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Capítulo 2: Manual para entrevista clínica inicial ➡ Conceito geral: Interação verbal entre duas pessoas; - Há uma influência mútua; - Não é totalmente previsível e planejável; - Tem objetivos específicos; - Exige do entrevistador formação e método; ➡ Entrevista Clínica x Entrevista Clínica inicial - Objetivo: Obter dados pertinentes a intervenção terapêutica; -Visa estabelecer uma interação especial que facilite o processo terapêutico e relação terapêutica; - A qualidade da interação pode alterar na validade de dados obtidos, assim como no resultado do tratamento; - A interação pode ser um instrumento terapêutico. - ECI: Formação das primeiras impressões pelo cliente; - Entrevista de triagem (diagnóstico rápido e encaminhamentos) x terapêutica (O profissional dará continuidade ao tratamento) Obs: toda primeira entrevista envolve uma importante tomada de decisão. ➡ Objetivos - Interacionais: Relação de confiança mútua possibilitando ao cliente: sentir-se confortável; não sentir constrangimentos ao se expor; sentir- se motivado para continuar o tratamento. - Coleta de dados: Não deve prejudicar a interação. Coletar dados pessoais, que indiquem e especifiquem o motivo da procura do tratamento ou da queixa. - Intervenção: modificações do comportamento em função dos procedimentos adotados na entrevista. Pode ocorrer em um primeiro encontro, mas não é um objetivo obrigatório deste. Tópico 1: Entrevista Clínica inicial: conceito e objetivos Capítulo 2: Manual para entrevista clínica inicial ➡ Dados gerais: - Entrevista aberta inicialmente; - Examinar as áreas do geral para o particular; - Deixar claro para o cliente no final da entrevista qual será o próximo passo; - Pode ser necessário utilizar técnicas para diminuir a ansiedade do cliennte. ➡ Estrutura de Balau (1980) - Etapa inicial: primeiro contato, troca de informações gerais, levantamento de dados pessoais e familiares; - Queixa livre: utilização de técnicas para facilitar a expressão do cliente e a identificação de problemas; - Queixa dirigida: completar e esclarecer dados da etapa anterior; - Encerramento: preparação para interrupção da entrevista e definição da continuidade do tratamento. ➡ Modelo de entrevista inicial - Introdução: Se apresenta (nome e função), se o o cliente estiver ansiosa utilizar procedimento para reduzir a ansiedade; Preencher dados pessoais. - Desenvolvimento: Reconhecimento do problema, análise geral e preliminar do mesmo. - Encerramento: Verificar se há dúvidas, deixar claro seu encaminhamento. Tópico 2: Estrutura ou modelo de entrevista clínica inicial Capítulo 2: Manual para entrevista clínica inicial ➡ Dados gerais: - Dados pessoais do cliente; - Dados do núcleo familiar; - Aparência geral do cliente durante a entrevista (não verbais); - Como o cliente chegou ao tratamentos; - Biografia; - Comportamentos-problemas que motivaram a procura do tratamento; - Descrever operacionalmente as queixas (descrição do problema como se apresenta atualmente, detalhado e especificado de um modo que fique claro para ambos); - Hierarquização das queixas (ordem de importante/urgência); - Especificação dos comportamentos problema (abordar cada problema separadamente); - Dimensões do comportamento problema (frequência, intensidade, duração); - Eventos relacionados a ocorrência do problema (circunstâncias nas quais o problema ocorre); - Circunstâncias que o problema não ocorre; - Dados históricos sobre o problema; - Exemplo de ocorrência do problema; - O que ocorre antes e imediatamente depois da ocorrência do problema; - Consequências gerais do problema e quando ele não ocorre; - Pensamentos, crenças, atitudes e sentimentos do cliente durante e depois da ocorrência do problema; - Objetivos ou metas do cliente para a terapia; - Pontos positivos e negativos em relação as possibilidades de tratamentos (o que pode ajudar ou dificultar o tratamento); - Tratamentos anteriores (também incluir medidas informais); - Condições gerais de saúde; - Motivação do cliente; - Reforçadores potenciais; - Avaliar riscos e possíveis crises imediatas; - Identificar respostas emocionais aos problemas; - Levantar dados de relação entre os diversos problemass apresentados; Tópico 3: Dados a serem levantados na E. C. I Capítulo 2: Manual para entrevista clínica inicial ➡ Comportamentos para alcançar resultados esperados: - Comportamentos verbais e não verbais tem efeitos importantes sobre as atitudes e comportamentos do cliente, assim como nas informações fornecidas. ➡ Habilidades empáticas - Atitudes ou conjunto de sentimentos positivos do terapeuta com o cliente, como por exemplo: autenticidade; sinceridade; interesse; compreensão; abertura; honestidade; estima, etc. - Também pode ser a percepção e aceitação pelo terapeuta dos sentimentos do cliente; - Colocar-se no lugar do outro; - Não basta sentir, é preciso demonstrar esses comportamentos; - Para alguns terapeutas comportamentais, ser empático é ser reforçador; - Também é não demonstrar sentimentos negativos (raiva, aversão, pena...), não se trata de não sentir mas de controlar esses sentimentos; - É simples permitir que o cliente possa ser o que é. ➡ Habilidades não verbais - A voz, expressão facial, postura corporal, os gestos; - Efeitos sobre o entrevistado: manter a atenção dele; estimular a falar e intensificar ou complementar a comunicação verbal; - Algumas das habilidades: Olhar nos olhos do cliente; corpo relaxado; velocidade moderada da fala; animação da expressão facial; postura corporal adequada e dirigida ao cliente; - Os reforçadores verbais e não verbais devem estar de acordo com cada cliente, em diferentes parâmetros; ➡ Habilidades de perguntar - Devem ser precisas, diretas, breves, sem frases interrompidas, com sua linguagem e com limites que o cliente possa ou saiba responder; - Quabridade controlada; - Esperar o cliente responder, sem interromper; - Devem estar relacionadas ao objetivo da entrevista; - Evitar perguntas com "por que" e perguntas indutoras Tópico 4: habilidades de entrevistar Capítulo 2: Manual para entrevista clínica inicial - Perguntas abertas: protagonismo do cliente, ele elege quais os pontos importantes a serem incluídos nas respostas; - Perguntas abertas: Evita que o cliente responda segundo indução do entrevistador, pois há mais possibilidades de respostas; - Questões abertas estimulam o cliente a falar mais, geralmente fornecem informações mais gerais; - Perguntas fechadas: Induz a respostas curtas, de "sim" ou "não", geralmente utilizada para complementar ou esclarecer um ponto geral. ➡ Operacionalizar informações - Descrever o problema de forma objetiva e identificavel para terapeuta e cliente; - É mais fácil com comportamentos públicos que privados; - Permite que cliente e terapeuta ao se referir a um evento estejam falando do mesmo fato; - É importante focar no cliente, ex: o cliente pode responder que o problema dela é o seu marido que bebe. Provavelmente a queixa está no sofrimento dela ou outras dificuldades relacionadas ao fato do marido beber, portanto é importante identificar isso já que o alvo da terapia será ela e não seu marido; ➡ Parafrasear - Também é denominada de reflexão de informações ou reflexão cognitiva; - É a repetição de frases na íntegra ou com alterações mínimas, desde que o conteúdo seja o mesmo; - É feita e forma lenta e seguida de silêncio, induzindo o cliente a pensar sobre o assunto; - Devem ser frases de conteúdo predominante cognitivo; - Não deve ser usada seguidamente com o mesmo cliente para não parecer um papagaio, se tornando tedioso ou irritante. ➡ Refletir sentimentos - Pode ser confundida com Parafrasear, a diferença é que o conteúdo nessa é afetivo e não cognitivo; - Facilita ao cliente a identificação dos seus sentimentos e pode levá- lo a se sentir mais aceito e compreendido pelo terapeuta; - É a descrição dos sentimentos do cliente, geralmente aqueles predominantes no momento da entrevista, mas também aqueles que ocorrem no passsado, o que gostaria de dizer outer. Tópico 4: habilidades de entrevistar Capítulo 2: Manual para entrevista clínica inicial ➡ Sumariar ou resumir - Um teste para verificar possíveis erros em seu entendimento daquilo que o cliente relatou até o momento; - É um recurso indispensável a ser utilizado no final da entrevista; - Também estimula o cliente a falar mais; - O cliente deve ter oportunidade de corrigir se houver um equívoco; ➡ Controlar a entrevista - A direção da entrevista cabe ao terapeuta, ele deve conduzir para seus objetivos, tomando iniciativa e decisões, sempre que necessário, mudando o rumo da mesma; ➡ Manter sequência - Manutenção da qualidade e do fluxo da interação entre terapeuta e entrevistado; - O terapeuta precisa estar atento e responder aos comportamentos atuais do cliente, inclusive os não verbais; - Pode ser acompanhado de intervenções e redirecionamentos por parte do terapeuta através de transcrição (uma das opções); - Transcrição é o uso de frases ou perguntas adequadas para mudar de assunto, e timing ao momento certo de fazê-lo. Tópico 4: habilidades de entrevistar Resumindo... - Habilidades inevitáveis: sentimentos em relação ao cliente, respostas não verbais, intervenções verbais e perguntas, a interação, etc. A busca é por torná-la mais adequada e não introduzi-las; - Optativas: Parafrasear, Sumariar e refletir sentimentos; - Principais dificuldades entre iniciantes: 1. Escrever tudo que o cliente fala e perder trechos da interação; 2. Pressupor fatos e não verificar, fazer interpretações sem base no que o cliente disse; 3. Dar conselhos precipitados; Atrasar-se para entrevista; 4. Apresentar-se mau humor ou permitir que problemas pessoais interfiram na entrevista; 5. Decorar, e só usar uma única estratégia na entrevista; 6. Não identificar se o cliente lidar melhor com conteúdos cognitivos ou afetivos e usar de maneira inapropriada o parafraseado e reflexão de sentimentos; 7. Não identificar a natureza do problema envolvido na queixa, ou o verdadeiro motivo que o levou a procurar o tratamento; 8. Dificuldade em falar sobre certos assuntos íntimos e particulares. Psicologia clínica comportamental, Silvares
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