Buscar

Vulvovaginites: Causas e Sintomas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

1 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
Vulvovaginites 
Definição 
As Vulvovaginites são distúrbios causados por processos 
infecciosos e inflamatórios do trato genital inferior, que 
consiste em: vulva, vagina e ectocérvice. 
As principais manifestações são: 
- Corrimento vaginal, associado ou não a prurido; 
- Dor; 
- Ardor; 
- Odor; 
- Sensações de desconforto, inclusive dispareunia. 
Importante salientar que é possível ocorrer quadros 
assintomáticos. 
Quadro fisiológico 
Fluxo: 
O fluxo normal é branco ou transparente, homogêneo e 
inodoro. O seu pH varia entre 4 e 4,5, tendo volume variável 
de acordo com a fase do ciclo, o uso de hormônios, 
excitação sexual, etc. 
É composto por células vaginais descamadas, secreções 
glandulares (das glândulas de Skene e Batholin) e 
microrganismos da flora normal. 
 
Flora vaginal: 
A flora vaginal é composta de 90% de lactobacilos, os quais 
são microrganismos aeróbicos, e são responsáveis pelo pH 
ácido, o que inibe o crescimento de bactérias patogênicas. 
Etiologia 
As principais etiologias das Vulvovaginites são: 
-Vaginose bacteriana: maior parte dos casos. Representa um 
desequilíbrio da flora vaginal, caracterizada por diminuição 
dos lactobacilos e aumento das bactérias anaeróbicas. 
Importante entender que não é considerado IST. Pode ser 
causado por: 
 Gardnerella vaginalis; 
 Mobiluncus; 
 Atopobium vagiane; 
 Mycoplasma hominis; 
 Ureaplasma urealyticum. 
 Quadro clínico: 
 Presença de fluxo vaginal homogêneo, 
fino, branco-acizentado com microbolhas, 
com odor de peixe pobre; 
 Piora após o coito e menstruação, devido à 
alcalinização do meio; 
 Duchas vaginais e sexo oral podem ser 
predisponentes; 
 Não há sinais inflamatórios. 
 Exame especular: 
 Ao exame especular visualizamos conteúdo 
vaginal de aspecto homogêneo com 
coloração esbranquiçada ou amarelada. 
 Não há alteração eritematosa de vagina 
ou colo. 
 Critério de Amstel: segundo esses critérios, pelo 
menos 3 das 4 condições devem estar presentes 
para estabelecer o diagnóstico de vaginose 
bacteriana. São eles: 
 Corrimento vaginal branco acinzentado 
homogêneo; 
 pH vaginal > 4,5; 
 Teste das aminas positivo: definido pela 
presença de odor de peixe podre após a 
adição de uma gota de hidróxido de 
potássio a 10% em uma amostra de 
corrimento vaginal; 
 Presença de clue cells: células epiteliais 
vaginais com cocobacilos aderidos em seu 
entorno. 
 
 Tratamento: 
 Primeira opção: Metronidazol 250 mg, 2 
comprimidos, VO, 2x/dia por 7 dias ou 
Metronidazol vaginal 100 mg/g, um 
aplicador cheio via vaginal por 5 dias; 
 Segunda opção: clindamicina 300 mg, VO 
2x/dia por 7 dias. 
 Em casos recorrentes: Metronidazol 250 mg, 
2 comprimidos, VO, 2x/dia por 10-14 dias ou 
Metronidazol vaginal 100 mg/g, com 
aplicador via vaginal cheio por 10 dias 
seguido de tratamento supressivo com 
óvulo de ácido bárico intravaginal de 600 
mg ao dia por 21 dias e metronidazol gel 
vaginal 100 mg/g 2x/semana por 4-6 meses. 
- Candidíase vaginal: representa um processo inflamatório 
vulvovaginal causado pela proliferação de espécies da 
candida. Pode ser causado pelo C. albincans (80-90% dos 
casos), C. glabrata, C. tropicalis, C. krusei, etc. 
 Não é considerado uma IST; 
 Candidíase recorrente é aquela que ocorre 4 ou 
mais episódios em 12 meses; 
 
2 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
 Os principais fatores de risco são: 
 Uso de ATB; 
 Imunossupressão; 
 Uso de corticoides; 
 Habito de higiene e vestuário que 
aumentam a umidade local; 
 Gravidez; 
 Obesidade; 
 DM; 
 Contraceptivo oral combinado; 
 Radioterapia. 
 Quadro clínico: 
 Fluxo vaginal tipo queijo cottage; 
 Prurido; 
 Pode haver: dispareunia, queimação 
vulvar, disúria terminal; 
 Eritema e edema em formações labiais; 
 pH vaginal ácido < 4,5; 
 Fissuras e escoriações; 
 Teste das aminas negativo. 
 Diagnóstico: é feito através do quadro clínico + 
exames, quando necessário. 
 Exame fresco: o material vaginal é colhido 
e pingado hidróxido de potássio ou soro 
fisiológico, na qual expõe hifas ou esporos; 
 Cultura: indicado quando há resistência ou 
recorrência dos casos. 
 Tratamento: 
 
OBS: Em gestantes a via oral é contraindicado. 
- Tricomoníase: é uma vaginite causada por Trichomonas 
vaginalis, o qual é um parasita flagelado capaz de fagocitar 
vírus, fungos, bactérias e se transportar para o trato genital 
superior. 
 É considerado uma IST; 
 Pode estar associada à vaginose bacteriana. 
 Quadro clínico: 
 Presença de corrimento profuso, amarelo-
esverdeado bolhoso; 
 
 Pode ocorrer dispareunia, prurido leve, 
irritação vulva e disúria; 
 A inflamação considerável aumenta o risco 
de outras infecções; 
 pH >4,5, de modo que o teste das aminas 
pode ser positivo, devido a presença de 
germes anaeróbicos associados a vaginose 
bacteriana. 
 Vagina e ectocérvice hiperemiada; 
 Colo em framboesa; 
 Teste de Schiller em pele de onça. 
 
 Diagnóstico: 
 Exame a fresco: para observar o parasita 
em movimento; 
 Gram; 
 Cultura no meio de Diamond; 
 PCR. 
 Tratamento: 
 1ª opção (incluindo gestantes e lactantes): 
Metronidazol 400 mg, 5 comprimidos, VO, 
dose única ou Metronidazol 250 mg, 2 
comprimidos, VO, 2x/dia por 7 dias. 
OBS: Resumindo vaginose bacteriana, candidíase e 
tricomoníase. 
Diagnóstic
o 
Queixa 
Característi
cas do 
corrimento 
Teste 
das 
amin
as 
pH 
Microsco
pia 
Normal Nenhuma 
Claro, fluido 
e 
esbranquiç
ado 
- 
3,8-
4,2 
Células 
epiteliais 
e 
presença 
de 
lactobacil
us 
Vaginose 
bacterian
a 
Odor fétido 
de peixe 
podre, 
associado 
ao coito ou 
menstruaç
ão 
Esbranquiça
do ou 
cinzento, 
fluido, 
aderente às 
paredes 
vaginais 
+ >4,5 
Clue 
cells, 
raros 
lactobacil
us 
Candidías
e 
Prurido, 
ardor e 
corrimento 
Esbranquiça
do, espesso 
com 
grumos 
- <4,5 
Brotos, 
hifas e 
pseudohif
as 
Tricomoní
ase 
Corrimento 
espumoso 
com odor, 
disúria e 
prurido 
Verde-
amarelado 
espumoso, 
aderente e 
abundante 
Pode 
ser 
negat
ivo ou 
positi
vo 
>4,5 
Tricomon
as móveis 
 
3 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
- Vaginite inflamatória descamativa: doença de etiologia 
desconhecida, que ocorre geralmente em mulheres na 
Perimenopausa. 
 Quadro clínico: 
 Presença de corrimento purulento, ardor ou 
irritação vulvovaginal; 
 Dispareunia; 
 Eritema vulvar e vaginal. 
 Diagnóstico: presença de todos os seguintes critérios. 
 Pelo menos 1 dos seguintes sintomas: 
corrimento vaginal, dispareunia, prurido, 
queimação e irritação; 
 Inflamação vaginal: eritema, petéquias ou 
equimoses em mucosa; 
 pH >4,5; 
 Exame a fresco: microscopia salina 
demonstrando aumento do numero de 
células parabasais e inflamatórias; 
 Exclusão vaginose bacteriana, 
tricomoníase, infecção por C. trachomatis e 
N. gonorrhaeae. 
 Tratamento: 
 Clindamicina creme vaginal a 2% por 14 
dias Ou; 
 Hidrocortisona 10% intravaginal durante 2-4 
semanas. 
- Vaginose citolítica: representa uma proliferação excessiva 
dos lactobacilos, o que aumenta o processo citolítico, cujos 
produtos são responsáveis pelos sintomas. 
 Quadro clínico: 
 Prurido; 
 Corrimento grumoso; 
 Dispareunia; 
 Disúria; 
 Aumento cíclico dos sintomas durante a 
fase lútea. 
 Diagnóstico: 
 Presença de corrimento vaginal branco; 
 pH entre 3,5-4,5 
 Coloração de gram mostrando grande 
número de lactobacilos, escassez de 
leucócitos, evidência de citólise (presença 
de núcleos nus, fragmentos de citoplasma); 
 Exclusão de infecção por Candida por 
cultura. 
 Tratamento: 
 Duchas de bicarbonato de sódio: 1 colher 
de chá em 600 mL de água 1x/dia durante 
7-14 dias. 
- Vaginite atrófica: representa uma doença por perda de 
estrogênio e está frequentemente relacionada a queixas de 
Vulvovaginitesem mulheres no climatério e na menopausa. 
 Quadro clínico: 
 Secura; 
 Queimação; 
 Dispareunia; 
 Sangramento pós-coito; 
 Leve prurido; 
 Mucosa vaginal pálida, seca, delgada, 
com redução da rugosidade e 
elasticidade. 
 pH >4,5 por redução de lactobacilos. 
 Tratamento: 
 Hidratantes não hormonais e lubrificantes: a 
fim de melhorar a secura vaginal, promover 
conforto durante o sexo, aumentar a 
umidade vaginal. Contudo, não revertem a 
maioria das alterações vaginais atróficas. 
 Estrogênio vaginal: tratamento eficaz para 
os sintomas de secura e desconforto 
vulvovaginal (prurido, ardor, irritação), 
fragilidade do tecido e dispareunia.

Continue navegando