Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fígado • É o maior órgão do organismo 1400-1600g / HD • Limite superior: 5º EID • Limite inferior: 1 cm abaixo RCD As áreas em contato com o diafragma, veia cava inferior e vesícula constituem a chamada “área nua”, o restante da superfície é recoberto pela cápsula de Glisson. O fígado é mantido na sua posição por ligamentos, pedículos vasculares e pela pressão negativa supradiafragmática. A inervação é realizada por fibras simpáticas originadas entre os segmentos T7 e T10. Vesícula biliar → Localiza-se sob lobo D do fígado. → Comprimento de 8 a 9 cm. → Volume de 30 a 50 ml Vias biliares extra-hepáticas → Ductos hepáticos D e E → Ducto hepático comum (3 cm) → Ducto cístico → Colédoco ou Ducto biliar comum (7 cm) → Ducto pancreático → Ampola de Vater → Esfíncter de Oddi → Papila duodenal (membrana mucosa). Anamnese e principais sinais e sintomas Manifestações clínicas interpretadas como de origem hepática ou biliar: Cefaleia → dor de cabeça comumente é atribuída a um “alimento que fez mal” ou à “intoxicação do fígado”. Isto é observado com muita frequência nos portadores de enxaqueca. Dispepsia → sensação de “más digestão” ou plenitude pós- prandial geralmente é vista como perturbação hepática. Vômitos → vômito do tipo bilioso assusta o paciente e lhe dá a certeza de estar com uma doença do fígado ou da vesícula. Boca amarga → fenômeno de difícil explicação, mas é considerada pelo paciente como manifestação de doença da vesícula ou do fígado. Acne→ mais comum nos jovens, os quais procuram o médico para tratar do “fígado” e dos “intestinos”, depois de exaustiva medicação cosmética. Discromias → hiperpigmentação da pele, como o cloasma gravídico, leva a mulher a medicar-se com substâncias colagogas e coleréticas. Essas convicções etiológicas do paciente podem confundir, induzindo-o a solicitar exames complementares desnecessários ou a adotar uma terapêutica inadequada. Náuseas e vômitos: descartar outras causas. Doenças . hepáticas e vias biliares Dor: Hepatomegalia dolorosa: dor contínua, incaracterística, com piora à palpação local. Vesícula Biliar: a) Colelitíase: cólica biliar, de início súbito, de grande intensidade. b) Colecistite aguda: dor contínua HD, podendo irradiar para ombro D ou dorso. c) Dor Referida. Icterícia = Coloração amarelada de pele e das mucosas Hipercarotenemia; Raça negra. Aspectos semiológicos importantes: tempo de duração, intensidade, evolução, cor da urina e das fezes e presença de prurido. Diagnostico diferencial Dor → originada no fígado e nas vias biliares inclui várias afecções, destacando-se a pancreatite aguda, a úlcera péptica perfurada, a cólica nefrética, a pleurite e a isquemia miocárdica. O caráter da dor e a análise dos sintomas acompanhantes quase sempre oferecem elementos para esta diferenciação. → não é raro definir a causa da dor com a ajuda de exames complementares. Icterícia → coloração amarelada da pele e das mucosas, devida à impregnação dos tecidos por pigmentos biliares (só se consegue detectar icterícia quando os níveis de bilirrubina são maiores que 2 mg/dℓ (normal, 1 mg/dℓ). Obs.: algumas pessoas hígidas, a pele apresenta tonalidade amarelada, mas, nesse caso, a esclerótica não fica pigmentada → alimentos (cenoura e mamão) e certos medicamentos (antimaláricos), contêm substâncias que podem conferir coloração amarelada à pele = esclerótica também permanece de cor normal. Pessoas da raça negra, pode-se perceber uma tonalidade amarela na parte exposta da esclerótica, dado o acúmulo, na conjuntiva, de uma camada de gordura → não atinge toda a superfície anterior do olho, basta um exame mais detalhado dos olhos para descartar a possibilidade de icterícia. Interessa, também, saber a cor da urina e das fezes e se há ou não prurido. Náuseas e vômitos →são manifestações clínicas frequentes nas doenças do fígado e das vias biliares →na colecistite e na colelitíase costumam estar relacionados com a ingestão de alimentos gordurosos. Icterícia fisiológica Por que os bebês ficam ictéricos? → Aumento da carga de bilirrubinas nas células hepáticas: aumento de glóbulos vermelhos que também tem meia vida mais curta, aumento da circulação êntero-hepática. → Diminuição da captação das bilirrubinas plasmáticas: diminuição das ligandinas. → Conjugação reduzida: diminuição da atividade da uridine difosfoglucoronisil transferase Estamos falando de quando ela é fisiológica, com início após 24h de vida, pico entre 3-5 dias nos RN a termo. Quando suspeitar de uma doença hemolítica ou algo que justifique uma evolução diferente da esperada? 1. Iniciou antes de 24h 2. Aumento > 0,5 mg/dl/h 3. Nível sérico > 12-13 no RNT 4. Persiste além de 7-10 dias no RNT 5. Presença de colestase Nos casos de incompatibilidade sanguínea ABO ou Rh, devemos ficar mais atentos a evolução e possíveis complicações → KERNICTERUS Quais exames devemos solicitar nestes casos? Provas de hemólise devem ser sempre avaliadas com controles de Hb/Ht e reticulócitos. A indicação da fototerapia também muda nestes casos. Classificação das icterícias Hiperbilirrubinemias não conjugadas Produção excessiva de bilirrubina: → Hemólise; → Alteração da eritropoese. Defeito de transporte → RN; → Medicamentos (competição). Defeito de captação → RN; → Medicamentos (competição). Defeito de conjugação → Icterícia fisiológica do RN; → Síndrome de Gilbert; → Síndrome de CriglerNajjar; → Síndrome de LuceyDriscoll; → Icterícia do leite materno. Hiperbilirrubinemias conjugadas Intrahepáticas: → Hepatocelular; *Defeito de excreção (síndromes de Rotor, de DubinJohnson); *Adquirida (hepatites, álcool, cirrose etc.) → Canalicular; *Medicamentos (esteroides, clorpromazina) *Cirrose biliar primária *Atresia de vias biliares *Colangite esclerosante *Colangiocarcinoma Extrahepáticas: Benignas (colelitíase, coledocolitíase, atresias, ligadura do colédoco). Malignas →Intrínseca (neoplasias da papila, colédoco, vesícula) →Extrínseca (neoplasias do pâncreas) Exame físico do fígado: → Boa iluminação Silêncio → Posição do paciente → Posição do examinador → Exame do Fígado → Exame da Vesícula Biliar → Exame do Baço → Exame do Pâncreas Inspeção → Elevação ou abaulamento no QSD ou epigástrio (visão tangencial). Percussão → Hepatimetria: Normal: 6 a 12 cm / CRIANCAS = 6,61 em RN 10,94cm entre 6 e 7 anos de idade. → Limite superior → Limite ou borda inferior Palpação → Ausculta Borda (espessura): fina ou romba; → Regularidade da superfície: regular (lisa) ou irregular – Nódulos: localização e diâmetros; → Sensibilidade: indolor ou doloroso. → Consistência: elástica (normal), firme (aumentada) ou diminuída. → Pesquisa do refluxo hepatojugular → Ausculta Exame da Vesícula Biliar → Palpável somente em condições patológicas → Sinal de Courvoisier: vesícula biliar palpável em paciente ictérico → (obstrução prolongada de colédoco terminal: Neoplasia cabeça pâncreas) → Sinal de Murphy: na colelitíase e na colecistite crônica, é frequente relato de dor quando exercida compressão sobre o rebordo costal direito, no ponto cístico, durante inspiração profunda. → Ponto cístico: ponto de palpação da vesícula → tocado de duas maneiras; → pessoas magras → corresponde à interseção da borda externa do músculo reto abdominal com a cartilagem costal →pacientes obesos, pela linha que une a crista ilíaca à arcada costal, passando pelo umbigo → obstrução do cístico quase sempre é de natureza calculosa ou inflamatória → vesícula distende-se por acúmulo de sua própria secreção, constituindo a vesícula hidrópica. → obstrução do colédoco → pode ser calculosa ou neoplásica → raro, a obstrução coledociana por cálculo causa distensão da vesícula biliar a ponto de torná-la palpável, sobretudo nas pessoas idosas (vesícula já esclerosada). Colestase: alteração da secreçãobiliar hepatocelular, envolvendo todos componentes da bile → representa obstáculo ao fluxo biliar. Classificação: a. Obstrutiva: intra ou extra-hepática; b. Não-obstrutiva (intra-hepática). Doenças do Fígado e das Vias Biliares As doenças do fígado e das vias biliares podem ser estudadas tomando como referência a síndrome ictérica, a colestase, a hipertensão portal e a ascite. Síndrome ictérica Característica = elevação da bilirrubina no soro, em níveis superiores a 2 mg/100 mℓ, cuja exteriorização clínica principal = coloração amarelada da esclerótica, mucosas, pele e líquidos orgânicos. Distribuição das bilirrubinas nos tecidos depende do tipo de pigmento predominante e de sua concentração. a. bilirrubina conjugada penetra mais facilmente no tecido conjuntivo (hidrossolúvel)→ icterícia é mais acentuada do que a produzida pela bilirrubina não conjugada→ todos os líquidos orgânicos podem conter bilirrubina, tais como pleural, ascítico, cerebrospinal, sinovial, lágrimas, urina, esperma, suor. Obs.: derrames cavitários → grau icterícia é proporcional à concentração proteica. b. bilirrubina não conjugada → lipossolúvel, tem afinidade com o tecido nervoso e pode causar kernicterus em RN por impregnação dos núcleos da base. Grupo 1 → compreende as situações nas quais há aumento da BI, por um desses quatro mecanismos: 1. produção excessiva de bilirrubina em setores distantes do fígado, condição na qual a conjugação é incapaz de atender a oferta; 2. no nível da membrana, quando o pigmento não pode ser transportado até o hepatócito, devido à competição de vários elementos que se ligam à albumina; 3. no nível do hepatócito, quando houver incapacidade de captar e fixar a bilirrubina à proteína Y (ligandina), também por fatores competitivos; 4. no nível microssomal, quando há defeito ou ausência de enzimas que promovem a conjugação, impedindo a transformação de bilirrubina indireta em direta. Grupo 2 → pertence às hiperbilirrubinemias por BD, que são as causas mais frequentes de icterícia. Mecanismo básico = excreção deficiente da bilirrubina direta,de origem intra ou extrahepática → alterações intra- hepáticas ocorrem nos níveis hepatocelular e canalicular. Hepatocelular: existem condições nas quais o defeito excretório é congênito e seletivo (síndromes de DubinJohnson e de Rotor), ou o defeito é generalizado e adquirido (colestase intrahepática). Canalicular: condições extra hepáticas caracterizam-se por um obstáculo ao fluxo de bile, sejam intrínsecas ou extrínsecas à árvore biliar. Em qualquer causa → icterícia por aumento da fração conjugada pode alcançar níveis bastante elevados, muitas vezes de evolução progressiva → característica principal → predomínio da BD. Obs.: a BI também se encontra elevada, em níveis inferiores à conjugada. Alguns mecanismos envolvidos no aparecimento da BD no plasma, tais como a regurgitação do pigmento para os sinusoides, a alteração da permeabilidade canalicular e a ruptura de canalículos por necrose. Não há uma explicação satisfatória para o aumento paralelo da BI, sendo admitida certa inibição da atividade da UDPglicuroniltransferase. Independente dos mecanismos e das causas → hiperbilirrubinemia p/BD tem: colúria (a bilirrubina direta é hidrossolúvel) e a impregnação evidente dos tecidos, tornando fácil o reconhecimento da síndrome. Diagnóstico clínico e laboratorial → começar pelo reconhecimento e caracterização da própria icterícia (paciente deve ser examinado à luz natural). Obs: em obstrução de longo tempo com profunda icterícia, a pele adquire um tom esverdeado (icterícia verdínica) = oxidação da bilirrubina e ao acúmulo de biliverdina. Toda icterícia mostra-se nas escleróticas → apenas a pele está amarelada, poupando as escleróticas = fenômeno secundário à hipercarotenemia. Dosagem das Bilirrubinas→ exame útil para distinguir as formas não conjugadas das conjugadas. Obs: lembrar que a hiperbilirrubinemia indireta não faz diagnóstico diferencial das diversas causas da síndrome, acontecendo o mesmo com a hiperbilirrubinemia direta. → método prático, à beira do leito, de distinguir os 2 tipos de hiperbilirrubinemia → exame da espuma após agitar-se a urina coletada em um frasco ou bolsa = somente a BD é filtrada pelos rins e aparece na urina = coloração amarelada à espuma. → história do paciente e seus AP e AF são dados fundamentais = chave diagnóstica. →icterícias hemolíticas não apresentam dificuldade em seu diagnóstico. Hepatite Viral → história epidemiológica pode ser típica, associada a icterícia, anorexia, febre e bom estado geral. O uso de medicamentos deve ser inquirido insistentemente, pois muitas substâncias podem ser icterógenas. Cirróticos → possível observar os estigmas da insuficiência hepática, e SE há história de alcoolismo ou hepatite. Febre e calafrios: estão presentes nas formas com colangite. Esplenomegalia: é percebida nas anemias hemolíticas, hepatopatias agudas, crônicas e neoplasia. A hepatomegalia → presente nas hepatites, cirroses, carcinomas primitivos e metastáticos. Colestase Colestase é uma alteração da secreção biliar hepatocelular, envolvendo todos os componentes da bile (Popper) → representa um obstáculo ao fluxo biliar, dificultando ou impedindo a chegada da bile ao duodeno = colestase mecânica, comprometendo a árvore biliar extra-hepática ou intra-hepática. → situações nas quais não há obstáculo ao fluxo biliar e, às vezes, nem icterícia, caracterizam a forma de colestase intra- hepática, cuja natureza é devida a alterações provavelmente metabólicas. Laboratório → as colestases cursam com hiperbilirrubinemia à custa da BD (pode haver colestase anictérica), elevação da fosfatase alcalina e GGT → aumento dessas enzimas não possibilita o diagnóstico diferencial entre as colestases intra e extrahepáticas. → Colestase pode ser dividida em obstrutiva intra ou extra- hepática e não obstrutiva, ou simplesmente colestase intra- hepática. Colestase intra-hepática Apresenta-se sob duas formas: metabólica e mecânica. Metabólica = de causa metabólica apresenta-se com ou sem lesão hepatocelular, sendo a última mais frequente. Ex. colestase intra-hepática sem lesão hepatocitária são: 1. reação aos anticoncepcionais e esteroides anabolizantes, dependentes do determinismo genético →sensibilidade aos radicais contidos no carbono na posição 17(C17) destas substâncias; 2. colestase da gravidez, que pode apresentar-se somente com prurido (prurido da gravidez) ou com prurido e icterícia; 3. na criança, a colestase associada a uma série de situações, tais como infecções virais (hepatite, células gigantes, citomegalia), metabólicas e atresias intra ou extra-hepáticas. Mecânica → Compreende as colestases secundárias a obstáculo ao fluxo biliar intra-hepática. Os principais exemplos são: 1. cirrose biliar primária, que se acompanha de colestase nos últimos estágios, quando há evidente destruição dos ductos biliares, além de inflamação e fibrose periductal; 2. metástases hepáticas, nas quais a colestase só ocorre quando grande parte do parênquima está invadido e os nódulos tumorais comprimem os ductos biliares; 3. doença de Hodgkin, por lesão destrutiva dos ductos biliares, lesão centrolobular e formação de cicatrizes fibróticas; 4. câncer da bifurcação do hepático comum, a icterícia tem característica de extra-hepática, com dilatação ductal a montante; 5. atresia dos ductos (intra e/ou extrahepática), assim como a dilatação congênita dos ductos intrahepáticos (doença de Caroli), manifesta-se com icterícia desde os primeiros meses de nascimento e pode estar associada à cirrose; 6. cálculos intrahepáticos provocam icterícia, quando numerosos e disseminados. Prurido → um dos sinais mais comuns nas colestases intra e extra-hepáticas;, pode ser desesperador, comum a infecção secundária das coçaduras. Este sintoma está relacionado com a concentração dos sais biliares.Icterícia precedida de cólicas no quadrante superior direito, vômitos e febre é sugestiva de litíase vesicular ou coledociana → febre acompanha a colecistite e a colangite. Coledocolitíase → icterícia mostra aumento progressivo e variável e pode durar muito tempo até o tratamento definitivo → vesícula pode estar palpável na obstrução completa das vias extrahepáticas (sinal de CourvoisierTerrier) → carcinoma da vesícula, além de palpável e tensa, ela pode apresentar-se com superfície irregular. Hemograma e Coagulograma, TGO e TGP, GGT, FA, colesterol total, proteínas totais e frações: → anemia é encontrada nas icterícias hemolíticas e processos neoplásicos. → leucocitose é vista nas colangites, neoplasias e algumas formas mais graves de hepatite viral. → atividade protrombínica está diminuída nas icterícias hepatocelulares (insuficiência hepática aguda ou crônica). → Transaminases aspartato (AST) e alanina (ALT) elevadas = necrose hepatocitária. Valores acima de 400 UI = diagnóstico de hepatite viral aguda (outras formas de hepatite, como as provocadas por medicamentos e álcool = elevação acentuada). → Gamaglutamil transpeptidase (GGT) e fosfatase alcalina = enzimas conhecidas como marcadores de colestase = elevadas nas colestases intra e extra-hepática, benignas ou malignas. → GGT eleva-se nas hepatopatias alcoólicas com ou sem icterícia. → Fosfatase alcalina → mostra-se elevada em algumas doenças ósseas e na gravidez. → Colesterol sérico total está elevado nas colestases extra- hepáticas prolongadas e diminuído nas icterícias hemolíticas. → Albumina → diminuída nas icterícias hepatocelulares crônicas, enquanto é observada a elevação da gamaglobulina. Colestase extra-hepática Na obstrução extra-hepática → não há lesão hepatocitária → a icterícia é produzida por um obstáculo situado entre a bifurcação do hepático comum e a papila de Vater, dentro ou fora do tronco biliar. → Obstrução é prolongada, as estruturas acima dela tornam-se dilatadas, e o colédoco e os ductos biliares podem aumentar até 10 vezes o seu diâmetro. → Causas mais comuns de obstrução extra-hepática são coledo-colitíase e câncer (papila, pâncreas). Outras causas pouco comuns são: obstrução das vias biliares devido à penetração de áscaris no colédoco, carcinoma da vesícula e blastomicose sulamericana cuja adenomegalia parasitária comprime as estruturas do hilo hepático. Manifestações clínicas e bioquímicas Icterícia = dado clínico dominante e a cor da pele vai de amarelo pálido até verde intenso (icterícia verdínica). Prurido - pode alcançar tal intensidade que o paciente se coça dia e noite, tornando-se profundamente irritado. As coçaduras = marcas na pele e comumente infectadas. Não se conhece ainda seu mecanismo de produção (pode está relacionado com os sais biliares, ou um fator produzido no fígado). Xantomas: pequenas elevações elásticas e amareladas na pele, aparecem nas colestases muito prolongadas. Localização = pescoço, nas mãos e pálpebras, ocupando quase todas as superfícies extensoras na fase final→ na hiperlipemia de + mais de 3 meses de duração. Febre: ocorre em colangites, neoplasias e infecções secundária → ausência de sais biliares no intestino leva a má absorção secundária de vitaminas lipossolúveis → quadro clínico pode associar-se a hipoprotrombinemia, osteomalacia, osteoporose e desnutrição com grande perda de peso. → incidência de úlcera duodenal está aumentada nas colestases crônicas. → bilirrubinas conjugada e não conjugada ficam elevadas, com predomínio da primeira. → fosfatase alcalina sempre se eleva, sendo um bom “marcador” de colestase”, pois está aumentada mesmo nas formas anictéricas. → 5’nucleotidase eleva-se da mesma maneira que a fosfatase alcalina → sendo específica das afecções hepáticas, sem se relacionar com alterações ósseas ou gravídicas. → transaminases apresentam valores variáveis e grandes elevações quando existem lesões hepatocitárias associadas. → GGT mostra sua atividade elevada em todas as formas de colestase, com exceção das formas gravídicas e por anticoncepcionais. → frações lipídicas elevam-se paralelamente ao colesterol. → proteínas séricas não se alteram → albumina diminui quando há insuficiência hepática. → Anticorpos antimitocondriais → presentes na cirrose biliar primária - até 98% dos casos Hipertensão portal O sistema venoso portal tem a função de recolher o sangue de todas as vísceras abdominais, à exceção dos rins e suprarrenais, e encaminhá-lo ao fígado pela veia porta. No interior do fígado, a veia porta se ramifica até os sinusoides → o sangue passa às veias centrolobulares → às veias supra- hepáticas → deságuam na veia cava superior. Sinais que devem ser avaliados no paciente ictérico → aranhas vasculares, púrpuras, eritema palmar, dedos em baqueta de tambor, alterações dos pelos, ginecomastia, atrofia testicular e fetor hepaticus são encontrados na insuficiência hepática, devido à cirrose. São frequentemente observadas em doenças hepáticas crônicas como a cirrose, e o aumento progressivo de seu número sugere deterioração da função hepática. → púrpuras e equimoses associadas a uma hepatopatia traduzem alterações da crase sanguínea → hipoprotrombinemia, decorrente da insuficiência hepática. → eritema palmar é um conjunto de pequenas manchas vermelhas, que forma uma coloração vinhosa nas eminências tenar ou hipotenar, ou em ambas (pode ser encontrado na planta dos pés). → dedos em baqueta de tambor = hipocráticos = extremidades distais apresentam-se arredondadas, diâmetro maior do que o resto do dedo = baquetas que se percutem tambores → leito ungueal modifica-se = grande abaulamento das unhas → superfície torna-se convexa = ângulo basal igual a 180°→ unhas sem brilho, opacas e de cor perlácea. Obs.: hipocratismo digital é encontrado com frequência nas formas avançadas de cirrose e doença pulmonar crônica obstrutiva. → distribuição de pelos → altera-se em insuficiência hepática crônica, como a cirrose, tanto no homem como na mulher→ homem, os pelos pubianos adquirem forma ginecoide e na mulher, tendem a desaparecer (ambos os sexos os pelos axilares tornam-se escassos). → ginecomastia, geralmente dolorosa, aparece no homem→ pode ser uni ou bilateral. → ocorre nas formas avançadas de cirrose (nas mulheres pode haver hipotrofia das mamas). Obs; lembrar que certos medicamentos como a espironolactona (diurético) e hormônios também produzem ginecomastia. → atrofia testicular → pouco frequente, encontrada em pacientes com insuficiência hepática crônica→ cirrose. → fetor hepaticus→ observado na insuficiência hepática grave, aguda ou crônica, e em estados pré-comatosos (encefalopatia hepática) → pacientes exalam um hálito adocicado, fétido e pútrido. Qualquer obstáculo ao livre fluxo do sangue pelo sistema porta produz elevação da pressão, causando a síndrome de hipertensão portal. De acordo com a sede do obstáculo ao fluxo sanguíneo no sistema porta, classifica-se a hipertensão portal em quatro tipos: → Pré-hepática (trombose da veia porta) → Intra-hepática pré-sinusoidal (esquistossomose mansônica e fibrose hepática congênita) → Intra-hepática sinusoidal ou pós-sinusoidal (cirrose hepática e doença venooclusiva do fígado) → Pós-hepática (síndrome de BuddChiari ou obstrução da veia suprahepática, pericardite constritiva). Diagnóstico da hipertensão portal O diagnóstico da hipertensão portal → esplenomegalia, ascite, varizes do esôfago e circulação colateral abdominal (nem sempre presente). Pode haver ou não ascite de acordo com a fase clínica da doença. A comprovação de varizes esofágicas é feita por endoscopia. O sistema porta pode ser estudado diretamente por angiotomografia (método mais preciso e não invasivo) e pela medida da pressão. O exame de determinação da pressão portal é feito por cateterismo da veia suprahepática (pressão da veia hepática ocluída). Ascite Por ascite entende-seo líquido na cavidade abdominal. Quando é de origem hepática, vários fatores concorrem para que ocorra. A cirrose é a causa mais comum e serve como modelo para o estudo dos elementos implicados na sua formação. Devem ser considerados: → Diminuição da síntese de albumina, devido à lesão do hepatócito, com consequente hipoalbuminemia e queda da pressão coloidosmótica. → Hipertensão portal com considerável aumento da pressão hidrostática. Estes dois fatores levam à ruptura do equilíbrio entre as forças que comandam as trocas através das paredes capilares, provocando a transudação de líquido na cavidade abdominal. Mas cumpre assinalar que a hipoalbuminemia e a hipertensão portal isoladamente não são suficientes para formar a ascite, nem explicam todas as alterações sistêmicas da síndrome, destacando-se a retenção de sódio e água Obs.: causa mais comum de ascite em crianças é a cirrose hepática com hipertensão porta (HP). Litíase biliar (colelitíase) É a formação de cálculos biliares na ausência de infecção da vesícula biliar. Assintomáticos Sintomáticos Grego: “Lithos” - pedra Cólicas, náusea, vômito (amarelada), febre, icterícia, dor à palpação profunda do quadrante superior direito do abdômen. Cálculos biliares: compostos de colesterol, bilirrubina e sais de cálcio Cálculos de bilirrubina Cálculos de colesterol. Em crianças → verificar deficiência de folato = colelitiase Hepatite – vírus A, B, C, D e E ou componentes tóxicos (acetaminofeno=paracetamol); → Hepatite Crônica – curso de 6 meses de hepatite → Hepatopatia Alcoólica; → Hepatopatia Colestática: → Cirrose Biliar Primária; → Distúrbios Hereditários – Doença de Wilson (excreção biliar de cobre prejudicada); Tumores e Hepatopatias → Hepatite Alcoólica é caracterizada por: Hepatomegalia; Elevação dos níveis das transaminases; Concentrações de bilirrubina sérica elevadas; Concentrações de albumina sérica normais ou diminuídas; Anemia; Dor abdominal, náusea, vômito, fraqueza, diarréia, perda de peso e febre Exames laboratoriais → Centenas de exames laboratoriais investigam soro sanguíneo → parâmetros da atividade hepática → com um pequeno e selecionado número de testes, o médico pode ter a correta e adequada ideia das alterações hepatobiliares. → testes podem fornecer diagnóstico funcional ou sindrômico = elementos de triagem para outros exames mais específicos. Estudo de lesão hepatocelular → usa-se, com mais frequência, as dosagens da aspartato aminotransferase (AST), da alanina aminotransferase (ALT), da gamaglutamiltransferase (GGT). O aspartato aminotransferase (AST), anteriormente conhecido como TGO (transaminase glutâmico-oxalacética), catalisa a seguinte reação: Aspartato + Alfacetoglutarato Oxalacetato + Glutamato. Métodos diagnósticos: Exames laboratoriais Estudo de lesão hepatocelular Estudo da síntese hepática Estudo da colestase e icterícia Estudo imunológico Imagens: Radiologia convencional Ultrassonografia Tomografia computadorizada Ressonância magnética Colangiorressonância magnética Laparoscopia, biopsia e eastiografia.
Compartilhar