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Cadeia produtiva da suinocultura e da avicultura

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Prévia do material em texto

2018
Cadeia Produtiva da 
SuinoCultura e da 
aviCultura
Prof. Jade Varaschim Link
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Prof. Jade Varaschim Link
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
SI586c
 Link, Jade Varaschim
 Cadeia produtiva da suinocultura e da avicultura. / Jade Varaschim 
Link – Indaial: UNIASSELVI, 2018.
 208 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0199-3
1. Suínos - Criação – Brasil. 2.Aves - Criação - Brasil. II. Centro 
Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 336.243
Impresso por:
III
aPreSentação
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo à Cadeia Produtiva da Suinocultura 
e da Avicultura, o setor do agronegócio que aborda as técnicas e fundamentos 
para criação de suínos e aves. A suinocultura consiste na criação de suínos 
destinados ao abate, para a produção de banha, carne, e seus derivados 
(defumados, como o bacon e o toucinho; e embutidos, como a linguiça, 
presunto, salame, mortadela e salsicha; entre outros). Por sua vez, a avicultura 
é caracterizada pelo manejo de aves para produção de alimentos, em especial 
carne e ovos.
Para uma melhor compreensão do conteúdo que envolve a cadeira 
produtiva da suinocultura e da avicultura, distribuímos nosso estudo em 
três unidades. Na primeira unidade, abordaremos a cadeia produtiva da 
suinocultura, destacando o panorama mundial e brasileiro da produção de 
suínos; os sistemas de produção de suínos; a comercialização, produção e 
qualidade da carne suína; bem como a gestão na produção de suínos e os 
principais desafios do setor.
Na segunda unidade, estudaremos a cadeia produtiva da avicultura, 
evidenciando a situação atual e as perspectivas do mercado mundial e 
nacional da avicultura, os sistemas de produção, instalações e equipamentos 
nos diferentes segmentos, bem como a criação e manejo de frangos de corte 
e a incubação artificial.
Na terceira unidade, aprofundaremos os estudos sobre a avicultura, 
analisando a importância da água na avicultura; a criação e manejo 
de poedeiras; a composição, produção e beneficiamento de ovos e o 
gerenciamento nos diferentes segmentos da avicultura.
Assim, esperamos que os conteúdos abordados e os materiais 
selecionados estimulem sua leitura e que este livro de estudos seja de grande 
importância e relevância em seu aprendizagem e formação profissional.
Boa leitura e bons estudos!
Prof. Dr. Jade Varaschim Link
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1 - CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA ................................................... 1
TÓPICO 1 - PANORAMA DA SUINOCULTURA ......................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 3
2 PANORAMA DA PRODUÇÃO DE SUÍNOS NO BRASIL E NO MUNDO ........................ 3
3 ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE .................................................................................................. 10
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 15
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 17
TÓPICO 2 - SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE PRODUÇÃO NA SUINOCULTURA ...... 19
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 19
2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS .................................................................................. 19
3 BEM-ESTAR NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS ............................................................................... 21
4 FLUXO DE PRODUÇÃO E INSTALAÇÕES ................................................................................ 27
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 32
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 34
TÓPICO 3 - PRODUÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E QUALIDADE DA CARNE .................. 37
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 37
2 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO E PROCESSAMENTO DE SUÍNOS ...................................... 37
3 PRODUTOS OBTIDOS COM A CARNE SUÍNA ...................................................................... 41
4 PRÉ-ABATE E QUALIDADE DA CARNE EM SUÍNOS ........................................................... 43
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 48
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 49
TÓPICO 4 - GESTÃO NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS .................................................................. 51
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 51
2 MÃO DE OBRA NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS ......................................................................... 51
3 PROGRAMAS DA QUALIDADE EM PRODUÇÃO DE SUÍNOS ......................................... 53
4 GESTÃO AMBIENTAL .................................................................................................................... 55
5 PRINCIPAIS DESAFIOS DO SETOR ........................................................................................... 59
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 61
RESUMO DO TÓPICO 4.....................................................................................................................63
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 65
UNIDADE 2 - INTRODUÇÃO À AVICULTURA .......................................................................... 67
TÓPICO 1 - A EVOLUÇÃO DA AVICULTURA ............................................................................. 69
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 69
2 SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVA DO MERCADO ........................................................... 69
3 ÍNDICES ZOOTÉCNICOS NOS DIFERENTES SEGMENTOS DE PRODUÇÃO .............. 77
4 PRINCIPAIS LINHAGENS PRODUTIVAS ................................................................................. 79
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 84
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 85
Sumário
VIII
TÓPICO 2 - INSTALAÇÃO E EQUIPAMENTOS NOS DIFERENTES SEGMENTOS DA 
 AVICULTURA
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 87
2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO E INSTALAÇÕES NA AVICULTURA ..................................... 87
3 BIOSSEGURANÇA E SANITIZAÇÃO DA GRANJA ............................................................... 92
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 98
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 99
TÓPICO 3 - INCUBAÇÃO ARTIFICIAL ......................................................................................... 101
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 101
2 NASCIMENTO .................................................................................................................................. 101
3 MANEJO DO OVO INCUBÁVEL .................................................................................................. 103
4 INCUBAÇÃO DOS OVOS .............................................................................................................. 106
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 112
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 114
TÓPICO 4 - CRIAÇÃO E MANEJO DE FRANGOS DE CORTE ................................................ 117
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 117
2 ESCOLHA DO PINTO ...................................................................................................................... 117
3 ALOJAMENTO DOS PINTOS........................................................................................................ 118
4 FASE DE CRESCIMENTO ............................................................................................................... 122
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 127
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 129
UNIDADE 3 - APROFUNDANDO OS CONHECIMENTOS SOBRE A AVICULTURA ....... 131
TÓPICO 1 - A ÁGUA NA AVICULTURA ........................................................................................ 133
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 133
2 A ÁGUA NO ORGANISMO DA AVE .......................................................................................... 133
3 FATORES QUE AFETAM O CONSUMO DE ÁGUA ................................................................. 135
4 SISTEMAS DE BEBEDOUROS, SANEAMENTO DA ÁGUA E LIMPEZA 
DOS SISTEMAS .................................................................................................................................. 138
5 ANÁLISE DA ÁGUA ........................................................................................................................ 143
6 ELIMINAÇÃO DE CONTAMINANTES DA ÁGUA ................................................................. 144
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 147
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 149
TÓPICO 2 - CRIAÇÃO E MANEJO DE POEDEIRAS .................................................................. 151
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 151
2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO .......................................................................................................... 151
3 FASE DE CRIA ................................................................................................................................... 154
4 FASE DE RECRIA .............................................................................................................................. 160
5 FASE DE POSTURA ........................................................................................................................ 161
6 ADITIVOS NA ALIMENTAÇÃO ................................................................................................... 164
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 166
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 167
TÓPICO 3 - OVO – COMPOSIÇÃO, PRODUÇÃO E BENEFICIAMENTO ............................ 169
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 169
2 COMPOSIÇÃO DO OVO ................................................................................................................ 169
IX
3 FATORES QUE INFLUENCIAM A PRODUÇÃO DOS OVOS................................................ 173
4 PERIGOS RELACIONADOS AOS OVOS .................................................................................. 174
5 BENEFICIAMENTO DO OVO ...................................................................................................... 177
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 182
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 183
TÓPICO 4 - GERENCIAMENTO NOS DIFERENTES SEGMENTOS DA AVICULTURA .. 185
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 185
2 CARACTERÍSTICAS DA PRODUÇÃO AGROINDUSTRIAL ............................................... 185
3 SUSTENTABILIDADE NA AVICULTURA .................................................................................. 188
4 SISTEMA DE AVICULTURA INTEGRADA ............................................................................... 192
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 195RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 199
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 200
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 203
X
1
UNIDADE 1
CADEIA PRODUTIVA DA 
SUINOCULTURA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• entender o panorama atual e as projeções futuras da suinocultura;
• aprender sobre os sistemas e o planejamento de produção na suinocultura;
• compreender sobre a produção, comercialização e qualidade da carne 
suína;
• conhecer as ferramentas de gestão na produção de suínos.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – PANORAMA DA SUINOCULTURA
TÓPICO 2 – SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE PRODUÇÃO NA 
 SUINOCULTURA
TÓPICO 3 – PRODUÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E QUALIDADE DA 
 CARNE
TÓPICO 4 – GESTÃO NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
PANORAMA DA SUINOCULTURA
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico, neste momento você está iniciando seus estudos da 
disciplina de Cadeia Produtiva da Suinocultura e da Avicultura. No primeiro 
tópico, analisaremos a cadeia produtiva da suinocultura no Brasil e no mundo, 
além de aprender a respeito dos índices de produtividade de uma granja de 
produção de suínos, que podem ser classificados em três grandes grupos: índices 
reprodutivos, índices de crescimento e índices de plantel.
A partir de estudos pertinentes realizados por entidades como o Serviço 
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE); a Associação 
Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS); o Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE); e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
(Mapa), foram selecionados dados e informações a respeito da produção, 
consumo e exportação de carne suína que servirão de fundamentos a respeito da 
situação atual e das projeções futuras para a cadeia produtiva da suinocultura.
A parte final deste tópico apresenta algumas autoatividades para você 
testar seus conhecimentos referentes ao assunto do tópico.
Bons estudos!
2 PANORAMA DA PRODUÇÃO DE SUÍNOS NO BRASIL E NO 
MUNDO 
Prezado acadêmico, antes de começarmos a analisar o panorama da 
produção de suínos, vamos destacar e entender o sistema agroindustrial de 
suínos (SAGS). De acordo com Guimarães et al. (2017), o sistema agroindustrial 
(SAG) é caracterizado pelo conjunto de atividades produtivas integradas e 
interdependentes. No caso dos suínos, os autores destacam que o sistema 
agroindustrial é composto por indústrias produtoras de insumos (ração, 
vacinas, medicamentos, equipamentos e genética), granjas (criação de animais), 
agroindústria (abatedouros/frigoríficos), indústria de alimentos, distribuidores 
(atacado e varejo) e consumidores finais.
O setor de genética, o primeiro segmento relacionado à cadeia produtiva, 
é o responsável pelo melhoramento de raças ou de linhagens, tornando-as mais 
produtivas e menos suscetíveis a doenças. Em relação aos insumos, cabe destacar 
que a soja e o milho são matérias-primas essenciais para a formulação da ração 
animal (GUIMARÃES et al., 2017).
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA
4
No setor de criação de animais estão as unidades de reprodução e de 
produção, que abrangem as fases de cruzamento, gestação, reprodução, desmame, 
recria e engorda das matrizes; além do armazenamento, tratamento e disposição 
dos dejetos gerados (GUIMARÃES et al., 2017). 
Nos elos finais da cadeia, encontram-se a agroindústria (abatedouros 
e frigoríficos); as indústrias de transformação, que englobam as indústrias de 
alimentos e as indústrias processadoras de subprodutos (couros, farinhas de 
carne, de osso e de sangue); os atacadistas, os varejistas, os agentes exportadores 
e importadores e os consumidores internos e externos (GUIMARÃES et al., 2017).
FIGURA 1 – SISTEMA AGROINDUSTRIAL DE SUÍNOS (SAGS)
FONTE: Guimarães et al. (2017, p. 92)
TÓPICO 1 | PANORAMA DA SUINOCULTURA
5
De acordo com os dados divulgados em 2016, em um estudo desenvolvido 
pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e pela 
Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) denominado “Mapeamento 
da suinocultura brasileira”, no ano de 2014 o mundo somava 986,65 bilhões de 
cabeças de suínos. De acordo com o estudo, aproximadamente 59,9% dos animais 
desse rebanho estavam na Ásia, 18,8% na Europa, 17,3% nas Américas, 3,5% na 
África e 0,5% na Oceania. Segundo Guimarães et al. (2017), o Departamento de 
Agricultura dos Estados Unidos afirma que em 2015 era 1,2 trilhão de suínos no 
mundo todo, sendo que a China aparece como proprietária do maior rebanho 
de suínos (696 milhões de cabeças), seguida pela União Europeia (265,8 milhões 
de cabeças), Estados Unidos (121,4 milhões de cabeças), Rússia (39,7 milhões de 
cabeças) e Brasil (39 milhões de cabeças).
O Quadro 1 apresenta a produção total de carne suína (em 1.000 t) por 
país nas últimas duas décadas (considerando de 1995 a 2015). Podemos perceber 
que, entre os anos de 1995 a 2015, a produção de carne suína teve um aumento 
de 42%, sendo os países em desenvolvimento os maiores contribuintes nesse 
aumento. Podemos observar que nos países em desenvolvimento, como a China 
e o Brasil, a produção aumentou aproximadamente 58%, enquanto nos países 
desenvolvidos o crescimento foi de aproximadamente 22%. 
QUADRO 1 - PRODUÇÃO TOTAL DE CARNE SUÍNA (EM 1.000 T) POR PAÍS NAS ÚLTIMAS DUAS 
DÉCADAS
País Ano1995 2000 2005 2010 2015
Mundo 82.803,90 90.304,77 99.223,78 109.834,23 117.738,05
Países desenvolvidos 35.826,26 37.437,15 38.713,78 41.148,94 43.637,85
Países em 
desenvolvimento 46.977,64 52.867,63 60.509,99 68.685,29
74.100,20
Brasil 1.430,00 2.556,00 2.708,00 3.238,00 3.480,00
Canadá 1.416,87 1.854,88 2.267,36 2.123,16 2.114,14
China 36.661,05 40.468,53 45.701,84 51.201,20 54.870,00
União Europeia* 20.352,52 21.592,56 21.906,20 22.753,18 23.440,84
Japão 1.322,07 1.264,33 1.245,71 1.292,45 1.270,00
Coreia 798,71 915,90 899,35 1.109,85 1.219,89
México 920,95 1.01578 1.066,73 1.172,77 1.307,60
Filipinas 804,86 1.212,93 1.414,99 1.635,74 1.723,81
Rússia 1.865,00 1.568,68 1.569,68 2.330,80 3.084,76
Tailândia 488,88 693,75 908,76 967,07 1.110,62
Estados Unidos 7.956,33 8.389,42 9.058,05 10.013,64 10.956,42
Vietnã 1.008,94 1.409,02 2.288,23 3.036,30 3.353,84
* União Europeia soma 28 países.
FONTE: Adaptado de SEBRAE-ABCS (2016, s.p.)
A China lidera o ranking de países produtores de carne suína, com uma 
produção de aproximadamente 54.870 mil toneladas no ano de 2015, seguida 
pela União Europeia, com uma produção de cerca de 23.440 mil toneladas e dos 
Estados Unidos, com aproximadamente 10.956 mil toneladas. O Brasil aparece 
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA
6
logo em seguida, como o quarto maior produtor, com mais de 3.480 mil toneladas 
produzidas em 2015.
De acordo com o SEBRAE-ABCS (2016), o consumo mundial de carne 
aumentou consideravelmente nas últimas décadas. Esse comportamento também 
pode ser observado no consumo de carne suína (Quadro 2). A maior parte desse 
crescimento ocorreu nos países em desenvolvimento, sendo que nesses países o 
consumo de carne suína cresceu aproximadamente 83% entre os anos de 1995 e 
2015.
QUADRO 2 – CONSUMO DE CARNE SUÍNA POR PAÍS (EM 1.000 T)
País Ano1995 2000 2005 2010 2015
Mundo 78.135,11 89.746,92 98.479,36 109.511,86 117.567,87
Países desenvolvidos 36.002,81 36.398,08 37.905,43 39.296,95 40.441,84
Países em 
desenvolvimento 42.132,29 53.348,83 60.573,93 70.214,91
77.126,03
Brasil 1.404,05 2.419,50 2.086,00 2.707,92 2.986,40
China 31.721,45 40.340,22 45.083,66 51.124,34 55.690,64
União Europeia* 19.678,8920.249,11 20.745,19 20.900,28 21.370,58
Japão 2.110,85 2.158,26 2.415,20 2.365,23 2.427,99
Coreia 835,26 969,22 1.177,30 1.544,08 1.830,71
México 945,39 1.170,04 1.369,72 1.642,58 1.876,14
Filipinas 814,23 1.250,31 1.436,70 1.733,23 1.837,90
Rússia 2.377,73 1.781,58 2.381,96 3.407,64 3.363,50
Estados Unidos 8.059,44 8.456,33 8.669,97 8.656,82 9.344,47
Vietnã 1.000,68 1.334,82 2.275,46 3.043,69 3.491,68
* União Europeia soma 28 países.
FONTE: Adaptado de SEBRAE-ABCS (2016, s.p.)
Analisando o Quadro 2, pode-se observar que a China é disparado o maior 
consumidor de carne suína. A quantidade total de carne suína consumida na 
China subiu de 31.721 mil toneladas em 1995 para 55.590 mil toneladas em 2015, 
o que representa quase metade da quantidade total da carne suína consumida em 
todo o mundo (117.567 mil toneladas). Logo após a China, o maior consumidor 
de carne suína no ano de 2015 foi a União Europeia, com um consumo de cerca de 
21.370 mil toneladas. Os Estados Unidos aparecem em terceiro lugar no ranking 
de maiores consumidores de carne suína, tendo consumido aproximadamente 
9.344 mil toneladas em 2015. Em quarto lugar aparece a Rússia, com o consumo de 
aproximadamente 3.363 mil toneladas, seguida pelo Vietnã (3.491 mil toneladas) 
e pelo Brasil, que no ano de 2015 teve uma quantidade total de carne suína 
consumida de cerca de 2.986 mil toneladas. Observe, acadêmico, que juntos, esses 
seis países representaram cerca de 82% do consumo mundial de carne suína no 
ano de 2015.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou, em 
dezembro de 2017, um estudo que indicou a estatística da produção pecuária 
TÓPICO 1 | PANORAMA DA SUINOCULTURA
7
brasileira. Nesse estudo, o IBGE avaliou no 3º trimestre de 2017 um total de 657 
informantes do abate de suínos. Desse total, 100 (ou 15,2%) possuíam o Serviço de 
Inspeção Federal (SIF), 238 (ou 36,2%) o Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e 319 (ou 
48,6%) o Serviço de Inspeção Municipal (SIM), representando, respectivamente, 
87,5%, 11,0% e 1,5% do peso acumulado das carcaças de suínos produzidas no país. 
Segundo o estudo, Roraima e Amapá foram as únicas Unidades da Federação que 
não tiveram abate de suínos sob algum tipo de inspeção sanitária. De acordo com 
essa pesquisa, no 3º trimestre de 2017, foram abatidas 11,03 milhões de cabeças de 
suínos, representando aumentos de 3,9% em relação ao trimestre imediatamente 
anterior e de 2,9% na comparação com o mesmo período de 2016. Como pode ser 
observado no gráfico a seguir, esse resultado é o melhor entre todos os trimestres 
desde 2012. O peso acumulado das carcaças alcançou 987,57 mil toneladas no 
3º trimestre de 2017, representando aumentos de 3,9% em relação ao trimestre 
imediatamente anterior e de 4,0% em relação ao mesmo período de 2016.
GRÁFICO 1 – EVOLUÇÃO DO ABATE DE SUÍNOS POR TRIMESTRE NO BRASIL NOS TRIMESTRES 
2012-2017
FONTE: Adaptado de IBGE (2017, s.p.)
No 3º trimestre de 2017, a região Sul foi responsável por aproximadamente 
66,8% do abate nacional de suínos, seguida pelas regiões Sudeste (18,4%), Centro-
Oeste (13,8%), Nordeste (0,9%) e Norte (0,1%). De acordo com Guimarães et al. 
(2017), o abate de 310,75 mil cabeças de suínos a mais no 3º trimestre de 2017, em 
relação ao igual período do ano de 2016, deve-se aos aumentos no abate em nove 
das 25 Unidades da Federação participantes da pesquisa. Entre os estados com 
participação acima de 1,0%, ocorreram aumentos nos estados de Santa Catarina 
(+234,85 mil cabeças), Paraná (+110,89 mil cabeças), Minas Gerais (+53,15 mil 
cabeças), Mato Grosso (+20,37 mil cabeças) e Mato Grosso do Sul (+20,14 mil 
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA
8
cabeças). Em compensação, as principais reduções ocorreram nos estados do Rio 
Grande do Sul (-53,40 mil cabeças), Goiás (-32,67 mil cabeças) e São Paulo (-22,92 
mil cabeças). O Estado de Santa Catarina lidera o abate de suínos, com 26,8% da 
participação nacional, seguido por Paraná (21,4%) e Rio Grande do Sul (18,4%).
GRÁFICO 2 – RANKING E VARIAÇÃO ANUAL DO ABATE DE SUÍNOS – UNIDADES DA 
FEDERAÇÃO – 3OS TRIMESTRES DE 2016 E 2017
FONTE: Adaptado de IBGE (2017, s.p.)
Um estudo realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento (Mapa) em agosto de 2017, referente às Projeções do Agronegócio 
– Brasil 2016/2017 a 2026/2027, teve como objetivo direcionar o desenvolvimento 
e fornecer subsídios aos formuladores de políticas públicas quanto às tendências 
dos principais produtos do agronegócio (MAPA, 2017). Segundo esse estudo 
realizado pelo Mapa, o setor de carnes deverá crescer nos próximos anos e a 
produção brasileira de carne continuará em forte crescimento na próxima década. 
Entre as carnes, as que projetam maiores taxas de crescimento da produção são 
a carne de frango, que deve crescer a taxas de 2,8% ao ano, a carne suína, que 
deverá crescer a taxas de 2,5% ao ano e a carne bovina, que tem um crescimento 
projetado de 2,1% ao ano. O crescimento da produção da carne suína a taxas de 
2,5% ao ano corresponde a passar de uma produção de 3.815 mil toneladas em 
2017 para valores de até 5.725 mil toneladas em 2027.
TÓPICO 1 | PANORAMA DA SUINOCULTURA
9
QUADRO 3 – PROJEÇÕES DA PRODUÇÃO DE CARNES (MIL TONELADAS)
Ano Suína Bovina FrangoProjeção Projeção Projeção Lsup. Projeção Lsup.
2016/17 3.815 - 9.500 - 13.440 -
2017/18 3.952 4.291 9.374 10.384 13.817 14.784
2018/19 4.027 4.506 9.865 11.293 14.601 15.651
2019/20 4.135 4.722 10.018 11.767 14.689 16.118
2020/21 4.232 4.843 10.365 12.385 15.293 16.811
2021/22 4.359 4.994 10.542 12.800 15.512 17.404
2022/23 4.470 5.128 10.882 13.200 16.235 18.214
2023/24 4.587 5.292 10.927 13.305 16.402 18.675
2024/25 4.689 5.438 11.134 13.570 17.053 19.399
2025/26 4.798 5.590 11.248 13.740 17.237 19.847
2026/27 4.905 5.725 11.444 13.991 17.930 20.608
FONTE: Adaptado de Mapa (2017, s.p.)
A produção total de carnes no Brasil, considerando carne suína, bovina e 
de frango, foi estimada em 28,5 milhões de toneladas em 2017 e a projeção para o 
final da próxima década, ou seja, em 2027, é produzir 34,3 milhões de toneladas. 
Esses números entre o início e o final das projeções representam um aumento de 
20,3% na produção total de carnes suína, bovina e de frango.
Em relação ao consumo de carnes, o crescimento anual projetado para 
o consumo de carne suína é de 2,4% ao ano para os próximos anos. O consumo 
de carne suína projetado para 2027 é de até aproximadamente 3,8 milhões de 
toneladas. Ao considerarmos a projeção populacional brasileira projetada pelo 
IBGE em 219,0 milhões de habitantes, tem-se um consumo per capita de carne 
de porco, no final das projeções, de 17,35 kg/hab/ano. Para a carne de frango, o 
crescimento anual de consumo projetado é de 2,6% no período entre 2017 a 2027, 
ou seja, um aumento de 29,5% no consumo nos próximos 10 anos. O consumo 
de carne de frango projetado para 2027 é de 11,9 milhões de toneladas, e um 
consumo per capita de 54,3 kg/hab/ano. A carne bovina terá um aumento do 
consumo com uma taxa anual de 1,5% nos próximos anos. O consumo de carne 
bovina projetado para 2027 é de cerca de 9,0 milhões de toneladas e um consumo 
per capita, no final das projeções, de 41,1 kg/hab/ano.
QUADRO 4 – PROJEÇÕES DO CONSUMO DE CARNES (MIL TONELADAS)
Ano Suína Bovina FrangoProjeção Lsup. Projeção Lsup. Projeção Lsup.
2016/17 2.917 - 7.740 - 9.162 -
2017/18 3.058 3.442 7.744 8.559 9.432 10.100
2018/19 3.176 3.689 8.120 9.273 9.703 10.647
2019/20 3.264 3.893 8.063 9.383 9.973 11.129
2020/21 3.312 3.976 8.234 9.702 10.243 11.578
2021/22 3.370 4.067 8.406 10.023 10.514 12.006
2022/23 3.441 4.169 8.565 10.216 10.784 12.419
2023/24 3.529 4.306 8.567 10.251 11.054 12.820
2024/25 3.612 4.436 8.754 10.503 11.324 13.213
2025/26 3.690 4.559 8.879 10.691 11.595 13.598
2026/27 3.761 4.665 8.963 10.826 11.865 13.976
FONTE: Adaptado de Mapa (2017, s.p.)
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA
10
De acordo com as projeções publicadas pelo Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento(Mapa) quanto às exportações, o setor de carnes deve 
apresentar elevadas taxas de crescimento para os três tipos de carnes analisados 
(suína, bovina e de aves), representando um quadro favorável para as exportações 
brasileiras. Em relação ao crescimento das exportações de carne suína, esse deve 
se situar numa média anual de 3,5%. Essa taxa corresponde a passar de uma 
exportação de 900 mil toneladas em 2017 para valores de até 1.772 mil toneladas 
em 2027. As carnes de frango e bovina devem crescer a taxas anuais de 3,3%, e 
3,0%, respectivamente. O estudo do Mapa e o Departamento de Agricultura dos 
Estados Unidos (USDA, s.d.) classificam o Brasil em quarto lugar nas exportações 
de carne de porco em 2026, atrás dos Estados Unidos, União Europeia e Canadá. 
Nas exportações de carne bovina o Brasil fica em primeiro lugar, seguido pela 
Austrália em segundo, pela Índia em terceiro e Estados Unidos em quarto. Nas 
exportações de carne de frango o Brasil fica em primeiro lugar, seguido dos 
Estados Unidos e União Europeia (MAPA, 2017).
As exportações de carnes ao final do período das projeções devem chegar 
a quase 10,0 milhões de toneladas, um aumento, portanto, de 37,5%. Desse 
montante, 1,6 milhão de toneladas, ou seja, 61,5% deve ser de carne de frango. 
O restante do acréscimo na quantidade exportada fica distribuído entre carne 
bovina, 24,0% e carne suína, 14,0%.
QUADRO 5 – PROJEÇÕES DA EXPORTAÇÃO DE CARNES (MIL TONELADAS)
Ano Suína Bovina FrangoProjeção Lsup. Projeção Lsup. Projeção Lsup.
2017 900 - 1.800 - 4.280 -
2018 938 1.094 1.874 2.277 4.303 4.779
2019 975 1.197 1.940 2.608 4.555 5.120
2020 1.013 1.284 2.002 2.885 4.574 5.444
20/21 1.051 1.364 2.063 3.125 4.903 5.861
2022 1.088 1.439 2.125 3.342 4.937 6.137
2023 1.126 1.510 2.186 3.541 5.228 6.505
2024 1.164 1.578 2.247 3.728 5.248 6.727
2025 1.201 1.644 2.307 3.904 5.558 7.104
2026 1.239 1.709 2.368 4.073 5.589 7.310
2027 1.227 1.772 2.429 4.236 5.890 7.670
FONTE: Adaptado de Mapa (2017, s.p.)
3 ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE
Acadêmico, vimos que o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores 
de carnes do mundo. No entanto, tão importante quanto ser um grande produtor 
e produzir bem é medir com precisão a produtividade e tomar decisões corretas 
com base nessas informações. De acordo com Machado (2014a), pode-se dividir os 
índices de produtividade de uma granja de produção de suínos em três grandes 
grupos: índices reprodutivos, índices de crescimento e índices de plantel. 
TÓPICO 1 | PANORAMA DA SUINOCULTURA
11
Os reprodutivos envolvem os índices da gestação e maternidade, 
até o desmame; o crescimento engloba creche e terminação e todas as fases 
intermediárias entre o desmame e a comercialização dos animais produzidos; e os 
índices de plantel referem-se a uma visão macro da granja, uma síntese de todos 
os demais. Vamos agora conhecer e analisar cada um desses índices, segundo as 
informações de Machado (2014a).
Índices reprodutivos
O principal indicador da eficiência reprodutiva é o número de leitões 
desmamados/porca/ano. Esse índice é resultado do número de leitões 
desmamados/parto do número de partos/porca/ano e determinado por outros 
índices importantes.
O intervalo desmame cobertura (IDC) e outras causas de dias não 
produtivos (DNP), como retornos ao cio, abortos, descarte e mortalidade pós-
cobertura e porcas vazias ao parto vão determinar uma maior ou menor eficiência 
no índice partos/porca/ano. Além disso, a duração da gestação e da lactação 
interferem diretamente no número de partos/ano. O tempo da gestação é de difícil 
manipulação e o período de lactação deve ser definido, avaliando a qualidade 
do leitão e o máximo aproveitamento das matrizes, respeitando o tempo para 
recuperação do útero para uma próxima gestação (MACHADO, 2014a). 
De acordo com Machado (2014a), atualmente, recomenda-se 
aproximadamente 23 dias, com idade mínima de 21 dias, como uma idade média 
ao desmame satisfatória, tanto para a porca quanto para o leitão. Segundo o 
autor, dessa maneira consegue-se bons índices de parto/fêmea/ano, respeitando 
a fisiologia da porca e dos leitões. Contudo, muitas granjas acabam reduzindo 
o período de lactação, devido à limitação de espaço na área de reprodução e/
ou eventuais falhas na reposição de matrizes, isso traz consequências sobre o 
desempenho dos leitões na creche e das matrizes no ciclo reprodutivo seguinte. 
De maneira geral, o nascimento de leitegadas numerosas, ou seja, ninhadas 
numerosas de leitões, a redução da mortalidade na lactação e o aumento do 
número de partos/porca/ano resultarão em altos índices de leitões desmamados/
porca/ano.
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA
12
FIGURA 2 – FLUXOGRAMA DOS ÍNDICES REPRODUTIVOS
FONTE: Machado (2014a, p. 172)
Segundo Machado (2014a), o primeiro ponto para estabelecer as metas de 
produtividade na reprodução é determinar qual o volume de produção desejado 
(animais produzidos por semana), limitado pelo mercado e pela capacidade de 
alojamento das fases de crescimento (creche e terminação). A partir daí, deve-se 
determinar os demais índices, avaliando, além das limitações fisiológicas e do 
potencial de cada genética, também a capacidade de alojamento de matrizes e 
o ponto de equilíbrio econômico. Isso significa que uma granja pode produzir 
o mesmo número de leitões que outra, mas com um número bem menor de 
matrizes no plantel.
TÓPICO 1 | PANORAMA DA SUINOCULTURA
13
Índices de crescimento
Acadêmico, as fases de crescimento (creche, recria e terminação) têm mais 
ou menos os mesmos parâmetros a serem medidos, que são: conversão alimentar 
(CA), ganho de peso diário (GPD) e taxas de mortalidade e descarte. O descarte 
representa um produto vendido em não conformidade, de menor valor em 
comparação com o suíno normal, o qual representa um potencial de ganho, se 
for reduzido. Nesses setores a variabilidade (uniformidade de peso), que muitas 
vezes não é avaliada, também pode ter importância no valor de comercialização 
dos animais e na determinação de estratégias específicas para recuperação de 
grupos de animais que destoam negativamente dos demais (MACHADO, 2014a).
A alimentação é o principal componente do custo de produção dos suínos, 
por isso, a conversão alimentar geralmente tem maior importância na avaliação 
dos setores de crescimento. No entanto, o foco exclusivo na redução de custos de 
produção pode não ser uma estratégia eficiente para melhorar a rentabilidade do 
negócio, pois a redução de custos nem sempre significa a maximização do lucro 
ou a minimização dos riscos (MACHADO, 2014a).
A perda dos animais devido à mortalidade é um dos índices mais facilmente 
medidos nos sistemas de produção. Apesar disso, essa perda geralmente é 
subestimada, pois é calculada apenas pelo valor que poderia ser recebido se os 
suínos estivessem vivos, quando deveriam ser considerados também os custos 
investidos na produção desse animal até o momento da morte (MACHADO, 
2014a).
A coleta e a gestão das informações referentes à mortalidade e eliminação 
de animais podem ser mapeadas de acordo com a fase e a causa, assim, é possível 
definir medidas de controle voltadas para as ocorrências. Uma maneira de realizar 
um mapeamento é através do uso de fichas de coleta de dados preenchidas por 
pessoas treinadas para a identificação macroscópica das causas de mortalidade. 
Esse mapeamento pode ser realizado nas maternidades, creches e terminações 
(MACHADO, 2014a).
Variabilidade nas fases de crescimento
No Brasil, os produtores ainda se preocupam pouco com a falta de 
uniformidade em lotes de suínos, principalmente pelo fato de o sistema de 
remuneração ainda não considerar padrão de peso ao abate. Em situações sem 
intervenção, 30-35% dos suínos nascidos vivos podem se tornar refugos, leves ao 
abate ou morrerem (natimortos, mortos na lactação, mortos na creche e mortos na 
terminação) durante o ciclo de produção (MACHADO, 2014a).
A estratégia da sanidade animal tem grande efeito sobre a variabilidade, 
o controleclínico e subclínico das enfermidades é uma estratégia fundamental 
de redução de variabilidade. Nesse sentido, existem vacinas, medicamentos 
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA
14
e manejos que podem ser usados para reduzir e manter sob controle as causas 
sanitárias de variabilidade. Em sistemas de fluxo contínuo de produção, 
a retirada de animais em parcelas também pode ser uma estratégia para 
diminuir a variabilidade no peso, ou seja, dentro de limites aceitáveis de tempo 
de permanência dentro das instalações, pode-se retirar antecipadamente os 
animais de melhor desenvolvimento e retardar a retirada dos animais mais leves 
(MACHADO, 2014a).
Índices de plantel
Os índices de plantel podem ser considerados os índices gerais que 
resumem a eficiência de uma granja e sintetizam todos os demais índices, 
facilitando a comparação entre diferentes sistemas de produção. Os principais 
índices de plantel, segundo Machado (2014a), são:
• Peso (quilos) de leitões desmamados/porca/ano ou peso (quilos) de 
cevados (animal gordo) vendidos/porca/ano – o peso depende diretamente da 
quantidade de partos realizados por porca/ano, da média de leitões nascidos, da 
mortalidade de leitões e do ganho de peso diário do nascimento ao abate.
• Conversão alimentar de rebanho – depende diretamente da quantidade 
(quilos) de ração consumida em toda a granja, incluindo o plantel reprodutivo, 
em relação ao peso (quilos) de animais vendidos.
 
Segundo Machado (2014a), pode-se incluir entre os índices de plantel 
os dados gerais do plantel reprodutivo, como as taxas de descarte, reposição e 
mortalidade de matrizes e a composição etária do plantel reprodutivo (ordem 
de parição das matrizes). Alguns sistemas de produção têm avaliado o grau de 
exploração das instalações com base nos índices a seguir:
• Kgs vendidos por gaiola de maternidade.
• Kgs vendidos por metro quadrado de construção.
• Partos por gaiola de maternidade/ano.
Acadêmico, vimos que os índices de produtividade na produção de suínos 
podem ser classificados em diferentes grupos, como os índices reprodutivos, 
índices de crescimento e índices de plantel e que é importante medir de maneira 
precisa a produtividade para tomar decisões corretas com base nessas informações.
15
RESUMO DO TÓPICO 1
 Neste tópico, você aprendeu que:
• O sistema agroindustrial de suínos é composto por indústrias produtoras 
de insumos, granjas, agroindústria, indústria de alimentos, distribuidores e 
consumidores finais.
• No ano de 2014 o mundo somava 986,65 bilhões de cabeças de suínos, sendo 
que, aproximadamente, 59,9% dos animais desse rebanho estavam na Ásia, 18,8% 
na Europa, 17,3% nas Américas, 3,5% na África e 0,5% na Oceania.
• Em 2015, a China continha o maior rebanho de suínos, seguida pela União 
Europeia, Estados Unidos, Rússia e Brasil.
• Entre os anos de 1995 a 2015, a produção de carne suína teve um aumento de 
42%.
• A China lidera o ranking de países produtores de carne suína, seguida pela 
União Europeia e os Estados Unidos. O Brasil aparece como o quarto maior 
produtor, com mais de 3.480 mil toneladas produzidas em 2015.
• Nos países em desenvolvimento, o consumo de carne suína cresceu 
aproximadamente 83% entre os anos de 1995 e 2015.
• A China é disparado o maior consumidor de carne suína, seguida pela União 
Europeia, Estados Unidos, Rússia, Vietnã e Brasil.
• O Estado de Santa Catarina liderou o abate de suínos, com 26,8% da participação 
nacional, seguido por Paraná (21,4%) e Rio Grande do Sul (18,4%), no 3º trimestre 
de 2017.
• Entre as carnes, as que projetam maiores taxas de crescimento da produção 
são a carne de frango, que deve crescer a taxas de 2,8% ao ano, a carne suína, que 
deverá crescer a taxas de 2,5% ao ano, e a carne bovina, que tem um crescimento 
projetado de 2,1% ao ano.
• O crescimento da produção da carne suína a taxas de 2,5% ao ano corresponde 
a passar de uma produção de 3.815 mil toneladas em 2017 para valores de até 
5.725 mil toneladas em 2027.
• Em relação ao consumo de carnes, o crescimento anual projetado para o 
consumo de carne suína é de 2,4% ao ano para os próximos anos. 
16
• O consumo de carne suína projetado para 2027 é de até aproximadamente 3,8 
milhões de toneladas.
• Em relação ao crescimento das exportações de carne suína, esse deve se situar 
numa média anual de 3,5%. Essa taxa corresponde a passar de uma exportação de 
900 mil toneladas em 2017 para valores de até 1.772 mil toneladas em 2027.
• Os índices de produtividade de uma granja de produção de suínos podem ser 
classificados em três grandes grupos: índices reprodutivos, índices de crescimento 
e índices de plantel.
• O principal indicador da eficiência reprodutiva é o número de leitões 
desmamados/porca/ano.
• As fases de crescimento têm mais ou menos os mesmos parâmetros a serem 
medidos, que são: conversão alimentar (CA), ganho de peso diário (GPD) e taxas 
de mortalidade e descarte.
• Os índices de plantel podem ser considerados os índices gerais que resumem 
a eficiência de uma granja e sintetizam todos os demais índices, facilitando a 
comparação entre diferentes sistemas de produção.
• Os principais índices de plantel são: Peso (quilos) de leitões desmamados/porca/
ano ou peso (quilos) de cevados vendidos/porca/ano e Conversão alimentar de 
rebanho.
17
AUTOATIVIDADE
Vamos testar o quanto avançamos no domínio do conhecimento da 
cadeia produtiva da suinocultura.
1 Neste tópico, vimos que o Brasil tem grande participação na produção 
e consumo de carne suína. No ano de 2014 o mundo somava 986,65 bilhões 
de cabeças de suínos, sendo que aproximadamente 59,9% dos animais desse 
rebanho estavam na Ásia, 18,8% na Europa, 17,3% nas Américas, 3,5% na 
África e 0,5% na Oceania. Sobre a produção e consumo de carne suína, analise 
as seguintes sentenças:
I- Juntos, China, União Europeia, Estados Unidos, Rússia, Vietnã e Brasil 
representaram mais de 80% do consumo mundial de carne suína no ano de 
2015.
II- O Brasil é o maior produtor mundial de carne suína, com uma produção de 
aproximadamente 54.870 mil toneladas no ano de 2015.
III- Nos países desenvolvidos, o consumo de carne suína cresceu mais de 80% 
entre os anos de 1995 e 2015.
IV- Para o Brasil, as projeções apontam um consumo per capita de carne de 
porco de 17,35 kg/hab/ano, em 2027.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a afirmativa IV está correta.
b) ( ) As afirmativas I e II estão corretas.
c) ( ) As afirmativas I e IV estão corretas.
d) ( ) Somente a afirmativa III está correta.
2 Como vimos neste tópico, as informações referentes aos índices de 
produtividade são importantes na tomada de decisão. Os índices de 
produtividade de uma granja de produção de suínos podem ser divididos em 
três grandes grupos: índices reprodutivos, índices de crescimento e índices de 
plantel. Sobre os índices de produtividade, associe os itens, utilizando o código 
a seguir:
I- Índices reprodutivos.
II- Índices de crescimento.
III- Índices de plantel.
( ) São considerados os índices gerais que resumem a eficiência de uma granja 
e sintetizam todos os demais índices, facilitando a comparação entre diferentes 
sistemas de produção.
( ) Os parâmetros a serem medidos são: conversão alimentar (CA), ganho de 
peso diário (GPD) e taxas de mortalidade e descarte.
18
( ) O nascimento de leitegadas numerosas, a redução da mortalidade na 
lactação e o aumento do número de partos/porca/ano resultarão em altos 
índices de leitões desmamados/porca/ano.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: 
a) ( ) III – I – II.
b) ( ) II – I – III.
c) ( ) III – II – I.
d) ( ) I – II – III.
19
TÓPICO 2
SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE PRODUÇÃO 
NA SUINOCULTURA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, após nos informarmos a respeito da situação atual e das 
projeções futuras da suinocultura, iremos analisar os sistemas e planejamento de 
produção na suinocultura e o bem-estar animal.
A partir dos estudos deste tópico, iremos aprendera respeito dos sistemas 
de produção na suinocultura, sendo que de acordo com o grau de controle da 
produção, essa pode ser classificada em extensiva e intensiva. Vamos analisar 
o bem-estar animal, baseado nas cinco liberdades: nutrição adequada; sanidade 
adequada; ausência de desconforto físico e térmico; ausência de medo, dor e 
estresse intenso e capacidade de expressar comportamentos típicos da espécie. 
Além disso, vamos aprender sobre o fluxo de produção e o dimensionamento das 
instalações de uma granja.
Após o conteúdo deste tópico, as autoatividades servirão de avaliação dos 
seus conhecimentos referentes ao assunto abordado aqui.
Bons estudos!
2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS
Acadêmico, o sistema de produção na suinocultura se refere à maneira 
como se organiza a produção, sendo que no Brasil há uma grande variedade 
de modelos de produção dentro das diversas regiões produtoras e muitas 
particularidades entre elas, o que dificulta a padronização de conceitos e manejos, 
já que, além do fluxo de produção, não há padrão de instalações e equipamentos 
(MACHADO; DALLANORA, 2014).
Todavia, a produção de suínos pode ser classificada de acordo com o 
grau de controle da produção em extensiva e intensiva, sendo que a produção 
extensiva pode ser definida como extrativista e de subsistência, praticamente sem 
controle de dados e manejos (SEBRAE-ESPM, 2008; MACHADO; DALLANORA, 
2014). Aproximadamente 32% da produção brasileira de suínos no início dos anos 
90 era produzida pelo sistema de produção extensiva. Todas as demais formas 
de produção são consideradas intensivas, nas quais existe uma preocupação 
com viabilidade econômica e produtividade. Além disso, são realizados 
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA
20
investimentos e controle de genética, nutrição, instalações e sanidade. Os suínos 
podem ser produzidos de forma intensiva ao ar livre ou confinados, sendo que 
mundialmente há uma predominância do modelo confinado (MACHADO; 
DALLANORA, 2014).
De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas 
Empresas e a Escola Superior de Propaganda e Marketing (SEBRAE-ESPM, 
2008), basicamente, a criação de suínos pode ser realizada de maneira intensiva 
ou extensiva. Na criação intensiva os animais são criados confinados em baias 
ou gaiolas, em uma área relativamente pequena, focando na produtividade e na 
economicidade do sistema. Os autores destacam três tipos de criação intensiva:
• ao ar livre: em que os animais ficam em piquetes;
• tradicional: em que se utilizam os piquetes apenas para machos e fêmeas 
em cobertura ou gestação; 
• confinado: em que os animais de todas as categorias permanecem 
sobre piso e sob cobertura, podendo-se, ainda, separá-los por fases em várias 
instalações.
Segundo Machado e Dallanora (2014), a suinocultura de subsistência 
com baixa aplicação de tecnologia apresenta uma tendência de desaparecimento, 
dando origem a uma suinocultura tecnificada e de maior produtividade. No 
gráfico a seguir, podemos observar que nos anos avaliados (2004-2009) houve 
uma redução da suinocultura de subsistência e um aumento na suinocultura 
industrial. Além disso, no mesmo período, verificou-se um aumento de 22% 
no total de carne suína produzida, indicando aumento da produtividade dos 
sistemas de produção.
GRÁFICO 3 – PRODUÇÃO DE CARNE SUÍNA DE ACORDO COM O NÍVEL DE TECNOLOGIA 
UTILIZADA NA PRODUÇÃO
FONTE: Machado e Dallanora (2014, p. 95)
TÓPICO 2 | CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA
21
De acordo com Machado e Dallanora (2014), a produção de suínos pode 
ser classificada pelo tipo de vínculo de produção, como independente, integrada 
ou cooperativa, com diferente distribuição e predominância de acordo com a 
região geográfica do país. Os sistemas de produção podem ser classificados de 
acordo com a localização dos sítios, em ciclo completo, sítio único ou produção 
distribuída em diversos sítios (dois, três, quatro e cinco sítios). Nesse sentido, os 
sistemas de produção de suínos no Brasil podem ser divididos, segundo Machado 
e Dallanora (2014), em quatro modelos diferentes:
•Ciclo completo: esse modelo engloba todas as fases da produção, ou 
seja, a mesma propriedade abrange desde a chegada de leitoas destinadas à 
reprodução até o fim da terminação.
• Sistema de dois sítios: nesse caso, a produção é realizada em dois locais 
independentes. No primeiro sítio são alojadas as matrizes para reprodução, a fase 
de maternidade e creche e, no segundo sítio, é realizada a terminação. O modelo 
chamado wean-to-finish é uma modificação desse sistema. No modelo wean-to-
finish, o primeiro sítio aloja o plantel de reprodução e a maternidade e o segundo 
sítio realiza as fases de creche e terminação no mesmo local.
• Sistema de três sítios: existem três locais de produção independentes. No 
primeiro sítio, ficam alojadas as fêmeas para reprodução e a fase de maternidade, 
no segundo sítio fica a fase de creche, e no terceiro sítio realiza-se a terminação.
• Sistema de quatro sítios: é semelhante ao sistema de três sítios, porém 
as leitoas de reposição são alojadas e preparadas em local específico, onde é feito 
todo o manejo necessário e, com 35 a 40 dias após a cobertura, se comprovada a 
prenhez, elas são enviadas para o primeiro sítio tradicional.
A decisão sobre o melhor sistema de produção a ser implantado (ou 
adaptado) depende de alguns fatores, como a biosseguridade regional, escala 
de produção, perfil dos produtores, pirâmide sanitária e logística e viabilidade 
operacional. Além disso, é essencial levar em consideração os fatores indispensáveis 
na atividade, como recursos ambientais, mão de obra, disponibilidade de 
tecnologias e avaliação de custos (MACHADO; DALLANORA, 2014).
3 BEM-ESTAR NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS
De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 
e a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (SEBRAE-ABCS, 2016), quando 
se trata de bem-estar animal na granja, alguns princípios devem ser considerados, 
como o princípio da boa alimentação (água e ração), do bom alojamento (local 
adequado de descanso, facilidade de movimento e conforto térmico), da boa 
saúde (ausência de doenças, lesões e dor causada pelo manejo), evitar situações 
de estresse e também a possibilidade do animal expressar um comportamento 
natural. Além disso, as práticas de bem-estar na criação de suínos determinam 
ganhos de produtividade em todas as fases da produção.
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA
22
Nesse sentido, foi definido, em 1992, pelo “Conselho de bem-estar de 
animais de fazenda”, o princípio das cinco liberdades. O bem-estar de um animal 
é atendido quando se cumprem cinco requisitos, ou as cinco liberdades: nutrição 
adequada; sanidade adequada; ausência de desconforto físico e térmico; ausência 
de medo, dor e estresse intenso; capacidade de expressar comportamentos típicos 
da espécie. O princípio das cinco liberdades estabelece uma aproximação muito 
útil para a ciência do bem-estar e sua mensuração nas criações, no transporte e 
no abate dos animais de produção. Esse princípio constituiu a base de muitas 
legislações de proteção animal (LUDTKE; CALVO; BUENO, 2014).
FIGURA 3 – O PRINCÍPIO DAS CINCO LIBERDADES
FONTE: SEBRAE-ABCS (2016, p. 9)
TÓPICO 2 | CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA
23
Sabendo que cada granja tem uma situação diferente, as práticas de 
manejo nos diferentes setores devem ser conduzidas da melhor maneira possível 
e dentro de cada realidade, sempre considerando o bem-estar animal. A intenção 
é garantir a lucratividade da atividade, melhorar indicadores técnicos, aplicar 
as boas práticas de produção, respeitando o bem-estar animal e obter produtos 
seguros e de qualidade para o consumidor final (SEBRAE-ABCS, 2016).
Acadêmico, vamos abordar agora, segundo informações do Serviço 
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e a Associação Brasileira de 
Criadores de Suínos (SEBRAE-ABCS, 2016), alguns parâmetros de alojamento e 
manejo nas granjas que permitempromover o bem-estar dos suínos.
Nutrição
Os animais nunca devem ficar sem ração por mais tempo do que o 
estabelecido entre os arraçoamentos. O projeto do comedouro deve garantir a 
possibilidade dos animais se alimentarem sem causar estresse ou lesões. Nos 
locais onde o arraçoamento é à vontade, é necessário sempre verificar se não 
está faltando ração e os sistemas automáticos devem ter seu funcionamento 
monitorado. Além disso, os animais devem ter acesso à água constantemente, no 
volume adequado, de boa qualidade, incolor, sem odor e limpa (SEBRAE-ABCS, 
2016).
Ambiência
Para garantir um ambiente apropriado aos suínos é necessária uma 
adequada e rotineira limpeza das instalações (pisos móveis ou fixos, vazados ou 
compactos, canaletas). Sempre que possível, essa limpeza deve ser realizada a 
seco (utilizando uma pá, espátula, rodo e vassoura), ou seja, sem uso de água 
durante os lotes, uma vez que impacta tanto no custo quanto nas questões 
ambientais (maior volume de dejetos a tratar), além de ser um recurso natural 
esgotável. Disponibilizar, sempre que possível, luz e ventilação natural à parte 
da luz e ventilação artificial.
Climatização
O suíno precisa de diferentes temperaturas durante cada uma das fases 
de criação. Além disso, outro ponto importante é minimizar as variações de 
temperatura ao longo do dia (amplitude térmica).
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA
24
QUADRO 6 – TEMPERATURA IDEAL EM CADA FASE DE CRIAÇÃO DE SUÍNOS
Fase Temperatura ideal (ºC)
Reprodução (fêmeas e machos) 18 a 25
Maternidade – porca 16 a 21
Maternidade – leitão 34 a 30 (decrescente ao longo da fase)
Creche 30 a 23 (decrescente ao longo da fase)
Terminação 18 a 23
FONTE: Adaptado de SEBRAE-ABCS (2016)
Prevenção e Biosseguridade
Um adequado esquema de vacinação e vermifugação contribui para a 
prevenção e o controle de doenças, conferindo uma boa saúde ao rebanho. Nesse 
sentido, um bom programa de biosseguridade (cercas de isolamento e acessos 
trancados, banho e troca de roupa, “todos dentro/todos fora” entre lotes, controle 
de entrada de pessoas e veículos, programa de limpeza e desinfecção, monitorias 
etc.) contribui para melhor sanidade do rebanho. O programa de biosseguridade 
deve ser definido e supervisionado por um médico veterinário e todas as pessoas 
envolvidas devem receber treinamento adequado para exercer suas funções.
Verificação periódica e tratamento imediato de animais enfermos ou 
lesionados
Em toda a granja deve haver uma rotina de verificação diária de todos 
os animais para identificar aqueles com doenças ou que necessitam de atenção 
especial (lesões e ocorrências diversas). Nos setores em que a alimentação não é 
à vontade, o momento do trato é oportuno para identificar animais prostrados, 
sem apetite ou com dificuldade de locomoção. Nos outros setores, onde a ração 
é à vontade, é necessário movimentar os animais para identificar enfermos 
(SEBRAE-ABCS, 2016).
Eutanásia ou sacrifício
Para evitar o sofrimento de um animal gravemente lesionado ou enfermo 
e cujo prognóstico de cura é desfavorável ou para fins justificados de diagnóstico, 
pode-se lançar mão do sacrifício do animal. Para realizar esse procedimento 
de forma humanitária, devem ser respeitadas algumas regras, como a prévia 
insensibilização (atordoamento) do animal, em que o suíno se torna inconsciente, 
com um mínimo de sofrimento e dor, até a sua morte (SEBRAE-ABCS, 2016). Para 
isso, o procedimento deve ser planejado, rápido e efetivo. Na ausência de um 
médico veterinário para realizar esse procedimento, deve existir um responsável 
devidamente capacitado.
TÓPICO 2 | CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA
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Movimentação dos animais
Ao movimentar os animais (trocar de local, manejo de detecção de cio, 
coleta de sêmen, desmame, manejo com os leitões, transferências de leitões, 
embarque para abates, desembarque para alojamento etc.), fazê-lo sempre 
calmamente, sem gritos e/ou usar equipamentos que possam estressar ou ferir 
os animais, jamais utilizar choque elétrico na condução. Sempre utilizar tábuas 
de manejo e conduzir os animais em grupos menores (quatro ou cinco suínos). 
Todo o percurso deve estar preparado (ausência de locais que possam causar 
ferimentos ou distrações, limpo, grades para guiar etc.), assim como as pessoas 
responsáveis por essa tarefa devem ser devidamente treinadas. Procurar realizar 
essa movimentação nas horas mais frescas do dia (SEBRAE-ABCS, 2016).
Gestão ambiental
A gestão ambiental engloba o correto manejo dos dejetos e adequada 
destinação dos resíduos biológicos, além de atender à legislação e não agredir 
o meio ambiente, ajudam no controle de moscas, na redução de gases tóxicos no 
ambiente (metano e amônia) e na disseminação de doenças, protegendo, assim, a 
saúde do rebanho e atendendo aos princípios do bem-estar animal.
Alguns indicadores podem ser utilizados para constatar o bem-estar dos 
animais. Os indicadores são medidas simples que podem refletir um aspecto do 
bem-estar dos animais. Geralmente, os indicadores utilizados para determinar o 
bem-estar dos suínos podem ser baseados no animal e no ambiente. Os indicadores 
baseados no ambiente são mais fáceis de mensurar, no entanto, os indicadores 
baseados no animal trazem informações mais relevantes sobre o bem-estar e têm 
a vantagem de poder ser utilizados em qualquer criação, independentemente do 
sistema de alojamento e manejo. Entretanto, os indicadores definidos devem ser 
válidos, ou seja, devem mensurar o que realmente se pretende, confiáveis (fornecer 
mensurações replicáveis) e práticos. Os indicadores baseados no animal podem 
ser classificados em quatro categorias: indicadores fisiológicos; indicadores de 
comportamento; indicadores ligados à saúde dos animais e indicadores ligados 
à produção (LUDTKE; CALVO; BUENO, 2014). Vamos agora conhecer cada um 
desses indicadores, segundo as definições de Ludtke, Calvo e Bueno (2014).
Indicadores fisiológicos
A concentração de cortisol ou de seus metabólitos no plasma sanguíneo, na 
saliva, na urina ou nas fezes é um dos indicadores mais comumente usados para 
mensurar o bem-estar dos animais, pois está relacionado ao estresse. Contudo, 
deve-se levar em consideração que a concentração de cortisol pode também 
aumentar em situações que dificilmente podem ser consideradas desconfortáveis, 
por isso que alterações na concentração de cortisol devem ser interpretadas com 
cuidado e levando em conta outros indicadores, como comportamento.
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA
26
Indicadores de comportamento
Além das mudanças comportamentais normalmente associadas à resposta 
de estresse, existem outras que surgem como consequência de ambientes pouco 
adequados para os animais. Uma dessas mudanças são as estereotipias, que são 
comportamentos repetitivos que resultam de tentativas repetidas de adaptação 
a um ambiente difícil. Uma das estereotipias mais conhecidas na suinocultura, 
e que frequentemente as matrizes suínas realizam quando alojadas em gaiolas 
individuais, consiste em morder as barras metálicas da gaiola, enquanto realizam 
movimentos repetitivos de cabeça, e enrolar da língua ou fazer movimentos de 
mastigação sem alimento, o que as faz produzir uma grande quantidade de saliva.
Outro comportamento que pode ser indicativo de um problema de bem-
estar é o denominado “caudofagia”. Esse comportamento aparece, eventualmente, 
em suínos e consiste no hábito de morder a cauda dos outros animais, chegando, 
às vezes, a produzir feridas hemorrágicas.
Indicadores ligados à saúde dos animais
A saúde é uma avaliação importante do bem-estar dos suínos. Doenças 
multifatoriais como diarreias pós-desmame ou doenças respiratórias são 
indicadores úteis do baixo grau de bem-estar dos suínos, assim como a 
mortalidade, as lesões causadas pelo manejo, o ambiente (físico) e as brigas com 
outros animais também são importantes.
Indicadores ligados à produção
A queda da produção deve ser considerada um indicador de baixo graude bem-estar. Porém, é importante levar em conta que uma produção satisfatória 
não sugere necessariamente um nível adequado de bem-estar, pois os animais 
de produção foram selecionados para manter altos índices de produtividade, 
mesmo em condições que não sejam as melhores do ponto de vista do bem-estar. 
Além disso, a mensuração da produção só leva em conta os valores médios, e 
para a avaliação do bem-estar deve-se considerar cada animal individualmente. 
A variabilidade entre os animais nos parâmetros produtivos é um indicador útil 
de bem-estar.
TÓPICO 2 | CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA
27
DICAS
Acadêmico, se você quiser aprofundar seus conhecimentos sobre o bem-estar 
na produção de suínos, acesse a página da Embrapa <https://www.embrapa.br/qualidade-da-
carne/carne-suina/producao-de-suinos/bem-estar-animal>. Essa página da internet oferece 
diversos materiais técnico-científicos a respeito do bem-estar animal na produção de suínos.
4 FLUXO DE PRODUÇÃO E INSTALAÇÕES
Nas últimas décadas, a suinocultura passou por uma evolução genética 
significativa na redução de carne magra na carcaça e na maior eficiência de 
crescimento. Além disso, o grau de exploração e o aumento da produtividade 
fizeram com que os rebanhos ficassem cada vez mais vulneráveis do ponto de 
vista sanitário. Assim, o surgimento de novas doenças tornou fatores como o bem-
estar animal e a ambiência essenciais para a produtividade e para a viabilidade 
da suinocultura (MACHADO, 2014b).
Associado ao bem-estar e à ambiência, o fluxo de produção bem conduzido 
é de fundamental importância na manutenção da atividade estável e em constante 
melhoria. A concepção e o fluxo das instalações devem estar inseridos em um 
contexto que considere a capacidade de investimento do produtor, o tamanho 
do rebanho, o nível de produtividade e status sanitário desejados, o manejo a 
ser adotado e a viabilidade econômica. Nesse sentido, dois dos aspectos mais 
importantes na prevenção e controle das doenças dos sistemas de produção dos 
suínos são o vazio sanitário e a programação de lotes no sistema all in/all out 
(todos dentro/todos fora) nas fases de maternidade, creche, recria e terminação. 
Podemos definir o vazio sanitário como o período em que determinada instalação 
fica sem animais, após lavada e desinfetada, até a entrada de outro lote. O vazio 
sanitário reduz significativamente o potencial de infecção e a transmissão de 
agentes patogênicos de um lote para outro, melhorando a saúde geral do rebanho 
e a performance produtiva, diminuindo o uso de medicamentos (MACHADO, 
2014b).
Segundo Machado (2014b), para adotar o sistema de vazio sanitário e all 
in/all out é necessário planejar as instalações e o manejo dos animais a fim de 
obedecer a um fluxo de produção. A definição do fluxo de produção, em uma 
granja de ciclo completo, depende da determinação das seguintes condições, de 
acordo com Machado (2014b):
• Intervalo entre lotes de produção: 7, 14, 21 ou 28 dias.
• Idade média de desmame: 21 a 28 dias.
• Idade de saída da creche: 63 a 70 dias.
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA
28
• Idade de venda dos suínos produzidos (mercado): de 150 dias ou mais.
• Limpeza, desinfecção e vazio sanitário entre lotes: de 4 a 7 dias.
Essas premissas devem levar em conta o nível de exploração, o tamanho 
do plantel e as limitações de investimento do produtor. 
De acordo com Amaral, Silveira e Lima (2006), a organização do fluxo de 
produção de suínos na granja depende do planejamento das instalações. A granja 
deve ser construída em salas por fase de criação, considerando o tamanho do 
rebanho, o intervalo entre lotes de porcas que se pretende trabalhar e o período 
de ocupação de cada sala (período em que os animais permanecem na sala, 
somado ao vazio sanitário), principalmente nas fases de maternidade, creche e 
crescimento-terminação. Assim, será possível produzir animais em lotes com 
idades semelhantes na mesma sala e viabilizar a realização de vazio sanitário 
entre eles.
De acordo com Machado (2014b), o número de matrizes produtivas 
determina o tamanho de uma granja de produção de leitões ou ciclo completo. 
No planejamento de uma granja, o que deve determinar o tamanho desse plantel 
reprodutivo é o volume de produção desejado, representado por cevados/
semana, por leitões/semana ou quilogramas de suínos/ano. Esse volume de 
produção é limitado pela demanda de mercado, pela capacidade de investimento 
e custeio do produtor e pela disponibilidade de área para destinação dos dejetos. 
A partir disso, estima-se uma produtividade e determina-se o tamanho do plantel 
reprodutivo (matrizes) necessário para conseguir a produção desejada.
No caso de a produtividade ser subestimada no projeto, poderá haver 
problemas de falta de espaço e superlotação nas diferentes fases de crescimento 
(creche, recria e terminação). Por outro lado, se a produtividade for superestimada, 
a granja terá de aumentar o plantel reprodutivo para atingir a meta desejada, 
resultando em problemas de espaço nas áreas de gestação e maternidade. Seja no 
planejamento de instalações novas, seja em reformas ou adequações de manejo de 
granjas já estabelecidas, é essencial definir o fluxo de produção que otimize o uso 
das instalações, sem comprometer questões de bem-estar e sanidade. Explorar 
bem uma instalação é conseguir produzir alto volume de carne, mantendo os 
custos baixos, compatíveis com um manejo adequado que mantém a estabilidade 
sanitária (MACHADO, 2014b). Agora vamos analisar o dimensionamento da área 
de reprodução e das áreas de creche, recria e terminação, segundo as informações 
de Machado (2014b).
Dimensionamento da área de reprodução
Os setores de reprodução são compostos pela maternidade, gestação e 
reposição. No dimensionamento das instalações de reprodução e na definição 
do fluxo deve-se levar em conta o número de matrizes produtivas, a taxa de 
TÓPICO 2 | CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA
29
reposição, a meta de idade de primeira cobertura das leitoas, o vazio sanitário 
da maternidade e a área de circulação. Para se calcular a dimensão da área de 
reprodução, todas as matrizes que já foram inseminadas (cobertas) ao menos 
uma vez são consideradas produtivas, incluindo fêmeas no intervalo desmame 
cobertura e matrizes para descarte que ainda estejam alojadas na granja 
(MACHADO, 2014b).
 
Maternidade
Uma das maneiras de definir o grau de exploração do plantel reprodutivo 
de uma granja é através do n° de partos/gaiola de maternidade/ano. A maternidade 
tem sido apontada como um dos maiores entraves da produção, limitando a 
ampliação do plantel temporária ou definitivamente. Com redução cada vez 
maior da idade ao desmame, visando aumentar os partos/fêmea/ano, costuma-se 
trabalhar com números superiores a 13 partos/gaiola/ano, ou seja, menos de 28 
dias por ciclo desde a entrada da fêmea na maternidade, passando pela lactação, 
desmame, lavação/desinfecção e vazio sanitário (MACHADO, 2014b).
Portanto, de acordo com o autor, é interessante trabalhar com um período 
de, pelo menos, 31 dias por ciclo (lote). Dessa maneira, consegue-se uma idade 
média de desmame dos leitões de aproximadamente 23 dias e uma idade mínima 
de 21 dias, permitindo um período de cerca de oito dias para serem divididos 
entre alojamento pré-parto e posterior lavação, desinfecção e vazio sanitário entre 
lotes (MACHADO, 2014b). 
Cada lote pode ocupar uma ou mais salas. A vantagem de ter mais 
salas por lote está na flexibilidade em se desmamar em mais do que um dia por 
semana, dividindo as atividades ao longo da semana e permitindo uma idade 
de desmame mais uniforme. No entanto, essa situação, além de encarecer a 
construção (pois necessita mais paredes, portas e corredores), também pode 
dificultar o manejo, por não concentrar todos os animais do mesmo lote em um 
só ambiente (MACHADO, 2014b).
Dimensionamento das áreas de creche, recria e terminação
As fases de crescimento e engorda representam o local onde o suíno passa 
a maiorparte de sua vida e onde há o maior consumo de ração da granja (custo). 
Além do mais, perder um suíno próximo à idade de abate resulta em maiores 
prejuízos que nas demais fases de crescimento, tendo agregado a ele todos os 
custos anteriores. No planejamento de instalações e do fluxo de produção nas 
fases de creche, recria e terminação, além do período de vazio sanitário e idade 
de transferência e venda, deve-se considerar o tamanho do lote, o tamanho das 
subdivisões do lote (grupos), o espaço por animal (m2) e a forma de arraçoamento 
(automático, manual, controlado, à vontade etc.). Todos esses fatores interferem 
no dimensionamento e projeto das instalações (MACHADO, 2014b).
UNIDADE 1 | CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA
30
No desenvolvimento das instalações e fluxo de produção nos setores de 
crescimento é preciso avaliar o custo da instalação, a disponibilidade e custo de 
mão de obra, o sistema de arraçoamento, a performance desejada e o tamanho dos 
lotes (MACHADO, 2014b). Em qualquer uma das fases de crescimento (creche, 
recria ou terminação), a fórmula básica para definir o número de lotes por fase é:
Número de lotes = (período de ocupação + vazio sanitário)/intervalo entre 
lotes
O período de ocupação é a idade média de saída da fase menos a idade 
média de entrada. Vejamos o seguinte exemplo: em uma granja que desmama 
com 21 dias e faz a descreche com 63 dias, o período de ocupação da creche é de 
42 dias. O vazio sanitário deve ser de quatro a sete dias e o intervalo entre lotes é 
múltiplo de sete. Dependendo do tamanho do lote, ele pode ser alojado em uma 
ou mais salas (MACHADO, 2014b).
Creche 
O desmame é um dos momentos mais críticos no sistema de produção de 
suínos, pois os fatores sociais, sanitários, imunológicos, nutricionais e de ambiente, 
resultantes da separação do leitão de sua mãe e de sua transferência para outra 
instalação, têm consequências sobre seu desempenho seguinte (MACHADO, 
2014b).
Assim como na maternidade, o número de gaiolas é dimensionado sobre 
a performance produtiva (alvo de cobertura e taxa de parição), na creche e demais 
setores de crescimento, o número de espaços depende do número de desmamados 
por porca/ano. Com a constante evolução genética não é absurdo projetar números 
iguais ou superiores a 35 leitões desmamados/porca/ano (MACHADO, 2014b).
Recria e terminação
A fase de recria ou crescimento está catalogada entre a saída de creche até 
mais ou menos 110 dias de vida, pode ser um setor separado da terminação ou 
feito de forma contínua, na mesma instalação, sem a necessidade de transferência. 
O fracionamento dessas duas fases é feito em função da redução de área 
construída, pois na fase de recria pode-se trabalhar com uma área/animal alojado 
de 0,65 a 0,75 m2, enquanto a área de terminação deve-se trabalhar com uma área 
proporcional ao peso previsto de venda. Na terminação, em separado da recria 
ou como uma fase contínua (recria/terminação) a área recomendada é de 0,01 m2/
kg de venda, ou seja, se, por exemplo, a granja abater os animais com 110 kg de 
peso vivo, recomenda-se trabalhar a terminação com uma área livre de 1,1 m2/
animal alojado (MACHADO, 2014b).
TÓPICO 2 | CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA
31
Do ponto de vista sanitário, recomenda-se que o mesmo subgrupo (baia) 
seja transferido da creche para as fases subsequentes, ou seja, se a creche aloja 
35 animais por baia, a recria e a terminação devem manter a mesma capacidade 
por baia, ou dividir essa capacidade em duas ou mais baias, nunca o contrário 
(agrupar baias diferentes da creche em uma só baia na recria) (MACHADO, 
2014b).
Acadêmico, o dimensionamento e planejamento correto das instalações 
são fundamentais para a produção de suínos de maneira adequada, sanitária 
e voltada ao bem-estar animal. Além disso, é importante orientar-se através 
das boas práticas de produção de suínos, que podem beneficiar os sistemas de 
produção, assim como orientar a ampliação ou a implantação de novos sistemas 
(AMARAL; SILVEIRA; LIMA, 2006). 
32
RESUMO DO TÓPICO 2
 Neste tópico, você aprendeu que:
• A produção de suínos pode ser classificada, de acordo com o grau de controle 
da produção, em extensiva e intensiva.
• A produção extensiva pode ser definida como extrativista e de subsistência, 
praticamente sem controle de dados e manejos.
• Todas as demais formas de produção são consideradas intensivas, nas quais 
existe uma preocupação com viabilidade econômica e produtividade.
• Os suínos podem ser produzidos de forma intensiva ao ar livre ou confinados, 
sendo que mundialmente há uma predominância do modelo confinado.
• A produção de suínos pode ser classificada, pelo tipo de vínculo de produção, 
como independente, integrada ou cooperativa, com diferente distribuição e 
predominância de acordo com a região geográfica do país.
• Os sistemas de produção podem ser classificados, de acordo com a localização 
dos sítios, em ciclo completo, sítio único ou produção distribuída em diversos 
sítios (dois, três, quatro e cinco sítios).
• Quando se trata de bem-estar animal na granja, alguns princípios devem ser 
considerados, como o princípio da boa alimentação, do bom alojamento, da boa 
saúde, evitar situações de estresse e também a possibilidade de o animal expressar 
um comportamento natural.
• O bem-estar de um animal é atendido quando se cumprem cinco requisitos, 
ou as cinco liberdades: nutrição adequada; sanidade adequada; ausência de 
desconforto físico e térmico; ausência de medo, dor e estresse intenso; capacidade 
de expressar comportamentos típicos da espécie.
• Alguns indicadores podem ser utilizados para se constatar o bem-estar dos 
animais. Geralmente, os indicadores utilizados para determinar o bem-estar dos 
suínos podem ser baseados no animal e no ambiente.
• Os indicadores baseados no animal podem ser classificados em quatro 
categorias: indicadores fisiológicos; indicadores de comportamento; indicadores 
ligados à saúde dos animais e indicadores ligados à produção.
• Associado ao bem-estar e à ambiência, o fluxo de produção bem conduzido é 
de fundamental importância na manutenção da atividade estável e em constante 
melhoria.
33
• Dois dos aspectos mais importantes na prevenção e controle das doenças dos 
sistemas de produção dos suínos são o vazio sanitário e a programação de lotes 
no sistema all in/all out (todos dentro/todos fora) nas fases de maternidade, creche, 
recria e terminação.
• No dimensionamento das instalações de reprodução e na definição do fluxo 
deve-se levar em conta o número de matrizes produtivas, a taxa de reposição, a 
meta de idade de primeira cobertura das leitoas, o vazio sanitário da maternidade 
e a área de circulação.
• No planejamento de instalações e do fluxo de produção nas fases de creche, 
recria e terminação, além do período de vazio sanitário e idade de transferência 
e venda, deve-se considerar o tamanho do lote, o tamanho das subdivisões do 
lote (grupos), o espaço por animal (m2) e a forma de arraçoamento (automático, 
manual, controlado, à vontade etc.).
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AUTOATIVIDADE
Vamos testar o quanto avançamos no domínio do conhecimento dos 
sistemas de produção, bem-estar animal e planejamento de produção na 
suinocultura.
1 Neste tópico, vimos que o sistema de produção na suinocultura se refere 
à maneira como se organiza a produção. A produção de suínos pode ser 
classificada, de acordo com o grau de controle da produção, em extensiva e 
intensiva. Sobre os sistemas de produção na suinocultura, analise as seguintes 
sentenças:
I- A produção extensiva pode ser definida como extrativista e de subsistência, 
praticamente sem controle de dados e manejos.
II- No sistema de criação intensiva tradicional, os animais de todas as categorias 
permanecem sobre piso e sob cobertura, podendo-se, ainda, separá-los por 
fases em várias instalações.
III- A suinocultura de subsistência com baixa aplicação de tecnologia está 
cada vez menor, dando origem a uma suinocultura tecnificada e de maior 
produtividade.

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