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Aula 4 A AvaliaçãoEntrevista de Uma Paciente com Transtorno Mental e O Exame Psíquico

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PSICOPATOLOGIA GERAL – Prof. Ueslei Solaterrar da Silva Carneiro 
UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO E DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS 
Aula 4 – A Avaliação/Entrevista de Uma Paciente com Transtorno Mental e O Exame Psíquico 
Roteiro da Aula 
• A entrevista para avaliação e diagnóstico e o exame psíquico; 
 
A Entrevista e A Avaliação em Psicopatologia: A Importância da Escuta Qualificada 
• Principal modo de avaliação do paciente, juntamente com a observação cuidadosa é o principal instrumento de conhecimento em 
psicopatologia e saúde mental; 
• Modo de se obter informações acerca do estado psíquico do sujeito, da sua vida subjetiva para ser possível construir diagnósticos 
possíveis e estabelecer intervenções e planejamento terapêutico; 
• A entrevista permite a realização de dois principais aspectos da avaliação: 
1) A anamnese: o histórico dos sinais e sintomas que a pessoa 
apresenta ao longo da sua vida; 
2) Exame Psíquico: exame do estado atual 
• Pode ser complementada com: Avaliação Física; Avaliação Neurológica; Psicodiagnóstico: testes psicológicos de personalidade; Exames 
Complementares. 
• A habilidade do entrevistador revela-se pelas perguntas que formula, por aquelas que evita formular e pela decisão de quando e como 
falar ou apenas calar; 
• Antes de tudo: momento de acolhimento, de estabelecimento de vínculo; 
• Necessidade de adaptação aos diferentes contextos: saúde pública, consultório particular e consultório na rua: 
• Cuidado Importantes: 
1. Permitir ao paciente a expressão de emoções dolorosas sem 
se perturbar, evitando demonstrar surpresa, espanto ou 
interrompê-lo; 
2. Evitar ao máximo, questões que sejam respondidas somente 
com "sim" ou "não", preferindo perguntas abertas; 
3. Evitar interromper bruscamente o relato do paciente para 
solicitar informações sobre algum tópico que ficou faltando. 
Tal informação pode ser obtida em entrevistas subsequentes; 
4. Não pôr em dúvida os sintomas referidos, ou os fatos 
relatados. Não questionar as opiniões ou sentimentos do 
paciente; 
5. Não expor de forma direta suas contradições; 
6. Evitar fazer julgamentos morais ou opinar sobre convicções 
religiosas morais ou políticas; 
7. Evitar explicações, interpretações ou conclusões apressadas; 
8. Evitar discussões, mostrar-se ansioso, impaciente ou irritado; 
agressivo ou hostil 
9. Ser sincero e direto, esclarecendo dúvidas, evitando ser 
demasiadamente otimista ou deixando deliberadamente de 
falar de tópicos sobre os quais o paciente necessita opinar ou 
decidir; 
10. Evitar firmar diagnósticos ou propor condutas sem ter os 
elementos necessários; 
11. Evitar perguntas que envolvam mais de um tema 
simultaneamente. 
12. Evitar Posturas rígidas, estereotipadas; 
13. Evitar Atitude Excessivamente neutra ou fria; 
14. Evitar entrevistas excessivamente longas; 
15. Evitar fazer muitas anotações durante a entrevista. 
 
• IDENTIFICAÇÃO 
• HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA) 
• HISTÓRIA PESSOAL (HP) 
• HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA (HPP) 
• EXAME PSÍQUICO (EP)/SÚMULA PSICOPATOLÓGICA 
• HIPÓTESE DIAGNÓSTICA 
• CONDUTA TERAPÊUTICA 
 
Exame Psíquico: Avaliação Atual 
1. Aspecto geral: cuidado pessoal, higiene, trajes, postura, 
atitude global do paciente. 
2. Nível de consciência. 
3. Orientação. 
4. Atenção. 
5. S. Memória (fixação e evocação). 
6. Sensopercepção. 
7. Pensamento (curso, forma e conteúdo). 
8. Linguagem. 
9. Inteligência. 
10. Consciência do eu/Juízo de realidade. 
11. Vida afetiva (estado de humor basal, emoções e sentimentos 
predominantes). 
12. Humor. 
13. Volição. 
14. Psicomotricidade. 
15. Personalidade. 
16. Pragmatismo. 
17. Crítica em relação aos sintomas (consciência de morbidade) e 
desejo de ajuda. 
 
• Sumula Psicopatológica: 
“Lúcido. Vestido adequadamente e com boas condições de higiene pessoal. Orientado auto e alopsiquicamente. Cooperativo. Normovigil. 
Hipertenaz. Memórias retrógrada e anterógrada prejudicadas. Inteligência mantida. Sensopercepção alterada com alucinação auditivo-verbal. 
Pensamento sem alteração de forma, porém apresentando alteração de curso (fuga de idéias e descarrilamento) por ocasião da agudização do 
quadro e alteração de conteúdo (idéias deliróides de perseguição, grandeza e onipotência). Linguagem apresentando alguns neologismos. 
Consciência do eu alterada na fase aguda do quadro. Nexos afetivos mantidos. Hipertimia. Psicomotricidade alterada, apresentando tiques. 
Hiperbúlico. Pragmatismo parcialmente comprometido. Com consciência da doença atual”. 
 
As Primeiras Entrevistas 
• Importância das entrevistas Iniciais; 
• Desafios nas entrevistas iniciais: expectativa (jovem, saber, experiência/silêncio/respostas monossilábicas/não escolheu estar ali, 
perguntas de ordem pessoal, estabelecimento do contrato de trabalho, do vínculo, entrevistas com crianças e adolescentes, etc); 
• As três regras de outro na entrevista em saúde mental: 
1. Pacientes mais organizados e com inteligência sem grandes alterações: entrevistas mais abertas, entrevistador fala pouco e o paciente 
tem a oportunidade de contar a sua história; 
2. Pacientes desorganizados, nível intelectual baixo, estado psicótico, nível de ansiedade alto: entrevista mais estruturadas, perguntas 
simples e mais diretas; 
3. Pacientes muito tímidos, ansiosos ou paranóides: perguntas mais neutras (identificação) para depois entrar em questões “mais quentes” 
(qual o seu problema?, por que veio buscar ajuda?, o que aconteceu para que agredisse seus familiares?, etc.) 
• Aspecto Global do paciente: apresentação e postura geral, roupas e acessórias, atitudes globais, comportamentos não-verbais, 
• Transferência (negativa e positiva): o paciente tende a projetar inconscientemente para o profissional os afetos e sentimento que nutre 
por figuras importantes da sua história (amor ódio, desejo sexual, raiva, paixão, figura paterna, figura materna, etc); 
• Contratransferência: os sentimentos e afetos despertados no profissional pelo paciente; 
• Dados fornecidos por terceiros: alguns desafios; 
• Sobre a confiabilidade dos dados fornecidos: dissimulação e simulação. É verdade ou mentira? 
• Crítica ou insight quanto ao seu sofrimento: consciência do sofrimento, modo de nomear seu sofrimento e adesão aos tratamentos 
propostos; 
• Perspectiva transversal e perspectiva longitudinal; 
• Relato do Caso por escrito. 
 
Vamos Praticar? 
• Dinâmica com a turma: a entrevista em pauta; 
• Sessão Clínica IPUB. 
 
Referências Bibliográficas 
• DALGALARRONDO, P. "Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais". Porto Alegre: Artmed, 2019, Capítulo 8: A avaliação do 
paciente, p. 4144; Capítulo 9: A entrevista com o paciente, p.4554; e Capítulo 10: Aspecto geral do paciente e comunicação não verbal, p. 
55-65. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582715062/cfi/6/2!/4/2/2@0:0.0699

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