PETIÇÃO INICIAL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO FORO DE SÃO CAETANO DO SUL DA _ VARA CIVEL DO ESTADO DE SÃO PAULO
Trata-se de ação em que o autor é Marcos xxxx, brasileiro, casado, autônomo, portador do RG xxxxx, inscrito no CPF xxxx. E Tania xxxx, brasileira, casada, empregada,portadora do RG xxxxx, inscrito no CPF xxxxx, ambos localizados no endereço xxxxx. por sua procuradora que esta subscreve (procuração anexa), nos termos do art. 319 CPC.
AÇÃO PELO RITO COMUM ORDINÁRIO INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS
Em face de FELIZES PARA SEMPRE LINHAS AÉREAS, CNPJ xxxx, empresa de direito privado, localizada no endereço xxxx, empresa atualmente ativa. Pelos motivos e fatos que passa a expor.
DOS FATOS
As partes exequentes realizaram uma viagem ao exterior afim de comemorar mais um ano de casamento, porém ao chegarem no destino descobriram que tiveram uma mala com objetos pessoais (roupas, acessórios entre outros). 
Conforme documento em anexo, as partes realizaram a viagem no dia 02/01/2022 com retorno para 23/01/2022,
A mala só retornou para as partes em 30/01/2022, causando assim transtornos durante a viagem pois tiveram que realizar novas compras pois só haviam levado uma mala e a mesma havia sido extraviada, tendo um gasto no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais).
As partes exequentes realizaram uma reclamação formal para a empresa aérea, tendo em vista de que tiveram prejuízos causado por esse transtorno. Diante do exposto não resta ao autor outra sorte, que não ajuizar a presente demanda.
DO DIREITO
1. DOS DANOS MATERIAIS
Conforme exposto, a realidade fática revela ser a ré a causadora do acidente por meio de sua responsabilidade objetiva. Desta forma a ré deve suportar todos os danos causado ao autor, já que a mala foi extraviada e causando prejuízos.
2. DOS DANOS MORAIS
A moral individual está relacionada à honra, ao nome, à boa-fama, à autoestima e ao apreço. Assim, o dano moral resulta de ato ilícito que atinge o patrimônio do indivíduo, ferindo sua honra, decoro, crenças políticas e religiosas, paz interior, bom nome e liberdade, originando sofrimento psíquico, físico ou moral.
Nesse diapasão, convém ressaltar a doutrina de Yussef Said Cahali, in Dano Moral, Ed. RT:
“No direito brasileiro, não obstante a ausência de disposição legal explícita, a doutrina é uniforme no sentido da admissibilidade de reparação do dano moral tanto originário de obrigação contratual quanto decorrente de culpa aquiliana, uma vez assente a indenizabilidade do dano moral, não há fazer-se distinção entre dano moral derivado de fato ilícito absoluto e dano moral que resulta de fato ilícito derivado”.
E que também,
 Segundo lição do Professor Sergio Cavalieri, deve reputar como dano moral a dor, o vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade, indefira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem estar. (Programa de responsabilidade civil, p.78)
Neste sentido, a jurisprudência tem-se firmado no seguinte entendimento:
APELAÇÃO AÇÃO REGRESSIVA EM FACE DE COMPANHIA AÉREA, MOVIDA POR SEGURADORA EXTRAVIO DE BAGAGEM SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA PARCIAL. Argumentos da seguradora que convencem - Transporte aéreo internacional Sub-rogação bem demonstrada Extravio temporário de bagagem Eventual localização posterior da bagagem que não prejudica a condenação, tendo em vista que as compras não seriam necessárias se não houvesse o extravio inicial Responsabilidade objetiva do transportador Falha do serviço evidenciada Valor do dano material fixado em valor inferior ao limite previsto no artigo 22, item 2 da Convenção de Montreal, devendo incidir juros de mora a partir citação, por se cuidar de responsabilidade civil contratual (CC. Art. 405). SENTENÇA REFORMADA RECURSO PROVIDO (Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 1023957-75.2021.8.26.0002.O julgamento teve a participação dos Desembargadores PEDRO KODAMA(Presidente) E JOSÉ TARCISO BERALDO.)
APELAÇÃO CÍVEL. Ação regressiva de ressarcimento de danos. Extravio de bagagem em voo internacional. Indenização securitária. Sentença de procedência. Insurgência da ré. Admissibilidade em parte. Sub-rogação da seguradora quanto aos direitos dos passageiros segurados. Relação negocial regida pelo CDC. Aplicabilidade da Convenção de Montreal não altera a natureza consumerista da contratação, mas prevalece no caso de conflito de normas. Extravio definitivo de bagagem no voo de ida dos segurados aos Estados Unidos. Indenização no valor de R$ 1.989,04 paga pela transportadora ao passageiro, antes do pagamento de R$ 2.870,99 também pela seguradora. Ato válido, na medida em que antecedeu a sub-rogação da autora nos direitos de seus clientes. Considerando que a requerida comprovou ter realizado o pagamento de R$ 1.989,04, diretamente aos passageiros segurados, referido valor deve ser abatido da pretensão inicial. Descabe dupla reparação relativamente aos mesmos fatos. Sentença reformada. Recurso parcialmente provido. ( Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 1016327-95.2020.8.26.0068. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ROQUE ANTONIO MESQUITA DE OLIVEIRA (Presidente) E CARLOS ALBERTO LOPES)
3. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
 Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Ainda, entende-se também nos artigos:
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
 § 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
 I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
 II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
4. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
Atendendo o disposto no artigo 319, VII do Código de Processo Civil, vem a parte autora informar que tem interesse na audiência de conciliação ou mediação.
Art. 319. A petição inicial indicará:
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
Por todo o exposto, REQUER:
PEDIDOS E DOS REQUERIMENTOS
I. Do exposto requer a procedência dos pedidos como a condenação da requerida a título de danos morais pelo valor estimado de R$10.000,00 (dez mil reais) e condenação título de danos materiais pelo valor de R$ 20.000,00 ( vinte mil reais).
II. Em cumprimento ao que dispõe o art. 319, VII, do CPC, a autora informa interesse na realização de audiência de conciliação ou mediação.
III. Deferimento da produção de todos meios e prova em direito admitidos, depoimento pessoal da ré, a oitiva de testemunhas, juntada posterior de documentos e outras que façam necessárias;
IV. Requer a citação do réu, no endereço constante no preâmbulo desta, para que venha compor o polo passivo da presente ação, e querendo, oferecer resposta no prazo legal;
V. A total procedência dos pedidos para a condenação da parte ao pagamento cumulado com juros compensatórios, e juros moratórios nos termos dos artigos 406 e 407 do CC.
VI. Requer que as intimações ocorram EXCLUSIVAMENTE em nome da Advogada XXXXXXX, OAB/SP XXXX, nos termos do Art. 272, §5º do CPC/15.
VII. Dá-se a causa no valor de de R$30.000,00 (trinta mil reais).
Nestes termos, pede deferimento.
Local, data e assinatura.