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Universidade Paulista - UNIP Arquitetura e Urbanismo - 8º Semestre Disciplina: Técnicas Retrospectivas - Teoria Profª: Jéssica Polito ANTIGA FÁBRICA LIDGERWOOD Trabalho Inventário 1886. Campinas SP Novembro 2021 Andressa Belfante - D570GH-7 Laís Piovesana - N2425A-4 Luciana Brito - D6606D0 Mayara Pedroso - D77IEF-0 Walquiria Ribas – C66165-1 1. Resumo O Patrimônio Cultural Tombado foi Antiga Fábrica Lidgerwood, localizado em Campinas. Uma das primeiras indústrias de Campinas, a Fundição Lidgerwood começou a operar em 1886. A Cia. Lidgerwood foi inovadora na construção de sua fábrica, utilizando a alvenaria aparente (material construtivo importado da Inglaterra) para enriquecer a superfície de suas paredes com saliências.Adotou-se na construção o estilo neogótico vitoriano, tendo características arquitetônicas marcantes os tijolos salientados pelas juntas de argamassa e as portas verticais. O responsável pela obra foi o engenheiro Alemão Heinrich Husemann.A Lidgerwood encerrou suas atividades no ano de 1922. 2. Ficha Técnica Patrimônio Cultural Antiga Fábrica Lidgerwood IDENTIFICAÇÃO: 1. Nome do bem cultural: Nome original: Lidgerwood Manufacturing Company Limited. Nome popular: Antiga fábrica Ligerwood . 2. Tipologia: Arquitetura Industrial – tecnologia de manutenção agrícola 3. Endereço: Rua Andrade Neves, 33 - Centro 13013-1 4. Município e Estado: Campinas, São Paulo. 5. Distrito: Centro de Campinas. 6. Proprietário: Companhia Paulista de Obras e Serviços (CPOS). 7. Áreas: Terreno: 1590 m² 8. Proteção legal existente: Patrimônio nacional tombado por CONDEPACC (nº do processo 003/89, Resolução n° 004 de 21/11/1990. Tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo (Condephaat – Resolução SC-68 de 19/12/2017). 9. Utilização atual: Sem uso 10. Época: O edifício foi construído em 1885. 11. Histórico do edifício: Em 1884 a empresa Lidgerwood Manufacturing Company comprou um terreno na Avenida Andrade Neves, Largo da Estação, próximo a estrada de ferro. No prédio construído no decorrer de 1885 se instalou com os equipamentos industriais para produzir máquinas agrícolas em 188 6. Lidgerwood encerrou suas atividades no ano de 1922 quando vendeu o prédio para Pedro Anderson & Cia. Incorporation, que permaneceu no local até 1928 quando a Cia. Paulista de Estradas de Ferro (CPEF) o comprou. Com a incorporação da ferrovia pelo Estado de São Paulo para formar a FEPASA- Ferrovias Paulistas S.A em 1971, o imóvel acabou servindo de garagem dos funcionários da estatal, deteriorando-se com a falta de manutenção e ficando abandonado até 1991. O edifício foi restaurado e tombado pelo CONDEPACC em 1990 e em 1992, o Museu da Cidade foi criado e ali instalado para reunir os acervos de três museus, o Museu do Índio(1967), o Museu Histórico (1969) e o Museu do Folclore (1977). 12. Transformações ocorridas no edifício Em 1928, quando o edifício foi vendido para funcionar como galpão de vagões, sua arq uitetura foi alterada consideravelmente. O prédio, inicialmente, possuía dois pavimento s, sendo que originalmente a entrada dava acesso ao nível superior. Supõe-se que, com o fechamento da fundição, e inserido o novo uso, havia necessidade de um pé- direito mais alto que comportasse os vagões. Por isso, o piso foi removido, a escadaria demolida e a entrada deslocada para a rua lateral. O único indício material da antiga entrada é o arranque do arco, sob o qual estava a porta de entrada original. A imagem abaixo mostra uma antiga propaganda da empresa Ligerwood publicada no Almanak Laemmert Ilustrado. Nela, observa-se a entrada original do edifício, voltada para o Largo da Estação e com sua imponente escadaria. Logo em seguida, a fachada como se encontra atualmente, com detalhe para o arco removido. A planta baixa, sem data específica, mostra a alteração da posição do portão de acesso lateral e cobertura sobre o pátio. Em 1991, houve o desabamento parcial do corpo posterior do edifício. Um trecho da parede que desabou ainda permanece e a demarcação do eitão do telhado sobre o prédio principal leva a indícios para o dimensionamento desse volume. No início da década de 90, o edifício foi restaurado, a partir de projeto de autoria de Ana Villanueva e Sandra Geraldi, e tombado pelo CONDEPACC Para receber o Museu da Cidade, que foi criado para reunir os acervos de três museus, o Museu do Índio, o Museu Histórico e o Museu do Folclore, e com o propósito de estimular estudos e discussões sobre a trajetória histórica da cidade por meio de várias atividades. 13. Estado de conservação O edifício encontra-se atualemte sem uso, com isso, vem sofrendo deterioração decorrente da ação do tempo, além de pixações, lixo, janelas depredadas, vidros quebrados, mostrando uma situação de abandono. Ao longo do arquivo, serão apresentadas imagens que validam essa avaliação. Características arquitetônicas 14. Descrição: A antiga Fábrica Lidgerwood é um edifício de elevado valor monumental para a cidade de Campinas, pois faz parte da história da cidade materializada em um edifício,que levou a população a um ato de resistência em 1987, ao lutar contra a possível demolição da contrução naquela epoca. Ele é um patrimônio cultural que guarda a memória do trabalho e dos trabalhadores de campinas. Em estilo neogótico vitoriano e tem grande importância arquitetônica, pois tem características da arquitetura industrial do período construído. A tipologia construtiva expoente na época, tinha empregado o material ferro, que trazia a ideia da pré-fabricação e por isso era chamada de Arquitetura do ferro. No interior do prédio, há uma cisterna que recorda os momentos trágicos das epidemias de Febre Amarela que assolaram a Cidade de Campinas nos anos de 1889 e seguintes. O dono da empresa através da Associação Beneficente Lidgerwood mandava buscar água no antigo distrito de Rebouças, atual cidade de Sumaré,para distribuir a população. 15. Situação e ambiência A antiga Fábrica Lidgerwood está situada em uma área central de Campinas, rodeada por serviços comércios, instituições, ou seja, há usos bem variados ao seu redor. É uma região em que se encontra edifícios mais antigos, que fazem parte da história de Campinas, muitos deles conectados com a antiga Fábrica Lidgerwood. É uma área que apresenta carência de manutenção, há lixos espalhados, pichações, calçadas irregu lares ao redor da fábrica e vegetação crescendo em locais impróprios. Por se tratar de uma área rodeada de uso misto, há muitas pessoas circulando ao redor da construção, e devido ao fato de avenidas importantes de Campinas passar ao lado da antiga fábrica, como a avenida Andrade Neves e a avenida Campos Sales, há uma circulação grande de carros e ônibus diariamente. A construção tem janelas voltadas para a rua, como também tem fachadas muradas e tem uma área livre no canto do terreno com vegetação. 16. Sistema construtivo A construção é em alvenaria de tijolo aparente, o edifício Lidgerwod integra uma tipologia arquitetônica expressiva do patrimônio industrial paulista do final do sécu lo XIX, a alvenaria de tijolos aparentes. As variáveis estéticas desses edifícios são definidas pelos chamados brickworks. Formatos, dimensões, técnicas de aparelhamento e sistemas de rejuntamento dos tijolo s definem diferentes categorias de sistemas de amarração de tijolos. O ferro fundido foi utilizado nas grades do porão, nas esquadrias e nas decorativas bandeiras (vãos semicirculares em cima das portas). Com estilo neogótico vitoriano, tendo características arquitetônicas marcantes os tijolos salientados pelas juntas de argamassa e as portas verticais. 3. História do Edifício A empresa Lidgerwood Manufacturing Company Ltda instalou-se na cidade de Nova York, Estados Unidos da América, em 1801, e no Brasil no ano de 1862, na cidade do Rio de Janeiro, sendo o responsávele encarregado de negócios, William Van Vleck Lidgerwood. Em 1868, seu fundador abriu um depósito de instrumentos agrícolas em Campinas, na Rua do Comércio (atual Rua Dr. Quirino, n° 44), pois as grandes lavouras de café do oeste paulista estavam em pleno desenvolvimento e eram certas as companhias férreas passarem por Campinas, nos próximos anos. Permaneceu neste endereço até 1872, quando mudou sua empresa inúmeras vezes de local. Em 1884 a empresa comprou um terreno na Av. Andrade Neves, Largo da Estação, próximo à estrada de ferro. No prédio construído no decorrer de 1885, se instalou com os equipamentos industriais para produzir as máquinas agrícolas em 1886. Em 1889, uma terrível epidemia de febre amarela castigou Campinas e muitas indústrias deixaram a cidade. Devido à falta de mão de obra, a fábrica da Lidgerwood transferiu-se para a capital paulista no ano seguinte, mas manteve uma filial no interior. Durante a epidemia, a casa Lidgerwood providenciou ao povo campineiro água de fora da cidade, fornecendo às suas custas os canos para captação e transporte de água de um pequeno córrego próximo da Estação de Samambaia, da Companhia Paulista e do antigo distrito de Rebouças – atual cidade de Sumaré, no interior da edificação era possível identificar sinais das cisternas que ali foram alocadas. Em 1891, surgiu a Sociedade Beneficente Lidgerwood criada no intuito de prestar serviços à população campineira durante os surtos epidêmicos. A Lidgerwood encerrou suas atividades no ano de 1922 quando vendeu o prédio para Pedro Anderson & Cia. Incorporation, que permaneceu no local até 1928 quando a Cia. Paulista de Estradas de Ferro (CPEF) o comprou. Com a incorporação da ferrovia pelo Estado de São Paulo para formar a FEPASA- Ferrovias Paulistas S.A em 1971, o imóvel acabou servindo de garagem dos funcionários da estatal, deteriorando-se com a falta de manutenção.O prédio da Lidgerwood foi o foco de acontecimentos fundamentais para a história da preservação do Patrimônio Cultural de Campinas. No ano de 1985 devido à implantação de um novo sistema viário correu o risco de demolição sendo impedido pelo manifesto do Grupo de História Regional Febre Amarela, ficando abandonado até 1991. Na ocasião, o presidente do grupo recebeu uma ligação anônima denunciando a demolição de paredes internas no prédio da Lidgerwood. A obra não poderia acontecer, pois o prédio estava próximo a Estação de Campinas, que já era protegida como patrimônio. A Sociedade Febre Amarela fez um boletim de ocorrência contra a Prefeitura de Campinas, atual proprietária do imóvel, parando então as obras e a polícia acabou monitorando o prédio. A Febre Amarela organizou também um ato público simbólico. Munidos de cartazes e faixas, os membros da Sociedade e moradores da região deram as mãos abraçando o prédio. O edifício foi restaurado e tombado pelo CONDEPACC em 1990 e em 1992, o Museu da Cidade foi criado e ali instalado para reunir os acervos de três museus, o Museu do Índio (1967), o Museu Histórico (1969) e o Museu do Folclore (1977), e com o propósito de estimular estudos e discussões sobre a trajetória histórica da cidade por meio de várias atividades. No entanto, o Museu da Cidade foi inaugurado sem que o seu projeto arquitetônico de restauro tivesse sido concluído. Além disso, o prédio não contou com a manutenção corretiva e preventiva adequada, o que colocou problemas para a estrutura do mesmo e levou o CONDEPACC, a aprovar o desmonte do anexo do prédio situado a Rua Lidgerwood, esquina com Campos Sales. Este espaço, pelo projeto arquitetônico original, de autoria de Ana Villanueva e Sandra Geraldi, deveria ter sido restaurado e adaptado seu uso para auditório, o que nunca ocorreu. Mesmo após a demolição do anexo, o prédio continuou a sofrer com o passar do tempo e a ausência de manutenção, realidade esta que ainda expunha o acervo do Museu da Cidade às intempéries do clima e os riscos de acidentes e vandalismo. Os reparos necessários não foram realizados, o que levou ao fechamento do Museu à visitação pública. Para garantir a salvaguarda do acervo, o mesmo foi deslocado para a Estação Cultura para minimizar danos e riscos e o prédio da Lidgerwood passou a ser usado para receber, unicamente, eventos relacionados ao patrimônio cultural imaterial como as rodas de capoeira e de violas, as danças e também ensaios e encenações de peças de teatro Atualmente, em função das restrições advindas da pandemia de coronavírus, o prédio se encontra praticamente inativo. 3.1 Usos já atribuídos Uso original: Indústria produtora de máquinas e implementos agrícolas. • 1884 – 1922 – Instalação da indústria Lidgerwood no atual edifício do MuCi - Sede para depósito de instrumentos agrícolas em Campinas - Fundição de ferro e bronze para construção das máquinas agrícolas. • 1922 – 1928 – Depósito da firma Pedro Anderson & Cia. Incorporation • 1928 – 1990 – Oficina da Cia Paulista de Estradas de Ferro • 1992 – Criação do Museu da Cidade (MuCi) 3.2 Restauros já realizados e respectivas plantas As transformações externas ocorridas no edifício decorreram das alterações de uso, originalmente uma fundição, convertida em depósito e, posteriormente, museu. A principal modificação sobre a fachada é em relação a entrada do prédio da Lidgerwood, onde a porta principal, a escadaria e o frontão foram removidos. Em 1928, quando o edifício foi vendido para funcionar como galpão de vagões, sua arquitetura foi alterada consideravelmente. O prédio, inicialmente, possuía dois pavimentos, sendo que originalmente a entrada dava acesso ao nível superior. Supõe-se que, com o fechamento da fundição, e inserido o novo uso, havia necessidade de um pé-direito mais alto que comportasse os vagões. Por isso, o piso foi removido e a entrada, deslocada para a rua lateral. O único indício material da antiga entrada é o arranque do arco, sob o qual estava a porta de entrada original. A imagem abaixo mostra uma antiga propaganda da empresa Lidgerwood publicada no Almanak Laemmert Ilustrado. Nela, observa- se a entrada original do edifício, voltada para o Largo da Estação e com sua imponente escadaria. Logo em seguida, a fachada como se encontra atualmente, com detalhe para o arco removido. Mudanças listadas em vermelho na planta 1 3 2 Abaixo, uma imagem da planta baixa do projeto parcial de reforma do edifício Lidgerwood M.Co, sem data, encontrado no arquivo do Condepacc que registra a alteração da posição do portão de acesso lateral e cobertura sobre o pátio. Com a construção do viaduto, em 1991, associado à falta de manutenção da construção, provocou o desabamento parcial do corpo posterior do edifício. Um trecho da parede que desabou ainda permanece e a demarcação do oitão do telhado sobre o prédio principal leva a indícios para o dimensionamento desse volume. Na sequência de fotos abaixo, há o registro do anexo original do edifício e depois como está atualmente. Há o registro de algumas plantas baixas do projeto de reforma do edifício, é importante ressaltar que nem todas as alterações projetadas foram realizadas, a mais perceptível é a construção de um auditório no local do antigo anexo demolido. No ano de 1998, foi sugerido um novo layout para o Museu, como pode ser observado na planta baixa abaixo. Abaixo, imagens do modelo tridimensional que mostram a evolução das alterações realizadas no edifício. 3.3 Imagens antigas 4. Plantas atuais PAVIMENO TÉRREO Elevação Rua Lidgerwood PAVIMENO TÉRREO Elevação Rua Lidgerwood Pavilhão entrada Administração Banheiros Não são da construção original Pavilhão show room Pavimento superior Elevação Rua Lidgerwood Elevações Lateral do imóvel -Rua Lidgerwood Lateral do imóvel -Rua Lidgerwood 5. Imagens atuais do edifício Lateral do imóvel -Rua Lidgerwood Lateral do imóvel -Rua Lidgerwood Lateral do imóvel-Rua Lidgerwood Lateral do imóvel -Rua Lidgerwood Esquina Rua Lidgerwood x Andrade Neves Esquina Rua Lidgerwood x Andrade Neves Lateral Avenida Andrade Neves Lateral Avenida Andrade Neves Lateral Avenida Andrade Neves Lateral Avenida Andrade Neves Lateral Avenida Andrade Neves Lateral Avenida Andrade Neves Lateral Avenida Andrade Neves Eaquina Campos Sales x Eua Lidgerwood Lateral Avenida Campos Sales Lateral Avenida Campos Sales Eaquina Andrade Neves x Campos Sales Imagem aérea 6. Imagens atuais do estado de conservação O edifício se encontra em situação de abandono, sofrendo deterioração decorrente da ação do tempo, e de vândalos. Então alémdos desgastes dos materiais construtivos, ecistem pixações, lixo, vidros quebrados, reflexo da falta de manutenção e cuidado com o patrimônio. Seguem imagens d estado de conservação o imóvel. Tijolos deteriorados Pixações 7. Características arquitetônicas A construção na época foi inovadora ,utilizando a alvenaria aparente (material construtivo importado da Inglaterra) para enriquecer a superfície de suas paredes com saliências. As telhas e os vidros de cor “lilás” vieram da França. Nas áreas das oficinas as telhas eram de zinco. O madeiramento (pinho-de- riga) veio importado da Europa. O ferro fundido foi utilizado nas grades do porão, nas esquadrias e nas decorativas bandeiras (vãos semicirculares em cima das portas). Para personalizar a edificação, as bandeiras principais tem como enfoque uma águia em relevo sobre o tronco, uma referencia simbólica ao brasão dos EUA, com fundo de ramos de algodão e café, lembrando as duas principais culturas agrícolas que a firma mais dedicava seus maquinários em nosso país. Esta peça é o símbolo da fundição no Brasil Adotou-se na construção o estilo neogótico vitoriano, tendo característica arquitetônicas marcantes os tijolos salientados pelas juntas de argamassa e as portas verticais. A fábrica possuía um “corpo principal”, dividido em três pisos. No porão ficavam a fundição e as oficinas, que se estendiam para um galpão externo, adjacente ao corpo principal. No pavimento térreo estavam o escritório e o “show-room” para exposição de máquinas e peças. O sótão do edifício era, provavelmente, utilizado como depósito. Analisando as fachadas do edifício, podemos ver como as qualidades decorativas do tijolo foram muito bem aproveitadas. O uso de saliências e tijolos na diagonal enriquece as superfícies e os arcos. O telhado Originalmente, era composto por um único sistema de pilares, vigas e tesouras de madeira responsáveis pelo suporte da cobertura, do forro e do piso do galpão principal. Esse sistema respondia à modulação do sistema estrutural da alvenaria, conforme mostra imagem a baixo. . Janelas Fachada Nordeste Janelas Fachada Nordeste Janelas Fachada Noroeste-externa Janelas fachada Sul Janelas Fachada Norte-externa Portão Fachada Nordeste Porta externa Fachada Norte Porta Balcão Previstas no projeto original, as aberturas de portas eram coincidentes com a sequência modular de pilares em madeira. Quando havia a necessidade de interromper tal sequência, inseria -se um subsistema estrutural para desviar os esforços para as laterais, como esquematizado na Figura abaixo. Quando o prédio foi reformado em meados do século XX, o forro e o piso foram removidos, juntamente com a base dos pilares e escoras que integravam a estrutura de sustentação do telhado. Marcas desses elementos foram registradas e recompostas virtualmente em Archicad 16 , Interrupções entre os módulos da alvenaria e do telhado foram entendidas como intervenções posteriores. Conforme imagem a baixo Programa arquitetonico O projeto original do edifício nunca foi localizado. Algumas das funções originais dos galpões são conhecidas a partir de antigas propagandas e documentos referentes à empresa, Não apenas a história desse edifício é desconhecida, mas a história das fundições no Brasil como um todo. Raros são os registros sobre esse lote arquitetônico. Algumas fotografias e ilustrações antigas integram o acervo disponível, mas raras são as plantas e desenhos que registram a distribuição espacial desses edifícios, caracterizados por um sistema produtivo bastante específico. Dentre o material consultado , foi localizado apenas o projeto de implantação e setorização da Cia. Mac Hardy, muito próxima ao edifício Lidgerwood M.Co. Um dos principais indicadores do programa arquitetônico do edifio , foram as pinturas decorativas existentes na porção sudeste do galpão. Essas pinturas ornavam o setor dos antigos escritórios da empresa que era considerado a parte mais nobre. A imagem a baixo mostra os resquícios desta pintura. Detalhes da pintura na parede Vista do pátio central Desenho fachada Av. Andrade Neves / Levantamento feito em julho 1991 pelo Arquiteto Antônio Carlos Rodrigues Lorette Desenho fachada Av. Campos Sales / Levantamento feito em julho 1991 pelo Arquiteto Antônio Carlos Rodrigues Lorette 8. Situação e ambiência A antiga fábrica Lidgerwood está lcalizada em uma parte central da cidade de Campinas, de frente para a Av. Andrade Neves, que é muito importante para a cidade e tem bastante movimento. A região em que está a fábrica é predominada por serviços, comércios e instituições, como salões de beleza, muitos serviços de hotelarias, estabelecimentos de manutenção, estacionamentos, lojas, igrejas, escolas, hospitais, dentre outros exemplos. Nessa região também encontra-se bastantes edifícios mais antigos, que fazem parte da época em que a fábrica Lidgerwood funcionava com a sua devida função na cidade de Campinas, configurando uma parte histórica da cidade. Há uma certa carência de cuidados nessa área, pois há bastante edifícios abandonados, pichados, calçadas com vegetação imprópria crescendo, sem a devida atenção necessária. Um fato a ser levantado é que na vizinhança encontra-se lotes vazios próximos a antiga fábrica, que poderiam ser potencialmente utilizados para enriquecer a área. Contudo a antiga fábrica Lidgerwood está em uma área com muito movimento na cidade, bem visível e com usos bem variados ao redor. Na antiga fábrica há fachadas com muros, como há também janelas voltadas para a rua e o lote ainda tem um canto livre com vegetação, em uma das esquinas. Mapa de situação elaborado pela equipe – a antiga fábrica Lidgerwoord se encontra entre a Av. Andrade Neves e Av. Campos Sales Implantação do edifício – Antiga fábrica Lidgerwood Campinas Estudos dos usos da vizinhança – é possível observar um uso misto entre os lotes vizinhos, com destaque aos muitos serviços, comércios e instituições. Mapa elaborado pela equipe Antiga Fábrica Lidgerwood Vista área da antiga Fábrica Lidgerwood com o entorno. É possível identificar vários usos importantes para a cidade de Campinas, que estão próximos ao edifício tombado. Há a rodoviária de Campinas Dr. Ramos de Azevedo, há a Estação Cultura, tem o Terminal Central de Campinas, o Palácio da Mogiana, dentre outros estabelecimentos importantes e que contribuem para enriquecer a área em que se está inserido a antiga fábrica. Imagem área obtida pelo Google Earth – acessado 27/10/21 9. Referências Bibliográficas 1. http://www.infopatrimonio.org/wp- content/uploads/2018/01/Resolu%C3%A7%C3%A3o-SC-68-de-19-12- 2017-Lidgerwood-Campinas.pdf – acessado em: 15/10/21 2. http://campinassim.blogspot.com/2015/05/curiosidades-de-campinas- fabrica-da.html - acessado em: 09/10/21 3. https://conheca.campinas.sp.gov.br/pois/296 - acessado em: 27/10/21 4. https://www.campinas.sp.gov.br/arquivos/cultura/paratodos/folhetos/paratod os05.pdf - acessado em 29/10/2021 5. http://campinassim.blogspot.com/2015/05/curiosidades-de-campinas- fabrica-da.html - acessado em 29/10/2021 6. Villela, Ana Teresa Cirigliano, 1988- "Arqueologia da Arquitetura" (AA) : a estratificação tridimensional do tempo / Ana Teresa CiriglianoVillela. – Campinas, SP : [s.n.], 2015. 7. https://ihggcampinas.org/2021/08/02/edificio-lidgerwood-um-marco-na-luta- pela-preservacao-e-difusao-da-memoria-e-historia-de-campinas/ - acessado em 29/10/2021 8. https://iabcampinas.org.br/wp-content/uploads/2015/10/1314IA20006- Large-1024x753.jpg - acesso em 30/10/2021 9. http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/VI_coloquio_t1_sistema _normativo_mapa.pdf- acesso em 30/10/2021 10.https://pt.wikipedia.org/wiki/Lidgerwood_Manufacturing_%26_Co. - acesso em 31/10/2021 11. http://iabcampinas.org.br/wp-content/uploads/2015/10/20-Museu-da- Cidade.pdf-acessoem 31/10/2021 10. Acervos pesquisados 65 20 Inventário Patrimonial do Bem Arquitetônico Museu da Cidade - Lidgerwood 20. Museu da Cidade - Lidgerwood Manufactoring 20.1 A edificação como documento 20.1.1 Bem/Edificação Museu da Cidade - Lidgerwood Manufacturing Ltda. 20.1.2 Localização Avenida Andrade Neves, 33, Centro, Campinas, SP, CEP 13013-160. 20.1.3 Proteção Tombado pelo CONDEPACC, Processo 003/89, Resolução n°. 004 de 27/11/1990 20.1.4 Propriedade Museu da Cidade, antiga Fundição Lidgerwood 20.1.5 Proprietário Companhia Paulista de Obras e Serviços (CPOS) 20.1.6 Usuário Museu da Cidade 20.1.7 Utilização original Fundição Lidgerwood de propriedade de William Van Vleck Lidgerwood 20.1.8 Utilização atual Museu da Cidade 20.1.9 Enquadramento/Implantação O imóvel encontra-se instalado entre as avenidas Dr. Campos Salles, Andrade Neves e rua Lidgerwood. 20.1.10 Valor documental (como testemunho, vestígio arquitetônico) A empresa Lidgerwood MFG Co.Ltda., com sede em Nova York e dirigida por William Van Vleck Lidgerwood, cumpriu papel estratégico nos processos de modernização agrícola dos territórios paulista e brasileiro na segunda metade do século XX. Presente no Brasil a partir da década de 1860 (Rio de janeiro em 1862, Campinas em 1864) coube-lhe, de fato, o desenvolvimento de “atividades produtivas no país por (.) mais de um século” e em diferentes ramos. Inicialmente, o empreendimento atuou “como importador e distribuidor de máquinas de beneficiamento oriundas dos EUA, mais precisamente da fundição Speedwell (..) mantendo negócios em Java (Neetherlands) desde 1868, na Inglaterra (London) desde 1860 e na Escócia (Coatbridge e Lockerbie), desde 1873”. Posteriormente contaria com “fábricas além da de Speedwell, em Nova York, em Coatbridge, em Campinas e mais tarde em São Paulo e em Santo André” (CAMILLO). Segundo Ema Camillo: “.. foi somente a partir de 1884 que essa empresa passou a fabricar as máquinas que há tantos anos vinha comercializando. E isto só ocorreu na cidade de Campinas, inicialmente quando essa firma alugou a Fundição de João Miguel Bierrenbach, localizada na antiga rua da Constituição, hoje, Dr. Costa Aguiar, tendo, no ano seguinte, adquirido o terreno onde foi construído o edifício que sediou a fábrica inaugurada em 1886, lugar que ocupou até 1923, quando encerrou suas atividades na cidade”. Entre as décadas de 1860 e 1880, William Van Vleck Lidgerwood introduziu, instalou e promoveu a modernização produtiva de diferentes ramos da agricultura, entre eles, o cafeeiro; a partir de 1890, o engenheiro mecânico norte-americano centrou-se comercialização, fabricação e distribuição de máquinas de beneficiamento de café, contando então com “depósitos e oficinas na cidade de São Paulo. Estes localizavam-se respectivamente nos bairros de Campos Elíseos e Bom Retiro, entre as linhas férreas da Cia. Sorocabana e da Cia. Paulista. Sendo que a área ocupada pelos edifícios da fábrica no Bom Retiro, era de 17.000 m2 e o escritório foi inicialmente montado à Rua do Commércio, n. 14” (CAMILLO). A abertura da fábrica e fundição em Campinas se fez acompanhar pela criação da Sociedade Beneficente Lidgerwood, destinada a "oferecer aos empregados da fábrica assistência médica e remédios aos sócios enfermo". Esta associação "prestou relevantes serviços à população de Campinas, por ocasião da epidemia de febre amarela", e na "quinta e última visita que o Imperador D. Pedro II fez a Campinas e, especialmente, às suas várias unidades industriais, este foi recepcionado por essa associação que compôs ala nas ruas da cidade e incumbiu-se de mostrar- lhe as instalações da fábrica, tendo sido a segunda a ser visitada". William Lidgerwood, na ocasião, já se constituía no Comendador Lidgerwood, por ter recebido de D. Pedro II a Comenda da Ordem da Rosa "por atos de benemerência práticados em beneficio de Campinas e de seu povo". A Câmara Municipal de Campinas também lhe renderia homenagens ao batizar com seu nome a rua que separava a fábrica da estação da Cia. Paulista de Estradas de Ferro (CAMILLO). Esta fábrica permaneceu em Campinas até 1922, ocasião em que a empresa vendeu as instalações para a firma Pedro Anderson & Cia. Posteriormente, o edifício seria adquirido pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro para uso como depósito, cabendo, mais recentemente, à Companhia Paulista de Obras e Serviços (CPOS) a sua propriedade. Em 1987 o edifício, já desocupado, tornou-se “foco de acontecimentos fundamentais para a história da preservação do Patrimônio Cultural de Campinas (..) Na noite de 29 de maio de 1987, o presidente da Febre Amarela, Antonio da Costa Santos, o Toninho, recebeu uma ligação anônima denunciando a demolição de paredes internas no prédio da Lidgerwood. A obra não poderia acontecer, pois o prédio estava próximo a Estação de Campinas, que já era protegida como patrimônio. A Sociedade Febre Amarela fez um boletim de ocorrência contra a Prefeitura de Campinas, proprietária do imóvel. O então secretário de obras negou a participação da Prefeitura. As obras foram paradas e a polícia monitorou o prédio. A Febre Amarela organizou também um ato público simbólico. Munidos de cartazes e faixas, os membros da Sociedade e moradores da região deram as mão abraçando o prédio. As ações da Febre Amarela causaram grande repercussão na mídia. Graças ao trabalho desse grupo pioneiro em Campinas, as discussões para instituir um conselho de defesa do Patrimônio Cultural, que se iniciaram em 1979, chegaram ao fim com aprovação da lei 5885 de 17 de dezembro de 1987, que criava o Condepacc” (PARATODOS/CSPC). Seu tombamento ocorreu em 1990 e por iniciativa da Prefeitura Municipal de Campinas, o edifício passou a abrigar em 1992 o Museu da Cidade de Campinas. 20.1.11 Documentação administrativa 20.1.12 CONDEPACC, Processo 003/89, Resolução n°. 004 de 27/11/1990 20.1.13 Bibliografia CAMILO, EMA ELISABETE RODRIGUES. Modernização agrícola e máquinas de beneficiamento. Um estudo da Lidgerwood MFG.Co.LTD, década de 1850 a 1890. Dissertação (Mestrado) Faculdade de Economia, UNICAMP, 2003 CAMILO, EMA ELISABETE RODRIGUES. Modernização agrícola e máquinas de beneficiamento. Um estudo da Lidgerwood MFG.Co.LTD, década de 1850 a 1890". Saráo. Memória e Vida cultural de Campinas. Volume 1, n.7, março de 2003 http://www.fec.unicamp.br/~gcor_arquitetura/?page_i d=1212 http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824- 1899/decreto-9623-7-agosto-1886-543386- publicacaooriginal-53653-pe.html http://www.centrodememoria.unicamp.br/sarao/revista 07/sarao_pa_estudando.htm 20.2 Valor arquitetônico 20.2.1 Arquiteto/Construtor/Autor Projeto de Hendrich Hüseman; construção de Guilherme Krug 20.2.2 Estilo, originalidade A Fundição Lidgerwood integra a história idustrial de Campinas cujos primeiros empreendimentos tiveram lugar em meados do século XIX no largo de Santa Cruz. 20.2.3 Aspectos arquitetônicos independentes do estilo (período histórico de construção, evolução e mudanças do edifício) Segundo Ema Camillo: “Em março de 1886, foram inauguradas a nova oficina mecânica, a fundição, serraria a vapor, caldeiraria, setor de modelação e também serralheira, à Av. Andrade de Neves, n. 93, no Largo da Estação Ferroviária da então Cia. Paulista de Estradas de Ferro. O registro na Junta Comercialda Capital do Império aponta o número do decreto 9623 de 7 de agosto de 1886, que autorizou seu funcionamento enquanto fábrica de máquinas. Essa nova fábrica ocupando 85 operários que manufaturavam vinte toneladas de ferro por mês, foi dotada de motor de 75 HP e respectivas caldeiras, possuindo um guindaste de dez toneladas, que avançava sobre os trilhos da Estrada de Ferro Paulista que trafegava aos fundos dessa fábrica”. 20.2.4 Estado físico de preservação (níveis de conservação, negligência, abandono) O edifício apresenta problemas de caráter infra-estrutural (em especial, na rede elétrica e cobertura) e necessita de reforma. As intervenções - consideradas pelo CONDEPACC como prioritárias em um conjunto de mais de 230 bens tombados -, aguardam regularização da documentação de uso pela Prefeitura Municipal frente à Companhia Paulista de Obras e Serviços (CPOS). 20.2.5 Transformações e adaptações, restauração O edifício foi restaurado em princípios dos anos 1990 pelas arquitetas Sandra Geraldi e Anna Villanueva para abrigar o Museu da Cidade de Campinas, instituição que nasceu da fusão dos Museus Histórico, do Índio e do Folclores, instalados no Bosque dos Jequitibás. 20.2.6 Emprego de materiais, programa, outras informações Com projeto arquitetônico de Hendrich Hüseman (arquiteto alemão residente em Campinas) e construção de Guilherme Krug, a fábrica foi edificada com tijolos aparentes e poucos ornamentos, utilizando-se de ferro fundido nas esquadrias das janelas, nas bandeiras das portas, janelas do corpo principal e nas grades do porão. 20.2.7 Área total aproximada Àrea bruta: 1.590 m² 20.3 Estudo do entorno projeto 013/14 cliente IAB Núcleo Regional Campinas assunto Inventário Patrimonial do Bem Arquitetônico sítio Museu da Cidade – Lidgerwood Manufact. local Campinas, SP coordenação Dra. Mirza Pellicciotta data revisão folha 12/10/2015 0 01/03 Copyright © 2015 Conhecimentos Associados Ltda 66 20 Inventário Patrimonial do Bem Arquitetônico Museu da Cidade - Lidgerwood 20.3.1 Área envoltória Com a instalação das Companhias Paulista e Mogiana, a área que até então se encontrava ocupada por atividades rurais ganhou novo sentido. O trânsito de produtos e passageiros motivou a formação de um centro especializado de comércio e de serviços que em pouco tempo passou a oferecer uma variada gama de “mercadorias”: de maquinarias agrícolas importadas à prestação de serviços médicos e educacionais. A malha urbana que desde a inauguração da estação se redesenhara nesta direção, também se adensou, recebendo novas vias, instituições e áreas de moradia popular. Esta região testemunha, no entanto, algo mais. Ela nos fala de uma trajetória de desenvolvimento articulada à economia cafeeira que, no curso do tempo foi capaz de gerar uma outra dinâmica econômica e social marcada pela crescente industrialização de substituição de importações e pela intensificação no uso e especulação do solo urbano. A antiga Fundição Lidgerwood, hoje Museu da Cidade, é testemunha efetiva destas mudanças. 20.3.2 Qualidade arquitetônica, estética, urbanística: interação com o ambiente urbano Como fundição e fábrica de equipamentos agrícolas, a Lidgerwood integrou no passado a região da Estação Paulista, interagindo intimamente com a dinâmica da ferrovia e com as demandas geradas pelo complexo cafeeiro em expansão. Passadas as décadas, o Museu da Cidade, instalado neste edifício, surgiu do propósito de interagir com as novas atividades que então começavam a ser implantadas na antiga Estação, e que visavam transformá-la num complexo cultural. Os vínculos pretendidos entre a edificação e a estação dão sentido à trajetória histórica da região e cumprem um papel importante como marca identitária da cidade. 20.4 Outros elementos patrimoniais do bem 20.4.1 Bens móveis O edifício abriga, desde 1992, o Museu da Cidade de Campinas (MUCI), instituição que surgiu da fusão dos Museus Histórico, do Folclore e do Índio, instalados no Bosque dos Jequitibás. projeto 013/14 cliente IAB Núcleo Regional Campinas assunto Inventário Patrimonial do Bem Arquitetônico sítio Museu da Cidade – Lidgerwood Manufact. local Campinas, SP coordenação Dra. Mirza Pellicciotta data revisão folha 12/10/2015 0 02/03 Copyright © 2015 Conhecimentos Associados Ltda 67 20 Inventário Patrimonial do Bem Arquitetônico Museu da Cidade - Lidgerwood 20.5 Iconografia 67 projeto 013/14 cliente IAB Núcleo Regional Campinas assunto Inventário Patrimonial do Bem Arquitetônico sítio Museu da Cidade – Lidgerwood Manufact. local Campinas, SP coordenação Dra. Mirza Pellicciotta data revisão folha 12/10/2015 0 03/03 Copyright © 2015 Conhecimentos Associados Ltda N LIDGERWOOD M. Co. N N LIDGERWOOD M. Co. 162 Implantação e programa da Cia. Mac Hardy O sistema produtivo da Mac Hardy e da Lidgerwood M.Co. era bastante semelhante, servindo assim como parâmetro comparativo dos aspectos espaciais e funcionais aqui estudados. FIGURA 112 Organização funcional da Cia. Mac Hardy. A Mac Hardy ocupava 4 quarteiões próximos à Lidgerwood M.Co, hierarquizados de acordo com as seguintes funções: Bloco 1: quintal, oficina mecânica, ferraria, armazéns, escritório e carpintaria; Bloco 2: fundição, depósito de máquinas, depósito de ferro, depósito de carvão, quintal da fundição e cocheiras; Bloco 3: depósito de máquinas, depósito de madeira, depósito de tintas, depósito de óleos e depósito de cimento; Bloco 4: serraria Fonte: CAMILLO, 2010. LIDGERWOOD M. Co. N L ID G E R W O O D M . C o. L ID G E R W O O D M . C o. 241 FACHADAS SUL E SUDESTE FIGURA 125 Lidgerwood M.Co: Fachadas sudeste e sul em diferentes fases construtivas. Originalmente voltada para o Largo da Estação, a entrada do edifício Lidgerwood M.Co. era marcada por uma imponente escadaria que conduzia ao piso dos escritórios da empresa, a área mais nobre de todo conjunto arquitetônico. Ao lado, a Fachada Sul era marcada por uma sequência de treze portas-balcão, com bandeiras em ferro fundido decoradas com uma águia sobre ramos de café. Ao fundo, como indicado na foto antiga, o lote era fechado apenas por um muro. Posteriormente aproveitou-se a estrutura do muro existente para construção de um anexo, onde funcionava o show room das máquinas produzidas pela fábrica (Fase 2). Ao ser construído esse novo volume, houve uma alteração sobre o galpão principal, cujo comprimento foi reduzido e removidas duas portas-balcão. Quando encerradas as atividades da Lidgerwood M.Co, o acesso ao prédio foi transferido para a Avenida Andrade Neves, e o antigo frontispício de entrada foi substituído por duas janelas, que seguiram o modelo daquelas voltadas para fachada Nordeste (Fase 3). Indícios do antigo arco sobre a porta ainda permanecem sobre a fachada atual. 242 FACHADAS SUL E NORDESTE FIGURA 126 Lidgerwood M.Co: Fachadas sudeste e nordeste em diferentes fases construtivas. Quando foi alterada a entrada original do edifício, removeu-se toda a plataforma que conduzia à escadaria principal. Por ocasião desta mudança, todo embasamento do prédio foi revestido em pedras. 243 FACHADAS NORTE, NORDESTE E NOROESTE FIGURA 127 Lidgerwood M.Co: Fachadas nordeste e noroeste em diferentes fases construtivas. Embora a cronologia do edifício não aponte mudanças substanciais no perímetro da edificação, a principal intervenção consistiu na remoção do piso do galpão principal, quando também foram entapumadas as portas e janelas de acesso ao mesmo. Durante o restauro, as aberturas das paredes e muros foram reconstituídas e recompondo as folhas faltantes. 244 FACHADAS NOROESTE E OESTE FIGURA 128A (acima) Lidgerwood M.Co: Fachadas noroeste e oeste em diferentes fases construtivas. Acredita-se que o anexo do show room foi posterior ao edifício original, poisos tijolos – de qualidade e acabamento inferiores (Figura 128B) - e os ornamentos nele empregados não condizem com os demais. Apenas a alvenaria do muro original foi aproveitada. FIGURA 128B (à esquerda) Detalhe dos tijolos utilizados na construção do anexo do show room. Fonte: Arquivo fotográfico de Ana Aparecida Villanueva Rodrigues, 1992. 245 PÁTIO (Av. Andrade Neves) FIGURA 129 Lidgerwood M.Co: Pátio frontal, voltado para a Avenida Andrade Neves 246 PÁTIO (Av. Campos Sales) FIGURA 130 Lidgerwood M.Co: Pátio posterior, voltado para a Avenida Campos Sales f18aad7dd3636ed26168385a1ce039319fb691641ab0dbbfc74dd792b15b3977.pdf 8f66db695f9038d9749972ed92209c01af2ba13f28d659f4547d860813d2bab0.pdf f18aad7dd3636ed26168385a1ce039319fb691641ab0dbbfc74dd792b15b3977.pdf
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