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Psicologia aplicada à odontologia introdução

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Psicologia é o estudo dos processos mentais e do comportamento do 
ser humano e as suas interações com o ambiente físico e social. Ela 
nos fornece uma perspectiva adicional para compreendermos os 
indivíduos e seus comportamentos e oferece estratégias de 
intervenção que podem facilitar o enfrentamento de algumas 
situações. 
 A Psicologia da Saúde é descrita por Matarazzo (1) como “o conjunto 
das contribuições especificas educacionais, científicas e práticas da 
disciplina da Psicologia para a promoção e manutenção da saúde, 
prevenção e tratamento da doença e disfunções relacionadas”. Ela 
surge como um desdobramento natural da incorporação e 
integração dos fatores psicológicos e sociais ao modelo biomédico 
atendimento médico, constituindo o mais recente desenvolvimento 
no processo de inserção da psicologia na compreensão da saúde. 
Ao olharmos para a história da Odontologia enquanto ciência e profissão, 
podemos identificar algumas abordagens que são caracterizadas 
principalmente pelo foco da atuação do profissional.
• Modelo antigo. As doenças surgem do exterior do corpo, invadindo-
o e causando mudanças físicas dentro do mesmo, ou tem origem 
em mudanças físicas internas involuntárias. Tais doenças são 
causadas por um variado número de fatores, incluindo desequilíbrios 
bioquímicos, bactérias, vírus e predisposição genética.. 
• As doenças são encaradas com algo que surge a partir de 
mudanças biológicas que se encontram fora de controle do sujeito, 
os indivíduos não são considerados responsáveis pelas suas 
doenças, são vistos como vítimas de uma força externa que 
provoca mudanças internas. 
 O tratamento é feito por meio de vacinações, cirurgias, 
quimioterapias e radioterapias, todas com o objetivo de mudar o 
estado físico do corpo.
 A responsabilidade pelo tratamento cabe a classe médica
 A saúde e a doença são qualitativamente diferentes - ou se é 
saudável ou se é doente, não existe uma continuidade entre ambas 
e a responsabilidade pelo tratamento cabe a classe medica.
 A mente e o corpo funcionam independentemente um do outro., 
são definidos como entidades separadas. As mudanças na matéria 
física são consideradas independentes das mudanças no estado da 
mente.
 A doença pode ter consequências psicológicas, mas não causas 
psicológicas
 Sugere que os seres humanos devem ser vistos 
como sistemas complexos e que a doença é causada por uma 
multiplicidade de fatores e não por um único fator causal. 
Afastando-se de um simples modelo linear de saúde e sustentando 
que a doença pode ter origem numa combinação de fatores 
biológicos (por exemplo, um vírus, genética, bactérias, defeitos 
estruturais), psicológicos (comportamentos, cognições, expectativas, 
crenças) e sociais (normas e pressões sociais, tipo de emprego, 
valores culturais).
 
Reconhecer que o comportamento desempenha um papel na 
origem das doenças implica que os indivíduos podem ser 
considerados responsáveis pelo seu estado de saúde e pelas suas 
doenças.
 O paciente deve ser tratado no seu todo e não apenas ao nível das 
mudanças físicas que aconteceram, podendo isso tomar a forma de 
uma mudança de comportamento, mudanças nas crenças de 
enfrentamento e a adesão às recomendações medicas.
 Portanto, na medida em que a pessoa como um todo é alvo do 
tratamento, e não apenas a sua doença física, o doente fica, em 
parte, responsável pelo tratamento. Isto pode assumir uma forma 
de responsabilização pela ingestão de medicação e pela 
modificação das suas crenças e comportamentos. 
 Nesta perspectiva, a saúde e a doença não são qualitativamente 
diferentes, mas situadas num continuum que vai do estado de 
saúde ao de doença e vice-versa.
 Defende que a mente e o corpo interagem, não sendo mais vistos 
como entidades separadas.
 Os fatores psicológicos são vistos não só como possíveis 
consequências da doença, mas também como variáveis que 
contribuem para sua etiologia
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Psicologia da saúde:
o 1º objetivo: compreender, explicar, desenvolver e testar teorias.: 
✓ Avalia o papel do comportamento na etiologia da doença, por 
exemplo: A doença coronária está relacionada com 
comportamentos em termos de consumo de tabaco, nível de 
colesterol, falta de exercício, tensão arterial elevada e estresse. 
✓ Faz o prognostico dos comportamentos prejudiciais para a 
saúde 
✓ Estuda o papel da Psicologia na vivencia da doença 
✓ Avalia o papel da Psicologia no tratamento da doença 
o 2º objetivo, em termos práticos e teóricos: 
✓ Promover um comportamento saudável: 
-Compreender o papel do comportamento na doença, poderá 
permitir reconhecer os comportamentos prejudiciais para a 
saúde 
-Compreender as crenças que predisem comportamentos, 
poderá permitir seu re conhecimento 
-Compreender as crenças pode ajudar a mudá-las 
✓ Prevenindo o aparecimento da doença, por exemplo: 
-Mudar as crenças e os comportamentos poderá impedir o 
aparecimento de doenças. 
-As intervenções comportamentais durante a doença (por 
exemplo, deixar de fumar depois de um ataque cardíaco ) 
podem impedir o surgimento de outras doenças. 
-Treinar os profissionais da saúde para que melhorem as suas 
competências de comunicação, e levem as intervenções a 
cabo, poderá ajudar a prevenir o aparecimento de doenças. 
 
 Determinantes psicossociais da saúde: 
 
 
 
 
A promoção da saúde baseia-se na aceitação de que os comportamentos 
em que nos envolvemos e as circunstâncias em que vivemos têm impacte 
sobre a nossa saúde e de que alterações adequadas podem melhorar a 
saúde. 
 Avaliação de Fatores de Proteção X Fatores de Exposição à doenças 
 
O objetivo da odontologia não é somente tratar de dentes mas 
de pessoas! 
 
-------- Mais recentemente, a Lei n.º 9.394, que estabelece as diretrizes e bases da 
educação nacional, lista entre os conteúdos curriculares essenciais na formação do 
cirurgião-dentista as ciências humanas e sociais que incluem os conteúdos 
referentes às diversas dimensões da relação indivíduo/sociedade, determinantes 
sociais, culturais, comportamentais, psicológicos, ecológicos, éticos e legais, nos 
níveis individual e coletivo, do processo saúde-doença.. 
 
 
 
 
 
 
Clara Eliza Alves Pereira

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