Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Rinite Alérgica Caso Clínico 1 RMN, 6 meses de vida, masculino. Durante a consulta de puericultura, mãe refere que a criança tem o nariz entupido desde o nascimento (sic). Ela acha que ele tem “coceira” porque esfrega muito os olhos e o nariz. Teve bronquiolite aos 4 meses, mas não necessitou de internação. Como antecedentes familiares mãe tem rinite alérgica e irmã de 4 anos é asmática. Pai é tabagista. Durante a consulta a criança apresenta “espirros em salva”. O exame físico é normal. Não dá para diferenciar de um quadro de resfriado comum de repetição ou de outras IVAS. Caso Clínico 2 MLC, 4 anos, masculino. Durante a consulta de puericultura, mãe refere que a criança tem “resfriados de repetição”. Desde que entrou na escolinha, ele está sempre doente (sic). No ISDA, relata sono agitado, com roncos muito altos. Irritabilidade durante o dia e na “escolinha”. Em função dos resfriados, tem coriza e obstrução nasal de forma crônica. Nos antecedentes familiares, mãe refere que a irmã de 2 anos apresenta dermatite atópica. Nega tabagismo. Na residência, há cortinas e tapetes nas áreas sociais e “alguns” bichinhos de pelúcia que enfeitam o quarto. No exame físico verificou-se respiração bucal e a ausculta pulmonar evidenciou roncos de transmissão. / VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Rinite Alérgica - Definição Inflamação crônica da mucosa nasal causada por reações mediadas por Imunoglobulina E (IgE) específica para determinados alérgenos. Caracteriza-se pela presença dos seguintes sintomas: espirros (em salva), prurido e obstrução nasal, rinorreia não purulenta anterior e posterior, hiposmia. Geralmente, ocorrem por 1 ou mais dias consecutivos, por mais de 1 hora na maioria dos dias. Classificação – ARIA (Allergic Rhinitis and Its Impact on Asthm) Intermitente: < 4 dias/semana ou ≤ 4 semanas/ano. Persistente: > 4 dias/semana ou ≥ 4 semanas/ano. Leve: Sintomas não interferem na qualidade de vida. Moderada/Grave: Sintomas provocam alteração na qualidade de vida (comprometimento do sono/desempenho escolar, limitação nas atividades diárias, sintomas que incomodam). VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Epidemiologia - ISAAC (International Study of Asthma and Allergies in Childhood) Desencadeantes Fisiopatologia VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Quadro clínico Sintomas: - Obstrução nasal, rinorreia, espirros “em salva”, prurido nasal; - Lacrimejamento e prurido ocular; - Respiração oral, voz anasalada, roncos, alterações do paladar; - Otalgia, alteração da acuidade auditiva; - Epistaxe ocasional. Sinais: - Rinoscopia anterior: mucosa pálida, hipertrofiada, com a presença de muco; - Outros sinais: Olheiras, Sinal de Dennie- Morgan (pregas abaixo dos cílios na pálpebra inferior), vinco horizontal no nariz decorrente do prurido nasal constante (“saudação do alérgico”). VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Comorbidades Rinossinusopatia. Otite com efusão. Rinoconjuntivite; Respirador oral, síndrome da hipopneia ou apneia obstrutiva do sono; Asma. Diagnóstico Clínico Fatores desencadeantes associados aos SINAIS e SINTOMAS. Anamnese: Início, intensidade e duração dos sintomas. História ambiental: desencadeantes domiciliares (ácaros, fungos, mofo), extradomiciliares (pólen), poluentes (fumaça de cigarro, odores fortes, poluição). História pessoal e familiar de atopia. Impacto dos sintomas na qualidade de vida: Desempenho escolar, qualidade do sono. Diagnóstico Laboratorial Na prática clínica, esses exames ajudam pouco. Assim, o diagnostico é muito mais clínico do que laboratorial. Citologia nasal (eosinófilos na secreção nasal). Eosinofilia sérica (inespecífica). Aumento da IgE sérica (inespecífico). Testes cutâneos de hipersensibilidade imediata (TCHI). IgE específica para alérgenos. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Tratamento Não Farmacológico Higiene ambiental: Evitar exposição aos desencadeantes. Lavagem nasal com solução salina: - Diminuir a viscosidade do muco e facilitar movimento mucociliar; - Uso de solução isotônica de cloreto de sódio por pressão positiva (seringas) ou aplicadores. Tratamento Farmacológico Anti-histamínicos: - São agonistas inversos e estabilizam a forma inativa dos receptores de histamina (H1 a H4). - Interferem na ação da histamina sobre as terminações nervosas sensoriais, na estimulação reflexa parassimpática na produção de secreção glandular, e no aumento da permeabilidade capilar. - Sub-regulam a inflamação alérgica nasal, reduzindo a expressão de citocinas inflamatórias, moléculas de adesão e também o recrutamento de células (eosinófilos, linfócitos, basófilos e mastócitos). - Classificados em 1ª e 2ª geração (sonolência). Corticoesteróides: - A característica principal na rinite alérgica é a inflamação na mucosa nasal - CE tópico (nasal). - Melhora de todos os sintomas (prurido, coriza, espirros, OBSTRUÇÃO NASAL, alteração do olfato e sintomas oculares associados). - Início de ação 7-12 horas após a administração (poder terapêutico máximo até 14 dias do início do tratamento). Cromoglicato de Sódio: - Possui ação estabilizadora da membrana dos mastócitos. - Uso contínuo de forma profilática antes da exposição ao alérgeno. - Ineficaz no tratamento da crise. - Segurança - opção para os lactentes. - Disponíveis em 2% e 4% (meia vida curta). VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Imunoterapia: - Faz parte da terapêutica associada às medidas ambientais e farmacoterapia. - Induz anticorpos específicos da classe IgG4 contra os alérgenos, atuando como anticorpos bloqueadores (são capazes de prevenir a ligação de complexos alérgenos - IgE a células dendríticas e linfócitos B). - Pode ser realizada na forma subcutânea ou sublingual. Diagnóstico diferencial Rinite Infecciosa. Rinite não infecciosa e não alérgica (mais comum nos adultos: idiopática, irritantes, medicamentosa). Corpo Estranho. Caso Clínico 3 CMS, 10 anos, feminino. Durante a consulta ambulatorial com alergista, mãe refere que a criança tem “crises de espirros” seguidas de prurido nasal, nos olhos e até mesmo na garganta. Refere também que a criança queixa-se de alteração no olfato e no paladar e está muito preocupada que sua filha esteja com Covid-19. Nega coriza abundante, só ocorre após as crises de espirros, mas a obstrução nasal é muito importante. Essas crises são muito frequentes, ocorrendo, ao menos 1x/semana. Quando ocorrem, impedem a ida à escola e o sono. Já usou anti-alérgico durante as crises com melhora parcial, mas essas medicações deixam-na muito sonolenta, por essa razão, evita usar constantemente. Refere que em uma das crises, apresentou também tosse com “cansaço” e precisou levar a criança ao Pronto-Socorro, sendo diagnosticada “crise de asma” que melhorou com o uso de salbutamol spray. No exame físico verificou-se alterações na rinoscopia, no fascies, porém o restante do exame físico estava inalterado. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C
Compartilhar