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UNIVERSIDADE ANHANGUERA CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CURSO DE PEDAGOGIA EDUCAÇÃO ESPECIAL Atividade Prática Supervisionada (ATPS) entregue como requisitos para conclusão da disciplina Educação Especial 7°semestre, sob orientação da professora-tutora à distância Adriana Tonato Camarotti Célia da Silva e Silva RA: 12.99.16.87.32 Maria Viana Alves RA: 55.44.12.60.77 Michely Cardoso RA: 55.34.10.28.94 Paulo H. R. Freitas RA: 63.18.19.95.14 Sandra Ap. G. Santos RA: 87.42.15.96.21 VALINHOS - 2015 SUMÁRIO 1 Introdução.......................................................................................................................... 3 2 Inclusão.............................................................................................................................. 4 3 Características de uma escola inclusiva............................................................................. 5 4 Formação do professor ...................................................................................................... 12 5 Considerações finais .......................................................................................................... 14 6 Referências bibliográficas .................................................................................................. 22 1 Introdução O presente trabalho tem como analisar, as relações entre a inclusão à educação. Abordamos o conceito do que é inclusão, as características da escola inclusiva, o papel do professor, passando por algumas políticas educacionais. Evidenciamos que há mais duas décadas e meia, a Constituição brasileira prevê a inclusão de alunos com deficiência nas classes comuns, estabelecendo igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola. Apesar “de alguns avanços, como por exemplo: as crianças deixaram de ser ‘invisíveis” e já ocupam seu espaço no ambiente socioeducativo, ainda há muitas resistências e dificuldades. Dificuldades que precisam ser estudadas, analisadas a começar pelo projeto pedagógico e pela formação dos professores. Numa escola inclusiva professores e alunos aprendem uma lição que a vida dificilmente ensina, o respeito pelas diferenças. A escola inclusiva precisa ter muito mais do que ter rampas e banheiros adaptados. 2 Inclusão “Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças.” (MANTOAN, 2006, p. 12). Para a educadora, na escola inclusiva professores e alunos aprendem uma lição que a vida dificilmente ensina: respeitar as diferenças. Esse é o primeiro passo para construir uma sociedade mais justa. É a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com deficiência física, para os que têm comprometimento mental, para os superdotados, para todas as minorias e para a criança que é discriminada por qualquer outro motivo. Já inclusão é estar com, é interagir com o outro, a inclusão possibilita aos que são discriminados pela deficiência, pela classe social ou pela cor que, por direito, ocupem o seu espaço na sociedade. Se isso não ocorrer, essas pessoas serão sempre dependentes e terão uma vida cidadã pela metade. Quando falamos em inclusão, já colocamos implícita a ideia de exclusão, pois só é possível incluir alguém que já foi excluído. Ao se pensar em uma sociedade inclusiva, deve-se pensar em um sistema que reconhece e valoriza a diversidade, como característica inerente à constituição de qualquer sociedade. O termo inclusão já traz implícito a ideia de exclusão, pois só é possível incluir alguém que já foi excluído. A inclusão está respaldada na dialética inclusão/ exclusão, com a luta das minorias na defesa dos seus direitos. Portanto a inclusão depende de mudança de valores da sociedade e a vivência de um novo paradigma que não se faz com simples recomendações técnicas. Temos que diferenciar a integração da inclusão, na qual na primeira, tudo depende do aluno e ele é que tem que se adaptar buscando alternativas para se integrar, ao passo que na inclusão, o social deverá modificar-se e preparar-se para receber o aluno com deficiência. 3 Características de uma escola inclusiva Uma escola pode ser considerada inclusiva, quando não faz distinção entre seres humanos, não seleciona ou diferencia com base em julgamentos de valores como “perfeitos e não perfeitos”, “normais e anormais”. É aquela que proporciona uma educação voltada para todos, de forma que qualquer aluno que dela faça parte, independente deste ser ou não portador de necessidades especiais, tenha condição de conhecer, aprender, viver e ser, num ambiente livre de preconceitos que estimule suas potencialidades e a formação de uma consciência crítica. Inclusão não pode significar adequação ou normatização, tendo em vista um encaixar de alunos numa maioria considerada “privilegiada”, mas uma conduta que possibilitasse o “fazer parte”, um conviver que respeitasse as diferenças e não tentasse anulá-las. A escola inclusiva deve ser aberta, eficiente, democrática, solidária e, com certeza, sua prática traz vários benefícios que serão abordados em um próximo artigo. A escola inclusiva é aquela, como dito anteriormente, que se organiza para atender alunos não apenas ditos “normais”, mas também os portadores de deficiências, a começar por seu próprio espaço físico e acomodações. Salas de aula, bibliotecas, pátio, banheiros, corredores e outros ambientes são elaborados e adaptados em função de todos os alunos e não apenas daqueles ditos normais. Possui, por exemplo, cadeiras com braços de madeira tanto para destros quanto para canhotos, livros em braile ou gravados em fita cassete, corrimãos com apoio de madeira ou metal, rampas nos diferentes acessos de entrada e saída e assim por diante. Mas, o principal pré-requisito não reside nos recursos materiais, já difíceis de serem obtidos por todos os estabelecimentos de ensino. O principal suporte está centrado na filosofia da escola, na existência de uma equipe multidisciplinar eficiente e no preparo e na metodologia do corpo docente. Da pré-escola ao quarto grau. Através dela se privilegiam os projetos de escola, que apresenta as seguintes características: 1. Um direcionamento para a Comunidade - Na escola inclusiva o processo educativo é entendido como um processo social, onde todas as crianças portadoras de necessidades especiais e de distúrbios de aprendizagem têm o direito à escolarização o mais próximo possível do normal. O alvo a ser alcançado é a integração da criança portadora de deficiência na comunidade. 2. Vanguarda - Uma escola inclusiva é uma escola líder em relação às demais. Ela se apresenta como a vanguarda do processo educacional. O seu objetivo maior é fazer com que a escola atue através de todos os seus escalões para possibilitar a integração das crianças que dela fazem parte. 3. Altos Padrões - há em relação às escolas inclusivas altas expectativas de desempenho por parte de todas as crianças envolvidas. O objetivo é fazer com que as crianças atinjam o seu potencial máximo. O processo deverá ser dosado às necessidades de cada criança. 4. Colaboração e cooperação - há um privilegiamento das relações sociais entre todos os participantes da escola, tendo em vista a criação de uma rede de autoajuda. 5. Mudando papéis e responsabilidades - A escola inclusiva muda os papéis tradicionais dos professores e da equipe técnica da escola. Os professores tornam-se mais próximos dos alunos, na captação das suas maiores dificuldades. O suporte aos professores da classe comum é essencial, para obom andamento do processo de ensino-aprendizagem. 6. Estabelecimento de uma infraestrutura de serviços - gradativamente a escola inclusiva irá criando uma rede de suporte para superação das suas maiores dificuldades. A escola inclusiva é uma escola integrada à sua comunidade. 7. Parceria com os pais - os pais são os parceiros essenciais no processo de inclusão da criança na escola. 8. Ambientes educacionais flexíveis - os ambientes educacionais tem que visar o processo de ensino-aprendizagem do aluno. 9. Estratégias baseadas em pesquisas - as modificações na escola deverão ser introduzidas a partir das discussões com a equipe técnica, os alunos , pais e professores. 10. Estabelecimento de novas formas de avaliação - os critérios de avaliação antigos deverão ser mudados para atender às necessidades dos alunos portadores de deficiência. 11. Acesso - o acesso físico à escola deverá ser facilitado aos indivíduos portadores de deficiência. 12. Continuidade no desenvolvimento profissional da equipe técnica - os participantes da escola inclusiva deverão procurar dar continuidade aos seus estudos, aprofundando-os. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), no 9.394/96 (Brasil, 1996), no Capítulo III, art. 4º, inciso III, diz que é dever do Estado garantir o “atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino”. Inclusive, o capítulo 5 da LDB 9.394/96 trata somente de aspectos referentes à Educação Especial. Entre os pontos especificados, o art. 58. § 1º diz que, sempre que for necessário, haverá serviços de apoio especializado para atender às necessidades peculiares de cada aluno portador de necessidades especiais. Por exemplo, em uma classe regular com inclusão pode haver um aluno surdo que necessite de um professor de apoio que saiba LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) para auxiliá-lo em todas as disciplinas. Kunc (1992, p. 38), ressalta: O principio fundamental da educação inclusiva é a valorização da diversidade e da comunidade humana. Quando a educação inclusiva é totalmente abraçada, nós abandonamos a ideia de que as crianças devem se tornar normais para contribuir para o mundo. Para falar sobre inclusão escolar é preciso repensar o sentido que se está atribuindo à educação, além de atualizar nossas concepções e resignificar o processo de construção de todo o indivíduo, compreendendo a complexidade e amplitude que envolve essa temática. Também se faz necessário, uma mudança de paradigma dos sistemas educacionais onde se centra mais no aprendiz, levando em conta suas potencialidades e não apenas as disciplinas e resultados quantitativos, favorecendo uma pequena parcela dos alunos. A ideia de uma sociedade inclusiva se fundamenta numa filosofia que reconhece e valoriza a diversidade, como característica inerente à constituição de qualquer sociedade. Partindo desse principio e tendo como horizonte o cenário ético dos Direitos Humanos, sinaliza a necessidade de se garantir o acesso e a participação de todos, a todas as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada individuo. O paradigma da inclusão vem ao longo dos anos, buscando a não exclusão escolar e propondo ações que garantam o acesso e permanência do aluno com deficiência no ensino regular. No entanto, o paradigma da segregação é forte e enraizado nas escolas e com todas as dificuldades e desafios a enfrentar, acabam por reforçar o desejo de mantê-los em espaços especializados. Contudo a inclusão coloca inúmeros questionamentos aos professores e técnicos que atuam nessa área. Por isso é necessário avaliar a realidade e as controvertidas posições e opiniões sobre o termo. Outro aspecto a ser considerado é o papel do professor, pois é difícil repensar sobre o que estamos habituados a fazer, além do mais a escola está estruturada para trabalhar com a homogeneidade e nunca com a diversidade. A tendência é focar as deficiências dos nossos sistemas educacionais no desenvolvimento pleno da pessoa, onde se fala em fracasso escolar, no déficit de atenção na hiperatividade e nas deficiências onde o problema fica centrado na incompetência do aluno. Isso é cultura na escola, onde não se pensa como está se dando esse processo ensino- aprendizagem e qual o papel do professor no referido processo. Temos que refletir sobre a educação em geral para pensarmos em inclusão da pessoa com deficiência. A partir de 1690, Locke apontou que “a experiência é o fundamento de todo saber”, defendendo que toda criança poderia ser capaz de aprender, com os seu deficiência. Há também que se lembrar de que todos os alunos vêm com conhecimentos de realidade que não pode ser desconsiderado, pois faz parte de sua história de vida, exigindo uma forma diferenciada no sistema de aprendizagem. Mas temos que pensar que para que a inclusão se efetue, não basta estar garantido na legislação, mas demanda modificações profundas e importantes no sistema de ensino. Essas mudanças deverão levar em conta o contexto sócio. econômico, além de serem gradativos, planejadas e contínuas para garantir uma educação de ótima qualidade (Bueno, 1998). Para que a inclusão seja uma realidade, será necessário rever uma série de barreiras, além da política e práticas pedagógicas e dos processos de avaliação. É necessário conhecer o desenvolvimento humano e suas relações com o processo de ensino aprendizagem, levando em conta como se dá este processo para cada aluno. Devemos utilizar novas tecnologias e Investir em capacitação, atualização, sensibilização, envolvendo toda comunidade escolar. Focar na formação profissional do professor, que é relevante para aprofundar as discussões teóricas práticas, proporcionando subsídios com vistas à melhoria do processo ensino aprendizagem. Assessorar o professor para resolução de problemas no cotidiano na sala de aula, criando alternativas que possam beneficiar todos os alunos. Utilizar currículos e metodologias flexíveis, levando em conta a singularidade de cada aluno, respeitando seus interesses, suas ideias e desafios para novas situações. Investir na proposta de diversificação de conteúdos e práticas que possam melhorar as relações entre professor e alunos. Avaliar de forma continuada e permanente, dando ênfase na qualidade do conhecimento e não na quantidade, oportunizando a criatividade, a cooperação e a participação. Em 1990, na Conferência Mundial sobre Educação para Todos, as Nações Unidas pensavam verdadeiramente na democratização da educação, independentemente das diferenças particulares dos alunos, dando aí espaço para a educação inclusiva. Nessa conferência, de fato se tem como objetivo "promover a Educação para Todos", analisando as mudanças fundamentais de políticas necessárias para favorecer o enfoque da educação integradora, capacitando realmente as escolas para atender todas as crianças, sobretudo as que têm necessidades especiais. (Declaração de Salamanca, 1994, p.5)." Como a letra da música analisada “Ser diferente é normal” diz: todo mundo tem seu jeito singular de crescer, aparecer e se manifestar, todo mundo tem que ser especial em seu sorriso, sua fé e no seu visual porque ser diferente é normal Independente de sermos altos, baixos, magros, gordos, gostar de uma coisa ou outra, devemos ser valorizados pelo que somos, e valorizar a diferença presente em cada um ; é na diversidade que encontramos a beleza da vida, é a diferença que nos faz seres únicos, devemos ocupar o nosso espaço sem que possamos interferir ou prejudicar no espaço do outro, já que . Segundo Adriana Calcanhoto, independente de como somos , todos estamos sujeitos a pegar uma gripe, a passar por momentos difíceis, a viver uma situação desagradável, a enfrentar um obstáculo necessário para que possamos chegar a algum lugar, e as diversassituações ,boas ou ruins, podem atingir a todos, independente de suas diferenças, devemos ser iguais no olhar sobre o outro, na ajuda, na bondade, no caráter ; qual a graça da vida, na verdade, se tudo fosse da mesma maneira, se todos tivéssemos as mesmas habilidades, o mesmo tempo de alcançar a um objetivo, o mesmo modo de enxergar o mundo. A cultura adquire formas diversas através do tempo e do espaço. Essa diversidade se manifesta na originalidade e na pluralidade de identidades que caracterizam os grupos e as sociedades que compõem a humanidade. Fonte de intercâmbios, de inovação e de criatividade, a diversidade cultural é, para o gênero humano, tão necessário como a diversidade biológica para a natureza. Nesse sentido, constitui o patrimônio comum da humanidade e deve ser reconhecida e consolidada em benefício das gerações presentes e futuras. UNESCO. Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural. Vivemos hoje, no Brasil, numa sociedade democrática, capitalista e de uma consciência de vida como nunca antes se viu. Todos estes fatores reunidos acabam gerando um campo propício para a chamada inclusão social. Seja por ideais ou por motivos financeiros ou mesmo morais, a verdade é que existe uma tendência a incorporar (incluir) todas as pessoas na vida social, principalmente nas grandes cidades. Quanto maior o número de eleitores, maior a representatividade do político eleito, o que lhe concede maior legitimidade; quanto maior o número de trabalhadores, maior o volume de comércio, o que acarreta numa economia mais estável; quanto maior o número dos incluídos (e menor o dos excluídos ou esquecidos ou marginalizados), mais justa e feliz será a sociedade. Parece uma questão matemática. Quanto maior o número de elementos, maior fica o conjunto. Se ganha força e diversidade (a diversidade é fundamental para a sobrevivência de um grupo ou sistema). A inclusão, muito mais do que submeter (que geralmente é feito pelo uso da força), é abranger, acolher. A tendência hoje é de uma sociedade inclusiva, porque, pelos valores que seguimos na atualidade, é a via que melhor satisfaz ao indivíduo em particular e à sociedade em geral. Quando o indivíduo está e se sente incluído, têm mais chances de vencer na vida, por se sentir mais seguro e ter de fato mais oportunidades. Por sua vez, uma sociedade onde seus cidadãos conseguem se realizar como indivíduos, tem mais chance de sucesso e estabilidade. Para construir uma sociedade com mais aceitação, mais amor, mais cuidado e compaixão, devemos nos esforçar por incluir, acolher a todos, sem exceção. “Acreditamos que as comunidades com diversidade sejam mais ricas, melhores e lugares mais produtivos para viver e aprender. Acreditamos que comunidades inclusivas tenham a capacidade de criar o futuro. Queremos uma vida melhor para todos. Queremos a inclusão!” (Forest). 4 Formação do professor O princípio democrático da educação para todos só se evidencia nos sistemas educacionais que se especializam em todos os alunos, não apenas em alguns deles, os alunos com deficiência. A inclusão, como consequência de um ensino de qualidade para todos os alunos provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize e para que os professores aperfeiçoem as suas práticas. É uma inovação que implica num esforço de atualização e reestruturação das condições atuais da maioria de nossas escolas de nível básico. O motivo que sustenta a luta pela inclusão como uma nova perspectiva para as pessoas com deficiência é, sem dúvida, a qualidade de ensino nas escolas públicas e privadas, de modo que se tornem aptas para responder às necessidades de cada um de seus alunos, de acordo com suas especificidades, sem cair nas teias da educação especial e suas modalidades de exclusão. O sucesso da inclusão de alunos com deficiência na escola regular decorre, portanto, das possibilidades de se conseguir progressos significativos desses alunos na escolaridade, por meio da adequação das práticas pedagógicas à diversidade dos aprendizes. E só se consegue atingir esse sucesso, quando a escola regular assume que as dificuldades de alguns alunos não são apenas deles, mas resultam em grande parte do modo como o ensino é ministrado, a aprendizagem é concebida e avaliada. Pois não apenas as deficientes são excluídas, mas também as que são pobres, as que não vão às aulas porque trabalham, as que pertencem a grupos discriminados, as que de tanto repetir desistiram de estudar. As adaptações individuais são as que têm como foco a atuação do professor em relação a cada aluno, no que diz respeito à avaliação e ao método que o professor vai utilizar para trabalhar com o aluno. Esse último ponto é também um dos problemas mais difíceis de serem resolvidos, pois os professores em geral não são formados para trabalharem com a diversidade e com alunos com grandes problemas de aprendizagem. Muitas vezes, os cursos de formação de professores não preparam seus alunos nem mesmo para desenvolver um bom trabalho com as crianças ditas “normais”. Para que isso seja cumprido a já citada deliberação do CME-RJ trás em seu Artigo 8º a seguinte Resolução: “Art.8º - À escola compete manter, em seu quadro permanente, um professor ou pedagogo especializado em educação especial como responsável pela adaptação do trabalho escolar às características do aluno com necessidades educacionais especiais. Parágrafo único - Entende-se como professor especializado aquele formado em faculdade de Pedagogia com essa habilitação, o que obteve certificado de pós- graduação stricto sensu ou lato sensu em Educação Especial ou Educação inclusiva e ainda aquele que comprovar experiência de 10 anos, com atualização em cursos de formação continuada em educação especial.”. Não é porque o aluno está incluído na escola regular que ele não necessitará desse apoio especializado. A diferença hoje é que ele não vai substituir o professor regular e sim cumprir o papel de melhorar a comunicação entre professor/aluno e aluno/aluno e trazer para a escola todas as adaptações necessárias, como explicitam Oliveira e Glat (2003): A mudança de paradigma está no papel que o especialista exerce. Na escola inclusiva, ele atua como suporte para o professor regular, e não em substituição a este: o aprendizado tem que ocorrer na classe com todos os demais; caso contrário, não estamos lidando com um modelo inclusivo. Deverão ser privilegiados os seguintes aspectos na montagem de uma política educacional de implantação da chamada escola inclusiva: 1. Desenvolvimento de políticas distritais de suporte às escolas inclusivas; 2. Assegurar que a equipe técnica que se dedica ao projeto tenha condições adequadas de trabalho. 3. Monitorar constantemente o projeto dando suporte técnico aos participantes, pessoal da escola e público em geral. 4. Assistir as escolas para a obtenção dos recursos necessários à implementação do projeto. 5. Aconselhar aos membros da equipe a desenvolver novos papéis para si mesmos e os demais profissionais no sentido de ampliar o escopo da educação inclusiva. 6. Auxiliar a criar novas formas de estruturar o processo de ensino-aprendizagem mais direcionado às necessidades dos alunos. 7. Oferecer oportunidades de desenvolvimento aos membros participantes do projeto através de grupos de estudos, cursos, etc. 8. Fornecer aos professores de classe comum informações apropriadas a respeito das dificuldades da criança, dos seus processos de aprendizagem, do seu desenvolvimento social e individual. 9. Fazer com que os professores entendam a necessidade de ir além dos limites que as crianças se colocam, no sentido de levá-las a alcançar o máximo da sua potencialidade. 10. Em escolas onde os profissionais tem atuado de formairresponsável, propiciar formas mais adequadas de trabalho. Algumas delas podem levar à punição dos procedimentos injustos. 11. Propiciar aos professores novas alternativas no sentido de implementar formas mais adequadas de trabalho. As adaptações de acessibilidade ao currículo referem-se à eliminação de barreiras arquitetônicas e metodológicas, sendo pré-requisito para que o aluno possa frequentar a escola regular com autonomia, participando das atividades acadêmicas propostas para os demais alunos. Estas incluem as condições físicas, materiais e de comunicação, como por exemplo, rampas de acesso e banheiros adaptados, apoio de intérpretes de LIBRAS e/ou capacitação do professor e demais colegas, transcrição de textos para Braile e outros recursos pedagógicos adaptados para deficientes visuais, uso de comunicação alternativa com alunos com paralisia cerebral ou dificuldades de expressão oral, etc. O problema é que muitas escolas “imaginam” que incluir portadores de necessidades especiais é somente atender alunos com deficiências físicas ou com pequeno déficit cognitivo ou de comunicação. Porém se “esquecem” de que o modelo de inclusão foi pensado para atender a todos, inclusive os alunos mais comprometidos tanto no cognitivo, na comunicação e também os portadores de graves distúrbios de conduta. Oliveira e Glat (2003, p.2) afirmam que: [...] a instituição escolar passa a ser alvo de questionamentos e de conflitos, provavelmente, por expor a diversidade e o compartilhamento de interesses, contradições, expectativas e identidades. Muitas são as ansiedades que movimentam as transformações em busca do que se julga ser o ideal, correspondendo às necessidades especificas de todos. 5 Considerações finais Em nossas reflexões podemos compreender que as autoras seguem uma linha de abordagem com pontos polêmicos e controvertidos, que vão desde as inovações propostas por políticas educacionais e práticas escolares que envolvem o ensino regular e especial até as relações entre inclusão e integração escolar. Muitos pesquisadores concordam que a escola justa e desejável para todos não sustenta unicamente no fato de os homens serem iguais e nascerem iguais, mas sim tratar igualmente todas as pessoas, independente de sexo, etnia, origem, crença, etc. Também a respeito do nosso sistema educacional, diante da democratização do ensino, compreendem que há muitas dificuldades para equacionar uma relação complexa, que é a de garantir escola para todos, mas de qualidade. É inegável que a inclusão coloca ainda mais lenha na fogueira e que o problema escolar brasileiro é dos mais difíceis, diante do número de alunos que temos que atender das diferenças regionais, do conservadorismo das escolas, entre outros fatores. Diante dos pensamentos e discriminações que encontramos em nossa sociedade, nos fizeram analisar que a inclusão escolar tem sido mal compreendida, principalmente no seu apelo a mudanças nas escolas comuns e especiais. Sabemos, contudo, que sem essas mudanças não garantiremos a condição de nossas escolas receberem, indistintamente, a todos os alunos, oferecendo-lhe condições de prosseguir em seus estudos, segundo a capacidade de cada um, sem discriminações nem espaços segregados de educação. Referindo-se as adaptações das escolas diante das necessidades apresentadas, tivemos uma reflexão sobre as políticas educacionais, porque deveria deveria, em tese, impor mudanças nas políticas educacionais para que a estrutura e a organização administrativo- pedagógica das escolas pudessem construir propostas que favorecessem a aprendizagem e o desenvolvimento de toda a sua demanda escolar. Ao que se refere à formação dos profissionais pedagógicos há uma interessante relação como que aqui apresentamos, e o estudado em sala de aula, pois que os conhecimentos sobre o ensino de alunos com necessidades educacionais especiais não podem ser de domínio apenas de alguns “especialistas”, e sim apropriados pelo maior número possível de profissionais da educação, idealmente por todos. Uma das competências previstas para os professores manejarem suas classes é considerar as diferenças individuais dos alunos e suas implicações pedagógicas como a condição indispensável para a elaboração do planejamento e para a implantação de propostas de ensino e de avaliação de aprendizagem, condizentes e responsivas as suas características. Escola deve ser é espaço de aprendizagem para todos. Enfim uma frase que expressa nossa opinião a respeito da inclusão escolar encontra-se na pág. 35 do livro-texto: Temos muitos desafios a enfrentar para atingir a educação como direito de todos. Um deles é não permitir que esse direito seja traduzido meramente como cumprimento da obrigação de matricular e manter alunos com necessidades educacionais especiais em classes comuns. Letra da Música: Diversidade - Lenine. Diversidade Letra da Música: Diversidade Diversidade Se foi pra diferenciar Que Deus criou a diferença Que irá nos aproximar Intuir o que ele pensa http://gestaoescolar.abril.com.br/aprendizagem/escolas-inclusivas-567665.shtm Se cada ser é só um E cada um com sua crença Tudo é raro, nada é comum Diversidade é a sentença http://adilsongirardi.blogspot.com.br/2013/10/escola-valentim-da-rocha-desenvolve.html Que seria do adeus Sem o retorno Que seria do nu Sem o adorno Que seria do sim Sem o talvez e o não Que seria de mim sem a compreensão http://revistaescola.abril.com.br/formacao/palavra-especialista-desafios-educacao-inclusiva-foco-redes-apoio- 734436.shtml?page=1 Que a vida é repleta E o olhar do poeta Percebe na sua presença O toque de deus A vela no breu A chama da diferença https://focagen.wordpress.com/2014/11/05/a-6-edicao-do-projeto-arte-na-escola-acontecera-neste-final-de-semana-em-alto- taquari/apresentacao-da-musica-tema A humanidade caminha Atropelando os sinais A história vai repetindo Os erros que o homem trás O mundo segue girando Carente de amor e paz Se cada cabeça é um mundo Cada um é muito mais http://www.envolverde.com.br/educacao/sindrome-de-down-inclusao-em-escolas-depende-de-professores- capacitados/ Que seria do caos Sem a paz Que seria da dor Sem o que lhe apraz Que seria do não Sem o talvez e o sim Que seria de mim... O que seria de nós http://www.redeto.com.br/noticia-14117-inclusao-falhas-ainda-deixam-140-mil-jovens-fora-das-escolas-no- pais.html#.VWDZAk9Viko Que a vida é repleta E o olhar do poeta Percebe na sua presença O toque de deus A vela no breu A chama da diferença http://revistaescola.abril.com.br/formacao/alunos-surdos-cantam-dancam-interpretam-aula-arte-611922.shtml 6 Referências bibliográficas AINSCOW, Mel. Caminhos para escolas inclusivas. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional, 1998. Educação Inclusiva. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/ein_l.php?t=001> Acesso em 8 de maio de 2015. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. Inclusão Escolar: Um desafio entre o ideal e o real. Disponível em http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/2284/inclusao-escolar-um-desafio-entre-o-ideal-e-o-real#ixzz3b6xJRyI1. Acesso em 8 de maio de 2015. Instituições oferecem segurança. 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