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Antiga-Fábrica-Lidgerwood-Inventário-TRP (1)

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Universidade Paulista - UNIP
Arquitetura e Urbanismo - 8º Semestre
Disciplina: Técnicas Retrospectivas - Teoria
Profª: Jéssica Polito
ANTIGA FÁBRICA LIDGERWOOD
Trabalho Inventário
1886.
Campinas SP
Novembro 2021
Andressa Belfante - D570GH-7
Laís Piovesana - N2425A-4
Luciana Brito - D6606D0 
Mayara Pedroso - D77IEF-0
Walquiria Ribas – C66165-1
1. Resumo
O Patrimônio Cultural Tombado foi Antiga Fábrica Lidgerwood, 
localizado em Campinas.
Uma das primeiras indústrias de Campinas, a Fundição Lidgerwood começou a operar 
em 1886. A Cia. Lidgerwood foi inovadora na construção de sua fábrica, utilizando a 
alvenaria aparente (material construtivo importado da Inglaterra) para enriquecer a 
superfície de suas paredes com saliências.Adotou-se na construção o estilo neogótico 
vitoriano, tendo características arquitetônicas marcantes os tijolos salientados pelas 
juntas de argamassa e as portas verticais. O responsável pela obra foi o engenheiro 
Alemão Heinrich Husemann.A Lidgerwood encerrou suas atividades no ano de 1922.
2. Ficha Técnica Patrimônio Cultural Antiga Fábrica Lidgerwood
IDENTIFICAÇÃO:
1. Nome do bem cultural: Nome original: Lidgerwood Manufacturing Company Limited. 
Nome popular: Antiga fábrica Ligerwood .
2. Tipologia: Arquitetura Industrial – tecnologia de manutenção agrícola
3. Endereço: Rua Andrade Neves, 33 - Centro 13013-1
4. Município e Estado: Campinas, São Paulo.
5. Distrito: Centro de Campinas.
6. Proprietário: Companhia Paulista de Obras e Serviços (CPOS).
7. Áreas: Terreno: 1590 m²
8. Proteção legal existente: Patrimônio nacional tombado por CONDEPACC (nº do 
processo 003/89, Resolução n° 004 de 21/11/1990.
Tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e 
Turístico de São Paulo (Condephaat – Resolução SC-68 de 19/12/2017).
9. Utilização atual: Sem uso
10. Época: O edifício foi construído em 1885.
11. Histórico do edifício:
Em 1884 a empresa Lidgerwood Manufacturing 
Company comprou um terreno na Avenida Andrade Neves, Largo 
da Estação, próximo a estrada de ferro.
No prédio construído no decorrer de 1885 
se instalou com os equipamentos industriais para produzir máquinas agrícolas em 188
6. Lidgerwood encerrou suas atividades no ano de 1922 quando vendeu o prédio para 
Pedro Anderson & Cia. Incorporation, que permaneceu no local até 1928 quando a 
Cia. Paulista de Estradas de Ferro (CPEF) o comprou. 
Com a incorporação da ferrovia pelo Estado de São Paulo para formar a FEPASA-
Ferrovias Paulistas S.A em 1971, 
o imóvel acabou servindo de garagem dos funcionários da estatal, deteriorando-se 
com a falta de manutenção e ficando abandonado até 1991.
O edifício foi restaurado e tombado pelo CONDEPACC em 1990 
e em 1992, o Museu da Cidade foi criado e ali instalado para reunir os acervos de três
museus, o Museu do Índio(1967), o Museu Histórico (1969) e 
o Museu do Folclore (1977).
12. Transformações ocorridas no edifício
Em 1928, quando o edifício foi vendido para funcionar como galpão de vagões, sua arq
uitetura foi alterada consideravelmente. O prédio, inicialmente, possuía dois pavimento
s, sendo que originalmente a entrada dava acesso ao nível superior. Supõe-se que, 
com o fechamento da fundição, e inserido o novo uso, havia necessidade de um pé-
direito mais alto que comportasse os vagões. 
Por isso, o piso foi removido, a escadaria demolida e a entrada deslocada para 
a rua lateral. O único indício material da antiga entrada é o arranque do arco, sob o 
qual estava a porta de entrada 
original. A imagem abaixo mostra uma antiga propaganda da empresa
Ligerwood publicada no Almanak Laemmert Ilustrado. Nela, observa-se a entrada 
original do edifício, voltada para o Largo da Estação e com sua imponente escadaria. 
Logo em seguida, a fachada como se encontra atualmente, com detalhe para o 
arco removido.
A planta baixa, sem data específica, mostra a alteração da posição do portão de acesso
lateral e cobertura sobre o pátio.
Em 1991, houve o desabamento parcial do corpo posterior do edifício. 
Um trecho da parede que desabou ainda permanece e a demarcação do eitão do 
telhado sobre o prédio principal leva a indícios para o dimensionamento desse volume.
No início da década de 90, o edifício foi restaurado, a partir de projeto de autoria de Ana 
Villanueva e Sandra Geraldi, e tombado pelo CONDEPACC Para receber o Museu da
Cidade, que foi criado para reunir os acervos de três museus, o Museu do Índio, 
o Museu Histórico e o Museu do Folclore, e com 
o propósito de estimular estudos e discussões sobre a trajetória histórica da cidade por
meio de várias atividades.
13. Estado de conservação
O edifício encontra-se atualemte sem uso, com isso, vem sofrendo deterioração decorrente da 
ação do tempo, além de pixações, lixo, janelas depredadas, vidros quebrados, mostrando uma 
situação de abandono. Ao longo do arquivo, serão apresentadas imagens que validam essa 
avaliação.
Características arquitetônicas
14. Descrição:
A antiga Fábrica Lidgerwood é um edifício de elevado valor monumental para a cidade
de Campinas, pois faz parte da história da cidade materializada em um edifício,que levou
a população a um ato de resistência em 1987, ao lutar contra a possível demolição da 
contrução naquela epoca.
Ele é um patrimônio cultural que guarda a memória do trabalho e dos trabalhadores de 
campinas.
Em estilo neogótico vitoriano e tem grande importância arquitetônica, 
pois tem características da arquitetura industrial do período construído.
A tipologia construtiva expoente na época, tinha empregado o material ferro, que trazia a 
ideia da pré-fabricação e por isso era chamada de Arquitetura do ferro.
No interior do prédio, há uma cisterna que recorda os momentos trágicos das 
epidemias de Febre Amarela que assolaram a Cidade de Campinas nos anos de 1889 e 
seguintes. O dono da empresa através da Associação Beneficente Lidgerwood mandava 
buscar água no antigo distrito de Rebouças, atual cidade de Sumaré,para distribuir a 
população.
15. Situação e ambiência
A antiga Fábrica Lidgerwood está situada em uma área central de Campinas, rodeada por serviços
comércios, instituições, ou seja, há usos bem variados ao seu redor. É uma região em que 
se encontra edifícios mais antigos, que fazem parte da história de Campinas, muitos deles 
conectados com a antiga Fábrica Lidgerwood. 
É uma área que apresenta carência de manutenção, há lixos espalhados, pichações, calçadas irregu
lares ao redor da fábrica e vegetação crescendo em locais impróprios. Por 
se tratar de uma área rodeada de uso misto, há muitas pessoas circulando ao redor da construção, 
e devido ao fato de avenidas importantes de 
Campinas passar ao lado da antiga fábrica, como a avenida Andrade Neves e a avenida Campos 
Sales, há uma circulação grande de carros e ônibus diariamente. 
A construção tem janelas voltadas para 
a rua, como também tem fachadas muradas e tem uma área livre no 
canto do terreno com vegetação.
16. Sistema construtivo
A construção é em alvenaria de tijolo aparente, o edifício Lidgerwod integra 
uma tipologia arquitetônica expressiva do patrimônio industrial paulista do final do sécu
lo
XIX, a alvenaria de tijolos aparentes.
As variáveis estéticas desses edifícios são definidas pelos chamados brickworks. 
Formatos, dimensões, técnicas de aparelhamento e sistemas de rejuntamento dos tijolo
s definem diferentes categorias de sistemas de amarração de tijolos.
O ferro fundido foi utilizado nas grades do porão, nas esquadrias e nas decorativas 
bandeiras (vãos semicirculares em cima das portas). Com estilo neogótico vitoriano, 
tendo características arquitetônicas marcantes os tijolos salientados pelas juntas de 
argamassa e as portas verticais. 
3. História do Edifício
A empresa Lidgerwood Manufacturing Company Ltda instalou-se na cidade 
de Nova York, Estados Unidos da América, em 1801, e no Brasil no ano de 
1862, na cidade do Rio de Janeiro, sendo o responsávele encarregado de 
negócios, William Van Vleck Lidgerwood.
Em 1868, seu fundador abriu um depósito de instrumentos agrícolas em 
Campinas, na Rua do Comércio (atual Rua Dr. Quirino, n° 44), pois as 
grandes lavouras de café do oeste paulista estavam em pleno 
desenvolvimento e eram certas as companhias férreas passarem por 
Campinas, nos próximos anos. Permaneceu neste endereço até 1872, 
quando mudou sua empresa inúmeras vezes de local. Em 1884 a empresa 
comprou um terreno na Av. Andrade Neves, Largo da Estação, próximo à 
estrada de ferro. No prédio construído no decorrer de 1885, se instalou 
com os equipamentos industriais para produzir as máquinas agrícolas em 
1886.
Em 1889, uma terrível epidemia de febre amarela castigou Campinas e 
muitas indústrias deixaram a cidade. Devido à falta de mão de obra, a 
fábrica da Lidgerwood transferiu-se para a capital paulista no ano seguinte, 
mas manteve uma filial no interior. Durante a epidemia, a casa Lidgerwood
providenciou ao povo campineiro água de fora da cidade, fornecendo às 
suas custas os canos para captação e transporte de água de um pequeno 
córrego próximo da Estação de Samambaia, da Companhia Paulista e do 
antigo distrito de Rebouças – atual cidade de Sumaré, no interior da 
edificação era possível identificar sinais das cisternas que ali foram 
alocadas. Em 1891, surgiu a Sociedade Beneficente Lidgerwood criada no 
intuito de prestar serviços à população campineira durante os surtos 
epidêmicos. A Lidgerwood encerrou suas atividades no ano de 1922 
quando vendeu o prédio para Pedro Anderson & Cia. Incorporation, que 
permaneceu no local até 1928 quando a Cia. Paulista de Estradas de 
Ferro (CPEF) o comprou. Com a incorporação da ferrovia pelo Estado de 
São Paulo para formar a FEPASA- Ferrovias Paulistas S.A em 1971, o 
imóvel acabou servindo de garagem dos funcionários da estatal, 
deteriorando-se com a falta de manutenção.O prédio da Lidgerwood foi o 
foco de acontecimentos fundamentais para a história da preservação do 
Patrimônio Cultural de Campinas. No ano de 1985 devido à implantação 
de um novo sistema viário correu o risco de demolição sendo impedido 
pelo manifesto do Grupo de História Regional Febre Amarela, ficando 
abandonado até 1991. Na ocasião, o presidente do grupo recebeu 
uma ligação anônima denunciando a demolição de paredes internas no 
prédio da Lidgerwood. A obra não poderia acontecer, pois o prédio estava 
próximo a Estação de Campinas, que já era protegida como patrimônio. A 
Sociedade Febre Amarela fez um boletim de ocorrência contra a Prefeitura 
de Campinas, atual proprietária do imóvel, parando então as obras e a 
polícia acabou monitorando o prédio.
A Febre Amarela organizou também um ato público simbólico. Munidos 
de cartazes e faixas, os membros da Sociedade e moradores da região deram 
as mãos abraçando o prédio.
O edifício foi restaurado e tombado pelo CONDEPACC em 1990 e em 1992, o 
Museu da Cidade foi criado e ali instalado para reunir os acervos de três 
museus, o Museu do Índio (1967), o Museu Histórico (1969) e o Museu do 
Folclore (1977), e com o propósito de estimular estudos e discussões sobre a 
trajetória histórica da cidade por meio de várias atividades. 
No entanto, o Museu da Cidade foi inaugurado sem que o seu projeto 
arquitetônico de restauro tivesse sido concluído. Além disso, o prédio não 
contou com a manutenção corretiva e preventiva adequada, o que colocou 
problemas para a estrutura do mesmo e levou o CONDEPACC, a aprovar o 
desmonte do anexo do prédio situado a Rua Lidgerwood, esquina com Campos 
Sales. Este espaço, pelo projeto arquitetônico original, de autoria de Ana 
Villanueva e Sandra Geraldi, deveria ter sido restaurado e adaptado seu uso 
para auditório, o que nunca ocorreu.
Mesmo após a demolição do anexo, o prédio continuou a sofrer com o passar 
do tempo e a ausência de manutenção, realidade esta que ainda expunha o 
acervo do Museu da Cidade às intempéries do clima e os riscos de acidentes 
e vandalismo. Os reparos necessários não foram realizados, o que levou 
ao fechamento do Museu à visitação pública. Para garantir a salvaguarda do 
acervo, o mesmo foi deslocado para a Estação Cultura para minimizar danos e 
riscos e o prédio da Lidgerwood passou a ser usado para receber, unicamente, 
eventos relacionados ao patrimônio cultural imaterial como as rodas de 
capoeira e de violas, as danças e também ensaios e encenações de peças de 
teatro
Atualmente, em função das restrições advindas da pandemia de coronavírus, o 
prédio se encontra praticamente inativo.
3.1 Usos já atribuídos
Uso original: Indústria produtora de máquinas e implementos agrícolas.
• 1884 – 1922 – Instalação da indústria Lidgerwood no atual edifício do MuCi
- Sede para depósito de instrumentos agrícolas em Campinas 
- Fundição de ferro e bronze para construção das máquinas agrícolas. 
• 1922 – 1928 – Depósito da firma Pedro Anderson & Cia. Incorporation
• 1928 – 1990 – Oficina da Cia Paulista de Estradas de Ferro
• 1992 – Criação do Museu da Cidade (MuCi)
3.2 Restauros já realizados e respectivas plantas
As transformações externas ocorridas no edifício decorreram das alterações de uso, 
originalmente uma fundição, convertida em depósito e, posteriormente, museu. A 
principal modificação sobre a fachada é em relação a entrada do 
prédio da Lidgerwood, onde a porta principal, a escadaria e o frontão foram 
removidos. Em 1928, quando o edifício foi vendido para funcionar como galpão de 
vagões, sua arquitetura foi alterada consideravelmente. O prédio, inicialmente, 
possuía dois pavimentos, sendo que originalmente a entrada dava acesso ao nível 
superior. Supõe-se que, com o fechamento da fundição, e inserido o novo uso, 
havia necessidade de um pé-direito mais alto que comportasse os vagões. Por isso, 
o piso foi removido e a entrada, deslocada para a rua lateral. O único indício 
material da antiga entrada é o arranque do arco, sob o qual estava a porta de 
entrada original. A imagem abaixo mostra uma antiga propaganda 
da empresa Lidgerwood publicada no Almanak Laemmert Ilustrado. Nela, observa-
se a entrada original do edifício, voltada para o Largo da Estação e com 
sua imponente escadaria. Logo em seguida, a fachada como se encontra 
atualmente, com detalhe para o arco removido.
Mudanças listadas em vermelho na planta
1 3
2
Abaixo, uma imagem da planta baixa do projeto parcial de reforma do 
edifício Lidgerwood M.Co, sem data, encontrado no arquivo do Condepacc que 
registra a alteração da posição do portão de acesso lateral e cobertura sobre o pátio.
Com a construção do viaduto, em 1991, associado à falta de manutenção da 
construção, provocou o desabamento parcial do corpo posterior do edifício. Um 
trecho da parede que desabou ainda permanece e a demarcação do oitão do 
telhado sobre o prédio principal leva a indícios para o dimensionamento desse 
volume. Na sequência de fotos abaixo, há o registro do anexo original do edifício 
e depois como está atualmente.
Há o registro de algumas plantas baixas do projeto de reforma do edifício, é 
importante ressaltar que nem todas as alterações projetadas foram realizadas, a 
mais perceptível é a construção de um auditório no local do antigo anexo demolido.
No ano de 1998, foi sugerido um novo layout para o Museu, como pode ser 
observado na planta baixa abaixo.
Abaixo, imagens do modelo tridimensional que mostram a evolução das alterações realizadas 
no edifício.
3.3 Imagens antigas
4. Plantas atuais
PAVIMENO TÉRREO
Elevação
Rua Lidgerwood
PAVIMENO TÉRREO
Elevação
Rua Lidgerwood
Pavilhão entrada
Administração
Banheiros
Não são da construção original
Pavilhão show room
Pavimento superior
Elevação
Rua Lidgerwood
Elevações
Lateral do imóvel -Rua Lidgerwood
Lateral do imóvel -Rua Lidgerwood
5. Imagens atuais do edifício
Lateral do imóvel -Rua Lidgerwood
Lateral do imóvel -Rua Lidgerwood
Lateral do imóvel-Rua Lidgerwood
Lateral do imóvel -Rua Lidgerwood
Esquina Rua Lidgerwood x Andrade Neves
Esquina Rua Lidgerwood x Andrade Neves
Lateral Avenida Andrade Neves Lateral Avenida Andrade Neves
Lateral Avenida Andrade Neves
Lateral Avenida Andrade Neves
Lateral Avenida Andrade Neves
Lateral Avenida Andrade Neves
Lateral Avenida Andrade Neves
Eaquina Campos Sales x Eua Lidgerwood
Lateral Avenida Campos Sales
Lateral Avenida Campos Sales
Eaquina Andrade Neves x Campos Sales
Imagem aérea
6. Imagens atuais do estado de conservação
O edifício se encontra em situação de abandono, sofrendo deterioração 
decorrente da ação do tempo, e de vândalos. Então alémdos desgastes 
dos materiais construtivos, ecistem pixações, lixo, vidros quebrados, 
reflexo da falta de manutenção e cuidado com o patrimônio.
Seguem imagens d estado de conservação o imóvel.
Tijolos deteriorados
Pixações
7. Características arquitetônicas
A construção na época foi inovadora ,utilizando a alvenaria aparente (material
construtivo importado da Inglaterra) para enriquecer a superfície de suas
paredes com saliências. As telhas e os vidros de cor “lilás” vieram da França.
Nas áreas das oficinas as telhas eram de zinco. O madeiramento (pinho-de-
riga) veio importado da Europa.
O ferro fundido foi utilizado nas grades do porão, nas esquadrias e nas
decorativas bandeiras (vãos semicirculares em cima das portas). Para
personalizar a edificação, as bandeiras principais tem como enfoque uma águia
em relevo sobre o tronco, uma referencia simbólica ao brasão dos EUA, com
fundo de ramos de algodão e café, lembrando as duas principais culturas
agrícolas que a firma mais dedicava seus maquinários em nosso país. Esta
peça é o símbolo da fundição no Brasil
Adotou-se na construção o estilo neogótico vitoriano, tendo característica
arquitetônicas marcantes os tijolos salientados pelas juntas de argamassa e as
portas verticais.
A fábrica possuía um “corpo principal”, dividido em três pisos. No porão 
ficavam a fundição e as oficinas, que se estendiam para um galpão externo, 
adjacente ao corpo principal. No pavimento térreo estavam o escritório e o 
“show-room” para exposição de máquinas e peças. O sótão do edifício era, 
provavelmente, utilizado como depósito. Analisando as fachadas do edifício, 
podemos ver como as qualidades decorativas do tijolo foram muito bem 
aproveitadas. O uso de saliências e tijolos na diagonal enriquece as superfícies 
e os arcos.
O telhado Originalmente, era composto por um único sistema de pilares,
vigas e tesouras de madeira responsáveis pelo suporte da cobertura, do forro e 
do piso do galpão principal. Esse sistema respondia à modulação do sistema 
estrutural da alvenaria, conforme mostra imagem a baixo.
.
Janelas
Fachada Nordeste
Janelas
Fachada Nordeste
Janelas
Fachada Noroeste-externa
Janelas
fachada Sul
Janelas
Fachada Norte-externa
Portão
Fachada Nordeste
Porta externa
Fachada Norte
Porta Balcão
Previstas no projeto original, as aberturas de portas eram coincidentes
com a sequência modular de pilares em madeira. Quando havia a necessidade de 
interromper tal sequência, inseria -se um subsistema estrutural para desviar os esforços 
para as laterais, como esquematizado na Figura abaixo.
Quando o prédio foi reformado em meados do século XX, o forro e o piso foram
removidos, juntamente com a base dos pilares e escoras que integravam a estrutura de 
sustentação do telhado. Marcas desses elementos foram registradas e recompostas 
virtualmente em Archicad 16 , Interrupções entre os módulos da alvenaria e do telhado 
foram entendidas como intervenções posteriores.
Conforme imagem a baixo
Programa arquitetonico
O projeto original do edifício nunca foi localizado. Algumas das funções originais 
dos galpões são conhecidas a partir de antigas propagandas e documentos referentes à 
empresa, Não apenas a história desse edifício é desconhecida, mas a história das 
fundições 
no Brasil como um todo. Raros são os registros sobre esse lote arquitetônico. Algumas 
fotografias e ilustrações antigas integram o acervo disponível, mas raras são as plantas e 
desenhos que registram a distribuição espacial desses edifícios, caracterizados por um 
sistema 
produtivo bastante específico. Dentre o material consultado , foi localizado apenas o projeto 
de 
implantação e setorização da Cia. Mac Hardy, muito próxima ao edifício Lidgerwood M.Co.
Um dos principais indicadores do programa arquitetônico do edifio , foram as pinturas 
decorativas existentes na porção sudeste do galpão.
Essas pinturas ornavam o setor dos antigos escritórios da empresa que era considerado a 
parte mais nobre. 
A imagem a baixo mostra os resquícios desta pintura.
Detalhes da pintura na parede
Vista do pátio central
Desenho fachada Av. Andrade Neves / Levantamento feito em julho 1991 pelo Arquiteto 
Antônio Carlos Rodrigues Lorette
Desenho fachada Av. Campos Sales / Levantamento feito em julho 1991 pelo Arquiteto Antônio Carlos 
Rodrigues Lorette
8. Situação e ambiência
A antiga fábrica Lidgerwood está lcalizada em uma parte central da cidade de
Campinas, de frente para a Av. Andrade Neves, que é muito importante para a
cidade e tem bastante movimento. A região em que está a fábrica é predominada
por serviços, comércios e instituições, como salões de beleza, muitos serviços de
hotelarias, estabelecimentos de manutenção, estacionamentos, lojas, igrejas,
escolas, hospitais, dentre outros exemplos. Nessa região também encontra-se
bastantes edifícios mais antigos, que fazem parte da época em que a fábrica
Lidgerwood funcionava com a sua devida função na cidade de Campinas,
configurando uma parte histórica da cidade. Há uma certa carência de cuidados
nessa área, pois há bastante edifícios abandonados, pichados, calçadas com
vegetação imprópria crescendo, sem a devida atenção necessária. Um fato a ser
levantado é que na vizinhança encontra-se lotes vazios próximos a antiga fábrica,
que poderiam ser potencialmente utilizados para enriquecer a área. Contudo a
antiga fábrica Lidgerwood está em uma área com muito movimento na cidade, bem
visível e com usos bem variados ao redor. Na antiga fábrica há fachadas com
muros, como há também janelas voltadas para a rua e o lote ainda tem um canto
livre com vegetação, em uma das esquinas.
Mapa de situação elaborado pela equipe – a antiga fábrica Lidgerwoord se encontra entre a Av.
Andrade Neves e Av. Campos Sales
Implantação do edifício – Antiga fábrica Lidgerwood Campinas
Estudos dos usos da vizinhança – é possível observar um uso misto entre os lotes
vizinhos, com destaque aos muitos serviços, comércios e instituições.
Mapa elaborado pela equipe
Antiga Fábrica Lidgerwood
Vista área da antiga Fábrica Lidgerwood com o entorno. É possível identificar vários
usos importantes para a cidade de Campinas, que estão próximos ao edifício
tombado. Há a rodoviária de Campinas Dr. Ramos de Azevedo, há a Estação
Cultura, tem o Terminal Central de Campinas, o Palácio da Mogiana, dentre outros
estabelecimentos importantes e que contribuem para enriquecer a área em que se
está inserido a antiga fábrica.
Imagem área obtida pelo Google Earth – acessado 27/10/21
9. Referências Bibliográficas
1. http://www.infopatrimonio.org/wp-
content/uploads/2018/01/Resolu%C3%A7%C3%A3o-SC-68-de-19-12-
2017-Lidgerwood-Campinas.pdf – acessado em: 15/10/21
2. http://campinassim.blogspot.com/2015/05/curiosidades-de-campinas-
fabrica-da.html - acessado em: 09/10/21
3. https://conheca.campinas.sp.gov.br/pois/296 - acessado em: 27/10/21
4. https://www.campinas.sp.gov.br/arquivos/cultura/paratodos/folhetos/paratod
os05.pdf - acessado em 29/10/2021
5. http://campinassim.blogspot.com/2015/05/curiosidades-de-campinas-
fabrica-da.html - acessado em 29/10/2021
6. Villela, Ana Teresa Cirigliano, 1988- "Arqueologia da Arquitetura" (AA) : a
estratificação tridimensional do tempo / Ana Teresa CiriglianoVillela. –
Campinas, SP : [s.n.], 2015.
7. https://ihggcampinas.org/2021/08/02/edificio-lidgerwood-um-marco-na-luta-
pela-preservacao-e-difusao-da-memoria-e-historia-de-campinas/ -
acessado em 29/10/2021
8. https://iabcampinas.org.br/wp-content/uploads/2015/10/1314IA20006-
Large-1024x753.jpg - acesso em 30/10/2021
9. http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/VI_coloquio_t1_sistema
_normativo_mapa.pdf- acesso em 30/10/2021
10.https://pt.wikipedia.org/wiki/Lidgerwood_Manufacturing_%26_Co.
- acesso em 31/10/2021
11. http://iabcampinas.org.br/wp-content/uploads/2015/10/20-Museu-da-
Cidade.pdf-acessoem 31/10/2021
10. Acervos pesquisados
65
20 Inventário Patrimonial do Bem Arquitetônico
Museu da Cidade - Lidgerwood
20. Museu da Cidade - Lidgerwood
Manufactoring
20.1 A edificação como documento
20.1.1 Bem/Edificação
Museu da Cidade - Lidgerwood Manufacturing Ltda.
20.1.2 Localização
Avenida Andrade Neves, 33, Centro, Campinas, SP, CEP 
13013-160.
20.1.3 Proteção
Tombado pelo CONDEPACC, Processo 003/89, Resolução 
n°. 004 de 27/11/1990
20.1.4 Propriedade
Museu da Cidade, antiga Fundição Lidgerwood
20.1.5 Proprietário
Companhia Paulista de Obras e Serviços (CPOS)
20.1.6 Usuário
Museu da Cidade
20.1.7 Utilização original
Fundição Lidgerwood de propriedade de William Van Vleck 
Lidgerwood 
20.1.8 Utilização atual
Museu da Cidade
20.1.9 Enquadramento/Implantação
O imóvel encontra-se instalado entre as avenidas Dr. 
Campos Salles, Andrade Neves e rua Lidgerwood.
20.1.10 Valor documental (como testemunho, 
vestígio arquitetônico)
A empresa Lidgerwood MFG Co.Ltda., com sede em Nova 
York e dirigida por William Van Vleck Lidgerwood, cumpriu 
papel estratégico nos processos de modernização agrícola 
dos territórios paulista e brasileiro na segunda metade do 
século XX. Presente no Brasil a partir da década de 1860 
(Rio de janeiro em 1862, Campinas em 1864) coube-lhe, 
de fato, o desenvolvimento de “atividades produtivas no 
país por (.) mais de um século” e em diferentes ramos. 
Inicialmente, o empreendimento atuou “como importador e 
distribuidor de máquinas de beneficiamento oriundas dos 
EUA, mais precisamente da fundição Speedwell (..) 
mantendo negócios em Java (Neetherlands) desde 1868, 
na Inglaterra (London) desde 1860 e na Escócia 
(Coatbridge e Lockerbie), desde 1873”. Posteriormente 
contaria com “fábricas além da de Speedwell, em Nova 
York, em Coatbridge, em Campinas e mais tarde em São 
Paulo e em Santo André” (CAMILLO).
Segundo Ema Camillo: “.. foi somente a partir de 1884 que 
essa empresa passou a fabricar as máquinas que há tantos 
anos vinha comercializando. E isto só ocorreu na cidade de 
Campinas, inicialmente quando essa firma alugou a 
Fundição de João Miguel Bierrenbach, localizada na antiga 
rua da Constituição, hoje, Dr. Costa Aguiar, tendo, no ano 
seguinte, adquirido o terreno onde foi construído o edifício 
que sediou a fábrica inaugurada em 1886, lugar que 
ocupou até 1923, quando encerrou suas atividades na 
cidade”. 
Entre as décadas de 1860 e 1880, William Van Vleck 
Lidgerwood introduziu, instalou e promoveu a 
modernização produtiva de diferentes ramos da agricultura, 
entre eles, o cafeeiro; a partir de 1890, o engenheiro 
mecânico norte-americano centrou-se comercialização, 
fabricação e distribuição de máquinas de beneficiamento de 
café, contando então com “depósitos e oficinas na cidade 
de São Paulo. Estes localizavam-se respectivamente nos 
bairros de Campos Elíseos e Bom Retiro, entre as linhas 
férreas da Cia. Sorocabana e da Cia. Paulista. Sendo que a 
área ocupada pelos edifícios da fábrica no Bom Retiro, era 
de 17.000 m2 e o escritório foi inicialmente montado à Rua 
do Commércio, n. 14” (CAMILLO).
A abertura da fábrica e fundição em Campinas se fez 
acompanhar pela criação da Sociedade Beneficente 
Lidgerwood, destinada a "oferecer aos empregados da 
fábrica assistência médica e remédios aos sócios enfermo". 
Esta associação "prestou relevantes serviços à população 
de Campinas, por ocasião da epidemia de febre amarela", e 
na "quinta e última visita que o Imperador D. Pedro II fez a 
Campinas e, especialmente, às suas várias unidades 
industriais, este foi recepcionado por essa associação que 
compôs ala nas ruas da cidade e incumbiu-se de mostrar-
lhe as instalações da fábrica, tendo sido a segunda a ser 
visitada". William Lidgerwood, na ocasião, já se constituía 
no Comendador Lidgerwood, por ter recebido de D. Pedro II 
a Comenda da Ordem da Rosa "por atos de benemerência 
práticados em beneficio de Campinas e de seu povo". A 
Câmara Municipal de Campinas também lhe renderia 
homenagens ao batizar com seu nome a rua que separava 
a fábrica da estação da Cia. Paulista de Estradas de Ferro 
(CAMILLO).
Esta fábrica permaneceu em Campinas até 1922, ocasião 
em que a empresa vendeu as instalações para a firma 
Pedro Anderson & Cia. Posteriormente, o edifício seria 
adquirido pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro 
para uso como depósito, cabendo, mais recentemente, à 
Companhia Paulista de Obras e Serviços (CPOS) a sua 
propriedade. 
Em 1987 o edifício, já desocupado, tornou-se “foco de 
acontecimentos fundamentais para a história da 
preservação do Patrimônio Cultural de Campinas (..) Na 
noite de 29 de maio de 1987, o presidente da Febre 
Amarela, Antonio da Costa Santos, o Toninho, recebeu uma 
ligação anônima denunciando a demolição de paredes 
internas no prédio da Lidgerwood. A obra não poderia 
acontecer, pois o prédio estava próximo a Estação de 
Campinas, que já era protegida como patrimônio. A 
Sociedade Febre Amarela fez um boletim de ocorrência 
contra a Prefeitura de Campinas, proprietária do imóvel. O 
então secretário de obras negou a participação da 
Prefeitura. As obras foram paradas e a polícia monitorou o 
prédio. A Febre Amarela organizou também um ato público 
simbólico. Munidos de cartazes e faixas, os membros da 
Sociedade e moradores da região deram as mão abraçando 
o prédio. As ações da Febre Amarela causaram grande
repercussão na mídia. Graças ao trabalho desse grupo
pioneiro em Campinas, as discussões para instituir um
conselho de defesa do Patrimônio Cultural, que se iniciaram
em 1979, chegaram ao fim com aprovação da lei 5885 de
17 de dezembro de 1987, que criava o Condepacc”
(PARATODOS/CSPC).
Seu tombamento ocorreu em 1990 e por iniciativa da
Prefeitura Municipal de Campinas, o edifício passou a
abrigar em 1992 o Museu da Cidade de Campinas.
20.1.11 Documentação administrativa 
20.1.12 CONDEPACC, Processo 003/89, Resolução 
n°. 004 de 27/11/1990
20.1.13 Bibliografia 
CAMILO, EMA ELISABETE RODRIGUES. Modernização
agrícola e máquinas de beneficiamento. Um estudo da
Lidgerwood MFG.Co.LTD, década de 1850 a 1890.
Dissertação (Mestrado) Faculdade de Economia,
UNICAMP, 2003
CAMILO, EMA ELISABETE RODRIGUES. Modernização
agrícola e máquinas de beneficiamento. Um estudo da
Lidgerwood MFG.Co.LTD, década de 1850 a 1890".
Saráo. Memória e Vida cultural de Campinas. Volume 1,
n.7, março de 2003
http://www.fec.unicamp.br/~gcor_arquitetura/?page_i
d=1212
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-
1899/decreto-9623-7-agosto-1886-543386-
publicacaooriginal-53653-pe.html
http://www.centrodememoria.unicamp.br/sarao/revista
07/sarao_pa_estudando.htm
20.2 Valor arquitetônico
20.2.1 Arquiteto/Construtor/Autor
Projeto de Hendrich Hüseman; construção de Guilherme 
Krug
20.2.2 Estilo, originalidade
A Fundição Lidgerwood integra a história idustrial de 
Campinas cujos primeiros empreendimentos tiveram lugar 
em meados do século XIX no largo de Santa Cruz.
20.2.3 Aspectos arquitetônicos independentes do 
estilo (período histórico de construção, evolução e 
mudanças do edifício)
Segundo Ema Camillo: “Em março de 1886, foram 
inauguradas a nova oficina mecânica, a fundição, serraria a 
vapor, caldeiraria, setor de modelação e também 
serralheira, à Av. Andrade de Neves, n. 93, no Largo da 
Estação Ferroviária da então Cia. Paulista de Estradas de 
Ferro. O registro na Junta Comercialda Capital do Império 
aponta o número do decreto 9623 de 7 de agosto de 1886, 
que autorizou seu funcionamento enquanto fábrica de 
máquinas. Essa nova fábrica ocupando 85 operários que 
manufaturavam vinte toneladas de ferro por mês, foi 
dotada de motor de 75 HP e respectivas caldeiras, 
possuindo um guindaste de dez toneladas, que avançava 
sobre os trilhos da Estrada de Ferro Paulista que trafegava 
aos fundos dessa fábrica”. 
20.2.4 Estado físico de preservação (níveis de 
conservação, negligência, abandono) 
O edifício apresenta problemas de caráter infra-estrutural 
(em especial, na rede elétrica e cobertura) e necessita de 
reforma. As intervenções - consideradas pelo CONDEPACC 
como prioritárias em um conjunto de mais de 230 bens 
tombados -, aguardam regularização da documentação de 
uso pela Prefeitura Municipal frente à Companhia Paulista 
de Obras e Serviços (CPOS).
20.2.5 Transformações e adaptações, restauração
O edifício foi restaurado em princípios dos anos 1990 pelas
arquitetas Sandra Geraldi e Anna Villanueva para abrigar o 
Museu da Cidade de Campinas, instituição que nasceu da 
fusão dos Museus Histórico, do Índio e do Folclores, 
instalados no Bosque dos Jequitibás.
20.2.6 Emprego de materiais, programa, outras 
informações
Com projeto arquitetônico de Hendrich Hüseman (arquiteto 
alemão residente em Campinas) e construção de Guilherme 
Krug, a fábrica foi edificada com tijolos aparentes e poucos 
ornamentos, utilizando-se de ferro fundido nas esquadrias 
das janelas, nas bandeiras das portas, janelas do corpo 
principal e nas grades do porão.
20.2.7 Área total aproximada
Àrea bruta: 1.590 m²
20.3 Estudo do entorno
projeto
013/14
cliente
IAB Núcleo Regional Campinas
assunto 
Inventário Patrimonial do Bem Arquitetônico
sítio
Museu da Cidade – Lidgerwood Manufact.
local
Campinas, SP
coordenação
Dra. Mirza Pellicciotta
data revisão folha
12/10/2015 0 01/03
Copyright © 2015 Conhecimentos Associados Ltda
66
20 Inventário Patrimonial do Bem Arquitetônico
Museu da Cidade - Lidgerwood
20.3.1 Área envoltória 
Com a instalação das Companhias Paulista e Mogiana, a 
área que até então se encontrava ocupada por atividades 
rurais ganhou novo sentido. O trânsito de produtos e 
passageiros motivou a formação de um centro 
especializado de comércio e de serviços que em pouco 
tempo passou a oferecer uma variada gama de 
“mercadorias”: de maquinarias agrícolas importadas à 
prestação de serviços médicos e educacionais. A malha 
urbana que desde a inauguração da estação se 
redesenhara nesta direção, também se adensou, recebendo 
novas vias, instituições e áreas de moradia popular. Esta 
região testemunha, no entanto, algo mais. 
Ela nos fala de uma trajetória de desenvolvimento 
articulada à economia cafeeira que, no curso do tempo foi 
capaz de gerar uma outra dinâmica econômica e social 
marcada pela crescente industrialização de substituição de 
importações e pela intensificação no uso e especulação do 
solo urbano. A antiga Fundição Lidgerwood, hoje Museu da 
Cidade, é testemunha efetiva destas mudanças.
20.3.2 Qualidade arquitetônica, estética, urbanística: 
interação com o ambiente urbano
Como fundição e fábrica de equipamentos agrícolas, a 
Lidgerwood integrou no passado a região da Estação 
Paulista, interagindo intimamente com a dinâmica da 
ferrovia e com as demandas geradas pelo complexo 
cafeeiro em expansão. Passadas as décadas, o Museu da 
Cidade, instalado neste edifício, surgiu do propósito de 
interagir com as novas atividades que então começavam a 
ser implantadas na antiga Estação, e que visavam 
transformá-la num complexo cultural. Os vínculos 
pretendidos entre a edificação e a estação dão sentido à 
trajetória histórica da região e cumprem um papel 
importante como marca identitária da cidade.
20.4 Outros elementos patrimoniais do bem
20.4.1 Bens móveis
O edifício abriga, desde 1992, o Museu da Cidade de 
Campinas (MUCI), instituição que surgiu da fusão dos 
Museus Histórico, do Folclore e do Índio, instalados no 
Bosque dos Jequitibás.
projeto
013/14
cliente
IAB Núcleo Regional Campinas
assunto 
Inventário Patrimonial do Bem Arquitetônico
sítio
Museu da Cidade – Lidgerwood Manufact.
local
Campinas, SP
coordenação
Dra. Mirza Pellicciotta
data revisão folha
12/10/2015 0 02/03
Copyright © 2015 Conhecimentos Associados Ltda
67
20 Inventário Patrimonial do Bem Arquitetônico
Museu da Cidade - Lidgerwood
20.5 Iconografia
67
projeto
013/14
cliente
IAB Núcleo Regional Campinas
assunto 
Inventário Patrimonial do Bem Arquitetônico
sítio
Museu da Cidade – Lidgerwood Manufact.
local
Campinas, SP
coordenação
Dra. Mirza Pellicciotta
data revisão folha
12/10/2015 0 03/03
Copyright © 2015 Conhecimentos Associados Ltda
N
LIDGERWOOD M. Co.
N
N
LIDGERWOOD M. Co.
162 
 
 
Implantação e programa da Cia. Mac Hardy 
O sistema produtivo da Mac Hardy e da Lidgerwood M.Co. era bastante semelhante, servindo assim 
como parâmetro comparativo dos aspectos espaciais e funcionais aqui estudados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 112 Organização 
funcional da Cia. Mac 
Hardy. A Mac Hardy 
ocupava 4 quarteiões 
próximos à Lidgerwood 
M.Co, hierarquizados de 
acordo com as seguintes 
funções: 
Bloco 1: quintal, oficina 
mecânica, ferraria, 
armazéns, escritório e 
carpintaria; 
Bloco 2: fundição, 
depósito de máquinas, 
depósito de ferro, depósito 
de carvão, quintal da 
fundição e cocheiras; 
Bloco 3: depósito de 
máquinas, depósito de 
madeira, depósito de 
tintas, depósito de óleos e 
depósito de cimento; 
Bloco 4: serraria 
Fonte: CAMILLO, 2010. 
LIDGERWOOD M. Co.
N
L
ID
G
E
R
W
O
O
D
 M
. C
o.
L
ID
G
E
R
W
O
O
D
 M
. C
o.
241 
 
 
FACHADAS SUL E SUDESTE 
FIGURA 125 Lidgerwood M.Co: Fachadas sudeste e sul em diferentes fases construtivas. Originalmente voltada para o Largo da Estação, a 
entrada do edifício Lidgerwood M.Co. era marcada por uma imponente escadaria que conduzia ao piso dos escritórios da empresa, a área 
mais nobre de todo conjunto arquitetônico. Ao lado, a Fachada Sul era marcada por uma sequência de treze portas-balcão, com bandeiras em 
ferro fundido decoradas com uma águia sobre ramos de café. Ao fundo, como indicado na foto antiga, o lote era fechado apenas por um 
muro. Posteriormente aproveitou-se a estrutura do muro existente para construção de um anexo, onde funcionava o show room das máquinas 
produzidas pela fábrica (Fase 2). Ao ser construído esse novo volume, houve uma alteração sobre o galpão principal, cujo comprimento foi 
reduzido e removidas duas portas-balcão. Quando encerradas as atividades da Lidgerwood M.Co, o acesso ao prédio foi transferido para a 
Avenida Andrade Neves, e o antigo frontispício de entrada foi substituído por duas janelas, que seguiram o modelo daquelas voltadas para 
fachada Nordeste (Fase 3). Indícios do antigo arco sobre a porta ainda permanecem sobre a fachada atual. 
242 
 
 
FACHADAS SUL E NORDESTE 
FIGURA 126 Lidgerwood M.Co: Fachadas sudeste e nordeste em diferentes fases construtivas. Quando foi alterada a entrada original do 
edifício, removeu-se toda a plataforma que conduzia à escadaria principal. Por ocasião desta mudança, todo embasamento do prédio foi 
revestido em pedras. 
243 
 
 
FACHADAS NORTE, NORDESTE E NOROESTE 
 
FIGURA 127 Lidgerwood M.Co: Fachadas nordeste e noroeste em diferentes fases construtivas. Embora a cronologia do edifício não aponte 
mudanças substanciais no perímetro da edificação, a principal intervenção consistiu na remoção do piso do galpão principal, quando também 
foram entapumadas as portas e janelas de acesso ao mesmo. Durante o restauro, as aberturas das paredes e muros foram reconstituídas e 
recompondo as folhas faltantes. 
 
 
244 
 
 
FACHADAS NOROESTE E OESTE 
 
FIGURA 128A (acima) 
Lidgerwood M.Co: 
Fachadas noroeste e oeste 
em diferentes fases 
construtivas. Acredita-se 
que o anexo do show room 
foi posterior ao edifício 
original, poisos tijolos – de 
qualidade e acabamento 
inferiores (Figura 128B) - e 
os ornamentos nele 
empregados não condizem 
com os demais. Apenas a 
alvenaria do muro original 
foi aproveitada. 
FIGURA 128B (à esquerda) 
Detalhe dos tijolos 
utilizados na construção do 
anexo do show room. Fonte: 
Arquivo fotográfico de Ana 
Aparecida Villanueva 
Rodrigues, 1992. 
 
245 
 
 
PÁTIO (Av. Andrade Neves) 
 
FIGURA 129 Lidgerwood M.Co: Pátio frontal, voltado para a Avenida Andrade Neves 
 
 
 
 
 
246 
 
 
PÁTIO (Av. Campos Sales) 
 
FIGURA 130 Lidgerwood M.Co: Pátio posterior, voltado para a Avenida Campos Sales
	f18aad7dd3636ed26168385a1ce039319fb691641ab0dbbfc74dd792b15b3977.pdf
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