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Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV ANATOMIA • Mede cerca de 3-5cm • Pesa por volta de 1,5-2,5g • Estão localizadas no polo superior dos rins São divididas em: • Córtex • Medula PRODUÇÃO HORMONAL Córtex -Esteroides ➢ Glico e mineralocorticoides ➢ Androgênios Medula – Catecolaminas ➢ Adrenalina e Noradrenalina Zonas: Produção hormonal distinta • Zona glomerulosa → produz mineralocorticoides; ex. aldosterona • Zona fasciculada → produz glicocorticoides; ex. cortisol • Zona reticulada → produz deidroepiandrosterona CÓRTEX Esteroidogênese adrenal O Córtex das suprarrenais produzem 3 tipos de esteroides: glicocorticóides, mineralocorticóides e androgênios. Estímulo • ACTH: fasciculada e reticulada • Angiotensina II e K+: glomerulosa O ACTH, a angiotensina II e o potássio são substâncias que estimulam a produção de esteroides pelas suprarrenais. O hipotálamo secreta CRH → estimula a secreção de ACTH pela hipófise anterior → causa liberação de cortisol → contra- regulação inibitória em nível hipotálamo e hipofisário → diminui a liberação de ACTH e CR. SINTESE DOS ESTEROIDES Todos os hormônios esteróides são derivados a partir do colesterol. As reações de hidroxilação desempenham um papel muito importante na conversão do colesterol a hormônios esteróides. Como o colesterol possui 27 átomos de carbono e os esteróides possuem 21, assim é necessário a remoção de uma unidade de seis carbonos para formar a pregnenolona. Essa reação é estimulada pelo hormônio corticotrófico (ACTH), pela angiotensina II, LH e FSH, cada um estimulando na região do organismo onde ocorrem. A progesterona é sintetizada em duas etapas a partir da pregnenolona. O cortisol é sintetizado a partir da progesterona através de uma série de hidroxilações, que são catalisadas por enzimas específicas. A aldosterona também é sintetizada a partir da progesterona. A síntese de androgênios começa com a hidroxilação da progesterona. A cadeia lateral é clivada para fornecer androstenediona. A testosterona é formada Zona glomerulosa Zona fasciculada Zona reticulada Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV pela redução do grupamento C-17-ceto da androstenediona. Os estrogênios são formados a partir dos androgênios pela perda da metila angular C-19 e a formação de um anel aromático. Obs. Na ausência da 21 hidroxilase (21 OH), A reação caminha no sentido de formação de hormônios androgênios. Isso pode contribuir para a masculinização do indivíduo, já que seu subproduto é a testosterona. Nesse caso, a aldosterona será estimulada e fornecida por outra via, por meio do sistema renina- angiotensina-aldosterona. MEDULA Produção de catecolaminas: • Noradrenalina • Adrenalina Estímulo → Sistema nervoso simpático SEMIOLOGIA DAS DOENÇAS DA SUPRARRENAL Sinais e sintomas relacionados a: • Hiperprodução hormonal • Déficit hormonal Cortical • Síndrome de Cushing → cortisol • Hiperaldosteronismo → aldosterona • Síndrome virilizante → andrógenos Medular • Feocromocitoma → catecolaminas HIPERPRODUÇÃO HORMONAL CORTICAL SÍNDROME DE CUSHING • Tumor produtor de cortisol • Hiperplasia bilateral Independente de ACTH → Decorre da secreção autônoma e exagerada de cortisol pelas adrenais. Estimulação exagerada feita pelo ACTH → hiperplasia bilateral → aumento da produção de cortisol e androgênios. A síndrome de Cushing endógena resulta de uma hiperprodução de glicocorticoides pelo córtex da adrenal. Em 15 a 20% dos casos, essa produção é independente do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), sendo dependente do ACTH nos casos restantes. A síndrome de Cushing ACTH-independente é ocasionada por tumores adrenais benignos ou malignos ou por hiperplasia adrenal bilateral. A síndrome de Cushing ACTH-independente é sempre de origem adrenal, apresenta menor frequência (10% a 15% dos casos) e resulta da hipersecreção de cortisol pelos tumores adrenocorticais benignos ou malignos, pelas hiperplasias adrenais (micro ou macronodulares) ou em associação com outras síndromes raras. SINAIS E SINTOMAS Ação Cortical Sinais e sintomas relacionados ao excesso de glicocorticoides Cortisol → Gera Efeitos multissistêmicos: Independentemente de sua etiologia, a síndrome de Cushing tem como manifestações clínicas clássicas o ganho de peso no tronco, estrias cutâneas violáceas, corcova de búfalo, face em lua cheia, pletora facial, fraqueza muscular proximal, extremidades finas com hipotrofia muscular, fragilidade capilar, acne, hirsutismo e irregularidade menstrual. Problemas associados, como hipertensão arterial e diabetes mellitus, são comuns. Metabolismo Intermediário • Proteólise, gliconeogênese • Inibe síntese de proteínas musculares Ossos • Perda de massa óssea Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV • Inibe osteoblastos e colágeno Tecido conjuntivo • Pele fina • Estrias violáceas Sistema Cardiovascular • Aumento PA > HAS secundária Sistema Nervoso Central • Labilidade emocional • Irritabilidade; Alterações comportamentais Sistema Imunológico • Efeito anti-inflamatório • Imunossupressão Nos exames de Laboratório: • ↑ cortisol • ↓ACTH Exames de imagem recomendados: • TC de abdome → identificar pequenos adenomas hipofisários e suprarrenais; • Dosagem dos 17-hidroxiesteróides, 17- cetosteróides e colesterol livre na urina; • Observar níveis séricos do cortisol e ritmo de secreção durante o dia HIPERALDOSTERONISMO • Tumor produtor de aldosterona • Hiperplasia bilateral • Sinais e sintomas relacionados ao excesso de aldosterona FUNÇÕES DA ALDOSTERONA • Reabsorção renal de Na+ • Excreção renal de K+ • Reabsorção de água • Regulação PA Aldosterona age nos rins promovendo a reabsorção de sal e água e ajuda a eliminar potássio. Aldosterona em excesso no sangue pode levar, portanto, o aumento da concentração de sódio no plasma e reduzir a concentração de potássio; QUADRO CLÍNICO • Hipertensão arterial; • Sintomas derivados de hipopotassemia e alcalose metabólica; • Astenia e fraqueza muscular (por conta da baixa de potássio) Nos exames de Laboratório: • ↑ Aldosterona • ↓ Renina • ↑ Potássio (K+) Exame de Imagem: TC de Abdome SÍNDROME VIRILIZANTE • Tumor produtor de androgênios • Hiperplasia adrenal SINAIS E SINTOMAS Em bebês: Neo-natais do sexo feminino - podem ter fusão das dobras labioescrotais e hipertrofia do clitóris parecida com genitália externa masculina, manifestando-se assim como distúrbio da diferenciação sexual. Na Infância: • Puberdade precoce Padrão: • Isossexual: meninos → desenvolvimento dos caracteres sexuais antes dos 10 anos, aceleração da velocidade de crescimento, maturação esquelética prematura, fechamento hipofisário que resulta em baixa estatura; • Heterossexual: meninas → crescimento de pelos pubianos, aceleração na velocidade de crescimento e maturação esquelética com baixa estatura; Tanto no tipo isossexual quanto heterossexual, as concentrações elevadas de esteroides sexuais causam aceleração da velocidade de crescimento e da maturação óssea, gerando fechamento precoce das epífises e podendo comprometer a altura final. Em Adultos: Mulheres: • Hirsutismo: presença de pelos com características masculinas, pelos faciais e no tronco • Acne • Virilismo: engrossamento da voz, hipertrofia do clitóris, calvície, hipertrofia muscular, amenorreia, atrofia do útero, diminuição do tamanho da mama, aumento da libido. Homens: o excesso de andrógenos adrenais pode suprimir a função gonadal e causar Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina –UNIFACS Turma XV infertilidade. O tecido adrenal ectópico nos testículos pode aumentar e simular tumores. HIPERPRODUÇÃO HORMONAL MEDULAR FEOCROMOCITOMA É uma neoplasia das células cromafins da glândulas adrenais, o que provoca a superprodução de catecolaminas. Excesso de Catecolaminas → Resposta ao stress Podem ser muito pequenos. Entretanto, podem produzir grandes quantidades de catecolaminas (epinefrina (adrenalina), noradrenalina, e dopamina) que tendem a aumentar muito a pressão arterial, a frequência cardíaca e causar outros sintomas. SINAIS E SINTOMAS Pacientes com feocromocitomas apresentam-se classicamente com crises paroxísticas de hipertensão arterial acompanhadas de cefaleia, sudorese profusa, palpitações, palidez e sensação de morte iminente. Estes pacientes são bastante hipovolêmicos, devido à constrição de todo o sistema vascular. O sinal mais notável de um feocromocitoma é a hipertensão arterial. Outros sintomas: • Hipertensão arterial em crises ou sustentada; • Taquicardia • Hiperglicemia • Piloereção, sudorese, dilatação brônquica • Tontura ao se levantar • Respiração rápida • Pele fria e úmida • Dores de cabeça intensas • Dores no peito e no abdômen • Náusea e vômito • Distúrbios da visão • Formigamento nos dedos das mãos • Constipação • Sensação estranha de que algo ruim vai acontecer Quando esses sintomas aparecem de maneira repentina e acentuada, eles podem parecer um ataque de pânico. Nos exames de Laboratório: O primeiro passo diante da suspeita de feocromocitoma consiste na dosagem de catecolaminas e metanefrinas (metabólitos das catecolaminas) o que pode ser feito no plasma e/ou na urina, caso seja positivo, é necessário realizar uma TC de abdome ou ressonância magnética. Obs. Normalmente, o melhor tratamento é remover o feocromocitoma. Entretanto, a cirurgia frequentemente é adiada até que o médico consiga controlar a secreção de catecolaminas pelo tumor com medicamentos, uma vez que ter níveis elevados de catecolaminas durante uma cirurgia pode ser perigoso. DESTRUIÇÃO DO CÓRTEX ADRENAL Destruição do córtex adrenal → Insuficiência adrenal primária A insuficiência adrenal é a síndrome clínica caracterizada pela incapacidade da glândula adrenal de produzir quantidades suficientes de hormônios esteroides, principalmente os glicocorticoides. A primária é também chamada de doença de Addison. Conduz a uma Insuficiência adrenal primária, com deficiência de: • Glicocorticoides • Mineralocorticoides • DHEA Destruição do córtex adrenal • Condição rara • Prevalência: 93 a 140 casos/milhão • Mais frequente em mulheres • 30 a 50 anos de idade • Países desenvolvidos x em desenvolvimento Diagnóstico Manifestações Associadas Adrenalite Autoimune • Isolada • Síndrome poliglandular (APS) -Hipopara, candidíase mucocutânea + -Tireoidopatia, DM1+ - Outras exceto tireoide/DM Adrenalite Infecciosa • Tuberculose • HIV • Fungos Outras órgãos acometidos pela TB • Doenças relacionadas ao HIV • Indivíduos imunossuprimidos Doenças infiltrativas não infecciosas Metástase, sarcoidose, amiloidose, hemocromatose Hemorragia Suprarrenal Bilateral (Waterhouse-Friderichsen), SAF. Drogas Cetoconazol, Mitotane, Etomidato Adrenalectomia bilateral Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV Quadro Clínico • Forma aguda (Crise Suprarrenal): Hipotensão/choque hipovolêmico, dor abdominal, vômito, febre • Forma crônica: Fadiga, astenia, perda ponderal, irritabilidade, fraqueza muscular e hiperpigmentação Nos exames de Laboratório: • ↓Cortisol • ↑ACTH • ↓Aldosterona • ↑Renina • ↑DHEA Referências: • MOLINA, P. Fisiologia endócrina. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2021. 312 p • Netter, Atlas de Patologia Humana. L. Maximilian Buja; Gerhard R. F. Krueger. • PORTO, C.C. Semiologia Médica. 8ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara, 2019. • GOLDMAN, Lee; AUSIELLO, Dennis. Cecil Medicina Interna. 24. ed. Saunders Elsevier, 2012. • Manual Merck de informação médica: saúde para a família. São Paulo: Manole, 2002.
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