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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA POLÍTICA Comentário nº 1 sobre a obra: Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio. Livro Primeiro, caps. 1 a 9. São Paulo: Martins Fontes, 2007, p. 3-43 - MAQUIAVEL, Nicolau. Disciplina: Teoria Política I Docente titular: Alexsandro Eugenio Pereira Discente: Ana Paula Ricardo da Silva Em “Discursos sobre a primeira década", datado de 1517, Maquiavel apresenta os pontos positivos de uma República e acredita que esta é a melhor forma de governo, tendo como base os escritos de Tito Lívio a respeito da República de Roma. No capítulo primeiro, o autor defende que Roma era repleta de virtù, devido ao fato de estar situada em local fértil, o que garantia possibilidades de escolha, e também por possuir ordenações (leis) que obrigavam o homem a cumprir suas funções evitando o ócio, foi justamente esse princípio livre de Roma que evitou que ela fosse corrompida durante séculos. No segundo capítulo Maquiavel descreve os três estados presentes na República: principados, optimates e popular. Ressalta que alguns acreditam que existem seis formas de governo, das quais três são ruins e três são boas, mas fáceis de corromper. Os principados tornam-se tiranias, os optimates tornam-se governo de poucos e o popular torna-se licencioso. Para o autor, os governos que decorrem dos primeiros são os ruins, e, a relação entre vício e virtude impede que o ordenador de uma república ordenasse um desses estados por muito tempo. Nos capítulos três e quatro, o autor alega que a forma mista da república romana a tornou perfeita, com muitas e boas leis e a desunião entre plebe e senado, que criou os tribunos para a segurança da plebe, concedendo a parte que cabia ao povo na administração e guardaram a liberdade romana. No capítulo cinco o autor afirma que na maioria das vezes os tumultos na República são causados pelos que mais possuem, mas esse comportamento “incorreto e ambicioso acende no peito de quem nada possui o desejo de possuir, seja para vingar-se dos que possuem” (MAQUIAVEL, p 26) para vingar-se ou enriquecer. No capítulo seis Maquiavel fala da guerra, e das razões pelas quais ela pode acontecer: uma é querer assenhorar-se da república e outra é ter medo de ser dominado por ela. O pensador, no sétimo capítulo, aponta que, para Roma permanecer tranquila, os legisladores fizeram duas coisas: não empregar a plebe na guerra e não abrir caminho para os forasteiros. Em seu oitavo capítulo, o autor declara que a República representada na figura de um governante, é uma forma de evitar desajustes institucionais provenientes da calúnia. Por fim, no nono capítulo, Maquiavel conclui que para ordenar uma República é necessário estar só. Diante do exposto, é importante ressaltar que a República livre para Maquiavel é aquela que possui capacidade de se autogovernar e promover a igualdade perante a lei para os considerados cidadãos, ou seja, escravizados e mulheres não estavam inclusos nesse contexto.