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A entrevista inicial
Entrevista semi-dirigida: O paciente expõe seus problemas; começando por onde preferir; O paciente fala o que desejar.
A diferença da entrevista livre
A intervenção do entrevistador; Assinalar alguns vetores para facilitar a fala do paciente; Assinalar os bloqueios; Indagar a cerca de aspectos não comentados espontaneamente. 
Um possível procedimento
1. Técnica diretiva: Apresentação mútua; Esclarecimento do enquadramento. 2. Entrevista livre; 3. Técnica diretiva, 4. Preencher lacunas.
As razões para a utilização do método: Devemos conhecer exaustivamente o paciente; Extrair da entrevistas dados que nos permitam construir hipóteses e planejar baterias de teste.
Para um processo psicodiagnóstico é necessário um conjunto de técnicas.
Algumas características dos testes projetivos: Padronização; Estímulos ambíguos, mas definidos; Operam por verbalizações controladas.
A entrevista se apresenta como um trabalho comum entre entrevistador e entrevistado
Não há, neste momento, interpretação.
Critérios para se interpretar a entrevista inicial: Tipo de vínculo; A transferência e contratransferência; A classe de vínculos que estabelece com outros; Ansiedades predominantes; Condutas defensivas; Aspectos patológicos e adaptativos; Diagnóstico e prognóstico.
Os objetivos da entrevista inicial
1. Perceber uma primeira impressão e ver se ela se mantém: A linguagem corporal; A roupa. 2. Considerar a forma de verbalização: O que, como, quando o ritmo. 3.Estabelecer a coerência entre o verbalizado e a linguagem não verbal. 4. Planejar bateria de testes: Elementos a utilizar; Sequência; Ritmo. 5. Estabelecer um bom rapport para reduzir os bloqueios e paralisações. 6. Captar o tipo de vínculo e como o sentimos.7. Quanto a entrevista inicial inclui os pais captar o vínculo que une o casal. 8. Avaliar a capacidade dos pais de elabora a situação diagnóstica. 9. Verificar o motivo da consulta
Os dois motivos: Motivo manifesto (Sintoma que preocupa a quem procura a consulta) e o Motivo latente. Quando o cliente toma consciência do motivo latente o prognóstico é melhor. É preciso saber se é válido apresentar o motivo latente para o cliente na entrevista devolutiva. Quando a resistência é muito forte o prognóstico não é favorável. 
A entrevista devolutiva é importante momento para integrar o que aparece dissociado entre o manifesto e o latente.
A entrevista em psicodiagnóstico
“(...) meio privilegiado de acesso ao outro, um instrumento que nos permite, por meio da palavra, estabelecer as condições necessárias para que se constitua uma relação de ajuda”. 
(Macedo e Carrasco, 2005, p.22)
A entrevista antes de mais nada deve ser vista como um contato social.
Entrevista clínica: Conversa centrada no avaliando, unidirecional. Relacionamento não íntimo. Comunicação centrada na tarefa em questão. Limitada no tempo. Lugar e frequência da interação. 
Determinação de objetivos e efeitos específicos e esperados. A entrevista clinica é não estruturada, porém o entrevistador deve saber quais são os propósitos (ou seja, não deixa de ter certa estrutura).
O maior desafio do entrevistador é criar condições para que o entrevistando tenha confiança e possa examinar questões intimas e pessoais.
A atenção de quem conduz a entrevista deve ser voltada àquilo que está se processando no outro.
Classificação das entrevistas
De acordo com a estrutura 
Estruturada : Privilegiam a objetividade, perguntas fechadas, delimitação de opções determinadas, respostas específicas. 
Não estruturada.
Semi-estruturadas: Clareza nos objetivos leva o entrevistador a saber como obter certas informações, em que circunstâncias, de forma não explícita. 
De acordo com os objetivos 
Objetivos fins: Sempre será o de descrever e avaliar para oferecer alguma forma de retorno.
Objetivos instrumentais: A partir do objetivo se dá a forma de condução da entrevista. 
Quanto a sua finalidade 
Triagem: Avaliar a demanda do sujeito que chega para atendimento. 
adequação do encaminhamento recebido. Elucidar o melhor encaminhamento para o caso (atendimento individual, grupal, de casal).
Anamnese: levantamento do detalhada da história de desenvolvimento da pessoa, principalmente na infância. Natureza dos conflitos nem sequência histórica.
Diagnóstica: enfatiza aspectos sindrômicos, que ajudam a caracterizar a condição enfrentada pelo avaliando. 
Sistêmicas/ vinculares: para avaliar casais e famílias.
Entrevista de devolução: comunicação de resultados da avaliação.
Competências do entrevistador : Estar presente, atento, realmente interessado naquilo que está sendo dito naquele momento. Criar um clima no qual o paciente possa se sentir à vontade. Facilitar a expressão dos motivos aos quais o levaram a estar ali. Buscar informações que completem lacunas ou ideias vagas. Confrontar esquivas e contradições – mobilizar a capacidade de enfrentamento do sujeito, no nível adequado à sua capacidade e estrutura egóica. = colocar-se diante de.... 
O avaliando: Motivação: Espontânea e Compulsória. Propósito: 
Manifesto e Latente. Expectativas: Percepção do avaliando
Competências do entrevistador: Tolerar a ansiedade do paciente e a sua própria acerca de assuntos que são abordados na entrevista. Ex.: suicídio... Reconhecer as defesas que estão atuando, inclusive na relação com o entrevistador... Compreender reações comportamentais e emocionais do próprio entrevistador ao entrevistando. Ex.: sono, raiva... Tomar a iniciativa em momentos de impasse. Ter segurança na técnica que utiliza.
Competências do avaliador: Empatia; Autenticidade; Cordialidade; Respeito; Consideração positiva.
Entrevista sobre a história do avaliando: Permite a coleta de dados iniciais que vão dar a base para o processo. Entenda-se história como: História clínica ou da doença mental; História pessoal ou anamnese;
Técnicas de entrevista: 1. Questionamento (direto ou indireto); 
2. Confrontação; 3. Silêncio; 4. Exploração. 
História clínica: Caracterizar a emergência de sintomas ou de mudanças comportamentais, numa determinada época, e a sua evolução até o momento atual. Descrevê-los, associá-los as circunstâncias da vida, analisar o impacto em diversos âmbitos da vida (laboral, educacional, relacionamentos interpessoais, ganhos primários e secundários). Ter a versão do próprio paciente sobre o encaminhamento. As circunstâncias da tomada de decisão do encaminhamento. Levantamento da sintomatologia e do momento de vida do paciente. Rede social de apoio; Situação funcional/desempenho; Área afetivo-sexual .
História pessoal – Anamnese: “A história pessoal está associada ao trabalho de reconstituição global da vida do paciente, como um marco referencial em que a problemática atual se enquadra e ganha significação”. (Tavares, 2000, p. 59)
Enfocar conforme os objetivos da avaliação, tipo e idade do avaliando.
Reflexo na natureza e quantidade de dados que devem constar ou não no laudo. 
Motivo de consulta + História clínica = Estrutura da história pessoal necessária. Contexto familiar; Idade pré-natal e perinatal; Primeira infância; Infância intermediária; Idade adulta; Pré-puberdade; Puberdade; Adolescência.
Hora de jogo – Entrevista Lúdica: “A hora de jogo diagnóstica (...) é um recurso técnico que o psicólogo utiliza dentro do processo psicodiagnóstico, que tem começo, desenvolvimento em si mesmo, operando como unidade para o conhecimento inicial da criança, devendo interpretá-la como tal, e cujos dados serão ou não confirmados com a testagem.” (Werlang, 2000, p. 98)
Diferença entre hora de jogo diagnóstica x terapêutica.
O brinquedo é um meio de comunicação. A brincadeira é a linguagem da criança, equivalendo à palavra e o sonho no adulto. No brinquedo a criança estrutura suas ansiedades, conflitos, fantasias e defesas. Ponte que permite ligar o mundo externo e o interno. Relação com o real, construindo e recriando a realidade. 
Domina a realidade projetando os perigos internos sobre o mundo externo. A criança tem a possibilidade de realizar o desejo dominando em sua faixaetária. Brinca para elaborar situações que são traumáticas. Como se abre o diálogo com a criança? Oferecer a oportunidade de brincar, como queira, como todo o material disponível. Onde poderá brincar, por quanto tempo, os papéis, objetivos da atividade. Não é conveniente interpretar, porém se pode assinalar. 
“Nos brinquedos oferecidos pelo psicólogo, a criança deposita parte dos sentimentos, representante de distintos vínculos com objetos de seu mundo interno” (Werlang, 2000, p. 98)
A criança que brinca, brinca a partir de suas possibilidades. maturativas, emocionais, cognitivas e de socialização. A postura do psi é motivar a interação, é um observador não participante, mas quando solicitado participa.
Técnicas de Exame Psicológico 
Técnica: Favorece a busca de objetivos psicológicos (investigação, diagnóstico entre outros). Instrumento de trabalho do psicólogo e outros profissionais: psiquiatra, assistente social, sociólogo, enfermeiro, profissional de recursos humanos etc. (Bleger,1989) É uma conversação dirigida a um propósito definido de avaliação. 
A função básica é prover o avaliador de subsídios técnicos acerca da conduta do candidato / complementando os dados com os demais instrumentos. Está sujeita a interpretações subjetivas (vieses) do examinador: valores/estereótipos /preconceitos.
Consulta: Assistência profissional; Entrevista: Procedimento técnico para atender a uma consulta; Anamnese: Do grego (Ana= remontar) mnesis (memória) é a evocação voluntária do passado.
Se refere a historia a historia pessoal pressupõe uma reconstrução global da vida do paciente ( para análise segundo os “padrões normais de desenvolvimento). Tem sentido quando há suspeitas de desvios de desenvolvimento numa criança. 
A entrevista é um instrumento fundamental do método clínico e é uma técnica de investigação científica em psicologia: tem procedimentos e regras. A entrevista deve ser planejada e sistematizada para não ser ineficaz.
Psicologia clínica: é um conjunto informal de primeiros encontros entre o cliente e o profissional que é orientada conforme a abordagem clínica deste. Basicamente, são procedimentos que irão permitir a orientação posterior que o psicólogo vai dar para o atendimento clínico. A função das técnicas utilizadas nestes momentos iniciais visa ainda fortalecer um vínculo de confiança entre ambos, bem como buscar um contrato psicoterapêutico onde os objetivos do atendimento estejam claros. 
O objetivo da entrevista: A entrevista psicológica varia de acordo com sua finalidade: Clínica; Encaminhamento (triagem); Seleção de pessoal; Psicodiagnóstico; Pesquisa; Hospitalar e etc. 
A entrevista psicológica varia de acordo com sua finalidade
  Pesquisa: a entrevista em pesquisa é um tipo de comunicação entre um pesquisador que pretende colher informações sobre fenômenos e indivíduos que detenham essas informações e possam emiti-las. As informações colhidas são indicadores de variáveis que se pretende estudar. Possuem objetivos bem definidos e estratégia de trabalho.
Hospitalar: constitui-se em um roteiro de avaliação psicológica que visa apresentar os dados do paciente de forma objetiva ao psicólogo e à equipe de saúde. Objetiva facilitar a leitura da condição de relação da pessoa com sua doença e internação. Possui uma função terapêutica na medida em que possibilita ao paciente a verbalização, manifestação, reflexão e confrontamento com questões pertinentes a vida, doença, internação e tratamento, podendo favorecer melhor elaboração e adaptação à condição de ser ou estar doente. Difere do psicodiagnóstico porque avalia um momento específico da vida da pessoa. 
Tipos de Entrevista: A entrevista pode ser estruturada de três tipos fundamentais: estruturada, não- estruturada ou mista.
Fechada ou Estruturada ou Diretiva ou Sistemática: É aquela onde você já tem uma série de informações pré-estabelecidas. Quando você está trabalhando de uma forma mais objetiva usa esse tipo de entrevista. Aqui você dirige e controla, portanto é controlada. 
Aberta ou Não-diretiva ou não-estruturada ou não-sistemática: O entrevistado escolhe por onde vai começar a falar. As perguntas são de caráter geral, objetivando colher maior número de informações. A diferença é que aqui você não tem questões a priori sobre o sujeito. A não diretividade encoraja o sujeito a se expressar do modo que desejar e os comentários feitos por ele são o material que o entrevistador usa para avaliar a sua opinião e sua atitude em relação a alguma coisa. 
Entrevista Mista ou Semi-diretiva ou Semi-estruturada: Pode acontecer que muitos dados deixam de ser falados na entrevista aberta, então o entrevistador deve esclarecê-los através da investigação mais sistemática. Assim, na entrevista mista a entrevista estruturada segue-se à não estruturada com o objetivo melhorar a qualidade e a quantidade das informações colhidas. É frequentemente usada no psicodiagnóstico.
Apesar de não ter uma ordenação rígida, há um objetivo específico a ser atingido. Ela está limitada aos fins que se pretende atingir. Aqui cabe ao entrevistador intervir, quando necessário, no sentido de reconduzir o sujeito ao assunto de interesse.
Condições para aplicação 
Ambiente: O local da entrevista: Tranqüilo e reservado possível, livre de interrupções (inclusive de telefone) ambiente agradável /não luxuoso, mas confortável; a iluminação não deve ser forte ou incidir direto sobre o entrevistado / deve haver um distanciamento que respeite a intimidade do sujeito, para que ele não se sinta ameaçado.
Rapport: Empatia = capacidade de compreensão.
Aceitação/ Naturalidade = receber o material sem demonstrar surpresa, susto ou escândalo. A atitude deve ser de naturalidade e aceitação.
Respeito: Nível cultural, social e emocional.
Manejo instrumental: Reduzir o máximo o nível de ansiedade do paciente ( ansiedade no começo é natural).
Campo de Aplicação: Diferenciar a entrevista da anamnese provém da necessidade em delimitar um campo com características definidas, ideais para a investigação.
Entrevista X Anamnese (compilação de dados preestabelecidos que 
 permitem sintetizar a situação presente e a história de vida do individuo).
Entrevista: Campo determinado pelas modalidades de personalidade do entrevistado. Tudo o que nela acontece é a exteriorização do repertório de sua personalidade. O campo, na entrevista, está determinado pelas modalidades de personalidade do entrevistado. Quer dizer: o entrevistador controla a entrevista, porém quem a dirige é o entrevistado. A entrevista deve ser entendida como um campo propício para a investigação da personalidade, o qual é fundamentalmente configurado pelas variáveis do sujeito entrevistado. 
O entrevistador controla a entrevista com as intervenções necessárias para o cumprimento dos seus objetivos, entretanto é o entrevistado quem a dirige, fazendo emergir os temas e informações que lhe parecem ser mais relevantes. Portanto, a relação entre ambos delimita e determina o campo e tudo que nele acontece. Esse campo estabelecido através dos emergentes do entrevistado – fatos relatados, sintomas informados, comportamentos verbais e não verbais – também revelam como se encontra sistematizada a personalidade do entrevistado – funções do ego, mecanismos de defesa predominantes, etc. ou seja, é possível conhecer o repertório de possibilidades que aquele sujeito apresenta para efetuar possíveis mudanças que lhe permitam se sentir melhor adaptado, mais funcional, satisfeito e feliz.
Condições para aplicação da Entrevista Psicológica
A entrevista é o campo de trabalho no qual se investiga a conduta e a personalidade de seres humanos. (Bleger) A chave da entrevista está na investigação que se realiza durante o seu transcurso.
Etapas da investigação: são nítidas e sucessivas. 1. Observação; 2. Hipótese; 3. Verificação. As observações são sempre registradas em função de hipóteses que o observador vai emitindo.
A entrevista não esgota a personalidade do paciente, não substitui nem exclui outros procedimentos de investigaçãoda personalidade (testagem e observação).
Enquadramento 
O campo da(s) entrevista(s) é dinâmico, as variáveis intervenientes devem ser reduzidas para serem focados e observados o funcionamento e as flutuações que ocorrem na personalidade do entrevistado. Assim, é necessário realizar o enquadramento da entrevista psicológica segundo os seus objetivos – consulta, diagnóstico, orientação vocacional, seleção, etc.
O enquadramento transforma as variáveis intervenientes em constantes.
No enquadramento inclui-se: Caracterização explícita dos objetivos, A atitude técnica, o papel do entrevistador, A fixação do horário, Local, Duração e Honorários referentes à entrevista. 
Papel do entrevistador: O Instrumento do entrevistador = ele mesmo com sua própria personalidade que participa da relação interpessoal.
Agravante: Objeto estudado é outro ser humano (possibilidade de envolvimento) Imparcialidade / neutralidade;
 Cuidados: Consciência ser depositário, proximidade com limites, sigilo neutralidade, etc.
Consciência ser depositário: Deve ter consciência de que vai ser depositário dos problemas íntimos do paciente mediante as sucessivas entrevistas ou através dos instrumentos que planeja usar. Para suportar essa sobrecarga afetiva, diariamente, precisa ter recursos de personalidade e aprender a elaborar as emoções que surgem ao longo deste processo.
Proximidade (com limites): Precisa entender que não é mais um testólogo, como antigamente. O que se espera dele é algo mais do que uma transmissão fria, distante e literal do resultado dos exames. Quem solicita um laudo diagnóstico, deseja ter um conhecimento mais vivo, real e integrado do seu paciente e este precisa ser informado, mas a mensagem tem que ser transmitida sem mobilizar ansiedade.
Sigilo: Precisa ter noção de como lidar com os familiares do paciente e saber preservar o sigilo das informações recebidas, mesmo quando menor, levar sempre em consideração o seu bem-estar.
Neutralidade: O psicólogo deve estar preparado para não se deixar manipular, envolver ou seduzir pelos familiares do paciente, muito menos tomar partido ( lembrar do terceiro excluído). Qualquer informação a ser transmitida deve ser primeiramente do conhecimento do examinando.
 ( ler o código de ética)
O entrevistador deve ser capaz de: Estar presente para o outro e poder ouvi-lo( escuta ) sem a interferência de questões pessoais; Ajudar o entrevistado a se sentir à vontade e a desenvolver uma aliança de trabalho; Facilitar a expressão dos motivos que levaram a pessoa a ser encaminhada; Buscar esclarecimento para colocações vagas ou incompletas; Gentilmente confrontar esquivas e contradições; Tolerar a ansiedade relacionada aos temas evocados na entrevista; Reconhecer defesas e modos de estruturação do paciente, especialmente na relação com o entrevistador (transferência); Compreender os seus processos transferenciais; assumir iniciativa em momentos de impasse; Dominar as técnicas que utiliza dá e comunica segurança ao entrevistador.
Nosso papel não inclui DAR CONSELHOS. 
Papel do entrevistado: Prestar informações/pressuposto. Pessoa em condições de ser um participante colaborativo/(exceções).
Relação entrevistador x entrevistado: A conduta de ambos é interdependente . A conduta de um (consciente ou não) atua (de forma intencional ou não) como estímulo para as manifestações do primeiro.
A palavra intervém ativamente /atitudes / timbre/tonalidade da voz.
Transferência: Refere-se à atualização, na entrevista, de sentimentos, atitudes e condutas inconscientes, por parte do entrevistado, que correspondem a modelos que ele estabeleceu no seu curso de desenvolvimento, especialmente na relação interpessoal com seu meio familiar.
Negativa = se constitui em uma resistência / entrave ao processo. 
Positiva = é facilitadora, pois permite que o sujeito se envolva.
A ansiedade na entrevista 
Estar atento: Ao grau ou intensidade da ansiedade; Ao limite de tolerância à ansiedade deve ser permanentemente 
 detectado; Não se deve dissimular ou reprimir a ansiedade (só quando se compreende os fatores que a geraram).
Contratransferência: Refere-se aos fenômenos que aparecem no entrevistador que emergem do campo psicológico que se configura na entrevista.
Entrevista Psicológica
Entrevista Clínica (estruturação e objetivos).
OCAMPO, M.L.S. & ARZENO, M.E.G. (2005). A entrevista inicial. In: OCAMPO, M.L.S. O processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. São Paulo: Martins fontes, cap. 2.
Caracterizamos a entrevista inicial como entrevista semidirigida: Paciente tem liberdade para expor seus problemas; Começado de onde preferir; Incluindo o que desejar.
O campo psicológico configurado pelo entrevistador e o paciente se estruturam em função de vetores assinalados pelo paciente.
Diferindo a Técnica Semidirigida da técnica totalmente livre, o entrevistador intervém a fim de: Assinalar alguns vetores quando o paciente não sabe quando começar ou continuar, com perguntas amplas; Assinalar situações de bloqueio ou paralisação por incremento da angustia para assegurar o cumprimento dos objetivos da entrevista; Indagar acerca de aspectos da conduta do entrevistado, aos quais este não se referiu, acerca de “lacunas” a informação do paciente e que são consideradas de especial importância, ou acerca de contradições, ambiguidades e verbalizações “obscuras”.
Começar com técnicas diretivas no primeiro momento da entrevista:
Apresentação mútua; Esclarecimento do enquadramento pelo psicólogo; Trabalhar com técnica de entrevista livre – paciente expressa livremente o motivo da consulta.
No ultimo momento da entrevista – adotar uma técnica diretiva para poder “preencher” nossas “lacunas”.
(Funciona como guia, mas cada psicólogo deve aprender o momento oportuno em que deve mudar de atitude adotada ou mudá-la, para falar ou calar e escutar).
Para recomendar a técnica da entrevista semidirigida: Devemos conhecer exaustivamente o paciente, Extrair da entrevista certos dados que nos permitam: formular hipóteses, planejar a bateria de testes, interpretar com maior precisão os dados dos testes e da entrevista final.
A correlação entre: O que o paciente mostra na entrevista inicial; O que aparece nos testes; O que surge na entrevista de devolução.
Oferece importante material diagnóstico e prognóstico.
A entrevista clínica é “uma técnica” e não “a técnica”.
Insubstituível – cumpre certos objetivos do processo psicodiagnóstico.
Testes (no caso os projetivos) – insubstituíveis e imprescindíveis pelas suas vantagens.
Apresentam estímulos ambíguos, mas definidos (pranchas, perguntas, etc.)
Operam por instruções verbalizadas controladas e definidas – paciente sabe o que se espera dele naquele momento.
A maioria dos testes inclui um interrogatório.
Os critérios utilizados para interpretar a entrevista inicial coincidem com os que aplicamos para os testes: Vínculo paciente – psicólogo; Transferência e contratransferência; A classe de vínculo que estabelece com suas relações interpessoais; As ansiedades predominantes; As condutas defensivas utilizadas habitualmente; Os aspectos patológicos e adaptativos; O diagnóstico e o prognóstico.
Para obter todas estas informações devermos precisar quais são os objetivos da entrevista inicial:
1º) Perceber a primeira impressão que nos desperta o paciente e ver se ela se mantém o longo de toda a entrevista ou muda, e em que sentido.
São aspectos importantes: linguagem corporal, suas roupas, seus gestos, sua maneira peculiar de ficar quieto ou de mover-se, seu semblante, etc.
2º) Considerar o seu verbalizar: O que, como e quando verbaliza e com que ritmo; Avaliar as características de sua linguagem; A clareza ou a confusão com que se expressa; A preferência por termos equívocos, imprecisos ou ambíguos.A utilização do tom de voz que pode entorpecer a comunicação a ponto de não se entender o que diz; Quando fale com uma linguagem precisa e adequada.
O paciente inclui em suas verbalizações os três tempos de sua vida: passado, presente e futuro.
Na entrevistainicial devemos extrair certas hipóteses da sequência temporal: como foi, é e será o paciente. Uma vez confrontadas com o que foi extraído dos testes e da entrevista de devolução, serão ratificadas ou não.
3º) Estabelecer um grau de coerência ou discrepância entre tudo o que captamos através de sua linguagem não verbal (roupas, gestos, etc.) O que expressa é algo real – menos controlado do que as verbalizações. Tal confronto pode mostrar: coerência e discrepância entre o que nos é apresentado como motivo manifesto da consulta e o que percebemos como motivo subjacente. Diagnóstico será baseado: grau de coerência ou discrepância entre os dados obtidos na primeira entrevista, os testes e na entrevista devolutiva. É interessante comparar as verbalizações do paciente nas três oportunidades tão diferentes.
4º) Planejar a bateria de testes mais adequada quanto a: Elementos a utilizar (quantidade e qualidade dos testes escolhidos); Sequência (ordem de aplicação); Ritmo (número de entrevistas que calculamos para a aplicação dos testes escolhidos).
5º) Estabelecer um bom rapport com o paciente. Reduzir ao mínimo a possibilidade de bloqueios e paralisações; Criar clima favorável à aplicação dos testes.
6º) O que o paciente nos transfere e o que isso nos provoca.
Aspectos de transferência e contratransferência de vínculo. Que tipo de vínculo o paciente procura estabelecer: Seduzi-lo, confundi-lo; Evitá-lo, manter-se a distancia; Depender exclusivamente dele; etc.
Isso indica de que maneira específica sente seu contato com ele (como perigoso, invasor, maternal, etc.).
Contratransferencialmente surgem no psicólogo certos sentimentos ou fantasias de importância vital para a compreensão do caso.
7º) Entrevistas com os pais do paciente: Detectar qual o vínculo que une o casal; Vinculo entre o casal e filho; O vínculo do filho com cada um dos pais e com eles enquanto casal.
Técnica clássica: Entrevista com os pais e depois o filho.
Técnica de Melzer: Entrevista primeiro com o filho depois os pais.
8º Avaliar a capacidade dos pais de elaboração da situação diagnóstica atual e potencial: Observar se um deles, e qual deles, ou ambos: podem promover, colaborar, aceitar as experiências de mudança do filho caso comece uma terapia. A presença de ambos os pais é imprescindível: Casal; Pais separados; Filho adotivo
9º) Na entrevista inicial investigar o motivo da consulta: Discriminar motivo manifesto e motivo latente; Motivo Manifesto da consulta – sintoma que preocupa quem solicita a consulta (pode ser percebido por terceiros); Motivo Latente (subjacente ou profundo da consulta) – verdadeiro motivo que trouxe o paciente para (ou seus pais) à consulta. Geralmente o motivo é outro, mais sério e mais relevante do que o invocado em primeiro lugar. Tomada de consciência do paciente (quando pode) desse motivo mais profundo: Se o faz durante o psicodiagnóstico o prognóstico é melhor. 
Recursos para avaliação em saúde mental
Entrevista clínica inicial
Entrevista clínica inicial não é uma técnica única, pois depende do objetivo da entrevista e da orientação do entrevistador. Objetivos determinam a estratégia, os alcances e os limites da entrevista clínica.
O que é entrevista clínica? Conjunto de técnicas de investigação, com conhecimentos psicológicos; Tempo delimitado; Dirigido por um entrevistador treinado
Objetivo: Descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos; Fazer recomendações, encaminhamentos; Definir objetivos do processo terapêutico; Propor algum tipo de intervenção. 
Técnica de investigação: Técnica é um procedimentos que investigam temas em questão, já investigação é o levantamento de informações, fazer inferências, tomar decisões e está sob os domínios da psicologia clínica.
Psicologia do desenvolvimento: Psicopatologia; Psicodinâmica;
Teorias sistêmicas. Entrevista faz parte de um processo de avaliação, podendo ser feita em apenas uma sessão.
Entrevista ≠ Psicoterapia
Caráter intrínseco de processo terapêutico da entrevista.
Caráter intrínseco de processo avaliativo da psicoterapia.
Ideal é utilizá-la com um conjunto de procedimentos em psicologia (instrumentos projetivos ou cognitivos, observação, entre outros).
Única técnica capaz de: Testar aparentes contradições; Explicitar características observadas em instrumentos padronizados; Tem a característica de ser dirigida; A fim de atingir os objetivos da entrevista, o entrevistador pensa na estrutura de sua intervenção. 
Contudo, o sujeito tende a conduzir a entrevista; Entrevistador deve estar preparado para lidar com o direcionamento que o sujeito dará otimizando a demanda do sujeito e os objetivos da tarefa.
Atribuições do Entrevistador: Colocar a entrevista clínica no domínio de uma relação profissional; Responsabilidade pela condução do processo; Aplicação de conhecimentos da psicologia; Dominar a técnica; Reconhecer a desigualdade intrínseca da relação (entrevistador tem o poder); Responsabilidade de zelar pelo outro; Necessidade de treinamento especializado; Fazer recomendações, encaminhamentos ou sugerir tratamento.
Atribuições do Entrevistado: Fornecer informações; Sentimento colaborativo
Resultado da entrevista depende: Experiência e habilidade do entrevistador; Qualidade da formação clínica; Sensibilidade do avaliador para os aspectos relacionais; Necessária prática supervisionada.
Desafios com a inclusão de terceiros – quem é o beneficiado?
Justiça, empresas...
Entrevistador deve atentar para os conflitos de interesse e das questões éticas envolvidas: Deve-se ter claro: Quem são seus clientes?; Quais as demandas?
Necessidade de delimitação temporal (pode haver mais de um encontro)
A delimitação temporal entre a entrevista inicial e o processo terapêutico tem a função de explicitar as diferenças de objetivos dos dois procedimentos e dos papéis diferenciados do profissional
Delimitação define o setting e fortalece o contrato terapêutico
Entrevista estruturada: É pouca utilidade clínica e tem sua maior aplicabilidade em pesquisa. Raramente considera as demandas e necessidades do sujeito. Destina-se para o levantamento de informações a partir das necessidades de um projeto de pesquisa. Privilegiam a objetividade. Perguntas quase sempre fechadas ou delimitadas. Buscam respostas específicas para questões específicas.
Entrevista de livre-estruturação (entrevista livre ou entrevista não-estruturada): Toda entrevista exige alguma forma de estruturação (metas, papel, procedimentos, objetivos a serem atingidos). Enquadram-se nas entrevistas clínicas. Entrevista Clínica Estruturada para o DSMIV. 
Classificação da entrevista quanto aos objetivos: Há uma interdependência entre abordagem e objetivos da entrevista.
Hipótese: Entrevistador Psicodinâmico (Explora o desenvolvimento precoce; Processos inconscientes; Defesas e conflitos predominantes). 
Entrevistador Comportamental (Definição das situações-problema; Identifica os antecedentes do comportamento; Definição de estratégias de intervenção terapêutica diferentes)
Entrevistas semi-estruturadas: Permite a criação de um registro (clínicas sociais, saúde pública, psicologia hospitalar); Entrevistador possui clareza: De seus objetivos, do tipo de informação necessária, de como essa informação pode ser obtida. Sequência das perguntas.
Há dois níveis de objetivo: 1) Finalidade/Objetivos-fins: Descrever e avaliar para oferecer alguma forma de retorno; Objetivo comum a todas as formas de entrevista clínica.
Etapas de uma entrevista: Apresentação da demanda; Reconhecimento da natureza do problema; Formulação de alternativas de solução e de encaminhamento.
2) Objetivos instrumentais: Exame detalhado dos sintomas apresentados. Cada modalidade de entrevista define seus objetivos instrumentais, alcance e as limitações da técnica. Ex.: Entrevista psicodinâmica; Investigação do desenvolvimento psicossexual.
Quanto à finalidade: Triagem; Anamnese; Diagnósticas; (sindrômicas ou dinâmicas); Sistêmicas; Devolução.
Entrevista de triagem: Avalia a demanda do sujeito; Faz encaminhamentos;Utilizada em Serviços de Saúde Pública ou em Clínicas sociais; Avalia a adequação da demanda em relação ao encaminhamento pretendido; Avalia a gravidade da crise; O psicólogo clínico também deverá triar seus pacientes e encaminhá-los quando julgar não ser possível atendê-lo; Levantamento detalhado da história de desenvolvimento da pessoa, desde a sua infância; Técnica de entrevista facilmente estruturada cronologicamente; Mais utilizada na terapia infantil; Outras abordagens também a utiliza por investigarem questões de desenvolvimento (abordagem sistêmica – linha do ciclo de desenvolvimento pessoal)
Alguns pontos que podem ser considerados na entrevista de anamnese: Genograma da família (descrição do contexto familiar); História pré-natal e perinatal (como transcorreu a gestação do ponto de vista físico e psicológico); Aspectos nutricionais, doenças, acidentes, uso de drogas; Fatos significativos na vida do casal e da mãe; Parto; Reações dos pais quanto ao sexo do bebê, seu andar, sua aparência, qualidade da relação mãe-bebê.
A primeira infância (0 até os 3anos): Importância da qualidade da relação materno-infantil; Ansiedade básica de separação e reação a estranhos – disponibilidade de figuras substitutas; Padrões de comportamento motor , de linguagem e social – o ambiente foi estimulante? Como foram manejadas as tentativas frustradas?
Infância intermediária (3 aos 11 anos): Alargamento das redes de relações; Primeiros padrões de autoafirmação, agressividade, impulsividade. Histórias de pesadelos, fobias, enurese, crueldade com animais, masturbação compulsiva.
Pré-puberdade e adolescência: Facilidade ou não de criar e manter relações; Tendência de participar de grupos (aceita normas e regras sociais); Interesses religiosos, políticos...; Área sexual, primeiras experiências, escolha e variabilidade de parceiros – reações da família.
Idade adulta: História e situação ocupacional – concretização, escolha e preparação profissional; Relações sociais – extensão do círculo de amizade, qualidade, duração e profundidade das relações interpessoais; Relação conjugal – áreas de satisfação e insatisfação; Área sexual – escolha do parceiro, prática sexual, satisfação, experiências
Entrevista diagnóstica: Descrever, avaliar, relacionar e inferir. Prioriza aspectos sindrômicos e/ou psicodinâmicos. Sindrômicos: Classificação de um quadro ou síndrome; Descrição de sinais (baixa autoestima, sentimentos de culpa); Descrição de sintomas (humor deprimido, ideação suicida). Psicodinâmico: Descrição e compreensão da experiência ou do funcionamento do sujeito (a partir da abordagem teórica); Visa a modificação de um quadro apresentado em benefício do sujeito.
Ideal é que se priorize as duas perspectivas de modo complementar.
Ex.: Pessoas deprimidas (sintoma ou síndrome) frequentemente dirigem sua agressividade contra si mesmas (aspecto dinâmico) e que pode resultar em um comportamento autodestrutivo (sinal) ou no extremo ideação suicida (sintoma).
Comum sinais ou sintomas isolados que não configuram uma síndrome, mas são importantes para sugerir a dinâmica, o funcionamento, do paciente.
Identificação precoce – importante para prevenção de crises.
Interação entre sinais, sintomas e síndromes com a dinâmica permite compreender melhor o sujeito.
Entrevistas sistêmicas: Avaliação de casais e famílias; Avaliação da estrutura e da história relacional ou familiar; Provocar interações significativas em áreas importantes da dinâmica familiar. Entrevista Familiar Estruturada de Féres-Carneiro.
Entrevistas de devolução: Comunicação do resultado e avaliação das reações do sujeito; Auxilia o sujeito a compreender as conclusões e recomendações e a remover distorções ou fantasias; Pode ser realizada em uma mesma sessão, ao final da entrevista. 
Deve-se abrir espaço para o sujeito expressar seus sentimentos e pensamentos em relação às conclusões e recomendações do avaliador. Entrevista de devolução demarca o término do processo de avaliação. Encaminhamentos.
Processo de avaliação psicológica: Envolve diferentes procedimentos e várias entrevistas. Ex.: Avaliação de um jovem adolescente com comportamentos estranhos e incompreensíveis para a família. Entrevista da família. Entrevista com o adolescente (avaliação do quadro sintomático e de aspectos psicodinâmicos). Aplicação de instrumentos de avaliação psicológica no adolescente; 
Entrevista de devolução com o adolescente; Entrevista de devolução com os pais; Última entrevista de encaminhamento com o adolescente e os pais e definir estratégia psicoterápica.
Competências do avaliador e a qualidade da relação: Entrevista ponto inicial – crucial o desenvolvimento de uma relação de ajuda; Aceitação das recomendações e a permanência no tratamento – conjunto de competências do entrevistador mais uso da técnica; Entrevista – contato social entre duas ou mais pessoas; Deve estar presente, inteiramente disponível para o outro; 
Cuidar das necessidades pessoais (Terapia e Supervisão). Auxiliar a se sentir à vontade e a desenvolver aliança terapêutica (percepção de estar recebendo apoio mais sentimento de estarem trabalhando juntos). Facilitar a expressão dos motivos da busca por ajuda (coração da entrevista); Motivos reais podem estar latentes.
Resistências que dificultam o processo: Abandonar ideias supervalorizadas ou autoimagem distorcida – experienciado como perda real; Buscar esclarecimentos de colocações vagas e incompletas – funcionam como defesa; Gentilmente, confrontar esquivas e contradições; No nível adequado à sua capacidade e estrutura egóica. 
Técnica dirigida ao insight: Requer capacidade para tolerar a ansiedade.Tolerar a ansiedade relacionada aos temas da entrevista. Desenvolver confiança em sua própria capacidade de suportar alguns temas. Evitar tabus na relação entrevistador X entrevistado; Reconhecer defesas e o modo de estruturação do cliente (transferência); Observação dos comportamentos verbais e não-verbais; Compreender os processos contratransferenciais (recursos + importantes do clínico).
Assumir iniciativas em momentos de impasse; Mobilizar recursos pessoais diante de situações difíceis – para trabalhar com segurança; Risco de vida; Sintomas psicóticos; Violência; Impulsividade; 
Dominar as técnicas utilizadas.
“Nada mais ético do que um bom treinamento”.
Compromisso ético depende da técnica, do treinamento.
Valores e formação pessoal e profissional. Avaliação do quanto as omissões e apontamentos podem interferir e afetar o outro. Antecipar os conflitos inerentes à atividade de entrevista clínica (necessidade de definir quem são os clientes e como responder às demandas); Própria relação com o sujeito (supervisão clínica) – não se isolar e buscar apoio.
Referência
Tavares, M. (2000). A entrevista clínica. Em.: Cunha, J. (org.). Psicodiagnóstico V – 5ª Ed. Revisada e ampliada. Porto Alegre: Ed. Artmed.
Entrevista Familiar Estruturada EFE – um modelo de avaliação das relações familiares (Féres-Carneiro, 1997)
Método de avaliação das relações familiares e dos dinamismos familiares: Utiliza linguagem simples; Exige da família respostas faladas e/ou não verbais; Necessita do entrevistador, observador e de um gravador. Ênfase na promoção de saúde emocional da família.
Composta de seis tarefas, sendo cinco verbais e uma não-verbal; Duas tarefas (1 e 4) são propostas à família como grupo e as outras a cada membro individualmente. Cada tarefa pretende avaliar a dinâmica conjugal e/ou grupal.
Tarefa 1: "Vamos imaginar que vocês teriam de mudar-se da casa onde moral no prazo máximo de um mês. Gostaria que vocês planejassem agora, em conjunto, como seria a mudança. "
Objetivo: Verificar como a família funciona quando necessita fazer algo em conjunto. A escolha do tema e a estipulação do prazo de um mês visam conseguir maior envolvimento dos membros com a tarefa. 
Observar: A forma como a família lida com a proposta que lhe é feita, como a família atua como grupo. A comunicação na família; 
Como cada membro assume seu papel familiar; Como são as regrasfamiliares; Como a família lida com o conflito; Como surgem as lideranças; Em que medida a integração grupal é capaz de levar o grupo familiar a ser produtivo e chegar a conclusões conjuntas, respeitando a individualização dc cada membro.
Normas de aplicação para a tarefa 1: “A mudança é definitiva ou é apenas por uns dias, ou para passar férias?" - E.: mudança é definitiva. “Um mês não dá para mudar". “Não temos dinheiro para mudar" – E.: “Vamos imaginar que vocês têm de se mudar nesse prazo.” “Todos têm de mudar mesmo?", ou "pode não mudar'!", ou
"pode deixar para depois?“ – E.: " Imaginem que vocês têm de se mudar no prazo de um mês." Se depois disso algum membro insistir em não responder, o entrevistador não deverá intervir mais.
Tarefa 2: "Quando você está fazendo uma coisa qualquer, mas fica difícil terminar essa tarefa sozinho, o que você faz?”
Objetivo: Avalia em que medida os membros da família são capazes de buscar ajuda sem desmerecer seus próprios recursos. Fornece dados sobre a auto-estima de cada membro. Indivíduos auto-desvalorizados podem ter dificuldade em pedir ajuda e, quando o fazem, podem não conseguir explicitar claramente seu pedido; Indivíduos muito auto-valorizados podem não pedir ajuda por serem auto-suficientes. Verifica como são as regras familiares sobre auto-valorização, como os membros da família interagem para resolver os seus problemas.
Normas de aplicação para a tarefa 2: “Depende ..”. – E.: “Depende de quê?”; “Peço ajuda.” – E.: “A quem?”; “Não peço ajuda.”- E.; "Por que?"
Tarefa 3: "Diga que coisas você mais gosta em você. “
Objetivo: Analisa que coisas boas se permite a alguém dizer a respeito de si mesmo. É também uma forma de descobrir o que é permitido pela família e pelas regras pessoais. Indicações sobre a auto-estima dos membros da família. Dimensão individual da autoestima, gostar ou não de si mesmo. Dinâmica familiar , de que forma os pais explicitam sentimentos de valor positivo nos membros da família.
Normas de aplicação para a tarefa 3: “São coisas que eu gosto de fazer?", “São coisas que eu tenho?" - E.: "Gostaria que cada um dissesse o que mais gosta em si mesmo.” Se depois disso, mesmo assim, algum membro continuar falando de coisas externas a si mesmo, o entrevistador não deve intervir mais. Um membro da família ter ficado em silêncio ou ter dito que não gosta de nada em si mesmo – E.: “O que achou do que foi dito a seu respeito?”. 
O entrevistador deve esperar até que todos se manifestem. "E você, de que coisas mais gosta em você?”
Tarefa 4: "Como é um dia de feriado na família?"
Objetivo: Avaliação da relação conjugal. Se interagem como marido e mulher, se se individualizam e se funcionam como modelo de uma relação homem-mulher gratificante. Caso não surja espontaneamente, nas respostas da família algo específico sobre o casal, o entrevistador pergunta explicitamente sobre as atividades do mesmo. Informações sobre as regras familiares relacionadas ao lazer, à tomada de decisões.
Normas de aplicação para a tarefa 4: Se apenas um membro da família falar, o entrevistador aguardará algum tempo e, em seguida, perguntará se mais alguém quer dizer alguma coisa. Dirigir-se aos membros do casal, perguntando: "E o casal tem alguma atividade própria no dia de feriado?"
Caso não exista o casal na família, o entrevistador deverá perguntar ao pai, à mãe ou a outros membros adultos da família se ele tem atividades no dia de feriado, da qual os outros membros não participam.
Tarefa 5: “Imagine que você está em sua casa, discutindo com uma pessoa qualquer de sua família, e alguém bate à porta. Quando você vai atender, a pessoa com quem você está discutindo lhe dá um empurrão. O que você faz?”
Objetivo: Avaliar se as regras familiares permitem a expressão de sentimentos agressivos e se a agressão pode ser livremente expressa em relação a qualquer membro da família. Há espaços na família para que seus membros possam vivenciar sentimentos de raiva, sem a ameaça de destruição e possam usar sua agressividade de forma construtiva.
Normas de aplicação para a tarefa 5: “Depende da situação" ou “Depende da pessoa” – E.: "Como assim?”; Se os exemplos forem dados com pessoas que não são da família – E.: "Gostaria que imaginassem a situação com alguém da família”. Se só entre os irmão – E.: "Como seria com o papai ou com a mamãe?" Se os pais exemplificarem a situação apenas com os filhos – E.: “Como seria entre vocês?" (o casal).
Avaliação da interação conjugal e familiar, dos manejos de discordâncias e conflitos e das regras de autoridade e poder familiar.
Tarefa 6: "Cada um de vocês vai escolher uma ou várias pessoas da família, pode ser qualquer pessoa, e vai fazer alguma coisa para mostrar a essa pessoa que gosta dela, sem dizer uma palavra.”
Objetivo: avaliar se as regras familiares permitem o contato físico como a manifestação da afeição. Como ocorrem os contatos físicos entre os diferentes subsistemas familiares. Avalia a comunicação não-verbal e os processos de individualização e integração no grupo familiar.
Normas de aplicação para a tarefa 6: Anotar a comunicação não-verbal. "Você (A) entendeu o gesto que ele (B) fez para você?" Caso A também não tenha compreendido. E.: dirigir-se a B: "Você poderia explicar seu gesto?”
O entrevistador deverá encerrar o atendimento dizendo à família que, no próximo encontro eles conversarão sobre tudo o que aconteceu.
Normas de aplicação: Aplicada em conjunto, numa única sessão, a todos os membros da família. Sua aplicação deve ser inserida no contexto da queixa trazida pela família ou por algum de seus membro. Pode ser aplicada no primeiro contato com a família, depois de o terapeuta ouvir o motivo da procura. Pode ser aplicada depois de um ou alguns contatos – o terapeuta explicita a necessidade da entrevista familiar. Tempo de duração – varia de 30 a 90 minutos. Atuam um entrevistador, que coordena a sessão no que se refere à aplicação das tarefas, e um observador que intervém ativamente quando é diretamente abordado por algum membro da família. Utiliza-se um gravador para o registro do material verbal. Observador anota a comunicações não-verbais, desde o primeiro contato (troca de olhares, contatos físicos, postura, expressões faciais, risos, caretas, choro)e em que momento foram expressos.
Categoria de avaliação
Comunicação: Fator de grande importância na saúde emocional da família. Qualquer comportamento verbal ou não-verbal, manifesto .
Distúrbios comunicacionais; Comunicação desqualificada e disfuncional. Incongruência (um contraria o outro, há contradições mútuas). Confusa (frases incompletas, obscuras, mudanças bruscas de assunto, linguagem pouco explícita). Ausência de direcionalidade (informações não são dirigidas a quem de fato se quer dirigir). Ausência ou intensidade em demasia de carga emocional.
Regras: Relacionadas ao desenvolvimento emocional sadio dos membros. Norma, regra comportamental aceita pela maior parte do grupo familiar. Tipos de interação permitidos entre os membros da família. Regulador de conduta da família. Coerentes (se reforçam mutuamente, não contraria outra). 
Flexíveis (permitem possíveis alterações). Democráticas (compartilhadas pela maior parte dos membros).
Papéis: Desempenho no cumprimento das funções familiares essenciais e na clareza dos diferentes subsistemas familiares (marido, esposa, mãe, pai, filho...). Funções de cada membro, a partir das posições que ocupa nos subsistemas conjugal, parental, fraterno e filial. Família como facilitadora de saúde emocional, na medida em que cada membro conhece e desempenha seu papel. Presença dos papéis (limites claros dentro do sistema familiar). Definição (explícito a função de cada membro). Adequados (cada membro se comporta de acordo com sua definição de papel). Flexíveis (permitem assumir outras funções).
Liderança: Pais e filhos precisam estar cientes da necessidade do uso diferenciado da autoridade. Pais devem assumir a função de liderança da família. Resultante da interação em que um membro assumea liderança, influenciando nos demais e sendo influenciado por eles. Funções de organizador e orientador. A autoridade dos pais precisa ser questionada e o papel do líder pode ser assumido por outros para haver saúde emocional da família. Ausente (nenhum membro assume o papel). Fixa (sempre assumida pelo mesmo membro). Autocrática (líder decide pelo grupo coercitivamente). Democrática (decisões tomadas por consenso).
Conflitos: Podem tanto estimular o crescimento quanto predispor ao desequilíbrio emocional. Expressão (há a permissão explícita e clara do conflito). 
Positivamente valorizados (diferenças e discordâncias vistas não como uma ameaça, mas como algo construtivo, que estimula o crescimento). Busca de solução (família possui recursos para lidar e solucionar com os conflitos).
Manifestação da agressividade: Importância da expressão dos sentimentos. Explicitação de sentimentos de raiva e/ou de comportamentos hostis, dirigidos por um membro da família.
Ausente (não podem expressá-los). Destrutiva (quando os sentimentos ou comportamentos impedem o contato entre eles, ou eliminam a possibilidade de encontrar soluções, provocando raiva ou hostilidade). Sem direcionalidade adequada (não podem explicitar os sentimentos agressivos para alguns membros).
Afeição física: Tipo de comportamento não-verbal, manifestado pelos membros da família, através de contatos físicos carinhosos, para expressar amor. Ausente (quando não conseguem trocar entre si carinhos). Recusada (quando um membro tenta manifestar e o outro não aceita). Sem carga emocional adequada (contatos físicos sem manifestação de ternura). Saúde emocional quando há a manifestação espontânea e terna de afeição física pelos diferentes membros do grupo.
Interação conjugal: Processo de trocas relacionais estabelecidas no subsistema conjugal, ou seja, entre o marido e a mulher.
Diferenciação (limites do subsistema conjugal são claros, destacando-se no sistema familiar). Individualização (os membros do subsistema possuem individualidade). Gratificação (trocas relacionais são vivenciadas como agradáveis e construtivas).
Individualização: Possibilidade de preservação da identidade individual de cada membro da família. Diferenças e discordâncias são respeitadas, permitindo a heterogeneidade de interesses e opiniões.
Integração: A família deve funcionar como um grupo integrado, possuindo uma identidade grupal. Os membros comportam-se de forma coesa e coordenam seus esforços para atingir objetivos comuns.
Autoestima: Importância dos pais validarem positivamente o crescimento de seus filhos e se interessem por suas realizações. 
Sentimentos de valor que cada um tem em relação a si mesmo.
Alta autoestima (quando os pais possuem sentimentos de valor positivo em relação a si mesmos e valorizam o crescimento e as novas aquisições e realizações dos filhos).
Integração familiar facilitadora de saúde emocional. Comunicação é congruente, clara, com direcionalidade e carga emocional adequada.
Regras são explícitas, coerentes, flexíveis e democráticas. Papéis definidos, diferenciados e flexíveis. Liderança presente, diferenciada e democrática. Conflitos expressos, sem desvalorização e com busca de solução. Agressividade manifesta de forma construtiva e sem discriminação de direcionalidade. Afeição física presente e aceita, possuindo carga emocional adequada. Interação conjugal diferenciada, individualizada e prazerosa. Individualização presente, com preservação das identidades próprias e também identidade grupal. Explicitação de sentimentos de alta autoestima. Ênfase – promoção de saúde emocional da família
Referências
Féres-Carneiro, Terezinha. Entrevista familiar estruturada - EFE: um método de avaliação das relações familiares.Famílias: diagnóstico e terapia. Petrópolis, R. J.: Vozes. 1996.
Féres-Carneiro, Terezinha. Entrevista familiar estruturada - EFE: um método de avaliação das relações familiares.Temas psicol., Dez 1997, vol.5, no.3, p.63-94. ISSN 1413-389X

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