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Percepção Sensação Percepção: ativo, subjetivo, central. Sensação: passivo, físico, periférico. A percepção é o conjunto de processos pelos quais é possível reconhecer, organizar e entender as sensações provenientes dos estímulos ambientais. A percepção compreende muitos fenômenos psicológicos. A percepção visual é a modalidade mais amplamente reconhecida e a mais estudada da percepção. A existência de ilusões perceptivas indica que aquilo que se sente (por meio dos órgãos do sentido) não é necessariamente o que é percebido (na mente). A mente pode estar se utilizando da informação sensorial disponível e manipulando-a de alguma forma para criar representações mentais de objetos, propriedades e relacionamentos espaciais do próprio ambiente. Além disso, a maneira como esses objetos são representados depende em parte do ponto de vista do indivíduo ao percebê-los. Essa percepção estável ocorre a despeito das constantes mudanças no tamanho e na forma daquilo que se observa. O objeto distal (distante) é aquele do mundo externo. Os pré-requisitos para a percepção de objetos no mundo externo começam cedo e têm início mesmo antes da informação sensorial atingir os receptores dos sentidos (células neurais que são especializadas em receber determinados tipos de informação sensorial). Quando a informação entra em contato com os receptores sensoriais apropriados dos olhos, ouvido, nariz, da pele ou da boca, ocorre a estimulação proximal (próxima). Por fim, a percepção ocorre quando um objeto perceptual interno reflete de alguma forma as propriedades do mundo externo. Jamais será possível conhecer pela experiência da visão, da audição, do paladar ou do tato exatamente o mesmo conjunto de propriedades de estímulos que já se experimentou antes. No fenômeno da adaptação sensorial, as células receptoras se adaptam à estimulação constante ao deixar de disparar até que haja uma mudança na estimulação. Por meio da adaptação sensorial, pode-se parar de detectar a presença de um estímulo. Este mecanismo garante que a informação sensorial mude constantemente. A constância perceptiva ocorre quando a percepção de um objeto permanece igual, mesmo quando a sensação proximal do objeto distal se altera. As características físicas do objeto distal externo provavelmente não estão mudando, mas, porque ao ser humano é possível lidar efetivamente com o mundo externo, o sistema perceptivo possui mecanismos que ajustam a percepção do estímulo proximal. Dessa maneira, a percepção se mantém constante, embora a sensação proximal mude. Dentre os diversos tipos de constâncias perceptivas, consideram-se dois principais: constância de tamanho e de forma. A constância de tamanho é a percepção de que um objeto mantém o mesmo tamanho, apesar das mudanças no tamanho do estímulo proximal. O tamanho de uma imagem na re tina depende diretamente da distância do objeto em relação ao olho. A constância de forma é a percepção de que um objeto mantém a mesma forma, apesar das mudanças na forma do estímulo proximal. A profundidade é a distância de uma superfície, em geral, usando-se o próprio corpo como superfície de referência em termos de percepção de profundidade. E preciso utilizar todas as informações com relação à profundidade. O uso dessas informações vai além do alcance do próprio corpo do indivíduo. Ex. Ao dirigir um automóvel, o indivíduo usa a profundidade para avaliar a distância do veículo que se aproxima. Quando decide chamar alguém conhecido na rua, a pessoa determina o volume da voz com base na distância em que percebe estar o amigo. Geralmente, as pistas de profundidade são monoculares ou binoculares. As pistas de profundidade monoculares podem ser representadas em apenas duas dimensões e observadas apenas com um olho. As pistas de profundidade binoculares, baseadas na recepção da informação sensorial em três dimensões para ambos os olhos. As pistas de profundidade binoculares usam o posicionamento relativo aos olhos do indivíduo. Os dois olhos estão posicionados com distância suficiente para levar dois tipos de informação ao cérebro: a disparidade binocular e a convergência binocular. Na disparidade binocular, ambos os olhos enviam imagens cada vez mais diferentes ao cérebro, à medida Percepto: uma representação mental de um estímulo percebido. que os objetos se aproximam. Na convergência binocular, os dois olhos viram cada vez mais para dentro à medida que os objetos se aproximam. O cérebro interpreta esses movimentos musculares como indicações da distância. O cérebro contém neurônios especializados na percepção da profundidade, conhecidos, obviamente, como neurônios binoculares, que integram a informação que chega dos dois olhos para formar a informação sobre profundidade. Os neurônios binoculares são encontrados no córtex visual. A representação centrada no observador, diz que o indivíduo armazena a forma como o objeto lhe parece. Sendo assim, o que importa é a aparência do objeto ao observador, e não sua estrutura real. A representação centrada no objeto, diz que o indivíduo armazena uma representação do objeto, independentemente de sua aparência ao observador. A semelhança fundamental entre essas duas posições é que ambas podem explicar como o indivíduo representa um determinado objeto e suas partes. A diferença fundamental está em representar um objeto e suas partes em relação ao próprio indivíduo (centrado no observador) ou em relação à totalidade do objeto propriamente dito, independentemente da própria posição do indivíduo (centrado no objeto). Uma possibilidade de conciliação dessas duas abordagens de representação mental sugere que as pessoas podem usar os dois tipos de representações. De acordo com esta abordagem, o reconhecimento de objetos ocorre em um contínuo. Em um extremo desse contínuo, estão os mecanismos cognitivos que são mais centrados no observador. No outro, estão os mecanismos cognitivos mais centrados no objeto. A percepção faz muito mais para o ser humano do que manter a constância na profundidade do tamanho e da forma. Ela organiza objetos em uma disposição visual em grupos coerentes. Kurt Koffka (1886-1941), Wolfgang Kõhler (1887-1968) e Max Wertheimer (1880-1943) instituíram a abordagem gestaltista de configuração perceptiva, com base na ideia de que o todo é diferente da soma de suas partes individuais. A abordagem gestaltista provou ser especialmente útil para o entendimento de como se percebem grupos de objetos ou mesmo partes deles para formar todos integrais. De acordo com a Lei de Prágnanz (pregnância perceptiva) da Psicologia da Gestalt, a tendência é perceber qualquer disposição visual de forma a organizar do modo mais simples possível os elementos díspares em uma forma coerente e estável. Uma das razões sugeridas para que a figura faça algum sentido é que ambas estão de acordo com o princípio da simetria da Psicologia da Gestalt. A simetria requer que as figuras tenham proporções equilibradas em torno de um eixo ou ponto central. Os princípios gestaltistas de percepção da forma são muito simples e, no entanto, caracterizam grande parte da organização perceptual humana. Os princípios da Gestalt oferecem valiosos insights sobre a percepção da forma e de padrões, porém pouca ou quase nenhuma explicação sobre esses fenômenos. O primeiro sistema é especializado no reconhecimento de partes de objetos e na montagem dessas partes em todos distintos. O segundo sistema é especializado no reconhecimento de configurações maiores e não está equipado adequadamente para analisar as partes dos objetos ou sua construção, mas é bem equipado o bastante para reconhecer configurações. O segundo sistema, muitas vezes, é o mais importante para o reconhecimento de fisionomias. Assim, ao olhar para um amigo que você vê todos os dias, irá reconhecê-lo usando o sistema configuracional. O ser humano é tão dependente nesse sistema do dia-a-dia que pode sequer perceber quandoocorre alguma mudança na aparência dessa pessoa, como o comprimento do cabelo ou os óculos novos. Todavia, o primeiro sistema também pode ser usado para o reconhecimento de fisionomias. No fim das contas, tanto a análise configuracional como a de traços serve para auxiliar a fazer difíceis reconhecimentos e discriminações. O reconhecimento de fisionomia ocorre, ao menos em parte, no giro fusiforme do lobo temporal. O processamento cognitivo de fisionomias e a emoção do rosto podem interagir. Na realidade, existem evidências do efeito de "positividade fisionômica" relacionado à idade. Há provas também de que a emoção aumenta a ativação dentro do giro fusiforme quando as pessoas estão processando fisionomias.
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