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Anamnese Doenças predominantes em crianças: doença celíaca e linfangiectasia intestinal primária. • Deficiência seletiva da lactase intestinal: atinge maioria dos orientais, negros e mais da metade dos indivíduos de origem árabe. • Intervenções cirúrgicas ou encontro de incisões abdominais no exame físico: indagar sobre o tipo de operação, as manifestações clinicas que a motivaram e os achados cirúrgicos. • Uso de medicamentos: efeitos colaterais, como diarreia provocada por antiácidos, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), metilformina e cólicas por sais de ferro. • Considerar aspectos emocionais: síndrome do intestino irritável. • Perguntar sobre a existência de casos semelhantes na família: doenças de base genética, como a doença celíaca e poliposes intestinais. Sinais e sintomas Principais: diarreia, esteatorreia, dor abdominal, distensão abdominal, flatulência e dispepsia, hemorragia digestiva, febre, perda de peso, anemia, edema, manifestações carenciais e insuficiência endócrina. Diarreia Aumento do teor líquido das fezes, frequentemente associado ao aumento do número das evacuações e do volume fecal (maior que 200 g em 24 horas). • Diarreia paradoxal: pequenas porções de fezes liquidas extravasam ao redor de um fecaloma. • Incontinência fecal: incapacidade de controlar a eliminação de fezes. • Classificação da diarreia quanto ao tempo: 1.Diarreia aguda: dura menos de 14 dias. 2.Diarreia subaguda: dura entre 15 e 30 dias. 3.Diarreia crônica: dura mais que 1 mês. • Observar a alimentação do paciente. Esteatorréia Aumento da quantidade de gordura excretada nas fezes (mais de 7 g de gordura ou 9% do consumo, em 24 horas). • Diarreia associada à esteatorreia: ocorre devido ao aumento da pressão osmótica intraluminal. Costuma cessar ou diminuir após um período de jejum completo Dor abdominal Considerar: localização, irradiação, intensidade, modo de início, variações cronológicas, fatores de melhora e de piora e manifestações associadas. • Origens da dor: →Exclusiva no intestino, sem participação peritoneal: localização imprecisa, sendo indicada pelos pacientes em um ponto próximo da região umbilical. →Comprometimento dos segmentos distais do intestino: abaixo da cicatriz umbilical, entre o mesogástrio e hipogástrio. Íleo terminal: percebida no quadrante inferior direito. Peritonite restrita: local corresponde à sede do processo inflamatório. Peritonite difusa: sentida difusamente por todo o local de inflamação. • Indicadores de intensidade da dor: mudanças importantes na vida do paciente, diminuição da capacidade de exercer atividades usuais, interesse em procurar tratamento sintomático ou atendimento médico e necessidade de uso de analgésicos injetáveis. Dor abdominal intensa: náuseas, vômito, sudorese, palidez cutânea e inquietude. Dor visceral: originada da distensão ou contração das paredes do intestino. Caráter de distensão ou torção. • Modo de início da dor: 1. Abrupto. 2. Vagaroso. Distensão abdominal, flatulência e dispepsia • Associadas à má absorção. • Em geral, apresentam-se junto com diarreia, esteatorreia ou dor abdominal. Hemorragia digestiva • Tem importância no diagnóstico etiológico e no prognóstico do paciente. • Depende do sangramento de intestino delgado e sua relevância. • O sangramento exterioriza-se como melena (eliminação de sangue junto com as fezes) → fezes enegrecidas, mais viscosas e aderentes, podendo ou não adquirir uma tonalidade avermelhada. • Causa aumento do teor líquido das fezes. • Pode possuir odor fecalóide, biliar ou pútrido. Hematêmese • Vômito com sangue de origem gastrointestinal. intestino queixas Enterorragia • Eliminação de sangue vivo pelo ânus. • Condições: local de sangramento próximo à válvula ileocecal, perda sanguínea rápida e volumosa, existência de fatores que acelerem a velocidade do trânsito intestinal. Febre • Apresenta-se junto com diarreia ou dor abdominal. • Febre alta e de início súbito: pode acompanhar a diarreia aguda, de curso benigno e autolimitado, cuja causa são as infecções bacterianas ou virais. • Febre alta, com dor abdominal e intensa: inflamação peritoneal própria da diverticulite ou dos períodos de reagudização da doença de Crohn. • Febre baixa e episódica: doenças celíacas, de Whipple, de Crohn e linfomas. Perda de peso • Relacionada com alimentação deficiente, má absorção ou aumento do consumo metabólico. • Anamnese: perguntar sobre apetite, disposição para comer, características da alimentação (quantidade e qualidade dos alimentos), número, tipo e horário das refeições. • Redução da ingestão: verificar alterações de estado emocional, sintomas que se agravem pela alimentação, uso concomitante de medicamento e falta de alimentos. Anemia • Manifestações: palidez, astenia, fraqueza muscular, fadiga ou cansaço, sonolência, irritabilidade, vertigens, zumbidos e percepção de “moscas volantes”. • Queixas frequentes: palpitações, dispneia de esforço e lipotimia (perda brusca de consciência). • Causas: deficiência de ferro, vitamina B12 e/ou folatos, desnutrição proteica, depressão “tóxica” da eritropoiese e hemorragia digestiva. • Hemorragia digestiva: anemia + melena. Edema • Expressão clínica da redução da pressão coloidosmótica do plasma acarretada por hipoalbuminemia. • Causas: redução da ingestão proteica, alteração da síntese de albumina pelo fígado ou sua perda excessiva. • Manifestação associada à diarreia, à esteatorreia, à dor abdominal ou aos sintomas sugestivos de hemorragia digestiva. Perda gastrintestinal de proteínas: o edema é a única manifestação. Manifestações de carências nutricionais especificas • Doenças do intestino delgado podem provocar má absorção de um ou mais nutrientes, acarretando carências, que são agravadas pela insuficiente ingestão alimentar. • Deficiência de hidratos de carbono, lipídios e proteínas: perda de peso, edema e alterações da pele e dos anexos. • Carência das vitaminas D e B: indicativo de duração prolongada do processo patológico, já que o fígado tem um amplo depósito delas. • Deficiência de cálcio pode ser acentuada por: 1. Defeito de absorção. 2. Defeito de absorção da vitamina D com retenção renal desse cátion. 3. Perda fecal aumentada do cálcio. Insuficiência endócrina • O comprometimento da absorção dos nutrientes, acarreta na insuficiência de glândulas endócrinas. • Associada à desnutrição proteica, anemia crônica e carência de vitaminas e oligoelementos. • Doença celíaca: 1. Mulheres: pode cursar com alterações menstruais e infertilidade. 2. Homens: disfunção sexual, perda da libido ou da potência. 3. Casos graves: estado de hipogonadismo, com perda das características secundárias, amenorreia ou atrofia testicular nos homens. Exame físico geral • Determinar estatura e peso corporal. • Desnutrição grave: paciente emagrecido, com redução do tecido subcutâneo e da massa muscular. Pele fina, seca, áspera e descamativa seca, áspera e descamativa. Pelos escassos, finos, quebradiços e facilmente destacáveis. • Inversão da curvatura das unhas: desnutrição proteica crônico ou anemia intensa. • Edema: observado na inspeção d face ou os membros inferiores. • Exame de pele: →Lesões hemorrágicas tipo petéquias ou equimoses: deficiência de K ou hiperqueratose folicular. → Lesões eczematóides: causadas por carência de ácidos graxos essenciais. • Anemia: mucosas descoradas e seu grau de umidade pode refletir a perda de água provocada por diarreia. • Linfomas com comprometimento intestinal: linfonodos grandes, endurecidos, indolores e sem sinais inflamatórios. • Exame neurológico: detecta alterações da consciência e das funções intelectuais em pacientes com desnutrição grave, em geral associada à deficiência de vitaminas do complexo B ou anemia importante. • Exame da região perineal e do ânus → importante nos pacientescom doença de Crohn: fissuras, fistulas e abscessos perirretais, fissuras e escoriações anais e vaginais: deficiência de vitaminas do complexo B ou anemia ferropriva. Doenças intestinal Divertículo de Meckel • Remanescente do ducto onfalomesentérico, localizado na borda antimesentérica do íleo. Hamartoma • Pólipos da síndrome de Peutz-Jeghers (polipose intestinal e pigmentação melânica cutâneomucosa com transmissão mendeliana dominante) e outros pólipos intestinais. Obstrução intestinal • Principais causas: 1. Crianças: íleo meconial, intussuscepção, divertículo de Meckel, “bolo” de Ascaris e corpos estranhos. 2. Adultos: aderências por cirurgias prévias, hérnias encarceradas, doenças inflamatórias crônicas, neoplasias benignas e malignas. Intussuscepção • Invaginação de uma alça intestinal no interior da alça imediatamente seguinte. • Sem causa aparente. • Costuma ocorrer em crianças de 3 meses a 2 anos. Enterites • Afecções de natureza inflamatória compõem um amplo espectro de doenças causadas por agentes biológicos (vírus, bactérias, parasitos e fungos), agentes físicos (radiações) e de causa não conhecida (doença de Crohn). Doença de Crohn • É uma doença granulomatosa crônica, de etiologia desconhecida. • Inflamação transmural com granuloma não caseoso. • Fístulas vão da mucosa ulcerada até a serosa e órgãos vizinhos. • Manifestações: diarreia, dor abdominal e emagrecimento, necrose intestinal, Sepses Doença de Whipple • Doença rara causada pela bactéria Tropheryma whipplei, que afeta homens de meia-idade. • Quadro clínico: artralgias, edema, poliadenopatia, esteatorreia e perda intestinal de proteínas. • Na lâmina própria da mucosa, observam-se depósitos lipídicos (linfangiectasias) e infiltração de macrófagos repletos de corpúsculos PAS-positivos. Síndrome de má absorção • Modelos de má absorção: 1.Doença celíaca; 2.Sobrecrescimento bacteriano do intestino delgado (SBID); 3.Linfangiectasias intestinais. Anormalidade de origem vascular • Malformações congênitas, neoplasias originárias dos vasos sanguíneos, vasculites e isquemia provocada por oclusão ou por queda do débito sanguíneo no território da artéria mesentérica superior. Neoplasias • São raras. • Mais da metade é benigna. Benignas: • Compreende: adenomas, papilomas, fibromas, lipomas, miomas e angiomas. • São, em sua maioria, assintomáticas. • Principais: leiomiomas e fibromas ⇾ podem crescer no sentido do lúmen do intestino delgado e ser pedunculados ⇾ quadro de oclusão intestinal. Malignas: • Carcinomas • Liomiossarcomas, • Linfomas • Tumores carcinóides. Linfomas São divididos em 3 tipos, conforme a sua origem e expressão anatomopatológica: 1. Linfoma primário intestinal focal: fica em um pequeno segmento do intestino. Possui múltiplos focos de tecido neoplásico→ acomete pessoas jovens e, em particular, crianças. 2. Linfoma primário intestinal difuso: compromete extensos linfáticos do jejuno, íleo e intestino. Afeta adultos jovens→ sinais e sintomas são de má absorção e associados à dor abdominal. 3. Linfoma secundário: comprometimento do intestino pela doença linfomatosa disseminada → manifestações clinicas são associadas à adenomegalias, febre, anemia e hepatoesplenomegalia. Tumores carcinoides • Neoplasias originárias das células argentafins, responsáveis pela produção de uma grande variedade de substâncias. • Conjunto de alterações provocadas pelo excesso de peptídios ativos em circulação, liberados pelas extensas metástases hepáticas. • Episódios de palpitações, rubor facial intenso, tosse, dispneia com sibilos, diarreia com cólicas, meteorismo (acúmulo de gases) e flatulência. • Sintomas podem aparecer após ingestão de bebida alcoólica, exercício físico ou períodos de tensão
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