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1 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria Sumário Doenças Respiratórias Agudas do RN ............................................................................................................................. 2 Disturbios Respiratórios na infância .................................................................................................................................. 6 Pneumonias comunitárias ................................................................................................................................................. 9 Raciocínio clínico em doenças diarreicas na infância – Desidratação aguda na infancia ......................................... 11 Meningites na infância .................................................................................................................................................... 16 Síndromes Nefríticas e nefrótica na infância .................................................................................................................. 20 2 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria Doenças Respiratórias Agudas do RN Diferenças Anatômicas entre crianças e adultos Peso: 21x maior no adulto Superfície corporal: 9x maior no adulto Tamanho/crescimento: 3,3 a 3,5 x maior no adulto Via respiratória/ pulmão: 3,3 a 3,5 x maior no adulto Diâmetro de VA condutoras (traqueia, brônquios, bronquíolos): é 9 x menor na criança e RN Período Embrionário (3º a 7ª semana de gestação): ocorre uma eventração saculiforme (a partir do intestino anterior ventral) = divertículo respiratório Estagio Pseudoglandular (5ª a 17ª semana) o divertículo continua o crescimento e bifurcando forma: traqueia, brônquio fonte, brônquios lobares, brônquios segmentares, .... Pulmões Fase canalicular (17ª a 26ª semana): vascularização do tecido mesenquimal e cito diferenciação, de cél do epitélio que vão formar os bronquíolos, e depois dos bronquíolos terminais começa a formar os ácinos. Nessa fase começa a formar os pneumócitos tipo II. Fase sacular (24ª a 38ª semana): (38ª semana RN de termo= adequado para nascer) 38ª semana há a formação de alvéolos cada vez mais próximos, separados por septo intra-alveolares. = Formação de estruturas saculares com membrana Inter saculares espressas o que não permite a troca adequada. Estagio Alveolar (36ª semana até 8 anos): até os 6 meses 90% dos alvéolos já se formaram e aos 8 anos o pulmão está plenamente desenvolvido como o pulmão do adulto RN: 50 milhões de alvéolos Adulto: 80 milhões de alvéolos Prematuridade até 36ª semanas, tem menos alvéolos funcionalmente adequados Respiração predominantemente nasal < 6 meses Laringe mais alta anterior A maioria doa RN não respiram pela boca, ou seja em caso de obstrução nasal o RN não respira pela boca Características entre adultos e crianças que dificultam a respiração - A língua ocupa muito espaço na boca da criança - A epiglote: assim como a laringe e a traqueia são mais flácidas, mais deprimiveis - Cartilagem cricoide: parte mais estreita da VA da criança Caixa torácica - RN: ângulo menos agudo = entra menos ar Distúrbios Respiratórios agudos do RN - Síndrome da angustia respiratória = Doença da Membrana Hialina (DMH) - Síndrome a Aspiração de Mecônio - Taquipnéia transitória do RN 3 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria Síndrome de Angustia Respiratória: SAR = DMH (patologia da prematuridade) - IMP! causa de morbimortalidade - 1% de todos os RN - 10 – 15% em RN menores de 2.500g - Inversamente proporcional à IG 76% < 28 semana 54% 28 – 30 semana 33% 30 - 32 semana 21% 32 – 34 semana 10 % 34 – 36 semana 4% 36 – 37 semana SAR – etiopatogenia - Deficiência de SURFACTANTE - Surfactante: Pneumócitos tipo II (no estágio canalicular) Ação antiatelectásica (redução de tensão superficial) Composição de fosfolipídios (90% fosfatideilcolina, fosfatidilglicerol) lipídios neutros e proteínas (10%) - Lecitina: principal componente do surfactante Agente antitelectasico = ↓ da tensão superficial do alvéolo. O que não permite o colabamento alveolar é o surfactante. Na deficiência funcional, quantitativa e qualitativa o alvéolo colaba/ atectasia Fatores de risco - Prematuridade - Diabete mellitus materno: a hiperglicemia/hiperisulinemia inibe a produção de surfactante - Nascimentos múltiplos - Asfixia (intra útero) - Raça Branca - Sexo masculino - Ausência de trabalho de parto: o “estress” fisiológico do parto ↑ a quantidade de catecolaminas, cortisol o que auxilia a produção de surfactante SAR – Patologia - 1903: 1ª descrição –“formação de mielina nos pulmões” - 1954: Avery e Mead demonstraram a relação entre DMH e deficiência de surfactante Macroscopia: Pulmões hepatizados = ao comprimir o pulmão não tem a consistência esponjosa, e sim consistência endurecida Microscopia: edema intersticial e alveolar, atelectasia e membranas hialinas (constituintes do plasma e restos celulares) SAR – Diagnóstico pós-natal Clínica: - Disfunção respiratória precoce: geralmente aparece na 1ª hora - Taquipnéia – apneia - Retrações intercostais, subcostais, subcostal, esternal Na Inspi a pressão intratorácica é negativa, e se mesmo assim o ar não entra/entra pouco, e assim ocorre retração do tórax. Quanto mais intensa a dificuldade respiratória, maior a retração - Batimento de aletas nasais (na tentativa de abrir as VA na intensão de entrar mais ar) - Gemência ESPI (a criança geme – na espi, o organismo fecha parcialmente a glote e faz o esforço (pois fecha parcialmente a glote) e a quantidade de ar fica represado, na tentativa de ↓a atelectasia). A criança geme na tentativa de abrir o alvéolo, e assim ↓ o colabamento. - Cianose (devido à falta de ar) - Estertores finos/crepitante? (Som formado no alvéolo = a maioria dos alvéolos estão colabado – parcialmente colabados, totalmente colabados – na hora da inspi o ar entra e nesses alveolos parcialmente colabados, o ar entra dentro deles, essa parte que é parcialmente descolabada causa barulho) - “Desmame O2 após 1º semana” SAR: distúrbio de desenvolvimento, pq a criança nasceu antes de estar tudo formado Surfactante pode ser injetado Criança até os 4 anos: padrão predominantemente abdominal Aspectos radiológicos - Padrão reticulogranular difuso, aspecto de “vidro moído” ou pulmão branco Se a maioria dos alveolos está sem ar = imagem clara = Aspecto difuso, “vidro moído” Ar: imagem escura na radiografia Broncogramas aéreos = ar dentro do bronco em um pulmão que está hepatizado - Diminuição de volume pulmonar 4 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria Boletim de Silverman – Andersen BSA - Avalia qualquer distúrbio respiratório >8 = grave falência respiratória Síndrome de Aspiração Meconial - SAM - 10-15% partos: líquido amniótico meconial (liq aminiotico tinto de mecônio) - 20-56% desse: aspiração de mecônio para traqueia - 10-30% dos que aspiram mecônio vão desenvolver SAM RN de termo ou pós-termo Mecônio - Composição: secreções gástricas, sais biliares, muco, vérnix, lanugo, sangue, restos celulares. - Mecônio tubo digestivo: 14 – 16 semanas (não é liberado pois não há pesistalse) - Liberação de MOTILINA: após 34 semanas (ativa o peristalse) - Eliminação de mecônio intra-útero é consequência de ASFIXIA, isquemia - Aspiração de mecônio pode ocorrer intra-útero e extra-útero SAM- diagnóstico História - RN termo ou pós-termo - Restrição de crescimento intrauterino - Asfixia perinatal Clínica - Impregnação e aspiração de mecônio - Tórax hiperinsuflado (devido a obstrução parcial) - Tiragem - Cianose - Expiração prolongada (dificuldade para soltar o ar) - Estertores bolhosos= ruídos nostubos na inspi e na espi (taquipneia e dispneia) - Disfunção respiratória logo após nascimento: 1ªs 12 horas Pico 2 – 3 dias, resolução +/- 7 dias - 30% Derrame pleural e 25% Pneumotórax/mediastino Prematuro: ↓ de 36 semanas 36s/6 dias prematuro 37 semanas RN termo 34s a 36/6 prematuro tardio (faixa etária de SAM) Até 38 semanas não tem mecônio no liq amniotico Com causas patológicas pode a partir da 36 sem apresentar mecônio 42 sem: 35% dos RN tem mecônio no liq amniotico HIPOXEMIA, HIPERCAPNIA E ACIDOSE ↓ Espasmo muscular arterial pulmonar ↓ ↑da resistência vascular (hipertensão pulmonar persistente) ↑pressão ↓ Shunt D-E (forame oval e canal arterial) ↓ Hipoxemia Aspiração de mecônio para VA inferior ↑ da resistência Predisposição à Bloqueio mecônio Alveolite química infecção 2ªria ou pneumonite Total Parcial Atelectasia Hiperinsuflação ↑ da resistência ↓ de complacência ↑ do trabalho respiratório FISIOPATOLOGIA Asfixia Fetal Eliminação ↑ dos movimentos de mecônio respiratórios Mecônio na traqueia ao nascimento Na hiperinsuflação o ar que fica represado + o esforço respi + a fragilidade do T Pulmonar faz com que o ar penetre no tórax ou no mediastino 5 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria Taquipnéia transitória do RN (angustia respiratória do tipo II) Histórico: 1966: Avery “Sindrome da angustia respiratória do tipo II” Incidência: - 1 – 5% - RN termo e pré-termo tardio Fatores de risco - Cesária eletiva sem trabalho de parto (Não marcar cesárea antes de 38 semanas. O Ideal é esperar entrar em trabalho de parto) - Asfixia perinatal - Sexo masculino - Macrossomia: crianças com + de 4 Kg - Asma Materna - Sedação materna - Adm de líquidos à mãe Fisiopatologia: Atraso na reabsorção do liquido pulmonar leva à ↓ de complacência pulmonar e ↑ do trabalho respiratório Durante a gestação o epitélio dos tubos tem um mecanismo secretor do interstício para a luz dos brônquios, à medida que inicia o trabalho de parto “stress fisiológico do parto” = ↑ catecolaminas, cortisol, e faz com que esses líquidos passam de secretor para absortivo. Quando a criança nasce de parto normal 35% do liq intrapulmonar permanece presente, o restante é reabsorvido. Se o liquido não é reabsorvido, a criança fica com taquipneia Diagnóstico - Taquipnéia transitória (se resolve em 24 – 72 horas) - Gemência - Tiragem RX: desenho vascular aumentado, hilo congesto de onde saem estrias lineares, liquido na cissura. Às vezes, derrame pleural (48 horas é absorvido) - Cardiomegalia Pre-termo tardio, principalmente que não entrou em trabalho de parto Liq na pleura: cisurite Vérnix é uma substância esbranquiçada e gordurosa, com textura parecida a do queijo ou da cera, que recobre a pele dos recém-nascidos. Composto por água, lipídios e proteínas, ele começa a ser produzido durante o 3º trimestre de gestação pelas glândulas sebáceas do feto Lanugo são os pelos curtos, finos, macios e sem pigmentação que cobrem o corpo do feto durante a gravidez. Estes pelos geralmente desaparecem no 7º ou 8º mês de gestação, mas podem-se apresentar no recém-nascido, desaparecendo no prazo de dias ou semanas Bibliografia: Tratado de pediatria Sociedade Brasileira de Pediatria Dioclécio, Dennis e Fábio Anona Lopez, 3º Edição 2014 Doença benigna, que acomete RN termo e alguns pré- termo, que se manifesta como taquipnéia logo após o nascimento; relacionada ao retardo de reabsorção de liquido alveolar 6 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria Disturbios Respiratórios na infância IVAS – Infecções de Vias Aéreas Superiores Trato respiratório superior: da cavidade nasal até a laringe Conceito: São as infecções que atingem as estruturas das vias aéreas acima da laringe inclusive - Rinofaringite (resfriado comum) - Faringite (faringotonsilite) – infecção de garganta Complicações OMA (Otite média aguda) Infecção de ouvido Sinusite infecção dos seios paranasais Obstruções infecciosa das VA superiores: - Epiglotite - Laringe: parte + estreita da VA - Laringite Epidemiologia - As IVAS São bem mais frequentes que as infecções de VA inferiores (IVAI) - Crianças até 5 anos Zona rural: 1 – 4 - episódios/ano Zona urbana: 6 -8 - episódios/ano Creche – escola: 10 – 14 - episódios/ano - Alta morbidade e baixa mortalidade Fisiopatologia - TEPCCC (cílios e muco) Abaixo da Laringe/Glote a VA é estéril - Infiltrado inflamatório - Congestão vascular e edema da mucosa - Aumento da secreção de muco - Alterações da estrutura/ defesa e função ciliar Etiologia VIRUS: Rinovirus Coronavirus Parainfluenza 1, 2, 3 (maior causador de laringites) Adenovírus, Enterovírus (herpes vírus, Coxsackie) Influenza A e B (síndrome gripal) Vírus Sincicial Respiratório (resfriado, bronqueolite) BACTÉRIAS: Estreptococo β-hemolítico do grupo A Pneumococo (Estreptococo α-hemolitico –ex.pneumococo e E. viridans) Haemophilus influenzae Moraxella catarhalis Bactéria atípica: Mycoplasma pneumonie RINOFARINGITE AGUDA- Resfriado comum Etiologia - Resfriado comum: causado por vírus - Rinovirus: ⅓ – ½ dos casos - Coronavírus: 10% dos casos Complicações: - Otite média aguda - Mastoidite - Sinusite aguda Bactérias que prevalecem nas complicações: Streptococcus pneumoniae/ Pneumococo (15 – 35%) H. influenzae não tipável (15 – 25%) (não existe vacina) M. catarrhalis (15 – 20%) Quadro clínico: Febre, coriza/ rinorréia, espirro, obstrução nasal, dor de garganta, tosse, cefaleia, vômito, diarreia (as crianças são mais susceptíveis aos sintomas) - Orofaringe: bases congestas e hiperemiada Diagnóstico Diferencial - Viroses exantemáticas em suas fases pré-eruptivas - Coqueluche na fase catarral/ Tosse comprida - Rinite alérgica Síndrome Gripal influenza A- B (vacina da influenza) Quadro clínico: - Febre súbita, tosse, dor de garganta + no mínimo 1 sintoma: Cefaleia/ mialgia/ altalgia - A ausência de outro diagnóstico especifico COVID-19 (SARS-CoV 2/ Síndrome de angustia respiratória severa – Coronavírus tipo 2) Quadro clínico: Coriza – obstrução nasal Dor de garganta Tosse Inapetência Dor abdominal Vomito – diarreia Febre Exantema (herpes vírus, Coxsackie virus, também apresentam exantema) Sibilância (Vírus Sincicial Respiratório) 7 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria FARINGOTONSILITE (infecção de garganta) Tonsilas inflamadas: Acomete: naso (tonsila faríngea/adenoide) e orofaringe (amigdala/ tonsila palatina) Etiologia - Vírus: principal agente etiológico - Estreptococos β-hemolítico do grupo A/ piogêneses: 10-15% - Mononucleose infecciosa (vírus Epstein-Barr) (faringotonsilite com: hiperemia, exsudato tipo purulento) - Bacilo Diftérico: raramente devido a vacina TB Diagnóstico Diferencial Estreptococos β-hemolítico do grupo A Viral Idade Geralmente > 3 anos (5 a 15 anos, pico aos 7 anos) TTO: antibiótico Qualquer idade, Principalmente < 3 anos TTO: sintomático (febre, dor, hidratação) Início da sintomatologia Abrupto Insidioso Anamnese Ausência de tosse e rinorréia. Febre alta, mal estar e calafrios (bacteremia) Presença de tosse, rinorréia, rouquidão, conjuntivite, diarreia e febre variada. Bom estado geral Exame de orofaringe Hiperemia com placas (exsudato purulento) petéquias (sufusões hemorrágicas no palato posterior) Hiperemia, úlceras, vesículas, exsudato claro, sem placas. Adenomegalia cervical (linfonodos) Região cervical anterior,na região subangulomandibular Linfonodos volumosa e dolorida Região cervical posterior e indolor. Pode estar ausente OTITE Fig1: Localização dos espaços da orelha média. A otite média com efusão ocorre com a secreção (fluído) aumenta dentro da orelha ½, que normalmente é preenchida por ar, e fica atrás do tímpano. Tuba auditiva canal estreito, pérvio que se comunica com a cavidade nasal. Em condições normais, na cavidade nasal e tuba auditiva tem ar e pressão ATM. OTITE MÉDIA AGUDA Patogenia Ao inflamar a cavidade nasal (rinofaringite/resfriado), = inflamar a mucosa, o canal é obstruído: Obstrução da Tuba de Eustáquio ↓ Função de ventilação e drenagem comprometida (a microvasculatura absorve parte do ar) ↓ Pressão negativa no ouvido médio ↓ Aspiração e/ou insuflação das secreções nasofaríngeas para o ouvido médio ↓ Contaminação do ouvido médio por bactérias colonizadas na nasofaringe Etiologia - Pneumococo (35%) - Haemophilus influenzae não tipável (25%) - Moraxella catarrhalis (15 – 20%) Diagnóstico Evidencias de acumulo do líquido no ouvido médio Opacificação, perda de brilho ou abaulamento da membrana timpânica, perda da definição das estruturas do ouvido médio Sintomas locais ou sistêmicos Febre, otalgia (dor, irritabilidade, dificuldade para sugar, criança pequena leva mão à orelha), perda auditiva (menos ar + secreção) As infecções de gargantas são autolimitada: a grande maioria (viral ou bacteriana) curam sozinhas. - Mas, os Estreptococos β-hemolítico do grupo A, também se autolimitam, mas podem produzir complicações supurativas que levam a gravidade Doença reumática/ febre reumática, glomerulonefrite difusa aguda. - Por isso é IMP! diferenciar as característica clínicas do Estreptococos β- hemolítico do grupo A 8 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria RINOSSINUSITE AGUDA Considerações gerais - Nas rinofaringites virais, os seios paranasais são acometidos pelo processo inflamatório, em geral se auto-limitam - 6 – 8 vezes por ano – RSA virais = RINOFARINGITE AGUDA- Resfriado comum, que após 3 – 4 dias - Obstrui os canais que comunicam os seios paranasais com a cavidade nasal (Começa com o resfriado, rinite, podendo piorar com a presença de bactérias) - Patogenia: Semelhante à OMA - Etiologia: Pnemococo, M. catarrhales, H. influenzae não tipável, Streptoccocus pyogenes, Staphyloccocus - A criança nasce com o seio etmoidal e maxilar. O seio etmoidal são micro cavidades que desenvolvem até ao 10 anos de idade, o seio maxilar nasce rudimentar e tem um período de desenvolvimento até os 3 anos, depois entra em um período de latência, e aos 7 – 12 anos atinge maturidade. - Seio esfenoidal começa a cavitação aos 9 meses de idade e atinge a maturidade aos 12 – 14 anos. - Seio frontal: começa entre 7 e 9 anos e completa a maturidade aos 18 – 19 anos. SINUSITE BACTERIANA Diagnóstico Quadro clínico (bacteriana) - Coriza purulenta, tosse e secreção pós-nasal (gotejamento/secreção posterior: secreção escorrendo na parede da laringe) (principalmente noturna e matinal) - cefaleia, dor localizada no local do seio comprometido (espontânea ou compressão) - Quadro arrastado em crianças abaixo de 1 ano a etmoidite aguda pode evoluir para celulite periorbitária Quadro arrastado: rinossinusite viral prolongar mais que o habitual ( = sinusite resistente) + de 10 – 14 dias, principalmente com secreção unilateral. RINOSSINUSITES Fig.: Comparação do curso clínico das IVAS não complicada, RBA Grave e RBA Persistente Diagnóstico: Clínico!!! - Raio-X seios de face: (mentonaso e frontonaso)? Não pedir abaixo de 6 anos Indicações para exame de imagem: sinais de complicação da sinusite, cirurgias Tomografia computadorizada de face: padrão ouro LARINGITE e EPIGLOTITE/supraglotite Laringe: - Epiglote - Tireoide - Aritenoide - Cricoide (parte + estreita da VA superior da criança) Na Laringite e epiglote não está comprometida IVAS não complicada Sinusite aguda bacteriana Sinusite aguda persistente/ arrastado Supraglotite Laringite espasmódica Laringite Viral Etiologia Bacteriana (bactérias da cavidade nasal) Staphylococcus aureus, Streptococccus pyogenes, H. influenzae não tipável Hiperreatividade das vias aéreas (Alérgica) - sem resfriado prévio Parainfluenza, influenza, adenovírus, VSR (virus sincicial respiratório), cornonavirus - precede de um resfriado Inicio Abrupto Abrupto Insidioso Quadro clínico Febre alta, toxemia, prostração, disfagia, salivação ↑, estridor, voz abafada. Piora em 6 – 8 horas Afebril, sem toxemia, tosse rouca, estridor Febre moderada ou baixa, sem toxemia, tosse rouca, estridor, bom estado geral Intubação Quase sempre Rara Ocasional 9 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria Pneumonias comunitárias Infecções de Vias aéreas inferiores PNEUMONIA: inflamação do parênquima Pulmonar (ácino) - Pode acometer: lobos, segmento, subsegmentar, interstício, uni ou bilateral, uni ou multifocal. Epidemiologia - IRA (infecções respiratórias agudas): 4 – 6 ano - Infecção do parênquima pulmonar 2- 3 % - 1-10% de óbitos IRA: 80% dos óbitos pneumonia bacteriana - Início do século XXI: 158 milhões caso/ano (154 : países em desenvolvimento) - 3 milhões de mortes (29% das mortes em < 5 anos) 0 OMS, UNICEF 2015 – 920.000 óbitos – 98% países em desenvolvimento - Brasil 2016 – 886 óbitos infantis (data SUS) Morbimortaliadade: - Idade, estado nutricional - Imunização - Estação do ano Etiologia Viral ou bacteriana indentificada 40 -80% Virais: 90% até 1 ano 50% escolares VSR (virus sincicial respiratório) < 3 anos: Pico BVA (bronquiolite viral aguda): 1º ano – PNM > 2-3º Pneumococos: 3m – 5 anos (pneumonia, otite e sinusite) 60% Bacterianas: Mycoplasma pnm e Chlamydophila pnm causam pneumonia em crianças > 5 anos Isolamento: - Hemocultura: 35% - Líquido Pleural: 70% - Sorologia: IgM e IgG - PCR- RT lavado broncoalveolar 10 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria 1 a 3 meses – Chlamydia trachomatis: pneumonia afebril do lactente Patogenia VA Inferior estéril divido a: tosse + reflexos respiratórios, sistema mucociliar, s. imunológico – IgA secretora, macrófagos alveolares. Virus disseminação lesão epitelial – edema – secreção – restos celulas obstrução do tubo = atelectasia – edema intersticial – alteração V/Q hipoxemia Bactéria colonização de traqueia, pulmões via hematogênias (bacteremia) Penumonia pode ocorrer por: via respiratória ou via hematogênica Semiologia SINAIS: febre, taquipnéia, taquicardia INSPEÇÃO: Tiragem intercostal e subcostal, ↓ da expansibilidade PALPAÇÃO: ↑ das vibrações vocais – FTV PERCUSSÃO: Macicez e submacicez AUSCULTA: Murmúrio vesicular diminuído/abolido, sopro tubário- broncofonia-pectorilóquia, estertores creptantes (finos) Sopo tubárico/glotico: condensão/hepatização da região com pneumonia Estertores crepitantes: crepitações descontinuas, exclusivamente na INSP Manifestações clínicas Bacteriana Início abrupto, febre elevada, taquipnéia, tosse secretiva (úmida), estado geral comprometido, Gemência, Toxemiado, Vômitos Viral Febre Baixa, Taquipnéia e dispneia acentuadas, sibilância, estado geral pode ser bom, Toxemia ausente ou discreta Atípica > 5 anos (Mycoplasma) Semelhante a viral (exceto taquidispnéia acentuada) Tosse + intensa (Paroxismo), odinofagia, mialgia, cefaleia Afebril do Lactente (Chlamydia trachomatis) 1 a 3 meses Febre ausente ou baixa, com estado geral, tosse seca persistente, taquipnéia, sibilos ocasionais e conjuntivite Etiologia das PAC por Faixa etária RN até 3 dias Estreptococo do grupo B, Bacilos Gram -, Listeria monocytogenis RN de 3a 38 dias Stafilococcus aureus, Stafilococcus epidermidis, Gram –. 1 a 3 meses Virus, Chlamydia trachomatis, Ureaplasma urealyticum, Streptococcus pneumoniae, Stafilococcus aureus 4 meses a 5 anos Virus, Streptococcus pneumoniae, Stafilococcus aureus, Haemophilus influenzae, Moraxella catarralis, Mycoplasma pneumoniae. Chlamydia pneumoniar Acima de 5 anos Streptococcus pneumoniae, Stafilococcus aureus, Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae TAQUIPNÉIA Idade (meses) FR (irpm) < 2 meses >60 2 – 11 meses >50 12 m – 59 meses (5 anos) >40 5 a 8 anos >30 Complicações Pneumatocele Abcesso pulmonar Derrame pleural Empiema Pericardite Bacteremia - Sepsis - Meningite - Artrite Supurativa - Osteomielite 11 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria Raciocínio clínico em doenças diarreicas na infância – Desidratação aguda na infancia DIARRÉIA AGUDA – DESIDRATAÇÃO Doença diarreica Mortalidade entre < 5 anos de idade 1982 5 milhões/ ano 1991 3,5 milhões/ ano 2001 2,5 milhões/ ano 2011 1,5 milhões/ ano MORTALIDADE por diarreia: 8 em cada 10 óbitos = menores de 2 anos FREQUENCIA ANUAL entre < 3 anos: média de 3 episódios de diarreia aguda/ ano Brasil DIARREIA AGUDA “Definida pela ocorrência de 3 ou mais evacuações amolecidas ou liquidas nas últimas 24 horas.” “Inicio abrupto, etiologia presumivelmente infecciosa, autolimitada, com duração inferior a 14 dias.” DENIFIÇÕES (OMS) 1- Diarreia aguda aquosa 2- Diarreia aguda com sangue (Disenteria) 3- Diarreia persistente/ protraída (de 14 a 28 dias) 4- Diarreia crônica (além de 30 dias) 12 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria DIARRÉIA AGUDA Patogenia: - Desequilíbrio entre os processos de absorção e secreção de água e eletrólitos no intestino, tendo como resultante o predomínio de fluxo de água, eletrólitos e nutrientes do meio interno em direção à luz intestinal. Fisiológico: 75% da absorção do conteúdo: ocorre no ID Adulto: 1,5 – 2L de liquido de conteúdo fecal no IG No final, após a formação o bolo fecal, contém apenas 200 ml de água Cel. da cripta secretam: Cl, Na, água, K, HCO3- As cél passam de função secretória para absortiva Cel das vilosidade absorvem: Nutrientes, água, Na, dissacarídeos (através da lactase) - Bomba Na-K ATPase: permite o influxo de Na e eletrólitos Mecanismo que permitem a absorção de Na+: - Na2+ Acoplado a Glicose (canais de glicose) - Na2+ Acoplado ao Cl - Canais de íons Fisiopatologia da diarreia osmótica Entereopatógenos (vírus) ↓ Lesão do epitélio ↓ ↓ atividade das dissacaridases ↓ ↓ digestão/ absorção dos açúcares ↓ ↑ osmolaridade luminal ↓ ↑ conteúdo liquido fecal ↓ Diarreia osmótica Fisiopatologia da diarreia secretora Enterotoxinas Bactérias Desequilíbrio dos reguladores endógenos ↑ GMPc, AMPc, Ca2+ Citocinas ↑proteiquinases Lesão do enterócitos Fosforilação das proteínas de membranas (enterócitos) ↓Influxo de NaCl ↓ absorção Diarreia secretora Abertura dos canais de Cl ↑ secreção de Cl, Na e H20 Quando alguma razão (infecciosa) perturba esses mecanismo de absorção, - Agentes microbianos alteram e dificultam os canais de íons e os acoplados ao Cl - O mecanismo de absorção do Na acoplado a glicose, não se altera na infecção, por isso: Todo soro para hidratar tem que conter glicose, para poder absorver Na. ↑ fermentação pela flora intestinal: Metabolismo das bactérias produz ácidos: Ác. Acético, Ác. Butírico, Ác. Proprinico´e Ác. Lactico ↓pH fecal: eritema perianal ↑ gases (H, CO2 e metano): distensão abdominal, cólica e fezes explosivas 13 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria Etiologia VIRUS: Rotavirus, Norovirus, Adenovirus, Astrovirus, Coronavirus BACTÉRIAS: GRAM -. E.coli enteropatogênica clássica, E.coli enterotoxigênica, E. coli enterohemorrágica, E. coli enteroivasiva, Salmonella, Shigella, Campylobacter, Yersinia, Vibrio cholerae PARASITOS: Giardia Lamblia, Entamoeba histolytica, Cryptosporidium FUNGOS: Candida Albicans VIRUS: Rotavirus, Norovirus, Adenovirus, Astrovirus, Coronavirus Rotavirus - Principal causa de diarreia grave/ espolinante em menores de 2 anos - Responsável por cerca de 800 mil mortes por ano em menores de 5 anos - 33% dos casos necessitam de internação hospitalar - Estima-se que todas as crianças abaixo de 5 anos já tenham sido infectados - Sorotipos de G1 a G4 são os mais frequentes - Prováveis mecanismos de produção osmótica e secretora (proteína NSP4 – toxina) - Duração média de 3 a 7 dias Norovírus/ Agente Norwalk - Principal causa de gastroenterites associados a contaminação alimentar - Afetam indivíduos de todas as idades - Duração de 1 a 3 dias Mecanismo de ação: o Vírus pode se aderir a mucosa e destruir células, e a migração celular acelera, dificultando o mecanismo de absorção, sendo assim, aumenta o conteúdo intraluminar (sacarídeos, açúcares) = diarreia osmótica. O Rotavirus também estimula a capacidade secretora dos enterócitos. PARASITOS: Giardia Lamblia, Entamoeba histolytica, Cryptosporidium Giardia duodenalis (giárdia lamblia) - Protozoário - Habita porções alta do duodeno - Possui formas trofozoítas e císticas - Cistos: responsáveis pela disseminação (até 3 meses e resistente ao cloro) - Transmissão direta e indireta - Diarreia autolimitada aguda ou cronificada. - Diarreia osmótica Entamoeba histolytica - Transmissão por água e alimentos contaminados por cistos - Mais frequentes em escolares e adoelescentes - Caracterizado por diarreia com sangue, muco, cólicas abdominais e tenesmo - Complicações: colite fulminante e perfuração intestinal Dados a serem pesquisados na anamnese - forma de início (abrupto, insidioso) - Frequência das evacuações (No ID: grandes volumes e menos vezes, já no IG: menos liquido (pq já foi absorvido), mas com maior frequência) - Características das fezes - Fatores acompanhantes (febre, etc) - Duração do processo - Sintomas em pessoas do convívio - Viagens recentes - Ingestão prévia de medicamentos - Alimentos consumidos - Doenças subjacentes (diabetes, insuficiência hepática ou renal) - Portadores de próteses ortopédicas ou presença de valvulopatias - Hábitos sexuais 14 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria BACTERIANA - Bactéria se acopla a cél. da vilosidade e se multiplica dentro da cél, até causar destruição celular = Diarreia osmótica Microvilosidades do enterócito, com uma bactéria se ligando aos filamentos e começa a destruir a célula. Antiespasmódico e antibiótico: NÃO pode ser utilizado em quadros de diarreias infecciosas em crianças (↑ risco de SHU = anemia, plaqueta baixa, ↓ da urina com aumento de ureia e creatinina) O Uso de antibiótico: na infância é a presença de febre e/ou sangue nas fezes - No caso de dor usar analgésico e não antiespasmódico E.coli enteropatogênica (ECEP) - Diarreia secretora - Agente causador de diarreia em menores de 2 anos - Responsável por surtos epidêmicos em berçários - Rara em crianças em aleitamento materno - Relacionada aos quadros graves de diarreias hospitalares - Febre, dor abdominal, vômitos - diarreia intensa aquosa. E.coli enterotoxigênica (ECET) - Alta prevalência em países em desenvolvimento - Representam mais de 25% dos casos de diarreias - Principal causa de diarreia do viajante - Produz 2 toxinas: LT (termolábil) e ST (termoestável) - ↑ a perda hídrica por estimulo de AMPc e GMPc intracelulares - Diarreia intensa: 5 dias (3 semanas?) E.coli enterro-hemorrágica - Crianças entre 5 e 9 anos - Ingestão de carne bovina crua e leite não pasteurizado - Diarreia sanguinolenta (hematoquesia) com ausência de febre ou febre baixa, - com duração de 1 a 24 dias - Sinais de peritonite(dor IMP! difusa) - Citocinas: Shiga-like I e II - Sorotipo O157:H7 síndrome Hemolítica Urêmica (SHU): anemia hemolítica, trombocitopenia e insuficiência renal aguda - Risco maior de SHU com o uso de antibióticos e antiespasmódicos Shigella sp - Bactéria Gram –, invasora - Produz citocina (Shiga-Like) e neurotoxina - Incubação: 1 – 4 dias - Febre, cefaleia, mal estar, anorexia - Evacuações com sague, muco e pus. Cólicas, tenesmo - Exantema no tronco, artrite - Duração: 5 – 7 dias (auto-limitada) - Altamente contagiosa, pessoa a pessoa, crianças de 1 a 4 anos - Podem provocar quadros neurológicos graves (convulsão) e septicemia em desnutridos, imunodeprimidos e lactentes de baixa idade - SHU e purpura trombocitopenica (↓ de plaquetas) - TTO: Antibiótico Salmonella sp - Bacilo Gram – - Surtos de diarreia associados a intoxicação alimentar - Prevalência em menores de 5 anos - Incubação: 6 horas a 10 dias (6- 48 hrs) - Cefaleia, dor abdominal, febre, diarreia com muco e sangue - Complicações: septicemia, meningite, osteomielite, artrite (em crianças com anemia falciforme) - Paciente pode continuar excretando bactérias nas fezes cerca de 5 semanas (até 1 ano!?) após o episódio agudo Yersinia sp - Bacilo gram –, aeróbicos, toxigênicos Termosensiveis e/ou invasor - Encontrados em animais domésticos, água, leite e carnes contaminadas. - Suínos são os principais reservatórios - Incubação: 3 – 7 dias - Diarréia em adultos e crianças e hematoquezia - Artrite, exantema - Adenite mesentérica, Dor em fossa ilíaca direita (confunde com apendicite) - Complicações: ulcerações difusas no intestino, perfuração, inturssescepção e megacólon tóxico (toxemia podendo levar a óbito) Campylobacter sp - Bactéria Gram – : invasora – endotoxina citolítica - Causador de diarreia em países industrializados - Infecção ocorre via alimentos contaminados: carnes, leite crú e água - Transmissão mais comum animal- homem - Incubação: 24-72 horas - Crianças > 2 anos - Sintomas iniciais com mialgia, cefaleia, febre, tosse e coriza, e posteriormente com diarreia de inio abrupto, com muco e sangue nas fezes. - Artrite, septicemia, SHU, megacólon toxico. Clostridium difficiele - Bacilos anaeróbicos, gram +, esporo-resistentes - Transmissão direta pessoa- pessoa - Importante causa de diarreia hospitalar - Disenteria: sangue, muco, dor abdominal intensa. (peritonite?) Febre, desidratação - Megacólon tóxico – óbito - Colite pseudomembranosa: relacionada após uso (crônico) de antibióticos (cefalosporinas, ampicilina, clindamicina) até 2 meses após o termino Vibrio cholerae - Relacionados as grandes epidemias, 1990 Peru 7º pandemia - Bacilos Gram –, anaeróbicos - Transmissão por água e alimentos contaminados (peixes e frutos do mar) - Incubação: horas a 5 dias - Duração: 4-6 dias - Toxina que estimula AMPc ↑ secreção intestinal - Diarreia grave, muita água e muco, fezes em “água de arroz” 15 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria - Depressão de fontanela - Olhos encovados/ fundos - Boca seca, sede, sem saliva - Choro sem lagrimas - Sinal da pele: Turgor do subcutâneo (a prega demora para voltar, devido a falta de liquido no subcutâneo) – normalmente a pele é elástica - Abdome deprimido DESIDRATAÇÃO AGUDA – Classificação quanto à perda de peso LEVE (1º) – até 5% MODERADA (2º) – de 6 a 10% GRAVE (3º) – > 10% Estado geral Irritada, com sede Mais irritada e muita sede Deprimida, comatosa, não chora mais Olhos Normais Fundos Muito fundos Lágrimas Presentes Ausentes Ausentes Fontanela Normal Deprimida Muito deprimida Pele Elasticidade normal, quente Extremidades frias, elasticidade diminuída (turgor) Fria, elasticidade muito diminuída prega > 2 segundos para voltar Pulsos Normais Finos Muito finos (choque hipovolemico) Enchimento capilar (Fecha a mão da criança e segura por 15’seg) Normal Lentificado entre 3 – 5 seg Muito lentificado > 5 segundos Grau de desidratação Perda de peso (%) LEVE Até 5% MODERADO De 6 a 10 % GRAVE Acima de 10 % 16 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria Meningites na infância MENINGITES BACTERIANAS NA INFÂNCIA Anatomia: Leptomeninges - Pele e pelos - Aponeurose - Periósteo - Crâneo/ osso - 3 Meninges Dura mater: circula vasos vasos menígeos Espaço sub-dural (no traumatismo apresenta um hematoma subdural) Aracnoide: membrana aderida a dura-mater Espaço subaracnóideo: circula o LCR Pia-máter: membrana fina que recobre todo o encéfalo. Possui vasos cerebrais com ramificações que irrigam o encéfalo - MENINGITE: Processo inflamatório das Leptomeninges (Aracnoide e Pia-máter), membranas que recobrem o cérebro e medula espinal - ENCEFALITE: inflamação do encéfalo Geralmente a Meningite progride para uma Meningoencefalite Etiologia Meningites: principais agentes etiológicos Bactérias Gram –: Neisseria meningitidis, haemophillus influenza tipo B, Escherichia coli, Salmonella sp, Proteus sp, Klebsiella pneumoniae, Citrobacter sp, Pseudomonas aeruginosa. (Predomina no RN) Gram +: Streptococcus pneumoniae, Sthapylococcus aureus, Mycobacterium tuberculosis, Mycobacterium avium, Listeria monocytogenes, Staphylococcus epidermides, Streptococcus agalactiae (comum no RN) Vírus Enterovirus: Coxsackie 13, Echo 9, Polio 1 e 11, Herpes Simples (HSV), Caxumba, Raiva, Sarampo, Varicela-Zoster (VZV), HIV, Arbovirus (dengue, chicungunha, zica), Citomegalovirus (CMV), Virus Epstein Barr (EBV), Adenovirus, Coronavirus Fungos Criptococcus neoformans, Candida albicans, Paracoccioides brasiliensi, Aspergillus, fumigatus Espiroquetas Treponema pallidum (Sífilis), Leptospira sp (urina do rato) Protozoários Toxoplasma gondii, Plasmodium falciparum, Acanthamoeba sp Helmintos Ascaris Lumbricoides, Cisticercus cellulosae. Casos notificados e confirmados no SINAN. Brasil – 2011 - Notificados: 30.455 casos 20.310 casos confirmados: 8.274 (41%) virais 7.491 (37%) bacterianas 3.688 (18%) não específicas 676 (3%) outras etiologias Casos confirmados de Meningites Bacterianas – Brasil 2011 Recém-nascidos e lactentes (0 a 3 meses) Crianças entre 4m a 5 anos Crianças > 5 anos Bactérias Gram – Bactérias Gram + - Neisseria meningitidis - Streptococcus pneumonia - Haemophilus influenzae - Neisseria meningitidis (meningococo) - Streptococcus pneumoniae - Eschericia coli - Enterobacter sp - Klebsiella pneumoniae - Salmonella enteridides - Streptococcus grupo B (agalactiae) (cocos Gram +) - Listeria monocytogenes (Bacilo Gram +) - Sthaphylococcus aureus (cocos Gram +) 17 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria Patogenia Aspectos clínicos - Caracteriza-se por 4 síndromes: Sindrome infecciosa: febre ou hipotermia, anorexia, apatia e sintomas gerais de um processo infeccioso Sindrome de irritação radicular com sinais meníngeos característicos: rigidez de nuca, sinais de Kerning, Brudzinski e Lasègue Sindrome de Hipertensão intracranianas: cefaleias, vômitos sem relação com a alimentação, fundo de olho com edema de papila (papiledema). (Em lactentes a síndrome de hipertensão intracraniana causa abaulamento de fontanelas) Sindrome encefalítica: caracterizada por sonolência ou agitação, torpor, delírio e coma (30 a 40% apresentam crises convulsivas) Fontanela: fecha em torno de 18 meses. Sinal de Brudzinski Sinal de Kernig Etiologias mais frequentes Doença Meningocócica (DM) Neisseria meningitidis (meningococo) Diplococo Gram – Sorogrupos: A, B, C, W136 e Y Coloniza mucosa – nasofaringe Aprox. 10% dos portadores são assintomáticos - Principais formas clinicas: Meningite Meningocócica (MM) Meningocococemia (MCC) Meningite + Meningocococemia (MM+ MCC) Neisseria Meningitidis - Década de 70: A e C -Ultimos 30 anos: B (1988) e C - Infectividade: A > C > B - Patogenicidade: A> C>B - Virulência (gravidade): B > C > A Fonte de infecção O único reservatório do meningococo é o homem, doente ou portador Portador nasofaringe – 5% a 15% Condição do portador é baixo em crianças, sendo máxima (50%) entre 15 e 25 anos Período de Transmissibilidade Durante o tempo de permanência do agente nas secreções nasofaríngeas Com antibióticoterapia adequada: 24 horas (após não transmite) Individuo não tratado convenientemente pode ser portador por até 10 meses, em média 3 meses (bactéria não tratada adequadamente permanece nas Vias respiratórias) Sintomas RN até 3 meses 4 meses a 2 anos Acima de 2 anos - Febre - Hipotermia - Vômitos - Hiporeflexia - Irritabilidade ou letargia - Convulsões - Abaulamento de fontanela - Apnéia - Febre - vômitos - Irritabilidade ou letargia - ↓ do nível de consciência - Abaulamento da fontanela - Rigidez de nuca (possível) - febre - vômitos - Cefaléia - Fotofobia - Irritabilidade ou letargia - Sinais de irritação meníngea 18 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria Meningococcemia (Síndrome Waterhouse-Friderichsen) Figura 1Sindrome de Waterhouse-Friderichsen (trombose e sangramento). Letalidade Maior em menores de 5 anos e idosos - Meningite sem meningococcemia: < 4% - Meningococcemia: de 60ª 70% 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑙𝑒𝑡𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑛º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑛º 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑥 100 Meningite por Haemophilus Influenzae) Mais virulento Hib era a 1ª causa de mingites Principal causador de doença invasiva por Hi Era pré-vacinal: > 90% das doenças invasivas Vacina conjugada contra Hib - 1999 – Monovalente - 2002 – Tetravalente (DTP (Diftéria, Tétano e pertusis) + Hib) - Esquema 1ªrio – 3 doses (2, 4 e 6 meses) - Sem dose de reforço - Exceto imunodeprimidos: 12 aos 15 meses Meningite por pneumococo As infecções invasivas por pneumococo predominam nos 1ºs anos de vida, como mostram diversos estudos epidemiológicos. Com uma incidência anual de cerca de 45 até 145 casos por 100.000 crianças abaixo de 2 anos de vida, o S. pneumoniae é uma das mais importantes causas de infecções invasivas na idade pediátrica. (Febre sem outros sinais) Diagnóstico Laboratorial - Exames laboratoriais: Hemograma completo com diferencial e contagem de plaquetas e 2 hemoculturas, glicose, coagulograma - Cultura de líquor Demorada e susceptível a ação de antimicrobianos: confiável Isolamento do agente etiológico e sensibilidade antimicrobiana - A reação em cadeia da polimerase (PCR) Sensibilidade de 86 – 94% Especificidade de 96 – 100% Útil quando usado antibiótico antes da punção lombar - ROTINA MINIMA - LCR: Quimiocitológico Bacterioscopia Cultura Contraimunoeletroforese (IMP! quando a criança tomou antibiótico e não se tem o PCR) Prova do látex 19 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria - SANGUE: Contraimunoeletroforese Hemocultura Punção lombar - Crianças com bacteremia e sinais meníngeos - Febre persistente mesmo sem sinais meníngeos - Repetida: persistência da clínica caso a 1ª cultura seja negativa ou piora clínica Contra-indicação da punção: - Aumento da PIC (pressão intra-craniana): Glasgoy < 8, assimetria pupilar ou sinais focais (hemiplegia, paralisa), pois pode causar: Preciptar ou exacerbar a herniação cerebral óbito - distúrbios de coagulação Plaquetopenia (< de 50.000/mm³) ou INR maior que 1,4 segundos - Insuficiência respiratória - Lesões infectadas de pele - Acidente de punção: “controverso” 500 hemácias/ -1 leucócito 1000 hemácias/ - 1 a 1,5 mg% proteína Liquor normal e nas meningites e meningoencefalites GRAM LEUCOMETRIA DIFERENCIAL PROTEÍNAS GLICOSE Normal em maiores de 3 meses Ausência de germes < 6 /mm³ Mononucleares > 75% PMN geralmente= 0 20 – 45 mg/dl > 40 mg/dl (>75% glicemia) Normal em menores de 3 meses Ausência de germes 15 a 20/ mm³ RNPT: 0 a 25/mm³ PMN < 75% RNPT: até 61% de PMN < 120 mg/dl RNPR: <170 > 50 mg/dl (<75% glicemia) RNPT >24 RNT >34 Bacteriana (típica) Presença de germes 100 a 10.000/mm100 a 10.000/mm³ Em geral 500 a 1000/mm³ Predomínio de PMN (75 a 95%) 100 – 500 mg/dl < 40 mg/dl (<66% glicemia) Achados no LCR em crianças com meningites causadas por vários agentes etiologicos LCR Meningites BACTERIANAS VIRAIS TUBERCULOSA Leucócitos/ mm³ >1.000 < 1.000 Levemente aumentadas 20 a 500 Predomínio de neutrófilos polimorfonucleares Predomínio de linfócitos Predomínio de linfócitos Glicose Diminuida < 30 mg/ 100 ml Normal ou levemente diminuída Diminuída Proteínas Aumentadas > 100 – 150 Normais ou levemente aumentadas Bastante elevadas > 100mg/100ml Bacterioscopia direta Positiva em mais de 85% dos casos Negativa Ziel-Neelsen positivo em 30% dos casos Cultura Positiva Negativa Isolamento de bacilo de Koch Leucocitose + neutrofilia = BACTERIA Leucocitose + LINFOCITOSE = VIRUS 20 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria Síndromes Nefríticas e nefrótica na infância GLOMERULOPATIAS Ambas podem causar síndrome nefrítica, nefrótica ou as duas concomitantes GLOMERULOPATIAS Causas + comuns Glomerulopatias primárias: causa se restringe ao rim - Doença de lesão mínima - Glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) - Nefropatia membranosa - Glomerulonefrite membranoproliferativa - Nefropatia por IgA (D. Berger) Glomerulopatias secundárias: doença sistêmica que atinge também os glomérulos - Doenças infecciosas Bactérias – Estreptococo pyogenis (EBHGA); GNPE Virus: HIV, hepatite B e C, CMV, Epstein Barr Protozoários: malária, toxoplasmose Helmintos: esquistossomose, leishmaniose - Doenças auto-imune Lupus PHS Artrite reumatoide - Diabetes - Drogas, toxinas Penicilina Litio Veneno de cobra Gloméruloapatias Lesão glomerular (alterações na função estrutural e permeabilidade) Sem inflamação ↓ Com inflamação ↓ Síndrome nefrótica Síndrome nefrítica 21 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria SÍNDROME NEFRÓTICA - Lesão membrana glomerular sem inflamação - ↑ permeabilidade da MBG - Síndrome nefrótica por lesões mínimas (glomérulo aparentemente normal) Clínica: Proteinuria intensa Hipoalbuminemia Edema: generalizado Hipercolesterolemia Proteinúria Proteinuria 24 hrs (mg/kg/dia) 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒𝑖𝑛ú𝑟𝑖𝑎 𝑚𝑞/𝑑𝑙 𝐶𝑟𝑒𝑎𝑡𝑖𝑛𝑖𝑛𝑎 𝑚𝑔/𝑑𝑙 Normal < 2 anos < 10 <0,5 Normal > 2 anos < 5 <0,2 Leve 5-20 0,2 - 0,5 Moderada 20-50 0,5 – 2,0 Intensa >50 >2,0 Quadro clínico - Urina espumosa - PA normal ou baixa - Edema (discreto e anasarca) Tríade: Proteinúria intensa ↓ de albumina (hipoalbumemia) Edema Consequências - ↑ de incidência de infecção: perda de IgG na urina - Desnutrição: perda proteínas essenciais na urina - Hipovolemia: ↓ do volume de água intravascular (redução da P oncótica - Trombose: perda de proteínas fibrinolíticas na urina e hipovolemia - Lesão renal aguda: pela hipovolemia ou por lesão direta do rim pela doença de base Quadro laboratorial: Proteinuria maciça Hipoalbuminemia Colesterol e triglicérides ↑ 22 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria SÍNDROME NEFRÍTICA Lesão na membrana glomerular por processo inflamatório Aparecimento abrupto Comprometimento da superfície de Filtração glomerular Hematúria Proteinúria (variável, ↓) Leucocitúria Lesão renal Aguda (↓TFG) (devido o estreitamento do vaso) - Retenção hidrossalina: Edema (pequeno) e Hipertenção Quadro clínico - Hematúria (micro/macroscópica) (urina escura) - Hipertensão arterial - Edema Quadro laboratorial - Hemácias Dismórficas: (patognomônicode glomérulopatia) Acantócito (Acantócitose) Codócito Cilindro leucocitária Cilindro hemático - Ureia e creatinina: normais aumentadas (↓ TFG) - Na+: normal ou diminuído (por hemodiluição) - Potássio (K+): normal, aumentado se insuficiência renal - Albumina: normal - Complemento sérico: normal ou baixo Complicações (potencialmente graves) - Lesão renal aguda grave - Insuficiência cardíaca até IC congestiva - Encefalopatia hipertensiva 23 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria RESUMO Sinal/ sintoma SÍNDROME NEFRÓTICA SÍNDROME NEFRÍTICA Edema ++++ ++ PA Normal ↑↑ Proteinúria ++++ + ou ++ Hematúria - ou + +++ (até 6 semanas) Albumina sérica ↓ Normal A síndrome nefrótica por lesões histológica mínima (glomerulopatia de lesões minimas) é a única na forma pura nefrótica Maioria dos casos: - 2 a 7 anos (pico 3 anos) - 2 x mais no sexo masculino A glomerulopatia que mais se aproxima da forma nefrítica pura é a Glomérulo Nefrite Difusa Aguda/GNDA ou Glomerulonefrite pós- estreptocóccica/GNPE Acomete pré-escolar e escolar (pico 7 anos) Raro < 2 anos (5%) e adultos > 40 anos (5-10%) - Masculino + acometido: 2:1 - Inflamação de caráter imunológico Pós-infecção: 1 – 3 semanas: faringo-tonsilite 3 até 6 semanas: cutânea (piodermite) 24 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria Questões 1-Escolar, 7 anos, 1 dia após frequentar piscina passou a apresentar febre, obstrução nasal e otalgia. Assinale abaixo o elemento que não é considerado como definidor de otite média aguda: * a. Hiperemia da membrana timpânica b. Diminuição da mobilidade da membrana timpânica c. Abaulamento da membrana timpânica d. Otalgia e. Dor à compressão do tragus 2-Lactente, 22 meses, há 2 dias com febre, disenteria, cólicas e tenesmo. Deu entrada na unidade de emergência com crise convulsiva. O agente etiológico mais provável desta diarreia aguda é: * a. E. coli enteropatogênica b. Entamoeba hystolítica c. E. coli entero-hemorrágica d. E. coli enterotoxigênica e. Shigella sp. 3-O diagnóstico de Rinossinusite aguda bacteriana é clínico e deve ser considerado quando a criança com IVAS (inf. vias aéreas superiores) persistir com tosse e secreção nasal ou retro-faríngea por mais de: * a. 5 dias b. 28 dias c. 14 dias d. 21 dias e. 7 dias 4-As manifestações clínicas da meningite em recem- nascidos e lactentes de baixa idade são inespecíficas. Os sinais meníngeos já podem ser detectados a partir de: * a. 10 e 12 meses b. 8 e 10 meses c. 14 meses d. 4 e 7 meses e. 3 meses 5-Em pacientes com "shunts", como por exemplo, válvula de derivação na hidrocefalia, caso sejam acometidos por meningite bacteriana, assinale abaixo o agente etiológico mais provável: * a. Staphylococcus epidermidis b. Estreptococo do grupo B c. Hemophilus influenzae d. Estreptococo do grupo A e. Pneumococo 6-Escolar, 8 anos, com quadro de glomerulonefrite difusa aguda: edema discreto peri-orbitário e de membros inferiores, oligúria moderada, hepatomegalia discreta e dolorosa, tosse e ortopnéia. Pressão arterial: 160/120 mmHg. Frequência cardíaca: 140 bpm. Frequência respiratória: 28 irpm. Coração: ritmo de "galope". Pulmões: estertores subcrepitantes em bases pulmonares. Assinale abaixo qual é a complicação da GNDA que está acometendo esta criança: * a. Insuficiência cardíaca congestiva b. Derrame pleural c. Broncopneumonia d. Crise hipertensiva e. Pneumonia 7- Na síndrome nefrótica idiopática por lesões histológicas mínimas a principal manifestação clínica é: * a. Hipovolemia b. Hematúria c. Edema d. Hipertensão arterial e. Oligúria 8-Para avaliação do estado de hidratação na criança observamos os seguintes aspectos, EXCETO: * a. Sinal da prega b. Lágrimas c. Sêde d. Olhos e. Volume fecal 9-O risco médio de um indivíduo desenvolver a glomérulonefrite pós-estreptocóccica após faringo- tonsilite ou impetigo é de: * a. 10% b. 25% c. 20% d. 5% e. 15% 10-Na infância, 80% dos casos de síndrome nefrótica correspondem à síndrome nefrótica primária ou idiopática. Quanto à faixa etária, a maioria dos casos ocorre entre: * a. 3 e 5 anos b. 5 e 8 anos c. 1 e 3 anos d. 4 e 7 anos e. 2 e 7 anos 11-Taquipneia transitória do recém-nascido é um distúrbio respiratório auto-limitado decorrente de reabsorção retardada do líquido pulmonar. Assinale abaixo a afirmativa incorreta quanto aos fatores de risco neonatais que podem ser responsáveis por tal distúrbio: * a. Prolapso do cordão umbilical b. Prematuridade c. Pós-maturidade d. Asfixia perinatal e. Nascimento por cesárea eletiva sem trabalho de parto 25 Letícia M. Dutra - Diagnóstico em Pediatria 12-Pré-escolar, 3 anos, há 4 dias com febre diária (38- 39ºC), odinofagia e disfagia. Há 2 dias com diarréia, sem muco ou sangue. Exame físico: conjuntivas hiperemiadas e com secreção bilateralmente, adenomegalia cervical posterior indolor bilateral, tonsilas palatinas com hiperemia e exsudato bilateral. O agente etiológico mais provável desta faringo-tonsilite aguda é: * a. Esteptococo beta-hemolítico do grupo A b. Coronavirus c. Adenovirus d. Enterovirus e. Rhinovirus 13-Unidade neonatal com surto de diarreia aguda, enquanto aguarda resultado de coprocultura, o tratamento anti-microbiano visa qual agente infeccioso? * a. Escherichia coli enteroagregativa b. Escherichia coli enterotoxigênica c. Escherichia coli enteropatogênica d. Escherichia coli enteroinvasiva e. Salmonella sp 14-Na Síndrome do desconforto respiratório tipo l ( Doença da membrana hialina ) a radiografia de tórax caracteriza-se por infiltrado reticulogranular difuso, em geral homogêneo e simétrico, devido à atelectasia alveolar, podendo haver broncograma aéreo. Em casos mais graves haverá opacidade pulmonar bilateral e desaparecimento do contorno cardíaco. Este padrão radiológico pode ser muito semelhante ao da pneumonia neonatal causada por qual agente etiológico abaixo relacionado? * a. Estreptococo beta-hemolítico do grupo A b. Pneumococo c. Estreptococo viridans d. Estreptococo do grupo B e. Listeria monocytogenes 15-Na glomerulonefrite pós-estreptocóccica, a hematúria microscópica pode permanecer até: * a. 18 meses b. 2 meses c. 12 meses d. 6 meses e. 15 meses 16-Lactente, 20 meses, com febre, vômitos, faringe com hiperemia e pequenas úlceras e vesículas. O agente etiológico mais provável é: * a. Coronavirus b. Adenovirus c. Paramixovirus d. Herpes vírus e. Coxsackie virus 17-As laringotraqueobronquites agudas geralmente são de etiologia viral. Assinale abaixo o virus mais comum envolvido nesta patologia: * a. Enterovirus b. Influenza c. Rhinovirus d. Adenovirus e. Parainfluenza 18- Nas diarreias agudas os enteropatógenos que predominantemente invadem a mucosa colônica podem estar associados às seguintes manifestações clínicas, EXCETO: * a. Grande volume de líquido b. Pus e sangue c. Cólicas abdominais d. Prolapso retal e. Tenesmo 19-No diagnóstico diferencial entre faringites viral e bacteriana, fala mais a favor da segunda, qual afirmativa abaixo? * a. Rouquidão b. Cefaleia c. Adenomegalia não dolorosa d. Ulcerações e. Artralgia 20-Qual dos sinais abaixo descritos permite classificar como pneumonia comunitária grave em um pré-escolar: * a. Sôpro tubário b. Taquipnéia c. Estertores finos d. Febre e. Tiragem sub-costal
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