Prévia do material em texto
1 BASES NEUROBIOLÓGICAS E PSICOFARMACOLOGIA DAS DOENÇAS DO ENVELHECIMENTO 1 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 2 2. O Envelhecimento............................................................................................... 7 2.1 A Questão do envelhecimento para quem está envelhecendo ............................................ 8 2.2 A Saúde e a doença na Terceira Idade ................................................................................10 3. AS MEDIDAS DE PREVEÇÃO E REABILITAÇÃO SÃO INDISPENSÁBEIS ... 12 3.1 A Doença de Alzheimer ......................................................................................................13 3.2 Síndrome do "caderno vazio” ............................................................................................14 4. envELHECIMENTO CEREBRAL ....................................................................... 17 Referências .............................................................................................................. 22 2 1. INTRODUÇÃO O envelhecimento possui uma dimensão existencial e se modifica com a relação do homem e o tempo com o mundo e sua própria história, revestindo-se não só de características biopsíquicas como também sociais e culturais. A "velhice" seria a última fase da existência humana, sendo que o "envelhecimento" está atrelado às mudanças físicas, psicológicas e sociais. Logo, "amadurecer" e "maturidade" significam a sucessão de alterações ocorridas no organismo e a obtenção de papéis sociais. (Néri e Freire 2000, p. 13). A maneira de pensar e agir é decisiva no processo de envelhecimento, que pode se dar ou não com alegria, tranquilidade, amor e principalmente motivação. "Motivação" origina-se da palavra "motivo", tendo sentido de causa. O ser humano se torna motivado ou estimulado por meio de necessidades internas ou externas que podem ser de caráter fisiológico como a fome, o sono, a doença, a fadiga, ou psicológico como o desejo de agradar e ser aceito pelas pessoas. A motivação não é um produto acabado, é antes um processo que se configura a cada momento no fluxo permanente da vida. É uma força, uma energia que nos impulsiona na direção de alguma coisa. Ela nos é, absolutamente, intrínseca. As pessoas têm a capacidade de nos estimular, incentivar e provocar nossas motivações. Um dos principais teóricos do campo da motivação foi Abraham Maslow (KHALSA, 1997) que postulou sobre a idéia de um ciclo, o Ciclo Motivacional, segundo o qual as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em cinco níveis (necessidades fisiológicas, segurança, sociais, "status" ou de estima, auto-realização), numa hierarquia de importância e de influência, através de uma pirâmide, cuja base estão as necessidades fisiológicas e no topo as necessidades de auto-realização. As necessidades dos seres humanos obedeceriam a uma escala de valores progressivos a serem transpostos. (KHALSA, 1997). As motivações e emoções constituídas ao longo da vida trazem aspectos psíquicos que influenciam parte da personalidade do ser, como os vínculos e os mecanismos de defesa. O termo vínculo "Alude a alguma forma de ligação entre as partes que estão unidas e inseparadas, embora claramente delimitadas entre si. Trata- se, portanto, de um estado mental que pode ser expresso por meio de distintos modelos e com variados vértices de abordagem". (ZIMERMAN, 2000, pág.124). 3 Ainda, estes são elos de ligação intra, inter e transpessoais que sempre estão acompanhados de emoção e fantasias inconscientes. O vínculo está sempre acompanhado de um estado emocional e de algum grau de fantasia inconsciente. Estes vínculos podem ser conceituados como: vínculo do amor, vínculo de ódio, vínculo do conhecimento, vínculo do reconhecimento, vínculo depressivo, vínculo hipocondríaco, vínculo histérico, vínculo obsessivo e o vínculo paranóico. Podem aparecer isolados ou na forma de duplo vínculo. (ZIMERMAN, 2000). Os mecanismos de defesa (deslocamento, formação reativa, idealização, masoquismo, negação, projeção, racionalização, regressão, repressão, sublimação) são distintos tipos de operações mentais que têm por finalidade a redução das tensões psíquicas internas, ou seja, as ansiedades. São geralmente inconscientes e tendem a ser rejeitados pelo ego através de múltiplas formas de negação, podendo ser encontrados em indivíduos saudáveis, porém, sua presença excessiva é, via de regra, indicação de possíveis sintomas neuróticos. São geralmente evidenciados nas compensações: esforço enorme para superar a fraqueza, compensando estas de outras maneiras. (ZIMERMAN,2000). Ao longo do ciclo da vida o homem vai formando vínculos usando mecanismos de defesa para superar aquilo que não lhe agrada e construindo na sociedade papéis e funções que desempenha muitas vezes sem se dar conta. Os papéis podem ser conceituados como sendo o conjunto das posições imaginárias assumidas pelo indivíduo durante sua infância, na relação com os demais, possui raiz imaginária e se concretiza na ação, na interação. Quanto mais sadio é um indivíduo, mais possibilidade terá de desempenhar diferentes papéis, terá um leque de papéis mais amplo, papéis criativos e não repetitivos. A função é efetiva, interna, é quando o individuo consegue ser ele mesmo e se arrisca. Pode-se entender que os vínculos definem padrões de funcionamento. São costumes que aprendemos através da comunicação não verbal. Utilizando um heredrograma podemos constatar o padrão de funcionamento a partir da posição que o indivíduo ocupa dentro do sistema familiar. Na sociedade o homem muitas vezes deixa de lado as emoções e funções para construir papéis, o que pode levar a conflitos internos de emoções, que também podem ter sido gerados pela matriz de identidade que é o lugar do nascimento ou placenta social, onde se estabelece a comunicação entre a criança e o sistema social 4 da mãe, incluindo aos poucos os que dela são mais próximos. É o local onde a criança se insere desde o nascimento, relacionando-se com objetos e pessoas dentro de um determinado clima. A forma como uma criança percorre sua matriz de identidade é um parâmetro de como será sua vida adulta. Isto se refere não só à relação didática mãe- filho, mas à resultante emocional de todas as relações envolvidas nesse núcleo, ou seja, a rede de relações familiares, aos fatores biológicos, psicológicos e sócios- culturais. (BARROS, 1991). O amor, respeito e auto-estima que um indivíduo sente por si mesmo, espelha por seu turno, como foram suas primeiras relações estruturadoras e prognóstica, em última instância, como serão suas relações com o mundo. E ao longo do seu ciclo de vida as mudanças vão se expressando como crescimento, transformações, aperfeiçoamento, declínio. Os ciclos são diferentes e particulares variando de pessoa para pessoa. Cada evento de um ciclo predispõe a existência do ciclo seguinte e estes são divididos em fase que podem ser: de 0-10 anos fase do "eu obedeço", 10-20 anos fase do "eu devo", 20-30 anos fase "eu quero", 30-40 anos "eu preciso", 40-50 anos "eu escolho", 50-60 anos "eu compreendo", 60-70 anos "eu aceito". Nesta última fase citada podemos inserir o conceito de idoso que se inicia com a idade de 60 anos, no entanto, é difícil caracterizar uma pessoa como idosa utilizando como único critério a idade. Todos esses aspectos psíquicos e biológicos citados acima se bem vividos e bem estruturados proporcionarão às pessoas uma melhor qualidade de vida na velhice. O tema "envelhecimento do ser humano" ganhou papel de destaque na sociedade com o aumento da expectativa de vida. Kalache assinalou que o envelhecimento populacional, colocado como uma das conquistas do século XX, acabou se transformandonum grande desafio. Assegurar um envelhecimento saudável, com garantias de atendimento às necessidades básicas do idoso e, portanto, de qualidade de vida, exige não só políticas de saúde, mas também de educação, de meio ambiente e programas sociais. A terceira idade representa um grupo com potencial específico de pessoas ativas e expressivas em sua individualidade que, não raro, são vítimas da perda de autonomia proveniente das limitações físicas e mentais, da pouca ou nenhuma assistência familiar e insuficiência financeira. Assim, muitas famílias acabam por lançar mão das tradicionais instituições para idosos, popularmente conhecidas como 5 asilos. Estas, por sua vez, devem se adaptar às novas medidas preventivas e mudanças que visam atender de forma digna a seus clientes. Considerando a extrema fragilização dessa população idosa, conclui-se que merece não apenas cuidados básicos, mas cuidados que lhe possibilitem a obtenção da qualidade de vida. (SKINNER & VAUGHAN 1985). Podemos exemplificar esse presente trabalho com a pesquisa realizada no Asilo São Vicente de Paula pela aluna Luanna Papaspyrou Ferreira. A análise de dados a seguir é baseada na entrevista realizada no Asilo São Vicente de Paula no dia 18 de abril de 2006, com o idoso Pedro Ferreira da Silva, nascido em 15/01/1926, asilado a aproximadamente 6 anos, portador de Alzheimer e Depressão. Como informação complementar é importante citar que no dia da entrevista o idoso se encontrava em estado de extremo nervosismo por se negar a tomar banho, (segundo informações fornecidas por Sebastiana Lima Silva enfermeira do local há dez anos). Durante a entrevista, foram feitas cinco perguntas para o idoso Pedro Ferreira, em três delas a resposta adquirida foi a repetida afirmação: "Eu sou Pedro Ferreira da Silva" indagado sobre as atividades que possivelmente ele gostaria de estar desenvolvendo dentro do Asilo, ele rapidamente disse: "Queria fazer nada não, Tadeu não deixa eu sair daqui". Baseando nas teorias estudadas, pude verificar a grande influência da doença de Alzheimer sobre atitudes e respostas do idoso. Doença esta que afeta geralmente indivíduos com mais de 60 anos, onde as células de certas áreas do cérebro começam a morrer, formando cicatrizes em forma de estruturas microscópicas chamadas Placas Senis. Na medida em que as células morrem e são formadas as Placas Senis, o cérebro não consegue mais funcionar como deveria. No início, o paciente com Doença de Alzheimer mostra apenas uma leve perda de memória que não chega a atrapalhar o pensamento. Depois pode surgir uma fase com desorientação, dificuldade para tomar decisões ou mesmo para conversar. Daí para frente os sintomas se agravam dificultando não só a memória mas também julgamentos, competência, tomada de decisões e afeto. Observa-se, na maioria dos casos, grande irritabilidade e retraimento social, perda de interesses pessoais e hobbies que são abandonados, podendo haver negligência com a higiene e cuidados pessoais. (BALLONE, 2006). As respostas obtidas demonstram também a necessidade de auto-afirmação, que pode ser fruto de alguma experiência vivida no passado do idoso e desconhecida durante o curto período da entrevista. Sua irritabilidade com o banho e constantes 6 mudanças de humor, além de serem explicadas pela doença de Alzheimer podem ser reflexos da depressão que tem por características ocasionar mudanças constantes de humor e desinteresse por realizar quaisquer atividades. A ausência de familiares ou mesmo de pessoas conhecidas ocasionam sentimentos de carência que podem complementar o quadro da depressão, uma vez que a família tem entre a suas funções, segundo Osório, permitir o crescimento individual e facilitar os processos de individuação e diferenciação em seu seio, ensejando com isso a adequação de seus membros às exigências da realidade vivencial e o preenchimento das condições mínimas requeridas para um satisfatório convívio social. Portanto a ênfase na fisiologia das motivações e emoções associada a aspectos psicossociais. (OSORIO, 1996). A baixa qualidade de vida dentro da instituição colabora de maneira decisiva para o agravamento das situações acima, uma vez que a manutenção da capacidade funcional do idoso deveria ser trabalhada para desenvolver um ser atuante, participante, predisposto internamente a novas atitudes, crítico e potencializado para a criação. Seria importante criar condições e espaços para que experiências sensíveis e processos criativos motivacionais fossem expressos em vivências significativas, acrescentando vida aos anos. Daí a necessidade de reflexão e planejamento de ações que propiciem mais qualidade de vida para os idosos a fim de que sejam aproveitadas as suas potencialidades, experiências e sabedoria. (NERI & FREIRE, 2000). Conclui-se que falar de envelhecimento é discorrer sobre a idéia de vida. Envelhecemos, com ou sem atividades, independentemente da idade, contudo, podemos exercer influência sobre o modo como envelhecer, contribuindo para um significativo bem estar, com qualidade de capacitação em nossas atividades/movimentos e relacionamento social, geralmente encontrado através de programações ricas, que explorem diferentes áreas do conhecimento e atividades com uma metodologia adequada ao ritmo de sua faixa etária e satisfação de suas necessidades. É importante criar condições e espaços para que experiências sensíveis e processos criativos sejam expressos em vivências significativas, acrescentando vida aos anos. Daí a necessidade de reflexão e planejamento de ações que propiciem mais qualidade de vida para os idosos a fim de que sejam aproveitadas as suas potencialidades, experiências e sabedoria. (NERI & FREIRE, 2000). 7 A velhice é uma fase de transformações na qual o idoso necessita de cuidados especiais. As diversas sociedades constroem diferentes representações. Sobre a velhice, a posição dos idosos na comunidade e na família e o tratamento que lhes deve ser indispensável. 2. O ENVELHECIMENTO Figura 1 - Envelhecimento Fonte: Acervo Educare O envelhecimento não é um processo veloz nem radical, isto é, ele não chega de uma só vez nem de repente. Ele chega lentamente, para todas as pessoas, no processo natural da vida. Desde que nascemos nosso organismo vai progressivamente se modificando. As células de nosso corpo envelhecem, morrem e são ou não substituídas por outras. Ninguém envelhece da mesma maneira nem no mesmo ritmo. Isso significa que as experiências do envelhecimento não são iguais para todos. As diferenças genéticas socioeconômicas, culturais, espirituais resultam em diferentes experiências do envelhecimento. A velhice tem seu marco por volta dos 60-65 anos, porém o envelhecimento ocorre desde os primeiros momentos de vida intra-uterina. Precisamos lembrar que desde esta época já perdemos células, tecidos, experiências, entes queridos e que, "trabalhar as perdas", sejam elas físicas ou emocionais, vai nos levar a um envelhecimento saudável. Junto com os cuidados com a alimentação, com a 8 prevenção/tratamento das doenças que vão surgindo ao longo da vida, a busca do equilíbrio interior, dosando o inevitável estresse, prática de atividade física, manutenção de vínculos (família, amigos,...). 1.1 A Questão do envelhecimento para quem está envelhecendo Figura 2 - Questão do envelhecimento Fonte: Acervo Educare Nossa aparência física pode influir imensamente sobre a maneira como nos sentimos a respeito de nós mesmos. Ela está constantemente mudando e vamos nos tornando cada vez mais velhos. As mudanças na aparência dos últimos anos podem se converter numa fonte de frustração para algumas pessoas se elas as associarem a uma perda de atração, perda de possibilidades. Muitas mudanças físicas que ocorremcom a idade afetam a aparência. Ganho de gordura generalizado, perda dos músculos, perda da estatura, má postura, pele seca, renovação mais lenta das células lubrificantes, pele pálida devido à perda de pigmentos da pele, manchas na pele muito expostas ao sol, os vasos sanguíneos se tornam mais evidentes devido ao afinamento da pele e outras no sistema psicológico e funcional. Especialistas do envelhecimento se preocupam em recuperar a capacidade funcional orgânica para assim, melhorar os hábitos diários, a qualidade de vida e adquirir o bem-estar. A perda de capacidade resulta na diminuição do bem-estar do geronte. 9 A idade avançada não indica o fim da vida de uma pessoa. Apenas a intensidade nas atividades do dia-a-dia é que diminuem. Porém os sabores da vida passam a ser mais bem degustados. O período de transição entre a vida ativa e a aposentadoria, quando não planejada, poderá trazer ao geronte o sentimento de perda, se planejada, um momento de nova conquista. Mas como saber a hora de planejar? Sempre é hora de planejar! Todos estamos cada dia mais velhos. A conquista ou a perda dependerá do perfil do geronte, dos planos para o futuro, dos programas para a terceira idade que ele fizer parte e da sociedade que lhe propiciar melhor nível de qualidade cultural, profissional, de saúde e de socialização. O estresse compromete o bem-estar do envelhecente. Um estresse pode geralmente provocar problemas físicos tais como tensões, dores de cabeça ou ataques cardíacos. A primeira coisa que o geronte deve fazer é identificar os eventos em sua vida que o conduzam à sensação de estresse e gradativamente substituindo por eventos de prazerosidade. É certo que não se pode evitar o envelhecimento. No entanto, podemos exercer influência sobre a maneira de como envelhecer, contribuindo para um significativo bem estar com qualidade de capacitação em nossas atividades/movimentos e relacionamento social. Envelhecer não significa necessariamente redução de capacidade e diminuição de atividades. Envelhecer pode significar enriquecimento espiritual e uma vida aprazível, a partir do momento que a Educação Física Gerontológica se disponibilizar em prol das pessoas que envelhecem, contribuindo para a aceitação de todos que, estão passando pela vida e construindo uma história. E não simplesmente, deixando a vida passar... 10 1.2 A Saúde e a doença na Terceira Idade Figura 3 - Saúde na Terceira Idade Fonte: Acervo Educare Em qualquer idade as pessoas podem adoecer. A maioria dos idosos considera-se saudáveis, mesmo tendo um o outro pequeno problema. Necessitam apenas de cuidados primários, ou seja, de vacinação, acompanhamento e educação em saúde para a promoção, prevenção e descoberta precoce de doenças não-transmissíveis, como diabetes, pressão alta, hipotireoidismo subclínico, osteoporose e outras. Em seu acompanhamento necessitam também de avaliação precoce dos danos auditivos e visuais e avaliação da saúde bucal, para evitar as perdas dentárias e as afecções periodontais. Outros idosos têm uma doença estabelecida, porém estável, como pressão alta, diabetes, asma brônquica, e necessitam de acompanhamento médico da equipe de saúde e do cuidador, visando ao tratamento medicamentoso e à orientação para a prevenção das conseqüências das doenças. Um pequeno grupo de idosos tem múltiplas doenças e vários outros problemas psicológicos e sociais associados. São idosos de alto risco que, por isso, precisam de acompanhamento individualizado, tanto do médico e da equipe de saúde como do cuidador e da família. A família e o cuiador devem estar constantemente alertas e participar ativamente das atividades de recuperação e reabilitação desses idosos, isto é, avaliar 11 dia após dia suas habilidades funcionais, tais como comer, andar, vestir-se, cuidar da sua higiene, calçar os sapatos e muitas outras. Os sintomas das doenças nos idosos em relação às outras idades são diferentes. Dizemos que seus sintomas são pobres. Isso significa que pequenos sintomas podem revelar grandes problemas. Os três sintomas de problemas recentes e agudos na pessoa idosa são a confusão, o delírio e a desorientação. Por causa disso, dizemos que sintomatologia no idoso é atípica, isto é, fora do comum. Por exemplo: o idoso pode ter uma pneumonia sem febre, sem dor e sem tosse. No idoso, um mesmo sinal, por exemplo, uma confusão mental, pode significar a existência de uma infecção urinária ou de um infarto. A fase aguda de uma doença no idoso, ao contrário de no jovem, pode ter uma longa duração. Por essa razão, vamos estar atentos, avaliando o seu equilíbrio biológico, psicológico e social, sem nos esquecer de que, mesmo fisicamente doentes, eles podem ter dificuldades pessoais, familiares, financeiras e sociais. Muitas vezes, os seus problemas têm a ver com a sexualidade, com a impotência, com os aborrecimentos da vida cotidiana, com a solidão e muitos outros fatores. São problemas complexos, densos e, muitas vezes, acompanhados do sentimento de incapacidade para lidar com eles. Em geral, tendemos a procurar causas e efeitos no mesmo dia, em poucas horas. Mas, às vezes, os processos fisiológicos têm relação de causa e efeito bem mais longos. Lembrar de emoções como tristezas, perdas, decepções, ansiedades, temores e preocupações na vida dos idosos, relacionando-as com as somatizações no corpo, insônia, diarréias, dores de cabeça e outras, e as emoções boas, como visitas, as cartas, as fotos, os almoços, as festas e os casamentos, com bem estar e vitalidade. 12 3. AS MEDIDAS DE PREVEÇÃO E REABILITAÇÃO SÃO INDISPENSÁBEIS Figura 4 - Reabilitação Fonte: Acervo Educare A prevenção é muito importante para o idoso aprender o seu potencial e a continuar a se desenvolver e a crescer. Alcançar a saúde e o bem estar passa pela integração das dimensões: responsabilidade do próprio idoso, nutrição, atividade física, controle do estresse e organização do ambiente. A prevenção das doenças e das incapacidades ou das conseqüências das doenças é responsabilidade individual e coletiva. A prevenção individual visa reduzir riscos físicos, como as quedas; os riscos biológicos ou as infecções como as gripes e as pneumonias; os riscos químicos ou as iatrogenias, isto é, as conseqüências do uso abusivo de medicamentos; os riscos psicológicos como estresse, a ansiedade a depressão. A prevenção coletiva procura encorajar e reforçar o suporte social e outros fatores do meio que constituem proteção para o idoso, como a assistência à saúde, assistência educacional, cultural, religiosa, previdenciária e outras.Sem uma rede suporte social satisfatória, pode haver o aumento do impacto dos estresses ambientais e, como conseqüência, o aumento dos problemas psicológicos do idoso. Em nosso país, as precárias condições de vida de uma grande parcela de nossa população sem uma renda mínima que lhes assegure a satisfação de suas necessidades básicas, ainda mais agravadas na velhice, têm imposssibilitado a conquista de uma vida saudável para todos. 13 1.3 A Doença de Alzheimer Figura 5 - Alzheimer Fonte: Acervo Educare Existem poucas doenças tão devastadoras quanto o Mal de Alzheimer, caracterizada pela perda progressiva de memória que se agrava à medida que a pessoa envelhece. Ainda sem cura, o Alzheimer atinge 10% da população acima dos 65 anos e 50% dos idosos com mais de 85. É preciso procurar um médico ao primeiro sinal de falta de memória. Ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, a perda de memória e os esquecimentos constantes não são conseqüência natural da idade. Geralmente, sinalizam algum problema no organismo e, em alguns casos, podem ser resolvidos com a troca de medicamentos e mudanças de hábitos. Entre os sintomascaracterísticos da doença estão a perda de memória causada pela morte dos neurônios, confusão e desorientação, agitação excessiva, ansiedade, alterações de personalidade, perda do senso crítico, desconfiança, dificuldades de fala e comunicação, inapetência e distúrbios de sono. A velocidade com que a doença progride varia de pessoa a pessoa, mas há medicamentos que conseguem retardar o avanço dos sintomas. Ainda não se sabe a causa da doença e, por isso, não existe como preveni-la. Há 20 anos, o Alzheimer não tinha nenhuma solução. Hoje, há quatro tipos de medicamentos que retardam a evolução da doença. Além disso, médico, paciente e familiares podem trabalhar juntos para melhorar a qualidade da vida do doente de Alzheimer. O geriatra aconselha que a família preste atenção redobrada ao comportamento do idoso em caso de suspeita de Alzheimer. 14 É muito raro a própria pessoa acreditar que está com Alzheimer. Quem vai perceber isso é a família. Por isso, é importante estar atento às mudanças de comportamento dos mais velhos e encaminhá-los ao especialista quando achar necessário. Não há um exame específico que identifique se a pessoa é portadora do Alzheimer. O que vai definir a existência da doença é uma série de testes no consultório médico, assim como aconversa entre o especialista e o paciente. Para retardar a progressão da doença, médicos sugerem medicamentos específicos, mudanças na estrutura de cuidados com o idoso, reabilitação e controle comportamental para deixar o doente mais tranqüilo. -Exame em fase de testes pode identificar doença Nos Estados Unidos, cientistas desenvolveram um exame de sangue que poderá ser usado para diagnosticar com pelo menos seis anos de antecedência o Mal de Alzheimer. O teste foi desenvolvido por pesquisadores da University School of Medicine, na Califórnia, e divulgado na revista "Nature Medicine". Os médicos afirmam que ele é eficaz em 100% dos casos e poderá ser útil no diagnóstico e no tratamento da doença. O exame permite identificar transformações de um grupo de proteínas no sangue responsáveis por transporte de mensagens cerebrais. Não há previsão da chegada do exame no Brasil. 1.4 Síndrome do "caderno vazio” "Há 20 anos, o Alzheimer não tinha nenhuma solução. Hoje, há quatro tipos de medicamentos que retardam a evolução da doença". Um dos grandes problemas causados pelo Alzheimer e a desagregação familiar. Os cuidados com o doente são, na maioria dos casos, difíceis e cansativos para toda a família, que começa a se distanciar e a ressentir o parente portador da doença. Quando alguém da família é diagnosticado com Alzheimer, é muito importante mudar a rotina para proteger o núcleo familiar e evitar o acúmulo do estresse. Na maioria dos casos, quem cuida do doente é alguém da família e essa pessoa vai ficando cada vez mais isolada socialmente, deixa de sair, perde os amigos. É uma situação muito difícil que tem que ser trabalhada com cuidado para evitar que o cuidador acabe deprimido. 15 O Alzheimer é responsável por 60% dos casos da perda progressiva de memória em idosos, mas o esquecimento e a confusão mental podem ter outras causas, entre elas o derrame, que representa 20% dos casos, e medicamentos como antidepressivos. Nem toda perda de memória é causada pelo Alzheimer. Por isso, é muito importante procurar um médico ao primeiro sinal de confusão mental. Esquecimentos constantes não são normais e não devem ser considerados "coisa da idade". O Cuidado familiar e a atenção aos Idosos: Aspectos Sociais e Políticos Figura 6 - Atenção ao Idoso Fonte: Acervo Educare É características de todo os países do mundo que o cuidado com os idosos seja feito por um suporte informal. Esse sistema inclui família, amigos, vizinhos e membros da comunidade. Geralmente, é uma atividade prestada voluntariamente, sem remuneração. A família predomina como alternativa no sistema de suporte informal. Existem muitas explicações para o cuidado familiar do idoso. Certamente a influência da tradição histórica é importante. Se na sociedade a responsabilidade tem sido da família, então o idoso já traz essa expectativa e a família não a questiona. Nesse contexto tradicional, o cuidado familiar faz parte da cultura. Quando não cumpre essa função adequadamente, a família sofre sanções sociais, pois é considerada negligente e/ou irresponsável. Adicionalmente aos imperativos culturais, existem os preceitos religiosos. Muitas religiões no mundo, se não todas, sustentam a noção de responsabilidade da 16 família pelos idosos (assim como por outros membros dependentes).As religiões orientais, por exemplo, enfatizam a norma da piedade filial, as religiões judaico-cristãs instruem seus seguidores a honrar seus pais e suas mães. As mulheres da família tem sido a maioria entre os cuidadores de idosos. Isso vem sendo constatado na maioria dos países. Parte da explicação deste fato está na tradição. No passado, as mulheres permaneciam dentro de casa, o que as tornava disponíveis para a atividade. Embora o relacionamento entre idosos e suas famílias varie de uma cultura para a outra, a maioria das sociedades valoriza a interação entre as gerações como uma das bases da construção da cultura. Com o tempo os padrões tradicionais parecem estar desmontando diante das transformações sociais, econômicas e demográficas. Como consequências mudam os valores culturais em relação aos idosos em geral e ao cuidado familiar do idoso em particular. Para acompanhar o fluxo de tais mudanças, são imprescindíveis programas e serviços para idosos. Tais recursos são urgentemente necessários, pois muitos idosos isolados, dependentes e abandonados necessitam de alternativas á assistência familiar de que não dispõem. Embora se constate, em muitos países, uma apreensão quanto à possibilidade de, ao oferecerem alternativas públicas, contribuírem para legitimar e encorajar o abandono das responsabilidades pela família é preciso considerar que uma forma de o Estado garantir aos cidadãos de qualquer idade o seus direitos sociais e reconhecer a necessidade de implantar estruturas de apoio aos idosos e suas famílias por meio de uma parceria entre governo, comunidade local, vizinhança, ONG’s, setor privado e organizações religiosas. A situação dos idosos necessita de uma prática que leve em consideração a quebra de preconceitos, no qual estes contribuem para uma visão negativa e homogeneizadora do envelhecimento. Objetivando iniciativas que posam beneficiar pessoas idosas e facilitando a sua melhor inserção na sociedade. 17 4. ENVELHECIMENTO CEREBRAL Figura 7 - Envelhecimento Cerebral Fonte: Acervo Educare O processo de envelhecimento é extremamente complexo e multifatorial e, pela sua natureza multidisciplinar, o estudo das bases moleculares desse fenômeno tem gerado um grande número de teorias e uma vasta literatura (por ex.,Iampolskii e Galimov, 2005; Krause, 2007; Ishii e cols. 2007; Harman, 1955; Verzár, 1957; Szilard, 1959; Orgell, 1963; Sheineider, 1987; Beckman e Ames, 1998; Peinado e cols. 2000; Kowald, 2001). Nesse campo se destacam as teorias estocásticas, baseadas no acúmulo aleatório de moléculas com alterações estruturais ou funcionais, e as teorias não- estocásticas relacionadas com mecanismos programados no genoma de cada organismo (Lukiw, 2007; Lee e cols. 2006). Dentre as teorias estocásticas incluem-se as seguintes: radicais livres, lesão mitocondrial, alteração do colágeno, lesão de membrana, mutação genética e “erro catastrófico” na síntese de proteínas, e as teorias neuroendócrina e imunológica (Letiembre e cols. 2007). Com relação às não– estocásticas podemos mencionar a teoria da senescência programada, proposta por Hayflic (1968), que se baseia na deterioração do programa genético que regula o desenvolvimentocelular. Durante o processo de envelhecimento ocorrem diversas alterações macro e microscópicas no encéfalo que incluem o peso e o volume do órgão, o aspecto dos 18 giros e sulcos, o volume dos ventrículos, o tamanho e o número dos neurônios. A extensão da ramificação dendrítica, o número de espinhos e de sinapses, o acúmulo de pigmento de lipofuscina nos neurônios e células gliais, e o aparecimento de modificações microscópicas características, quais sejam, as placas senis, os enovelamentos ou emaranhados neurofibrilares, a degeneração grânulo-vacuolar, os corpos de Hirano e a angiopatia amilóide cerebral (Martin, 2006; Mattson, 2007; Scahill e cols. 2003). Figura 8 - Envelhecimento Existe uma proposição de que os diversos fatores que produzem neurodegeneração o fazem através de processos diferentes, que culminam em uma via comum de cascata de sinalização que resulta na morte celular. Essas perdas celulares no sistema nervoso central (SNC) podem se manifestar como disfunções comportamentais, como por exemplo, déficits cognitivos. Portanto, o estudo dos mecanismos responsáveis pela neurodegeneração e a identificação precoce de alterações moleculares, tem sido cada vez mais importante para a compreensão das bases biológicas relacionadas com as alterações comportamentais normalmente associadas com o envelhecimento e/ou com as diversas neuropatogias. Alterações celulares e fisiológicas que acompanham o processo de envelhecimento parecem ter efeitos pronunciados sobre doenças neurodegenerativas. 19 Existe uma proposta de que alterações celulares, provocadas por fatores ambientais e ou genéticos, as quais acontecem ao longo do envelhecimento, aceleram a progressão de processos neurodegenerativos com disfunções cognitivas, associadas ou não com sintomas de demência (Troulinaki e Tavernarakis, 2005). Vários fatores externos, como o consumo crônico de etanol, podem ser responsáveis por danos celulares relacionados com o envelhecimento (Pfefferbaum e cols. 2006). Tem sido reconhecido que algumas alterações neuropatológicas observadas devido ao consumo crônico de etanol são comuns àquelas encontradas no processo de envelhecimento (Borges e cols. 1986). Por outro lado, Krazem e cols. (2003), mostraram que, animais idosos, consumindo etanol cronicamente tiveram melhoras em déficits cognitivos normalmente associados com o envelhecimento, enquanto que, os efeitos crônicos do etanol foram prejudiciais para animais adultos avaliados em tarefas de aprendizado e memória. Existem também evidências de que o consumo crônico de etanol induz a produção de radicais livres, causando danos celulares oxidativos (Vallett e cols. 1997). Alguns estudos têm mostrado que os radicais livres contribuem para a ação do etanol no SNC, principalmente em indivíduos idosos (Calapai e cols. 1996). O papel do estresse oxidativo na neurotoxicidade induzida pelo etanol também é reforçado por resultados que mostram um efeito benéfico de terapias anti-oxidantes durante a exposição ao álcool (Baydas e Tuzcu, 2005). Por outro lado, a restrição alimentar parece proteger o SNC dos efeitos relacionados com o envelhecimento (por ex., Eckles-Smith e cols. 2000; Mattson e cols. 2003; Prolla e Mattson, 2001). Apesar das controvérsias, alguns estudos sugerem que uma diminuição da taxa de produção de espécies reativas de oxigênio é um dos efeitos responsáveis pelo papel protetor da restrição alimentar. A restrição alimentar parece diminuir o estado oxidativo e danos em lipídios, proteínas e especialmente no DNA mitocondrial, podendo também diminuir mutações no DNA e, portanto, apresentar um efeito benéfico durante o envelhecimento (Barja, 2004a; Barja, 2004b; Gredilla e Barja, 2005). Existem evidências de que os sistemas de regulação celular do íon Ca+2 estão comprometidos nos indivíduos idosos sendo responsáveis por disfunções sinápticas, prejuízos na plasticidade celular e degeneração neuronal (por ex., Raza e cols. 2007). Os efeitos adversos da idade na regulação neuronal de Ca+2 estão sujeitos a modificações genéticas (p.ex. mutações em presenilinas, alfa sinucleinas, huntingtina, 20 Cu/Zn superóxido dismutase e isoformas da apolipoproteína E) e também a fatores ambientais (dieta alimentar, exercícios, exposição a toxinas, drogas, etc.) os quais podem causar ou afetar o risco de doenças neurodegenerativas (Mattson, 2007). Dados obtidos por vários autores apontam para diferentes tipos de disfunções sinápticas causadas pelo envelhecimento, entre essas disfunções destacam-se as alterações na neurotransmissão e em componentes de sistemas de tradução de sinais, como por exemplo, proteínas cinases (por ex., Smith e cols. 2007; Williams e cols. 2007; Lee e cols. 2006). Vários sistemas neurotransmissores são afetados pelo envelhecimento, como por exemplo, serotoninérgico, glutamatérgico, aminérgico e colinérgico (Ossowska, 1993; Stong, 1998; Barili e cols. 1998; Francis e cols. 1999; Stemmelin e cols. 2000). Sabe-se que, existe uma interação entre o sistema colinérgico e serotoninérgico, indicando uma modulação conjunta em processos de aprendizado e memória (Richter-Levin e Segal, 1993; Little e cols. 1995; Steckler e Sahgal, 1995). Alguns autores observaram que o nível de serotonina cerebral está alterado no envelhecimento, tanto em seres humanos como em animais de laboratório (Luine e Hearns, 1990; Steinbusch e cols. 1990; Meltzer e cols. 1998). Estudos com animais têm demonstrado um envolvimento do sistema serotoninérgico nas disfunções cognitivas relacionadas com o envelhecimento (Luine e Hearns, 1990; Normile e Altman, 1992; Gottfries, 1993; Flood e cols. 1993; Fontana e cols. 1995; Levkovitz e cols. 1994; Little e cols. 1995) e com o consumo crônico de etanol (Martin e cols. 1995). SISTEMAS NEUROTRANSMISSORES COM ENFOQUE NO SISTEMA SEROTONÉRGICO E DISFUNÇÃO COGNITIVA E ENVELHECIMENTO Trabalhos apontam para diferentes tipos de alterações em sistemas neurotransmissores durante o processo de envelhecimento, como alterações em parâmetros serotoninérgico, glutamatérgico, aminérgico e colinérgico (Ossowska, 1993; Strong, 1998; Barili e cols. 1998; Francis e cols. 1999; Stemmelin e cols. 2000). Um dos sistemas mais bem estudados com relação ao processo de envelhecimento é o colinérgico (Decker, 1987; Muller e cols. 1991). Embora exista controvérsia sobre quais neurotransmissores desempenham papel importante nas funções cognitivas (Mason e Fibiger, 1979; Arendt e cols. 1983), 21 alguns pesquisadores consideram o sistema colinérgico, pois, uma hipofunção desse sistema é comumente encontrada no idoso com alterações cognitivas (Hodges e cols. 1995). Sabe-se também que existe interação entre o sistema colinérgico e serotoninérgico, indicando uma possível modulação conjunta em processos de aprendizado e memória (RichterLevin e Segal, 1993; Little e cols. 1995). Utilizando métodos de lesões especificas do sistema serotoninérgico, Barnes e Sharp (Barnes e Sharp, 1999), mostraram que esse sistema parece estar envolvido com processos de aprendizado e memória. Existem também evidencias de que alterações na liberação de serotonina (5- HT) resultam em disfunções cognitivas em ratos (Santucci e cols. 1996). No entanto, comparado ao sistema colinérgico, relativamente poucos estudos têm focado o sistema serotoninérgico e sua possível relação com aspectos de disfunções cognitivas normalmente encontradas no idoso. 22 1. REFERÊNCIAS BALLONE, Geraldo José. PSIQ WEB Psiquiatria Geral. Faculdade de Medicina da PUCCAMP, 2006.Disponível em < http: //www.psiqweb.med.br/geriat/alzh.html> Acesso em: 25 abril 2006. BARROS, Myriam M. L. Velhice ou Terceira Idade. 3º edição, Editora FGV. 1991. KHALSA, D.S. Longevidade do cérebro. Rio de Janeiro: Objetiva,1997. 451p NÉRI, A. L. CACHIONI & FREIRE, S. A. E por Falar em Boa Velhice. São Paulo: Papiros, 2000. OSORIO, Luiz Carlos. Família Hoje. Porto Alegre, ed. Artes Medicas, 1996. SEIDL, Eliane Fleury & ZANNON, Cecília Maria Lana da Costa. Qualidade de vida e saúde: aspectos conceituais e metodológicos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(2): 580-588 mar - abr, 2004. SKINNER, B. F & VAUGHAN, M. E. Viva bem a Velhice: Aprendendo a programar a sua vida. 3º ed. São Paulo: Summus, 1985. ZIMERMAN, David E. Fundamentos Básicos dos Grupoterapias. Porto Alegre, Aides Medicas Sue, 2000. AAMODT, E. J. e WILLIAMS JR., R. C. Association of microtubules and neurofilaments in vitro is not mediated by atp. Biochemistry 23:6031- 6035, 1984a. AAMODT, E. J. e WILLIAMS JR., R. C. Microtubule-associated protein connected microtubules and neurofilaments in vitro. Biochemistry 23:6023-6031, 1984b. ABDUL, H. M. e BUTTERFIELD, D. A. Involvement of PI3K/PKG/ERK1/2 signaling pathways in cortical neurons to trigger protection by cotreatment of acetyl-L-carnitine and alpha-lipoic acid against HNE-mediated oxidative stress and neurotoxicity: Implications for Alzheimer's disease. Free Radical Biology and Medicine 42:371-384, 2007. ABRAMS, J. K., JOHNSON, P. L., HOLLIS, J. H., e LOWRY, C. A. Anatomic and functional topography of the dorsal raphe nucleus. Ann.N.Y.Acad.Sci. 1018:46-57, 2004. ACARIN, L., GONZALEZ, B., e CASTELLANO, B. Glial activation in the immature rat brain: implication of inflammatory transcription factors and cytokine expression. Prog.Brain Res 132:375-389, 2001. AMENTA, F., BRONZETTI, E., SABBATINI, M., e VEGA, J. A. Astrocyte changes in aging cerebral cortex and hippocampus: A quantitative immunohistochemical studyS. Microscopy Research and Technique 43:29-33, 1998. ANTONELLI, T., TOMASINI, M. C., TATTOLI, M., CASSANO, T., FINETTI, S., MAZZONI, E., TRABACE, L., CARRATU, M. R., CUOMO, V., TANGANELLI, S., e FERRARO, L. Prenatal exposure to the cannabinoid receptor agonist WIN 55,212-2 23 and carbon monoxide reduces extracellular glutamate levels in primary rat cerebral cortex cell cultures. Neurochemistry International 49:568-576, 2006. ARANEDA, S., MAGOUL, R., e CALAS, A. [H-3] Serotonin Retrograde Labeling in Serotonergic Fibers. Brain Research Bulletin 22:951-958, 1989. ARENDT, T. Impairment in memory function and neurodegenerative changes in the cholinergic basal forebrain system induced by chronic intake of ethanol. J Neural Transm.Suppl 44:173-187, 1994. ARENDT, T., ALLEN, Y., MARCHBANKS, R. M., SCHUGENS, M. M., SINDEN, J., LANTOS, P. L., e GRAY, J. A. Cholinergic system and memory in the rat: effects of chronic ethanol, embryonic basal forebrain brain transplants and excitotoxic lesions of cholinergic basal forebrain projection system. Neuroscience 33:435-462, 1989 ARENDT, T., BIGL, V., ARENDT, A., e TENNSTEDT, A. Loss of neurons in the nucleus basalis of Meynert in Alzheimer's disease, paralysis agitans and Korsakoff's Disease. Acta Neuropathol.(Berl) 61:101-108, 1983. ARENDT, T., HOLZER, M., FRUTH, R., BRUCKNER, M. K., e GARTNER, U. Paired helical filament-like phosphorylation of tau, deposition of beta/A4- amyloid and memory impairment in rat induced by chronic inhibition of phosphatase 1 and 2A. Neuroscience 69:691-698, 1995. ARMSTRONG, D. M. e IKONOMOVIC, M. D. AMPA-selective glutamate receptor subtype immunoreactivity in the hippocampal dentate gyrus of patients with Alzheimer disease. Evidence for hippocampal plasticity. Mol.Chem.Neuropathol. 28:59-64, 1996a. ARMSTRONG, D. M. e IKONOMOVIC, M. D. AMPA-selective glutamate receptor subtype immunoreactivity in the hippocampal dentate gyrus of patients with Alzheimer disease. Evidence for hippocampal plasticity 1. Mol.Chem.Neuropathol. 28:59-64, 1996b. ARONICA, E. M., GORTER, J. A., GROOMS, S., KESSLER, J. A., BENNETT, M. V., ZUKIN, R. S., e ROSENBAUM, D. M. Aurintricarboxylic acid prevents GLUR2 mRNA down-regulation and delayed neurodegeneration in hippocampal CA1 neurons of gerbil after global ischemia. Proc.Natl.Acad.Sci.U.S.A 95:7115-7120, 1998. ARRIZA, J. L., ELIASOF, S., KAVANAUGH, M. P., e AMARA, S. G. Excitatory amino acid transporter 5, a retinal glutamate transporter coupled to a chloride conductance. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America 94:4155-4160, 1997. ARRIZA, J. L., FAIRMAN, W. A., WADICHE, J. I., MURDOCH, G. H., KAVANAUGH, M. P., e AMARA, S. G. Functional Comparisons of 3 Glutamate Transporter Subtypes Cloned from Human Motor Cortex. Journal of Neuroscience 14:5559-5569, 1994. ASCHNER, M., SYVERSEN, T., SOUZA, D. O., ROCHA, J. B., e FARINA, M. Involvement of glutamate and reactive oxygen species in methylmercury neurotoxicity. Braz.J Med.Biol.Res 40:285-291, 2007. ATZORI, C., GHETTI, B., PIVA, R., 24 SRINIVASAN, A. N., ZOLO, P., DELISLE, M. B., MIRRA, S. S., e MIGHELI, A. Activation of the JNK/p38 pathway occurs in diseases characterized by tau protein pathology and is related to tau phosphorylation but not to apoptosis. J Neuropathol.Exp.Neurol. 60:1190-1197, 2001. BARAONA, E., ZEBALLOS, G. A., SHOICHET, L., MAK, K. M., e LIEBER, C. S. Ethanol consumption increases nitric oxide production in rats, and its peroxynitrite- mediated toxicity is attenuated by polyenylphosphatidylcholine. Alcohol Clin.Exp.Res 26:883-889, 2002. 25