar e também como partícipe do contexto social. 
Além da incidência dos direitos e garantias fundamentais no Direito de Família, passou a gozar de um tratamento 
diferenciado uma vez que “a família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado” (art. 226 da CRFB/1988), a 
proteção da família não limitou-se apenas ao casamento “para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável 
entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento” (art. 226, § 3º da 
CRFB/1988), “entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus 
 
2 A legislação, o STF e o STJ entendem que não é família, pois “as relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato” (art. 
1.727 do CC/2002). Este autor se alinha com este entendimento e inseriu o Concubinato nesta tabela apenas para fins didáticos. 
 
 - 17 - 
DIREITO DAS FAMÍLIAS 
descendentes” (art. 226, § 4º da CRFB/1988), de modo que “o Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada 
um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações” (art. 226, § 8º da 
CRFB/1988). De modo que o legislador constitucional positivou as questões familiares nos arts. 226 e 227 da CRFB/1988 
que tratam de temas específicos. 
Perceba, portanto, que a CRFB/1988 conferiu uma proteção à família, ao dispor que “é dever da família, da sociedade 
e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência 
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão” (art. 227 da CRFB/1988), no qual “o Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da 
criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas 
específicas e obedecendo aos seguintes preceitos” (art. 227, § 1º da CRFB/1988): “aplicação de percentual dos recursos 
públicos destinados à saúde na assistência materno-infantil” (art. 227, § 1º, I da CRFB/1988); “criação de programas de 
prevenção e atendimento especializado para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de 
integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a 
convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de 
todas as formas de discriminação” (art. 227, § 1º, II da CRFB/1988). 
Com isso, os paradigmas do CC/1916 deram lugar para novos paradigmas, presentes no CC/2002. Embora haja 
normas de ordem pública dentro do Direito de Família, tanto os sujeitos quanto às relações são entre privados,fazendo 
com que a doutrina estabeleça o Direito de Família como um ramo de Direito Privado. 
Indicação de Filme 
O filme teuto-brasileiro A vida invisível (2019), adaptado do livro "A Vida Invisível de Eurídice Gusmão" escrito por Martha Batalha, 
retrata a sociedade carioca da década de 1940, demonstrando as relações sociais num regime patriarcal. Marcado pelo autoritarismo 
de seu pai, Guida decide fugir de casa, enquanto sua irmã Eurídice se submete a um casamento de aparência e luta para manter seus 
sonhos após o casamento. 
Indicação de Filme 
A obra Gabriela, Cravo e Canela (1958), um dos mais célebres romances do escritor brasileiro Jorge Amado, narra na pacata Ilhéus da 
década de 1920 o caso de amor entre o árabe Nacib e a sertaneja Gabriela, descrevendo as alterações profundas da vida social da Bahia. 
A obra personifica as transformações de uma sociedade patriarcal, arcaica e autoritária, afetada pelos sopros de renovação cultural, 
política e econômica. 
 
 
 
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DIREITO DAS FAMÍLIAS 
Código Civil 
 
1916 
 
2002 
 
 
Modelo Familiar 
 
Matrimonializada 
 
Múltipla 
 
 
 Apenas casamento 
A família pode ser constituída por 
diferentes formas: casamento, 
união estável, monoparental 
(ascendentes e descendentes) 
 
Autoridade 
Familiar 
 
Patriarcal 
 
Democrática 
 
 
 
O homem era o chefe da família, o 
centro das relações familiares 
 
Homens e mulheres possuem 
direitos e deveres iguais 
 
Estrutura 
Familiar 
 
Hierarquizada 
 
Igualitária 
 
 
 
Baseada no pátrio poder, ou seja, 
todos deviam obediência ao 
patriarca. 
 
Igualdade substancial, tratando 
desigualmente os desiguais e 
buscando a igualdade fática entre 
os componentes familiares. 
 
Filiação 
 
Biológica 
 Biológica ou 
Socioafetiva 
 
 
 
 
Distinção entre filhos adotivos e 
biológicos. 
 
Filhos biológicos e adotivos 
possuem os mesmos direitos (art. 
1.593 do CC). 
 
Formação 
Familiar 
 
Heteroparental 
 Heteroparental e 
Homoparental 
 
 
 
 
Formada por pessoas de sexo 
distintos 
 
Família pode ser formar por 
pessoas de sexo distintos ou do 
mesmo sexo 
 
Natureza Jurídica 
 
Institucional 
 
Instrumental 
 
 
 
Família era uma instituição a ser 
protegida pelo direito, por isso o 
casamento era considerado 
indissolúvel, a esterilidade de um 
dos cônjuges poderia causar a 
anulação 
do casamento. 
 
É um instrumento de proteção da 
pessoa humana. A família é um 
meio e não um fim. 
 
 
4.1. Princípios Familiares 
Ainda que o Estado tenha o dever de regular as relações interpessoais, precisa respeitar a dignidade, a liberdade e a 
igualdade de todos e de cada um, assim o Código Civil de 2002 procurou adaptar-se à evolução social e aos bons costumes, 
incorporando também as mudanças legislativas sobrevindas nas últimas décadas do século passado. Adveio, assim, com 
ampla e atualizada regulamentação dos aspectos essenciais do direito de família à luz dos princípios e normas 
constitucionais. 
As alterações introduzidas pelo Código Civil de 2002 em detrimento do 1916 visam preservar a coesão familiar e os 
valores culturais, conferindo-se à família contemporânea um tratamento mais consentâneo à realidade social, atendendo-
se às necessidades da prole e de afeição entre os cônjuges ou companheiros e aos elevados interesses da sociedade. 
A família contemporânea é permeada pelos princípios da afetividade, função social da família, convivência familiar, 
boa-fé, dignidade da pessoa humana, solidariedade e igualdade entre familiares. 
4.1.1. Princípio da Dignidade da Pessoa Humana 
O respeito à dignidade da pessoa humana, como decorrência de que “a República Federativa do Brasil, formada pela 
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem 
como fundamentos” (art. 1º da CRFB/1988), entre outros, “a dignidade da pessoa humana” (art. 1º, III da CRFB/1988), 
portando é a base da comunidade familiar, garantindo o pleno desenvolvimento e a realização de todos os seus membros, 
sem qualquer distinção. 
 
 - 19 - 
DIREITO DAS FAMÍLIAS 
De modo que o referido princípio sempre estará presente na aplicação das leis, pois “ao aplicar o ordenamento 
jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa 
humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência” (art. 8º do CPC/2015). 
É o princípio maior, o mais universal de todos os princípios, sendo um macroprincípio do qual se irradiam todos os 
demais: liberdade, autonomia privada, cidadania, igualdade e solidariedade, uma coleção de princípios éticos. Trata-se de 
princípio que não representa tão só um limite à atuação estatal. Constitui também um norte para a sua ação positiva. O 
Estado não tem apenas o dever de abster-se de praticar atos que atentem contra a dignidade humana. Também deve 
promover essa dignidade através de condutas ativas, garantindo o mínimo existencial para cada ser humano em seu 
território. 
Na medida em que a ordem constitucional elevou a dignidade humana a fundamento da ordem jurídica, houve uma 
opção expressa pela pessoa, ligando todos os institutos à realização de sua personalidade. Tal fenômeno provocou a 
despatrimonialização e a personalização dos institutos jurídicos, de modo a colocar a pessoa humana no centro protetor do 
direito. 
A possibilidade de escolha do regime de bens para o maior de 70 anos, por isso parte da doutrina é válida, uma vez 
que ao impor o regime de separação de bens é inconstitucional, sendo uma intervenção estatal abusiva. Mas a legislação 
prevê que “é obrigatório o regime da separação de bens no casamento” “da pessoa maior de 70 (setenta) anos” (art. 1.641, 
inc. II do CC/2002), impondo assim, a separação legal obrigatória por força de lei. Por isso, o STJ entende que os bens 
adquiridos na constância do casamento, em esforço comum, comunicam-se, pois no “no regime de separação legal de bens, 
comunicam-se os adquiridos na constância do casamento, desde que comprovado o esforço comum para sua aquisição. 
Esse esforço comum não pode ser presumido. Deve ser comprovado. O regime de separação legal de bens (também 
chamado de separação obrigatória de bens) é aquele previsto no art. 1.641 do Código Civil. STJ. 2ª Seção. REsp 1.623.858-
MG, Rel. Min. Lázaro Guimarães (Desembargador Convocado do TRF 5ª Região), julgado em 23/05/2018 (recurso 
repetitivo)” (Informativo nº 628 do STJ). 
4.1.2. Princípio da Afetividade 
O princípio da afetividade na visão clássica, limitava-se apenas nas relações biológicas que eram consideradas como 
forma de família. Hoje, a socioafetividade também caracteriza família, o que permite reconhecer socialmente diversos 
arranjos familiares como a união homoafetiva3 e a poliafetiva4, de modo que afetividade é o princípio que fundamenta o 
Direito das Famílias na estabilidade das relações socioafetivas e na comunhão de vida, com primazia em face de 
considerações de caráter patrimonial ou biológico. 
Trata-se de um princípio implícito, pois não possui previsão legal, tem como premissa que o afeto tem valor jurídico 
(no sentido de interação entre pessoas): Afeto positivo: amor; e Afeto negativo: ódio. 
O Estado tem obrigações para com os seus cidadãos, precisa atuar de modo a ajudar as pessoas a realizarem seus 
projetos de realização, de preferências ou desejos legítimos e não basta a ausência de interferências estatais, deve criar 
instrumentos que permita a felicidade das pessoas. 
Cita-se, como exemplo de algumas das aplicações deste princípio na legislação brasileira: 
a) a possibilidade de acréscimo do sobrenome do padrasto ou da madrasta como reconhecimento da filiação 
socioafetiva, após o advento da Lei nº 11.924/2009) que modificou a LRP para que o “o enteado ou a enteada, havendo 
motivo ponderável e na forma dos §§ 2º e 7º desteartigo, poderá requerer ao juiz competente que, no registro de 
nascimento, seja averbado o nome de família de seu padrasto ou de sua madrasta, desde que haja expressa concordância 
destes, sem prejuízo de seus apelidos de família” (art. 57, § 8º da LRP) 
b) “para os fins do art. 1.696, a relação socioafetiva pode ser elemento gerador de obrigação alimentar” (Enunciado 
nº 341 da IV Jornada de Direito Civil ), no qual “o direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo 
a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros” (art. 1.696 do CC/2002). 
c) “A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação 
jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei” (art. 28 do ECA), buscando “na apreciação do pedido levar-se-á 
em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências 
decorrentes da medida” (art. 28, § 3º do ECA). 
d) “Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda a pessoa que 
revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de parentesco e as relações de 
afinidade e afetividade” (art. 1.584 do CC/2002). 
Deste as possiblidades de relacionamento, Euclides de Oliveira criou a “escalada do afeto”: 
 
3 Conforme Stolze e Pamplona Filho (2020) a opção da expressão “união afetiva” e não “união homossexual” decorre da união em razão do afeto e não da sexualidade. 
4 Em razão lógica da afetividade, acredito no reconhecimento das uniões poliafetivas, pois se todos os integrantes demonstram afetos recíprocos, não há por que negar 
o direito a busca pela felicidade individual. 
 
 - 20 - 
DIREITO DAS FAMÍLIAS 
 
De modo que todos estes relacionamentos geram implicações jurídicas. 
Portanto, a família deve ser analisada mais sob o prisma da afetividade do que a estrita legalidade. 
4.1.3. Princípio da Função Social da Família 
Nas esferas constitucionais há que “a família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado” (art. 226 da 
CRFB/1988) e que “a família, base da sociedade, receberá especial proteção do Estado, na forma da Constituição Federal e 
desta Constituição” (art. 140 CERO/1989). Ou seja, a família é a “célula mater” da sociedade, havendo mudanças sociais, a 
família também sofrerá transformações. Logo, há de se reconhecer de novas entidades familiares, além do rol 
constitucional, que são: Casamento civil; União estável; e Família monoparental. A doutrina e a jurisprudência amplamente 
majoritárias entendem que o rol é meramente exemplificativo (numerus apertus) e não taxativo (numerus clausus). 
A função social também está presente nas relações familiares, no qual a família desempenha um papel importante 
socioculturamente, sendo considerada a base da sociedade, no qual “principal função da família é a sua característica de 
meio para a realização de nossos anseios e pretensões. Não é mais a família um fim em si mesmo, conforme já afirmamos, 
mas, sim, o meio social para a busca de nossa felicidade na relação com o outro” (STOLZE e PAMPLONA FILHO, 2020, p. 
1.759). 
4.1.4. Princípio da Convivência Familiar 
Os novos rumos conduzem à família socioafetiva, onde prevalecem os laços de afetividade sobre os elementos 
meramente formais, altera-se o conceito de unidade familiar, antes concebido como pais e filhos legítimos baseada no 
casamento para um modelo mais flexível inteiramente voltado para a realização espiritual e o desenvolvimento da 
personalidade de seus membros. Priorizada, assim, a convivência familiar, ora nos defrontamos com o grupo fundado no 
casamento ou no companheirismo, ora com a família monoparental sujeita aos mesmos deveres e tendo os mesmos 
direitos. 
Em face da garantia à convivência familiar, há a tendência de buscar o fortalecimento dos vínculos familiares e a 
manutenção de crianças e adolescentes no seio da família natural. Porém, no mais das vezes, melhor atende aos seus 
interesses a destituição do poder familiar e sua entrega à adoção. Deve prevalecer o direito à dignidade e ao 
desenvolvimento integral. Mas infelizmente tais valores nem sempre são preservados pela família biológica ou extensa. Daí 
a necessidade de intervenção do Estado, colocando-os a salvo junto a famílias substitutas. Afinal, o direito à convivência 
familiar não está ligado à origem biológica da filiação. Não é um dado, é uma relação construída no afeto, não derivando 
dos laços de sangue. Portanto, o afastamento definitivo dos filhos da sua família natural é medida de exceção, apenas 
recomendável em situações justificadas por interesse superior, a exemplo da adoção, do reconhecimento da paternidade 
socioafetiva ou da destituição do poder familiar por descumprimento de dever legal. 
Em nosso sistema, o Estatuto da Criança e do Adolescente, a par de regular a inserção em família substituta, não 
admite que os filhossejam separados de seus pais por simples motivo de ordem econômica. Ao prever que a falta de 
recursos materiais não autoriza a perda ou a suspensão do poder familiar, a norma estatutária está assegurando, 
especialmente a famílias de baixa renda, a convivência familiar com a sua prole, impedindo que o poder econômico seja 
utilizado como vetor de determinação da guarda ou de qualquer outra medida em face de suas crianças e adolescentes. 
O direito à convivência deve se estender também a outros integrantes da família, como os avós, tios e irmãos, com 
os quais a criança ou o adolescente mantém vínculos de afetividade. 
4.1.5. Princípio da Boa-fé 
A boa-fé está presente nas relações familiares devem ser permeadas pela ela, havendo a boa-fé subjetiva trata da 
confiança própria, a boa-fé objetiva diz com a confiança no outro. Por isso seu conceito é ligado à noção de lealdade e 
respeito à expectativa alheia. É reconhecida como princípio do Direito das Família por Cristiano Chaves, Nelson Rosenvald, 
Jones Figueiredo Alves, Anderson Schreiber e Fernanda Gurgel. 
Ficar
Namorar
Noivar
Conviver
Casar
 
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DIREITO DAS FAMÍLIAS 
Alerta Luiz Edson Fachin que a lealdade é uma decorrência da boa-fé e confiança nas relações privadas, o que remete 
ao festejado princípio da eticidade. 
A boa-fé objetiva é definida como cláusula geral que impõe deveres de lealdade e respeito à confiança recíproca 
entre as partes de uma relação jurídica. O exercício do direito irregular consubstancia quebra da confiança e frustração de 
expectativas legítimas. 
Superior Tribunal de Justiça 
Nas relações familiares, o princípio da boa-fé objetiva deve ser observado e visto sob suas funções integrativas e limitadoras, traduzidas 
pela figura do venire contra factum proprium (proibição de comportamento contraditório), que exige coerência comportamental 
daqueles que buscam a tutela jurisdicional para a solução de conflitos no âmbito do Direito de Família. Na hipótese, a evidente má-fé 
da genitora e a incúria do recorrido, que conscientemente deixou de agir para tornar pública sua condição de pai biológico e, quiçá, 
buscar a construção da necessária paternidade socioafetiva, toma-lhes o direito de se insurgirem contra os fatos consolidados. A 
omissão do recorrido, que contribuiu decisivamente para a perpetuação do engodo urdido pela mãe, atrai o entendimento de que a 
ninguém é dado alegrar a própria torpeza em seu proveito (nemo auditur propriam turpitudinem allegans) e faz fenecer a sua 
legitimidade para pleitear o direito de buscar a alteração no registro de nascimento de sua filha biológica (REsp 1.087.163/RJ. Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 18/08/2011, DJe 31/08/2011). 
A proibição de comportamento contraditório está sintetizada na expressão: nemo potest venire contra factum 
proprium. Se alguém se comporta em certo sentido não pode vir a contrariar, posteriormente, este comportamento inicial, 
lesando a legítima confiança despertada em outrem, sob pena deviolação à boa-fé objetiva do outro. A proibição do 
comportamento contraditório não depende da vontade de quem agiu de modo dissonante, bastando para sua aplicação 
efetiva contradição, em transgressão às expectativas legítimas produzidas pelo agir anterior. 
A surrectio é o surgimento de uma situação ou vantagem para alguém em razão do não exercício por outrem de 
determinado direito, cerceando a possibilidade de exercê-lo posteriormente. 
A supressio ou a perda, a supressão de determinada faculdade jurídica pelo decurso do tempo. O retardamento em 
exercitar determinado direito faz surgir para o outro uma justa expectativa. A quebra da expectativa qualificada pelo tempo 
gera a supressão de situações jurídicas, impedindo o exercício de direitos, sob pena de caracterização de abuso. A supressio 
se aproxima do venire contra factum proprium, pois ambas atuam como fatores de preservação da confiança alheia. 
Há julgados estaduais que aplicam os institutos do supressio e surrectio para os alimentos entre os 
cônjuges/companheiros: 
Tribunal de Justiça de SP 
Ação de alimentos. Pleito ajuizado por esposa separada de fato. Improcedência da ação. Cabimento. Inércia da autora por 
aproximadamente seis anos, no exercício do direito de pretender alimentos, acarretou verdadeira supressio. Autora, ademais, que 
admite haver sido auxiliada, neste período, por sua filha. Ausência de demonstração do binômio necessidade/possibilidade. Recurso 
improvido (TJSP, Apelação 0004121-24.2008.8.26.0024, Acórdão 6030240, Andradina, 7.ª Câmara de Direito Privado, j. 04.07.2012, 
DJESP 30.07.2012) 
Tribunal de Justiça do RS 
Agravo de instrumento. Execução de alimentos. Prisão. Rito artigo 733. AUSÊNCIA DE RELAÇÃO OBRIGACIONAL PELO 
COMPORTAMENTO CONTINUADO NO TEMPO. CRIAÇÃO DE DIREITO SUBJETIVO QUE CONTRARIA FRONTALMENTE A REGRA DA BOA-FÉ 
OBJETIVA. SUPRESSIO. Em atenção a boa-fé objetiva, o credor de alimentos que não recebeu nada do devedor por mais de 12 anos 
permitiu com sua conduta a criação de uma legítima expectativa no devedor e na efetividade social de que não haveria mais pagamento 
e cobrança. A inércia do credor em exercer seu direito subjetivo de crédito por tão longo tempo, e a consequente expectativa que esse 
comportamento gera no devedor, em interpretação conforme a boa-fé objetiva, leva ao desaparecimento do direito, com base no 
instituto da supressio. Precedentes doutrinários e jurisprudenciais. No caso, o filho deixou de exercer seu direito a alimentos, por mais 
de 12 anos, admitindo sua representante legal que a paternidade e auxílio econômico ao filho era exercido pelo seu novo esposo. Caso 
em que se mostra ilegal o decreto prisional com base naquele vetusto título alimentar. DERAM PROVIMENTO. Unânime. (TJRS - Agravo 
de Instrumento: AI 70042234179 RS) 
Porém já houve entendimentos contrários 
Tribunal de Justiça do RJ 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. TÍTULO EXECUTIVO. AUSÊNCIA. COISA JULGADA 
MATERIAL. OBSERVÂNCIA. OBRIGAÇÃO ALIMENTAR. TEORIA DO ABUSO DE DIREITO. SURRECTIO. INAPLICABILIDADE. PAGAMENTO. 
AUTONOMIA PRIVADA. MERA LIBERALIDADE. (...) 2. Controvérsia acerca da possibilidade ou não de, com fundamento na teoria do 
abuso do direito e na surrectio, perpetuar obrigação alimentar assumida por longo período a título de mera liberalidade pelo 
alimentante já exonerado da dívida. 3. Não há falar em ilicitude na conduta do recorrente por inexistência de previsibilidade de 
pagamento eterno dos alimentos, especialmente porque ausente relação obrigacional. 4. É cediço que a execução desamparada em 
título judicial ou extrajudicial é nula. 5. Na hipótese, inviável a manutenção do dever alimentar em virtude do decurso do prazo fixado 
em acordo homologado em juízo e pela existência de coisa julgada refutando a dívida. 6. Recurso especial provido. (REsp 1789667/RJ, 
 
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DIREITO DAS FAMÍLIAS 
Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, Rel. p/ Acórdão Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado 
em 13/08/2019, DJe 22/08/2019) 
Um exemplo da boa-fé está na chamada adoção “à brasileira” não tem cabimento a ação negatória de paternidade 
por parte do pai que registrou voluntariamente o filho, sabendo que ele não é seu. Admitir a ação violaria a legítima 
confiança do filho. Tal comportamento afrontaria a boa-fé objetiva incidente sobre aquela relação familiar, ou um dever 
mais amplo de solidariedade no âmbito da família.4 
Com base neste princípio, o STJ reconheceu a cessação do regime de bens pela simples separação, independente de 
prazo. 
4.1.6. Princípio da Solidariedade 
O princípio da solidariedade determina o amparo, a assistência material e moral recíproca entre todos os membros 
da família, concretizando a responsabilidade social aplicada à relação familiar, permitindo uma maior dignidade da pessoa 
humana, demonstrando uma especial forma de responsabilidade social aplicada à relação familiar. Tendo este princípio 
previsão constitucional quando “constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil” (art. 3º da 
CRFB/1988), entre eles, “construir uma sociedade livre, justa e solidária” (art. 3º, inc. I da CRFB/1988). 
A lei se aproveita do comprometimento afetivo que existe no âmbito das relações familiares para gerar deveres 
recíprocos entre os integrantes do grupo familiar. Cita-se, como exemplo, a obrigação alimentar entre parentes, cônjuges 
ou companheiros. 
A lei civil consagra o princípio da reciprocidade ao impor a plena comunhão de vida ao casamento (art. 1.511 do 
CC/2002). A obrigação alimentar dispõe de igual conteúdo (art. 1.694 do CC/2002). Os integrantes da família são, em regra, 
reciprocamente credores e devedores de alimentos. A obrigação entre parentes representa a concretização dos princípios 
da solidariedade e da reciprocidade. Também assim os alimentos compensatórios têm como justificativa o dever de mútua 
assistência. 
4.1.7. Princípio da Igualdade 
Constitucionalmente é assegurado tratamento isonômico e proteção igualitária a todos os cidadãos no âmbito social, 
uma vez que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes” (art. 5º da CRFB/1988) desta Constituição. A ideia central é garantir a igualdade, o que interessa 
particularmente ao Direito, pois está ligada à ideia de Justiça, portanto “em face do princípio da igualdade das entidades 
familiares, é inconstitucional o tratamento discriminatório conferido ao cônjuge e ao companheiro” (Enunciado nº 3 do 
IBDFAM) 
Os conceitos de igualdade e de justiça evoluíram, de modo que a justiça formal se identifica com igualdade formal ao 
conceder aos seres de uma mesma categoria idêntico tratamento. Mas não basta que a lei seja aplicada igualmente para 
todos, aspira-se à igualdade material precisamente porque existem desigualdades. 
Assim, também existe a igualdade como reconhecimento, que significa o respeito devido às minorias, sua identidade 
e suas diferenças, sejam elas quais forem. Nada mais do que o respeito à diferença, logo com o passar do tempo as mulheres 
ganharam espaço nas relações familiares pois eram inferiorizadas em legislações anteriores, e com isso haverá situações 
que visam a equidade no âmbito familiar, tal situação a doutrina chama de discrímen. Portanto, alguns membros da família 
necessitam de uma proteção diferenciada como os menores, idosos, as mulheres, entre outros, para que seja possível a 
igualdade material. Pois, o patriarcalismo não mais se coaduna, efetivamente, com a sociedade atual. 
Como exemplo deste princípio na questão das filiações, “os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por 
adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação” (art. 
1.596 do CC/2002). Logo, são vedadas as seguintes

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