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AV 1 - Direito Administrativo II - Nota 10 - Renata Peixoto

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FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO 
 
 
 
 
 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 
 
 
 
 
1ª AVALIAÇÃO DE DIREITO ADMINISTRATIVO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador 
2021 
Questão 1) Em um primeiro momento, é importante salientar que a Lei 8.987/95 versa sobre as 
concessões ditas comuns, isto é, caracterizadas pela transferência do exercício de uma atividade 
considerada como serviço público que podem ou não ser remuneradas por tarifa. Todavia, a 
experiência demonstrou alguns problemas com as concessões tradicionais, de tal forma que a Lei 
11.079/2004 trouxe aperfeiçoamento, estabelecendo dispositivos específicos para execução desses 
contratos. Ademais, a lei de 2004 inseriu no objeto das concessões o que não existia até então: contratos 
em que o pagamento de tarifas dos usuários não seriam suficientes para sustentar a concessão. 
A Lei nº 11.079/2004 dispõe sobre as parcerias público-privadas em sentido estrito, sendo estas a: (i) 
patrocinada, “trata-se de um contrato de concessão de serviços públicos, podendo ser precedida ou não 
de obra pública, no qual, adicionalmente à tarifa paga pelos usuários, há uma contraprestação do Poder 
Público ao parceiro privado” (MATHEUS CARVALHO, 2018, pág. 673); e (ii) a administrativa, que 
corresponde a situação em que a própria Administração Pública se encarrega pelo pagamento das 
tarifas, não sendo conveniente a cobrança de tarifa dos usuários, vez que ostenta a característica de ser 
usuária do serviço ora prestado (de forma direta ou indireta). 
Como já apontado no próprio enunciado da questão, o caso em tela diz respeito a uma concessão 
patrocinada, regida pela Lei 11.079/2004, mas que consoante a seu artigo 3°, § 1°, pode utilizar de 
forma subsidiária a Lei 8.987/95. 
Feitos tais esclarecimentos iniciais, é imprescindível apontar que cabe ao Estado optar entre os tipos 
de concessões, devendo se atentar àquele que melhor atenda os princípios que fomentam o serviço 
público. Isso porque, se a atividade discutida foi elencada como serviço público é porque ela guarda 
referência com a dignidade da pessoa humana, e precisa atender a generalidade das pessoas (princípio 
da universalidade). 
Assim, em resposta direta ao enunciado da questão, resta claro que não é adequado e tampouco 
conveniente pensar em uma espécie de concessão que não a patrocinada (devendo o caso em tela ser 
regido pela Lei 11.079/2004), uma vez que isso implicaria na violação do princípio da modicidade das 
tarifas, visto que existem serviços cujo investimento é tão alto, que se o parceiro privado fosse 
remunerado apenas com as tarifas, a tarifa teria que ser muito alta para os administrados. 
E, nesta senda, é inviável se pensar em uma tarifa muito alta para os administrados, uma vez que, tal 
qual aponta o art. 6º da Carta Magna, o transporte se configura como direito social, e o Estado deve, 
pois, buscar políticas públicas que promovam acesso universal à tal serviço. 
Ademais, para o Estado é muito melhor se pensar em uma concessão patrocinada, levando-se em 
consideração que muito embora ele não tenha toda a remuneração paga pelos futuros usuários, ele não 
terá que desembolsar a totalidade do necessário para realização deste serviço, e tampouco teria que 
administrar a execução que por sua vez é extremamente complexa. 
No tocante aos critérios que o administrado deve utilizar para escolher o tipo de concessão a ser 
utilizada, ressalta-se que deve existir uma análise se o serviço é autofinanciável, como uma espécie de 
planejamento de prospecção no futuro, identificando, por exemplo, a média de usuários, se é ou não 
uma zona de expansão etc. Em não sendo autofinanciável, e tratando-se na maioria da vezes de um 
serviço de técnica complexa e valor alto, entende-se que a escolha a seguir deve compreender a 
concessão patrocinada. Por outro lado, para a escolha da concessão administrativa entende-se que a 
situação deverá compreender a impossibilidade de cobrança de tarifas dos usuários, sendo a 
remuneração do parceiro privado totalmente proveniente de aportes regulares de recursos 
orçamentários do Poder Público (PPP BRASIL, [s.d]). 
Por fim, no tocante às concessões comuns, tem-se que “a empresa concessionária será remunerada 
pelas tarifas que cobrará dos usuários, não lhe sendo devida contraprestação pelo ente estatal, devendo, 
pois, explorar o serviço concedido de forma que obtenha a sua remuneração” (MATHEUS 
CARVALHO, 2018, pág. 55). 
Questão 2) O Termo de Arrolamento e Transferência de bens corresponde a uma transferência 
provisória, em que é feito um levantamento de todos os bens que serão transferidos para a empresa 
privada (a concessionária). Em outras palavras, e analisando diante do caso concreto, durante o prazo 
de 30 anos (cláusula 5.2 do referido contrato), período da execução da presente concessão, os bens 
pertencentes ao concedente (Estado da Bahia), vinculados à operação (isto é, que serão utilizados na 
execução), serão transferidos (mas, não em sua totalidade, uma vez que a propriedade não se transfere 
100%) para a concessionária (que se tornará, pois, possuidora do bem e incorporará os ativos 
temporários da mesma). 
A utilidade e necessidade deste termo, se configura uma vez que caberá a concessionária efetuar a 
manutenção corretiva e preventiva dos bens vinculados, de modo a conservá-los em condições 
adequadas de uso, respeitando às normas técnicas relativas à saúde, segurança, acessibilidade, higiene, 
conforto, sustentabilidade ambiental, entre outros parâmetros essenciais à sua boa utilização (cláusula 
6.2). 
Ademais, conforme aponta a cláusula 6.2.1, em face da obsolescência, quebra ou extravio dos bens 
que compõem o referido inventário de bens vinculados, a concessionária se incumbirá de prosseguir 
com o conserto, reposição ou substituição do mesmo. Ato contínuo, consoante a clara demonstração 
das cláusulas 6.3 e 6.3.1, deverá ser apresentado, em período acertado entre as partes, relatório da 
relação dos bens vinculados e o estado em que se encontram, tudo objetivando zelar pelo real 
cumprimento dos objetivos da concessão, bem como atender aos interesses da coletividade. 
Pelo exposto, resta claro que, em suma, busca-se por meio de tais cláusulas salvaguardar os princípios 
da continuidade, regularidade e atualidade dos serviços públicos. 
Por fim, frisa-se que ao final da concessão tais bens vinculados serão devolvidos ao Estado (parte 
concedente). 
Questão 3) Para fins de esclarecimento, tal qual aponta a cláusula 6.6.1, bens reversíveis compreendem 
os bens necessários e essenciais à execução dos serviços objeto do contrato e que serão revertidos ao 
concedente ao término da concessão. Em continuação, quando o contrato da concessão ora discutida 
estabelece que “bens reversíveis, incluindo os bens imóveis adquiridos pela Concessionária para a 
realização dos serviços, afetados à operação, serão considerados bens fora de comércio, não podendo 
ser cedidos alienados, onerados ou penhorados”, claramente nota-se uma preocupação em atender aos 
princípios interligados à prestação do serviço público, quais sejam, da atualidade, regularidade e 
continuidade. 
Isso porque, sabe-se que a concessão corresponde a uma prestação do serviço público de forma 
descentralizada, que significa, em linhas gerais, a situação em que a atividade administrativa ou a sua 
mera execução é atribuída a outra entidade, distinta da Administração, para que se realize. Ato 
contínuo, é importante apontar que, em síntese, os bens públicos interligados à prestação do serviço 
público são dotados de características como a inalienabilidade, a impenhorabilidade, a 
imprescritibilidade e a impossibilidade de oneração dos entes públicos . 
Neste sentido, em face da administração indireta (caso da concessão patrocinada em questão), ainda 
que os bens em questão sejam de ordem das pessoas jurídicas de direito privado (como é ocaso da 
concessionária envolvida no contrato da implantação e operação do metrô Salvador-Lauro de Freitas), 
estando estes afetados à operação do serviço público (isto é, necessários para a perseguição do objeto 
do contrato de concessão), incidirão as mesmas características dos bens públicos, sendo estas, a 
impenhorabilidade, a imprescritibilidade e a impossibilidade de oneração dos entes públicos 
(MATHEUS CARVALHO, 2018, p. 1108-1109) . 
Isso porque, se os bens de ordem privada afetados à operação pudessem figurar dentro do comércio, 
haveria uma interrupção do serviço público, gerando o consequente comprometimento do princípio 
básico que norteia toda a atividade administrativa, qual seja, a supremacia do interesse público sobre 
o interesse privado, uma vez que restaria comprometida a prestação do serviço público de maneira 
continuada, regular, atualizada e que objetiva atender a coletividade. 
Por fim, necessário reiterar e sublinhar que todo o exposto anteriormente quanto aos bens pertencentes 
as pessoas jurídicas do direito privado, apenas se configura quando diante de um bem que carrega 
interligação com a prestação do serviço público. Desta forma, os bens do particular que não traçam 
vinculação ao objeto da concessão, não seguem necessariamente a reversão. 
 
 
REFERÊNCIAS 
CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo/ Matheus Carvalho – 5. Ed. rev. ampl. e 
atual. – Salvador: JusPODIVM, 2018, pág. 673. 
CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo/ Matheus Carvalho – 5. Ed. rev. ampl. e 
atual. – Salvador: JusPODIVM, 2018, pág. 55. 
CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo/ Matheus Carvalho – 5. Ed. rev. ampl. e 
atual. – Salvador: JusPODIVM, 2018, pág. 1108-1109. 
PPP BRASIL. O observatório das parcerias público-privadas - concessão administrativa. Disponível 
em: http://www.pppbrasil.com.br/portal/glossario. Acesso em 16 de setembro de 2021. 
 
 
 
http://www.pppbrasil.com.br/portal/glossario

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