Buscar

38015910-parte-geral-i

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SISTEMA DE ENSINO
DIREITO CIVIL
Parte Geral – I
Livro Eletrônico
2 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
Sumário
Parte Geral – 1 ................................................................................................................3
1. Constitucionalização do Direito Civil ............................................................................3
2. Diretrizes Teóricas do Código Civil ..............................................................................5
3. Corolários da Boa-Fé Objetiva ....................................................................................5
3.1. Proibição da Venire contra Factum Proprium ...........................................................5
3.2. Supressio ................................................................................................................6
3.3. Surrectio ................................................................................................................. 7
3.4. Tu Quoque ............................................................................................................... 7
4. Teoria do Inadimplemento Mínimo .............................................................................. 7
5. Duty to Mitigate The Loss ou Dever de Mitigar as Próprias Perdas ........................... 10
6. Alguns Princípios Gerais de Direito ............................................................................ 11
6.1. Princípio do aviso Prévio a uma Sanção ................................................................. 12
6.2. Princípio da Proteção Simplificada do Agraciado ................................................... 14
6.3. Princípio da Proteção Simplificada do Luxo ........................................................... 16
Resumo ........................................................................................................................ 18
Questões de Concurso ................................................................................................. 20
Gabarito ...................................................................................................................... 28
Gabarito Comentado .....................................................................................................29
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
3 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
PARTE GERAL – 1
Apresentação
Olá, meu(minha) amigo(a)!
O foco da aula de hoje é tratar de alguns pressupostos essenciais do Direito Civil. Isso 
não é cobrado com tanta frequência nos concursos. Todavia, quando esse tema é exigido em 
prova, a maior parte dos candidatos deixa de responder, o que fará você ficar em vantagens 
no concurso. Lembre-se de que não basta passar no concurso; é necessário você também ser 
nomeado. Isso significa que acertar questões que os demais candidatos deixam em branco é 
uma vantagem significativa.
1. ConstituCionalização do direito Civil
Amigo(a), o Direito Civil atual mudou bastante. Falamos muito de um Direito Civil Constitu-
cional na atualidade.
A ideia é a de que todas as instituições de Direito Civil devem ser lidas à luz dos princípios 
e das regras constitucionais, conforme metodologia doutrinária conhecida como Constitucio-
nalização do Direito Civil ou como “Direito Civil Constitucional”.
Essa metodologia (ou movimento) encontra berço no pensamento do jurista italiano Pietro 
Perlingieri e se insurge contra os fundamentos antigos do direito civil clássico para, nas pa-
lavras do professor da UERJ Carlos Nelson Konder, defender um direito civil capaz de ser um 
verdadeiro instrumento de “emancipação das pessoas e de transformação social, rumo a uma 
comunidade mais justa e solidária”. O professor da UERJ Gustavo Tepedino e a professora Ma-
ria Celina Bodin de Moraes foram os principais responsáveis por trazer essa metodologia para 
a doutrina brasileira, que conta atualmente com a adesão de autores do porte do professor 
Paulo Luiz Neto Lôbo e Luiz Edson Fachin.
Por essa metodologia, condena-se a visão individualista em que se assentava o Código 
Civil de 1916. Miguel Reale costumava afirmar que havia duas leis fundamentais no País: o Có-
digo Civil, que era a “constituição do homem comum”, e a Constituição Federal, que estrutura 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
4 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
o Estado. Essa concepção não retrata, porém, a perspectiva constitucional do Direito Civil, que 
fixa a Constituição Federal como a única lei fundamental, à qual deve estar subordinado todo 
o direito civil.
A propósito, conforme destaca o professor Paulo Lôbo, a Constitucionalização do Direito 
Civil implica colocar o indivíduo, e não o patrimônio, no centro da tutela jurídica e a não mais 
enxergar o indivíduo como um mero homos economicus, perspectiva essa que é conhecida 
como Repersonalização e Despatrimonialização do Direito Civil. Enaltece-se, assim, a dignida-
de da pessoa humana como vetor de condução do Direito Civil.
Em suma, pode-se atribuir ao movimento da constitucionalização do Direito Civil as prin-
cipais diretrizes: (1) despatrimonialização: o centro da tutela jurídica é a dignidade da pessoa 
humana, e não o patrimônio; (2) repersonalização: a pessoa não é mais vista como um mero 
agente econômico, e sim como o centro da tutela do direito; (3) eficácia horizontal dos direitos 
fundamentais: os direitos fundamentais, que tradicionalmente eram aplicados apenas nas rela-
ções entre Estado e indivíduo (vertical), devem também ser aplicados a relações entre particu-
lares (horizontal), a exemplo do princípio do contraditório antes de excluir associado por justa 
causa (art. 57, CC) ou de infligir uma sanção a condômino (art. 1.337, CC).
Uma outra consequência é a de que o Direito Civil Constitucional prestigia normas com 
cláusulas abertas e conceitos jurídicos indeterminados, os quais dão liberdade ao civilista para 
acoplar os casos concretos aos princípios constitucionais.
Os contornos do Direito Civil Constitucional foram bem resumidos no documento conheci-
do como “Carta de Curitiba”, no qual os Grupos de Pesquisa de Direito Civil dos Programas de 
Pós-Graduação das Faculdades de Direito da Universidade Federal do Paraná e da Universidade 
Estadual do Rio de Janeiro editaram seis proposições que, em suma, realçam a aplicação dos 
direitos fundamentais entre particulares, a rejeição do método de subsunção, a supremacia do 
paradigma principiológico, a mudança do ensino jurídico e a sobrevalorização da dignidade da 
pessoa humana (FACHIN e TEPEDINO, 2006).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
5 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
2. diretrizes teóriCas do Código Civil
Alinhada à perspectiva constitucional do Direito Civil, é preciso recordar que o novo Código 
Civil foi elaborado pela comissão de juristas coordenada por Miguel Reale sob três Diretrizes 
Teóricas, que também são conhecidas como baldrames axiológicosdo Código Civil.
A primeira foi a Socialidade, segundo a qual o novo diploma prestigia a função social do 
Direito em oposição ao individualismo marcante do anterior Código.
A segunda é a Eticidade, de acordo com a qual a boa-fé objetiva foi prestigiada pelo novo 
Código, ao exigir condutas éticas dos indivíduos. 
A terceira é a Operabilidade, à luz da qual o novo Código buscou ser facilmente manuseá-
vel pelos operadores do Direito, do que dá exemplo tanto a reunião dos prazos prescricionais 
nos arts. 205 e 206 do Código quanto a utilização de conceitos jurídicos indeterminados e de 
cláusulas abertas para permitir que o texto normativo satisfaça às necessidades advindas das 
transformações sociais futuras.
3. Corolários da Boa-Fé oBjetiva
Como ensina o professor lusitano Menezes Cordeiro, a boa-fé objetiva condena o exercício 
de posições jurídicas contraditórias, do que podem ser extraídas várias figuras parcelares da 
boa-fé objetiva, dos quais trataremos de quatro mais abaixo, a saber: a proibição da venire con-
tra factum proprium, supressio, surrectio e tu quoque. Trata-se de uma decorrência do princípio 
da confiança.
3.1. ProiBição da venire Contra FaCtum ProPrium
De acordo com a venire contra factum proprium, também batizada como princípio da proi-
bição do comportamento contraditório, em nome da boa-fé objetiva, devem ser consideradas 
ilícitas condutas que frustrem a legítima expectativa criada por uma conduta anterior. Para 
ilustrar, o STJ não admitiu o pedido, feito pela esposa, de anulação de uma promessa de com-
pra e venda de imóvel feito pelo marido sem a outorga uxória, pois a esposa, em ação judicial 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
6 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
anterior proposta por terceiro em busca do imóvel, havia denunciado a lide ao promitente com-
prador, a fim de que este integrasse a lide como litisdenunciado (STJ, REsp 277.284, 4ª T., Rel. 
Min. Cesar Asfor Rocha, DJ 12/03/2001).
3.2. suPressio
A supressio consiste na perda de um direito em razão de inércia capaz de criar uma legíti-
ma expectativa em terceiro. Um dos primeiros casos em que se aplicou a supressio foi na Ale-
manha, no início do século XX, quando a Corte alemã decidiu que um credor perdeu o direito à 
correção monetária por ter-se mantido inerte em exigi-la durante o período de dois meses em 
uma época de vertiginosa espiral inflacionária. O STJ, entre outros casos, já aplicou a supressio 
para condenar um proprietário de uma padaria a pagar indenização de R$ 15.000,00 a uma mo-
radora do mesmo prédio em razão dos barulhos provocados pelos maquinários durante a ma-
drugada. Nesse caso, a padaria havia alegado que a convenção do condomínio previa apenas 
a destinação comercial das unidades autônomas. Todavia, o STJ entendeu que o condomínio 
e, consequentemente, os demais condôminos perderam o direito de exigir essa destinação 
exclusivamente comercial, por terem sido omissos durante muitos anos diante da ostensiva 
ocupação residencial de uma moradora (STJ, REsp 1096639/DF, 3ª T., Rel. Min. Nancy Andrighi, 
DJe 12/02/2009).
Outro caso de supressio ocorre quando, em um contrato de compra e venda de combustí-
vel, há cláusula exigindo um volume mínimo de aquisição mensal. Suponha que, nesse caso, 
o comprador realize, sem qualquer sem qualquer insurreição do comprador, pedidos mensais 
em volume inferior ao mínimo contratual durante todo o tempo de vigência contratual. Ao final 
do contrato, o vendedor não poderá posteriormente pleitear a multa contratual estabelecida 
pelo descumprimento do consumo mínimo em nome da supressio, conforme decidiu o STJ 
(REsp 1374830/SP, 3ª T., Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe 03/08/2015).
A supressio nada tem a ver com a prescrição. Os institutos coexistem. No exemplo acima, 
ainda que não esteja prescrita a pretensão de cobrança da multa pelo descumprimento do 
consumo mínimo, operou-se a supressio contra o vendedor.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
7 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
3.3. surreCtio
A surrectio consiste na aquisição de um direito em razão de condutas antijurídicas reitera-
das com a capacidade de criar a legítima expectativa no autor dessas condutas. É o contrário 
da supressio. Maria Helena Diniz afirma que surrectio e supressio são faces da mesma moeda. 
Por exemplo, no caso acima do condomínio, pode-se afimar que, sob a ótica da moradora, 
houve surrectio, pois ela adquiriu o direito de imprimir destinação residencial à sua unidade 
autônoma em razão de sua conduta reiterada de descumprir a convenção condominial. Igual-
mente, no caso acima de compra de combustível, a conduta reiterada do comprador de violar 
a cláusula de consumo mínimo rendeu-lhe a surrectio.
3.4. tu QuoQue
O tu quoque, a seu turno, veda que alguém se aproveite da própria torpeza, exigindo direitos 
com base em uma norma que ele violou. A exceptio non adimpleti contractus, prevista no art. 
476 do Código Civil, é um exemplo. Ainda a título de exemplo, Nelson Rosenvald e Cristiano 
Chaves citam interessante caso julgado por tribunal português. Nesse caso, a corte lusitana 
entendeu que era incabível a alegação de inexistência de um contrato de compra e venda de 
veículo por parte do comprador, pois este, anteriormente, havia retido dolosamente o contrato 
que lhe fora enviado para assinatura.
4. teoria do inadimPlemento mínimo
Meus caros e minhas caras, ainda há outra teoria que vocês precisam conhecer. Trata-se 
da teoria do inadimplemento mínimo.
Com fundamento na função social (arts. 421 e 2.035, parágrafo único, CC), na vedação ao 
abuso de direito (art. 187, CC), na boa-fé (arts. 113 e 422, CC) e na vedação ao enriquecimento 
sem causa (art. 884, CC), o Direito brasileiro acolhe a teoria do adimplemento substancial, tam-
bém batizada de teoria do inadimplemento mínimo ou da substantial performance.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
8 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
Em suma, a referida teoria condena a medida drástica da resolução1 do negócio jurídico 
quando a parte tiver descumprido apenas uma parcela pequena (daí o nome “inadimplemento 
mínimo”) do contrato após já ter honrado com uma parcela substancial da dívida. A aferição 
da expressividade do adimplemento deve levar em conta aspectos não apenas quantitativo, 
mas também qualitativo, conforme enunciado n. 586/CJF). E, nesse juízo, deve-se atentar para 
a dimensão da consequência do inadimplemento no caso concreto e para o grau de importân-
cia da parte inadimplida, como lembra o Ministro Sidnei Beneti2. A aferição da dimensão do 
inadimplemento – se é mínimo ou não – sempre dependerá da análise dos casos concretos 
diante da inexistência de um critério prévio e fixo para tanto.
O objetivo é a manutenção do negócio jurídico nesses casos em que o devedor adimpliu 
substancialmente a dívida, ou seja, teve uma performance substancial na execução do contra-
to, de modo que o seu inadimplemento foi mínimo.Alerte-se que essa teoria não implica extinção da dívida, mas apenas afasta a adoção de 
medidas desproporcionais pelo credor, como a resolução do contrato. Isso significa que o cre-
dor poderá servir-se dos meios ordinários de cobrança da dívida, seja os extrajudiciais – como 
o protesto ou a inscrição do nome do devedor em cadastros de inadimplentes (como o Serasa) 
–, seja os judiciais, como uma ação de cobrança.
Se, por exemplo, alguém vende um imóvel por preço a ser pago em 100 prestações, não é 
razoável que o vendedor pleiteie a resolução do contrato se o comprador, após ter pagado, por 
exemplo, 99 prestações, descumpriu apenas a última. O adimplemento foi substancial.
Interessante exemplo é dado pelo notável professor da USP Otávio Luiz Rodrigues Junior, 
que, com apoio em Edwart Errante3, lembra que uma empreiteira tem o direito de receber o valor 
dos seus serviços se, diante de um projeto arquitetônico apresentado pelo dono da obra para 
a construção de uma casa, somente cometeu uma falha: deixou de instalar as maçanetas de 
duas portas na forma indicada no projeto. Dada a insignificância desse inadimplemento diante 
1 Resolução é uma hipótese de extinção do contrato por inadimplemento. O verbete “resolver” também significa “acabar”. Por 
isso, é usual a frase “vamos resolver o problema” com o significado acabar com o problema. Resolver o contrato é extinguir 
o contrato.
2 REsp 1215289/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/02/2013, DJe 21/02/2013.
3 O caso é lembrado pelo Ministro Antonio Carlos Ferreira no seu voto proferido neste julgado: REsp 1581505/SC, 4ª Turma, 
Rel. Ministro Antonio Carlos Ferreira, DJe 28/09/2016.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
9 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
de toda a obra, a teoria do inadimplemento mínimo impedirá a resolução do contrato, mas 
permitirá que seja cobrado apenas a indenização por perdas e danos cabíveis (o valor das ma-
çanetas e o custo da instalação por terceiros). O dono da obra terá de pagar o preço pactuado, 
do qual se poderá deduzir apenas o valor dessa indenização.
O STJ analisou outro caso interessante e entendeu que o não pagamento da última parce-
la do prêmio de um seguro de dano não teria implicado a extinção do contrato de seguro, de 
modo que o segurado tinha o direito de cobrar o pagamento da cobertura securitária diante de 
um acidente ocorrido com o seu veículo. A seguradora só poderá cobrar o valor dessa parcela 
inadimplida (REsp 76.362/MT, 4ª Turma, Rel. Ministro Ruy Rosado de Aguiar, DJ 01/04/1996). 
Ressalva-se que esse julgado antigo não retrata exatamente a orientação mais atual do STJ, 
que tende a admitir a resolução do contrato sempre que o segurador tiver notificado previa-
mente o segurado para purgar a mora, ou seja, para pagar a prestação atrasada, independente-
mente da dimensão do inadimplemento (REsp 318.408/SP, 3ª Turma, Rel. Ministro Humberto 
Gomes de Barros, DJ 10/10/2005).
Há controvérsia acerca da aptidão da teoria para, além de impedir a extinção do contrato, 
coibir a adoção de meios de cobrança que sejam considerados excessivos.
Por exemplo, a jurisprudência oscilou bastante em definir se, nos casos de financiamento 
de veículos com alienação fiduciária em garantia, a teoria do adimplemento substancial seria 
ou não admissível a execução de uma garantia fiduciária por meio da busca e apreensão do 
bem e da consequente consolidação da propriedade fiduciária. O STJ, após um considerá-
vel período de precedentes estendendo a teoria para inibir esse meio executivo, pacificou o 
entendimento em sentido contrário, definindo que a teoria não obsta a execução da busca 
e apreensão e da consolidação do bem. O fundamento principal foi o de que a boa-fé e a 
função social do contrato seriam desvirtuadas se o credor perdesse o direito de executar 
uma garantia essencial ao seu crédito com fundamento em autorização legal expressa (o 
Decreto-Lei n. 911/67), o que comprometeria o “desenvolvimento da economia nacional” 
(STJ, REsp 1622555/MG, 2ª Seção, Rel. Ministro Marco Buzzi, Rel. p/ Acórdão Ministro Marco 
Aurélio Belizze, DJe 16/03/2017).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
10 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
Sob essa perspectiva, a teoria do inadimplemento substancial não pode infertilizar nenhu-
ma garantia das obrigações, como propriedades fiduciárias, hipotecas, penhores etc. A teoria 
apenas impede a resolução do contrato, mas não a cobrança da dívida por todos os meios 
coercitivos disponíveis, com execução das garantias da dívida.
Temos por acertada a opção do STJ sob a ótica do Direito Civil Constitucional, cujos con-
tornos já definimos ao tratarmos da Parte Geral. Impedir a execução de garantias da dívida 
geraria diversos efeitos indesejados, como o aumento dos preços dos produtos como forma de 
compensar a inadimplência (de modo que os bons pagadores pagarão pelas extravagância dos 
maus pagadores) e a insegurança no mercado de investimentos diante da lembrança de que é 
extremamente comum haver venda de títulos mobiliários lastreados em créditos com garantia 
(a exemplo do Certificado de Recebível Imobiliário, que é vendido na Bolsa de Valores e que ge-
ralmente se lastreiam em créditos garantidos por alienação fiduciária em garantia de imóveis).
5. duty to mitigate the loss ou dever de mitigar as PróPrias Perdas
Amigos e amigas, tenho por importante que você conheça algumas outras teorias impor-
tantes. A primeira delas é a teoria da substantial performance.
Não é apenas o devedor, mas também o credor deve observar a boa-fé objetiva. O duty to 
mitigate the loss, também chamado de dever de mitigar as próprias perdas, estabelece que o 
credor não pode adotar conduta oportunista que estimule o aumento da dívida com o objetivo 
de obter proveitos. Compete, pois, ao credor adotar comportamentos que colabore para que a 
dívida não se avoluma demasiadamente. Nas palavras do enunciado n.169/CJF, “o princípio da 
boa-fé objetiva deve levar o credor a evitar o agravamento do próprio prejuízo”.
Assim, por exemplo, viola o duty to mitigate the loss quem, esperando obter um proveito 
econômico considerável, aguarda dois anos para executar uma multa diária de R$ 1.000,00 
fixada por um juiz para que o órgão de cadastro de inadimplentes (como o Serasa) apasse 
uma negativação indevida. O credor da multa diária (astreintes) agrediu a boa-fé ao manter 
uma omissão oportunista ao longo de dois anos, com o objetivo de conseguir um proveito eco-
nômico de mais de R$ 730.000,00 por um lapso do órgão cadastral. O juiz, diante disso, pode 
reduzir o valor total das astreintes diante da sua exorbitância por força da boa-fé objetiva e do 
art. 814, parágrafo único, CPC.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
11 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
Temos que, em nome do duty to mitigate the loss, é cabível a redução dos juros excessivos 
cobrados por uma instituição financeira por uma dívida de chequeespecial, especialmente 
quando essa instituição manteve silêncio por longo período de tempo a fim de cobrar um mon-
tante exorbitante. Em nome da boa-fé objetiva, competia à instituição financeira, ao menos, 
contatar o devedor, informando-lhe dos juros estratosféricos a que ele estava exposto. Como 
se sabe, os juros do cheque especial são vertiginosamente superiores aos de um empréstimo 
pessoal. Enquanto aqueles chegam a mais de 500% a.a., estes últimos ficam na casa dos 60% 
a.a. Se o banco houvesse comunicado o devedor, é provável que ele tivesse tentado obter um 
empréstimo pessoal, ainda que em outro banco, para estancar essa sangria mortal. Temos 
que, nessas hipóteses, seria cabível a redução da dívida para o montante equivalente ao da 
taxa de juros de um empréstimo pessoal, tudo em nome do duty to mitigate the loss.
É evidente que, em outras situações de mútuos bancários, como naqueles em que alguém 
contrai um empréstimo e posteriormente incorre em inadimplência, não se pode invocar o duty 
to mitigate the loss para reduzir o valor dos encargos decorrentes da mora, pois, como alertou o 
Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, “o estado de inadimplência e o crescimento da dívida é de 
responsabilidade exclusiva do mutuário e não de um comportamento omissivo do mutuante” 
(STJ, REsp 1489784/DF, 3ª Turma, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe 03/02/2016).
6. alguns PrinCíPios gerais de direito
Entre os vários princípios gerais de direito, destacamos três aqui que são extremamente 
úteis para “decorar” inúmeras regras do Direito Civil. Esses três princípios estão na base da 
elaboração de várias regras do Código Civil e das leis extravagantes, além de serem o suporte 
de vários precedentes do STJ mesmo quando inexistia lei.
Sobre esses princípios, tivemos a oportunidade de escrever três artigos, que, aqui, serão 
resumidos de forma sistemática. Se você tiver mais tempo, leia o artigo completo para apro-
fundamento. Estes são os artigos, todos disponíveis no site www.flaviotartuce.adv.br/artigos_
convidados:
a) “O Princípio do Aviso Prévio a uma Sanção”
b) “O princípio da proteção simplificada do luxo, o princípio da proteção simplificada do 
agraciado e a responsabilidade civil do generoso”.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
12 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
6.1. PrinCíPio do aviso Prévio a uma sanção
Em regra, antes de infringir qualquer sanção a uma pessoa, deve-se notificá-la previamente 
a fim de que ela possa se defender, se justificar ou simplesmente se preparar. Por sanção, de-
ve-se entender qualquer restrição de direito imposta a uma pessoa. Esse é o princípio do aviso 
prévio a uma sanção, que decorre do princípio do contraditório (que se aplica a relações entre 
particulares) e da boa-fé objetiva.
São vários os exemplos de aplicação desse princípio (e é importante você gravar esses 
exemplos):
a) Prisão civil do devedor de alimentos: é necessário citar pessoalmente o devedor previamen-
te para, em três dias, pagar a dívida ou justificar sua inadimplência (art. 528, CPC).
b) Busca e apreensão de veículo alienado fiduciariamente ou objeto de leasing: a ação de 
busca e apreensão só pode ser ajuizado se, antes, o devedor tiver sido notificado mediante 
envio de carta registrada com aviso de recebimento (AR) sem necessidade de que o próprio 
devedor tenha sido quem assinou o AR (art. 2º, § 2º, DL 911/1969).
c) Consolidação da propriedade no procedimento de execução extrajudicial de dívida garanti-
da por alienação fiduciária em garantia sobre imóvel: é necessária notificação prévia do deve-
dor para, em 15 dias, purgar a mora (pagar a dívida atrasada), notificação essa que é feita pelo 
Cartório de Imóveis (art. 26, Lei n. 9.514/1997).
d) Cancelamento de plano de saúde por inadimplemento do cliente: é necessária notificação 
prévia (art. 13, II, da Lei n. 9.656/1998).
e) Cancelamento do seguro de vida por inadimplemento do segurado: é necessária notifica-
ção prévia. Não há lei, mas jurisprudência do STJ (STJ, REsp 316.552/SP, 2ª Seção, Rel. Minis-
tro Aldir Passarinho Júnior, DJ 12/04/2004).
f) Negativação do nome do devedor em cadastro de inadimplentes: é forçosa a notificação 
prévia por parte do órgão cadastral, sob pena de causar dano moral (art. 43, § 2º, do CDC; STJ 
REsp 1061134/RS, 2ª Seção, Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJe 01/04/2009).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
13 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
g) Negativação do nome do devedor em cadastro de inadimplentes de consulta ampla (como 
o Serasa) a partir de informações extraídas de negativação feita no Cadastro de Emitentes de 
Cheques sem fundos (CCF): é necessária notificação prévia do devedor para comunicar que o 
seu nome, que estava negativado em um cadastro de inadimplentes de consulta bem restrita 
(como o CCF) irá ser lançado em um cadastro de inadimplementos de consulta ampla (como 
o SERASA), sob pena de causar dano moral (STJ, REsp 1578448/SP, 3ª Turma, Rel. Ministra 
Nancy Andrighi, DJe 12/04/2019).
h) Ação de despejo: “o procedimento do despejo prevê que, antes da ordem judicial de despejo, 
o inquilino inadimplente tem o direito de, após ser citado, purgar a mora: trata-se do chamado 
depósito elisivo (art. 61, 8 § 3º, e art. 62, II, da Lei n. 8.245/91)”4.
i) Corte de energia ou de água por inadimplência: “a medida drástica do corte do fornecimento 
de energia elétrica ou de água só poderá ser feito mediante notificação prévia, conforme art. 
6º, § 3º, da Lei n. 8.987/1995 (STJ, REsp 1342608/SP, 2ª Turma, Rel. Ministro Og Fernandes, 
DJe 27/09/2017). Se, porém, houver situação de emergência, a suspensão da energia elétri-
ca é permitida sem prévio aviso, pois há urgência a justificar esse ato (art. 6º, § 3º, da Lei n. 
8.987/1995.”5.
j) Suspensão do cartão de crédito em razão da negativação do nome do cliente em cadastro 
de inadimplentes por outras dívidas: “a administradora do cartão de crédito não pode automa-
ticamente, sem prévia notificação, suspender o cartão de crédito de um consumidor em razão 
de algum outro credor ter inscrito o nome do consumidor em cadastro de inadimplentes. O 
aviso prévio é essencial. Trata-se de conduta abusiva que causa dano moral ao consumidor 
(STJ, REsp 592.908/MG, 4ª Turma, Rel. Ministro Barros Monteiro, DJ 20/02/2006)” 6.
k)Aplicação da multa de 10% contra o devedor na fase de cumprimento de sentença com base 
no art. 523 do CPC: a aplicação da multa do art. 523 do CPC depende de prévia intimação do 
devedor para pagar a dívida em 15 dias na fase de cumprimento de sentença (art. 523, CPC).
4 OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de Oliveira. O Princípio do Aviso Prévio a uma Sanção no Direito Civil Brasi-
leiro. Disponível em: www.flaviotartuce.adv.br/artigos_convidados. Elaborado em 30 de maio de 2019.
5 OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de Oliveira. O Princípio do Aviso Prévio a uma Sanção no Direito Civil Brasi-
leiro. Disponível em: www.flaviotartuce.adv.br/artigos_convidados. Elaborado em 30 de maio de 2019.
6 OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de Oliveira. O Princípio do Aviso Prévio a uma Sanção no Direito Civil Brasi-
leiro. Disponível em: www.flaviotartuce.adv.br/artigos_convidados. Elaborado em 30 de maio de 2019.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272,vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
14 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
l) Pedido de falência: depende de prévio protesto, que pode ser o protesto especial para fins 
falimentar ou até mesmo o protesto comum, desde que este tenha cumprido todos os requisi-
tos do protesto especial com inclusão da identificação de quem recebeu a notificação (Súnula 
n. 361/STJ; STJ, REsp 1052495/RS, 3ª Turma, Rel. Ministro Massami Uyeda, DJe 18/11/2009).
6.2. PrinCíPio da Proteção simPliFiCada do agraCiado
O Direito Civil protege o agraciado (aquele que é beneficiado por um negócio jurídico gra-
tuito), mas sem lhe dar prestígio. Vejam os exemplos práticos:
a) Fraude contra credores:
Na caracterização da fraude contra credores, o consilium fraudis é dispensado diante de negócios 
gratuitos, pois, entre prestigiar o beneficiário de uma liberalidade e os credores, o direito prefere 
prestigiar estes últimos diante da função social (art. 158, CC). Se, porém, se tratar de um negócio 
oneroso, o consilium fraudis é requisito essencial.7
b) Interpretação restritiva:
Negócios gratuitos devem ser interpretados restritivamente (art. 114, CC). De fato, seria injusto per-
mitir que o beneficiário de uma liberalidade adotasse interpretações extensivas e, com isso, preju-
dicasse o generoso8.
c) Formalidades para negócios gratuitos:
o fato de a liberalidade somente trazer ônus ao generoso exige que ela se exteriorize por uma forma 
que assegure, ao máximo, certeza do seu ânimo. O beneficiário da liberalidade não é prestigiado 
do ponto de vista formal, razão por que a legislação se inclina – há exceções! - a considerar os ne-
gócios jurídicos gratuitos como solenes, a exemplo da fiança e da doação, que devem ser escritas 
(arts. 541 e 819, CC) 9.
7 OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de Oliveira. O princípio da proteção simplificada do luxo, o princípio da proteção simpli-
ficada do agraciado e a responsabilidade civil do generoso. Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/CONLEG/Senado, 
Dezembro/2018 (Texto para Discussão n. 254). Disponível em: www.senado.leg.br/nepleg. Acesso em 4 dezembro 2018.
8 OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de Oliveira. O princípio da proteção simplificada do luxo, o princípio da proteção simpli-
ficada do agraciado e a responsabilidade civil do generoso. Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/CONLEG/Senado, 
Dezembro/2018 (Texto para Discussão n. 254). Disponível em: www.senado.leg.br/nepleg. Acesso em 4 dezembro 2018.
9 OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de Oliveira. O princípio da proteção simplificada do luxo, o princípio da proteção simpli-
ficada do agraciado e a responsabilidade civil do generoso. Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/CONLEG/Senado, 
Dezembro/2018 (Texto para Discussão n. 254). Disponível em: www.senado.leg.br/nepleg. Acesso em 4 dezembro 2018.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
15 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
d) Vícios redibitórios e evicção:
o princípio da garantia, que estabelece que o adquirente de um bem tem direito à higidez da coisa (ga-
rantia em caso de vício redibitório) e do direito sobre a coisa (garantia em caso de evicção), somente 
é aplicável para contratos onerosos, conforme arts. 441 e 447 do CC. Beneficiários de gratuidade não 
podem exigir juridicamente essa garantia de qualidade da coisa ou do direito sobre a coisa. O gene-
roso, porém, deve responder por indenização apenas no caso de dolo por força do art. 392 do CC 10.
e) Concessão generosa de prorrogação de prazo de pagamento:
à luz do art. 372 do CC, a concessão obsequiosa de um prazo adicional para o pagamento de uma 
dívida (prazo de favor) não implica renúncia ao direito do credor de utilizar essa dívida para, por meio 
da compensação, extinguir outra. Seria realmente injusto que o beneficiário da benesse pudesse 
executar judicialmente o generoso por uma outra dívida, sem que este último, em defesa, pudesse 
opor a compensação. A concessão de um prazo de favor afasta a mora (juros moratórios, multas 
etc.), mas jamais o direito de o credor valer-se da obrigação dilatada para invocar a compensação 11.
f) Responsabilidade do cedente na cessão de crédito gratuita:
conforme art. 295 do CC, o cedente responde pela existência do crédito na cessão onerosa, inde-
pendentemente de culpa ou dolo. Se, porém, a cessão for gratuita, o cedente generoso só responde 
por dolo. Essa regra harmoniza-se com a lógica de justiça da tutela da gratuidade e se afina com as 
disposições relativas à evicção (art. 447, CC) e à responsabilidade civil do generoso (art. 392, CC) 12.
g) Pagamento indevido por meio de transferência gratuita de um imóvel:
quem adquire gratuitamente imóvel de quem o havia obtido como fruto de pagamento indevido não 
é protegido prestigiosamente: poderá perder o bem (art. 879, parágrafo único, CC)13.
h) Carona (transporte gratuito de pessoas): generoso só responde por culpa grave ou dolo 
(Súmula n. 145/STJ).
10 OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de Oliveira. O princípio da proteção simplificada do luxo, o princípio da proteção simpli-
ficada do agraciado e a responsabilidade civil do generoso. Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/CONLEG/Senado, 
Dezembro/2018 (Texto para Discussão n. 254). Disponível em: www.senado.leg.br/nepleg. Acesso em 4 dezembro 2018.
11 OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de Oliveira. O princípio da proteção simplificada do luxo, o princípio da proteção simpli-
ficada do agraciado e a responsabilidade civil do generoso. Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/CONLEG/Senado, 
Dezembro/2018 (Texto para Discussão n. 254). Disponível em: www.senado.leg.br/nepleg. Acesso em 4 dezembro 2018.
12 OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de Oliveira. O princípio da proteção simplificada do luxo, o princípio da proteção simpli-
ficada do agraciado e a responsabilidade civil do generoso. Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/CONLEG/Senado, 
Dezembro/2018 (Texto para Discussão n. 254). Disponível em: www.senado.leg.br/nepleg. Acesso em 4 dezembro 2018.
13 OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de Oliveira. O princípio da proteção simplificada do luxo, o princípio da proteção simpli-
ficada do agraciado e a responsabilidade civil do generoso. Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/CONLEG/Senado, 
Dezembro/2018 (Texto para Discussão n. 254). Disponível em: www.senado.leg.br/nepleg. Acesso em 4 dezembro 2018.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
16 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
6.3. PrinCíPio da Proteção simPliFiCada do luxo
O Direito Civil protege situações de luxo (aquelas que estão acima da média), mas sem lhe 
dar prestígio. Vejam os exemplos práticos:
a) Benfeitorias voluptuárias e posse:
o possuidor de boa-fé não pode exigir que elas sejam indenizadas, embora possa levantá-las se for 
possível, ao contrário que se dá com as benfeitorias necessárias e úteis (art. 1.219, CC). Em outras 
palavras, se um possuidor de boa-fé despende R$ 1.000,00 com a troca da fiação elétrica (benfeitoria 
necessária), R$ 4.000,00 com a ampliação do quarto (benfeitoria útil) e R$ 500.000,00 com a contra-
tação de um famoso pintor para colorir o teto da salaao estilo da Capela Sistina (benfeitoria volup-
tuária), ele – ao ser desapossado do bem por um terceiro com melhor direito – poderá reivindicar a 
indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis com direito de retenção, mas não poderá exigir que 
o reivindicante indenize-lhe as benfeitorias voluptuárias (“o luxo”), ou seja, as obras que excedem o pa-
drão do homo medius. Esse possuidor poderá apenas, se possível, “levantar” essa benfeitoria luxuosa, 
como levar a lâmina do teto contendo a pintura e rebocando o teto para restituir-lhe a normalidade. O 
Direito protege o luxo, mas não o prestigia, conforme o princípio da proteção simplificada do luxo14.
b) Quorum mais rigoroso em condomínio edilício:
Para a realização de benfeitorias voluptuárias em condomínios, não basta o consentimento da maio-
ria dos condôminos, ao contrário do que sucede com benfeitorias úteis – que se satisfazem com 
essa maioria absoluta (art. 1.341, inciso I, CC) – e com as benfeitorias necessárias – que sequer 
reclamam autorização dos condôminos se não importarem em despesas excessivas (art. 1.341, §§ 
1º ao 4º, CC). Benfeitorias voluptuárias, por serem “luxos”, reivindicam um quorum mais rigoroso de 
dois terços dos condôminos (art. 1.341, inciso I, do CC). Em outras palavras, benfeitorias que repre-
sentam “luxos” não são prestigiadas como as demais benfeitorias, o que reflete mais uma aplicação 
do princípio da proteção simplificada do luxo 15.
c) Redução equitativa indenização (art. 944, parágrafo único, CC):
quando há manifesta desproporção entre o grau de culpa e o dano, o juiz pode reduzir o valor da 
indenização equitativamente. Assim, se um indivíduo abalroa o seu veículo contra um carro de luxo 
cujo conserto custará cinquenta vezes mais o valor que corresponderia à reparação de um carro 
comum, é viável aplicar o art. 944, parágrafo único, do CC para permitir o valor da indenização seja 
14 OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de Oliveira. O princípio da proteção simplificada do luxo, o princípio da proteção simpli-
ficada do agraciado e a responsabilidade civil do generoso. Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/CONLEG/Senado, 
Dezembro/2018 (Texto para Discussão n. 254). Disponível em: www.senado.leg.br/nepleg. Acesso em 4 dezembro 2018.
15 OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de Oliveira. O princípio da proteção simplificada do luxo, o princípio da proteção simpli-
ficada do agraciado e a responsabilidade civil do generoso. Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/CONLEG/Senado, 
Dezembro/2018 (Texto para Discussão n. 254). Disponível em: www.senado.leg.br/nepleg. Acesso em 4 dezembro 2018.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
17 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
reduzido para um patamar mediano. Isso, porque o luxo ostentado pelo titular do veículo acaba por 
expor os demais a um risco acima da média. Se, porém, a colisão tivesse sido provocada dolosa-
mente por inveja do condutor do veículo comum, a indenização deveria ser o elevadíssimo valor do 
orçamento, pois o grau de culpa será proporcional ao dano. É nesse sentido que o direito protege o 
luxo, mas não lhe dá prestígio, conforme o princípio em pauta 16.
d) Móveis suntuosos em imóvel protegido pela impenhorabilidade do bem de família:
em regra, os móveis que guarnecem o imóvel residencial do devedor são impenhoráveis por serem 
bem de família. Excepciona-se essa blindagem de impenhorabilidade se esses móveis forem “obras 
de arte e adornos suntuosos” (art. 2º, Lei n. 8.009/1990). É que esses bens representam “luxos”, ou 
seja, excedem o limite do padrão do homo medius e, portanto, não podem receber a mesma defe-
rência jurídica que repousa sobre os demais móveis. Trata-se de mais um exemplo de aplicação do 
princípio da proteção simplificada do luxo17.
e) Benfeitorias voluptuárias em desapropriação:
Na desapropriação por utilidade pública ou para reforma agrária, as benfeitorias voluptuárias não 
são indenizadas em dinheiro, ao contrário do que sucede com as benfeitorias necessárias e úteis 
(art. 26, Decreto-Lei n. 3.365/41; arts. 5º, XXIV, 184, § 1º, CF; art. 5º, § 1º, da Lei n. 8.629/1993)” 18.
16 OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de Oliveira. O princípio da proteção simplificada do luxo, o princípio da proteção simpli-
ficada do agraciado e a responsabilidade civil do generoso. Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/CONLEG/Senado, 
Dezembro/2018 (Texto para Discussão n. 254). Disponível em: www.senado.leg.br/nepleg. Acesso em 4 dezembro 2018.
17 OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de Oliveira. O princípio da proteção simplificada do luxo, o princípio da proteção simpli-
ficada do agraciado e a responsabilidade civil do generoso. Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/CONLEG/Senado, 
Dezembro/2018 (Texto para Discussão n. 254). Disponível em: www.senado.leg.br/nepleg. Acesso em 4 dezembro 2018.
18 OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de Oliveira. O princípio da proteção simplificada do luxo, o princípio da proteção simpli-
ficada do agraciado e a responsabilidade civil do generoso. Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/CONLEG/Senado, 
Dezembro/2018 (Texto para Discussão n. 254). Disponível em: www.senado.leg.br/nepleg. Acesso em 4 dezembro 2018.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
18 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
RESUMO
Amigo(a), quem tem pressa deve ler, ao menos, este resumo e, depois, ir para os exercícios. 
É fundamental você ver os exercícios e ler os comentários, pois, além de eu aprofundar o con-
teúdo e tratar de algumas questões adicionais, você adquirirá familiaridade com as questões. 
De nada adianta um jogador de futebol ter lido muitos livros se não tiver familiaridade com a 
bola.
Seja como for, o ideal é você ler o restante da teoria, e não só o resumo, para, depois, ir às 
questões.
O resumo desta aula é este:
a) A Constitucionalização do Direito Civil é um movimento que estabelece que o Direito 
Civil deve ser submetido ao Direito Constitucional, o que implica a despatrimonialização (a 
pessoa humana é mais importante do que o patrimônio no Direito Civil), a repersonalização 
(pessoa não é mero agente econômico, e sim algum com direito à dignidade) e a eficácia ho-
rizontal dos direitos fundamentais (a possibilidade de aplicação de normas e princípios cons-
titucionais diretamente em relações de Direito Civil).
b) O Código Civil foi elaborado com base em três diretrizes teóricas: eticidade (valorização 
da boa-fé objetiva), socialidade (valorização da função social) e operabilidade (o Código foi 
redigido de modo a ser didático e com texto aberto a diversas interpretações).
c) São corolários da boa-fé objetiva: (1) a proibição da venire contra factum proprium; (2) a 
supressio; (3) a surrectio; (4) o tu quoque.
d) Se o devedor cumpriu parcela substancial da dívida, não cabe a resolução do contrato 
em nome da teoria do adimplemento substancial (= teoria do inadimplemento mínimo).
e) O credor não pode adotar conduta oportunista que aumente o valor da dívida em razão 
da duty to mitigate the loss.
f) Princípio do aviso prévio a uma sanção: é necessário notificar a pessoa previamente a 
uma sanção. Ex.:
• Prisão civil de alimentos;
• Busca e apreensão em alienação fiduciária ou leasing;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
19 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
• Consolidação de imóvel alienado fiduciariamente;
• Cancelamento de seguro ou plano de saúde por inadimplência;
• Negativação no Serasa, ainda que seja a partir de negativação feita no CCF, que é um 
cadastro de acesso restrito;
• outros casos.
g) Princípio da proteção simplificada do agraciado: direito civil não dá prestígio ao agracia-
do. Ex.:
• dispensa de consilium fraudis na fraude contra credores;
• interpretação restritiva;
• formalismo;
• inaplicabilidade de vício redibitório e de evicção;
• transportador só responde por culpa grave ou dolo no caso de carona;
• outros.
h) Princípio da proteção simplificada do luxo: direito civil não dá prestígio a luxo. Ex.:
• possuidor de boa-fé não pode exigir indenização por benfeitorias voluptuárias;
• quórum é mais rigoroso no condomínio edilício para a realização de benfeitorias 
voluptuárias;
• móveis suntuosos que guarnecem bem de família podem ser penhorados;
• benfeitorias voluptuárias não são indenizáveis em desapropriação
• outros.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
20 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (MPT/PROCURADOR/MPT/2017/ADAPTADA) O Código Civil de 2002 positivou 
em seus artigos valores inerentes à pessoa humana, que passaram a orientar a interpretação 
de institutos do Direito Civil, como, por exemplo, a boa-fé objetiva como elemento das relações 
contratuais. Essa mudança de paradigma decorre do que se tem chamado de constitucionali-
zação do Direito Civil.
Questão 2 (LEGALLE/PROCURADOR/PREF. DE SILVEIRA MARTINS-RS/2014) Atualmen-
te é possível se falar em um novo Direito Civil, marcado, especialmente, pelos seguintes ele-
mentos, EXCETO:
a) Privatização do Direito Civil.
b) Constitucionalização do Direito Civil.
c) Humanização do Direito Civil.
d) Normatização da biotecnologia.
e) Unificação no plano obrigacional entre o Direito Civil e o Direito Comercial.
Questão 3 (FCC/DEFENSOR/DPE-RS/2014/ADAPTADA) O sistema de codificação do Có-
digo Civil de 2002 resguardou a igualdade por meio da visão abstrata do sujeito de direitos, 
considerado em razão das normas jurídicas, e não em face de suas circunstâncias concretas.
Questão 4 (CESPE/DEFENSOR/DPE-TO/2013/ADAPTADA) A operacionalidade do direito 
civil está relacionada à solução de problemas abstratamente previstos, independentemente de 
sua expressão concreta e simplificada.
Questão 5 (FCC/DEFENSOR/DPE-RS/2014/ADAPTADA) O sistema de codificação do Có-
digo Civil de 2002 adotou a concepção de sistema fechado, uma vez que permitido o diálogo 
apenas com a Constituição Federal e com as normas especiais de direito privado.
Questão 6 (FCC/DEFENSOR/DPE-RS/2014/ADAPTADA) O sistema de codificação do Có-
digo Civil de 2002 utilizou a técnica legislativa das normas abertas, razão pela qual o processo 
de aplicação do Direito depende exclusivamente do raciocínio dedutivo e silogístico.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
21 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
Questão 7 (FCC/DEFENSOR/DPE-RS/2014/ADAPTADA) O sistema de codificação do Có-
digo Civil de 2002 estabeleceu a visão antropocêntrica ao Direito Privado, da qual é exemplo a 
previsão normativa dos direitos da personalidade.
Questão 8 (FCC/DEFENSOR/DPE-RS/2014/ADAPTADA) O sistema de codificação do Có-
digo Civil de 2002 promoveu a unificação do Direito Privado, com exceção do direito das obri-
gações, onde manteve a autonomia do Direito Civil e do Direito Empresarial.
Questão 9 (FCC/DEFENSOR/DPE-ES/2016) Darei apenas um exemplo. Quem é que, no Di-
reito Civil brasileiro ou estrangeiro, até hoje, soube fazer uma distinção, nítida e fora de dúvida, 
entre prescrição e decadência? Há as teorias mais cerebrinas e bizantinas para se distinguir 
uma coisa de outra. Devido a esse contraste de ideias, assisti, uma vez, perplexo, num mesmo 
mês, a um Tribunal de São Paulo negar uma apelação interposta por mim e outros advogados, 
porque entendia que o nosso direito estava extinto por força de decadência; e, poucas sema-
nas depois, ganhávamos, numa outra Câmara, por entender-se que o prazo era de prescrição, 
que havia sido interrompido! Por isso, o homem comum olha o Tribunal e fica perplexo. Ora, 
quisemos pôr termo a essa perplexidade, de maneira prática, porque o simples é o sinal da ver-
dade, e não o bizantino e o complicado. Preferimos, por tais motivos, reunir as normas prescri-
cionais, todas elas, enumerando-as na Parte Geral do Código. Não haverá dúvida nenhuma: ou 
figura no artigo que rege as prescrições, ou então se trata de decadência. Casos de decadência 
não figuram na Parte Geral, a não ser em cinco ou seis hipóteses em que cabia prevê-la, logo 
após, ou melhor, como complemento do artigo em que era, especificamente, aplicável. (REALE, 
Miguel. O projeto de Código Civil: situação atual e seus problemas fundamentais. São Paulo: 
Saraiva, 1986. p. 11-12).
Essa solução adotada no Código Civil de 2002 se vincula:
a) à diretriz fundamental da socialidade.
b) à abolição da distinção entre prescrição e decadência.
c) à diretriz fundamental da eticidade, evitando soluções juridicamente conflitantes.
d) ao princípio da boa-fé objetiva, que garante a obtenção do julgamento esperado pelo 
jurisdicionado.
e) à diretriz fundamental da operabilidade, evitando dificuldades interpretativas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
22 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
Questão 10 (CESPE/DEFENSOR/DPE-TO/2013/ADAPTADA) Na elaboração do Código Civil 
de 2002, o legislador adotou os paradigmas da socialidade, eticidade e operacionalidade, repu-
diando a adoção de cláusulas gerais, princípios e conceitos jurídicos indeterminados.
Questão 11 (CESPE/DEFENSOR/DPE-TO/2013/ADAPTADA) No Código Civil de 2002, o 
princípio da socialidade reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, razão 
pela qual o direito de propriedade individual, de matriz liberal, deve ceder lugar ao direito de 
propriedade coletiva, tal como preconizado no socialismo real.
Questão 12 (NC-UFPR/DEFENSOR/DPE-PR/2014/ADAPTADA) A técnica legislativa moder-
na se caracteriza pela presença de conceitos jurídicos indeterminados e cláusulas gerais, que 
dão mobilidade ao sistema. Todavia, a codificação do Direito Civil exige, também, o trato da 
casuística, sob pena de se incorrer em um vazio normativo específico para determinadas situ-
ações. Em relação ao Código Civil de 2002, julgue esta afirmativa:
O Código Civil de 2002 contém várias cláusulas gerais, das quais são exemplos a função social 
do contrato, a boa-fé objetiva e a probidade que devem reger os contratantes, a função social 
da propriedade e a ordem pública.
Questão 13 (CESPE/DEFENSOR/DPE-TO/2013/ADAPTADA) Cláusulasgerais, princípios e 
conceitos jurídicos indeterminados são expressões que designam o mesmo instituto jurídico.
Questão 14 (CESPE/DEFENSOR/DPE-TO/2013/ADAPTADA) O princípio da eticidade, para-
digma do atual direito civil constitucional, funda-se no valor da pessoa humana como fonte de 
todos os demais valores, tendo por base a equidade, boa-fé, justa causa e demais critérios éti-
cos, o que possibilita, por exemplo, a relativização do princípio do pacta sunt servanda, quando 
o contrato estabelecer vantagens exageradas para um contratante em detrimento do outro.
Questão 15 (MPE-MG/PROMOTOR/MPE-MG) Assinale a alternativa CORRETA:
É possível afirmar que a adoção do sistema de cláusulas gerais no Código Civil de 2002 reverencia:
a) O princípio da boa-fé objetiva.
b) O princípio da eticidade.
c) O princípio da sociabilidade.
d) O princípio da operabilidade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
23 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
Questão 16 (NC-UFPR/DEFENSOR/DPE-PR/2014/ADAPTADA) A técnica legislativa moder-
na se caracteriza pela presença de conceitos jurídicos indeterminados e cláusulas gerais, que 
dão mobilidade ao sistema. Todavia, a codificação do Direito Civil exige, também, o trato da 
casuística, sob pena de se incorrer em um vazio normativo específico para determinadas situ-
ações. Em relação ao Código Civil de 2002, julgue esta afirmativa:
Os conceitos jurídicos indeterminados não estão indicados na lei, decorrendo, apenas, de valo-
res éticos, morais, sociais, econômicos e jurídicos.
Questão 17 (NC-UFPR/DEFENSOR/DPE-PR/2014/ADAPTADA) A técnica legislativa moder-
na se caracteriza pela presença de conceitos jurídicos indeterminados e cláusulas gerais, que 
dão mobilidade ao sistema. Todavia, a codificação do Direito Civil exige, também, o trato da 
casuística, sob pena de se incorrer em um vazio normativo específico para determinadas situ-
ações. Em relação ao Código Civil de 2002, julgue esta afirmativa:
O Código Civil de 2002 divide-se em Parte Geral, Parte Especial e Livro Complementar.
Questão 18 (NC-UFPR/DEFENSOR/DPE-PR/2014/ADAPTADA) A técnica legislativa moder-
na se caracteriza pela presença de conceitos jurídicos indeterminados e cláusulas gerais, que 
dão mobilidade ao sistema. Todavia, a codificação do Direito Civil exige, também, o trato da 
casuística, sob pena de se incorrer em um vazio normativo específico para determinadas situ-
ações. Em relação ao Código Civil de 2002, julgue esta afirmativa:
Os vetores estruturantes do Código Civil de 2002 são os da socialidade, da eticidade, da siste-
maticidade e da operabilidade.
Questão 19 (AOCP/ADVOGADO/FESE-SUS/2010/ADAPTADA) Os princípios norteadores 
do atual Código Civil Brasileiro são
a) Boa-fé, Eticidade e Operabilidade.
b) Socialidade, Legalidade e Operabilidade.
c) Socialidade, Eticidade e Operabilidade.
d) Eticidade, Legalidade e Morabilidade.
e) Efetividade, Adequação e Boa-fé.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
24 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
Questão 20 (MPE-MT/PROMOTOR/MPE-MT/2012/ADAPTADA) Os efeitos do princípio 
nemo venire contra factum próprio podem ser identificados no Código Civil brasileiro de 2002 e 
no Código Civil de 1916 por meio de interpretação de algumas regras específicas, entre outras 
reguladoras dos contratos e dos negócios jurídicos.
Questão 21 (NC-UFPR/DEFENSOR/DPE-PR/2014/ADAPTADA) A técnica legislativa moder-
na se caracteriza pela presença de conceitos jurídicos indeterminados e cláusulas gerais, que 
dão mobilidade ao sistema. Todavia, a codificação do Direito Civil exige, também, o trato da 
casuística, sob pena de se incorrer em um vazio normativo específico para determinadas situ-
ações. Em relação ao Código Civil de 2002, julgue esta afirmativa:
O legislador brasileiro de 2002, ao optar pela grande codificação, unificou o direito das obriga-
ções, bem como revogou totalmente o Código Civil de 1916 e parcialmente o Código Comercial.
Questão 22 (FGV/MPE-RJ/2014/ADAPTADA) O princípio da boa-fé objetiva se apresen-
ta como norma de conduta leal e ética aplicável às obrigações contratuais, sentido idên-
tico ao utilizado, em matéria de direitos reais, na classificação da posse como sendo de 
boa-fé ou de má-fé.
Questão 23 (FGV/MPE-RJ/2014/ADAPTADA) O princípio da boa-fé objetiva se apresenta 
como um estado psicológico pelo qual o agente, de forma crédula, desconhece as reais cir-
cunstâncias do ato praticado;
Questão 24 (FGV/MPE-RJ/2014/ADAPTADA) O princípio da boa-fé objetiva se apresenta 
como norma de conduta de acordo com os ideais de honestidade e lealdade, devendo as par-
tes contratuais agir conforme um modelo de conduta social, sempre respeitando a confiança 
e os interesses do outro.
Questão 25 (IESES/OFICIAL DE CARTÓRIO/TJMS/2014) Para fins de prazo civil considera-se 
Meado:
a) Em qualquer mês, o seu décimo quinto dia, com exceção do mês de fevereiro, o qual será 
considerado o décimo quarto dia.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
25 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
b) A metade do prazo que a lei prever.
c) Em qualquer mês, o dia quinze, independentemente de que o vencimento venha a cair em 
feriado.
d) Em qualquer mês, o seu décimo quinto dia, e se dia do vencimento cair em feriado, conside-
rar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.
Questão 26 (VUNESP/ADVOGADO/SPTRANS/2012) Considerando o Código Civil de 1916 
(CC/1916) e o Código Civil de 2002 (CC/2002), assinale a alternativa correta acerca da conta-
gem de prazos.
a) Prevalecem os prazos do CC/2002, na medida em que este revogou o CC/1916.
b) Prevalecem os prazos do CC/1916, em respeito ao ato jurídico perfeito.
c) Se reduzido o prazo pelo CC/2002 e transcorrido, na data de sua entrada em vigor, mais da 
metade do tempo estabelecido no CC/1916, prevalece o prazo da nova lei.
d) Se reduzido o prazo pelo CC/2002 e transcorrido, na data de sua entrada em vigor, mais da 
metade do tempo estabelecido no CC/1916, prevalece o prazo da lei anterior.
e) Se houve alteração de prazo pelo CC/2002, dever-se-á considerar a média dos prazos, a con-
tar da vigência do novo código.
Questão 27 (FCC/DEFENSOR/DPE-PR/2012/ADAPTADA) A operabilidade determinou a 
adoção de soluções normativas para a facilitação da interpretação, aplicação e adaptação do 
Direito, o que se verifica na adoção das normas abertas como técnica legislativa.
Questão 28 (FCC/DEFENSOR/DPE-PR/2012/ADAPTADA) A socialidade implicou a funcio-
nalização dos modelos jurídicos, fazendo prevalecer os valores coletivos sobre os individuais, 
sem que sejam desconsiderados os valores inerentes à pessoa, o que se verifica na previsão 
do instituto do abuso de direito.
Questão 29 (FCC/DEFENSOR/DPE-PR/2012/ADAPTADA) A eticidade provocou a opção 
antropocêntrica da codificação civil, implicando a prevalência de critérios éticos sobre os de 
natureza formal, o que se verifica nos institutos da lesão e do estado de perigo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciadopara EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
26 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
Questão 30 (FCC/DEFENSOR/DPE-PR/2012/ADAPTADA) A igualdade formal determinou o 
tratamento igualitário dos sujeitos de direitos e o afastamento de regimes tutelares, o que se 
verifica no afastamento de um regime de proteção dos incapazes, presentes na anterior codi-
ficação civil.
Questão 31 (FCC/TRE-PR/2017/ADAPTADA) A teoria do adimplemento substancial foi ex-
pressamente prevista na legislação civil e sua adoção evita a resolução do contrato, quando 
ocorrer inadimplemento mínimo.
Questão 32 (VUNESP/PROCURADOR/PREF. MOGI DAS CRUZES – SP/2016/ADAPTADA) 
Sobre a supressio ou o comportamento contraditório, é possível afirmar que pode ser conside-
rado como abuso de direito por omissão reiterada.
Questão 33 (CESPE/DEFENSOR/DPU/2010/ADAPTADA) O pagamento realizado reiterada-
mente pelo devedor em local diverso do ajustado em contrato é um exemplo do que se deno-
mina supressio.
Questão 34 (CESPE/ANALISTA-ADVOCACIA/EBC/2011/ADAPTADA) O princípio da boa-fé 
objetiva contratual tem, entre outras funções, a de limitar o exercício de direitos subjetivos, 
sobre a qual incidem a teoria do adimplemento substancial das obrigações e a teoria dos atos 
próprios, daí derivando os seguintes institutos: tu quoque, venire contra facutm proprium, sur-
rectio e supressio. Este último assegura a possibilidade de redução do conteúdo obrigacional 
pactuado, pela inércia qualificada de uma das partes, ao longo da execução do contrato, ao 
exercer direito ou faculdade, criando para a outra a legítima expectativa de ter havido a renún-
cia àquela prerrogativa.
Questão 35 (FCC/DEFENSOR/DPE-MA/2015) Bruno adquiriu um veículo mediante contrato 
de alienação fiduciária, em 300 parcelas no valor de R$ 200,00 (duzentos reais) cada. Bruno pa-
gou pontualmente as parcelas até que, faltando apenas seis prestações para o adimplemento, 
não teve condições de realizar o pagamento. Diante da impontualidade de Bruno, a instituição 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
27 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
financeira ajuizou ação de busca e apreensão do veículo. Na condição de defensor público 
atuando em favor de Bruno, para defendê-lo neste pedido de busca e apreensão, é correta a 
alegação de abuso do direito por parte da instituição financeira por aplicação da
a) autonomia da vontade.
b) vedação de cláusula comissória.
c) exceção do contrato não cumprido.
d) vedação legal de busca e apreensão em alienação fiduciária.
e) teoria do adimplemento substancial.
Questão 36 (CESPE/JUIZ/TJ-PB/2015/ADAPTADA) Os negócios jurídicos que estabele-
çam benefício devem ter interpretação ampla.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
28 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
GABARITO
1. C
2. a
3. E
4. E
5. E
6. E
7. C
8. E
9. e
10. E
11. E
12. C
13. E
14. C
15. d
16. E
17. C
18. C
19. c
20. C
21. C
22. E
23. E
24. C
25. d
26. d
27. C
28. C
29. C
30. E
31. E
32. C
33. C
34. C
35. e
36. E
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
29 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
GABARITO COMENTADO
Questão 1 (MPT/PROCURADOR/MPT/2017/ADAPTADA) O Código Civil de 2002 positivou 
em seus artigos valores inerentes à pessoa humana, que passaram a orientar a interpretação 
de institutos do Direito Civil, como, por exemplo, a boa-fé objetiva como elemento das relações 
contratuais. Essa mudança de paradigma decorre do que se tem chamado de constitucionali-
zação do Direito Civil.
Certo.
A questão trata adequadamente da constitucionalização do Direito Civil, que preconiza a sub-
missão desse ramo do Direito à Constituição Federal e da qual decorre a eficácia horizontal 
dos direitos fundamentais (aplicação destes em relações entre particulares), a repersonaliza-
ção (pessoa humana não é mais um mero agente econômico, e sim o titular de dignidade) e 
a despatrimonialização (a dignidade da pessoa humana é mais importante do que a tutela do 
patrimônio).
Questão 2 (LEGALLE/PROCURADOR/PREF. DE SILVEIRA MARTINS-RS/2014) Atualmen-
te é possível se falar em um novo Direito Civil, marcado, especialmente, pelos seguintes ele-
mentos, EXCETO:
a) Privatização do Direito Civil.
b) Constitucionalização do Direito Civil.
c) Humanização do Direito Civil.
d) Normatização da biotecnologia.
e) Unificação no plano obrigacional entre o Direito Civil e o Direito Comercial.
Letra a.
Não há falar em privatização do Direito Civil, e sim na sua publicização, assim entendida a 
tendência de serem editadas normas de ordem pública para proteger pessoas vulneráveis em 
contratos civis. Por isso, o gabarito é a letra “A”. No mais, acresça-se que o novo Direito Civil é 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
30 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
marcado pela sua constitucionalização (movimento que o subordina à Constituição Federal), 
pela sua humanização (há uma valorização da dignidade da pessoa humana), pela normatiza-
ção da biotecnologia (a legislação tende a regulamentar a biotecnologia, de que são exemplos 
a presunção de paternidade no caso de reprodução assistida nos termos do art. 1.597, III a V, 
do CC, a Lei de Biossegurança e a Resolução n. 63/2017 – CNJ, que trata da paternidade no 
caso de reprodução assistida) e pela unificação no plano obrigacional entre o Direito Civil e o 
Direito Comercial (as regras de obrigações do Livro das Obrigações se aplicam para relações 
civis ou empresariais).
Questão 3 (FCC/DEFENSOR/DPE-RS/2014/ADAPTADA) O sistema de codificação do Có-
digo Civil de 2002 resguardou a igualdade por meio da visão abstrata do sujeito de direitos, 
considerado em razão das normas jurídicas, e não em face de suas circunstâncias concretas.
Errado.
Não tem uma visão abstrata do sujeito, e sim concreta, pois busca adequar-se às particula-
ridades de cada pessoa na garantia dos seus direitos. O próprio uso de cláusulas abertas e 
conceitos jurídicos indeterminados como técnicas de redação legislativa se destinam a dar 
maior mobilidade ao jurista para, diante de cada caso concreto, dar uma solução mais justa, 
humana e digna.
Questão 4 (CESPE/DEFENSOR/DPE-TO/2013/ADAPTADA) A operacionalidade do direito 
civil está relacionada à solução de problemas abstratamente previstos, independentemente de 
sua expressão concreta e simplificada.
Errado.
A operabilidade do direitocivil foca entregar ao jurista a aptidão de resolver casos concretos, 
de acordo com suas particularidades, de uma maneira mais justa e compatível com a digni-
dade da pessoa humana. Não se busca, portanto, dar uma solução abstrata a todos os casos 
concretos de forma indistinta, ao contrário do afirmado na questão.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
31 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
Questão 5 (FCC/DEFENSOR/DPE-RS/2014/ADAPTADA) O sistema de codificação do Có-
digo Civil de 2002 adotou a concepção de sistema fechado, uma vez que permitido o diálogo 
apenas com a Constituição Federal e com as normas especiais de direito privado.
Errado.
O sistema é aberto: o diálogo do direito civil é com todos os ramos do Direito e com todas as 
normas (até com tratados internacionais), e não apenas com a Constituição Federal, ao con-
trário do dito na questão.
Questão 6 (FCC/DEFENSOR/DPE-RS/2014/ADAPTADA) O sistema de codificação do Có-
digo Civil de 2002 utilizou a técnica legislativa das normas abertas, razão pela qual o processo 
de aplicação do Direito depende exclusivamente do raciocínio dedutivo e silogístico.
Errado.
O uso de normas abertas (por meio das técnicas de redação legislativa do “conceito jurídico 
indeterminado” e das “cláusulas abertas”) reduz o raciocínio dedutivo e silogístico (os quais 
são mais usuais para normas fechadas) e amplia o espaço para o raciocínio da razoabilidade 
e da ponderação de princípios.
Questão 7 (FCC/DEFENSOR/DPE-RS/2014/ADAPTADA) O sistema de codificação do Có-
digo Civil de 2002 estabeleceu a visão antropocêntrica ao Direito Privado, da qual é exemplo a 
previsão normativa dos direitos da personalidade.
Certo.
O Código Civil colocou a dignidade da pessoa humana no centro de sua tutela, o que retrata 
uma visão antropocêntrica, conforme letra “D”. O homem é o centro, e não mais o patrimônio 
(visão patrimonialista).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
32 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
Questão 8 (FCC/DEFENSOR/DPE-RS/2014/ADAPTADA) O sistema de codificação do Có-
digo Civil de 2002 promoveu a unificação do Direito Privado, com exceção do direito das obri-
gações, onde manteve a autonomia do Direito Civil e do Direito Empresarial.
Errado.
O direito das obrigações foi unificado, de modo que relações obrigacionais civis e empresariais 
se sujeitam às mesmas regras.
Questão 9 (FCC/DEFENSOR/DPE-ES/2016) Darei apenas um exemplo. Quem é que, no Di-
reito Civil brasileiro ou estrangeiro, até hoje, soube fazer uma distinção, nítida e fora de dúvida, 
entre prescrição e decadência? Há as teorias mais cerebrinas e bizantinas para se distinguir 
uma coisa de outra. Devido a esse contraste de ideias, assisti, uma vez, perplexo, num mesmo 
mês, a um Tribunal de São Paulo negar uma apelação interposta por mim e outros advogados, 
porque entendia que o nosso direito estava extinto por força de decadência; e, poucas sema-
nas depois, ganhávamos, numa outra Câmara, por entender-se que o prazo era de prescrição, 
que havia sido interrompido! Por isso, o homem comum olha o Tribunal e fica perplexo. Ora, 
quisemos pôr termo a essa perplexidade, de maneira prática, porque o simples é o sinal da ver-
dade, e não o bizantino e o complicado. Preferimos, por tais motivos, reunir as normas prescri-
cionais, todas elas, enumerando-as na Parte Geral do Código. Não haverá dúvida nenhuma: ou 
figura no artigo que rege as prescrições, ou então se trata de decadência. Casos de decadência 
não figuram na Parte Geral, a não ser em cinco ou seis hipóteses em que cabia prevê-la, logo 
após, ou melhor, como complemento do artigo em que era, especificamente, aplicável. (REALE, 
Miguel. O projeto de Código Civil: situação atual e seus problemas fundamentais. São Paulo: 
Saraiva, 1986. p. 11-12).
Essa solução adotada no Código Civil de 2002 se vincula:
a) à diretriz fundamental da socialidade.
b) à abolição da distinção entre prescrição e decadência.
c) à diretriz fundamental da eticidade, evitando soluções juridicamente conflitantes.
d) ao princípio da boa-fé objetiva, que garante a obtenção do julgamento esperado pelo 
jurisdicionado.
e) à diretriz fundamental da operabilidade, evitando dificuldades interpretativas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
33 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
Letra e.
Entre as diretrizes teóricas do Código Civil de 2002 (eticidade, socialidade e operabilidade), a 
operabilidade é aquela que levou a Comissão de Juristas coordenada pelo professor Miguel 
Reale a redigir um Código Civil que fosse facilmente manuseável (operável) pelos juristas (ope-
radores do Direito). Em decorrência disso, o Código Civil adotou uma sistematicidade, de que 
é exemplo a reunião de todos os prazos prescricionais no art. 205 e 206 do Código Civil com 
o objetivo de livrar os juristas de debates para definir qual o prazo é prescricional ou decaden-
cial. Ressalva-se que houve apenas uma falha nessa sistematização: o art. 1.032 do CC prevê 
um prazo de prescrição de 2 anos durante o qual o sócio retirante ainda responde por dívidas 
sociais. A questão em pauta trata da operabilidade, o que atrai o item “E” como resposta.
Questão 10 (CESPE/DEFENSOR/DPE-TO/2013/ADAPTADA) Na elaboração do Código Civil 
de 2002, o legislador adotou os paradigmas da socialidade, eticidade e operacionalidade, repu-
diando a adoção de cláusulas gerais, princípios e conceitos jurídicos indeterminados.
Errado.
A operabilidade envolve o uso das técnicas de redação legislativa das cláusulas gerais e dos 
conceitos jurídicos indeterminados, além do emprego de princípios (que, em muitas ocasiões, 
são positivados por meio do uso das referidas técnicas de redação legislativa). Errada, pois, a 
questão.
Questão 11 (CESPE/DEFENSOR/DPE-TO/2013/ADAPTADA) No Código Civil de 2002, o 
princípio da socialidade reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, razão 
pela qual o direito de propriedade individual, de matriz liberal, deve ceder lugar ao direito de 
propriedade coletiva, tal como preconizado no socialismo real.
Errado.
A socialidade incutiu no direito civil uma preocupação no sentido de os institutos de direito 
civil, com inclusão da propriedade, atendam à função social. Isso, porém, não significa um so-
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDIVANIRA VIDAL MEDEIROS - 83032908272, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
34 de 47www.grancursosonline.com.br
Carlos Elias
Parte Geral – I
DIREITO CIVIL
cialismo nem o fim da propriedade privada, ao contrário do exposto na questão. A ideia é que 
o direito individual seja exercido dentro dos limites da função social.
Questão 12 (NC-UFPR/DEFENSOR/DPE-PR/2014/ADAPTADA) A técnica legislativa moder-
na se caracteriza pela presença de conceitos jurídicos

Continue navegando