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Cuidados de Enfermagem para o Paciente com Dreno de Tórax Universidade Anhembi Morumbi Graduação de Enfermagem Disciplina Práticas de Enfermagem IV Pulmões • Órgãos em forma de cone que ocupam parte da cavidade torácica, estendendo-se do diafragma até a porção superior da clavícula. • Cada pulmão apresenta um ápice, uma base, três faces (costal, medial e diafragmática) e três bordas (anterior, inferior e posterior). • São recobertos pela pleura que os contorna pela parte posterior, e reveste a face interna da parede torácica. COREN SP, 2011 Pulmões Pleura • Membrana lisa que permite que os pulmões movam-se suavemente durante cada movimento respiratório. • Espaço entre as duas membranas (parietal e visceral): espaço pleural • Contém um líquido seroso que permite que as pleuras deslizem uma sobre a outra sem fricção, durante a inspiração e a expiração. COREN SP, 2011 Fisiologia • Existe equilíbrio entre a entrada e a saída de líquido na cavidade pleural, de modo a manter constante a quantidade e concentração do fluído pleural. • Os movimentos respiratórios facilitam a reabsorção do líquido e das partículas, assim como a sua progressão nos linfáticos. • O acúmulo de fluídos (líquidos ou gases) no espaço pleural pressupõe a alteração deste estado de equilíbrio, prejudicando a mecânica pulmonar. COREN SP, 2011 Fisiologia Espaço Pleural com Conteúdo Anormal • Punções e drenagens do tórax com conteúdo anormal são procedimentos importantes que tem como objetivos: • Promover a manutenção ou restabelecimento da pressão negativa do espaço pleural, • Manter a função cardiorrespiratória e a • Manter a estabilidade hemodinâmica por meio da retirada de fluidos que se encontrem acumulados na cavidade pleural. https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwip0Z2xhYrhAhVKErkGHRRFDCAQjRx6BAgBEAU&url=https://www.ebah.com.br/content/ABAAAgL_0AH/drenagem-toracica&psig=AOvVaw35uI7ONS9EPsyeYWBIgzYe&ust=1552941803758130 Espaço Pleural com Conteúdo Anormal • Fluidos que podem, por algum motivo*, ficar estocados cavidade pleural são: • ar (pneumotórax), • sangue (hemotórax), • pus (empiema), • linfa (quilotórax) e • líquido do pericárdio (hidrotórax). * processos infecciosos, trauma, procedimentos cirúrgicos entre outros. Derrame pleural à direita Radiografia de tórax AP normal https://pebmed.com.br/toracocentese-o-que-e-e-como-realizar-o-procedimento/ Pneumotórax (ar na cavidade pleural) http://cirurgiatoracica.info/caso-clinico-pneumotorax/ Hemotórax por traumatismo torácico http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1299/trauma_toracico.htm Drenagem de Tórax e Toracocentese Definições • Toracocentese: técnica cirúrgica que dá acesso à cavidade pleural por punção a partir da parede torácica, por onde é possível obter amostras do líquido pleural. • Drenagem Torácica: técnica cirúrgica que consiste em acesso à cavidade pleural ou mediastínica, com inserção de dreno acoplado a um sistema de drenagem. Drenagem Torácico eToracocentese http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132004000300006 Principais Indicações daToracocentese • Tratamento sintomático de grandes derrames pleurais ou empiemas. • Derrames pleurais de qualquer tamanho que requerem análise diagnóstica. Toracocentese - material Toracocentese - Material • Luvas e campo estéril com fenestração • Lâmina de bisturi número 11 (opcional) • Lidocaína 2% • Tubos para análise e um grande contêiner para evacuação • Curativo oclusivo estéril Como posicionar o paciente? • Pacientes alertas e cooperativos: sentado, com leve inclinação anterior, repouso da cabeça em braços ou mãos ou travesseiro. • Pacientes instáveis ou incapazes de sentar: decúbito horizontal dorsal. Mão ipsilateral abaixo da cabeça e posicionar um coxim abaixo do ombro contralateral. Drenagem de Tórax ou Pleural Definição • Procedimento que visa promover a saída contínua de conteúdo anormal coletado no espaço pleural ou mediastino. Principais Indicações da Drenagem de Tórax 1. Emergenciais: - Pneumotórax - Pacientes em ventilação mecânica. - Pneumotórax extenso - Paciente clinicamente instável - Pneumotórax recorrente ou persistente. - Pneumotórax secundário a trauma torácico. - Pneumotórax iatrogênico (se extenso ou clinicamente significante) - Pneumotórax espontâneo e extenso (maiores que 50 anos) - Hemopneumotórax - Lesão Esofagiana com extravasamento de conteúdo gástrico para espaço pleural. Principais Indicações da Drenagem de Tórax 2. Não emergenciais: - Derrame Pleural secundário a doença maligna. - Derrame pleural recorrente. - Empiema ou derrame parapneumônico complicados (exsudato pleural inflamatório) - Quilotórax - Pós-operatório: Bypass coronariano, Toracotomia, lobectomia, esofagectomia. Drenagem Torácica - Material • Solução antisséptica para a pele (iodopovidona ou clorexidina dérmica); • Seringa; • Agulhas (21-25) Anestésico local (Xilocaína a 2 %) Lâmina de bisturi; • Kit de pequena cirurgia (Kellys, Clampes curvos.) • Luvas esterilizadas; • Dreno torácico (normalmente 28 ou 32, consoante o que se pretende drenar. 28 mais utilizado para ar e 32 mais utilizado para líquidos.); • Frascos de drenagem com tubuladura; água esterilizada se for com selo d’água. • Fios de sutura (nylon 2/0 com agulha lanceolada); • Preparar sistema para drenagem ativa, se for necessário. Drenagem Torácica - Material • Escolha do dreno: de acordo com a natureza da intercorrência. • Um pneumotórax simples pode ser tratado com um dreno de diâmetro interno de 5 a 9 mm (nº 16 a 28 F); • Já um exsudato ou um hemotórax necessitarão de drenos mais calibrosos, de 9 a 12 mm (nº 36 a 40 F); • No trauma - drenos mais calibrosos, não inferiores a 28 F para o adulto; • Para a inserção do dispositivo, uma incisão de 2 a 3 cm, transversal, é feita paralela à costela, de preferência tracionando-se a pele antes; • Alguns drenos torácicos possuem um guia, que serve com introdutor. Pode ser usada uma pinça hemostática curva Crile. Drenos de Tórax Pinça Crile Curva Frascos de Coleta Drenagem Torácica Procedimento • Medida do dreno: pode ser obtida com o próprio dreno, medindo-se externamente a linha clavicular até o limite da pequena incisão na qual se introduzirá o dreno. • Os furos laterais não podem ficar localizados no subcutâneo, mas a pelo menos 3 a 5 cm da pleura parietal. O adequado posicionamento pode ser constatado por meio de radiografias de tórax, de frente e de perfil, caso seja necessário. Drenagem Torácica Procedimento • Posicionar o paciente; realizar USG para avaliar o derrame pleural, tamanho e melhor local para a punção. • Determinar o local ótimo para a punção procurando o maior bolsão de líquido superficial ao pulmão e identificando o trajeto respiratório do diafragma (entre o 7º e 9º espaços intercostais e entre a linha axilar posterior e média). • Anestesia com lidocaína em seringa de 10ml e a agulha de calibre 22: pele, o periósteo das costelas superior e inferior, e o feixe vásculo-nervoso que se localiza na borda inferior do arco costal. Drenagem Torácica Procedimento • Incisão no 5º espaço intercostal, linha média axilar; divulsão das estruturas anatômicas abaixo da incisão: • Inicialmente, a pinça Crile é introduzida até passar o músculo intercostal e a pleura parietal, quando sua ponta é orientada no sentido da pleura parietal, com sua convexidade para a parede do tórax. • Nos casos em que há uma suspeita clínico-radiológica de aderências pleuropulmonares substituir a pinça pelo dedo indicador, promovendo uma dissecação romba para localizar a coleção pleural e, na sequência, introduzir o dreno. Pinça hemostática curva Crile Dedo indicador, promovendo uma dissecação romba para localizar a coleção pleural https://www.youtube.com/watch?v=RLC6mnyPwpI Drenagem Torácica Procedimento • Após a perfuração da pleura coma ponta de uma hemostática e introdução de dedo na incisão para evitar lesões, remover aderências, coágulos, etc. • Pinçar a extremidade proximal do dreno e introduzi-lo de acordo com o quadro do paciente (pneumotórax / hemotórax) • Observar o embaçamento do tubo com a expiração do paciente (evidenciar fluxo de ar) ou drenagem do conteúdo líquido. • Conectar o dreno com o selo d’água. • Fixação do dreno no local com fio de sutura (inabsorvível – nylon).* • Fazer curativo. • Raio-X de tórax de controle. Drenagem Torácica Procedimento • A pequena incisão transversal é fechada com um ponto em “U”, circundando o dreno. • Apenas um nó é dado na borda superior da pele, e o fio trança o dreno, semelhante ao do cadarço do sapato. • Outro fio é atado no dreno transversalmente sobre o fio trançado longitudinalmente. Posicionamento Correto do Dreno de Tórax Sistema de Drenagem Tipos • Sistema de drenagem subaquática simples • É caracterizado por um frasco com graduação externa, contendo um tubo longo em seu interior que fica imerso em água destilada (selo d’água) e um orifício na tampa em contato com ar ambiente; • Devido ao selo d’água é possível manter uma pressão negativa contínua, independentemente da ligação a uma fonte de aspiração a vácuo externa ou não. Sistema de Drenagem Tipos • Normalmente são utilizados frascos com capacidade superior a 5 litros e altura de 20 a 25 cm. • É possível utilizar até três frascos para um sistema de drenagem sob aspiração, com um coletor isolado ao produto da drenagem • Ou apenas um frasco, com líquido impedindo o colapso pulmonar por uma haste imersa no mínimo 2cm abaixo da água (selo d’água) Sistema de Drenagem Tipos • Sistema de três frascos requer uma fonte geradora de sucção contínua: • O primeiro vidro coletor não interfere com o sistema de drenagem aspirativa, • O segundo atua como válvula unidirecional e • O terceiro controla a sucção exercida sobre o sistema. A fonte geradora de sucção estará condicionada à diferença de profundidade das hastes submersas. Sistema de Drenagem Tipos Sistema de Drenagem Tipos • Sistema de drenagem fechado simplificado: • É caracterizado por uma câmara coletora; • Câmara de selo d’água; • Câmara para controle de aspiração a vácuo; • Graduação externa para controle do conteúdo drenado e controle do selo d’água; • Botão regulador para controle de aspiração contínua ou intermitente de acordo com a necessidade; • Distingue-se do Sistema de drenagem subaquática simples por possuir autoregulação da pressão positiva e um botão regulador de pressão negativa ao invés de uma coluna de água; • Quando não for utilizada a função de aspiração a vácuo, a drenagem continuará sendo feita por gravidade. Sistema de Drenagem Tipos • Sistema de drenagem fechado simplificado Tipos de sistema de drenagem • Válvula de Heimlich: • É caracterizada por uma válvula de pequenas dimensões que permite a passagem de fluidos e de ar em uma única direção; • Evita o refluxo para a cavidade pleural; • Em alguns casos, o uso dessa válvula descarta a necessidade de um sistema de drenagem subaquática. Tipos de sistema de drenagem • Válvula de Heimlich Objetivos da drenagem • Recuperar a pressão intratorácica negativa, necessária para a expansão pulmonar; • Permitir a expansão pulmonar completa; • Alívio da dispnéia e melhora do padrão respiratório; • Reestabelecimento da troca de gases; • Facilitar a recuperação do paciente. Drenagem Torácica Contra Indicações • Pacientes com distúrbios de coagulação merecem um cuidado maior; • A presença de aderências pleurais algumas vezes podem complicar o procedimento; • Contraindicações relativas: bolhas gigantes onde existe risco de perfuração; • Obstrução completa de brônquios principais com atelectasia pulmonar total que sugere a presença de grande derrame pleural; • Derrames pleurais por doença hepática são uma contraindicação relativa de drenagem torácica devido possível perda maciça de proteínas e eletrólitos; • A colocação de dreno torácico deve ser realizada com extremo cuidado em pacientes com suspeita de lesão diafragmática. Nestes casos é recomendo que a ruptura diafragmática seja descartada antes da drenagem pleural. Cuidados de enfermagem Pré procedimento: • Separar todo o material; • Orientar o paciente/família sobre a indicação da inserção do dreno; • Orientar o paciente/família sobre o procedimento de inserção do dreno torácico e a participação do paciente; • Orientar sobre possíveis complicações decorrentes do procedimento; • Orientar o paciente/família sobre o posicionamento correto do frasco com selo d’água: verticalmente, e comunicar a equipe de enfermagem imediatamente, caso apresente alguma mudança nesta posição; Cuidados de enfermagem Pré Procedimento: • O enfermeiro deve fazer uma análise crítica do pedido médico considerando: • Se procedimento com anestésico local, é necessário jejum de 4 horas, se anestesia geral / sedação 8 horas; • Resultado de Plaquetas (acima de 50.000); • Garantir acesso venoso pérvio e monitorização multiparamétrica durante todo o procedimento; • Atentar-se ao uso de medicações anticoagulantes e antiagregante plaquetário e sua devida suspensão antes do procedimento (a critério médico); • Se paciente ambulatorial, obrigatoriedade de um acompanhante maior de 18 anos. Cuidados de enfermagem Durante o procedimento: • Colocar máscara e óculos de segurança e entregar EPIs ao médico (óculos de segurança e máscara ou máscara com viseira); • Higienizar as mãos; • Colocar o paciente em decúbito dorsal horizontal ou sentado com auxilio de apoio; • Orientar o paciente a não movimentar-se durante o procedimento. Se o paciente for criança orientar os pais ou acompanhantes sobre o procedimento e necessidade de contenção; • Com técnica asséptica, abrir o campo estéril sobre a mesa cirúrgica e sobre ele, os demais materiais estéreis que serão utilizados no procedimento; • Auxiliar o médico na paramentação do avental estéril, oferecer a luva estéril ao médico; • Proceder à desinfecção da tampa do frasco de Lidocaína com swab de álcool a 70% e oferecer ao médico para aspirar à medicação; Cuidados de enfermagem Durante o procedimento: • Abrir o pacote do frasco de drenagem e colocar o selo de água no volume padronizado, proteger as extensões com gaze estéril, evitando a contaminação do sistema; • Ao final do procedimento, anotar no frasco o volume de água destilada ou soro fisiológico contido no mesmo: Fazer um traço na altura do nível da água e marcar a hora e o dia; • Desprezar o material utilizado em saco plástico e descartá-los adequadamente no expurgo. Atenção aos perfurocortantes, que devem ser desprezados com auxílio de uma pinça ou da caixa imantada, na caixa de descarte apropriada; • Registrar no impresso de controles/anotação de enfermagem e na evolução multiprofissional o local de drenagem, aspecto e volume do líquido drenado, presença ou não de fluxo de ar pelo sistema de drenagem; complicações durante a realização do procedimento, presença de sangramento, dor, padrão respiratório. Cuidados de enfermagem http://fisioterapiahumberto.blogspot.com/2016/02/como-funciona-o-dreno-de-torax.html Cuidados de enfermagem Cuidados de enfermagem Pós procedimento: • Manter o frasco de drenagem no suporte e SEMPRE abaixo do local de inserção do dreno; • Providenciar RX de tórax como controle pós drenagem; • Orientar sobre o resultado da drenagem e cuidados com o dreno, assim como o risco de dobras, tração, posicionamento do frasco; • Orientar o paciente/família para manter o sistema de drenagem sempre em um nível abaixo do tórax do paciente; • Encorajar o paciente a relatar episódios de dor; • Orientar paciente/ família sobre a importância e frequência de realização do curativo. • Orientar o paciente/família sobre a programação para retirada do dreno. Cuidados de enfermagem Troca do sistemade drenagem e do selo d’água: • Reunir os materiais e leva-los próximo ao paciente; • Conferir a pulseira de identificação (nome completo e prontuário) com a prescrição médica; • Higienizar a mesa auxiliar com álcool 70% e dispor os materiais sobre ela; • Higienizar as mãos; • Colocar a máscara e óculos de proteção; • Higienizar as mãos; • Orientar o paciente sobre o procedimento conforme o nível de compreensão. Em casos pediátricos orientar os pais ou acompanhantes; • Abrir o "Kit" de drenagem de tórax mantendo protegida com gaze estéril a extremidade do intermediário; Cuidados de enfermagem Troca do sistema de drenagem e do selo d’água: • Colocar água destilada no frasco de drenagem, em quantidade suficiente para que o tubo longo fique mergulhado na água, cerca de2,0 a 2, 5 cm (aproximadamente 250 a 500 ml); • Fechar firmemente o frasco com a tampa; • Fazer um traço na altura do nível da água e marcar o horário e dia; • Posicionar o paciente; • Pinçar com pinças tipo Kelly* o dreno em 2 locais diferentes, longe do tórax, com as pinças protegidas com gaze (para não perfurar a borracha), de forma que oclua totalmente o dreno; Cuidados de enfermagem https://www.amplavet.com.br/pinca-kelly Cuidados de enfermagem Troca do sistema de drenagem e do selo d’água: • Calçar as luvas estéreis; • Fazer a desinfecção vigorosa na conexão do dreno com a extensão, com gaze embebida em Clorexidina alcoólica; • Desconectar a extensão de borracha e o intermediário, com auxílio de gaze estéril; • Deixar escorrer o conteúdo da extensão de borracha para dentro do frasco de drenagem; • Conectar ao dreno de tórax o intermediário e a extremidade da extensão de borracha correspondente ao selo de água; • Reforçar a junção dreno-intermediário com uma tira de esparadrapo; Cuidados de enfermagem Troca do sistema de drenagem e do selo d’água: • Retirar as pinças do dreno; • Verificar se a coluna líquida do frasco oscila ou borbulha; • Fazer manobras de ordenha na extensão do tubo (somente se indicado em prescrição médica); • Desprezar o material utilizado em saco plástico e descartá-los adequadamente no expurgo. Perfurocortantes na caixa de descarte apropriada; • Retirar luvas, máscara e óculos de segurança; • Higienizar as mãos; • Deixar o paciente em posição confortável; • Registrar no impresso de controles/anotação de enfermagem e na evolução multiprofissional: aspecto e volume do líquido drenado, presença ou não de fluxo de ar pelo sistema de drenagem; complicações durante a realização do procedimento, presença de sangramento, dor, padrão respiratório. Cuidados de Enfermagem na Manutenção do Dreno de Tórax • Checar com frequência a existência de dobras ou torções na extensão do sistema de drenagem e manter as conexões livres de sujidades e desobstruídas; • Controlar e anotar o volume de líquido drenado descontando do total de água destilada adicionada ao frasco na troca anterior (250 ml) e desprezar no vaso sanitário do banheiro do paciente; • Observar atentamente o padrão respiratório e informar alterações da frequência e piora do padrão respiratório; • Evite a formação de bolhas no frasco coletor: • Coloque 10 gotas de silicone líquido ou álcool no frasco selo de água para evitar a formação de bolhas que podem esgotar o líquido do selo de água por evaporação e produzir pneumotórax ou subir no aspirador, danificando-o. Cuidados de Enfermagem na Manutenção dos Drenos de Tórax • Observar sintomas como: dor, dispnéia, cianose; • Manter a cabeceira da cama elevada; • Orientar o paciente para manter o frasco de drenagem em nível mais baixo que o dreno para evitar refluxo do líquido drenado do frasco para a cavidade pleural; • Transportar o frasco de drenagem em nível mais baixo do que o tórax; • Observar se há alterações na pele ao redor do dreno e no tecido subcutâneo (acúmulo de líquido ou ar); • Observar as condições do ponto de sutura que mantém o dreno fixo a pele durante a troca do curativo; • Checar com frequência se há presença de dobras ou torções na extensão do sistema de drenagem e manter as conexões livres de sujidades e desobstruídas; Cuidados de Enfermagem na Manutenção dos Drenos de Tórax • Durante o transporte do paciente NÃO pinçar o dreno e NÃO levantar o dreno a um nível acima do tórax do paciente. Se tiver dúvidas em passar o frasco sobre a grade da cama/maca, chame por ajuda; • Orientar o paciente para não permanecer deitado ou sentado sobre o dreno e evitar dobras e formação de alças que dificulte ou bloqueie a drenagem; • Orientar o paciente sobre possíveis acidentes, tais como: desconexão do dreno, quebra do frasco ou saída do dreno da cavidade torácica - ACIONAR A ENFERMEIRA IMEDIATAMENTE; • Trocar o frasco de drenagem a cada 24 horas ou quando se fizer necessário; • Checar o nível do selo d'água e possível clampeamento, com frequência; • Observar se há vazamentos nas conexões do frasco de dreno; Cuidados de Enfermagem - Curativo • O curativo na inserção do dreno deve ser realizado com solução fisiológica 0,9% + clorexidina alcoólica 0,5%; • Utilizar solução protetora (se houver) entre as trocas (Cavilon Spray® ou Cavilon Sache®); • A troca deve ser diária ou sempre que necessário; http://catalogohospitalar.com.br/cavilon-protetor-cutaneo-cavilon-spray-28ml-3m.html Cuidados de enfermagem - curativo • O meso e o contra-meso auxiliam na fixação, reduzindo a dor e risco de saída acidental do dreno; • Para fazer o meso e contra-meso: • Recorte uma tira de 20 cm e duas tiras de 10 cm de comprimento de fita adesiva hospitalar de 5 cm de largura (micropore ou esparadrapo); • Envolva o dreno na metade da fita longa (20 cm), e colando fita com fita por 2 cm abaixo do dreno; • Fixe o restante da fita adesiva na pele; • Faça o contra-meso afixando as fitas menores (10 cm) sobre cada lado do meso, paralelamente ao dreno; • Evite fixações na região do quadril, pois a movimentação do doente pode provocar angulações no dreno; • A fixação do dreno depende muito mais do meso e contra-meso do que do ponto de sutura na pele. Cuidados de enfermagem - curativo Cuidados de Enfermagem – Localização do Dreno • Verifique na radiografia de tórax se não houve deslocamento do dreno; • Confirme se o último orifício do dreno permanece na cavidade pleural; • Drenos deslocados, com o último orifício na parede torácica podem causar pneumotórax ou enfisema subcutâneo; • Quando excessivamente introduzidos podem provocar dor referida no ombro; • Drenos angulados podem comprometer a drenagem e provocar dor ou soluços por estímulos no diafragma. Aspiração do sistema Frascos de Aspiração ou tubo regulador de vácuo: • A aspiração aplicada ao respiro do frasco selo de água anula a pressão atmosférica e produz pressão negativa no frasco facilitando a drenagem; • Sua indicação é formal nos casos de drenagem sem expansão pulmonar completa; • A aspiração do sistema de drenagem pode ser feita com frasco de aspiração, tubo regulador de vácuo ou sistema de alto fluxo; • A pressão negativa aplicada será determinada pelo comprimento do tubo regulador de pressão que estiver mergulhado no líquido. Se o tubo estiver mergulhado 20 cm no líquido, a pressão será de -20 cm H2O; • Mantenha a pressão de aspiração entre -10 a -20 cm H2O para crianças e -20 a -30 cm H2O para adultos. Anotação de Enfermagem • Anote as características da pele ao redor da inserção do dreno; • Anote a realização do meso e contra meso; • Anote as queixas ou dificuldades do paciente; • Anote rigorosamente qual o volume drenado por unidade de tempo (Ex.: 250 ml/6h); • Para isso, utilize a fita adesiva junto a escala do frasco selo de água; • Marque o dia e a hora da troca do líquido de drenagem; • Trocando o líquido, troque também a fita adesiva pois marcas sobrepostas prejudicam um controle adequado; • Anote o aspecto do líquido drenado: amarelo citrino, sangue, pus, quilo; • Anote se existe fístulaaérea (borbulhamento no frasco selo de água). Aspiração do sistema Eventos adversos Se ocorre saída acidental do dreno em paciente que não tem fístula aérea: • Ocluir RAPIDAMENTE o orifício do dreno; não fique esperando material de curativo, use o que tiver às mãos (lençol, toalha, etc.) ou simplesmente aproxime as bordas do orifício com os dedos; • Avisar o médico responsável; • Fazer curativo compressivo; • Não deixe o paciente sozinho; procure tranquiliza-lo; • Administrar O2 se o paciente apresentar desconforto respiratório; • Se o paciente piorar descomprima o orifício; na dúvida é preferível um pneumotórax total a um pneumotórax hipertensivo. Eventos adversos Se ocorre saída acidental do dreno em paciente que tem fístula aérea: • Ocluir o orifício do dreno na inspiração e abrir na expiração; • A oclusão continua provoca um pneumotórax hipertensivo que pode levar a balanço de mediastino e parada cardíaca; • Avisar o médico responsável rapidamente; • Preparar material para drenagem de emergência. Eventos adversos Se o paciente apresentar enfisema subcutâneo após a drenagem: • Afastar hipótese de obstrução do sistema; • Checar se o último furo do dreno não está fora da cavidade pleural; • Avaliar se o dreno consegue dar vazão ao fluxo de fuga aérea da fístula; • Ocasionalmente são necessários dois drenos e aspiração do sistema em pacientes com fístula aérea de alto débito. Eventos adversos Se o dreno borbulhar excessivamente: • Ser uma fístula aérea de alto débito; certifique-se que o médico responsável pelo paciente esteja ciente; • O último furo do dreno está fora da cavidade pleural; uma radiografia de tórax pode esclarecer, se tiver sido utilizado dreno com linha radiopaca com o último furo feito sobre a linha; • Haver perfuração ou vazamento nas conexões ao longo do sistema de drenagem. Eventos adversos Se a coluna líquida do dreno parar de oscilar? Verifique se: • O sistema está ocluído; • Trata-se de dreno mediastinal: em geral drenos no mediastino oscilam pouco com a respiração e mais com os batimentos cardíacos; • O paciente encontra-se sob ventilação mecânica: nesses casos o paciente respira pela pressão positiva do aparelho e não por "aumento" na pressão negativa do espaço pleural; • O pulmão está totalmente expandido: quando isso ocorre as pleuras parietal e visceral se acoplam tornando virtual o espaço e diminuindo a pressão negativa intrapleural fazendo a coluna líquida do dreno parar de oscilar; • Observação: No dreno intrapleural a coluna líquida oscila para cima na inspiração e para baixo na expiração; oscilação em sentido inverso significa que o dreno deve ter sido colocado inadvertidamente na cavidade abdominal. O que deve ser evitado... • Evite clampear o dreno no transporte do paciente; • Evite ordenhar o dreno, pois esse procedimento é pouco efetivo e pode gerar uma pressão negativa muito alta (com exceção dos drenos mediastinais); • Quando necessitar desobstruir o sistema, desconecte a extensão, e introduza uma sonda nasogástrica calibrosa pelo dreno, aspirando intermitentemente. Notado que o dreno está pérvio, retire rapidamente a sonda e clampe o dreno até conectar novamente a extensão do selo de água; • Lembre-se de abrir o clampe do dreno; • Tome todos os cuidados de antissepsia para esse procedimento. O que nunca deve ser feito... • Nunca eleve o frasco selo de água ao nível do tórax do paciente pois o líquido drenado irá refluir para a cavidade pleural; • Nunca desligue uma aspiração sem antes desconectar o sistema de aspiração do respiro do frasco selo de água; • Nunca clampeie um dreno que estiver borbulhando quando for trocar ou elevar o frasco, se possível use apenas os dedos para pinçar a extenção; • Lembre-se: um dreno clampeado pode provocar um pneumotórax hipertensivo, com balanço do mediastino e parada cardíaca. • Nunca conecte a rede de vácuo direto no respiro do frasco selo de água, use sempre um sistema regulador (frasco de aspiração ou tubo regulador de vácuo). Retirada do dreno de tórax • A retirada do dreno de tórax é feita pelo médico; • Como qualquer procedimento invasivo, o dreno de tórax só deve permanecer o tempo suficiente para drenar todo ar ou líquido existente na cavidade; • Os procedimentos de inserção e retirada de drenos pleurais não são livres de complicações, podendo estar relacionadas com formação de hemotórax, pneumotórax hipertensivo e enfisema subcutâneo; • Os drenos torácicos somente são retirados quando a drenagem total estiver estabilizada, por um período de, pelo menos, três horas. • No caso de pneumotórax ou hemotórax, clampear o dreno por 12 horas, sendo retirado pelo enfermeiro após este período, depois da avaliação e prescrição médica. • Antes de proceder a retirada dos drenos, é necessário solicitar radiografia de tórax para certificar-se de que os pulmões estão completamente expandidos e que não há evidência de pneumotórax ou de líquido retido na cavidade pleural. Retirada do dreno • Critérios para retirada de um dreno de tórax: • A radiografia de tórax mostrar que o pulmão está completamente expandido; • O volume da drenagem for pequeno (entre 50 a 100 ml em 24h); • Aspecto claro (seroso) do volume drenado; • O dreno não borbulhar a pelo menos 24h. Técnica de Retirada do Dreno de Tórax • Higienizar as mãos com solução antisséptica; • Ministrar analgesia conforme prescrição médica, antes do procedimento; • Reunir todo material; • Higienizar as mãos com solução antisséptica; • Orientar o paciente sobre procedimento a ser realizado; • Ordenhar o dreno de tórax, utilizando uma pinça de ordenha e realizando manobras de sucção da parte proximal para a distal, verificando se realmente não há sangramento e retirando coágulos residuais; • Orientar o paciente sobre a técnica de expiração e apnéia no momento da retirada do dreno, inspirar somente quando o dreno for removido totalmente; Técnica de Retirada do Dreno de Tórax • Verificar a presença de enfisema subcutâneo; • Colocar o paciente em posição dorsal e elevar o braço do lado do dreno; • Retirar a cobertura utilizando a pinça dente de rato; • Realizar limpeza com soro fisiológico com a pinça Kelly e após a antissepsia com a clorexidina alcoólica 0,5%; • Retirar o ponto de fio de algodão que fixa o dreno com a lâmina de bisturi e com a pinça anatômica; • Soltar o ponto em bolsa e segurar as extremidades do fio; • Deixar preparado uma cobertura selante com gaze e fita hipoalergênica caso haja quebra dos pontos; • Solicitar ao paciente que realize uma inspiração profunda e consequente apnéia, enquanto o dreno é tracionado progressivamente até sua retirada, e após, orientar a inspiração; • Realizar o fechamento nas bordas do local da inserção dos drenos, com o fio do ponto em bolsa, realizando-se três nós e cortando o excesso do fio; Técnica de Retirada do Dreno de Tórax • Realizar ausculta pulmonar e atentar para ruídos adventícios, realizar palpação e verificar novamente a presença de enfisema subcutâneo; • Ocluir a ferida com curativo por 48 horas e registrar data, hora e assinatura do responsável pelo procedimento; • Atentar para características do curativo nesse período e comunicar o médico caso apresente líquido drenado ou descolamento; • Após descartar o dreno torácico, as luvas e os materiais utilizados, o enfermeiro deve providenciar radiografia de tórax e eletrocardiograma (ECG) do paciente; • Realizar anotação de enfermagem no prontuário do paciente; • Atentar para o padrão respiratório do paciente e comunicar o médico a presença de alterações dos sinais vitais e saturação de oxigênio; • Após sete dias, retirar pontos das bordas e observar cicatrização. • Obrigada!!!
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