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Relatório Estágio III - concluído 2707

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Serviço de Convivência E Fortalecimento de Vínculos
Gizeli Nicoski
Orientador Local Maristela Truppel
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso de Bacharelado em Serviço Social 409 – Estágio III
14/08/2020
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho busca incluir como a assistência social tem se estruturado para atender as demandas de crianças e adolescentes, por meio de uma análise do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), na Associação João Paulo II.Na construção da categoria infância e adolescência; investigar o perfil atual; em especial, por parte da assistência social; e compreender como a assistência tem respondido às demandas desse segmento por meio de uma análise do SCFV. Para isso, foi realizada investigação qualitativa por meio de sistematização bibliográfica acerca do atendimento de crianças, adolescentes e família no âmbito da assistência social, tendo como referência as normativas dessa política em âmbito nacional. 
2. RELATO E ANÁLISE DO PROCESSO DE TRABALHO
	
No presente, a infância e a adolescência estimula múltiplos entendimentos sobre os ciclos do desenvolvimento, a depender do ponto de vista científico e ideológico adotado.
A respeito de crianças e adolescentes cuja origem está centrada nas classes trabalhadoras ou populares onde há um enorme histórico de vulnerabilidades sendo vítimas, bem como farto registro da negligência e omissão do Poder Público com relação a políticas públicas. Pesa sobre esse público preconceito e a associação à inatividade, marginalidade e periculosidade.Em geral, as vulnerabilidades sociais que afetam as crianças e os adolescentes são atribuídas à assistência ou atenção dada por sua família imediata, culpabilizando-os por ações e comportamentos socialmente estigmatizados praticados por estes. 
Já na adolescência tornou-se um termo utilizado para representar as transformações psicossociais que acompanham as mudanças físicas na puberdade.Trata-se do período da vida humana que sucede à infância, começa com a puberdade, e se caracteriza por uma série de mudanças corporais e psicológicas.
Ter conhecimento da realidade do território traz capacidade relacional e de comunicação com os usuários de todos os ciclos de vida e suas famílias; capacidade de trabalho em equipe; entre outras.
Na realização do Cadastro Socioeconômico, visita domiciliar e vivência durante o estágio pode se conhecer melhor o perfil de cada família. Pode-se observar que a maioria 90% são de extrema vulnerabilidade, não tendo acesso à alimentação saudável, espaço reduzido - sem condições básicas de moradia, crianças que não estão em tempo hábil nas escolas, ligações elétricas clandestinas, famílias numerosas, sem condições de pagar as despesas básicas. 
Nesta região, drogas ilícitas percorrem a luz do dia, fazendo com que muitas crianças e adolescentes ajam com naturalidade. O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos não é exclusivo para crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, mas deve incluí-las com prioridade absoluta.
Na busca ativa, chamar crianças e adolescentes para as oficinas é a esperança de mudar a visão do mundo em que elas vivem. Estas muitas vezes têm a oportunidade de fazer suas refeições quando estão no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos.
Os outros 10 % estão ligados a condições tradicionais, que enfrentam um financiamento para ter acesso a casa própria. 
2.1 PROCESSO DE INSERÇÃO E ATIVIDADES REALIZADAS
O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos na Associação João Paulo II atende média de 80 a 86 educandos crianças e adolescentes de 6 a 14 anos.
São 4 turmas, sendo que acontecem no período 1 matutina e 3 vespertinas, todos os dias da semana e os usuários do SCFV ficam na Associação João Paulo II por cinco horas. Recebem alimentação e orientações dentro dos eixos norteadores do serviço e estabelecidos pelo SUAs.
Os usuários do SCFV podem escolher as atividades que melhor se identificam e desejam participar, tendo como objetivo explorar o uso da imaginação dando as emoções de sentir, pensar e agir.
Com relação ao perfil dos usuários do SCFV foram tabulados 82 cadastros e os dados levantados foram: idade, sexo, ano escolar, responsável pela família, numero de pessoas que compõem o núcleo familiar, renda familiar.
Por meio de contato telefônico e com agenda aberta, foram realizados atendimentos para Cadastro Socioeconômico e atualização. atendimento realizado com responsável familiar ou um representante do núcleo familiar , sendo que foram atendidas 82 famílias.
· Atividades manuais de pintura em tecido e artesanato, como forma de estímulo à criatividade e coordenação motora;
· Atividades culturais e artísticas de valorização de folclore e cultura popular, como boi de mamão e pau de fita;
· Atividades de expressão corporal como meditação, teatro e música
· Aulas de violão, percussão, teclado, flauta e canto;
· Atividades de comunicação, socialização e debates sobre direitos sociais e cidadania, leituras de textos literários e roda de leitura;
· Atividades de jogos educativos e de estímulo à aprendizagem da leitura e da escrita, de modo lúdico, com visitas à biblioteca e contação de histórias;
· Dinâmicas de grupo, de valorização e pertencimento à comunidade, de incentivo ao esporte e lazer, com atividades de tênis de mesa, atletismo, vôlei, futebol;
· Foram desenvolvidas ainda atividades extras como a ida ao Beto Carrero; participação na Mostra Infantojuvenil do 23o FAM – Florianópolis Audiovisual Mercosul; participação na Feirinha de Inovação e Empreendedorismo Mirim, da ESAG KIDS – UDESC; algumas aulas de surf na Barra da Lagoa.
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2.2 AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE SUPERVISÃO
2.2.1 Auto-Avaliação
Um caminho se fez, mas a jornada apenas começou! Este é o sentimento, de que há muito o que aprender, do que compreender e amadurecer, especialmente diante dos desafios que se apontam no cotidiano do profissional de Serviço Social.
Esta trajetória acadêmica e de estágio proporcionou contato com conhecimentos e reflexões que por sua vez suscitaram muitos outros aprendizados diante do tema proposto para estudo: DIREITO DE SER: Experiência de vivência junto ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos na Associação João Paulo II, enriquecendo a trajetória que ainda está por vir. 
Posto que trabalhar com a comunidade e ONG’s é propor-se a olhar o mundo com olhos solidários sem ser assistencialista, é valorizar iniciativas de desprendimento e de comprometimento com o outro, ou seja o direito de ser torna-se mais que um eixo norteador de uma política pública, torna-se uma oportunidade de pertencimento e de exercício permanente de reconhecimento do eu no mundo.
E, ao trazer novamente o objetivo geral: Compreender o Direito de Ser tendo como base a experiência de vivência junto ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos na Associação João Paulo II, no período de maio 2019 a outubro 2019 alinhado aos objetivos específicos: na) Identificar o perfil dos usuários do SCFV na Associação João Paulo II; b) Mapear as ações e atividades que colaboram com a construção do direito do ser no SCFV na Associação João Paulo II; c)Compreender a importância de políticas públicas voltadas ao fortalecimento de vínculos familiares e comunitários no SCFV; tem-se a noção do tamanho do desafio que é desenvolver uma política pública de assistência social em parceria com o poder público. É preciso vencer todos os dias pequenas batalhas que fazem com que o SCFV seja referência para as famílias que dela necessitam. Então, os objetivos foram alcançados.
2.2.2 Avaliação das Condições Institucionais
As condições institucionais do campo de estágio, teve espaço físico adequado, sigilo profissional, equipamentos necessários, disponibilidade para acompanhamento presencial da atividade de aprendizagem, dentre outros requisitos pertinentes nos termos da Resolução CFESS nº 493/2006, que dispõe sobre as “condições éticas e técnicas do exercício profissional”.
2.2.3 Avaliação da Dinâmica De Supervisão
Com a finalidadede acompanhar a estagiária durante todo estágio orientando, à supervisão no campo e demandas que se fizeram necessárias, bem como, dar suporte ao projeto de intervenção junto à supervisão de campo, com vistas à qualidade e efetividade da formação profissional.
Vale ressaltar, que são realizadas oficinas na prática de supervisão acadêmica de Serviço Social nas dependências no que se refere ao processo de interação e apresentações do campo de estágio.
3 CONCLUSÃO
Um caminho se fez, mas a jornada apenas começou! Este é o sentimento, de que há muito o que aprender, do que compreender e amadurecer, especialmente diante dos desafios que se apontam no cotidiano do profissional de Serviço Social.
Esta trajetória acadêmica e de estágio proporcionou contato com conhecimentos e reflexões que por sua vez suscitaram muitos outros aprendizados diante do tema proposto para estudo: DIREITO DE SER: Experiência de vivência junto ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos na Associação João Paulo II, enriquecendo a trajetória que ainda está por vir.
E, ao trazer novamente o objetivo geral: Compreender o Direito de Ser tendo como base a experiência de vivência junto ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos na Associação João Paulo II, no período de maio 2019 a outubro 2019 alinhado aos objetivos específicos: a) Identificar o perfil dos usuários do SCFV na Associação João Paulo II; b) Mapear as ações e atividades que colaboram com a construção do direito do ser no SCFV na Associação João Paulo II; c)Compreender a importância de políticas públicas voltadas ao fortalecimento de vínculos familiares e comunitários no SCFV; tem-se a noção do tamanho do desafio que é desenvolver uma política pública de assistência social em parceria com o poder público. É preciso vencer todos os dias pequenas batalhas que fazem com que o SCFV seja referência para as famílias que dela necessitam. Então, os objetivos foram alcançados.
Como sugestão, recomenda-se: a) Capacitação permanente para os educadores sociais e voluntários que estão na linha de frente do SCFV; b) ampliar a equipe de Serviço Social e por consequência dando condições de estender as intervenções necessárias junto às famílias.
O crescimento e amadurecimento diante desta experiência é imensurável, mas é possível afirmar que houve apropriação dos instrumentos técnicos-operativos, através das interações com o cotidiano organizacional e com os usuários e suas famílias, ético-político quando foi possível acompanhar a práxis da assistente social e teórico – metodológico quando reflexões levaram a leituras e busca de conhecimento, embora a sensação que se tem é que sempre é necessário aprender mais.
REFERÊNCIAS
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LBERINI, M. Nos limites do viver e do sobreviver: o programa Bolsa Família, modos de vida e desenvolvimento social no contexto urbano. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-08112010-091817/publico/MarileneAlberini.pdf >. Acesso em: 26 mar. 2020. [ Links ]
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______. Portaria n.177, de 16 de junho de 2011. Procedimentos para a gestão do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, 20 jun. 2011. [ Links ] Acesso em: 15 jan 2021. 
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