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Abdome Agudo

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1 Clara Rêgo – 8° Semestre 
Abdome Agudo 
 Dor abdominal X Abdome Agudo = são coisas diferentes. Nem toda dor abdominal será um abdome agudo. Mas POR 
QUE O ABDOME DÓI? 
➔ Peritônio inflamado; 
o O que inflama peritônio? Sangue, fezes, suco gástrico, suco pancreático... 
➔ Obstrução de vísceras ocas; 
➔ Distúrbios vasculares; 
➔ Parede abdominal; 
➔ Dor referida. 
TIPOS DE DORES (relembrando): 
• Dor visceral: dores em vísceras ocas ou capsulas de órgãos. Acontece por estiramento por gás, líquido, isquemia ou 
contração vigorosa. É mal localizada. 
• Dor somática: é a dor parietal, quando atinge o peritônio parietal. Se torna mais localizada e é de forte intensidade. 
Relacionada com dor à descompressão brusca. 
• Dor referida: é a dor em um local que não é seu local de origem. 
CARACTERIZAR A DOR : é essencial para iniciar a suspeita: localização, qualidade da dor, intensidade, sintomas 
associados, medicamentos melhoram? Fatores de piora e melhora, irradiação. 
o Localização: ajuda muito a suspeitar de quais órgãos estão envolvidos. 
▪ Dor no HD: fígado, vias biliares → penso em colecistite, coledocolitíase... 
▪ Dor em epigástrio: estômago, pâncreas, duodeno → úlcera gástrica, 
úlcera duodenal, 
▪ Dor em fossa ilíaca direita: apêndice, intestino delgado e grosso 
▪ Dor em fossa ilíaca esquerda: diverticulite. 
▪ Dor pélvica: órgãos urogenitais. 
E O QUE É O ABDOME AGUDO? Precisamos pensar em algumas variáveis: 
➔ Dor abdominal de instalação aguda sendo progressiva ou súbita que leva o indivíduo a procurar ajuda. 
➔ Síndrome dolorosa abdominal de moderada a alta intensidade por > 6 horas, que não melhora com analgésico 
simples e que leva o paciente ao pronto atendimento. Requer tratamento imediato, seja cirúrgico ou não. 
➔ Idade, raça, sexo... são variáveis que nos ajudam a suspeitar de certas etiologias. 
➔ Existem subtipos, os cirurgicos e não cirurgicos. 
o Não cirúrgicos são ainda divididos em metabólicos/endócrinos, hematológicos e por drogas/toxinas. 
o Os cirúrgicos são divididos em inflamatórios, obstrutivos, perfurativos, hemorrágicos e vasculares. 
Obs: um não cirúrgico pode se transformar em cirúrgico. 
Pacientes que apresentam sintomas 
atípicos de abdome agudo: 
- Obesos; 
- Imunodeprimidos; 
- Idosos; 
- Gestantes. 
 
 2 Clara Rêgo – 8° Semestre 
 Como faço para avaliar essa 
dor abdominal e suspeitar de algum 
tipo de abdome agudo? ANAMNESE + 
EXAME FÍSICO, posteriormente 
laboratório e imagem. 
SUBTIPOS ABDOME AGUDO : 
como diferenciar? Anamnese + EF + 
(exames complementares se necessário 
– laboratoriais, imagem, propedêutica 
armada). Obs: a história clínica já nos diz 
muito sobre o provável AA, com exame 
físico nos ajuda mais ainda. Após isso, 
seguimos para exames complementares. 
 
EXAMES COMPLEMENTARES PARA AA: 
o Hemograma– de olho no leucograma se indica infecção/inflamação. Hb pode estar aumentado se desidratação do 
paciente – vômitos e diarreias intensos por ex. 
o Glicemia – importante para descartar uma cetoacidose diabética que dá dor abdominal. 
o GGT e FA: são marcadores de vias biliares, importante pedir. 
o Creatinina e Ureia: função renal – pode até não ter tanto valor para diagnostico aqui, mas precisamos saber para caso 
queiramos usar contrate, fazer cirurgia, medicamentos... 
Obs: creatinina é mais fidedigno, pois ureia aumenta se desidratação ou uma hemorragia digestiva importante. 
o Amilase: marcador pancreático → sempre tentar descartar pancreatite aguda! Por que peço amilase aqui e não lipase? 
A amilase é menos específica do fígado (tem amilase salivar e pancreática), porém é a mais sensível. Depois posso 
pedir lipase para garantir. 
o Na+ e K+: eletrólitos para acompanhar se há desequilíbrio por desidratação ou alguma outra questão. 
o TP e INR; 
o Beta HCG → TODA MULHER EM IDADE FÉRTIL COM DOR ABDOMINAL!!! 
EXAMES DE IMAGEM : 
o RX abdome e de TÓRAX EM ORTOSTASE: ajuda a pesquisar ar no abdome, seja para descartar obstrução em um AAO 
ou um pneumoperitônio em um AA perfurativo. É importante pedir A DE TÓRAX TAMBÉM, PARA A BUSCA DE 
PNEUMOPERITÔNIO! 
 Pneumoperitônio: por perfuração de viscera oca (principal causa é perfuração de ulcera duodenal). O RX em 
ortostase dá para diagnosticar com ar livre sub o diafragma. 
 Aerobilia: ar na via biliar, decorrente de perfuração por uma fístula ou por manipulação endoscópica → CPRE 
por exemplo. Então sempre que vermos aerobilia, perguntar se o paciente fez algum exame endoscópico. 
 Distensão de alças intestinais: em caso de AA obstrutivo, vemos gás em parte do intestino. Se localização 
mais central, o sinal de empilhamento de moedas, é um AAO alto. Se alças da periferia dilatadas com 
haustrações visíveis, AAO baixo. 
 
 
 
 
 
 
 3 Clara Rêgo – 8° Semestre 
 
 
 
 
 
 
 
 
o USG: ótimo para vias biliares e fígado – sempre a escolha. Também vê apêndice, útero e anexos. É pedido USG de 
abdome total praticamente pra todos os pacientes de AA. 
o TC de abdome: método de escolha pra praticamente todos os AA – principalmente em idosos que tem sintomatologia 
escassa. Conseguimos ver grande parte da anatomia abdominal – detalhes impossíveis no RX. Obs: apesar de melhor 
método, quase nunca pediremos ele de primeira. Pensando no Brasil, em dia a dia de UPA, RX sempre será nossa 
primeira escolha e depois USG. 
MANEJO INICIAL PARA QUALQUER ABDOME AGUDO : 
1. BUSCAR SINAIS DE INSTABILIDADE CLÍNICA: de primeira quero descartar hemorragia e hipovolemia. 
Procuro se o paciente tem rebaixamento de nível de consciência, taquicardia e hipotensão. Se sim → instável, preciso 
MOVer o paciente = monitorizo, oxigênio e venóclise já com reposição volêmica e avalio se precisa se hemotransfusão. 
Nesse momento eu estou procurando o “PIOR” → Pancreatite aguda, Isquemia mesentérica, Obstrução intestinal, Rupturas 
(aneurismas ou gravidez ectópica). 
2. ANALGESIA + ANTIEMÉTICOS: início já com opioides, se for doença ginecológica ou cólica biliar/ureteral posso dar 
AINEs (cuidado com sinais de alarme). Para antiemético damos metoclopramida. 
3. MULHER EM IDADE FÉRTIL → descartar gravidez ectópica e doença ginecológica. 
o B-Hcg e perguntar última DUM. Se necessário peço USG transabdominal. 
4. DEFINIR SE O TRATAMENTO É CLÍNICO OU CIRÚRGICO. 
o Se chegamos até aqui, sabemos que o paciente está estável, sem 
dor e não está gravida ou com doença pélvica. 
o Agora colher história clínica, antecedentes, exame físico e chegar o 
resultado dos primeiros exames. Se necessário, posso pedir outros 
de acordo ao quadro. 
o Dieta zero!!!! Até decidir a conduta. 
o DIREITO PARA CIRURGIA: peritonite, isquemia, obstrução total. 
 Laparoscopia ou laparostomia? Sempre que possível, 
preferimos a laparoscopia por ser um método muito 
seguro e de melhor cicatrização. No entanto há algumas 
situações que preferimos a laparostomia: 
Quando preferir a laparostomia? 
- Instabilidade hemodinâmica (o gás diminui 
retorno venoso e a laparoscopia é mais lenta). 
- Laparotomias anteriores (pela formação de 
aderências, a visualização da laparoscopia seria 
prejudicada). 
- Grande distensão abdominal (os trocanteres 
poderiam facilmente perfurar alguma alça) 
 
 4 Clara Rêgo – 8° Semestre 
Então o paciente vai chegar e vamos ver o estado clínico geral dele e buscar tentar chegar em algum diagnostico 
provável. Isso nos vai fazer decidir se internamos imediatamente ou ficará em observação – enquanto isso estabilizamos 
hemodinamicamente o paciente: 
• Internamento: caso a condição diagnosticada precise de cirurgia ou se o tratamento clínico for prolongado, como 
ATBterapia, múltiplas doenças de base. 
 RELEMBRANDO: direto para cirurgia se PERITONITE, ISQUEMIA OU OBSTRUÇÃO TOTAL. 
• Reavaliação no setor de emergência: deve ser realizada a cada duas horas nas próximas 12 horas. Se o paciente 
começar a localizar a dor e apresenta irritação peritoneal, está indicada a cirurgia. No entanto se houvermelhora ou 
desaparecer os sintomas, alta hospitalar está indicada com receita de sintomáticos. 
 
INFLAMATÓRIO 
• Mais comum! 
• Processo inflamatório infeccioso intrabdominal que se estende ao peritônio 
• O que chama atenção na anamnese é a DOR PROGRESSIVA e LOCALIZADA! 
• Entidades nosológicas mais comuns: pancreatite, apendicite aguda, colicistite aguda, diverticulite aguda. 
ETIOLOGIAS 
▪ APENDICITE AGUDA : 
❖ O mais comum do MAIS COMUM. 
❖ Epidemiologia: jovens de 10 a 20 anos. Sexo 
masculino. 
❖ Dor periumbilical que migra para fossa ilíaca 
direita. Obs: apendicite pode dar dor em 
qualquer lugar, basta apendice inflamado 
tocar em alguma víscera oca, como a bexiga. 
❖ Hiporexia!!!!! Ela diminuição do peristaltismo 
para melhorar a dor, então há sensação de 
empaixamento = hiporexia. 
❖ Náuseas e vômitos. 
❖ Febre; 
❖ Propedêutica RICA: Blumberg, Rovsing... tudo 
secundário à peritonite. 
❖ Exame de imagem: USG, TC de abdome. 
Obs: apendicite no adulto a maior causa de obstrução 
são fecálitos – alguns deles é possível ver no RX. E a 
principal causa em crianças é hiperplasia linfocitária. 
▪ PANCREATITE AGUDA : raramente precisa de 
cirurgia 
❖ Epidemiologia: no sexo feminino é mais 
comum causa biliar. No masculino causa 
alcoólica. 
❖ Geralmente é clínico. 
❖ Dor no epigástrio, apresentação em BARRA. 
❖ Náuseas e vômitos precoces e volumoses que 
geralmente não melhoram com antieméticos. 
❖ EF: sinal de Cullen e Grey turner → aparecem 
em casos gravíssimos. Significam hemorragia 
retroperitoneal. 
❖ Laboratório: amilase e lipase 3x o VR. 
❖ Imagem: TC de abdome. 
❖ Critérios de Balthazar → pela TC. A: pâncreas 
normal; B:edema pancreático; C: borramento 
da gordura... 
▪ COLECISTITE AGUDA: 
❖ Epidemiologia: 4 F’s (femine, forty, fat, 
fertility) 
❖ Dor no hipocôndrio direito / epigástrio. Pode 
irradiar para o dorso. 
❖ Associada a alimentação gordurosa. 
❖ Febre pode estar presente. 
❖ SINAL DE MURPHY!!! Para de inspiração 
forçada ao apertar HD. 
❖ Imagem: USG = vemos cálculos e aumento da 
espessura da vesícula. Se dúvida → TC. 
❖ Classificação de Tokyo 2018 → leucocitose + 
espessura aumentada da vesícula + Murphy 
positivo. Tendo 2 deles é considerado 
colecistite. 
▪ DIVERTICULITE AGUDA : 
❖ Acomete > 50 anos; 
❖ Associada a doença diverticular do colon; 
❖ Dor na fossa ilíaca ESQUERDA; 
❖ Febre baixa, com anorexia e náuseas. 
❖ Obstipação ou diarreia. 
❖ Imagem: TC é o melhor. 
 
CLÍNICA E EXAME FÍSICO: 
 5 Clara Rêgo – 8° Semestre 
• Dor abdominal progressiva. 
• Febre; 
• Náuseas e vômitos (ocorrem ou pelo quadro álgico ou até pela estase intestinal secundário à peritonite). 
• Pode ter obstipação ou diarreia, a depender da causa. 
• Dor à descompressão brusca (peritonite). 
EXAMES COMPLEMENTARES ESSENCIAL PARA ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO: 
o Hemograma → provavelmente leucocitose. Se desvio a esquerda em casos mais avançados. 
o Glicemia – descartar uma cetoacidose diabética. 
o GGT e FA; 
o Creatinina e Ureia; 
o Amilase; 
o Na+ e K+; 
o TP e INR; 
o Beta HCG → TODA MULHER EM IDADE FÉRTIL COM DOR ABDOMINAL!!! 
EXAME DE IMAGEM depende da sua suspeita! 
o RX abdome e de TÓRAX EM ORTOSTASE: ajuda a pesquisar ar no abdome, seja para descartar obstrução em um AAO 
ou um pneumoperitônio em um AA perfurativo. É importante pedir A DE TÓRAX TAMBÉM, PARA A BUSCA DE 
PNEUMOPERITÔNIO! 
o USG: ótimo para vias biliares. 
o TC de abdome → melhor exame, mas só peço de ainda tiver dúvida do diagnóstico. 
TRATAMENTO: 
1. Estabilização clínica: analgesia + reposição volêmica + corrigir distúrbio hidroeletrolítico + dieta zero + ATBprofilaxia 
ou terapia. 
2. Tratamento definitivo: depende da etiologia. 
o Apendicite → apendicectomia! 
o Pancreatite aguda → inicialmente clínico com ATBterapia. Se colelitíase, CPRE. 
o Colecistite aguda → ATBterapia + colecistectomia. 
o Diverticulite → ATBterapia + ressecção do segmento colônico. 
PERFURATIVO 
• É toda afecção abdominal causada pelo extravasamento de conteúdo luminal decorrente da solução de continuidade 
de todas as camadas da parede de órgãos ocos. 
o Perfuração por inflamação/trauma/neoplasia/corpo estranho/infecciosa → saída do conteúdo luminal → 
peritonite química → invasão bacteriana → peritonite bacteriana → repercussão local e sistêmica. 
• 3° causa mais frequente de AA. 
• Todos eles VÃO SER CIRURGICOS. 
ETIOLOGIAS 
• Tem causas inflamatórias, infecciosas, neoplásicas, trauma e corpo estranho. 
❖ DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA (principal causa): 
o Atentar na história sobre uso crônico de AINEs, etilismo e corticoide. 
o Acontece devido a um desequilíbrio entre secreção ácida e barreira mucosa gástrica. 
❖ DIVERTÍCULOS : rara sua perfuração, no entanto gravíssima quando acontece. 
o Surge por atividade colônica anormal, modificações da dieta ou fatores predisponentes constitucionais. 
o Por modificações da estrutura muscular dificultam o esvaziamento do conteúdo fecal, provocando erosões da 
mucosa e processos inflamatórios. Se houver a perfuração → peritonite generalizada e sepse. 
❖ CORPO ESTRANHO: pode acontecer por via oral ou retal. 
• Perfuração do cólon direito é mais grave que a do esquerdo devido à alta virulência de germes e pela consistência 
ainda líquidas das fezes. 
 6 Clara Rêgo – 8° Semestre 
Obs: as bactérias geralmente encontradas são E. Coli, Kleibisiella sp, Pseudomonas aeruginosa. 
CLÍNICA E EXAME FÍSICO 
• Dor abdominal difusa ou localizada, em pontada de INTENSIDADE ALTÍSSIMA E INÍCIO ABRUPTO. 
Obs: a dor pode estar em dorso se perfuração retroperitoneal; ou pode estar em ombros se perfuração de 
abdome superior – irrita o diafragma. 
• Náuseas e vômitos; 
• Hipotensão; distensão abdominal; febre. 
• Quanto mais alta a perfuração (acima do duodeno), mais rapidamente se instalam os sintomas – liberação de sucos 
digestivos → peritonite química que evolui para bacteriana. 
• O quadro varia da gravidade. 
• Abdome rígido, doloroso – TÁBUA – resposta da parede abdominal à peritonite difusa. 
• Dor à descompressão brusca difusamente. 
• Sinal de Jobert = desaparecimento da macicez hepática, que indica a presença de pneumoperitônio – perfuração de 
vísceras oca. 
• RHA negativo! 
DIAGNÓSTICO: 
• Anamnsese e exame físico!! 
• LABORATÓRIO: não nos dá diagnóstico, só ajuda a dizer se tem processo inflamatório e infeccioso acontecendo. Para 
confirmar a perfuração é pela imagem. 
o Hb/Ht; 
o Leucograma; 
o Eletrólitos; 
o Ureia e creatinina; 
o Gasometria com lactato; 
o Amilase (PRECISO SEMPRE AFASTAR PANCREATITE AGUDA!) 
o Glicemia → descartar cetoacidose diabética; 
o Beta HCG → toda mulher em idade fértil com dor abdominal. 
o 
• IMAGEM: presença de ar e/ou líquido na cavidade peritoneal, 
retroperitônio ou parede dos órgãos. 
o RX de tórax em ortostase → melhor exame! Vemos 
pneumoperitônio.Pedir também em decúbito lateral e 
dorsal para ver o gás se movendo. OBs: no RX 
abdominal vemos gás entre alças intestinais (sinal de 
Rigler). 
o Tomografia de abdome → só vou pedir quando estiver 
na dúvida ou quero pesquisar outras 
 7 Clara Rêgo – 8° Semestre 
complicações. 
 TRATAMENTO 
• Estabilização clínica: hidratação, analgesia, ATBterapia, dieta zero, controle de distúrbio hidroeletrolítico e ácido-
básico. 
o ATB de acordo a flora da etiologia da perfuração. Se TGI → cobrir gram – e anaeróbio. 
• Tratamento cirúrgico: PARA TODOS! É a lavagem da cavidade + rafia da perfuração → o procedimento vai depender da 
causa 
o A cirurgia tem objetivo de rafia da perfuração, com ou sem epiplonplastia nos casos de úlcera perfurada ou 
ressecção de área comprometida. Pode-se fazer ressecção com anastomose primária ou ostomia na 
impossibilidade de anastomose → no caso de imunossuprimidos, desnutrição e infecção. 
Caso aula 
 30 anos, quadro súbito de dor abdominal de forte intensidade, associado a vômitos. Doloroso à palpação com 
peritonite. RX:normal não exclui – 25% doas casos não tem inicialmente pneumoperitonio! 
Obs: causa de AA perfurativo na criança → corpo estranho, violência sexual, 
OBSTRUTIVO 
• Obstrução mecânica ou funcional no TGI. Mecânica há um processo físico impedindo a passagem de conteúdo digestivo 
e no funcional há alteração do peristaltismo, por algum distúrbio hidroeletrolítico, metabólicos. 
o Ainda dividido em alta (delgado) e baixa (grosso). Isso ajuda na clínica. 
• Segundo tipo de AA mais frequente. 
• 25 % deles são em contexto emergência. Idade é muito importante! 
ETIOLOGIAS 
• Bridas → principal em adultos. Sempre perguntar na 
história antecedentes de cirurgias abdominais – indicativo 
de bridas. 
• Megacólon chagásico: frequente no Brasil. 
• Carcinoma colorretal: segunda causa mais comum em 
adultos. 
• Hérnias: causa mais comum em crianças. 
• Intussscepção 
Obs: hernia encarcerada geralmente é mais dolorida e não 
consegue ser reduzida, associado com náuseas e vômitos → 
obtrução; hernia estrangulada é quando esse conteúdo começa a 
sofrer isquemia, evoluindo pra necrose se não reduzido ou tratado 
cirurgicamente. Causa dor constante e de aumento gradual – não 
pode ser reduzida e é sensível ao toque. 
• Íleo paralítico é uma condição INDOLOR. 
CLÍNICA E EXAME FÍSICO : 
 8 Clara Rêgo – 8° Semestre 
• Dor abdominal em cólica. 
• Parada da eliminação de fezes e flatos – a depender do lugar da obstrução, acontece de forma abrupta ou não; 
• Náuseas e vômitos (vômitos passam de gástrico → biliosos → fecalóides). 
• Distensão abdominal → hipertimpanismo – pelo acúmulo de gás dentro das alças intestinais devido a estase das fezes. 
• RHA +++ com som metálico – inicialmente. Evoluem para RHA negativos. 
• Desidratação. 
• Diarreia paradoxal. 
Obstrução intestinal alta Obstrução intestinal baixa 
Dor importante constante Dor não é sintoma predominante 
Vômitos precoces – biliosos Vômitos tardios com aspecto fecalóide 
Parada de trânsito intestinal tardia Parada de trânsito intestinal imediata. 
Distensão abdominal disposta centralmente 
RHA aumentados incialmente, desaparecendo gradualmente 
Distensão abdominal IMPORTANTE disposta em flancos ou 
abdome superior. 
DIAGNOSTICO: 
• Anamnese e exame físico dizem muito para gente. 
• LABORATÓRIO: 
o Hb/Ht – pode ter hemoconcentração devido a desidratação. 
o Leucograma – pode ter leucocitose devido processo infeccioso, estrangulamento ou perfuração de alças. 
o Eletrólitos – se distúrbio hidroeletrolítico, ex hipocalemia, pensamos em obstrução funcional = alteração da 
peristalse. 
o Ureia e creatinina → podem indicar desidratação. 
o Gasometria com lactato → acidose metabólica se sofrimento de alça intestinal. 
o Amilase (PRECISO SEMPRE AFASTAR PANCREATITE AGUDA!) 
o Glicemia → DM descompensada pode ocasionar obstrução funcional. 
o Beta HCG → toda mulher em idade fértil com dor abdominal. 
• IMAGEM: 
o RX abdominal → dilatação de alças; empilhamento de moedas = dilatação ileais; 
o Áreas de stop → típico de brida. 
TRATAMENTO 
• MEDIDAS CLÍNICAS: analgesia, reposição volêmica, reestabelecimento hidroeletrolítico, dieta zero, descompressão do 
trânsito intestinal (a novidade do tratamento é isso, no AAO passamos uma sonda nasogástrica para aspiração e assim 
aliviar a distensão abdominal, vômitos e estado clínico como um todo). Se estrangulamento de alça → ATBterapia. 
o Obstruções funcionais são resolvidas aqui com reposição volêmica + reestabelecimento hidroeletrolítico. 
o O manejo clínico é escolhido quando: de bolo de áscaris, invaginação intestinal, volvo ou torção de sigmoide 
(colono ou retossigmoidoscopia), fecaloma (lavagem, laxativos...), aderências (75% não precisa de cirurgia, 
mas nesse caso só pode ser conservador caso não haja sinais de estrangulamento de alça). 
o Obs: bridas são inicialmente tratadas com clínica, se não houver melhora pode ir para cirurgia. Caso seja um 
paciente com histórico de bridas recorrentes, pode ir logo pra cirurgia. 
• CIRURGIA: vai ser escolhido em três causas: 
o Se falha no tratamento conservador; 
o Se sinais de irritação peritoneal: peritonite, febre, sepse, obstrução total... 
o Tumor ou hérnia encarcerada/estrangulada. 
Obs: hernia com estrangulamento ou encarcerada com sinais de sofrimento precisa fazer inguinotomia 
de urgência. Já é feito o concerto da parede abdominal no mesmo procedimento. 
 9 Clara Rêgo – 8° Semestre 
Obs2: a redução de uma hernia encarcerada é contraindicada se há sinais de sofrimento isquêmico 
(duração de > 6 horas, com obstrução intestinal e irritação peritoneal). 
o Antes da cirurgia, preciso fazer o tratamento conservador. 
o E o procedimento vai depender da etiologia da obstrução. 
o Pacientes com obstrução do intestino delgado sem história prévia sugestiva de aderências, devem ser 
submetidos a laparotomia exploradora precocemente. 
CASO AULA: ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO 
 RN de 21 dias, início com vômitos em jato há 6 dias. Distensão abdominal importante. TX mostra estômago super 
dilatado, uma estenose no piloro. Diagnóstico: Estenose hipertrófica do piloro. 
 RN 5 dias, não evacua desde nascimento. Abdome distendido com hipertimpanismo, alças palpáveis e diminuição de 
RHA à esquerda. Diagnóstico: doença de Hirschsprung (megacólon congênito. Toque retal explosivo!) faz uma ronda retal, 
hidratação e depois opera. 
 86 anos, constipado há 10 anos e perda de peso, 5 kg, no ultimo ano, de minas gerais. Dor abdominal periumbilical de 
forte intensidade → megacólon chagásico – algo progressivo há anos, a constipação, não é câncer apesar da perda de peso. 
Pensar também na área endêmica de chagas. 
 RN 1 dia, vomito em jato, de conteúdo lácteo, após mamadas. RX: sinal da dupla bolha → ATRESIA DE DUODENO! Uma 
bolha é o estômago e a outra é o duodeno. Não passa AR além do duodeno (no caso da estenose, há passagem de ar, mesmo 
que pouco). 
 2 anos, não evacua há 72 horas. Abdome distendido, doloroso, diminuição de RHA, toque retal com presença de muco 
sanguinolento → intussuscecção intestinal. 
 74 anos, acamado há 5 meses, dor abdominal, parada de eliminação de fezes há 8 dias e flatos há 5 dias. Distensão 
abdominal → fecaloma. 
 70 anos, dor e distensão abdominal, parada eliminação de fezes 5 dias e flatos há 3. Abdome hipertimpanico, 
distendido, dolorosa palpação profunda, sem sinais de irritação peritoneal. USG há 2 anos de colelitíase e USG atual normal. → 
íleo biliar. 
 - síndrome bouveret raríssima. 
VASCULAR/ISQUÊMICO 
 10 Clara Rêgo – 8° Semestre 
• Dor abdominal não traumática, de início súbito e intensa, causada pela interrupção súbita do aporte arterial ou 
obstrução da drenagem venosa → isquemia mesentérica ou intestinal. Necessária intervenção médica imediata por 
ser altamente fatal. 
Obs: dor súbita e intensa desconfiar de isquêmico, perfurativo ou pancreatite. Sempre deixe isquemia 
mesentéria na suspeita. 
• Diagnóstico muito difícil → Mortalidade de 50% a 70%. 
• Idosos → causa comum é aterosclerose. 
• Mulheres → isquemia mesentérica crônica. 
• Causa menos comum de AA. 
• 1 a 2% das afecções são TGI aguda. 
FISIOPATOLOGIA: 
 As regiões mais propensas à isquemia são as pobres em circulação colateral, que em caso de obstrução na circulação, 
não consegue compensar. Falando de abdome, essas áreas são flexura esplênica e junção retossigmoide. 
 Mecanismos de isquemia intestinal → hipoperfusão com hipóxia (diminuindo a circulação daquele local por tempo 
prolongado, maior O2 será retirado do sangue, até que um momento haverá vasoconstrição e redução do fluxo = isquemia → 
necrose e infarto transmural → perfuração) OU reperfusão (acontece pela ação das espécies reativas de oxigênio). 
 Fatores de risco: medicações vasoconstrictoras (opioides, imunomoduladores, cocaína); má formação arteriovenosa; 
doenças crônicas. 
• TIPOS: 
o Isquemia mesentérica aguda: 
 Oclusivo → alguma obstrução: por embolo (PRINCIPAL), trombose de AM superior, trombosevenosa, 
isquemia focal segmentar... 
Obs: atenção para pacientes com FA, arritmias... a cara de êmbolo. 
Obs2: se aterosclerose, desconfiar de trombo. 
 Não oclusivo → a bomba não consegue levar sangue suficiente para tal região por vasoespasmo 
prolongado (medicamentos como digitálicos, cocaína; ou doenças sistêmicas como choque, ICC, 
sepse...). 
o Isquemia mesentérica crônica: ocorre pela hipoperfusão constante, típico de pacientes com aterosclerose nos 
vasos mesentéricos. É caracterizada pela angina mesentérica ou intestinal após refeição – hipoperfusão deles, 
pois há um desvio de sangue para o estomago no período pós-prandial (principal teoria). 
o Colite isquêmica: MAIS COMUM. o cólon é o segmento mais acometido por ser a região que recebe menor 
suprimento sanguíneo do TGI. Ela acontece por 3 mecanismos: isquemia colônica não oclusiva (95% dos casos), 
oclusão arterial por êmbolos e trombos – esses cursam com isquemia de delgado concomitante, trombose de veia 
mesentérica. 
 O sigmoide é o segmento do intestino grosso com maior tendencia à isquemia. 
 Já o cólon direito sofre isquemia com MENOR frequência. 
 
 
ETIOLOGIAS 
• Fatores de risco: ANALISAR COMORBIDADES! Idosos, FA e arritmias, doença aterosclerótica, HAS, DM, estado de 
hipercoagulação... 
• Causas: 
 11 Clara Rêgo – 8° Semestre 
o Arritmias; 
o Estados de baixo DC; 
o Estados hiperdinâmicos; 
o Uso de vasoconstrictores; 
o Nutrição enteral. 
CLÍNICA 
• Dor abdominal desproporcional, difusa, constante, discrepante dos achados do exame físico. 
Obs: tríade da isquemia mesentérica crônica → dor abdominal pós-prandial + aversão a comida + perda de peso. 
• Náuseas, vômitos; 
• Hipotensão – indicam prognostico ruim, é um achado mais tardio; 
• Febre! 
• Diarreia, melena; 
• Progressão da isquemia → distensão abdominal e hipertimpanismo. 
 
EXAME COMPLEMENTAR: 
• Biomarcadores de necrose: CPK, D dímero. 
• Hb/Ht; 
• Leucograma; 
• Eletrólitos; 
• Ureia e creatinina; 
• Gasometria com lactato; → mostra acidose metabólica devido o aumento do lactato – devido isquemia. QUALQUER 
PACIENTE COM DOR ABDOMINAL AGUDA E ACIDOSE METABÓLICA TEM ISQUEMIA INTESTINAL ATÉ QUE SE 
PROVE O CONTRÁRIO. 
• Amilase (PRECISO SEMPRE AFASTAR PANCREATITE AGUDA!) 
• Glicemia → descartar cetoacidose diabética; 
• Beta HCG → toda mulher em idade fértil com dor abdominal. 
EXAME DE IMAGEM: 
• Só pedir se paciente estiver estável. 
o RX de abdome: útil na identificação do sofrimento intestinal ocasionado pela isquemia ou necrose. 
Obs: pneumatose intestinal → gás na parede do intestino. 
Obs2: aeroportia → gás na veia porta. 
o TC de abdome: identifica aterosclerose, vê espessamento da parede intestinal e dilatação das vísceras, 
pneumatose intestinal... 
 12 Clara Rêgo – 8° Semestre 
o USG com doppler: útil na obstrução proximal de VM e na trombose de VP. 
o Angiografia é padrão ouro, porém difícil ter no campo... 
TRATAMENTO 
• Estabilização clínica: hidratação (cristalóides), analgesia, ATBterapia (em amplo espectro → aminoglicosídeos + 
metronidazol + clindamicina), dieta zero, controle de distúrbio hidroeletrolítico e ácido-básico. 
Obs: na isquemia mesentérica crônica o tratamento geralmente é conservador com prevenção da progressão 
da aterosclerose → terapia antiplaquetária e anticoagulação. 
• Em caso de oclusão arteriovenosa: anticoagulante. As vezes também para isquemia mesentérica não oclusiva para 
evitar formação de trombos. Obs: suspender medicações vasoconstrictoras de uso prévio. 
• Revascularização: indicada nos sintomáticos com estenose importante com objetivo de prevenir infarto intestinal. 
• Tratamento cirúrgico → definitivo: está indicada quando 
o Sinais de peritonite; 
o Sinais de infarto intestinal em imagem; 
o Dúvida diagnostica. 
o O procedimento varia desde enterectomias segmentares a grandes colectomias com ou sem ostomias. 
 Pancreatite → laparotomia com embolectomia; 
 Com trombos → revascularização aberta ou angioplastia com trombólise in situ; 
 É feita usando veia safena. 
Exemplo: PACIENTE COM ABDOME AGUDO – DOR ABDOMINAL + ACIDOSE METABÓLICA → É ISQUEMIA MESENTÉRICA 
AGUDA ATÉ QUE SE PROVE O CONTRÁRIO. MESMO PACIENTE ESTÁ COM PERITONITE → indicativo de laparotomia exploradora 
+ colher hemocultura e começa ATBterapia empírica. 
HEMORRÁGICO 
• Sangramento intracavitário – sangue é irritativo ao peritônio. 
• Incomum, porém nunca pode ser descartado por sua alta mortalidade. 
• Pode acontecer em qualquer idade, porém mais comum entre 50 a 60 anos. A etiologia depende da idade: 
o Idosos → mais comum é a ruptura de tumores e aneurismas de aorta abdominal. 
o Mulheres → origem ginecológica e obstétrica (gravidez ectópica!!!). 
o Jovens → ruptura de aneurisma de artérias viscerais 
ETIOLOGIAS 
• Traumático: 
o Hepática; 
o Esplênica → o mais comum. 
o Mesentério; 
o Renal; 
o Vesical; 
o Grandes vasos. 
• Não traumático: 
o Gravidez ectópica rota → mais comum. 
o Neoplásico; 
o Ruptura de aneurisma de aorta; 
o Processo inflamatório invasivo; 
o Ruptura de cisto ovariano. 
 
❖ RUPTURA DE ANEURISMA DE AORTA ABDOMINAL : 
o Mais comum em sexo masculino > 65 anos. 
o Fatores de risco: HAS, tabagismo, aterosclerose, antecedente familiar, DPOC; 
o As vezes assintomático. Quando sintomático, há dor à palpação do abdome, possível sentir massa pulsátil, 
associado com distensão abdominal. Náuseas e vômitos presentes. 
o Avaliação imediata do vascular para iniciar estabilização hemodinâmica!!! 
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❖ GRAVIDEZ ECTÓPICA ROTA : 
o A clínica geralmente é uma mulher com atraso menstrual e intensa dor abdominal na emergência. 
o Dor abdominal súbita, intensa, inicialmente em baixo-ventre. Pode irradiar para ombro – sinal de Lafond 
(irritação do diafragma pelo sangue acumulado). Instabilidade hemodinâmica, hipotensão, taquicardia... 
o Exame físico tem dor à palpação abdominal, dor aguda ao toque do saco de Douglas e pode apresentar sinal de 
cullen. 
CLÍNICA: 
• Dor abdominal intensa, súbita → curto intervalo de tempo entre inicio de sintomas e procura do atendimento. 
• Hipotensão postural → lipotimia. 
• Sudorese fria; 
• Peritonite. 
EXAME FÍSICO: 
• Palidez cutaneomucosa. 
• Taquicardia e taquipneia; 
• Sinal de Culen e Grey-Turner. 
• Abdome distendido, equimoses periumbilicais ou em flancos, dor à descompressão brusca. 
DIAGNÓSTICO 
• Exames complementares: 
o BHCG – SEMPRE PARA MULEHRES EM IDADE FERTIL, USG de abdome. 
o Hb/Ht → queda. 
o Leucograma; 
o Eletrólitos; 
o Ureia e creatinina; 
o Gasometria com lactato; 
o Amilase (PRECISO SEMPRE AFASTAR PANCREATITE AGUDA!) 
o Glicemia → descartar cetoacidose diabética; 
• USG fast: ajuda muuuito. Liquido intracavitário, lesão de órgão maciço, causas ginecológicas, hematomas peritoneais. 
• Lavado peritoneal diagnostico: restrito para AA hemorrágico com instabilidade hemodinâmica e REBAIXAMENTO DO 
NÍVEL DE CONSCIENCIA (não diz como é a dor, não tem como saber se tem peritonite...) 
• RX simples: pode ser normal, pneumoperitônio, gás entre alças intestinais... 
• TC: vê lesão de viscera maciça, hemoperitônio, hematomas extra e peritoniais. 
TRATAMENTO: 
• Compensação clínica: hidratação, controle hidroeletrolítico e ácido-básico, analgesia, ATB profilaxia (se lesão de 
viscera oca → gram – e anaeróbios). 
• Momento da cirurgia: Emergência = INDICAÇÃO IMEDIATA!!!!! 
 
ALGUNS PADRÕES CLÁSSICOS QUE PRECISO SABER 
DE CARA!!! 
1) Dor no abdome superior que irradia para o dorso, com vômitos importantes? Pancreatite aguda 
2) Dor contínua > 6 horas no hipocôndrio direito, irradiação escapular, após alimentação gordurosa: Colecistite 
3) Dor abdominal súbita, difusa, grande intensidade com defesa e rebote: Ruptura visceral e peritonite 
4) Dor subesternal, em queimação que melhora com alimentação ou antiácidos: Úlcera duodenal 
5) Dor súbita, mesogástrica + massa pulsátil + hipotensão: Ruptura de aneurismade aorta abdominal 
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6) Dor periumbilical que localiza na fossa ilíaca direita: Apendicite 
7) Dor abdominal no HCD, febre com calafrios e icterícia: Colangite infecciosa 
8) Dor abdominal difusa desproporcional ao exame físico + acidose metabólica + FA: Isquemia mesentérica aguda 
9) Dor periumbilical que localiza na fossa ilíaca esquerda: Diverticulite 
10) Dor abdominal difusa + distensão + hiperperistaltismo (I): Obstrução (fase inicial)

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