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Metabolismo dos Lipídeos e suas Lipoproteínas

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Kícila Sabrina T3 - 2022 
 
 
 
 
1º Compreender o metabolismo dos Lípideos 
Lipídeos são moléculas apolares e por isso não se dissolvem 
em água. 
Existem vários tipos de lipídeos. Alguns tipos: • 
Fosfolipídeos (compositores de membrana) • Glicerídeos 
(ácido graxo + glicerol) 
• Cerídeos (ceras) 
• Esteroides (colesterol) 
Para que essas moléculas consigam ser transportadas pelo 
sangue e outros líquidos corporais, precisam estar 
acopladas a proteínas, formando assim, lipoproteínas (que 
são mais hidrossolúveis). 
O nome dessas proteínas que se ligam a essas moléculas de 
lipídeos, se chama apoproteínas. 
• Apolipoproteínas/apoprotreínas 
As apolipoproteínas representam a fração proteica das 
lipoproteínas. Elas se encontram em constante processo de 
síntese e degradação e são peças fundamentais na 
regulação do metabolismo lipídico. 
Exercem funções específicas na regulação do metabolismo 
lipídico como cofatores enzimáticos, ligantes para os 
receptores nas células e tecidos pelo organismo, ou através 
da manutenção estrutural das partículas de lipoproteínas. 
As apolipoproteínas são divididas em classes (A, B, C, D e E) 
quanto à composição, o que consequentemente determina 
função distinta para cada uma das lipoproteínas. 
àExistem alguns tipos de lipoproteínas. Elas são 
classificadas de acordo com a taxa de lipídeos e proteínas. 
Vamos falar sobre elas: 
• Quilomícrons 
Transportam os lipídeos da dieta para serem armazenados 
no tecido adiposo 
Composição: 
- 1 a 2% de proteínas - 85% de triglicerídeos - 7% de 
fosfolipídio 
- 6 a 7% de colesterol 
Os quilomícrons entram nos vasos linfáticos a partir das 
vilosidades intestinais e são carregados pela linfa até o 
sangue venoso e, então, para a circulação sistêmica. Sua 
presença fornece ao sangue uma aparência leitosa, mas 
eles permanecem no sangue apenas por alguns minutos. 
Conforme os quilomícrons circulam pelos capilares do 
tecido adiposo, uma de suas apoproteínas, a apo C2, ativa a 
lipase endotelial de lipoproteínas, uma enzima que remove 
os ácidos graxos dos triglicerídios dos quilomícrons. 
Os ácidos graxos livres são captados pelos adipócitos para a 
síntese e o armazenamento como triglicerídios e pelas 
células musculares para a produção de ATP. Os hepatócitos 
removem os remanescentes dos quilomícrons do sangue 
por endocitose mediada por receptor, nesse processo outra 
apoproteína do quilomícron, a apo E, é a proteína de 
atracação. 
• Lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL) 
São formadas pelos hepatócitos, contêm principalmente 
lipídios endógenos (produzidos no corpo). 
Composição: 
- 10% de proteínas 
- 50% de triglicerídeos 
- 20% de fosfolipídios 
- 20% de colesterol 
As VLDLs transportam os triglicerídios sintetizados nos 
hepatócitos para serem armazenados pelos adipócitos. 
Assim como os quilomícrons, elas perdem seus triglicerídios 
conforme sua apo C-2 ativa a lipase endotelial de 
lipoproteínas e os ácidos graxos resultantes são captados 
pelos adipócitos para serem armazenados ou pelas células 
musculares para a produção de ATP. Conforme elas 
depositam uma parte de seu conteúdo de triglicerídios nos 
adipócitos, as VLDLs são convertidas em LDL. 
• Lipoproteínas de baixa densidade (LDL) 
Composição 
- 25% de proteínas 
- 5% de triglicerídios - 20% de fosfolipídios - 50% de 
colesterol 
Elas carregam cerca de 75% do colesterol total no sangue e 
o entregam às células em todo o corpo para que seja 
utilizado no reparo das membranas celulares e na síntese 
de hormônios esteroides e de sais biliares. As LDLs contém 
uma única apoproteína, a apo B100, que é a proteína de 
atracação que se liga aos receptores de LDL nas membranas 
DISPLIDEMIA 
Problema 03 - AES 14 
 Kícila Sabrina T3 - 2022 
plasmáticas das células do corpo de modo que a LDL possa 
entrar na célula por endocitose mediada por receptor. 
Dentro da célula, a LDL é clivada e o colesterol é liberado 
para atender às necessidades da célula. Uma vez que a 
célula tenha colesterol suficiente para as suas atividades, 
um sistema de retroalimentação negativa inibe a síntese de 
novos receptores de LDL pela célula. 
Quando presente em quantidades excessivas, a LDL 
também deposita colesterol dentro e ao redor das fibras 
musculares lisas das artérias, formando placas gordurosas 
que aumentam o risco de doença da artéria coronária 
Por esse motivo, o colesterol contido na LDL, chamado de 
colesterol LDL, é conhecido como o “mau”colesterol. Como 
algumas pessoas possuem poucos receptores de LDL, suas 
células removem a LDL do sangue com menos eficiência e, 
como resultado, seus níveis plasmáticos de LDL são 
anormalmente altos e elas estão mais propensas a 
desenvolverem placas gordurosas. A ingestão de uma dieta 
com grande quantidade de gordura aumenta a produção de 
VLDL, que aumenta o nível de LDL e aumenta a formação 
das placas gordurosas. 
• Lipoproteínas de alta densidade (HDL) 
Composição 
- 40 a 45% de proteínas 
- 5 a 10% de triglicerídios - 30% de fosfolipídios 
- 20% de colesterol 
Elas removem o excesso de colesterol das células do corpo 
e do sangue e transportam o colesterol para o fígado para 
que seja eliminado. Como a HDL evita o acúmulo de 
colesterol no sangue, um alto nível de HDL está associado a 
menor risco de doença da artéria coronária. Por esse 
motivo, o colesterol HDL é conhecido como o “bom” 
colesterol. 
àDe onde vêm os lipídeos? 
Existem duas fontes de colesterol para o corpo. Uma parte 
está presente nos alimentos (ovos, produtos lácteos, carnes 
de vaca, frango e porco, vísceras e embutidos), porém a 
maior parte dele é sintetizado pelos hepatócitos. 
• Uma alta ingestão de gorduras dietéticas estimula a 
reabsorção da bile contendo colesterol de volta para o 
sangue, de modo que menos colesterol é perdido nas fezes. 
• Quando as gorduras saturadas são quebradas no corpo, 
os hepatócitos utilizam alguns desses produtos para a 
formação de colesterol. 
àPara onde vão esses lipídeos? 
Assim como os carboidratos, os lipídios podem ser oxidados 
para a produção de ATP. Se o corpo não tem necessidade 
imediata do uso de lipídios, eles são armazenados no tecido 
adiposo (depósitos de gordura) espalhado pelo corpo e no 
fígado. 
àComo esses lipídeos são armazenados? 
Uma função importante do tecido adiposo é a remoção de 
triglicerídios dos quilomícrons e do VLDL e seu 
armazenamento até que eles sejam necessários para a 
produção de ATP em outras partes do corpo. 
Os triglicerídios armazenados no tecido adiposo constituem 
98% de todas as reservas energéticas do corpo. 
Eles são armazenados mais facilmente do que o glicogênio, 
em parte porque os triglicerídios são hidrofóbicos e não 
exercem pressão osmótica nas membranas plasmáticas. 
àComo os lipídeos são utilizados para fornecer 
ATP/energia? 
Para que músculos, fígado e tecido adiposo possam oxidar 
os ácidos graxos derivados dos triglicerídios para a 
produção de ATP, eles devem primeiro ser separados em 
glicerol e ácidos graxos, um processo chamado de lipólise. 
A lipólise é catalisada por enzimas chamadas de lipases. A 
epinefrina e a norepinefrina aumentam a decomposição 
dos triglicerídios em ácidos graxos e glicerol. Esses 
hormônios são liberados quando aumenta o tônus 
simpático como ocorre, por exemplo, durante o exercício. 
Outros hormônios lipolíticos incluem cortisol, hormônios 
tireoidianos e fatores de crescimento insulina-símiles. Ao 
contrário, a insulina inibe a lipólise. 
O glicerol e os ácidos graxos resultantes da lipólise são 
catabolizados por vias diferentes. O glicerol é convertido 
por muitas células do corpo a gliceraldeído 3-fosfato, um 
dos compostos formados durante o catabolismo da glicose. 
Se o conteúdo de ATP na célula for alto, o gliceraldeído 3-
fosfato é convertido em glicose, um exemplo de 
gliconeogênese. 
Se o conteúdo de ATP na célula for baixo, o gliceraldeído 3-
fosfato entra na via catabólica e se torna ácido pirúvico. 
Os ácidos graxos sãocatabolizados de modo diferente do 
glicerol e geram mais ATP. O primeiro estágio do 
catabolismo de ácidos graxos é uma série de reações, 
chamadas coletivamente de betaoxidação, que ocorre na 
atriz mitocondrial. 
As enzimas removem dois átomos de carbono da longa 
cadeia de átomos de carbono do ácido graxo de cada vez e 
ligam o fragmento com dois carbonos à coenzima A, 
formando acetil CoA. A acetil CoA então entra no ciclo de 
Krebs. Um ácido graxo com 16 carbonos como o ácido 
palmítico pode gerar até 129 moléculas de ATP em sua 
oxidação completa por betaoxidação, ciclo de Krebs e 
cadeia transportadora de elétrons. 
Como parte do catabolismo normal dos ácidos graxos, os 
hepatócitos podem retirar duas moléculas de acetil CoA de 
uma vez e condensá-las, formando ácido acetoacético. Essa 
reação libera a porção CoA, que não consegue se difundir 
 Kícila Sabrina T3 - 2022 
para fora das células. Uma parte do ácido acetoacético é 
convertida em ácido beta-hidroxibutírico e em acetona. 
A formação dessas três substâncias, conhecidas 
coletivamente como corpos cetônicos, é chamada de 
cetogênese. Como os corpos cetônicos se difundem 
livremente pelas membranas plasmáticas, eles deixam os 
hepatócitos e entram na corrente sanguínea. 
Outras células captam o ácido acetoacético e ligam seus 
quatro carbonos a duas moléculas de coenzima A, 
formando duas moléculas de acetil CoA, que podem entrar 
no ciclo de Krebs para serem oxidadas. O músculo cardíaco 
e o córtex (porção externa) dos rins usam o ácido 
acetoacético em detrimento da glicose para a geração de 
ATP. Os hepatócitos, que produzem o ácido acetoacético, 
não conseguem utilizá-lo para a produção de ATP porque 
eles não possuem a enzima que transfere o ácido 
acetoacético de volta para a coenzima A. 
àEsses lipídeos podem ser sintetizados pelo nosso 
organismo? 
Os hepatócitos e os adipócitos conseguem sintetizar lipídios 
a partir da glicose ou de aminoácidos por intermédio da 
lipogênese, que é estimulada pela insulina. A lipogênese 
ocorre quando os indivíduos consomem mais calorias do 
que o necessário para a satisfação de suas necessidades de 
ATP. Excesso de carboidratos, proteínas e gorduras 
dietéticos têm todos o mesmo destino – eles são 
convertidos em triglicerídeos. 
 
2º Entender a fisiopatologia da Displidemia – 
classificação, etiologia, epidemiologia, 
patogênese, quadro clínico. 
 
Conceito 
Termo técnico que define as alterações da qualidade e 
quantidade das gorduras no sangue. Famoso colesterol alto 
ou gordura no sangue. 
 
Fator de risco para o desenvolvimento de doenças 
cardiovasculares, esta relacionada com o mecanismo de 
formação das placas de aterosclerose das artérias do nosso 
corpo – famosa artérias entupidas, isso é condição previa 
para infarto do miocárdio e AVC 
 
Classificação 
As dislipidemias podem ser classificadas em hiperlipidemias 
(níveis elevados de lipoproteínas) e hipolipidemias (níveis 
plasmáticos de lipoproteínas baixos). 
Várias são as classificações propostas, dentre as mais 
importantes temos as que se seguem. 
 
• Aumento do colesterol ruim LDL 
• Aumento de TG trigliceridis 
• Aumento de LDL + TG – mista 
• Reducao de HDL – colesterol bom 
 
 
Colesterol 
- Peça fundamental nas estruturas da membranas celulares 
- Precursor de hormônios esteroides 
- Componentes da Bile 
- Antioxidante – protege as células contra acao de radicais 
livres 
- Precursor da Vitamina D 
 
Triglicerídeos 
Armazenamento de energia, cada grama de gordura capaz 
de gerar 9 calorias de energia 
Classificação etiológica 
Tanto as hiper quanto as hipolipidemias podem ter causas 
primárias ou secundárias: 
Causas primárias: são aquelas nas quais o distúrbio lipídico 
é de origem genética. 
Causassecundárias:adislipidemiaédecorrentedeestilo de 
vida inadequado, de certas condições mórbidas, ou de 
medicamentos 
 
 
 Kícila Sabrina T3 - 2022 
Classificação laboratorial 
A classificação laboratorial das dislipidemias nesta 
atualização sofreu modificações, e os valores referenciais e 
os alvos terapêuticos foram determinados de acordo com o 
risco cardiovascular individual e com o estado alimentar 
(Tabela 3). As dislipidemias podem ser classificadas de 
acordo com a fração lipídica alterada em: 
• Hipercolesterolemia isolada: aumento isolado do LDL-c 
(LDL-c ≥ 160 mg/dL). 
• Hipertrigliceridemia isolada: aumento isolado dos 
triglicérides (TG ≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/dL, se a amostra 
for obtida sem jejum). 
• Hiperlipidemia mista: aumento do LDL-c (LDL-c ≥ 160 
mg/dL) e dos TG (TG ≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/ dL, se a 
amostra for obtida sem jejum). Se TG ≥ 400 mg/dL, o 
cálculo do LDL-c pela fórmula de Friedewald é inadequado, 
devendo-se considerar a hiperlipidemia mista quando o não 
HDL-c ≥ 190 mg/dL. 
• HDL-c baixo: redução do HDL-c (homens < 40 mg/dL e 
mulheres < 50 mg/dL) isolada ou em associação ao 
aumento de LDL-c ou de TG. 
Classificação fenotípica (Fredrickson) 
A classificação proposta por Fredrickson é baseada nos 
padrões de lipoproteínas associados a concentrações 
elevadas de colesterol e/ou TG, não sendo considerado o 
HDL-c. A classificação de Fredrickson tem por base a 
separação eletroforética e/ou por ultracentrifugação das 
frações lipoproteicas, distinguindo-se seis tipos. Embora se 
reconheça a grande contribuição desta classificação, ela é 
hoje muito pouco utilizada, pois pouco colabora para o 
conhecimento da etiologia (exceto na 
disbetalipoproteinemia) ou da decisão terapêutica 
 
Dislipidemias de forte componente genético 
A biologia molecular acrescentou um vasto campo de 
conhecimento no metabolismo lipídico. Atualmente, foi 
facilitada a compreensão da influência genética na 
interação entre lipoproteínas e receptores e na expressão 
de diversas enzimas. 
Os principais tipos de dislipidemias com forte componente 
genético serão apresentados em situações especiais. 
O lipidograma (eletroforese de lipoproteínas) não é exame 
rotineiramente solicitado, mas pode auxiliar no diagnóstico 
da dislipidemia em raras situações. 
Diagnóstico 
Exame de sangue: que mostra a medidas das concentrações 
de Triglicerídeos, colesterol total e frações 
® Lipidograma completo (triglicerídeos, colesterol total e 
frações) não tem necessidade de Jejum 
 
Como é possível haver lipídeos no sangue se os lipídeos são 
insolúveis em ambiente aquoso ? 
- LIPOPROTÉINAS – conjunto moleculares que contem 
Lípides + Proteinas = funcionam como meio de transporte 
no sangue 
 
Lípides: TG, Colesterol e Fosfolípides 
Proteinas: Apolipoproteínas 
 
 
 
® APOLIPOPROTEÍNAS: são proteínas quem tem como 
principal da Solubilidade – para as lipoproteínas 
plasmáticas – para que elas se discipem no plasma e 
alcance vários tecidos no corpo 
• Capazes de ativar enzimas do metabolismo lipídico 
• Ajudam a manter a integridade estrutural do 
complexo lipídeo/proteína 
• Ajudam no reconhecimento de receptores de 
superfície 
 
Dentro das Apoliproproteinas temos subtipos: 
 
® ApoAS 
- ApoA1 
-ApoA2 
 
® ApoBs 
- ApoB-48 
- APOb-100 
 
® ApoCs 
- ApoC 2 
-ApoC3 
 
 Kícila Sabrina T3 - 2022 
 
 
O diagnóstico de dislipidemia baseia-se na dosagem dos 
lipídios séricos: colesterol total, HDL-C e triglicerídeos. A 
dosagem direta do LDL-C não é necessária, podendo o 
cálculo ser feito por meio da fórmula de Friedewald [LDL-C 
= (colesterol total [CT] – HDL-C) – (triglicerídios [TG]/5)], 
quando o valor dos triglicerídeos for inferior a 400 mg/dL. 
Para os casos em que o nível dos triglicerídeos for superior 
a 400 mg/dL, utiliza-se como critério o colesterol não HDL 
[não HDL-C = CT – HDL-C], cujo alvo é 30 mg/dL acima do 
alvo de LDL-C (isto é, para pacientes cujo LDL-C alvo for 100 
mg/dL, o alvo de não HDL-C será 130 mg/dL). 
Exames complementares 
- Frações do colesterol de lipoproteínas de alta densidade 
(HDL), de baixa densidade (LDL) e de triglicerídeos dosados 
em jejum - Dosagem de T4 e TSH 
- Ureia e creatinina 
- AST,ALT e CPK (monitorar tratamento) 
Rastreamento 
É recomendado rastreamento para dislipidemias a partir 
dos 35 anos para homens e 45 anos para mulheres. 
Homens com idade entre 20 e 35 anos e mulheres com 
idade entre 20 e 45 anos que apresentem um único dos 
fatores de risco abaixo descritos para doença coronariana, 
também devem ser rastreados: 
• diabetes; 
• história prévia de doença coronariana ou doença 
aterosclerótica não coronariana (ex: aneurisma de 
aorta abdominal, doença arterial periférica, 
estenose de artéria carótida); 
• história familiar de doença cardiovascular em 
homens abaixo dos 50 e mulheres abaixo dos 60 
anos de idade; 
• tabagismo; 
• hipertensão; 
• obesidade. 
Os exames usualmente solicitados para 
rastreamento de dislipidemia são Colesterol Total 
e HDL. Na presença de exame com valores 
alterados, recomenda-se repeti-lo em outra 
ocasião. A média dos dois exames deve ser usada 
para fins de avaliação de risco. 
Epidemiologia 
A incidência mundial de doença cardiovascular (DCV) 
apresentou grande progressão nas últimas décadas, como 
observado em 1990, com cerca de 14 milhões de casos, e a 
perspectiva de 25 milhões para 2020 no oriente e ocidente. 
Estudo brasileiro investigando a presença de dislipidemia 
em 22.542 indivíduos com mais de 20 anos de idade, 
atendidos no Hospital das Clínicas da Universidade Estadual 
de Campinas, demonstrou em adultos (até 60 anos) 
alterações nos níveis de colesterol total, LDL-C e 
triglicerídeos em 44%, 38% e 37%, respectivamente, e em 
55%, 48% e 41%, respectivamente, em idosos (acima de 60 
anos). Os resultados desse estudo mostraram, ainda, que 
35% dos adultos e 32% dos idosos apresentavam níveis 
reduzidos de HDL-C. A dislipidemia combinada 
(hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia) foi também 
muito prevalente. Em outro estudo nacional, com 81.262 
indivíduos, demonstrou-se um valor médio de colesterol 
dentro dos limites recomendados pela National Cholesterol 
Education Program (NCEP). Entretanto, analisando 
indivíduos com um fator de risco para doença coronariana, 
demonstrou-se que 40% tinham níveis de colesterol acima 
de 200 mg/dL e 14% apresentavam colesterol maior que 
240 mg/dL. Em indivíduos sem fatores de risco, essas 
porcentagens caíam para 30% e 8%, respectivamente. 
 
 Kícila Sabrina T3 - 2022 
Quadro Clínico 
As hiperlipidemias, em geral, não apresentam 
manifestações clínicas. Nos casos mais severos, pode 
ocorrer a formação de xantomas. Diversos tipos de 
xantomas podem ser observados e caracterizam as 
diferentes dislipidemias. O desenvolvimento de xantomas 
tendinosos e tuberosos, xantelasmas e arco córneo são 
sinais clínicos característicos das hipercolesterolemias 
primárias, os quais refletem acúmulo de colesterol em ma- 
crófagos infiltrados nos tendões e na pele. 
A hipertrigliceridemia acima de 1.000 mg/dL indica 
presença de quilomícrons, que podem ser detectados pela 
observação do plasma leitoso. Xantomas eruptivos nas 
regiões dorsal e glútea, nos braços, nas mãos e nas coxas, 
além de hepatoesplenomegalia, pancreatite ou dores 
abdominais recorrentes são observados com frequência. 
 
A presença de xantomas é frequente em quase 50% dos 
indivíduos portadores da disbetalipoproteinemia familiar, 
caracterizada pela formação de xantoma palmar, presente 
de forma plana nas linhas das palmas das mãos, como sinal 
patognomônico da doença. Xantomas tuberosos ou tu- 
beroeruptivos também são comuns, além da ocorrência de 
doença aterosclerótica prematura. 
Em decorrência da elevação plasmática do LDL colesterol, 
ocorrem maior captação de LDL, desenvolvimento 
acelerado de aterosclerose e, con- sequentemente, maior 
incidência de doença cardiovascular. Salienta-se que, na 
forma homozigótica da hipercolesterolemia familiar, a 
ocorrência de manifestação clínica de doenças arteriais 
isquêmicas dá-se antes dos 20 anos de idade. 
 
3º Descrever o processo de Aterogênese 
O espessamento e a perda de elasticidade das paredes das 
artérias são as principais características de um grupo de 
doenças chamadas de arteriosclerose. 
Uma modalidade de arteriosclerose é a aterosclerose, uma 
doença progressiva caracterizada pela formação de lesões 
chamadas placas ateroscleróticas nas paredes das grandes 
e médias artérias. 
A aterosclerose é uma doença inflamatória crônica de 
origem multifatorial, que ocorre em resposta à agressão 
endotelial, acometendo principalmente a camada íntima de 
artérias de médio e grande calibre. 
A inflamação, uma resposta de defesa do organismo à lesão 
tecidual, desempenha um papel-chave no desenvolvimento 
das placas ateroscleróticas. Como resultado dos danos 
teciduais, os vasos sanguíneos se dilatam e aumentam a 
sua permeabilidade, e os fagócitos, incluindo os 
macrófagos, aparecem em grande quantidade. 
A formação da placa aterosclerótica inicia-se com a 
agressão ao endotélio vascular por diversos fatores de 
risco, como dislipidemia, hipertensão arterial ou tabagismo. 
Como consequência, a disfunção endotelial aumenta a 
permeabilidade da íntima às lipoproteínas plasmáticas, 
favorecendo a retenção destas no espaço subendotelial. 
O depósito de lipoproteínas na parede arterial, processo- 
chave no início da aterogênese, ocorre de maneira 
proporcional à concentração destas lipoproteínas no 
plasma. 
Além do aumento da permeabilidade às lipoproteínas, 
outra manifestação da disfunção endotelial é o surgimento 
de moléculas de adesão leucocitária na superfície 
endotelial, processo estimulado pela presença de LDL 
oxidada. 
As moléculas de adesão são responsáveis pela atração de 
monócitos e linfócitos para a intimidade da parede arterial. 
Induzidos por proteínas quimiotáticas, os monócitos 
migram para o espaço subendotelial, no qual se 
diferenciam em macrófagos, que, por sua vez, captam as 
LDL oxidadas. 
Os macrófagos repletos de lípides são chamados de células 
espumosas e são o principal componente das estrias 
gordurosas, lesões macroscópicas iniciais da aterosclerose. 
Uma vez ativados, os macrófagos são, em grande parte, 
responsáveis pela progressão da placa aterosclerótica por 
meio da secreção de citocinas, que amplificam a 
inflamação, e de enzimas proteolíticas, capazes de degradar 
colágeno e outros componentes teciduais locais. 
Outras células inflamatórias também participam do 
processo aterosclerótico. Os linfócitos T, embora menos 
numerosos que os macrófagos no interior do ateroma, são 
de grande importância na aterogênese. Mediante interação 
com os macrófagos, as células T podem se diferenciar e 
produzir citocinas que modulam o processo inflamatório 
local. 
Diversos mecanismos têm sido propostos para a 
aterogênese e suas complicações, como a oxidação de 
lipoproteínas (principalmente lipoproteínas de baixa 
densidade) e a alteração fenotípica do endotélio vascular, 
produzindo substâncias quimiotáticas de linfócitos, 
liberando espécies reativas de oxigênio, promovendo 
vasoconstrição e reduzindo propriedades antitrombóticas. 
 Kícila Sabrina T3 - 2022 
Alguns mediadores da inflamação estimulam a migração e a 
proliferação das células musculares lisas da camada média 
arterial. Estas, ao migrarem para a íntima, passam a 
produzir não só citocinas e fatores de crescimento, como 
também matriz extracelular, que formará parte da capa 
fibrosa da placa aterosclerótica. 
A placa aterosclerótica plenamente desenvolvida é 
constituída por elementos celulares, componentes da 
matriz extracelular e núcleo lipídico e necrótico, formado 
principalmente por debris de células mortas. As placas 
estáveis caracterizam-se por predomínio de colágeno, 
organizado em capa fibrosa espessa, escassas células 
inflamatórias, e núcleo lipídico e necrótico de proporções 
menores. 
As instáveis apresentam atividade inflamatória intensa, 
especialmente em suas bordas laterais, com grande 
atividade proteolítica, núcleo lipídico e necrótico 
proeminente, e capa fibrótica tênue. A ruptura desta capa 
expõematerial lipídico altamente trombogênico, levando à 
formação de um trombo sobrejacente. Este processo, 
também conhecido por aterotrombose, é um dos principais 
determinantes das manifestações clínicas da aterosclerose. 
• Outra explicação sobre a formação de placas 
ateroscleróticas. Ela começa quando LDL em excesso do 
sangue se acumula na camada interna de uma parede 
arterial (camada mais próxima da corrente sanguínea), os 
lipídios e proteínas LDL sofrem oxidação (remoção de 
elétrons), e as proteínas se ligam a açúcares. 
Além do aumento da permeabilidade às lipoproteínas, 
outra manifestação da disfunção endotelial é o surgimento 
de moléculas de adesão leucocitária na superfície 
endotelial, processo estimulado pela presença de LDL 
oxidada. 
Portanto, em resposta, as células endoteliais e de músculo 
liso da artéria secretam substâncias que atraem monócitos 
do sangue e os convertem em macrófagos. 
Os macrófagos então ingerem e ficam tão cheios de 
partículas de LDL oxidada que assumem uma aparência 
espumosa quando vistos ao microscópio (células 
espumosas). 
As células T (linfócitos) seguem os monócitos até o 
revestimento interno de uma artéria, onde liberam 
produtos químicos que intensificam a resposta 
inflamatória. Juntos, as células espumosas, os macrófagos e 
as células T formam uma estria gordurosa, o início de uma 
placa aterosclerótica. 
Os macrófagos secretam substâncias químicas que fazem 
com que as células de músculo liso da túnica média de uma 
artéria migrem para a parte superior da placa 
aterosclerótica, formando uma capa sobre ela e, assim, 
compartimentando-a do sangue. 
Além disso, as células T induzem as células espumosas a 
produzir fator tecidual (FT), uma substância química que 
inicia a cascata de reações que resulta na formação de 
coágulos sanguíneos. Se o coágulo em uma artéria 
coronária for grande o suficiente, pode diminuir 
significativamente ou interromper o fluxo sanguíneo e 
resultar em um infarto agudo do miocárdio por exemplo. 
àA maior gravidade da aterosclerose está relacionada com 
fatores de risco clássicos, como dislipidemia, diabetes, 
tabagismo, hipertensão arterial, entre outros, mas, a nível 
celular, cristais de colesterol, microfilamentos liberados por 
neutrófilos, isquemia e alterações na pressão de arrasto 
hemodinâmico têm sido implicados na ativação de 
complexo inflamatório, que se associa com ruptura da placa 
aterosclerótica ou erosão endotelial. 
àExistem inúmeras evidências de que a 
hipercolesterolemia contribui para a gênese da 
aterosclerose principalmente por concentrações elevadas 
de LDL-c. 
A partir destas complicações, ocorre interação do fator 
tecidual da íntima vascular com fator VIIa circulante, 
levando à geração de trombina, ativação plaquetária e 
formação do trombo, determinando as principais 
complicações da aterosclerose, infarto agudo do miocárdio 
e Acidente Vascular Cerebral (AVC). 
4º Estudar as causas genéticas das Dislipidemia e 
secundárias 
Dislipidemia é definida como qualquer alteração nos 
níveis séricos dos lipídios. 
As dislipidemias podem ser classificadas em hiperlipidemias 
(níveis elevados de lipoproteínas) e hipolipidemias (níveis 
plasmáticos de lipoproteínas baixos). 
Tanto as hiper quanto as hipolipidemias podem ter causas 
primárias ou secundárias: 
• Causas primárias: são aquelas nas quais o distúrbio 
lipídico é de origem genética. 
As dislipidemias primárias/genéticas associam-se a 
superprodução e/ou remoção deficiente de lipoproteínas; 
esta última pode decorrer de anormalidades na própria 
lipoproteína ou no seu receptor. 
• Causas secundárias: a dislipidemia é decorrente de estilo 
de vida inadequado, de certas condições mórbidas, ou de 
medicamentos 
As dislipidemias secundárias, estão classicamente 
associadas a uma ou mais doença de base ou ao seu 
tratamento. 
 
 Kícila Sabrina T3 - 2022 
àClassificações das dislipidemias primárias 
Essas dislipidemias primárias podem ser classificadas em 5 
tipos: 
• Hipercolesterolemia 
Elevação isolada do LDL-c (> 130 mg/dl) 
• Hipertrigliceridemia 
Elevação isolada dos TG (> 150 mg/dl, em jejum, ou > 175 
mg/dl, sem jejum), que reflete o aumento do volume de 
partículas ricas em TG, como VLDL, IDL e QM. 
• Hiperlipidemia mista 
Valores aumentados tanto de LDL-c (> 130 mg/dl) como de 
TG (> 150 mg/dl, em jejum, ou > 175 mg/dl sem jejum). 
Nesses indivíduos, pode-se utilizar também o não HDL-c 
como indicador e meta terapêutica. Nos casos de TG > 400 
mg/dl, quando o cálculo do LDL-c pela fórmula de 
Friedewald é inadequado, deve-se considerar 
hiperlipidemia mista se o CT for ≥ 200 mg/dl, 
• HDL reduzida • HDL elevada 
Obs.: Hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia ou 
hiperlipidemia mista reflete concentração aumentada de 
colesterol ou TG isolada ou conjuntamente 
 
• Hipercolesterolemia •• 
• Hipercolesterolemia familiar 
Fisiopatologia 
A HF é causada por defeitos genéticos em proteínas-chave 
envolvidas na síntese do receptor do LDL e sua endocitose, 
levando à queda da captação celular de LDL e ao aumento 
de suas concentrações plasmáticas. 
A HF tem penetrância de quase 100%, o que significa que a 
metade dos descendentes em primeiro grau de um 
indivíduo afetado serão portadores do defeito genético e 
apresentarão níveis elevados de LDL-colesterol desde o 
nascimento e ao longo de suas vidas, sendo homens e 
mulheres igualmente afetados. 
A HF heterozigota tem 3 causas: 
• Mutações heterozigóticas com perda de função do gene 
codificador do receptor de LDL (LDLR), com mais de 1.600 
mutações descritas na literatura (deleções, missense, 
nonsense e inserções) e que representam cerca de 85% a 
90% dos casos de HF. 
• Apoliproteína B100 defeituosa familiar: 
Mutações heterozigotas no APOB, gene que codifica a 
apolipoproteína B100, afetando o domínio da ligação do 
receptor de LDL à ApoB100. 
Resulta de mutação no gene da Apo-B100 que prejudica a 
ligação da LDL a seu receptor (LDLR), impedindo a formação 
do complexo LDL/Apo-B/LDLR. 
• Mutações heterozigóticas com ganho de função no gene 
da pró-proteína convertase subutilisina/kexina tipo 9 
(PCSK9), que codifica a proteína NARC-1, a qual participa do 
catabolismo do receptor de LDL. Essa é a causa menos 
comum de HF (5% dos casos), com pouco mais de 20 tipos 
de mutações 
descritas até o momento. 
àQuando se pensar em HF? 
O ponto de partida para se considerar a possibilidade de HF 
é: 
- A presença de LDL-colesterol > 190 mg/dL em adultos ou 
de colesterol total > 310 mg/dL. 
- História prévia ou familiar de DAC prematura ou morte 
súbita 
- Sinais clínicos característicos, como xantomas tendinosos 
e arcos corneanos, devem alertar para o diagnóstico de HF. 
Obs.: A presença de algum grau de arco corneano ocorre 
em 50% dos indivíduos com HF entre 31 e 35 anos. 
Espessamento dos tendões ocorre em 63% dos portadores 
de HF; alterações na ecogenicidade dos tendões estão 
presentes em 90% dos portadores de HF; xantomas são 
detectados em 68% dos portadores de HF com mutações 
do gene LDLR20. 
 Kícila Sabrina T3 - 2022 
 
O diagnóstico de HF baseia-se em 5 critérios: 
- História familiar 
- História clínica de DCV prematura, 
- Exame físico com sinais clínicos de depósitos 
extravasculares de colesterol 
- Níveis muito altos de LDL colesterol ou colesterol total 
plasmáticco em mais de uma medida 
- E/ou detecção da mutação ou polimorfismos genéticos 
causadores da HF. 
Os xantomas tendinosos são mais comumente observados 
no tendão de Aquiles e nos tendões extensores dos dedos, 
mas também podem ser encontrados nos tendões 
patelares e do tríceps. 
Xantomas são lesões cutâneas eruptivas, de coloração 
amarelada, geralmente com halo eritematoso e cerca de 2 
a 5 mm de diâmetro 
A pesquisa deve ser realizada não só pela inspeção visual, 
mas também pela palpação, sendo praticamente 
patognomônicos de HF. Sua presença contribui com a 
especificidade diagnóstica, já que ocorrem em menosde 
50% dos casos. 
Podem ser encontrados também xantomas planares 
intertriginosos, especialmente nas formas homozigóticas. A 
presença de arco corneano parcial ou total sugere HF 
quando observada antes dos 45 anos de idade. 
àSão considerados portadores de HF de maior risco: 
- Pacientes diabéticos com HF; - Indivíduos com HF 
tabagistas; 
- Antecedente de DAC muito precoce em parentes de 
primeiro 
grau:paiouirmão<45anoscomDACemãeouirmã<55anos com 
DAC e presença de lipoproteína (a) elevada (> 60 mg/dL). 
àRastreamento da HF 
O rastreamento envolve a determinação do perfil lipídico 
em todos os parentes de primeiro grau (pai, mãe e irmãos) 
dos pacientes diagnosticados como portadores de HF. 
As chances de identificação de outros portadores de HF a 
partir de um caso-índice são: 50% nos familiares de 
primeiro grau, 25% nos de segundo grau e 12,5% nos de 
terceiro grau. 
à Tratamento 
A associação entre HF e DAC está bem estabelecida. Os 
fatores de risco cardiovascular são similares para pacientes 
com e sem HF (sexo masculino, tabagismo, hipertensão 
arterial sistêmica, diabetes) e devem ser tratados 
agressivamente. Deve-se enfatizar, entretanto, que a HF 
por si só já é um significativo fator de risco cardiovascular. 
Portanto, as escalas de estratificação de risco (Framinghan, 
Loyd-Jones, Reynolds) não são apropriadas ou aplicáveis a 
esses pacientes, que sempre serão considerados de alto 
risco e, consequentemente, candidatos à terapia com 
estatinas em altas doses. 
A indicação do tratamento farmacológico ocorre para 
portadores de LDL-colesterol > 160 mg/dL, em indivíduos 
sem manifestação prévia de doença cardiovascular, após 
aplicação de medidas de estilo de vida saudável. 
Considerando os elevados valores de colesterolemia basais 
presentes na HF, a redução de pelo menos 50% obtida com 
o tratamento medicamentoso é considerada de real valor 
terapêutico. Entretanto, os pacientes com HF em maior 
risco, ou seja, com manifestação clínica de aterosclerose 
coronariana ou equivalente cerebrovascular e/ou 
periférico, necessitam intensificação do esquema de 
tratamento para alcançar maiores reduções de LDL 
colesterol. 
• Hiperlipidemia familiar combinada (hiperlipidemia tipo 
2B) 
O fenótipo da hiperlipidemia familiar combinada (HFC) 
varia da hipertrigliceridemia isolada à hipercolesterolemia 
isolada entre famílias ou indivíduos, sugerindo que a 
variação do fenótipo lipídico esteja ligada a fatores 
ambientais. 
Seu diagnóstico baseia-se no fenótipo e na história familiar. 
Nesses indivíduos, diminuição de lipoproteína de alta 
densidade (HDL colesterol) com altos níveis de triglicerídios 
e LDL é encontrada, especialmente as partículas pequenas 
e densas. A doença segue padrão autossômico dominante, 
possivelmente poligênico. 
 Kícila Sabrina T3 - 2022 
Em geral, os pacientes com HFC apresentam outros fatores 
de risco (obesidade central, hipertensão, resistência à 
insulina, intolerância à glicose). 
Aliás, a resistência à insulina parece ter papel fundamental 
nessa dislipidemia, pois a maioria dos seus portadores (até 
2/3 dos pacientes) apresenta síndrome metabólica. 
• Hipercolesterolemia poligênica 
Causa mais comum de hipercolesterolemia isolada, a 
hipercolesterolemia poligênica responde por 
aproximadamente 85% dos casos de hiperlipoproteinemia 
padrão IIa de Fredrickson. 
Os pacientes apresentam um catabolismo defeituoso da 
LDL, associado ao aumento da sua produção, 
possivelmente por vários polimorfismos em um único 
nucleotídio, levando a concentrações de LDL-c superiores 
ao limiar diagnóstico de HF. Não existe uma mutação 
específica responsável pela hipercolesterolemia, sendo 
proposta uma causa poligênica. 
A frequência de parentes em primeiro grau com aumento 
de colesterol é muito baixa. A hipercolesterolemia 
poligênica ocorre em indivíduos suscetíveis em associação a 
fatores ambientais; o CT situa-se em torno de 300 a 350 
mg/dl, e não há elevação do TG. O risco de DAC e 
aterosclerose para portadores dessa condição é alto e, 
quando associado às causas secundárias de dislipidemias, o 
quadro pode ser ainda mais grave. 
O diagnóstico é feito após exclusão de outras causas 
genéticas de dislipidemias, história familiar ausente (< 10% 
dos parentes de primeiro grau) e ausência de xantomas 
tendinosos. 
•• Hipertrigliceremias •• 
• Quilomicronemia familiar (hiperlipoproteinemia tipo 1) 
Também conhecida como síndrome de quilomicronemia, 
caracteriza-se pela persistência patológica de quilomícrons 
na circulação após um período de 12 a 14 horas de jejum. 
Mais comumente, a quilomicronemia é causada pela 
associação de uma forma genética comum de 
hipertrigliceridemia combinada com um distúrbio adquirido 
do metabolismo dos triglicerídios. Destes, o mais comum é 
o diabetes descompensado, entretanto, o uso de fármacos 
que aumentem os níveis de triglicerídios também pode 
estar implicado e deve ser descartado. 
Está associada à pancreatite, que parece resultar da 
liberação excessiva de ácidos graxos e lisolecitina dos 
quilomícrons, excedendo a capacidade ligadora da 
albumina nos capilares pancreáticos. 
Os achados de exame físico associam-se, habitualmente, ao 
grau de hipertrigliceridemia. Clinicamente, a 
quilomicronemia associa-se a: 
- Dor abdominal recorrente 
- Xantomas eruptivos nas nádegas e superfícies extensoras 
das coxas 
- Lipemia retinalis, 
- Hepatoesplenomegalia 
- Perda transitória de memória. 
A lipemia retinalis refere-se à aparência róseo-
esbranquiçada dos vasos retinianos ao fundo de olho e 
ocorre em consequência da hiperquilomicronemia sérica, 
quando os níveis de triglicerídios excedem 3.000 mg/dL. 
A hepatoesplenomegalia é rapidamente reversível e resulta 
do acúmulo de triglicerídios nas células do sistema 
reticuloendotelial. 
Quando inadequadamente tratada, a quilomicronemia 
pode resultar em pancreatite aguda e recorrente. O risco 
de pancreatite é maior na presença de hipertrigliceridemia 
grave (> 2.000 mg/dL), podendo ser prevenida com a 
manutenção desses níveis abaixo de 1.000 mg/dL. 
•• Hiperlipidemia mista •• 
• Disbetalipoproteinemia Familiar (Hiperlipemia do Tipo 
3) 
Também denominada hiperlipoproteinemia tipo 3, é 
causada em parte por uma mutação no gene da ApoE, 
resultando em dificuldade de captação hepática das 
lipoproteínas que contêm ApoE e redução da conversão de 
VLDL e IDL em LDL. 
Na ausência de fatores hormonais, ambientais e genéticos, 
os remanescentes não se acumulam em quantidade 
suficiente para causar hiperlipidemia plasmática em jejum. 
Indivíduos com disbetalipoproteinemia apresentam altos 
níveis de colesterol total e de triglicerídios (300 a 400 
mg/dL), risco aumentado de DAC prematura e doença 
vascular periférica. 
Em geral, a dislipidemia típica não se manifesta antes da 
idade adulta em homens e da menopausa em mulheres. 
Xantomas palmares, depósitos alaranjados de lipídios em 
região palmar são patognomônicos, mas não estão sempre 
presentes. 
Xantomas tuberoeruptivos são ocasionalmente 
encontrados em áreas de pressão como joelhos e 
cotovelos. 
A presença de disbetalipoproteinemia deve ser suspeitada 
em indivíduos com colesterol total e triglicerídios elevados 
(300 a 1.000 mg/dL), porém com HDL-c normal e LDL-c 
diminuído. LDL-c encontra-se reduzido porque os 
receptores não estão ocupados com ApoE (que não 
 Kícila Sabrina T3 - 2022 
consegue se ligar aos receptores), e observa-se aumento da 
relação VLDL/triglicerídios padrão (1/2) banda beta larga. 
XANTOMAS E DISLIPIDEMIAS 
 
 
 
 
àClassificações das dislipidemias secundárias 
 
 
Vamos falar um pouco mais sobre essas causas 
secundárias: 
àDiabetes Mellitus 
A resistência à insulina está relacionada com au- mento na 
concentração de triglicérides, redução de HDL-C e maior 
formação de LDL pequenas27. A hiper- trigliceridemia, 
principal característica da dislipidemia da síndrome 
metabólica e do diabetes mellitus, é causada 
primariamentepelo aumento da produção de triglicéri- des 
e apo B-100 pelo fígado, levando à maior formação VLDL28. 
A secreção de apo B-100 é regulada pela dispo- nibilidade 
de lípides nos hepatócitos. Se o conteúdo de lípides for 
escasso, a apo B-100 será degradada com me- nor 
quantidade de VLDL formada. 
A resistência à insulina está associada com o aumento da 
produção de lípides pelas três vias principais: fluxo de 
ácidos graxos para o fígado proveniente do tecido adiposo, 
captação hepática de VLDL, IDL e remanescentes de 
quilomícrons, e síntese hepática de ácidos graxos. 
Conseqüentemente, há elevação da formação das 
partículas ricas em triglicérides, maior aporte destas ao 
fígado e estímulo à produção de lipase lipoprotéica 
hepática. Dessa forma, o aumento da enzima lipase 
lipoprotéica hepática contribui ainda mais para a formação 
de LDL e HDL pequenas. Além disso, a elevação da 
concentração de ácidos graxos livres no plasma restringe a 
ação da lipoproteína lipase periférica, pelo fato de sua 
maior concentração na interface partícula-enzima bloquear 
a interação da lipoproteína lipase periférica com 
quilomícrons e VLDL. 
Outra característica da dislipidemia diabética é a maior 
concentração de LDL pequenas e mais densas. Essas 
 Kícila Sabrina T3 - 2022 
partículas estão associadas à aterogenicidade. A formação 
de LDL pequenas e densas é dependente da proteína de 
transferência 
de colesterol éster, que pro- move a troca de colesterol 
éster da LDL por triglicérides de VLDL e quilomícrons. O 
maior conteúdo de triglicérides nas LDL favorece a 
atividade das enzimas lipoproteína lipase periférica e lipase 
hepática, gerando as LDL menores e mais densas. 
As concentrações de HDL-colesterol e apo AI estão 
caracteristicamente reduzidas nos indivíduos portado- res 
de resistência à insulina. Essa alteração é decorrente da 
ação da proteína de transferência de colesterol éster, 
mediando a troca de colesterol éster da HDL por trigli- 
cérides das lipoproteínas VLDL e quilomícrons. O 
catabolismo da apo AI está aumentado no DM tipo 2. Um 
estudo demonstra que a apo AI dissocia-se da HDL 
enriquecida de triglicérides e é catabolizada pelos rins 
àSíndrome nefrótica 
A alteração mais freqüente na síndrome nefrótica é a 
elevação na concentração plasmática de LDL-C, às ve- zes 
acompanhada por aumento na concentração de VLDL. As 
causas mais prováveis são aumento da pro- dução hepática 
de VLDL e maior conversão em LDL. 
à Hipotireoidismo 
O hipotireoidismo é uma causa comum de hiperlipidemia. A 
manifestação clássica é a elevação na concentração de LDL-
C, mas também pode haver hipertrigliceridemia. 
A elevação de LDL-C está associada à diminuição da 
remoção de LDL por causa da menor síntese de receptor de 
LDL31. O hipotireoidismo também pode reduzir a atividade 
da lipoproteína lipase periférica, predispondo ao aumento 
da concentração plasmática de triglicérides 
àConsumo de álcool 
A ingestão regular de bebidas alcoólicas pode alterar 
significativamente o metabolismo dos triglicérides. O álcool 
é metabolizado basicamente por meio de três vias: 
catalase, oxidação microssomal e álcool desidrogenase, 
sendo esta última a via preponderante. A álcool 
desidrogenase converte o álcool em acetaldeído, que sob 
ação da acetaldeído desidrogenase é convertido em CO2, 
H2O e acetil CoA. 
O acetil CoA é o precursor da síntese de ácidos graxos. Por 
sua vez, o álcool provoca aumento na concentração de 
NADH, que inibe a oxidação de ácidos graxos no fígado, 
elevando a produção de triglicérides e VLDL. A 
hipertrigliceridemia é a alteração mais freqüente, mas 
geralmente associada ao aumento de HDL-C, decorrente da 
menor atividade da lipase hepática 
àTerapia estrogênica 
Os estrógenos estimulam a produção de triglicérides, de 
maneira dose-dependente. O uso de contraceptivos e a 
terapia de reposição hormonal podem provocar a 
hipertrigliceridemia. 
Os estrógenos atuam elevando a produção de VLDL, porém 
aumentam a remoção de LDL da circulação por maior 
síntese de receptores de LDL, podendo diminuir as 
concentrações plasmáticas de LDL-C. 
 
5º Identificar pacientes com alto risco 
cardiovascular 
Identificar pacientes com alto risco cardiovascular 
Conforme os níveis de colesterol total aumentam, o risco 
de doença coronariana começa a subir. 
Quando o colesterol total está > 200 mg/dl, o risco de 
ataque cardíaco dobra com cada aumento de 50 mg/dl no 
colesterol total. 
Níveis de colesterol total de 200 a 239 mg/dl e de LDL entre 
130 e 159 mg/dl são considerados limítrofes (máximo); o 
colesterol total acima de 239 mg/dl e o LDL acima de 159 
mg/dl são classificados como altos. 
A proporção entre os níveis de colesterol total e de 
colesterol HDL prediz o risco de desenvolvimento de 
doença da artéria coronária. Por exemplo, uma pessoa com 
níveis de colesterol total de 180 mg/dl e de HDL de 60 
mg/dl tem uma taxa de risco proporcional igual a 3. 
Taxas acima de 4 são consideradas indesejáveis; quanto 
maior a taxa, maior o risco de desenvolvimento de doença 
da artéria coronária. 
Na prática, frente a um paciente com dislipidemia, é 
importante identificar aqueles que já tiveram algum evento 
cardiovascular ou doença aterosclerótica clinicamente 
manifesta. Estes já se enquadram em uma categoria de 
muito alto risco, sendo necessária uma abordagem mais 
agressiva na tentativa de prevenir um novo evento 
(prevenção secundária) 
• Recentemente, AHA/ACC sugeriu a classificação de risco 
de um evento cardiovascular em 10 anos através do cálculo 
com uma ferramenta como: 
- < 5% (baixo risco) 
- Entre 5 e < 7,5% (limítrofe ou borderline), - Entre 7,5% e 
< 20% (intermediário) 
- ≥ 20% (alto risco) 
No caso de crianças e adolescentes (até 19 anos de idade), 
não há necessidade de estratificar o risco cardiovascular, 
exceto nas situações especiais mencionadas anteriormente 
 Kícila Sabrina T3 - 2022 
neste capítulo. Para os adultos jovens entre 20 e 39 anos de 
idade, é feita a estimativa de risco ao longo da vida 
(Lifetime ASCVD Risk) 
Os estudos sobre os benefícios da prevenção primária em 
pacientes com mais de 75 anos de idade ainda são 
conflitantes; sendo assim, não se faz necessária a 
estratificação de risco. 
 
*Evento cardiovascular: infarto do miocárdio, AVC; fatal e 
não fatal. 
**Doença arterial clinicamente manifesta: SCA (IAM; 
angina estável ou angina instável; revascularização de 
coronária) 
Legenda: 
SCA: síndrome coronariana aguda DRC: doença renal crônica 
DAP: doença arterial periférica 
Algoritmo para estratificação de risco na prevenção 
primária de eventos cardiovasculares: 
 
àDiagnóstico de dislipidemia 
EXAME: Perfil Lipídico (dosagem dos lipídios plasmáticos) 
Quem faz? Todo indivíduo com DAC ou outras 
manifestações de doença aterosclerótica (cerebrovascular, 
carotídea e da aorta abdominal e/ou dos seus ramos 
terminais) deve ter perfil lipídico determinado 
obrigatoriamente, independentemente de idade ou sexo. 
O perfil lipídico é definido pelas determinações bioquímicas 
do colesterol total (CT), do HDL-c, do LDL-c e dos TG. 
Para a coleta de sangue, recomenda-se que o paciente 
mantenha sua dieta habitual e estado metabólico saudável, 
não sendo mais necessário o jejum. A justificativa para tal 
mudança é simples: os TG levam de 8 a 12 horas para voltar 
aos níveis de jejum, e o homem passa a maior parte do dia 
em estado pós-prandial. Além disso, estudos têm mostrado 
que elevações dos TG pós-prandiais se associam com maior 
risco de eventos cardiovasculares. 
Atualmente, as novas diretrizes recomendam o jejum 
apenas em algumas situações específicas: 
• Quando os níveis de TG sem jejum são maiores que 440 
mg/dl (neste caso, um novo exame deve ser realizado) 
• No acompanhamento de hipertrigliceridemias 
• Indivíduos em uso de medicações que aumentem TG ou 
• Após um episódio de pancreatite por hipertrigliceridemia. 
O diagnóstico de dislipidemia baseia-se na dosagem doslipídios séricos: colesterol total, HDL-C e Triglicerídeos. 
A dosagem direta do LDL-C não é necessária, podendo o 
cálculo ser feito por meio da fórmula de Friedewald 
quando o valor dos triglicerídeos for inferior a 400 mg/dL. 
 
 
Para os casos em que o nível dos triglicerídeos for superior 
a 400 mg/dL, utiliza-se como critério o coles- terol não HDL 
[não HDL-C = CT – HDL-C], cujo alvo é 30 mg/dL acima do 
alvo de LDL-C (isto é, para pacientes cujo LDL-C alvo for 100 
mg/dL, o alvo de não HDL-C será 130 mg/dL) 
Valores de referência para cada um desses lipídeos 
plasmáticos: 
CT < 190mg/dl 
HDL > 40mg/dl 
LDL < 130mg/dl 
TG sem jejum < 175mg/dl TG com jejum < 150mg/dl 
 Kícila Sabrina T3 - 2022 
 
 
 
6º Estudar o tratamento da Dislipidemia 
Tratamento 
Primeiro passo: estratificação do risco de eventos 
isquêmicos coronarianos. 
- Alto risco: doença arterial confirmada; ou outras formas 
clínicas da doença aterosclerótica (doença arterial 
periférica, aneurisma de aorta abdominal, aterosclerose 
das carótidas), diabetes; risco > 20% em 10 anos. 
Objetivo do tratamento: LDL- colesterol <100mg/dl, não 
HDL <130mg/dl 
Objetivo em pacientes de risco muito alto: angina instável, 
pós-IAM e após revascularização do miocárdio: 
LDL<70mg/dl, não HDL <100mg/dl 
- Risco intermediário: pacientes com dois fatores de risco, 
risco em 10 anos entre 10 e 20% 
Objetivo do tratamento: LDL- colesterol <130mg/dl, não 
HDL <160mg/dl 
- Baixo risco: 0 a 1 fatoe de risco: risco < 10 % em 10 anos 
Objetivo do tratamento: LDL- colesterol <160mg/dl, não 
HDL <190mg/dl 
Segundo passo: avaliar a presença de fatores agravantes de 
risco (quando presentes um ou mais agravantes, 
reclassificar o paciente para o nível de risco imediatamente 
superior): 
- História familiar de doença coronária prematura (parente 
masculino de 1o. Grau < 55 anos ou feminino < 65 anos) - 
síndrome metabólica 
-Micro ou macroalbuminuria (> 30 ) 
- Hipertrofia ventricular esquerda 
- Insuficiência renal crônica (creatinina > 1,5mg/dl ou 
clerance de creatinina < 60 ml/min) - Proteina C reativa de 
alta sensibilidade > 3 mg/l 
- Exame complementar com evidência de doença 
aterosclerótica subclínica 
• Escore de cálcio coronário > 100 ou > percentil 75 
para idade e sexo 
• Espessamento da artéria carótida (IMT) máximo >1 
mm 
• Índice tornozelo-braquial (ITB) <0,9 
Esquema de tratamento 
Todos os pacientes devem fazer alterações no estilo de vida 
(dieta, exercício, parar de fumar, perda de peso em caso de 
obesidade) 
Pacientes de baixo risco e com LDL-colesterol < 190 mg/dl, 
iniciar tratamento com modificação no estilo de vida e 
reavaliar após 6 meses. Caso persistam níveis elevados, 
iniciar medicamentos. 
Pacientes de baixo risco e com LDL-colesterol >190 mg/dl, 
iniciar tratamento medicamentoso 
Pacientes de risco intermediário, com LDL até 160 mg/dl, 
iniciar tratamento com modificação no estilo de vida e 
reavaliar após 3 meses. Se o paciente não atingir a meta 
(<130 mg/dl) iniciar tratamento medicamentoso. 
 Kícila Sabrina T3 - 2022 
Pacientes de risco intermediário, com LDL > 160 mg/dl, 
iniciar tratamento medicamentoso. 
Pacientes de alto risco intermediário, com LDL >100 160 
mg/dl, iniciar tratamento com modificação no estilo de vida 
e tratamento medicamentoso desde o inicio. Areavaliação 
deve ser feita em 3 meses. Nos pacientes com 
arteriosclerose significativa e nos diabéticos, a meta de LDL 
<70 mg/dl é recomendada. 
Tratamento medicamentoso 
Adultos: estatinas (primeira escolha) 
Sinvastatina: VO, 10 a 80 mg/dia Pravastatina: VO, 20 a 40 
mg/dia Fluvastatina: VO, 10 a 80 mg/dia Atorvastatina: VO, 
10 a 80 mg/dia Rosuvastatina: VO, 10 a 80 mg/dia 
Crianças e gestantes resinas (podem ser associadas às 
estatinas) 
Outras alternativas: 
Colestiramina: VO, 16 a 24g/dia Ezetimiba: VO, 5 a 
10mg/dia 
Ácido nicotínico: VO, 2 a 6 g/dia, conforme a tolerância 
para pacientes com HDL-colesterol baixo 
Monitoramento 
Enquanto o paciente estiver usando medicamentos, 
determinar os níveis de colesterol (HDL e LDL) e de 
triglicérides 2 x ao ano. Dosar CPK, TGO e TGP 30 dias após 
o inicio do tratamento com estatinas e todos os anos 
O aumento das aminotransferases (TGO e TGP) deve ser > 3 
x os valores normais, enquanto CPK >10 vezes 
Suspender estatinas caso haja dor muscular. 
Evolução e prognóstico 
A redução de 1% de colesterol resulta em diminuição de 2% 
no risco de coronopatia. Tratamento deve ser feito pelo 
resto da vida do paciente.

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