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Universidade Federal de Uberlândia Campus Santa Mônica Instituto de Química RELATÓRIO Razão entre as capacidades caloríficas molares de um gás à pressão e volume constantes. Licenciandos em Química. Disciplina: Físico Química Experimental Aluno: Denis Polidoro de Sousa (11911QMI230) Rodrigo Martins Alves (11711QMI220) Rafael L. J. Canuto (11611QMI200) Uberlândia- MG, Agosto de 2021 Introdução No século XIX dois químicos, sendo eles Charles Bernard Desormes e Nicolas Clément, tinham como objetivo determinar a relação existente entre as capacidades caloríficas molares de um gás a pressão constante, Cp,m, e a volume constante Cv,m, esta relação podendo ser chamada de ⋎. A capacidade calorífica é entendida como a medição da energia térmica necessária adicionada ou retirada para que se altere a temperatura de um determinado composto/amostra, já a capacidade calorífica molar mede a quantidade de calor necessário para que seja aquecido um mol de uma substância em 1°C. Para tal experimento utilizou-se dois processos, sendo o primeiro um processo de expansão adiabática, seguido de um processo de aquecimento isocórico, ou seja, a transformação a volume constante, como exemplifica a Figura 1. Fonte: Página edisciplinas USP1 Figura 1: Diagrama P-V para o processo aplicado sobre o gás no experimento de Clément – Desormes. Entre o estado inicial (1) e o (2) o processo é adiabático e entre (2) e (3) é isocórico. Um processo de transformação adiabática, analisando a Equação 1, partindo da Primeira Lei da Termodinâmica tem-se que: Δ𝑈=𝑞+𝑤 (equação 1) Onde Δ𝑈 é dado como a variação da energia interna; 𝑞 é o calor que há na reação e 𝑤 sendo o trabalho realizado. Como o processo adiabático não envolve a troca de calor entre sistema e vizinha, visto que a expansão do gás ocorre numa velocidade muito alta e assim a troca de calor pode ser desprezível e dessa forma a Primeira Lei da Termodinâmica pode ser reduzida para a Equação 2. Δ𝑈=𝑤=−𝑃𝑒𝑥×Δ𝑉 (equação 2) Assim indicando então que toda a variação de energia interna de um gás durante um processo adiabático deve ser igual ao trabalho realizado pelo ou sobre o gás. Numa expansão o trabalho é negativo, visto que sistema perde energia, sua energia interna diminui e sua temperatura também, como o processo adiabático não envolve nenhum fluxo de calor não ocorre troca de energia por radiação, nem condução e conversão, um exemplo simples de um processo de transformação adiabática pode ser dado através da abertura de uma garrafa de uma água com gás, onde o ar da garrafa apresenta uma névoa logo após a abertura de sua tampa, pois houve a expansão do ar, esfriando assim e o vapor d'água condensa de maneira rápida. Sendo assim o experimento no estado inicial de equilíbrio (1), com certa quantidade de mols encontra-se a uma pressão P1, esta pressão sendo acima da pressão atmosférica e com volume V1 e temperatura T1, sendo esta temperatura igual à temperatura ambiente, com a expansão adiabática realizada até o estado 2, exemplificado na figura 1, o estado 2 assume então uma pressão P2, sendo esta pressão igual da atmosfera, volume V2 e temperatura T2, menor que a temperatura ambiente e neste instante ocorre um aquecimento isocórico indo até o estado 3, a temperatura sendo igual a T1 (temperatura ambiente), pressão P3 e o volume igual sendo igual V2. Objetivo Determinar a razão entre as capacidades caloríficas molares a pressão e volume constante para um gás utilizando o aparelho de Clement e Desormes. Analisar se o gás se aproxima mais da razão teórica de gases diatômicos ou monoatômicos ideais. Procedimento experimental Para esse experimento, foram utilizados: Um manômetro de água de tubo aberto, uma bomba compressora e um galão de 20 Litros com uma rolha adaptada para o experimento contendo 3 tubos, um ligado a bomba compressora, outro ligado ao manômetro e outro tubo livre (Figura 2) e um papel milimetrado. Nesse experimento, foram aplicados dois processos diferentes sobre o gás, uma expansão adiabática do estado (1) até (2), e um aquecimento isocórico desde (2) até o estado (3) conforme Figura 1. Inicialmente os dois lados do manômetro foram nivelados, em seguida ligou-se a bomba que ficou em funcionamento por alguns minutos com o tubo livre fechado, com os níveis do manômetro alterados a bomba é desligada e o tubo referente a ela é fechado, é então medida a variação da altura (h1) dos dois lados do manômetro, esse é o estado 1, em seguida a rolha do galão foi aberta e fechada rapidamente realizando uma expansão adiabática (estado 2), e após o sistema ser estabilizado em um processo isocórico foi realizado novamente a medida da variação de altura do manômetro (h2). Figura 2: Diagrama do aparato de Clement-Desormes Resultados e discussão As medidas experimentais foram feitas em duas etapas, na primeira mediu-se a altura da coluna de água após o bombeamento manual de ar para dentro do sistema. Na segunda etapa, foi aferida a altura da coluna de água após a abertura da tampa, o que permitiu que a pressão atmosférica agisse dentro do recipiente. As alturas da coluna de água foram medidas por meio de um papel milimetrado, os dados obtidos foram comparados com as medidas de equilíbrio entre as duas colunas conforme mostra a Tabela 1. Tabela 1: Medidas experimentais para a primeira e segunda etapas. Medida Experimental 1ª Etapa - H2O / cm 2ª Etapa – hH2O / cm 1 61,7 13,8 Tabela 2: Dados do experimento para temperatura e pressão constante. Parâmetros 25ºC Valor Densidade da Água (ρH2O) 0,9970 g cm–3 Densidade do Mercúrio (ρHg) 13.5340 kg m–3 Pressão Atmosférica (P2) 697,2243 mm Hg Constante dos Gases (R) 8,3145 J K–1 mol–1 Após serem feitas as medidas, utilizou-se a equação 3 que relaciona a pressão do gás com a altura em mm da coluna de água. A pressão atmosférica foi dada em milímetros de mercúrio para que a pressão final encontrada no gás naquela determinada etapa do processo, também fosse expressa em termos de milímetros de mercúrio. (equação 3) A tabela 3 mostra os valores obtidos na equação 3, S Tabela 3: Valores de Pressão em termos de milímetros de mercúrio. Medida Experimental Altura da coluna de água Valores de P1 e P3 respectivamente. 1ª Etapa - H2O / cm 61,7 cm P1 = 726,658 mm Hg 2ª Etapa – hH2O / cm 13,8 cm P3 = 697,2243 mm Hg A partir dos valores de P1 e P3 encontrados, utilizou-se a equação 4, que relaciona os valores de pressão com a razão da capacidade calorífica molar. Sendo P1 a pressão do gás para a primeira etapa, P2 a pressão atmosférica e P3 a pressão do gás para a segunda etapa. (equação 4) O gás atmosférico, que foi o gás utilizado no experimento, tem na maior parte de sua composição moléculas diatômicas de gases N2 e O2. Devido a essa predominância , nos experimentos ele se comporta como um gás diatômico, mesmo tendo outros componentes químicos em sua formação. De acordo com os parâmetros de classificação para as razão caloríficas molares as temos que: Tabela 4: Classificação dos gases de acordo com os valores de ϒ Valores esperados para gases valores de ϒ Monoatômicos ϒ = 1,67 Diatômicos ϒ = 1,40 Poliatômicos ϒ = 1,30 Por isso, o valor de ϒ esperado neste experimento era de 1,40 , enquanto o resultado obtido foi de 1,36. Devido a alguns erros técnicos cometidos durante as aferições das medidas por parte dos operadores, o resultado encontrado divergiu um pouco do valor esperado para um gás diatômico. Entretanto, como foi observado, ele ainda encontra-se mais próximo do valor de um gás diatômico do que de um poliatômico. O experimento de Clément-Desormes foi objeto de revisão por outros pesquisadores devido a alguns aspectos como o escape de gás, a reversibilidade da expansão de um gás contra a atmosfera e a politropia, que é a troca de calor entre um sistema termodinâmico e sua vizinhança favorecida pela imperfeição do isolamento térmico. Cálculo do erro percentual relativo O erro percentual relativo pode ser obtido a partir da equação 5, que relaciona o valor verdadeiro da medidacom o valor obtido experimentalmente. (equação 5) Portanto, segue que: Erro (%) = 2,86 % Conclusão Foram utilizadas as medidas coletadas referentes às alturas das colunas de águas nas etapas 1 e 2, nos cálculos que relacionam a pressão do gás com as medidas de altura expressa em termos de milímetros de mercúrio. Ao obter-se a pressão do gás, foi calculado os valores da razão entre as capacidades caloríficas molares de um gás à pressão e volume constantes, como meio de se determinar o coeficiente ϒ. O resultado obtido para essas medidas experimentais foi ϒ = 1,36 , que se encontra bem próximo do valor teórico esperado de 1,40 para um gás diatômico. Como o resultado da relação entre as capacidades caloríficas depende de detalhes experimentais que variam com o gás usado e o aferimento das medidas, o experimento de Clément-Desormes não é confiável para obter medidas exatas. Mas devido aos aspectos citados anteriormente o experimento é uma fonte de conceitos, contextualizações e discussões no ensino de Físico-Química. Referências Xdocs, Aparato de Clement-Desormes; Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQnwAgMtEkc6DSsBn-m4nhfhFfL 6KkTp6IxR54ikXT4ZLUnWKrF1QXfcoxpSv7mu30xAcE&usqp=CAU, acesso em 10/08/2021. ATKINS, P.; PAULA, J. Atkins: Físico Química. v.1. 7ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. p. 8. ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química: Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente. Vol. único. 3ª ed. São Paulo: Bookman, 2007. p.239 Figura 2: Aparato de Boyle, Alamy, encontrado em: https://c8.alamy.com/comp/2AXHGWN/laboratory-manual-in-physics-eally-quite-the-same-a s-that-indicatedby-the-gauge-why-explain-why-the-pressureexerted-by-the-hydraulic-press-is- multiplied-to-suchan-extent-consult-a-reference-book-for-a-discussionof-pascals-law-relative- to-liquid-pressure-name-other-appliances-in-which-the-principle-ofthe-hydraulic-machine-is- made-use-of-experiment-no-10-question-if-the-gas-companywere-to-double-the-pressure-ont he-tank-supplying-the-mainswhat-effect-would-it-have-on-thevolume-of-the-confined-gas-ap https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQnwAgMtEkc6DSsBn-m4nhfhFfL6KkTp6IxR54ikXT4ZLUnWKrF1QXfcoxpSv7mu30xAcE&usqp=CAU https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQnwAgMtEkc6DSsBn-m4nhfhFfL6KkTp6IxR54ikXT4ZLUnWKrF1QXfcoxpSv7mu30xAcE&usqp=CAU https://c8.alamy.com/comp/2AXHGWN/laboratory-manual-in-physics-eally-quite-the-same-as-that-indicatedby-the-gauge-why-explain-why-the-pressureexerted-by-the-hydraulic-press-is-multiplied-to-suchan-extent-consult-a-reference-book-for-a-discussionof-pascals-law-relative-to-liquid-pressure-name-other-appliances-in-which-the-principle-ofthe-hydraulic-machine-is-made-use-of-experiment-no-10-question-if-the-gas-companywere-to-double-the-pressure-onthe-tank-supplying-the-mainswhat-effect-would-it-have-on-thevolume-of-the-confined-gas-apparatus-boyles-appara-tus-mercury-illuminating-gasbarometer-directions-in-the-a-2AXHGWN.jpg https://c8.alamy.com/comp/2AXHGWN/laboratory-manual-in-physics-eally-quite-the-same-as-that-indicatedby-the-gauge-why-explain-why-the-pressureexerted-by-the-hydraulic-press-is-multiplied-to-suchan-extent-consult-a-reference-book-for-a-discussionof-pascals-law-relative-to-liquid-pressure-name-other-appliances-in-which-the-principle-ofthe-hydraulic-machine-is-made-use-of-experiment-no-10-question-if-the-gas-companywere-to-double-the-pressure-onthe-tank-supplying-the-mainswhat-effect-would-it-have-on-thevolume-of-the-confined-gas-apparatus-boyles-appara-tus-mercury-illuminating-gasbarometer-directions-in-the-a-2AXHGWN.jpg https://c8.alamy.com/comp/2AXHGWN/laboratory-manual-in-physics-eally-quite-the-same-as-that-indicatedby-the-gauge-why-explain-why-the-pressureexerted-by-the-hydraulic-press-is-multiplied-to-suchan-extent-consult-a-reference-book-for-a-discussionof-pascals-law-relative-to-liquid-pressure-name-other-appliances-in-which-the-principle-ofthe-hydraulic-machine-is-made-use-of-experiment-no-10-question-if-the-gas-companywere-to-double-the-pressure-onthe-tank-supplying-the-mainswhat-effect-would-it-have-on-thevolume-of-the-confined-gas-apparatus-boyles-appara-tus-mercury-illuminating-gasbarometer-directions-in-the-a-2AXHGWN.jpg https://c8.alamy.com/comp/2AXHGWN/laboratory-manual-in-physics-eally-quite-the-same-as-that-indicatedby-the-gauge-why-explain-why-the-pressureexerted-by-the-hydraulic-press-is-multiplied-to-suchan-extent-consult-a-reference-book-for-a-discussionof-pascals-law-relative-to-liquid-pressure-name-other-appliances-in-which-the-principle-ofthe-hydraulic-machine-is-made-use-of-experiment-no-10-question-if-the-gas-companywere-to-double-the-pressure-onthe-tank-supplying-the-mainswhat-effect-would-it-have-on-thevolume-of-the-confined-gas-apparatus-boyles-appara-tus-mercury-illuminating-gasbarometer-directions-in-the-a-2AXHGWN.jpg https://c8.alamy.com/comp/2AXHGWN/laboratory-manual-in-physics-eally-quite-the-same-as-that-indicatedby-the-gauge-why-explain-why-the-pressureexerted-by-the-hydraulic-press-is-multiplied-to-suchan-extent-consult-a-reference-book-for-a-discussionof-pascals-law-relative-to-liquid-pressure-name-other-appliances-in-which-the-principle-ofthe-hydraulic-machine-is-made-use-of-experiment-no-10-question-if-the-gas-companywere-to-double-the-pressure-onthe-tank-supplying-the-mainswhat-effect-would-it-have-on-thevolume-of-the-confined-gas-apparatus-boyles-appara-tus-mercury-illuminating-gasbarometer-directions-in-the-a-2AXHGWN.jpg https://c8.alamy.com/comp/2AXHGWN/laboratory-manual-in-physics-eally-quite-the-same-as-that-indicatedby-the-gauge-why-explain-why-the-pressureexerted-by-the-hydraulic-press-is-multiplied-to-suchan-extent-consult-a-reference-book-for-a-discussionof-pascals-law-relative-to-liquid-pressure-name-other-appliances-in-which-the-principle-ofthe-hydraulic-machine-is-made-use-of-experiment-no-10-question-if-the-gas-companywere-to-double-the-pressure-onthe-tank-supplying-the-mainswhat-effect-would-it-have-on-thevolume-of-the-confined-gas-apparatus-boyles-appara-tus-mercury-illuminating-gasbarometer-directions-in-the-a-2AXHGWN.jpg paratus-boyles-appara-tus-mercury-illuminating-gasbarometer-directions-in-the-a-2AXHGW N.jpg, acessado em 25/07/2021. ROZENBERG, I; Química Geral - 1ª ed; Editora Edgard Blücher, 2002. Figura 1: Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5845999/mod_resource/content/1/PRATICA%20VI .pdf> https://c8.alamy.com/comp/2AXHGWN/laboratory-manual-in-physics-eally-quite-the-same-as-that-indicatedby-the-gauge-why-explain-why-the-pressureexerted-by-the-hydraulic-press-is-multiplied-to-suchan-extent-consult-a-reference-book-for-a-discussionof-pascals-law-relative-to-liquid-pressure-name-other-appliances-in-which-the-principle-ofthe-hydraulic-machine-is-made-use-of-experiment-no-10-question-if-the-gas-companywere-to-double-the-pressure-onthe-tank-supplying-the-mainswhat-effect-would-it-have-on-thevolume-of-the-confined-gas-apparatus-boyles-appara-tus-mercury-illuminating-gasbarometer-directions-in-the-a-2AXHGWN.jpg https://c8.alamy.com/comp/2AXHGWN/laboratory-manual-in-physics-eally-quite-the-same-as-that-indicatedby-the-gauge-why-explain-why-the-pressureexerted-by-the-hydraulic-press-is-multiplied-to-suchan-extent-consult-a-reference-book-for-a-discussionof-pascals-law-relative-to-liquid-pressure-name-other-appliances-in-which-the-principle-ofthe-hydraulic-machine-is-made-use-of-experiment-no-10-question-if-the-gas-companywere-to-double-the-pressure-onthe-tank-supplying-the-mainswhat-effect-would-it-have-on-thevolume-of-the-confined-gas-apparatus-boyles-appara-tus-mercury-illuminating-gasbarometer-directions-in-the-a-2AXHGWN.jpg
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