Buscar

CONTROLE DE QUALIDADE MICROBIOLÓGICO AOL1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Controle biológico: conceitos gerais e 
objetivos 
Seção 3 de 6 
 
A expectativa de vida dos seres humanos vem aumentado consistentemente 
nas últimas décadas. O melhoramento da assistência médica, assim como a 
maior disponibilidade de medicamentos para o tratamento das doenças, tem 
um papel de grande importância perante a melhora progressiva da saúde da 
população em nível mundial. Algumas doenças infecciosas, inclusive, já são 
consideradas erradicadas no mundo todo, como a varíola, por exemplo. 
Isso ocorreu graças ao desenvolvimento e avanço das vacinas, que, 
com os medicamentos, são o resultado de um amplo investimento 
da indústria farmacêutica. 
A fabricação de produtos farmacêuticos, portanto, é cada vez maior, e 
é um dos setores mais bem-sucedidos da economia global (DENYER 
e colaboradores, 2011). 
 
ASSISTA 
O filme O jardineiro fiel, de Fernando Meirelles, conta a história 
de um diplomata inglês que vive na África quando sua esposa 
é brutalmente assassinada. Na investigação do crime, 
descobre que sua luta é contra a ganância de uma grande 
empresa farmacêutica. Essa obra (2005) nos faz refletir sobre a 
indústria farmacêutica no cenário econômico mundial: até que 
ponto podemos ir para testar novos medicamentos? O que 
fazer para que seres humanos não sejam usados como 
cobaias? Qual a relação entre ética e ganhos econômicos? 
Qual o custo real do desenvolvimento de novos fármacos? 
O crescimento da indústria farmacêutica, contudo, bastante evidente 
nos últimos anos, veio acompanhado pelo aumento dos padrões de 
qualidade dos fármacos e da maior exigência das regulamentações. 
Tudo isso a fim de certificar que o produto obedeça um rigoroso processo de 
fabricação que garanta sua eficácia, estabilidade, segurança e boa qualidade, 
durante seu armazenamento e sua utilização. 
Clique nas setas para saber mais 
1 
Controle de qualidade 
Uma das ferramentas mais utilizadas para assegurar tais 
características aos medicamentos é o controle de qualidade, uma 
disciplina que aborda conhecimentos teóricos e práticos de diversas 
áreas da ciência, como: química, física, biologia e matemática, bem 
como as legislações sanitárias. 
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA – 
(2019), o controle de qualidade é o conjunto de medidas destinadas a 
garantir, a qualquer momento, a produção de lotes de medicamentos e 
demais produtos que satisfaçam às normas de identidade, atividade, 
teor, pureza, eficácia e inocuidade. 
1 
2 
2 
Garantia da qualidade 
A garantia da qualidade representa não só um fator diferencial que 
contribui para a competitividade e sobrevivência da indústria no setor, 
por conferir credibilidade e solidez à empresa, mas também um pré-
requisito legal, como evidenciado na Resolução RDC nº 17/2010, que 
dispõe sobre as boas práticas de fabricação de medicamentos. 
Tal legislação traz os principais aspectos do gerenciamento da 
qualidade na indústria de medicamentos; destacam-se os artigos 6º ao 
12º nessa temática. 
1 
2 
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO E 
BIOSSEGURANÇA 
Um dos principais elementos necessários para o controle de qualidade 
é o laboratório de controle de qualidade de produtos farmacêuticos. O 
Quadro 1 resume dados relevantes para a implementação das boas 
práticas de laboratório. 
 
Quadro 1. Resumo dos aspectos de gestão, infraestrutura, materiais, equipamentos e 
outros dispositivos do laboratório de controle de qualidade de produtos 
farmacêuticos. Fonte: OMS, 2010. (Adaptado). 
Dentre os aspectos abordados na tabela, destaca-se a biossegurança. 
Trata-se de um termo bastante amplo e se refere ao conjunto de 
medidas voltadas à prevenção, controle, redução ou eliminação dos 
riscos presentes nas atividades de pesquisa, produção, ensino, 
desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços que podem 
comprometer a saúde de seres humanos, animais, meio ambiente e 
qualidade dos trabalhos desenvolvidos (ABDI e colaboradores, 
2015).No contexto dos laboratórios de controle de qualidade, a 
prevenção de acidentes é responsabilidade de todos. 
Os profissionais devem cumprir as normas estabelecidas pelo manual 
de biossegurança, visto que ele identifica os riscos e especifica as 
práticas e os procedimentos que minimizam ou eliminam esses 
problemas. 
 
A atividade requer o uso de equipamentos de proteção individual 
(EPIs), como os ilustrados na Figura 1, e de proteção coletiva, que são 
necessários às operações. Além disso, todos os profissionais 
precisam participar de treinamentos e reciclagens periódicos. Por fim, 
caso ocorram acidentes, eles têm que ser comunicados e 
devidamente monitorados. 
 
Figura 1. Laboratorista usando EPIs (touca, luvas, óculos, máscara e jaleco) de forma 
correta durante o trabalho. Faz-se necessário ainda o uso de calçado de proteção 
(fechado e antiderrapante), além de evitar qualquer adorno ou acessório. Fonte: 
Shutterstock. Acesso em: 14/09/2020. 
As regras gerais para o trabalho seguro, em conformidade com as regulações 
nacionais e internacionais, considerando os procedimentos operacionais 
padrão, incluem (OMS, 2010): 
 bullet 
Restringir o acesso de pessoas ao laboratório, somente 
para autorizadas; 
 bullet 
As fichas com dados de segurança devem estar 
disponíveis para o pessoal antes de realizar as 
análises; 
 bullet 
Todas as embalagens de substâncias químicas devem 
estar rotuladas e incluir advertências destacadas 
quando aplicável; 
 bullet 
Deve-se proibir fumar, comer e beber no laboratório; 
 bullet 
Deve-se evitar trabalhar sozinho ou em jornadas 
prolongadas de trabalho; 
 bullet 
Os cabos elétricos e equipamentos devem estar 
providos de alimentação e isolamento adequados; 
 bullet 
Disponibilizar kits de primeiros socorros e promover a 
capacitação dos usuários em segurança, emergência e 
combate ao incêndio. 
 
Existem quatro níveis de biossegurança para as atividades que 
envolvem tanto microrganismos infecciosos quanto animais de 
laboratório. Os níveis são designados em ordem crescente, pelo grau 
de contenção formado por instalações, equipamentos de segurança, 
procedimentos e práticas laboratoriais, necessárias para permitir o 
trabalho seguro com agentes de risco para seres humanos, animais e 
ambiente. 
O Quadro 2 sintetiza tais agentes (considerando microrganismos e 
animais), as práticas, os equipamentos de segurança (barreiras 
primárias) e as instalações (barreiras secundárias). 
// Quadro 2. Resumo dos níveis de biossegurança (NB) 
recomendados para agentes infecciosos e para animais 
vertebrados infectados naturalmente ou experimentalmente 
utilizados em laboratório. 
Clique para fazer download do quadro abaixo: 
 
quadro2.png 
1.4 MB 
 
 
DICA 
Os laboratórios para controle de qualidade de produtos 
farmacêuticos geralmente se enquadram na classe de risco 2. 
Para verificar a classificação completa dos agentes biológicos 
quanto ao nível de biossegurança, acesse ao material 
produzido pelo Ministério da Saúde, (2017): “Classificação de 
risco dos agentes biológicos”. 
CLIQUE AQUI 
Em relação ao descarte de resíduos gerados no laboratório, necessita-
se estar em conformidade com a Lei nº 12.305 de 2010, que institui a 
Política Nacional de Resíduos Sólidos, definindo os termos resíduos 
de serviços de saúde e os rejeitos como os “resíduos sólidos que, 
depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e 
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/7.5152.87665/content/_5273314_1/scormcontent/assets/X_t5AX-GNb0k0-BG_dYfEbjBldffVUp9r-quadro2.png
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/7.5152.87665/content/_5273314_1/scormcontent/assets/X_t5AX-GNb0k0-BG_dYfEbjBldffVUp9r-quadro2.png
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/7.5152.87665/content/_5273314_1/scormcontent/assets/X_t5AX-GNb0k0-BG_dYfEbjBldffVUp9r-quadro2.png
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/7.5152.87665/content/_5273314_1/scormcontent/assets/X_t5AX-GNb0k0-BG_dYfEbjBldffVUp9r-quadro2.pnghttps://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/classificacao_risco_agentes_biologicos_3ed.pdf
recuperação por processos tecnológicos disponíveis e 
economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não 
a disposição final ambientalmente adequada”. 
VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS 
 
Além dos aspectos de gestão, infraestrutura, materiais, equipamentos e outros 
dispositivos, é fundamental priorizar os procedimentos de trabalho. 
Primeiramente, quanto ao recebimento de amostras, destaca-se a quantidade 
recebida (ela deve ser suficiente para a repetição de ensaios, se necessário); 
sua representatividade em relação ao lote, a realização de inspeção visual, 
registro, rotulagem e armazenamento adequados até o encaminhamento para 
análise. Os registros de análises têm que ser documentos com informações 
detalhadas sobre a amostra e o ensaio, incluindo os cálculos e os resultados. 
É importante que os métodos (procedimentos) analíticos usados na 
realização das análises sejam validados. A validação é a 
comprovação por meio de fornecimento de evidência objetiva de que 
os requisitos para uma aplicação ou uso específico pretendido foram 
atendidos. Algumas características consideradas na validação de 
métodos analíticos são: exatidão, precisão, especificidade e limite de 
detecção. 
 
Os ensaios devem ser feitos de acordo com a farmacopeia. Os 
ensaios biológicos, que são o alvo desta disciplina, conceituam-se 
como: “procedimentos destinados a avaliar a potência de princípios 
ativos contidos nas matérias-primas e preparações farmacopeicas, 
utilizando reagentes biológicos tais como microrganismos, animais, 
fluidos e órgãos isolados de animais” (ANVISA, 2010). 
Os resultados dos ensaios têm que ser avaliados estatisticamente, 
estimando-se a incerteza de medição e, em seguida, deve ser 
realizado um laudo de análise. 
GARANTIA DE QUALIDADE 
Assim, o sistema de gestão da qualidade necessita dirigir e controlar a 
organização no que diz respeito à qualidade (grau em que um 
conjunto de características inerentes satisfaz a requisitos). 
 
Essa gestão compreende atividades coordenadas focadas em 
demonstrar que os requisitos de qualidade são atendidos em um 
processo chamado de garantia da qualidade. 
A garantia e controle de qualidade do laboratório carecem incluir: 
 1 
1 
O comprometimento com as boas práticas (que devem 
estar descritas em um manual); a implementação do 
sistema de gestão da qualidade; 
 2 
2 
Uma declaração de que todo o pessoal envolvido nas 
atividades de ensaio está familiarizado com a 
documentação da qualidade e que implementa 
permanentemente suas políticas e seus procedimentos; 
 3 
3 
O atendimento aos requisitos dos regulamentos da 
habilitação na vigilância sanitária, representados, 
principalmente, pela Resolução RDC nº 11 de 2012. 
CONTINUE 
 
Assim como os laboratórios de microbiologia, aqueles que realizam atividades 
que envolvem doenças infecciosas com animais experimentais também são 
divididos em quatro níveis de biossegurança, como apresentado no Quadro 1. 
Essas quatro combinações de práticas, equipamentos de segurança e de 
instalações são denominadas de níveis de biossegurança animal (NBA) 1, 2, 3 
e 4 e proporcionam níveis crescentes de proteção às pessoas e ao meio 
ambiente. 
O uso de animais de laboratório é um componente essencial para o 
avanço da ciência, tem-se registro dessa utilização desde a Grécia 
Antiga. Durante séculos, médicos e pesquisadores utilizaram animais 
para melhorar seus conhecimentos sobre como os vários órgãos e 
sistemas do corpo humano funcionavam, bem como para aprimorar 
suas habilidades cirúrgicas. 
O conhecimento obtido com tais testes tem sido fundamental para 
promover a saúde e o bem-estar humano e animal por meio da 
prevenção e cura de doenças, novos tratamentos e desenvolvimento 
de medicamentos e dispositivos. Além disso, a comunidade científica 
entende que o uso de animais é um privilégio confiado pela sociedade, 
por isso, ela está comprometida em garantir a saúde e o bem-estar 
desses animais. 
 
EXPLICANDO 
Animal de laboratório: qualquer vertebrado vivo não humano, 
das espécies classificadas no filo Chordata (animais que 
possuem como características exclusivas, ao menos na fase 
embrionária, a presença de notocorda, fendas branquiais na 
faringe e tubo nervoso dorsal único), 
subfilo Vertebrata (animais cordados que têm como 
características exclusivas um encéfalo grande encerrado em 
uma caixa craniana e uma coluna vertebral), como disposto na 
Lei nº 11.794, de 2008, que estabelece os procedimentos para 
o uso científico de animais. 
 
Cabe ressaltar que, quando o uso de animais for necessário, é 
fundamental planejar e conduzir os experimentos de acordo com os 
mais elevados princípios científicos, humanitários e éticos. É possível, 
sendo assim, diminuir o estresse e a dor causada a esses animais 
(NEVES, 2013). 
BIOTÉRIOS 
De acordo com a Resolução Normativa nº 20 do Conselho Nacional de Controle 
de Experimentação Animal (CONCEA), de 30 de dezembro de 2014 (MCTIC, 
2016a, p. 5), biotério: 
é a instalação na qual são produzidos, mantidos ou utilizados animais para 
atividades de ensino ou pesquisa científica. A instalação deve possuir 
infraestrutura adequada para atender aos requisitos ambientais, sanitários e de 
bem-estar animal para a espécie utilizada. São exemplos: instalações de roedores 
e lagomorfos, fazendas experimentais, canil, pocilga, baia, piquete, curral, galpão, 
granja, tanque para peixes etc. 
Além disso, a Resolução Normativa nº 6, de 10 de julho de 2012 
estabelece que o coordenador de biotério “deverá ser profissional 
com conhecimento na ciência de animais de laboratório apto a gerir a 
unidade, visando ao bem-estar, à qualidade na produção, bem como 
ao adequado manejo dos animais dos biotérios” (BRASIL, 2012a, p. 
13). 
 
O responsável técnico pelos biotérios “deverá ter o título de médico 
veterinário, com registro ativo no Conselho Regional de Medicina 
Veterinária da Unidade Federativa em que o estabelecimento esteja 
localizado e assistir os animais em ações voltadas ao bem-estar e 
cuidados veterinários” (BRASIL, 2012a, p. 13). 
A estrutura física e ambiente de biotérios que serão abordados se 
fundamentam na Resolução Normativa nº 15, de 16 de dezembro de 
2013 (MCTIC, 2016b), para roedores e lagomorfos, sendo os animais 
mais utilizados em laboratórios. 
Tais instalações e ambiente são elementos essenciais para limitar as 
variações fisiológicas que podem alterar a saúde, o bem-estar e os 
ensaios realizados com animais, além de propiciarem a segurança das 
pessoas envolvidas. O projeto do biotério deve considerar a 
abrangência das atividades e dos objetivos institucionais, a espécie 
animal e o número de animais que será alojado. 
 
As instalações básicas de um biotério compreendem: área administrativa, de 
recepção de animais/quarentena, de depósitos (insumos, materiais limpos, 
equipamentos, rejeitos), de higienização, de serviços, salas de animais, sala de 
procedimentos, eutanásia e vestiários. É importante considerar a escolha 
correta dos materiais a serem usados na construção do biotério de forma a 
oferecer as condições adequadas para o funcionamento eficiente e facilitar a 
higienização dos ambientes. 
O controle das variáveis ambientais dentro dos biotérios também é 
fundamental tanto para a produção e manutenção dos animais de 
laboratório quanto para a equipe de técnicos que nele trabalha e para 
a validade das pesquisas. O ambiente deve assegurar um padrão 
sanitário nas colônias, ao mesmo tempo que promove o bem-estar 
dos animais. 
 Devem ser controlados o nível de ruídos, fontes de vibração, 
iluminação, temperatura, umidade, ventilação, exaustão e qualidade 
do ar. A Tabela 1 apresenta o espaço mínimo recomendado para 
alocação dos roedores mais comumente utilizados em laboratório. É 
importante observar que animais maiores podem necessitar de 
espaços maioresque os apresentados na tabela para o 
desenvolvimento apropriado. 
 
Tabela 1. Recomendações de espaço mínimo para roedores alojados em grupos. Fonte: 
NRC, 2011. (Adaptado). 
Considerando os animais em experimentação, as vias de 
administração de medicamentos e de eutanásia são: oral (Figura 2), 
subcutânea (injeção sob a pele do animal), intramuscular (injeção no 
músculo esquelético, geralmente o quadríceps), endovenosa (Figura 
3), intraperitoneal (injeção na cavidade peritoneal, entre os órgãos 
abdominais). 
De acordo com a Resolução Normativa nº 30 do CONCEA, de 02 de 
fevereiro de 2016, eutanásia é o modo de matar o animal sem dor e 
com mínimo estresse. O método deve ser tecnicamente aceitável e 
cientificamente comprovado, sua escolha depende da espécie 
envolvida, da idade e do estado fisiológico dos animais, bem como 
dos meios disponíveis de contenção, da capacidade técnica do 
executor, da quantidade de animais e do protocolo de estudo 
estabelecido. 
 
A técnica ideal deve induzir a uma rápida perda de consciência no animal, 
sendo irreversível, reproduzível, confiável, simples de administrar e segura para 
o operador. 
Clique nas setas para saber mais 
CONCEITO 3 RS 
 
A partir do século XIX, houve um aumento no número de animais 
utilizados em experiências com a ascensão da ciência biomédica 
moderna. Em 1959, com a publicação do livro The principles of 
humane experimental technique pelos pesquisadores William Russell 
e Rex Burch, iniciou-se o movimento de proteção aos animais usados 
em pesquisa, representando um marco na discussão sobre a 
utilização desses animais em experimentos. 
Tal movimento estabeleceu os princípios de Russell-Burch de 
“redução, substituição e refinamento” no uso de animais, conhecidos 
como princípio ou conceito dos 3 Rs (reduction, refinement, 
replacement). Apesar de antigo, esses princípios ainda se mantêm 
bastante presentes nos meios científicos e acadêmicos em nível 
mundial. 
 
Sinteticamente, deve haver reflexão para tentar reduzir o número de 
animais por procedimento experimental em um estudo, substituir o uso 
de animais sempre que possível e aprimorar os métodos já descritos 
para minimizar o desconforto animal. Os princípios, assim, precisam 
ser incorporados ao design e condução de atividades de laboratório 
que envolvam animais, destacando que o custo e a conveniência não 
devem ter precedência sobre esses princípios. 
Clique nos botões para saber mais 
Redução 
– 
A redução (reduction) reflete a obtenção de nível equiparável de 
informação com o emprego de menos animais. Ela pode ser baseada 
na estratégia de busca ativa na literatura especializada, a fim de não 
duplicar ensaios realizados; é importante que haja estímulo à 
publicação de resultados negativos para que o banco de dados seja o 
mais abrangente possível, contemplando todos os estudos já 
realizados. 
 
Também é essencial conservar a qualidade genética, sanitária e 
ambiental dos animais, o que possibilitará uma diminuição no número 
de animais utilizados, visto que os resultados apresentarão uma 
menor dispersão. Por fim, sempre que possível, necessita-se 
compartilhar os mesmos animais para diferentes ensaios. 
Refinamento 
– 
O refinamento (refinement) promove o alívio ou a minimização da 
dor, sofrimento ou estresse do animal. Várias abordagens podem ser 
utilizadas para melhorar os protocolos experimentais, seja prevenindo, 
seja aliviando esses danos: 
 
 
 Utilização de técnicas apropriadas no manuseio dos 
animais, assim como o uso de analgésicos e 
anestésicos em experimentos potencialmente 
dolorosos; 
 Capacitação adequada antes de executar qualquer 
ensaio; 
 As cirurgias devem ser feitas de forma asséptica, 
evitando infecções e estabelecendo cuidados pós-
cirúrgicos adequados. Idealmente, realizar uma única 
cirurgia por animal. 
Substituição 
– 
A substituição (replacement) estabelece que um determinado 
objetivo seja alcançado sem o emprego de animais vertebrados vivos. 
Como exemplo, é possível citar a utilização de: animais invertebrados, 
embriões de vertebrados, microrganismos, órgãos e tecidos isolados 
de animais, cultura de tecidos e células (técnicas in vitro), sistemas 
físico-químicos mimetizantes de funções biológicas e simulação de 
processos fisiológicos em computadores. 
Considerando todos esses aspectos, é imprescindível fazer uma 
avaliação do custo-benefício do uso de animais nos ensaios, refletindo 
sobre o grau de dano a que o animal será submetido e a intensidade 
do benefício que será adquirido com os resultados do ensaio. 
Torna-se fundamental, portanto, destacar a importância de se 
trabalhar com uma vida, por isso, é essencial conhecer bem o 
comportamento de cada espécie e suprir todas as necessidades da 
forma mais adequada possível. Inclusive, ressalta-se que o não 
cumprimento das orientações estabelecidas no Guia brasileiro de 
produção, manutenção ou utilização de animais em atividades de 
ensino ou pesquisa científica pode incorrer em sanções 
administrativas e penais, caso aconteçam maus-tratos. 
MÉTODOS ALTERNATIVOS 
Os métodos alternativos podem ser definidos como qualquer método 
que visa reduzir, refinar ou substituir (parcial ou totalmente) o emprego 
de animais vivos na pesquisa biomédica, ensaios ou ensino. São 
exemplos desses métodos os modelos matemáticos, simulação em 
computador e sistemas biológicos in vitro. 
Segundo a Resolução Normativa nº 17, de 3 de julho de 2014 
(CARVALHO, 2015, n.p.), o método alternativo é “qualquer método 
que possa ser utilizado para substituir, reduzir ou refinar o uso de 
animais em atividades de pesquisa”; sendo que o método alternativo 
validado se refere àquele: 
cuja confiabilidade e relevância para determinado propósito foram 
determinadas por meio de um processo que envolve os estágios de 
desenvolvimento, pré-validação, validação e revisão por 
especialistas, o qual está́ em conformidade com os procedimentos 
realizados por Centros para Validação de Métodos Alternativos ou 
por estudos colaborativos internacionais, podendo ter aceitação 
regulatória internacional (CARVALHO, 2015, n.p.). 
O método alternativo reconhecido “é o método alternativo validado que foi 
reconhecido pelo CONCEA” (CARVALHO, 2015, n.p.). 
Na Resolução Normativa nº 18, de 24 de setembro de 2014, constam 
os 17 métodos alternativos para o uso de animais em atividades de 
pesquisa no Brasil, agrupados nesses sete desfechos: 
 bullet 
Para avaliação do potencial de irritação e corrosão da pele; 
 bullet 
Para avaliação do potencial de irritação e corrosão ocular; 
 bullet 
Para avaliação do potencial de fototoxicidade; 
 bullet 
Para avaliação da absorção cutânea; 
 bullet 
Para avaliação do potencial de sensibilização cutânea; 
 bullet 
Para avaliação de toxicidade aguda; 
 bullet 
Para avaliação de genotoxicidade. 
Controle de qualidade de material de 
acondicionamento e embalagem 
Seção 5 de 6 
 
No cenário global atual, é praticamente impossível visualizar a existência de 
qualquer empresa farmacêutica sem a embalagem, visto que a produção de 
medicamentos em larga escala não teria utilidade caso eles não fossem 
embalados adequadamente. A embalagem é essencial, desse modo, para que 
o medicamento fabricado permaneça em sua forma original com todas as 
especificações de qualidade e de segurança desejadas durante o prazo de 
validade especificado. 
De maneira geral, deve-se considerar que as embalagens necessitam 
atender a uma séria de regulações, estando em conformidade com as 
boas práticas de fabricação e com o controle de qualidade da indústria 
farmacêutica, bem como atendendo às demandas do mercado. 
Por outro lado, as embalagens oferecem proteção (contra 
deterioração, vazamento, contaminação e crescimento microbiano), 
estabilidade e qualidade, auxiliando na identificação do produto e 
atuando como uma ferramenta para atrair o cliente, o que pode 
impactar na venda do medicamento. A Figura 4 apresentaa ilustração 
de diversos tipos de embalagem, destacando diferentes formatos e 
colorações. 
 
Figura 4. Ilustração do produto final disponível para comercialização. Fonte: Shutterstock. 
Acesso em: 14/09/2020. 
MATERIAIS DE ACONDICIONAMENTO E 
EMBALAGENS 
[a embalagem] é o invólucro, recipiente ou qualquer 
forma de acondicionamento, removível ou não, destinado 
a cobrir, empacotar, envasar, proteger ou manter, 
especificamente ou não, os medicamentos, as drogas, os 
insumos farmacêuticos e correlatos, os cosméticos, os 
saneantes e outros produtos (ANVISA, 2010, p. 42). 
 
O termo “embalagem primária” diz respeito àquela que mantém 
contato direto com seu conteúdo. “Considera-se material de 
embalagem primária: ampola, bisnaga, envelope, estojo, flaconete, 
frasco de vidro ou de plástico, frasco-ampola, cartucho, lata, pote, 
saco de papel e outros” (ANVISA, 2010, p. 42), alguns desses 
ilustrados na Figura 5. Não deve haver qualquer interação entre o 
material da embalagem primária e o conteúdo capaz de alterar a 
concentração, a qualidade ou a pureza do material acondicionado. 
A embalagem secundária se refere àquela que: 
[...] possibilita total proteção do material de 
acondicionamento nas condições usuais de transporte, 
armazenagem e distribuição. Considera-se embalagem 
secundária: caixas de papelão, cartuchos de cartolina, 
madeira ou material plástico ou estojo de cartolina e 
outros (ANVISA, 2010, p. 42). 
Ainda de acordo com a Anvisa (2010): 
[...] compreende-se por material de embalagem o 
recipiente; envoltório; invólucro; ou qualquer outra forma 
de proteção, removível ou não, usado para envasar; 
proteger; manter; cobrir; ou empacotar, especificamente, 
ou não, matérias-primas; reagentes e medicamentos 
(ANVISA, 2010, p. 47). 
 
Figura 5. Diversas embalagens podem ser utilizadas para armazenar medicamentos, 
fabricadas com diferentes tipos de materiais. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/09/2020. 
Há uma classificação para embalagens terciárias, elas geralmente não 
são vistas pelos consumidores, pois são removidas pelos varejistas 
antes que os produtos sejam expostos para venda. Essa embalagem, 
porém, tem papel crucial durante o transporte dos produtos do 
fabricante até os distribuidores ou comerciantes, protegendo o produto 
dos danos que podem ocorrer. Exemplos de materiais desse tipo de 
embalagem são: caixas de madeira e de papelão. 
 
Uma das principais características das embalagens é garantir a estabilidade do 
produto contra prejuízos e perigos ambientas. Alguns desses fatores englobam: 
luz, temperatura, umidade, microrganismos, partículas e gases atmosféricos. 
Existem também os riscos mecânicos, como: compressão, vibração, abrasão, 
perfuração e choque. Além disso, é importante proteger o produto contra perda 
ou ganho de água e redução de qualquer componente da formulação. É 
fundamental que os materiais da embalagem não reajam com o produto, 
preservando-os durante todo o prazo de validade. 
Os materiais comumente usados para embalar produtos farmacêuticos 
são plástico, vidro, metal e borracha (Figura 5). O Quadro 3 apresenta 
os tipos de matérias-primas que podem ser empregados na produção 
de embalagens de medicamentos, além da principal utilização. A 
escolha do material depende de vários fatores, entre eles: o tipo de 
medicamento, o grau de proteção exigido, a adequação do método de 
envase, o requisito de esterilização, a compatibilidade entre 
medicamento e material de embalagem, a conveniência do paciente e 
o custo da embalagem. 
Esses materiais são utilizados isoladamente ou em combinação, 
servindo como ingrediente principal para a construção da embalagem 
primária. Os materiais mais usados são plásticos e vidros (AMARJI e 
colaboradores, 2018). 
 
Quadro 3. Tipos de matérias-primas que podem ser utilizados na produção de 
embalagens de medicamentos. Fonte: WHO, 2002. (Adaptado). 
Em geral, os plásticos são polímeros sintéticos de alto peso molecular 
e sensíveis à temperatura. Assim, considerando a embalagem de 
produtos farmacêuticos, poucos materiais plásticos apresentam a 
resistência necessária à temperatura para poderem ser autoclavados. 
Exemplos desses polímeros são: cloreto de polivinil, polipropileno de 
poliestireno, policarbonato, polipropileno, tereftalato de polietileno 
(PET), olefinas cíclicas, poliamida (nylon). 
Esses polímeros termoplásticos são leves e mecanicamente quase tão 
fortes quanto os metais. Como o vidro, eles oferecem propriedades 
transparentes com espessura relativamente menor, conseguindo 
armazenar o produto por muito tempo. Ao contrário dos polímeros 
termoplásticos, ureia-formaldeído, fenol-formaldeído, resinas epóxi 
(epóxidos), os poliuretanos são polímeros termoendurecíveis. 
 
Os materiais plásticos oferecem liberdade de design. Durante a 
síntese plástica, os polímeros termoplásticos mencionados são 
utilizados com uma quantidade substancial de plastificante, cargas e 
antioxidantes etc. Esses ingredientes, nesse sentido, podem migrar do 
plástico para o produto, o que é bastante prejudicial; os componentes 
do medicamento também não devem ser adsorvidos pelo plástico. A 
seleção do material plástico, portanto, é crítica, e o recipiente de 
plástico escolhido não deve interagir com o medicamento. 
O vidro é principalmente um material inorgânico (isto é, sílica) ou sua 
mistura com outros materiais como óxido de cálcio, de alumínio, de 
sódio, de boro, de bário, de magnésio e de potássio. Há vários tipos 
de vidro disponíveis em diferentes cores. Dependendo do requisito do 
medicamento, diferentes modelos de embalagens de vidro são 
utilizados (por exemplo, garrafas de vidro para xaropes, soluções, 
suspensões, comprimidos e para injeções unitárias ou multidose). 
Com base no seu grau de resistência química ao contato com a água (isto é, 
resistência à hidrólise), os recipientes de vidro são classificados em quatro tipos. 
 1 
1 
Borossilicato altamente resistente (vidro tipo I): contém 
sílica (80%), óxido bórico (10%) e pequenas 
quantidades de óxido de sódio e óxido de alumínio; 
 2 
2 
Soda-cal moderadamente resistente (vidro tipo II): 
contém sílica (75%), óxido de sódio (15%), óxido de 
cálcio (10%) e pequenas quantidades de óxido de 
alumínio, de magnésio e de potássio; 
 3 
3 
Soda-cal altamente resistente (vidro tipo III): é fabricada 
a partir de vidro tipo II que sofre a desalcalinização; 
 4 
4 
Soda-cal para uso geral (vidro tipo IV): apresenta baixa 
resistência hidrolítica, não pode ser autoclavado. 
 
CURIOSIDADE 
A cor do vidro é determinada pelos seguintes componentes: 
fluoretos ou óxido de estanho (branco); óxidos de cobalto, 
cobre, ferro e níquel (preto); óxido de níquel e de titânio (cinza); 
óxido de neodímio (roxo); óxido de cobalto ou de cobre (azul); 
cromato de ferro ou óxido de cobre (azul-esverdeado); óxido de 
ferro e crômico (verde); óxido crômico ou sulfeto de cádmio 
(amarelo-esverdeado); óxido de urânio, ferro/manganês, ou de 
prata (amarelo); óxido de ferro e enxofre ou dissulfeto de ferro 
(âmbar); sulfeto de cádmio, manganês, ouro metálico, óxido de 
cobre, cloreto de ouro (vermelho). 
 
Vários medicamentos podem ser embalados em recipientes com o 
metal como material básico. Estanho, alumínio, aço inoxidável e 
chumbo são os metais empregados na fabricação desses recipientes. 
Algumas vantagens do uso de metal em comparação com o plástico e 
vidro são: rigidez, ser inquebrável, leveza em comparação com o vidro 
e impermeabilidade à umidade e aos gases, sendo resistentes a 
flutuações extremas de temperatura. 
Suas principais limitações, no entanto, incluem: o custo e a tendência 
à reação com determinados produtos químicos. Entre todos os metais, 
o estanho tem menos reatividade e é considerado quimicamente 
inerte. Por causa da sua inércia, vários recipientes de metal são 
revestidos internamente com estanho. Além de estanho, são utilizados 
recipientes revestidos com polímero termoplástico.Recipientes de 
metal revestido de vidro também é uma das opções para melhorar a 
inércia química da embalagem. 
 
O fechamento é um componente crítico de um sistema de embalagem, 
em geral, o material aproveitado para esse fim é de plástico ou de 
borracha. A borracha é um material vulcanizado de elastômeros com 
aditivos apropriados. Esses elastômeros podem ser de fontes naturais 
ou sintéticas e produzidos por polimerização de adição ou por 
polimerização de condensação. 
O fechamento é capaz de ser utilizado como prova de violação 
(demonstrando que o medicamento já foi aberto) e ser resistente a 
crianças, ou seja, deve possuir um mecanismo que exija uma 
habilidade não comum para esse grupo de pessoas. Um dos pré-
requisitos principais do sistema de fechamento é garantir a segurança 
e a proteção do produto perante os fatores ambientais. A opção por 
embalagens não contaminantes do tipo dose única 
ou dispensers ajudam a minimizar essa interferência dos fatores 
ambientais no produto. 
Percebe-se, dessa forma, que as embalagens têm como função 
primordial a proteção do medicamento, mas também facilitam a 
identificação, manuseio, abertura, fechamento, armazenamento, 
proporcionando melhor experiência ao paciente. Além disso, 
diferentes tipos de materiais são usados de acordo com requisitos 
específicos de cada embalagem para o medicamento a que se 
destina. 
 
TESTES PARA AVALIAÇÃO DE MATERIAIS DE 
EMBALAGENS 
 
Os principais testes disponíveis para avaliar os materiais de 
embalagem são: físico, identificação, dimensão/medição, volume do 
recipiente, volume da dose, extração e microbiológicos. Os testes 
físicos se baseiam nas alterações físicas que podem ser facilmente 
detectadas por observação visual ou microscopia óptica, são 
exemplos dessas alterações: descoloração, deformação, quebra, 
vazamento. 
O teste de identificação confirma a qualidade dos componentes da 
embalagem em relação às especificações. Ele é feito por meio de 
testes químicos usando instrumentos sofisticados, como: 
cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), cromatografia gasosa 
(GC) e ressonância magnética nuclear (NMR). As dimensões internas 
e externas das embalagens devem estar dentro dos limites aceitáveis 
para que qualquer material da embalagem seja eficaz para o uso 
pretendido. As dimensões dos subcomponentes da embalagem são 
geralmente medidas por calibrador vernier ou por microscopia. 
A formulação tem um volume de preenchimento definido no material 
de embalagem que geralmente visa fornecer a quantidade rotulada 
suficiente ao paciente em uma única dose ou em doses divididas 
uniformemente. O volume em cada embalagem deve ser uniforme 
durante a fabricação de lotes com limites aceitáveis rígidos. Desse 
jeito, cada formulação deve ter o volume em um recipiente dentro do 
limite especificado/aceitável. Deve-se também testar o volume de 
entrega, que depende dos componentes da embalagem, com as 
características da formulação de viscosidade e tensão superficial. 
Esse volume garante a dose unitária terapêutica fornecida ao usuário 
com a via de administração pretendida. 
 
Os materiais que compõem as embalagens são produzidos a partir de diversas 
substâncias químicas que podem migrar para o medicamento. É importante, 
portanto, realizar testes desses extraíveis para avaliar a potencial toxicidade 
dessa migração durante a administração do medicamento. 
Os testes microbiológicos precisam ser feitos pelo menos nas 
embalagens primárias, mesmo não havendo um padrão regulamentar 
exigido. A Tabela 2 apresenta uma sugestão de critério de 
conformidade de embalagem primária, mostrando os valores máximos 
possíveis para a contagem microbiana aeróbia total. Os 
microrganismos Escherichia coli, Salmonella spp., Staphylococcus 
aureus, Pseudomonas aeruginosa e Enterobacteriaceae têm que estar 
ausentes nessas embalagens (GOVERDE, 2020). 
 
Tabela 2. Exemplo de critérios de aceitação para embalagem primária. Fonte: GOVERDE, 
2020. (Adaptado). 
O material da embalagem desempenha, pois, um papel importante 
para manter a formulação segura e inalterada. Ele carece evitar 
interações, toxicidade, deterioração ou instabilidade da formulação, 
sendo compatível com as formulações e durável. Por isso, existem 
diversos regulamentos para esses materiais a fim de confirmar a 
segurança e a qualidade, baseados em parâmetros regulatórios de 
biocompatibilidade (material inerte), propriedades físico-químicas e 
compatibilidade embalagem-medicamento. 
Tais materiais são monitorados e aprovados pelas autoridades 
reguladoras, visando à proteção dos consumidores, das empresas e 
da sociedade como um todo (AMARJI e colaboradores, 2018). 
O descumprimento dessas recomendações e diretrizes regulatórias 
resulta na qualidade comprometida do medicamento e na retirada do 
respectivo medicamento do mercado. Exemplos de tais casos são a 
retirada do medicamento graças a uma embalagem defeituosa, mal 
embalada, com rotulagem incorreta. Para evitar recalls, é essencial 
que se faça o controle de qualidade adequadamente. Essa fermenta é 
a parte das boas práticas de fabricação relacionada à amostragem, 
especificações, ensaios, organização, documentação e procedimentos 
de liberação que garantem que os testes necessários e relevantes 
sejam realmente executados e que os produtos não sejam liberados 
para uso nem para venda até que sua qualidade seja considerada 
satisfatória. 
O controle de qualidade não se limita às operações do laboratório, mas deve 
estar envolvido em todas as decisões conexas à qualidade do produto. Na 
cadeia de produção, o controle de qualidade das embalagens contém vários 
pontos críticos. Os requisitos básicos para esse controle envolvem: 
 bullet 
Instalações adequadas, pessoal treinado e 
procedimentos aprovados devem estar disponíveis para 
amostragem, inspeção e teste de matérias-primas, 
materiais de embalagem e produtos intermediários, a 
granel e acabados; 
 bullet 
Os métodos dos testes devem ser validados; 
 bullet 
Registros carecem ser feitos demonstrando que todos 
os procedimentos de amostragem, inspeção e teste 
necessários foram realmente realizados e que 
quaisquer desvios foram totalmente registrados e 
investigados; 
 bullet 
Os produtos acabados têm que estar em conformidade 
com as legislações vigentes, e os ingredientes que 
apresentam a pureza exigida, devem estar na 
embalagem adequada e rotulados corretamente. 
O departamento de controle de qualidade também terá outras 
obrigações, como: 
estabelecer, validar e implementar todos os procedimentos de controle de 
qualidade, avaliar, manter e armazenar os padrões de referência, garantir a 
rotulagem correta dos reagentes, padrões e outros materiais de sua utilização, 
garantir que a estabilidade dos ingredientes ativos e medicamentos seja 
monitorada, participar da investigação de reclamações relativas à qualidade do 
produto e participar do monitoramento ambiental (BRASIL, 2010, n.p.). 
Além disso, todas as operações devem ser realizadas de acordo com 
os procedimentos descritos e, quando necessário, registradas. 
Por fim, é importante salientar o aspecto ambiental. Após a utilização 
completa da formulação farmacêutica, o material da embalagem se 
torna um resíduo e, portanto, carece ser descartado de maneira 
apropriada, conforme a Tabela 3. O aumento do consumo de 
medicamentos, observado globalmente, acarretou a formação de uma 
maior quantidade de resíduos dessas embalagens. Cada vez mais, 
recursos naturais e de energia são necessários para a produção de 
tais produtos, e, caso o descarte não seja adequado, outros potenciais 
perigos ao meio ambiente podem ocorrer – como a contaminação 
química. 
 
Tabela 3. Métodos de descarte de embalagens não contaminadas. Fonte: WHO, 2002. 
(Adaptado). 
 
Controle microbiológico de 
ambientes 
Seção 6 de 6 
 
A vigilância ambiental é uma ferramenta empregada para avaliar o 
efeito dos controles no ambiente de fabricação. Um processo paraavaliar a sala limpa e outros ambientes controlados de uma instalação 
farmacêutica pode servir como um complemento do programa de 
garantia de qualidade microbiana dos medicamentos. 
O sistema de controle, junto ao programa de monitoramento ambiental 
de superfície e ar, deve ser bem implementado com base científica e 
regulatória do controle microbiano para a fabricação de medicamentos 
certos. Tal programa de monitoramento ambiental de rotina é um 
aspecto crítico do controle dessa indústria. 
CONTROLES DE ESTERILIDADE 
O objetivo do sistema de controle é garantir a esterilidade, dentro dos 
limites designados, de todos os itens, meios, fluidos de enxágue e 
equipamentos usados em teste de esterilidade. 
Os sistemas de controle que acompanham todas as análises de esterilidade 
abrangem equipamentos, meios e soluções, pessoal e controle ambiental, que 
se divide em: 
Clique nos botões para saber mais 
Controles de meios abertos 
– 
Tubos dos meios usados na análise de esterilidade são expostos ao 
ambiente durante a realização do teste; 
Placas de Petri com ágar 
– 
São expostas ao ambiente por um período que não exceda uma hora, 
apenas durante a análise. Depois, essas placas devem ser incubadas 
por 48 horas a 35 °C (para detecção de bactérias) e cinco dias a 25 °C 
(para detectar a contaminação por fungos); 
Controles dentro de um isolador 
– 
Ao realizar o teste de esterilidade dentro de um isolador, se ele tiver 
sido projetado para permitir uma conexão a um amostrador de ar e 
contador de partículas, essa amostragem pode ser realizada durante a 
análise da amostra, em vez das duas amostragens ambientais 
descritas acima. Se o isolador não puder acomodar um amostrador de 
ar e/ou contador de partículas ou os instrumentos não estiverem 
disponíveis, os controles ambientais de meio aberto e placas devem 
ser usados. 
MONITORAMENTO AMBIENTAL 
 
O monitoramento ambiental é complementar a um programa de 
garantia de esterilidade e é empregue para avaliar a eficácia dos 
controles microbianos utilizados na fabricação de produtos 
farmacêuticos. 
Para assegurar um ambiente controlado consistentemente aceitável, um 
programa abrangente de controle ambiental necessita ser apoiado por: 
 bullet 
Projeto e manutenção das instalações; 
 bullet 
Sistemas de documentação e registros estabelecidos; 
 bullet 
Procedimentos de higienização validados e executados 
de maneira adequada; 
 bullet 
Controles de processo confiáveis (com ênfase nos 
períodos adequados para higienização); 
 bullet 
Boas práticas de higiene (pessoal) e higienização 
(superfícies); 
 bullet 
Controles efetivos de acesso à área da indústria; 
 bullet 
Controle de contaminação; 
 bullet 
Coleta e análise consistente de amostras (ênfase na 
seleção dos locais de amostragem ambiental); 
 bullet 
Programas efetivos de treinamento, certificação, 
qualificação e avaliação; 
 bullet 
Garantia de qualidade de materiais, instalações e 
equipamentos. 
Em suma, um programa de monitoramento ambiental precisa 
estabelecer os locais a serem amostrados, a frequência dos ensaios, 
os níveis de alerta e de ação. Os tipos de equipamentos, calibração, 
operação e manutenção carecem ser considerados. 
A amostragem, nesse sentido, tem que contemplar as superfícies, o 
ar, o pessoal e a água, enfatizando as áreas críticas: por exemplo, 
onde se realiza o envase asséptico. 
A Instrução Normativa nº 35, de 21 de agosto de 2019, estabelece os quatro 
graus de limpeza na fabricação de medicamentos estéreis: 
Clique nas abas para saber mais 
GRAU AGRAU BGRAUS C E D 
A zona para as operações de alto risco como, por exemplo, a zona de 
envase, onde estão os reservatórios de tampas, ampolas abertas e 
frascos-ampolas e onde são feitas conexões assépticas. 
Normalmente, essas condições são fornecidas por uma estação de 
trabalho com fluxo de ar unidirecional ou isolador. 
 
Os sistemas de fluxo de ar unidirecional devem fornecer uma 
velocidade de ar homogênea na faixa de 0,36 a 0,54 m/s (valor de 
referência) medida na posição de trabalho das estações de trabalho 
com fluxo de ar unidirecional abertas. 
 
A manutenção do padrão de fluxo de ar unidirecional deve ser 
demonstrada e validada. Um fluxo de ar unidirecional e com 
velocidades mais baixas pode ser usado em isoladores e caixas com 
luva; 
 
A ISO 14644, referente a salas limpas e ambientes controlados 
associados, descreve um método para determinar o número mínimo 
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/7.5152.87665/content/_5273314_1/scormcontent/index.html
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/7.5152.87665/content/_5273314_1/scormcontent/index.html
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/7.5152.87665/content/_5273314_1/scormcontent/index.html
de locais que devem ser amostrados. Esse número pode ser calculado 
pela equação 1: 
 
Onde: 
N: é o número mínimo de locais de amostragem (precisa ser 
arredondado para um número inteiro); 
A: é a área da sala limpa em m2. 
Várias técnicas de amostragem conseguem ser aproveitadas para o 
monitoramento ambiental, sendo que as mais usadas são as de 
controle de ar e de superfícies. 
 
A fim de analisar superfícies, uma das abordagens mais comuns é a de suabe 
(Swab), que se caracteriza pela amostragem de uma área conhecida de uma 
superfície qualquer. É importante destacar que, caso a amostra seja coletada 
após a higienização, necessita ser utilizado um meio com neutralizante, para 
que o desinfetante não interfira no resultado da análise, contribuindo para 
diminuição dos microrganismos potencialmente presentes. 
Uma alternativa aos suabes são as placas de contato (Rodac), essas 
placas são praticamente iguais às placas de Petri, exceto pelo ágar 
que se sobressai na placa, ou seja, após a abertura da placa, é 
possível perceber que o ágar se desloca para fora da base, então, 
basta encostar na superfície desejada para realizar a amostragem 
(processo semelhante à utilização de um carimbo); assim, não é 
necessário usar o suabe, pois a amostra já estará em contato com o 
meio de cultura – sendo preciso apenas fechar a placa e incubar em 
estufa. 
Para a amostragem de ar, pode-se usar a abordagem passiva ou 
ativa. A técnica de sedimentação (amostragem passiva) se baseia em 
expor as placas de Petri (com o meio de cultura escolhido) ao ar pelo 
tempo de até quatro horas (EUDRALEX, 2008). Na amostragem ativa 
ou impressão em placa, contudo, há necessidade de um equipamento 
(Figura 6) que captura o ar do ambiente, colocando sobre o ágar da 
placa de Petri todas as partículas capturadas (inclusive, os 
microrganismos); dessa forma, a quantidade de ar que foi amostrada é 
conhecida, o que torna o ensaio reprodutível. 
 
Figura 6. Equipamento de monitoramento da qualidade do ar. A placa de Petri contendo o 
meio de cultura desejado é colocada dentro do equipamento, que capturará o ar, além de 
“imprimi-lo” no ágar. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/09/2020. 
CONTAMINAÇÃO MICROBIANA 
A qualidade microbiológica das matérias-primas é capaz de afetar 
profundamente a qualidade dos produtos acabados. Assim, para 
alcançar a qualidade desejada do produto acabado, as matérias-
primas têm que ser monitoradas e controladas. Devem ser realizados 
testes nas matérias-primas que precisam atender às especificações 
apropriadas; algumas vezes, o tratamento é necessário para atingir 
esses níveis de qualidade adequados. 
O controle microbiológico de matérias-primas farmacêuticas visa 
excluir qualquer microrganismo que possa resultar em deterioração do 
produto ou prejudicar o paciente. Além disso, os contaminantes em 
matérias-primas não só são importantes porque podem contaminar o 
produto diretamente, mas também porque podem contaminar a 
fábrica, causando problemas futuros, tanto para os produtos quanto 
para os pacientes. Tais microrganismos, quando se estabelecem 
dentro da fábrica, são difíceis de erradicá-los, resultando na 
contaminação contínua ou intermitente do produto, ficando,dessa 
forma, complexa sua detecção. 
O objetivo desse controle microbiológico é garantir ao fabricante que 
as matérias-primas utilizadas não representam direta ou indiretamente 
um risco para o produto e para o consumidor. Cabe ressaltar que nem 
todos os produtos precisam ser estéreis, portanto, as especificações 
adotadas necessitam refletir o tipo de matéria-prima, o tipo de produto, 
seu método de fabricação e uso pretendido. 
 
A qualidade do ambiente de fabricação 
será influenciada por muitos fatores. 
Compreender essas influências é parte 
essencial de um programa de controle 
ambiental. Elas chegam a ser divididas em 
quatro categorias básicas: instalações, 
equipamentos, pessoal e higienização. 
O tipo e a frequência do monitoramento microbiológico das superfícies 
físicas dependerão da suscetibilidade do produto à contaminação 
microbiana, da escala de fabricação e do tipo de planta e de processo. 
As superfícies físicas que entram em contato direto com o produto 
devem ser monitoradas com mais frequência que aquelas que não 
estão em contato direto com o produto. 
Superfícies de contato direto carecem ser examinadas quanto à 
presença de microrganismos deteriorantes e patogênicos. Superfícies 
indiretas têm que ser monitoradas para determinar os níveis de 
microrganismos ambientais. Qualquer aumento desses níveis 
predeterminados pode ser considerado uma indicação de um potencial 
problema microbiológico, afetando a qualidade e a segurança do 
produto, logo, pode-se exigir uma revisão da frequência dos testes e 
dos protocolos de higienização. 
O monitoramento do ar também precisa ser realizado rotineiramente. 
A frequência dele é determinada pelo tipo de atividade realizada na 
área. Mais uma vez, a frequência e os padrões devem ser 
estabelecidos pelos padrões internos. 
 
Os métodos mais usados, tanto para análise de superfície quanto do 
ar, foram explicados no tópico anterior. Em síntese, o monitoramento 
ambiental é uma ferramenta de controle e feedback para monitorar e 
validar os procedimentos de limpeza e higienização. 
Os microrganismos que normalmente causam problemas de 
contaminação em produtos farmacêuticos são as bactérias e os 
fungos. As bactérias são unicelulares e procarióticas (com material 
genético disperso pelo citoplasma, ou seja, sem carioteca), sendo 
que Pseudomonas é provavelmente o grupo de microrganismos mais 
comumente isolado desses ambientes, particularmente Pseudomonas 
fluorescens e P. cepacia. Outras bactérias que também podem ser 
encontradas são: Enterobacter, Klebsiella e esporos de Bacillus, 
menos frequentes, Serratia, Citrobacter, Acinetobacter, Proteus e 
Staphylococcus. 
Na Figura 7, encontra-se uma placa de Petri com multiplicação de 
diversas bactérias presentes no ar de uma empresa; como o meio de 
cultura utilizado foi ágar nutriente, não é possível fazer a identificação 
dessas bactérias, apenas a contagem total delas. 
 
Figura 7. Colônias bacterianas de diferentes cores, tamanhos e formatos. Amostra de ar 
em ágar nutriente. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/09/2020. 
Os fungos, eucariotos (núcleo delimitado pela carioteca), são 
divididos em: leveduras, que são unicelulares, cujo principal 
contaminante é Candida, e os bolores, também conhecidos como 
fungos filamentosos ou mofos, que são pluricelulares, sendo que os 
mais relacionados a produtos farmacêuticos são: Aspergillus e 
Penicillium. 
A Figura 8 apresenta cinco placas de Petri com multiplicação de 
diversos bolores e leveduras presentes no ar de uma empresa, 
coletados em diferentes áreas, o meio de cultura utilizado não permite 
a identificação desses fungos, mas é possível perceber que a 
contagem depende da área coletada. 
 
Figura 8. Multiplicação de fungos presentes no ar em placas de Petri. Fonte: Shutterstock. 
Acesso em: 14/09/2020. 
A maioria desses microrganismos tem requisitos de crescimento muito 
simples e é adaptável a uma série de ambientes, o que facilita sua 
disseminação. Além disso, é capaz de ocorrer a formação de biofilmes 
microbianos, comunidades de microrganismos, formados por bactérias 
e/ou fungos, que são estruturas de resistência microbiana tanto a 
antibióticos quanto a desinfetantes. 
A Figura 9 detalha o processo de formação e dispersão dos biofilmes. 
 
Figura 9. Biofilmes microbianos. 1: microrganismos planctônicos (de vida livre) se 
aderem à superfície. 2: microrganismos aderidos começam a secretar 
exopolissacarídeos (EPS). 3: desenvolvimento do biofilme. 4: biofilme maduro. 5: 
dispersão do biofilme, microrganismos planctônicos são liberados do biofilme 
maduro. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 17/09/2020. 
A partir da década de 1960, vários produtos farmacêuticos não 
estéreis começaram a ser associados a microrganismos 
potencialmente patogênicos: Pseudomonas sp., Klebsiella sp., 
Serratia sp., Salmonella sp., Clostridium sp. (GRAEVENITZ, 1977). 
Atualmente, a qualidade microbiológica desses produtos melhorou, 
visto que existe uma maior conscientização dos perigos pela indústria, 
hospitais e órgãos reguladores. 
Contaminações ocasionais, no entanto, continuam a ocorrer, por isso, 
são necessárias melhorias contínuas tanto na formulação quanto na 
produção higiênica, de modo a não colocar os pacientes em risco. Os 
responsáveis pela produção, distribuição e administração de 
medicamentos, dessa forma, devem permanecer para sempre 
vigilantes. 
 
Agora é a hora de sintetizar tudo 
o que aprendemos nessa 
unidade. Vamos lá?! 
SINTETIZANDO 
Nesta unidade, apresentamos as noções fundamentais do controle 
biológico de produtos farmacêuticos. Começamos nossa trajetória 
pelas boas práticas de laboratório, enfatizando a biossegurança. 
Os temas de validação de métodos analíticos, bem como os animais 
de laboratório (incluindo métodos alternativos) também foram 
abordados. 
Durante nosso estudo, discutimos ainda sobre a garantia e o controle 
de qualidade – tanto no nível de embalagens quanto no de 
monitoramento ambiental. Foram apresentados, inclusive, os 
principais testes realizados para avaliação. 
Dessa forma, contribuímos para a capacitação do estudante, visando 
à atuação em um laboratório de controle de qualidade na indústria 
farmacêutica. 
 
	Controle biológico: conceitos gerais e objetivos
	Controle de qualidade
	Garantia da qualidade
	BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO E BIOSSEGURANÇA
	// Quadro 2. Resumo dos níveis de biossegurança (NB) recomendados para agentes infecciosos e para animais vertebrados infectados naturalmente ou experimentalmente utilizados em laboratório.
	VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS
	GARANTIA DE QUALIDADE
	BIOTÉRIOS
	CONCEITO 3 RS
	MÉTODOS ALTERNATIVOS
	Controle de qualidade de material de acondicionamento e embalagem
	MATERIAIS DE ACONDICIONAMENTO E EMBALAGENS
	TESTES PARA AVALIAÇÃO DE MATERIAIS DE EMBALAGENS
	Controle microbiológico de ambientes
	CONTROLES DE ESTERILIDADE
	MONITORAMENTO AMBIENTAL
	CONTAMINAÇÃO MICROBIANA
	SINTETIZANDO

Continue navegando