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AÇÃO E ACIONISTA

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Material produzido por Laianny Nogueira, para a graduação em Direito.
AS AÇÕES E O
ACIONISTA
 
 Direito Empresarial
Sumário
 AS AÇÕES:
1.Ações como sistema de propriedade.
2.Natureza jurídica das ações.
3.Número das ações e o valor nominal; Ações sem valor nominal.
4.Emissão dos certificados das ações; Agente emissor de certificados.
5.Perda e extravio de ações.
6.Impressão fraudulenta de certificados de ações.
7.Circulação e negociação das ações.
8.Classificação das ações:
 8.1 Ações Ordinárias
 8.2 Ações Preferencias
 8.3 Ações de Fruição
 8.4 Ações Cominativas
 8.5 Ações Endossáveis
 8.6 Ações ao Portador
 8.7 Ações Escriturais
9.Constituição dos direitos reais e outros ônus:
 9.1 Penhor das Ações
 9.2 Usufruto das Ações
 9.3 Alienação fiduciária em garantia; Fideicomisso e Outros Ônus
 9.4 Empréstimo de Ações e Títulos Mobiliários
10. Custódia de Ações Fungíveis:
 10.1 A fungibilidade das Ações
 10.2 As ações em custódia
 10.3 Certificado de depósito das ações (Resgate e Reembolso das
ações; Partes beneficiárias; As Debêntures e Bônus de subscrição).
 
 O ACIONISTA:
1. O perfil do acionista:
 1.1 O acionista minoritário e majoritário
 1.2 Várias formas de controle
 1.3 Natureza jurídica do controle
 1.4 O acionista controlador: Direitos e Obrigações
2. As obrigações dos acionistas (Direitos essenciais do acionista)
3. Direito de voto nas assembleias:
 3.1 Voto com direito não-essencial
 3.2 Impedimento do acionista
4. O acordo de acionista:
 4.1 Sindicação de ações
 4.2 Representação de acionista residente ou domiciliado no exterior
5. Suspeição dos direitos dos acionistas
SOCIEDADES ANÔNIMAS
A Lei das Sociedades por Ações, Lei n. 6.404/76, ou LSA, rege o
funcionamento dessas sociedades. O Código Civil só é aplicado quando a
lei especial é omissa.
O Código Civil regula a sua aplicação em casos omissos da lei especial,
respectivamente:
 “Art. 1.089. A sociedade anônima rege-se por lei especial,
aplicando-se lhe, nos casos omissos, as disposições deste Código.”
Vejamos:
AS AÇÕES
As Ações como Sistemas de Propriedade:
Uma das mais sérias consequências que as sociedades anônimas
acarretaram ao mundo moderno foi a profunda alteração do tradicional
sistema da propriedade privada.
O acionariato,como sitema de propriedade , dissociou aquela unidade
consagrada no direito romano , entre gestão e fruição.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm
Dissocia-se por conseguinte, no âmbito da sociedade anônima média
ou gigante, o direito de propriedade : uma coisa é a fruição e outra é a
gestão decorrente dos direitos incorporados na ação.
Natureza Juridica das Ações:
A palavra "ação" para designar o título representativo do capital das
sociedades anônimas , foi usada pela primeira vez, segundo informa
LEHMANN, em 1606 para assinalar ação (pretenção judicial) promovido
para exigir o dividendo.
Quando analisamos a natureza juridica da contribuição do sócio na
formação do capital social, adotamos a teoria de J. X .CARVALHO DE
MENDONÇA, pela qual o sócio tem, em decorrência de sua contribuição,
um concomitante de duplo aspecto:patrimonial e pessoal.
Assim podemos conceituar as ações como um titulo de crédito ao
mesmo tempo, que é um titulo corporativo.
Número das ações e o valor nominal; Ações sem valor nominal:
O valor da ação é igual a fração do capital social a que ela corresponder.
Esse valor quando expresso no certificado da ação, diz-se “valor nominal”.
Dizer que uma ação “não tem valor nominal” não significa que ela não
tenha, ou não represente um valor correspondente á fração do capital social.
Emissão dos certificados de ações:
A ação da sociedade anônima reflete um direito, complexo nos seu
elementos, pois credito e status de sócio pode ser representado por um
documento que corporifica.
Tranferindo o certificado de um acionista para outro,tratando-se de ação
nominativa, pode a companhia cobrar o custo da sustituição. 
Como título de credito que são,os certificados das ações devem
literalmente expressar o conteúdo de direito. 
No caso de certificados de ações de companhia abertas podem eles ser
assinados por dois mandatários com poderes especiais,ou autenticadas por
chancela mecânica. 
Agente emissor de certificados:
A emissão dos certificados das ações e sua movimentação, decorrente
da negociação, bem como os registro nos livros representam ardua tarefa
para as sociedades anônimas que tem suas ações negociáveis no mercado.
A Lei nº 4.728/65, no art.39, §1, admite que a S/A poderá constituir
instituição financeira ou sociedsde corretora membro de bolsa de valores.
Vejamos:
“ Art. 39. O certificado, ação ou respectiva cautela, deverá conter a
assinatura de um diretor ou de um procurador especialmente
designado pela Diretoria para esse fim. 
 § 1° A sociedade anônima poderá constituir instituição financeira,
ou sociedade corretora membro de Bolsa de Valores, como mandatária
para a prática dos atos relativos ao registro e averbação de
transferência das ações endossáveis e a constituição de direitos sobre as
mesmas.”
Perda e extravio de ações:
O art.38 Regia os problemas relativos à perda e extravio do certificado
de ações ao portador ou endossável e a anulação ou substituição em caso de
destruição ou inutilização.
Vejamos:
“Art. 38. O titular de certificado perdido ou extraviado de ação ao
portador ou endossável poderá, justificando a propriedade e a perda
ou extravio, promover, na forma da lei processual, o procedimento de
anulação e substituição para obter a expedição de novo certificado.”
Quanto os certificados de ações nominativas,cuja titularidade dependia
dos registros que lhe é peculiar lançado no livro de “registro de ações
nominativas”, não se faz necessário um processo especial quanto a sua
perda ou injusto desapossamento.
Impressão fraudulenta de certificados de ações:
No ano de 1965 os principais centros economico do país foram 
inundados com a venda de açoes falsificadas, de conhecidas sociedades 
anônimas, causando vultuosos prejuizos ao publico e lançando insegurança 
no mercado de capitais.
A Lei nº5.589 de 3 de julho de 1970, alterou o dispositivo do art. 74,
dando-lhe uma nova redação.
Temos:
“Art. 74. Quem colocar no mercado ações de sociedade anônima ou
cautelas que a representem, falsas ou falsificadas, responderá por
delito de ação pública, e será punido com pena de (um) a 4 (quatro)
anos de reclusão.”
Circulação e negociação das ações:
A grande vantagem oferecida pelas sociedades anônimas , como tipo de
sociedade comercial, é a possibilidade de negociação fácil e rápida de suas
ações, que deferem status de sócio aos seus titulares.
A sociedade em regra não interfere na negociabilidade das ações que é
feita livremente pelos acionistas seus titulares.
Classificação das ações:
Ação, como já sabemos, é o título representativo do preço de emissão,
em que é dividido o capital social e da qual resulta o direito do seu titular
de participar da vida da sociedade anônima. 
O regime jurídico das ações é regulado, em nosso direito, pela Lei nº
6.404, de 15 de dezembro de 1976, a qual incorporou em seu texto as
regras constantes da Lei do Mercado de Capitais (Lei nº 4.728, de 14-7-
1965).
A entidade de autoridades independentes Price Waterhouse apresentou a
classificação das ações em vários critérios. 
Quanto ao valor das ações, serão elas: de valor nominal ou sem valor
nominal;
Quanto aos direitos e vantagens que conferem serão: ordinárias,
preferenciais e de fruição; 
Quanto à forma serão: nominativas, escriturais.
Ações ordinárias ou Comuns (ON):
São as ações que normalmente sedivide o capital social. Não possuem
preferências ou condições;
Oferecem direitos e vantagens comuns a todos os acionistas;
Dão aos acionistas direitos de sócios comuns, sem restrições ou
privilégios. Aquele que possui esse tipo de ação tem o direito de participar
das decisões da assembleia geral, ou seja, tem o poder de decidir sobre o
futuro da companhia;
Quando possui mais da metade dessas ações, ele é controlador da
empresa. 
Ações Preferenciais (PN):
O detentor dessas ações tem um tratamento diferente daquele
direcionado ao acionista dono de ordinárias. Uma das vantagens que
possuem esses sócios é a prioridade na divisão dos dividendos, no mínimo
superior a 10% ao que for atribuído às ordinárias. 
Porém, apesar de todas as vantagens de receber seus dividendos fixos
em toda e qualquer situação da empresa, os acionistas preferenciais não
tem direito de voto; podem, sim, fiscalizar, mas sem interferir nas decisões
da empresa.
Obs.: Dividendo: é uma parcela dos lucros distribuídas entre os
detentores de ações. 
 Ações de Fruição ou de gozo:
São aquelas que substituem ações ordinárias ou preferenciais que foram
amortizadas pela companhia;
A amortização ocorre quando a sociedade apura o valor patrimonial da
ação e paga ao respectivo acionista. 
 Ações Nominativas:
Geram a emissão de um certificado e circulam por meio de registro em
livro próprio, o chamado livro de transferência de Ações Nominativas. Este
livro é obrigatório para as sociedades que emitem ações nominativas. 
São registradas no nome do proprietário. O nome do acionista fica
inscrito no livro. Quando são transferidas, deve ser tudo devidamente
documentado, pois quem as recebe deve ter o nome registrado.
 Ações ao Portador: 
Conforme dispõe o art. 4º da Lei nº 8.021/1990, o art. 20 da Lei nº
6.404/1976, passou a vigorará com a seguinte redação:
Vejamos:
Art. 20. As ações devem ser nominativas”.
No art. 5º, a Lei nº 8.021/90 determina que as sociedades por ações
terão um prazo de dois anos para adaptar seus estatutos ao disposto no
artigo anterior”.
 Ações Endossáveis:
As ações endossáveis e ao portador foram proscritas do direito brasileiro
pelo art. 4º da Lei nº 8.021, de 12 de abril de 1990, e, pelo art. 5º , as
sociedades teriam o prazo de dois anos para adaptar seus estatutos à nova
lei.
Obs.: Salienta-se que atualmente não existem mais ações ao portador ou
endossáveis no sistema brasileiro, já que os dispositivos da Lei 6.404/76
que autorizavam a emissão destes tipos de ações foram revogadas.
 Ações Escriturais:
São transferidas por meio de instrução financeira, não gerando um
certificado.
Para essas, não existe emissão de certificado. Ficam em contas
bancárias de instituições autorizadas pela CVM. No caso de transferência,
ela se faz como qualquer transferência bancária.
Penhor De Ações:
 Do penhor trata o “art. 39. Depende dele, da sua constituição, da
forma que as ações adotarem. Se forem nominativas, constitui-se
garantia pela averbação do respectivo instrumento escrito, que é
da essência do ato, no livro de Registro de Ações Nominativas”. 
 No caso de ações escriturais o penhor constitui-se pela averbação do
respectivo instrumento nos livros de instituição financeira, a qual
será anotada no extrato da conta de deposito fornecido ao acionista. 
 O penhor das ações não impede o acionista de exercer o direito de
voto. 
Usufruto das ações:
Instituindo-se, em nosso país, paulatinamente o sistema de acionato, em
que se impõem, na formação patrimonial dos indivíduos e das famílias, as
ações, natural que para estas se transfiram certos institutos que eram
normalmente aplicados e destinados aos bens imóveis. Entre eles se vai
vulgarizando o usufruto das ações, que a lei anterior previa, mas para o
qual não traçava uma disciplina definida. A lei atual, em várias passagens,
refere-se à disciplina do usufruto e também à constituição de direitos reais
sobre as ações. 
Assim, se as ações forem nominativas será o usufruto averbado no livro
de “Registro de Ações Nominativas”; se escriturais, nos livros da
instituição financeira, que os anotará no extrato da conta de deposito
fornecido ao acionista.
O voto corresponde ás ações gravadas com usufruto, se não for
regulado no ato de constituição do gravame, somente poderá ser exercido
mediante prévio acordo entre o proprietário e o usufrutuário (art. 14) 
Custódia de Ações Fungíveis:
O art. 41 da LSA trata da questão da custódia de ações da seguinte
forma: “A instituição autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários a
prestar serviços de custódia de ações fungíveis pode contratar custódia em
que as ações de cada espécie e classe da companhia sejam recebidas em
depósito como valores fungíveis, adquirindo a instituição depositária a
propriedade fiduciária das ações”.
Sendo as ações bens móveis podem ser substituídos por outras, tendo
em vista seu caráter de fungibilidade.
Contudo, a fungibilidade das ações não autoriza a instituição financeira
(autorizada pela CVM) a dispor das ações dadas em custodia, embora possa
adquirir por força da alienação fiduciária por ventura existente.
A instituição depositária não pode dispor das ações e fica obrigada a
devolver ao depositante a quantidade de ações recebidas, com as
modificações resultantes de alterações no capital social ou no número de
ações da companhia emissora, independentemente do número de ordem das
ações ou dos certificados recebidos em depósito (art. 41 da LSA).
A instituição financeira como administradora das ações custodiadas,
sempre eu houver distribuição de dividendos ou bonificações de ações, e,
em qualquer caso, ao menos uma vez por ano, a instituição financeira
fornecerá à companhia a lista dos depositantes de ações recebidas nos
termos descritos, assim como a quantidade das ações de cada um.
A instituição depositária ficará obrigada a comunicar à companhia
emissora: I – imediatamente, o nome do proprietário efetivo quando houver
qualquer evento societário que exija a sua identificação; e II – no prazo de
até 10 (dez) dias, a contratação da custódia e a criação de ônus ou gravames
sobre as ações (art. 41 da LSA).
A companhia não responde perante o acionista nem perante terceiros
pelos atos da instituição depositária das ações, pois não é parte no contrato
de custódia, que é realizado particularmente entre o acionista e a instituição
financeira (art. 42 da LSA).
Resgate, Amortização e Reembolso das Ações:
Amortização de Ações: Representa o desembolso de valores
correspondentes às ações no caso de liquidação da entidade (etapa empós a
dissolução, em que ativos serão realizados e passivos quitados), como
forma de antecipação, sem, contudo, promover redução do capital social,
utilizando-se, no processo, fundos (reservas).
Resgate de Ações: Compreende a retirada de ações definitivamente de
circulação. Acontece quando a companhia tem interesse na redução do
número de ações, podendo ser realizado com ou sem alteração do valor do
capital social. Quando se processa com diminuição do capital social não se
verifica alteração no valor de cada ação. No entanto, caso ocorra o resgate
sem a baixa no valor do capital social, provocar-se-á um aumento no valor
das ações remanescentes.
Reembolso de Ações: Pagamento do valor das ações a acionistas
dissidentes, com depósito desses títulos na tesouraria da entidade,
objetivando posteriormente a absorção dessas ações com entrada de novos
acionistas ou pela baixa por meio de reservas. No processo, utiliza-se a
rubrica “ações em tesouraria”, caso seja uma sociedade anônima, e “quotas
liberadas”, sendo limitadas. 
A Comissão de Valores Mobiliários – CVM, que regula as sociedades
anônimas de capital aberto, estabeleceu, por meio da Instrução Normativa
nº 10/80 (reformada pela IN nº 390/03), que a companhia não pode, no
reembolsode ações, promover a redução de seu capital social, devendo
fazer o uso de fundos (reserva legal, reserva de lucros a realizar,
reavaliação e reserva especial para o dividendo obrigatório não distribuído)
para tal fim. 
Contudo, conforme o art.45 da Lei das S/A (Lei nº 6.404/76), é
possível a redução do capital social nesse processo, desde que não ocorra a
recolocação das ações para novos investidores no prazo de 120 dias a
contar da ata da assembleia geral.
Partes Beneficiárias:
Títulos que conferem aos seus titulares um direito eventual de crédito
contra a Companhia, condicionado ao resultado positivo da companhia, ou
seja, ao lucro anual.
Somente as companhias fechadas podem emitir as partes beneficiárias.
Bônus de Subscrição:
Não representam direito de crédito aos seus titulares, mas sim o direito
de preferência na subscrição de novas ações. 
Somente será exercido no caso de pagamento do preço de emissão da
ação. 
Debêntures:
Espécie de valores mobiliários emitido pelas sociedades anônimas que
conferem ao seu titular um direito de crédito certo contra a companhia,
nos termos do que dispuser a sua escritura de emissão ou seu certificado. 
Eventual lucro ou prejuízo da Companhia em nada afetarão o direito
daquele que é titular da Debênture.
A Debênture é título executivo extrajudicial nos termos do art. 784, I
do CPC. 
Em relação a deliberação a respeito da emissão de debêntures cabe, em
princípio de forma privativa à assembleia geral (art. 59, da Lei 6.404/76),
podendo em algumas hipóteses ocorrer a deliberação por parte do Conselho
de Administração.
Emissores de Debêntures:
Quem pode emitir?
As debêntures podem ser emitidas por uma Sociedade Anônima, de
capital aberto ou fechado. Apenas as companhias abertas com registro na
CVM poderão realizar emissões públicas. Quando há esse tipo de emissão
é necessário existir o agente fiduciário, que é responsável por proteger os
direitos e interesses dos debenturistas, fiscalizando e administrando bens de
terceiros, independente da emissora e demais interessados na distribuição
das debêntures. Já a emissão privada poderá ser feita por um grupo de
investidores, que não precisam do registro na CVM.
Como funciona o processo?
As companhias abertas podem emitir de forma pública as debêntures,
devendo realizar os seguintes passos:
Convocar uma Assembleia Geral dos acionistas para autorizar essa
emissão;
Criar um documento chamado Escritura de Emissão, registrando-o em
cartório;
Registrar essa emissão na Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
Realizar a emissão e providenciar a negociação das debêntures no
mercado comprador;
A empresa emissora deverá pagar aos investidores as debêntures no
prazo estabelecido e de acordo com a escritura de emissão.
Escritura de Emissão:
A Escritura de Emissão é um documento que descreve todas as
condições sob as quais a debênture será emitida. É nela que se encontra:
 Data de resgate do título e vencimento;
 Juros;
 Remuneração;
 Condições de Amortização (parcelas);
 Montante da emissão e quantidade de títulos;
 Deveres da Emissora;
 Direitos dados pelos títulos, etc.
Características das Debêntures:
As debêntures podem ser de duas formas:
Debênture Nominativa: é aquela cujo registro e controle das
transferências são feitos pela companhia emissora no Livro de Registro de
Debêntures Nominativas;
Debênture Escritural: é aquela cuja custódia e escrituração é realizada
pela instituição financeira autorizada pela CVM para prestar o serviço.
Com relação a classe/tipo, ou seja, o recebimento do valor devido pelo
emissor ao investidor, podem ser:
Não Conversíveis ou Simples: é aquela cujo resgate ou amortização, é
feito em moeda corrente;
Permutável: o investidor recebe ativos ou ações da empresa, como
pagamento. Está especificado na escritura de emissão;
Conversíveis em Ações: podem ser trocadas por ações da companhia
emissora, caso o investidor opte por isso ou mesmo em moeda corrente.
Garantias:
A emissão pode ser feita com ou sem garantias. Caso tenha a emissão
com garantia existem:
Garantia Real: quando são garantidas por bens (imóveis ou móveis)
em forma de hipoteca, penhor ou anticrese pela empresa, por terceiros ou
empresas de seu conglomerado.
Garantia Flutuante: quando há privilégio geral sobre o ativo da
empresa, mas também poderá haver a negociação dos bens que compõem
esse ativo.
Já as sem garantia podem ser:
Quirografárias: é uma debênture que não possui privilégios
semelhantes aos outros tipos de garantias. Em caso de falência dos
debenturistas eles se equiparam aos demais credores quirografários da
empresa;
Subordinadas: não possuem garantia, ou seja, em caso de liquidação da
empresa, os debenturistas possuem preferência apenas sobre os acionistas.
 
Para Investidores de Debêntures:
Para investir, é necessário ser cliente de uma corretora que negocie este
produto, pois eles possuem especialistas que irão auxiliar em todo o
processo. Qualquer pessoa poderá investir, devendo sempre observar o
valor mínimo exigido pelas empresas.
O ACIONISTA
Sócio X Acionista
Sócio: É a pessoa que em parte, também é o dono do negócio.
Acionista: É uma pessoa que tem uma participação privada na empresa
na forma de estoques comprados através de uma Bolsa de Valores.
1. Quanto a Obrigação Fiduciária:
É a confiança jurídica e o relacionamento ético de confiança rumo a
uma gestão em dinheiro.
Sócio: Desde que os sócios são solidariamente responsáveis pelas
dívidas e os contratos de uma empresa, eles devem agir em um alto nível de
confiança e de segurança. Um sócio deve agir no interesse do outro sócio
antes de agir em seu próprio interesse.
Acionista: Não tem qualquer obrigação fiduciária para com a
sociedade. Ele pode agir egoisticamente quando se trata de votar em uma
reunião ou em uma tomada de decisões, e pode optar por transpor os seus
interesses pessoais acima dos interesses da empresa.
2. Quanto a Responsabilidade:
Sócio: É totalmente responsável por todos os atos de outro sócio e os
atos da própria empresa.
Acionista: Só tem responsabilidade limitada com base na quantidade de
ações detidas, e não é de maneira alguma responsável pelas ações da
empresa, incluindo dívidas e obrigações.
3. Quanto aos Lucros e Perdas:
Sócio: Recebe ganhos iguais de lucros e sofre igualmente para perdas
com base na porcentagem da empresa que ele possui. Ele também é
responsável pelos lucros e perdas da empresa.
Acionista: Recebe uma parte dos lucros e perdas, indicado pelo valor
do estoque que ele possui. Ele tem responsabilidade limitada por quaisquer
perdas sofridas pela empresa.
4. Quanto a Proteção do Capital:
Sócio: Deve investir o montante que é necessário para administrar a
empresa, ou corre o risco de precisar sair da companhia.
Acionista: Pode investir a quantia que deseja investir.
Perfil do Acionista:
O acionista é o sócio da S/A, ou melhor, o possuidor de ações
integrantes do capital social da companhia.
“Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido
em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao
preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.”
É elementar que a designação de sócio se apresente genérica, e traduz
a ideia da pessoa que se associa com outrem, juntando seus bens/capitais
para constituir a sociedade.
Ao passo que acionista se aplica especificamente ao membro da
sociedade anônima ou companhia.
Constituindo a Sociedade Anônima, deve ter seus atos arquivados no
Tribunal de Comércio. Apresenta-se como titular das ações, e é por isso, a
figura central da sociedade anônima. Seu objetivo visa à formação da
sociedade, como geradora de riquezas, que pode lhe proporcionar
dividendos, que correspondem às ações que detiver.
É preciso compreender que existe vários fatoresque induzem o
interessado a aderir a Sociedade Anônima. Para isso identificamos três
espécies de acionistas, classificando-os de acordo com suas pretensões:
1.Acionista-rendeiro: Pretende das ações apenas uma renda permanente,
objetivando sua carreira e a sua constituição de um patrimônio rentável.
2.Acionista-especulador: Se preocupa com anúncios da bolsa, onde
pretende lucros imediatos, pouco se importando em usufruir dividendos ou
direitos, pois visa apenas os resultados de sua especulação.
3.Acionista-empresário: Não se preocupa se não com a prosperidade da
empresa que lhe dá poderes e influência. É o gênio da empresa moderna, e
pretende manter a todo custo a posição de controle da empresa.
Todas as três categorias de acionistas influenciam no 
desenvolvimento da empresa, onde um é dependente do outro. 
 Vejamos:
O acionista minoritário e o majoritário:
Põe-se, a necessidade de se estabelecer o verdadeiro e exato conceito de 
“maioria” e “minoria” acionárias, na companhia moderna.
O que importa são as ações com direito a voto, detidas pelo grupo de
acionistas que, com elas, embora em efetiva minoria, controlam a empresa. 
1. Acionista Majoritário: Possuidor de ações de uma empresa com direito
a voto, cabendo-lhe o controle acionário.
Detém metade mais uma ou o maior número das ações ordinárias
detendo assim o controle administrativo da empresa, pode ser um indivíduo
ou um grupo com o mesmo objetivo.
2. Acionista Minoritário: Possuidor de ações de uma empresa com direito
a voto, no entanto sem ter seu controle acionário.
Não detém controle administrativo da empresa, menor número de ações
e também aquele que tem ações preferenciais em qualquer número, pois
não possui direito a voto.
Hoje, nem todos os acionistas têm direito a voto. Como a imensa
maioria dos acionistas detém ações sem voto, bem de ver que a maioria
absoluta da sociedade não tem acesso, sequer às disputas de controle.
O que a nossa lei visa, efetivamente, não é a proteção da maioria com
direito a voto, mas à imensa maioria sem voto, inerte diante da minoria.
Procura-se, assim, através de uma série de normas tutelares, estabelecer
melhor equilíbrio de poderes entre acionistas com voto e acionista sem
voto.
As várias formas de controle:
Tipos:
1. Controle externo: Não acionário, que pode ser definido como aquela
forma de controle de uma determinada sociedade por alguém externo à
sociedade. (Credor ou Fornecedor)
2. Controle interno: Exercido pelos acionistas que detém o maior
número de ações com direito a voto, e conseguinte, o poder de decisão nas
assembleias gerais. (Totalitário, Majoritário, Minoritário, Administrativo) 
Espécies:
1.Controle Totalitário: Pressupõe a completa ou quase completa
titularidade acionária, de modo que o controle se encontra, todo ele, nas
mãos de um único acionista ou de um grupo muito pequeno de acionistas.
2.Controle Majoritário: Encontra-se o controle nas mãos de um
acionista que detém, no mínimo 50% mais um do capital votante. 
3.Controle Minoritário: Fundado em número de ações inferior à
metade do capital votante, repousa nas votações visualizado no âmbito das
assembleias gerais, sendo reconhecido em lei dada a previsão sobre
“quóruns” de instalação e funcionamento da assembleia, podendo os
acionistas deliberar, em segunda convocação, com qualquer número,
inclusive com um único acionista. 
4.Controle Administrativo: O capital é pulverizado, ou seja, super
diluído, de tal forma que o controle é exercido por administradores e não
acionistas.
Assentada assim, a natureza jurídica do controle, resta saber a quem
pertence: ao acionista detentor, à pessoa jurídica ou coletivamente a todos
os acionistas?
Vejamos:
O acionista controlador: Direitos e Obrigações:
O legislador em 1976, com a Lei Nº 6.404 das S/A, procurou
identificar o acionista controlador da companhia, a fim de bem fixar suas
obrigações e responsabilidade.
“Art. 116. Entende-se por acionista controlador a pessoa, natural ou
jurídica, ou o grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob
controle comum, que:
a) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo
permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembleia-geral
e o poder de eleger a maioria dos administradores da companhia; e
b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e
orientar o funcionamento dos órgãos da companhia.” 
Tem deveres e responsabilidades para com os acionistas minoritários, a
empresa, os que nela trabalham e a comunidade em que atua; direitos e
interesses esses que deve lealmente respeitar e atender.
Para a sua configuração, é necessária a convergência de dois elementos:
1. Ser maioria societária,não no sentido de necessariamente titularizar
a maior parte di capital social,mas no de possuir ações que lhe garantam a
maioria nas decisões tomadas nas assembleias.
2. E fazer uso dos direitos decorrentes desta situação para dirigir a
sociedade.
A conceituação do “acionista controlador” nos parece suficiente e clara,
identificando o acionista controlador com o detentor da maioria de votos
decisivos nas deliberações de assembleia.
O art.117,§1º, Lei nº 6.404, enumera os atos praticados com abuso de
poder pelo acionista, e que lhe determinam a responsabilidade pelos danos
causados à sociedade, aos demais acionistas e a terceiros.
“Art. 117. O acionista controlador responde pelos danos causados por
atos praticados com abuso de poder.
§ 1º São modalidades de exercício abusivo de poder:
a) orientar a companhia para fim estranho ao objeto social ou lesivo ao
interesse nacional, ou levá-la a favorecer outra sociedade, brasileira ou
estrangeira, em prejuízo da participação dos acionistas minoritários
nos lucros ou no acervo da companhia, ou da economia nacional;
b) promover a liquidação de companhia próspera, ou a transformação,
incorporação, fusão ou cisão da companhia, com o fim de obter, para si
ou para outrem, vantagem indevida, em prejuízo dos demais
acionistas, dos que trabalham na empresa ou dos investidores em
valores mobiliários emitidos pela companhia; [...]”
Além disso, outra lei especial acentua a responsabilidade daquilo que
foi estabelecido pela Lei nº 6.404. O decreto-lei nº 2321/87, em seu art. 15,
determina responsabilidade solidária dos controladores com os ex-
administradores da companhia, pelos atos ou omissões que praticam,
independentemente de dolo ou culpa, embora fique limitada ao montante
do passivo a descoberto da instituição, apurado em balanço que terá como
data- base o dia da decretação do regime de administração especial
temporária.
Obrigações e Direito dos Sócios:
1. Obrigações dos acionistas:
A principal obrigação do acionista é realizar, nas condições
determinadas nos estudos ou no boletim de subscrição, as entradas ou
prestações de suas ações.
O sócio, deve contribuir na forma dos estatutos e do boletim de
subscrição para a formação do capital social. Se estes fixarem a data da
realização das entradas ou prestações, o acionista que no vencimento não as
efetuar fica constituído em pleno direito de mora.
Constituída a mora, a sociedade pode:
A lei prevê, ademais, a hipótese de não haver comprador para as
ações. A sociedade nesse caso, poderá declará-las expiradas, fazendo suas
entradas realizadas. Deverá colocar no mercado de ações caídas em
comisso dentro do prazo de 1 ano, e se não encontrar comprador, convocará
assembleia geral para reduzir o capital em importância correspondente.
2. Deveres essenciais do acionista:
Existem nas sociedades anônimas, a exemplo do que ocorre nas
coletividades sociais, certos direitos fundamentais que são impostergáveis:
“Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembleia geral poderão privar
o acionista dos direitos de:
I-participar dos lucros sociais;
II-participar do acervo dacompanhia, em caso de liquidação;
III-fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais;
IV-preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias
conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de
subscrição, observado o disposto nos artigos 171 e 172; 
1. Proceder 
contra o 
acionista.
2. Promovendo 
contra eles e os 
que forem 
solidários, 
processo de 
execução.
3. Ou, 
mandando 
vender as ações 
por conta e risco 
dele, o 
acionista, na 
bolsa de valores 
do lugar da cede 
social, se não 
houver, na mais 
próxima.
V-retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei.”
Direito de voto nas assembleias:
Assembleia Geral: É o órgão máximo na hierarquia de poder dentro de
uma S/A.
Direito Essencial: Art.109, Lei nº 6.404/76.
Voto é um direito essencial?
Voto, é um direito não essencial.
Em outra época o direito de voto era de importância fundamental. Era
época em que o investimento se fazia em sociedade anônima de pouca
dimensão, na qual o sócio zelava diretamente pela sorte de seu capital nela
colocado.
Tão logo passaram os acionistas a nela influir através das deliberações
de assembleia.
O voto só é essencial, aos que adquirem ações ordinárias.
“Art.110. A cada ação ordinária corresponde um voto nas deliberações
da assembleia geral.
§1º O estatuto poderá deixar de conferir as ações preferenciais alguns
dos direitos reconhecidos as ações ordinárias, inclusive o de voto.
§2º É vedado atribuir voto plural a qualquer classe de ações.”
A dispersão das ações, e o fenômeno da especulação no mercado foram,
aos poucos, afastando o interesse dos acionistas, preocupados apenas com
os dividendos ou lucros decorrentes da especulação bolsista. Foi assim o
direito ao voto perdendo sua importância.
Em 1976 veio a Lei n° 6.404/76, para assegurar maior identificação dos
acionistas, retirou o direito de voto das ações ao portador.
O art.112 dispunha que: “Somente os titulares de ações nominativas,
endossáveis ou escriturais, podem exercer o direito de voto. Negando
dessa forma as ações ao portador de exercer o direito de voto”.
Ações Preferenciais:
“Art. 111. O estatuto poderá deixar de conferir às ações preferenciais
algum ou alguns dos direitos reconhecidos às ações ordinárias, inclusive o
de voto, ou conferi-lo com restrições, observado o disposto no artigo 109.
§ 1º As ações preferenciais sem direito de voto adquirirão o exercício desse
direito se a companhia, pelo prazo previsto no estatuto, não superior a 3
(três) exercícios consecutivos, deixar de pagar os dividendos fixos ou
mínimos a que fizerem jus, direito que conservarão até o pagamento, se tais
dividendos não forem cumulativos, ou até que sejam pagos os cumulativos
em atraso.
§ 2º Na mesma hipótese e sob a mesma condição do § 1º, as ações
preferenciais com direito de voto restrito terão suspensas as limitações ao
exercício desse direito.
§ 3º O estatuto poderá estipular que o disposto nos §§ 1º e 2º vigorará a
partir do término da implantação do empreendimento inicial da
companhia.”
Existe possibilidade de os detentores de ações ao portador exercerem o
direito de voto?
“Art.112, Parágrafo único. Os titulares de ações preferenciais ao 
portador que adquirirem direito de voto de acordo com o disposto nos 
§§ 1º e 2º do artigo 111, e enquanto dele gozarem, poderão converter as
ações em nominativas ou endossáveis, independentemente de 
autorização estatutária.”
Sim, pois as ações ao portador podem ser convertidas ou endossáveis,
mediante conversão das ações, credenciando-se para a participação
responsável nas assembleias gerais. Só assim poderão exercer seus direitos
de voto.
“Art.112, Parágrafo único. Os titulares de ações preferenciais ao
portador que adquirirem direito de voto de acordo com o disposto nos
§§ 1º e 2º do artigo 111, e enquanto dele gozarem, poderão converter as
ações em nominativas ou endossáveis, independentemente de
autorização estatutária.”
Sim, pois as ações ao portador podem ser convertidas ou endossáveis,
mediante conversão das ações, credenciando-se para a participação
responsável nas assembleias gerais. Só assim poderão exercer seus direitos
de voto.
Impedimentos do Acionista:
Nem sempre o acionista pode votar. Motivos legais e éticos impedem-no.
O art.115. trata do abuso do direito de voto e conflito de interesses.
“Art. 115. O acionista deve exercer o direito a voto no interesse da
companhia; considerar-se-á abusivo o voto exercido com o fim de
causar dano à companhia ou a outros acionistas, ou de obter, para si ou
para outrem, vantagem a que não faz jus e de que resulte, ou possa
resultar, prejuízo para a companhia ou para outros acionistas.”
O acionista, com efeito, deve exercer o direito de voto com lealdade,
sem descurar do interesse da companhia. Considera-se, abusivo o voto
exercido com o fim de causar dano a companhia ou a outros acionistas, ou
obter para si ou para outrem, vantagens a qual não faz jus, ou de que resulte
ou possa resultar, prejuízo para a companhia ou para outros acionistas.
O acionista responde, em consequência da violação de seu
impedimento, pelos danos causados pelo exercício abusivo do direito de
voto, ainda que este não haja prevalecido.
O comportamento que se exige dos sócios, acionistas, e
administradores, em geral, é que devem votar em consonância com os
interesses da sociedade. Respeitando o princípio da boa-fé.
Abuso do direito de voto e conflito de interesses:
“Art.115. O acionista deve exercer o direito a voto no interesse da
companhia; considerar-se-á abusivo o voto exercido com o fim de causar
dano à companhia ou a outros acionistas, ou de obter, para si ou para
outrem, vantagem a que não faz jus e de que resulte, ou possa resultar,
prejuízo para a companhia ou para outros acionistas.”
Suspeição:
O sócio é suspeito e, deve arguir sua suspeição, quando estiver em pauta
de votação, em assembleia de constituição ou assembleia geral.
Como administrador está impedido de aprovar as contas de sua gestão,
ou qualquer outras deliberações que puderem beneficiá-lo de modo
particular, ou em que tiver interesse conflitante com a companhia.
Acordo de acionistas:
É um contrato parassocial que visa regular o exercício do voto dos
aderentes, a compra e venda de suas ações, preferências para adquiri-las e
qualquer matéria que se pode contratar. 
SINDICAÇÕES DE AÇÕES: É o acordo de acionistas, visando a defesa
de seus interesses comuns e legítimos, nos quais pactuam votar no mesmo
sentido.
Considera-se imoral o negócio feito com a disposição do voto, tanto que
é capitulado como crime o ato do acionista que para obter vantagem,
negociar o voto nas deliberações das assembleias gerais.
Decreto Lei nº2.848,de 7 de setembro de 1940,art.177 §2º.
“Incorre em pena de detenção de seis meses a dois anos, e multa, o
acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o
voto nas deliberações de assembleia geral”.
As obrigações e ônus decorrentes dos acordos entre acionistas somente
serão oponíveis a terceiros depois de averbados nos livros de registro e nos
certificados das ações, se emitidas.
Representação de acionista residente ou domiciliado no exterior:
Residência: Representa uma relação de fato entre uma pessoa e um
lugar, envolvendo a ideia de habitação.
Domicílio: Compreende o de residência, acrescido do ânimo de aí
fazer sua atividade jurídica. Prof. Silvio Rodrigues (direito civil, vol.1º,
pag.111) 
Deverá manter no país representante com poderes para receber citações
em ações jurídicas contra ele propostas. Na falta dessa designação autoriza
a citação do acionista por edital.
Art.119, Lei.6.404/76
“Art. 119. O acionista residente ou domiciliado no exterior deverá manter,
no País, representante com poderes para receber citação em ações contra
ele, propostas com fundamento nos preceitosdesta Lei.
Parágrafo único. O exercício, no Brasil, de qualquer dos direitos de
acionista, confere ao mandatário ou representante legal qualidade para
receber citação judicial.”
Suspensão dos direitos dos acionistas (Art.120):
Constitui sanção aplicada pela assembleia geral ao acionista que não tem
cumprido suas obrigações.
“Art. 120. A assembleia-geral poderá suspender o exercício dos direitos
do acionista que deixar de cumprir obrigação imposta pela lei ou pelo
estatuto, cessando a suspensão logo que cumprida a obrigação.”
EX : Se ele não paga as prestações ou chamadas do capital social
representado por suas ações, evidentemente não deverá votar na
assembleia. Não atendendo às chamadas de capital, não caberá ele
dividendos, a não ser proporcionalmente ao que efetivamente investir.
Cessa imediatamente a suspensão tão logo seja cumprida a obrigação.

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