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Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Farmacologia UCXVII Antiagregantes plaquetários Os trombos são mistos, mas predomina plaquetas nos trombos arteriais, e fibrina nos trombos venosos. Os agentes antiplaquetários mostram-se úteis na prevenção de AVCs e IAM, complicações de intervenções coronarianas percutâneas e progressão da angina instável. Os principais mecanismos envolvidos na fisiopatologia do AVC são trombose arterial, particularmente relacionada à doença aterosclerótica, e eventos cardioembólicos → a agregação plaquetária tem papel importante no desenvolvimento do AVC e outras doenças tromboembólicas. Angina → vasoespasmo das coronárias → lesão endotelial → sistema plaquetário ativado → ativa cascata da coagulação → agregação plaquetária → evento tromboembólico → IAM Tem inúmeras vias de ativação – os fármacos costumam bloquear uma delas. Pode associar mais de um para bloquear de mais maneiras Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Receptor mais relevante: P2Y12. Está expresso nas plaquetas. É ativado pelo ADP, que se liga ao P2Y12 → cascata de eventos intracelulares de tal forma que estimula para liberar os fatores de coagulação e expressa uma proteína GP2B3 Essa proteína GP2B3A é intracelular, e só é expressa na plaqueta quando ela é ativada. Esse local é o sítio de ligação do fibrinogênio (para que o tampão seja firme) Muitos fármacos têm como objetivo bloquear receptores P2Y OU bloquear o complexo GP2B3A OU bloquear COX-1 Pacientes com síndromes metabólicas, dislipidemias: associação de bloqueadores de P2Y + bloqueadores de COX1 plaquetária Bloquear complexo GP2B4A: medicamentos caros, novos Ácido acetilsalicílico Mecanismo de ação: Inibição irreversível da COX-1 plaquetária – diminuição da síntese de TXA2. TXA2: muda a conformação das plaquetas, fazendo com que seja mais fácil para elas se empilharem Duração de ação: meia-vida plaquetária. o Suspender antes de cirurgias Doses: 100 - 300 mg junto as refeições. o De preferência almoço (maior refeição) pois é melhor absorvido em ambiente ácido Contraindicação: hipersensibilidade; úlcera péptica ativa; discrasia sanguínea ou hepatopatia grave. O ácido acetilsalicílico associado ao clopidogrel podem ser benéficos para reduzir a incidência de eventos trombóticos arteriais (AVC, IAM) em pacientes de alto risco. SUS: AAS 100mg – terapia antitrombótica adulto Inibidor de COX1 plaquetária: AAS se paciente profilaxia com HAS/angina controlada Soluções tamponadas: para pacientes com distúrbios TGI; nessa formulação tem bicarbonato de sódio, que é pra reduzir a sensibilidade do estômago (mas também reduz a eficácia) Tienopiridinas Fármacos: ticlopidina (Ticlid®), clopidogrel (Plavix®), prasugrel (Effient®) inibidores irreversíveis; ticagrelor (Brilinta® - inibidor reversível) da agregação plaquetária induzida pelo ADP ao bloquear o seu receptor (P2Y12). Ao inibirem de forma seletiva os receptores de ADP do tipo P2Y12 da superfície das plaquetas, inibem a ativação do complexo GPIIb-IIIa induzido pelo ADP. Este complexo atua como receptor de fibrinogênio na membrana plaquetária. Ticlopidina: quase não usa mais Clopidogrel (SUS) Ou seja: impedem a ação da adenosina (ADP) no P2Y12 → impede a ligação da fibrina com o trombo Efeitos Adversos: diarreia, náuseas, hemorragia gastrintestinal, dor abdominal, úlcera péptica, erupção cutânea, neutropenia. Clopidogrel: dose de ataque de 300 mg, seguida de 75 mg ao dia. Comumente associa-se com ácido acetilsalicílico. A duração do efeito antiplaquetário é de 7 a 10 dias. O clopidogrel é um pró-fármaco que requer ativação (metabolização hepática) via CYP450, CYP2C19 (omeprazol inibidor – IBP diminui secreção ácida → diminui ação). Dependendo do padrão de herança de polimorfismo, os indivíduos podem ser metabolizadores fracos → risco aumentado de eventos cardiovasculares, devido ao efeito inadequado do fármaco. o Fármaco inibidor das CYPs → demora muito para ser metabolizado → não atinge janela terapêutica → sem efeito o Clopidogrel e Varfarina: PRINCIPAIS DE INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA Clopidogrel geralmente baixa eficácia Varfarina geralmente sangramento Prasugrel: dose de ataque de 60 mg e, a seguir, em dose de 10 mg/dia em associação com ácido acetilsalicílico. Antagonistas do receptor plaquetário GP IIB/IIIA Os receptores podem ser bloqueados por vários agentes: Anticorpo monoclonal: abciximab Uso venoso: o Tirofiban (Agrastat®) é um antagonista não- peptídico dos receptores GP IIb/IIIa derivado da Tirosina, se liga reversivelmente ao complexo GPIIb-IIIa. o Eptifibatide (Integrilin®) - peptídeo cíclico que se liga reversivelmente ao complexo GPIIb- IIIa. Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Os inibidores da glicoproteína IIb/IIIa são usados em pacientes com síndrome coronária aguda. Esses fármacos têm como alvo o complexo receptor IIb/IIIa plaquetário. O complexo IIb/IIIa funciona como receptor, principalmente de fibrinogênio e vitronectina, mas também de fibronectina e fator de von Willebrand. A ativação desse complexo receptor constitui a “via final comum” da agregação plaquetária. Os antagonistas da glicoproteína IIb/IIIa (GPIIb/IIIa) bloqueiam os receptores de integrina nas plaquetas e impedem a agregação plaquetária. Efeitos Adversos: trombocitopenia, hemorragia, hipersensibilidade Custo-benefício baixo Fármacos usados nos distúrbios hemorrágicos Vitamina K – fitomenadiona (Kanakion MM®, Kavit®, Menadion®, Vikatron®). Uso hospitalar - Ampola de 1 mL com 10 mg; ampola pediátrica de 0,2 mL com 2 mg (pode ser usada VO, IM e IV). A vitamina K confere atividade biológica à protrombina e aos fatores II, VII, IX e X. Precursor para formação da hidroquinona (KH2) → necessária para formar fatores II, VII, IX e X Efeitos Adversos: Dor no local de aplicação, cianose, hipotensão, flush, tontura, hiperbilirrubinemia, alterações do sabor, náusea, hemólise, dispneia, anafilaxia. 1° escolha para pacientes em uso de varfarina (antagonista da vitamina K) que têm como EA os sangramentos o Sangramento leve: suspende a varfarina + administra vitamina K o Sangramento intenso: bolsa de plaquetas A vitamina K é uma substância lipossolúvel (sais biliares para absorção), encontrada sobretudo nos vegetais verdes. As necessidades nutricionais são baixas, visto que a vitamina é sintetizada por bactérias que colonizam o intestino humano. Existem duas formas naturais: as vitaminas K1 e K2. A vitamina K1 (fitonadiona) é encontrada nos alimentos e a vitamina K2 (menaquinona) é encontrada nos tecidos humanos e sintetizada por bactérias intestinais O efeito da vitamina K leva 6 horas para se manifestar, porém se completa em 24 horas durante o tratamento para redução da atividade da protrombina por excesso de varfarina ou deficiência de vitamina K. A administração intravenosa de vitamina K1 deve ser lenta, visto que a infusão rápida provoca dispneia, dor torácica e lombar e até mesmo morte. A reposição de vitamina K é mais bem efetuada pela sua administração intravenosa ou oral. Causas de deficiência de vitamina K: pacientes hospitalizados em UTI, cirurgia recente, terapia com múltiplos antibióticos, insuficiência hepática Inibidores da fibrinólise Ácido aminocaproico (Ipsilon® - 500mg cpr; 200mg/ml - IV). O ácido aminocaproico (EACA), que se assemelha quimicamente ao aminoácido lisina, é um inibidor sintético da fibrinólise. Inibe competitivamente a ativação do plasminogênio. A dose oral habitual de EACA é de 6 g, quatro vezes ao dia. Sangramentos - 2 a 4 comprimidos, três a quatro vezes ao dia, a critério médico. Uso hospitalar O EACA é usado clinicamente como terapia adjuvante na hemofilia, como tratamento no sangramentodecorrente da terapia fibrinolítica e como profilaxia contra o ressangramento de aneurismas intracranianos. Indicação: Tratamento do sangramento excessivo devido a fibrinólise, hematúria cirúrgica e não cirúrgica. Contraindicações: Hipersensibilidade aos componentes, coagulação intravascular disseminada, trombose aguda, com sangramento geniturinário do trato superior, como, por exemplo, rins e ureteres, devido à possibilidade de coagulação excessiva. Efeitos Adversos: Náuseas; vômitos; dor abdominal e diarreia (comuns); Reações alérgicas; inchaço nasal e ocular; tonteira; dor de cabeça e, com doses altas, redução da pressão arterial (incomuns). Trombose (raro) Ácido tranexâmico (Transamin® 500 mg cpr, 100 mg/ml – IV) – é um antifibrinolítico que tem sido utilizado como medida preventiva/terapêutica relacionadas a sangramentos. O ácido tranexâmico (ATX) é um fármaco antifibrinolítico, análogo sintético da lisina, cujo mecanismo de ação se dá pela inibição competitiva da ativação do plasminogênio em plasmina. ATX liga-se aos sítios de ligação da lisina, na molécula de plasminogênio, impedindo que ela se ligue ao fator ativador do plasminogênio. Uma vez Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina impedida esta ligação, não ocorre a formação de plasmina, principal agente responsável pela fibrinólise. Uso ambulatorial Indicações: sangramentos relacionados a cirurgias (obstétricas, ginecológicas, urológicas, neurológicas, cardíacas, ortopédicas) menorragias, hemorragias digestivas, extração dentária - reduz significativamente a mortalidade geral sem aumentar o risco de eventos trombóticos. Efeitos Adversos: náuseas, vômitos, dor epigástrica, diarreia. Raros: reações cutâneas de hipersensibilidade, tonturas, cefaleia, alterações da visão, hipotensão e tromboembolismo. Vasopressores Na presença de hipotensão ameaçadora à vida, recomenda-se administração de vasopressores associados a fluidos para manter o alvo de PA (fazem ação vasopressora pela hipervolemia). Uso de hospitalar. Vasopressores mais utilizados: vasopressina (Encrise® 20UI/ml), desmopressina (DDAVP®, D-Void®, Desmurin® - IV, oral e intranasal), e terlipressina. Octreotida – derivado sintético da somatostatina – inibidor de GH (Sandostatin®), - empregados em sangramentos – HDA. Indicações vasopressina: Tratamento e diagnóstico de diabetes insípido, adjunto no tratamento de hemorragia do trato GI e varizes esofágicas, parada cardíaca, choque refratário Indicações desmopressina: IV: Teste da capacidade de concentração urinária; hemofilia A ou doença de von Willebrand; diminuição ou normalização do tempo de sangramento antes de uma terapêutica invasiva. Intranasal ou VO: Diabetes insípido central, enurese noturna primária. Efeitos Adversos gerais: Febre, cefaleia, vertigem, bradicardia, hipertensão, arritmias, vasoconstrição, trombose venosa, insuficiência vascular periférica e isquemia de extremidades, angina, parada cardíaca; náuseas, vômitos, diarreia; oligúria, hiponatremia, retenção e intoxicação hídrica; palidez, broncoespasmo.
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