Buscar

RINITE ALÉRGICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Ádila Cristie Matos Martins 	 	 	 	 Otorrinolaringologia
t
RINITE ALÉRGICA 
- É uma das doença crônica mais comum do mundo
- Evidências demonstram que existe um componente genético importante na 
determinação de atopia nos indivíduos
- É uma inflamação no tecido do nariz e de estruturas adjacentes, medida por IgE, 
decorrente da exposição a alérgenos
- Clinicamente caracterizada por um ou mais dos seguintes sintomas: rinorreia, 
espirros, prurido e congestão nasal 
- Essas manifestações podem ser intermitentes ou persistentes e apresentam caráter 
hereditário, sem preferência por sexo ou etnia
- A rinite pode se iniciar em qualquer faixa etária, com pico de incidência na infância 
e adolescência
ETIOLOGIA 
- Existem duas condições básicas fundamentais para instalação da rinite, que são a 
presença de um indivíduo imunologicamente sensível e a presença do alérgeno no 
meio ambiente
- Os principais alérgenos em nosso meio são: poeira, ácaros, fungos, epitélio, urina e 
saliva de animais (cães e gatos), baratas e menos comumente o pólen
CLASSIFICAÇÃO 
Quanto à duração: 
- Intermitente/sazonal: os sintomas estão presentes em menos de quatro dias por 
semana ou menos quequatro semanas
- Persistente/perene: os sintomas estão presentes em mais de quatro dias por 
semana e mais que quatro semanas
- Alguns indivíduos também podem apresentar a forma mista: persistente com 
exacerbações
Quanto à intensidade: 
- Leve: nenhum dos seguintes itens está presente: distúrbio do sono, prejuízo das 
atividades diárias, lazer e/ou esportes, prejuízo das atividades de escola e no 
trabalho; sintomas insuportáveis
- Moderado a grave: um ou mais dos seguintes itens está presente: distúrbio do 
sono, prejuízo das atividades diárias, lazer e/ou esportes; prejuízo das atividades na 
escola e no trabalho; sintomas insuportáveis 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Sintomatologia:
- A idade de início é precoce, indo dos 5 aos 20 anos, aproximadamente
- O prurido não se limita ao nariz, podendo envolver palato, olhos, faringe e laringe, 
assim como os ouvidos
- A rinorreia é normalmente clara, sendo anterior e/ou posterior. A primeira resulta 
em espirros e limpeza frequente do nariz, e a segunda leva a roncos, secreção pós-
nasal e limpeza constante da faringe e laringe
- Espirros em salva associados aos sintomas de conjuntivite (hiperemia conjuntiva, 
prurido conjuntival, lacrimejamento e fotofobia)
- A obstrução nasal pode ser bilateral ou apresentar-se como um aumento 
exagerado do ciclo fisiológico nasal, com obstrução intermitente, alternando de 
uma fossa nasal para outra. Quando a congestão é intensa, pode estar associada à 
anosmia ou hiposmia e à perda do paladar. A congestão nasal crônica, que 
frequentemente piora à noite, propicia a respiração bucal e os roncos, interferindo 
sobremaneira com a qualidade do sono
- A disfunção tubária é manifestação ocasional, cujas queixas são estalidos e 
estouros nos ouvidos
- Os sintomas sistêmicos mais associados são mal-estar geral, cansaço, irritabilidade 
e agitação para dormir
Antecedentes familiares e pessoais de atopia e fatores de risco:
- A história familiar de alergia está associada ao desenvolvimento de rinite alérgica. O 
ambiente geralmente influencia a expressão da doença, mas a genética determina a 
gravidade e a especificidade dos sintomas
- Existe associação com asma, eczema, urticária e alergias do sistema digestivo
- Principais fatores de risco: história familiar, IgE > 100 IU/mL, introdução de 
alimentos e fórmulas infantis precocemente, tabagismo materno antes da criança 
completar um ano, alergia alimentar e grande exposição a alérgenos 
intradomiciliares
- A exposição precoce a cachorros e gatos na infância diminui o risco de 
sensibilização alérgica 
Ádila Cristie Matos Martins 	 	 	 	 Otorrinolaringologia
t
- Dessa forma, são imprenscidíveis informações sobre alergias familiares, idade de 
início e o tipo dos sintomas, quando ocorrem, sua frequência, duração e gravidade, 
os fatores de piora e a exposição ao alérgeno
Exame físico:
- Indivíduos com rinite têm na face edema das pálpebras e cianose periorbitárias, 
devido à estase venosa secundária à obstrução nasal crônica
- É comum verificarmos a saudação alérgica, um hábito dos alérgicos caracterizado 
pela passagem da palma da mão sobre o nariz levantando a sua ponta. Esta 
manobra alivia momentaneamente o prurido e o gotejamento, mas realizada de 
forma repetida deixa uma marca horizontal na pele acima da ponte nasal – prega 
nasal transversa 
- Em muitos também é possível verificar a dupla prega na pálpebra inferior conhecida 
como linhas de Dennie Morgan 
- A respiração bucal constante leva ao desenvolvimento de uma elevação do lábio 
superior, eversão do lábio inferior, arqueamento do palato (palato em ogiva), 
mordida aberta e narinas estreitas, em um continuum de alterações anatômicas que 
tornam a face com um aspecto alongado, configurando o que chamamos de fácies 
adenoidiana 
- O exame das fossas nasais geralmente revela a mucosa dos cometos hiperemiada 
ou pálida, edematosa e secreção hialina, mas tais sinais podem ser muito variáveis
- A presença de secreção purulenta e espessa torna impositiva a pesquisa de 
infeccção associada. A nasofibroscopia é um exame endoscópico importantíssimo 
para avaliação da mucosa nos terços médio, superior e posterior da cavidade nasal 
- O exame otológico pode mostrar otite média secretora 
Principais diagnósticos diferenciais… 
- Rinite infecciosa (“resfriado comum”)
- Rinite medicamentosa: associada ao uso abusivo de vasoconstrictores nasais, 
contraceptivos orais, anti-hipertensivos, aspirina e outros AINEs 
- Rinite vasomotora: mucosa nasal hiper-responsiva aos estímulos físicos
- Rinite hormonal: associada à gestação, hipotireoidismo
- Rinite associada a fatores mecânicos: desviode septo, hipertrofia adenoidiana, 
corpo estranho, tumores 
EXAMES COMPLEMENTARES ESPECÍFICOS 
- Teste cutâneo (prick-test): E muito importante que sejam utilizados os antígenos 
aos quais o doente possa estar exposto
- IgE antígeno-específica no sangue: deve ser indicada quando não for possível 
realizar os testes cutâneos, como na dermatite atópica extensa, por exemplo. A 
eosinofilia e a dosagem de IgE sérica total apresentam baixa sensibilidade
* Para se evitar testes falso-negativos recomenda-se a suspensão de antileucotrienos 
um dia antes do teste, dos anti-histamínicos de primeira geração antes de três a 
quatro dias e anti-histamínicos de segunda geração antes de cinco a sete dias
- Citológico nasal: exame das secreções nasais para identificar células inflamatórias 
pode ser útil como auxiliar do exame clínico
DIAGNÓSTICO CLÍNICO 
- É essencialmente clínico. É preciso avaliar o tempo de evolução da rinite, seus 
sintomas e os de outras atopias, história familiar e as características dos ambientes 
de habitação e trabalho
- É baseado na fusão entre a história clínica e os testes diagnósticos
TRATAMENTO 
CONTROLE AMBIENTAL
- Consiste na eliminação ou redução dos alérgenos desencadeadores das crises de 
rinite. Sendo assim, medidas como retirada de animais domésticos, cobertura de 
colchões e travesseiros com material plástico lavável, lavagem de roupas de cama 
com água quente, limpeza de superfícies (chão, móveis) diariamente, abstenção de 
objetos que retenham poeira (ex.: animais de pelúcia) e evitar contatos com 
Ádila Cristie Matos Martins 	 	 	 	 Otorrinolaringologia
t
irritantes, como produtos de limpeza, produtos químicos, fumaça de cigarro e 
poluentes são algumas das estratégias recomendadas
SOLUÇÕES SALINAS
- Uso de salina fisiológica é fundamental para limpeza de secreções e alívio da 
irritação local. O ideal é a utilização de soro fisiológico 0,9% sem conservantes para 
limpeza nasal
ANTI-HISTAMÍNICOS- São um grupo de medicações indicados nos sintomas leves, intermitentes e no 
tratamento prolongado dos casos persistentes
- Atuam na redução do prurido, dos espirros e da coriza, tendo pouco efeito sobre a 
obstrução nasal
- Os anti-histamínicos de primeira geração para o uso em rinite alérgica foram supera 
dos, pois os consensos atuais preconizam o uso de anti-histamínicos não sedativos 
como primeira es colha para tratamento das doenças alérgicas, inclusive em 
crianças
- Exemplos de segunda geração: loratadina (Claritin; Loralerg), desloratadina 
(Desalex), cetirizina (Zyrtec; Zetalerg) e fexofenadina (Allegra)
CORTICOIDES TÓPICOS NASAIS 
- Reduzem todos os sintomas da rinite alérgica, inclusive a obstrução nasal. Há 
redução da infiltração de células inflamatórias, redução da hiper-responsividade da 
mucosa nasal, permeabilidade vascular e a liberação de mediadores pelos 
mastócitos
- O efeito máximo desta classe é alcançado na segunda semana de tratamento
- Sua principal indicação é reservada aos casos de rinite persistente
- São usados sob a forma tópica nasal, e os mais frequentemente usados são a 
mometasona, fluticasona e budesonida, por exibirem maior potência tópica local e 
menos efeitos sistêmicos, e por serem pouco absorvidos pelo trato gastrointestinal
CORTICOIDES SISTÊMICOS 
- Ciclos curtos de corticoides sistêmicos por um período de cinco a sete dias podem 
ser usados nos casos graves e na presença de sinusite crônica
- As drogas mais utilizadas são aquelas de meia-vida intermediária, como 
prednisona, prednisolona, metilprednisolona e deflazacort
DESCONGESTIONANTES 
- São agentes alfa-adrenérgicos que atuam na redução da obstrução nasal, porém 
sem qualquer efeito sobre a coriza, prurido e espirros. Existem sob a forma tópica: 
nafazolina (Narix, Neosoro), oximetazolina (Afrin, Aturgyl), e, neste caso, não 
deverão ser usados por um período maior que cinco dias pelo risco de obstrução 
de rebote. Em lactentes e crianças pequenas, os derivados imidazólicos (nafazolina 
e oximatazolina) podem ser absorvidos e causar depressão do sistema nervoso 
central com hipotermia
- Os descongestionantes de uso oral estão disponíveis em associação com anti-
histamínicos: pseudoefedrina, fenilefrina
- Estas medicações podem levar ao desenvolvimento de irritabilidade e insônia
CROMONAS 
- São drogas anti-inflamatórias de eficácia moderada destinadas ao tratamento dos 
quadros leves de rinite
- Necessitam de várias aplicações diárias, o que dificulta a adesão ao tratamento
- Disponível no país existe o cromoglicato de sódio (Rilan; Intal nasal)
ANTAGONISTAS DE LEUCOTRIENOS 
- São potentes vasodilatadores, broncoconstrictores e estimuladores da secreção 
das glândulas submucosas. Além disso, atuam na quimiotaxia, atraindo eosinófilos 
para o local de reação alérgica
- No Brasil o Montelucaste é o antileucotrieno disponível, seu uso está reservado aos 
casos de rinite associada à asma
IMUNOTERAPIA 
- A imunoterapia alérgeno específica é uma estratégia terapêutica que visa modular o 
sistema imunológico, reduzindo a sua responsividade a antígenos do meio 
ambiente. Para isso, são administradas ao indivíduo quantidades pequenas de 
extrato alergênico com concentrações progressivamente maiores
- A maioria dos autores concorda que a terapia não deve ser indicada para crianças 
abaixo de cinco anos 
REFERÊNCIAS: 
Rotinas em Otorrinolaringologia — Piltcher, O. B, et al.(2015) 
Pediatria volume 7 — MedCurso 2019

Continue navegando