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DIGESTÓRIO HISTOLOGIA - Camadas: túnica mucosa, submucosa, túnica muscular e túnica adventícia ou serosa. - Mucosa é dividida em: Epitélio de revestimento (pavimentoso estratificado), lâmina própria (TC frouxo) e camada muscular da mucosa (musculo liso). - A renovação é rápida (5 a 7 dias). - Submucosa: contém muitos vasos sanguíneos e linfáticos e células do tecido linfático associado à mucosa (MALT). Encontra-se o plexo submucoso (neurônios). - Muscular: dividida em muscular interna e externa. Músculo esquelético: boca, faringe e partes superior e média do esôfago. Relacionado à deglutição voluntária. O músculo esquelético também forma o músculo esfíncter externo do ânus, que permite o controle voluntário da defecação. Músculo liso: restante do trato gastrointestinal. É encontrado em duas camadas: uma camada interna de fibras circulares e uma camada externa de fibras longitudinais. Movimentação do alimento e das secreções digestivas. Plexo entre as camadas musculares – mioentérico. - Serosa: Tecido conjuntivo areolar e mesotélio. Obs: o esôfago não tem túnica serosa, apenas o TC (adventícia). CAVIDADE ORAL - Revestida pela mucosa oral que consiste na mucosa mastigatória, em uma mucosa de revestimento e em uma mucosa especializada. A mucosa mastigatória é encontrada sobre a gengiva e o palato duro. Ela tem um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado e, em algumas áreas, paraqueratinizado (semelhante ao queratinizado, mas as células superficiais não perdem os núcleos e os citoplasmas não se coram). A mucosa de revestimento é encontrada nos lábios, nas bochechas, na superfície mucosa alveolar, no assoalho da boca, nas superfícies inferiores da língua e no palato mole. Nesses locais, ela reveste o músculo estriado (lábios, bochechas e língua), o osso (mucosa alveolar) e as glândulas (palato mole, bochechas, superfície inferior da língua). O epitélio de revestimento tem 3 camadas (basal, espinhoso e superficial). - Lamina propria (TC frouxo) com vasos e nervos. Profundamente à lâmina própria está uma camada reticular de TC denso. - Na linha média do palato duro, na rafe palatina, a mucosa adere firmemente ao osso subjacente. A camada reticular da lâmina própria funde-se com o periósteo e, portanto, não há submucosa. O mesmo é válido para a gengiva. Onde existe uma submucosa suprajacente à lâmina própria no palato duro, ela contém tecido adiposo anteriormente (zona adiposa) e glândulas mucosas posteriormente (zona glandular) que são contínuas com as do palato duro. - Submucosa: faixas espessas de colágeno estendem-se da mucosa para o osso. Importante! Mucosa oral – barreira protetora. Resistente a microrganismos patogênicos e nativos. As células epiteliais, os neutrófilos migratórios e a saliva contribuem para manter a saúde da cavidade oral e proteger a mucosa oral de infecções bacterianas, fúngicas e virais. Os mecanismos protetores incluem diversos peptídios antimicrobianos salivares, as β-defensinas expressas no epitélio, as α-defensinas expressas nos neutrófilos e a imunoglobulina A secretora (IgAS). Indivíduos com imunodeficiência ou antibióticos - infecções orais são comuns. INERVAÇÃO DO TRATO GI - Regulado pelo sistema nervoso entérico + conjunto de nervos autônomicos. - SN entérico: aproximadamente 100 milhões de neurônios que se estendem desde o esôfago até o ânus. Consistem em neurônios motores, interneurônios e neurônios sensoriais. - é dividido em plexo mioentérico (auerbach) – localizado entre as camadas musculares – e submucoso (meissner) - suprem as células secretoras do epitélio mucoso, controlando as secreções dos órgãos do trato GI. Os interneurônios do SNE interligam os neurônios dos plexos submucoso e mioentérico. Os neurônios sensoriais do SNE suprem o epitélio mucoso. Alguns desses neurônios sensoriais atuam como quimiorreceptores, receptores ativados pela presença de certas substâncias químicas dos alimentos no lume de um órgão GI. Outros neurônios sensoriais atuam como mecanorreceptores, receptores ativados quando o alimento distende (estica) a parede de um órgão GI. - SNA: - Parassimpático: nervo vago e esplâncnicos pélvicos. Fazem sinapse com os pós-ganglionares parassimpáticos, que por sua vez, fazem sinapse com os neurônios do SNE. Outros inervam diretamente o musculo liso e as glândulas no interior da parte do trato GI. Em geral, parassimpático, aumenta motilidade e secreção, aumentando a atividade neuronal nessa região. - Simpático: gânglios torácicos e lombares. Neurônios pós-ganglionares simpáticos fazem sinapse com os neurônios localizados nos plexos mioentérico e submucoso. Em geral, eles tem uma ação contrária ao parassimpático, de inibição. Raiva, medo e ansiedade podem retardar a digestão. CAVIDADE ORAL - Formada por bochechas, palatos mole e duro e língua. As bochechas - paredes laterais da cavidade oral. São recobertas externamente por pele e, internamente, por uma túnica mucosa. Os músculos bucinadores (entre a maxila e a mandíbula) e tecido conjuntivo situam-se entre a pele e as túnicas mucosas das bochechas. As partes anteriores das bochechas terminam nos lábios. - Os lábios são pregas carnudas que envolvem a abertura da boca. Contêm o músculo orbicular da boca e são recobertos externamente por pele e, internamente, por uma túnica mucosa. A face interna de cada lábio está presa à sua gengiva correspondente por uma prega da linha mediana da túnica mucosa, chamada de frênulo do lábio. Arthur Rodrigues | @arthurnamedicina | Problema 01 Digestório - O palato - parede ou septo que separa a cavidade oral da cavidade nasal, formando o teto da boca - mastigar e respirar ao mesmo tempo. O palato duro é a parte anterior do teto da boca, é formado pelas maxilas e palatinos, formando uma parte óssea entre as cavidades oral e nasal. O palato mole é a parte que forma a parte posterior do teto da boca, é uma partição muscular, em forma de arco. A úvula é um processo muscular cônico na margem livre do palato mole. Durante a deglutição, o palato mole e a úvula são puxados para cima, fechando a parte nasal da faringe e impedindo que alimentos e líquidos deglutidos entrem na cavidade nasal. - Lateral à úvula, tem 2 pregas musculares – arco palatogrosso (anterior) e arco palatofaríngeo (posterior). As tonsilas palatinas estão entre os arcos e as linguais, na base da língua. - Ossos maxila, mandíbula, osso hioide, osso palatino. - Abertura da boca: vestíbulo da boca. GLÂNDULAS SALIVARES - Recobertas por capsula fibrosa (TC) que projeta septos para o interior, dividindo em lóbulos. Casa lóbulo possui ductos (ductos excretores intralobular > interlobular) e ácinos (mucosos (tubulares, com células mucosas), seroso (esfericos) e misto (células serosas em meia lua ou cincundando). Numerosos linfócitos e plasmócitos povoam o tecido conjuntivo que circunda os ácinos tanto nas glândulas salivares maiores quanto nas menores. Sua significância na secreção dos anticorpos salivares é descrita a seguir. - A unidade secretora básica - salivon, consiste no ácino, no ducto intercalar e no ducto excretor. O ácino é um saco cego composto de células secretoras. Os ácinos das glândulas salivares contêm células serosas (proteínas secretoras), células mucosas (secretoras de mucina) ou ambas. As frequências relativas dos três tipos de ácino são uma característica importante pela qual as glândulas salivares maiores são distinguidas. - Células serosas: secretoras de proteína. Piramidal com uma superfície basal e uma pequena superfície apical. Elas contêm grandes quantidades de RER, ribossomos livres, um aparelho de Golgi proeminente e numerosos grânulos secretores esféricos. Ps grânulos estão localizados no citoplasma apical. - Células mucosas: sofrematividade cíclica. Durante parte do ciclo, o muco é sintetizado e armazenado dentro da célula como grânulos de mucinogênio. Quando o produto é descarregado após estimulação hormonal ou neural, a célula começa a ressintetizar muco. Após a descarga da maior parte ou de todos os grânulos de mucinogênio, fica difícil distinguir a célula de uma célula serosa inativa. A porção apical da célula mucosa contém numerosos grânulos de mucinogênio e um grande aparelho de Golgi, no qual grandes quantidades de carboidrato são adicionadas a uma base proteica para sintetizar a glicoproteína da mucina. - Células mioepiteliais: contráteis. Proximo aos ductos. PARÓTIDAS - maiores glândulas salivares, peso 20 g. formato irregular e se estendem entre a superfície inferior do arco zigomático e a margem anterior do músculo esternocleidomastóideo, e a partir do processo mastóide do osso temporal, cruzando anteriormente a superfície do músculo masseter. As secreções de cada glândula são drenadas por um ducto parotídeo, ou ducto de Stensen (ou Stenon), que esvazia seu conteúdo no vestíbulo da boca, no nível do segundo dente molar superior; As glândulas parótidas produzem uma secreção serosa espessa contendo a enzima digestiva amilase salivar, que inicia o processo químico de quebra de carboidratos complexos. SUBLINGUAIS - Numerosos ductos sublinguais (maior e menores), ou ductos de Rivinus, abrem-se ao longo de cada lado do frênulo da língua; SUBMANDIBULARES - ao longo da superfície interna da mandíbula. Os ductos submandibulares, ou ductos de Wharton, abrem-se na boca de cada lado do frênulo da língua, imediatamente posterior aos dentes. Obs: boca e língua contém muitas pequenas glândulas salivares que se abrem direta ou indiretamente, por meio de ductos curtos, na cavidade oral. incluem as glândulas labiais, da bochecha e palatinas nos lábios, nas bochechas e no palato, respectivamente, e as glândulas linguais, na língua, todas as quais fazem uma pequena contribuição para a saliva. IMPORTANTE! glândulas salivares produzem de 1 a 1,5 litros de saliva diariamente, com uma composição de 99,4% de água, além de uma variedade de íons, soluções-tampão, metabólitos e enzimas. Glicoproteínas, denominadas mucinas, são principalmente responsáveis pelos efeitos de lubrificação da saliva. Lubrifica a boca, hidrata o alimento e dissolve substâncias químicas que estimulam os receptores gustatórios. Um nível básico e contínuo de secreção banha as superfícies orais e auxilia no controle da população local de bactérias. Uma redução ou eliminação das secreções salivares desencadeia uma explosão de crescimento populacional bacteriano na cavidade oral. Esta proliferação leva rapidamente a episódios repetidos de infecção e erosão progressiva de dentes e gengivas. LÍNGUA - É um órgão digestório acessório, composto de músculo esquelético recoberto com túnica mucosa. É dividida em metades laterais simétricas por um septo (SULCO) mediano que se estende por todo o seu comprimento e está presa inferiormente ao hioide, ao processo estiloide do temporal e à mandíbula. Ela manipula materiais dentro da boca e pode ocasionalmente ser utilizada para trazer alimentos para a cavidade oral. - Funções: (1) processamento mecânico por compressão, abrasão e distorção; (2) movimentação para auxiliar a mastigação e a preparação do alimento para a deglutição; (3) análise sensitiva por receptores de tato, temperatura e gustação; e (4) secreção de mucina e de uma enzima (lipase lingual) que auxilia a digestão de gorduras. - Papilas gustativas/botões: contém células basais (tronco), sustentação (alongadas, com microvilosidades) e células gustativas (vão ate a superfície apical). Tipos: filiforme (tátil, queratinizada), fungiforme (toda língua), circunvalada (V lingual, botões na lateral, glândulas de von-ebner que produz secreção serosa que lava os sulcos), foliácea (lateral da língua). - Língua possui uma região dorsal (pra cima com papilas) e ventral (sem papilas). - é dividida em 2 camadas: mucosa – epitélio pavimentoso estratificado + tc frouxo – e muscular (estriado esquelético). - 3 REGIÕES: Ápice, corpo (dividido pelo sulco mediano) e raíz (acima dele está o forame cego e o sulco terminal). - músculos: intrínsecos (longitudinal superior, longitudinal inferior, transverso da língua e vertical da língua) e extrínsecos (miolohióide, genioide genioglosso, hioglosso, estiloglosso, e palatoglosso) - (inervados pelo XII. Intrínsecos (fala e deglutição), Extrínsecos (movimentação). - Frênulo da língua: prega presa ao assoalho da boca e limita o movimento posterior. Se o frênulo da língua é anormalmente curto ou rígido - uma condição chamada de anciloglossia -, diz-se que a pessoa tem a "língua presa", em razão do prejuízo resultante à fala. - Vascularização: artéria lingual (deriva da carótina externa e segue o músculo hioglosso) se divide em dorsais e profundas (separadas pelo septo da língua). As veias são as veias dorsais da lingua (seguem a artéria) > drena para a jugular interna. DENTES HISTOLOGIA DO GERME DENTÁRIO: - 3 CAMADAS: esmalte, dentina (matriz calcificada) e polpa ou papila dentária (contém células tronco, formada de TC mucoso em jovens e no adulto TC frouxo). O esmalte contém cristais de fosfato de cálcio densamente agrupados, sendo a mais dura substância de fabricação biológica no corpo. Quantidades adequadas de fosfato de cálcio e vitamina D durante a infância são essenciais para completar o revestimento de esmalte e aumentar a resistência do dente. - Células: odontoblastos (forma pré dentina e dentina, e possuem as fibras de thomes – prolongamentos nervosos), ameloblastos (forma o esmalte dentário). DENTES - 4 incisivos, 2 caninos, 4 pré molares e 6 molares (x2) – 32. - O primeiro a aparecer é o conjunto de dentes decíduos, também denominados dentes primários, dentes “de leite” ou dentes infantis. Estes são os dentes temporários da primeira dentição. Geralmente existem 20 dentes decíduos, cinco em cada um dos quadrantes da maxila e da mandíbula. Em cada um dos quadrantes da maxila e da mandíbula, a dentição primária consiste em dois incisivos, um canino e um par de molares decíduos. Estes dentes são gradativamente substituídos pela dentição permanente. < MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO ESôFAGO HISTOLOGIA: - Camada mucosa: epitélio de revestimento, lamina propria de TCF, camada muscular da mucosa / camada submucosa com glândulas esofágicas / camada muscular interna circular e externa longitudinal (peristalse) com plexo mioentérico ou auerbach/ camada adventícia. - TUBO DE 25 CM DE COMPRIMENTO E DIÂMETRO 2 CM que transporta o alimento da cavidade oral ao estômago. Contém as mesmas camadas do trato gi. O esôfago desce do mediastino superior ao posterior, seguindo, posteriormente e à direita do arco da aorta e posteriormente ao pericárdio e átrio esquerdo, tendo, portanto, importantes relações anatômicas com o coração. Em seguida, desvia-se para a esquerda e atravessa o hiato esofágico, localizado no diafragma, ao nível da 10ª vértebra torácica, anteriormente à aorta. Ele possui 3 pontos de constrição na parte torácica do esôfago (constrições), evidenciadas após fluoroscopia (ingestão de bário): - Constrição cervical (esfíncter superior do esôfago), constrição broncoaórtica (cervical), contrição diafragmática. - 3 partes: cervical, torácica e abdominal (1,25 cm). Vascularização: - Torácica: artéria subclavia > tronco tireocervical > 4 ramos (tireoidea inferior, visceral primária do pescoço). - Abdominal: tronco celíaco > gástrica esquerda > frenica inferior esquerda > veias submucosas > veia porta (através da gástrica esquerda). Veias esofágicas > ázigo. - Inervação: O esôfago é inervado pelo plexo esofágico,formado pelos troncos vagais (que se tornam os ramos gástricos anterior e posterior) e pelos troncos simpáticos, por meio dos nervos esplâncnicos maiores (abdominopélvicos) e plexos periarteriais ao redor das artérias gástrica esquerda e frênica inferior. O plexo esofágico é formado por ramificações do nervo vago (NC X), inervando todas as vísceras torácicas e a maior parte do sistema digestório, da porção inferior do esôfago até a flexura esquerda do colo (intestino grosso). Os nervos laríngeos recorrentes. Os ramos gástricos anterior e posterior do plexo esofágico acompanham o esôfago através do hiato esofágico para distribuição nas faces anterior e posterior do estômago. Por outro lado, as fibras nervosas simpáticas pós-ganglionares do plexo celíaco são distribuídas para esses órgãos por intermédio o dos plexos periarteriais. FOME E SACIEDADE conceitos - Fome: desejo por comida. | Apetite: desejo por um tipo específico de comida. | Saciedade: desejo concluido. - Cada uma dessas sensações é influenciada por fatores ambientais e culturais, assim como por controles fisiológicos que influenciam centros específicos do cérebro, especialmente o hipotálamo. HIPOTÁLAMO - Hipotálamo ventromedial é centro da saciedade. O ventrolateral é o contro da fome. O ventromedial inibe o ventrolateral. - Estimulação do centro da fome: polifagia. Inibição: anorexia ou inapetência. Estímulação do centro da saciedade: inapetência. Inibição: polifagia. - O controle da fome seria feito pelo hipotálamo ventrolateral e o sistema dopaminérgico, pois lesões apenas nos neurônios dopaminérgicos ou apenas o hipotálamo lateral, produzem-se perturbações menos severas da conduta alimentar do que na lesão do hipotálamo em conjunto com as fibras dopaminérgicas. Os centros superiores do sistema nervoso central, incluindo o córtex cerebral e o sistema límbico, fornecem aferências ao hipotálamo. Uma grande variedade de mensageiros químicos exerce funções de sinalização que influenciam a ingestão de alimentos e a saciedade, incluindo neuropeptídios, hormônios gastrointestinais, e mensageiros químicos, chamados de adipocinas, secretados pelo tecido adiposo. - Núcleo arqueado (ARC): centro/área de integração entre os diversos sinais oriundos da periferia e do tronco cerebral, determinando ações que visam adequar o balanço energético do organismo. Existem duas subpopulações de neurônios: (1) neurônios anorexígenos liberam proopimelanocortina (POMC) e transcritos relacionados à anfetamina e cocaína (CART) com papel anoréxico; (2) neurônios orexígenos liberam neuropeptídio y e proteína relacionada ao gene agouti (AgRP), causam aumento do apetite. Como os neurônios NPY produzem GABA eles inibem os neurônios POMC através de receptores Y1, assim como de receptores GABA. Na ausência dessa atividade GABAérgica, nota- se uma prevalência do comportamento orexígeno. Os núcleos arqueados demarcam o local onde múltiplos hormônios liberados pelo TGI e pelo tecido adiposo convergem para regular a ingestão de alimentos, assim como o gasto energético. - O hipotálamo recebe sinais neurais do trato gastrointestinal que fornecem informação sensorial acerca de: enchimento gástrico, sinais químicos dos nutrientes do sangue (glicose, aminoácidos, ácidos graxos) que significam saciedade, sinais de hormônios intestinais, hormônios de tecido adiposo e sinais do córtex cerebral (visão, paladar e olfato) que influenciam o comportamento alimentar. - A ativação dos anorexígenos reduz a ingestão de alimentos e aumenta o gasto energético, enquanto a ativação dos neurônios orexígenos eleva a ingestão e reduz o gasto energético. Esses neurônios são os principais alvos de diversos hormônios regulatórios do apetite. - Os neurônios POMC liberam alfa-MSH, que atua sobre os receptores de melanocortina, encontrados principalmente nos núcleos paraventriculares, principalmente MCR-3 e 4, diminuindo o consumo de alimentos. O efeito da ativação do MCR é mediado, em parte, pela ativação de vias neuronais que se projetam dos núcleos paraventriculares para o núcleo do trato solitário, estimulando o SNA simpático. - O AGRP liberado dos neurônios orexígenos do hipotálamo é um antagonista natural do MCR-3 e do MCR-4 e provavelmente aumenta a ingestão de alimentos pela inibição dos efeitos do alfa-MSH na estimulação dos receptores de melanocortina. - O NPY também é liberado pelos neurônios orexígenos dos núcleos arqueados. Quando os estoques energéticos do corpo estão em baixa, esse hormônio estimula o apetite. Ao mesmo tempo, os disparos de POMC são reduzidos, diminuindo a atividade da via da melanocortina e estimulando adicionalmente o apetite. Obs.: As alterações na regulação do cortisol e o equilíbrio simpatovagal, os dois mais importantes indicadores neurobiológicos de resposta ao estresse, foram evidentes quando indivíduos foram estudados por 6 dias na restrição de sono. Uma associação negativa entre as mudanças nos níveis da leptina e do cortisol é bem documentada na literatura durante a restrição de sono, e pode indicar um efeito supressivo da leptina (anorexígeno) no eixo hipotálamo-pituitáriaadrenal. - O tronco encefálico também é de extrema importância para a alimentação, sendo ele responsável pelos atos de salivar, lamber os lábios, mastigar os alimentos e deglutir. A função dos outros centros é controlar a quantidade de ingestão alimentar e colocar esses mecanismos alimentares em ação. Alguns centros neurais superiores ao hipotálamo também desempenham papéis importantes no controle da alimentação. Esses centros incluem a amígdala e o córtex pré-frontal, responsáveis pela qualidade e quantidade da comida ingerida respectivamente. SENSAÇÃO DE FOME E SACIEDADE DURANTE O DIA - Quando se avalia o comportamento alimentar de um indivíduo durante o dia, pode-se observar que no período préprandial, reflexos alimentares estão facilitados. Período prandial - a sensação de fome vai se atenuando gradualmente e os reflexos alimentares vão se apagando. Pós-prandial - rejeita o alimento, experimentando saciedade. Estes fenômenos indicam que, no decorrer do dia, as sensações alimentares se modificam. Desse modo, o ponto de chegada ao hipotálamo parece ser o centro da saciedade, que controla o centro ventrolateral da alimentação. As aferências que chegam ao centro ventromedial são de dois tipos fundamentais quanto à sua origem: pré- absortivas e pós-absortivas, sendo assim denominadas porque são geradas antes ou após a absorção intestinal. - Aferências Pré absortivas: agem excitando a área ventromedial e estimulando a saciedade, e por conseguinte, somente podem começar a agir quando já se iniciou o processo da alimentação, mas não antes de comer. A natureza destes estímulos é digestiva, originando-se principalmente em três níveis diferentes: na boca, estômago e duodeno. Oral: O alimento é incorporado na boca e aumenta a pressão intraoral, o que, por sua vez, excita os mecanoceptores da mucosa oral e promove: (1) reflexo da mastigação e (2) excitação do núcleo ventromedial do hipotálamo > O reflexo da mastigação, por sua vez, excita ainda mais o centro da saciedade através de aferências derivadas dos movimentos mandibulares e dos receptores de distensão do periodonto > A importância das aferências de origem bucal é demonstrada pela administração de um alimento diretamente no estômago por sonda nasal ou injetado por via parenteral; nessas condições, são incapazes de inibir a fome e promover a saciedade. Gástrica: Quando o bolo alimentar chega ao estômago, produz distensão do corpo do estômago, aumentando o volume gástrico e excitando receptores de distensão localizados nas paredes do estômago, os quais geram aferências e estimulam a área da saciedade e inibem a fome> Os receptores gástricos estimulados transmitem os impulsos nervosos através de fibras aferentes vagais, agindo sinergicamente com os estímulos orais, gerando uma sequência de fenômenos que tendem a limitar a ingestão alimentar IMPORTANTE: Jejum prolongado > fome + dores epigástricas (sensação de vazio), contrações, aumento do tônus. São as denominadas contrações da fome. As contrações de fome podem ser induzidas pela hipoglicemia, que muitas vezes se apresenta no período interprandial, e que estimularia os centros bulbares vagais. O nervo vago, por sua vez, excitaria a musculatura lisa do estômago, determinando as contrações de fome. - Regulação da quantidade de alimentos ingeridos: curto prazo (cessa a ingestão quando as necessidades nutricionais foram supridas) – enchimento gástrico, receptores orais. Duração curta 20-40 min - Intermediária e longo prazo (o estado nutricional basal do organismo, de modo que um indivíduo privado de alimentos por muito tempo, tende a comer muito mais na presença de comida do que outro que manteve regularidade na dieta). - Aferências Pós-absortivas: gerados depois do processo absortivo intestinal, produzidos, então, principalmente no período pós-prandial. a natureza destes estímulos é metabólica, e são ligados aos mecanismos desencadeados pela presença do substrato energético no sangue, disponível para a célula. estes mecanismos metabólicos estão ligados às variações da temperatura corporal e à taxa sanguínea de glicose e ácidos graxos livres. FATORES ENVOLVIDOS - Influência da glicose: após um período prandial (refeição) e após a absorção intestinal, a taxa plasmática de glicose aumenta, e em relação a este aumento, a sensação de fome vai diminuindo e a saciedade vai se exagerando gradativamente. Na hiperglicemia, por haver maior passagem do meio extracelular para o intracelular de glicose, há maior disponibilidade de glicose dentro da célula. À isso, chama-se teoria glicostática de mayer, que prediz que o metabolismo da glicose pelos centros hipotalâmicos regula a ingestão alimentar. Quando ocorre hipoglicemia, de modo inverso, o centro da saciedade é inibido, e o centro da fome torna-se dominante. Quando o metabolismo da glicose aumenta, o centro da saciedade inibe o centro da fome. Assim, nos centros hipotalâmicos existem glicorreceptores (receptores sensíveis às variações do consumo de glicose) isto é, há excitação quando o consumo de glicose é alto. São os glicorreceptores que, quando estimulados pela maior diferença arteriovenosa de glicose, deprimem a fome e estimulam o centro da saciedade. Diabético: como o processo de passagem de glicose para célula é realmente um transporte por difusão facilitada, precisa de um transportador (GLUT1 E GLUT4), condição que, aparententemente, falha no diabético, pela resistência insulínica. Deste modo, em ambos, tanto no indivíduo normal em jejum como no diabético, haveria redução da velocidade de ingresso e de consumo de glicose na célula; este seria o fator controlador efetivo da sensação de saciedade e fome. - Ácidos graxos livres (AGLS’S): no jejum, a diminuição da utilização de glicose pelos tecidos determina maior lipólise e aumento dos ácidos graxos livres circulantes. A teoria lipostática do equilíbrio energético propõe que um sinal dos estoques de gordura do corpo para o encéfalo modula o comportamento alimentar, de modo que o corpo mantém um determinado peso. Se o armazenamento de gordura aumenta, a ingestão diminui. Dessa forma, em decorrência da presença de liporreceptores sensíveis a taxa de consumo de ácidos graxos na célula, de modo que quando há maior disponibilidade, a necessidade de ingerir alimentos se tornaria desnecessária. Deste modo, nos períodos pré- prandiais, estando alta a taxa de ácidos graxos livres, haveria excitação dos liporreceptores, o que inibe os neurônios ventromediais do hipotálamo, ou seja, deprimiria a saciedade, e determina a sensação de fome. - Temperatura corporal: a ingestão alimentar, além de representar maior disponibilidade de energia, significa um aumento da taxa energética basal, promovendo maior calorigênese e, consequentemente, termogênese exacerbada, elevando a temperatura corporal (mecanismo termo-dependente) que induz a excitação da área ventromedial e a saciedade. Esse mecanismo operaria no período pós-prandial, especialmente após refeições abundantes, ou no exercício muscular (aumenta termogênese). HORMÔNIOS - LEPTINA: hormônio proteico sintetizado e secretado pelos adipócitos em proporção à quantidade de gordura armazenada. A leptina atravessa a barreira hematoencefálica e informa ao cérebro (neurônios do núcleo arqueado do hipotálamo) da presença de excesso de tecido adiposo, o que, por sua vez, induz o bloqueio do neuropeptídio Y, um potente orexígeno, suprimindo o apetite ao interagir com receptores específicos* e aumentando o gasto energético. Porém, quando as reservas adiposas estão baixas, a redução da leptina estimula a produção do neuropeptídio y e aumenta o apetite. Além disso, a reduzida secreção de leptina reduz o gasto energético, reduz a secreção de hormônios tireoidianos e de gonadotrofinas e aumenta a secreção de cortisol, levando ao depósito central de gordura. Em obesidade ocorre resistência à leptina (causada por aumento dos tgl, que impedem a passagem na barreira hemato-encefálica). No RN os tlg derivados do leite inibem o transporte de leptina, quando é preciso ganho de peso. INSULINA: atua no cérebro, suprimindo neurônios orexígenos, produtores de neuropeptídio Y e aumenta a atividade dos neurônios anorexígenos produtores de proopimelanocortina (POMC), diminuindo, assim, o apetite. As ações superpostas de insulina e leptina são explicadas porque ambas ativam o PI3K no interior dos neurônios hipotalâmicos e o PI3K é requerido para a supressão do apetite. Em contraste com a leptina, os níveis de insulina flutuam durante o dia, portanto, tem efeitos agudos (de curto prazo) para diminuir o apetite. GRELINA: é um peptídeo secretado na mucosa gástrica, Ela é secretada no fundo gástrico quando o estômago está vazio, dá um poderoso sinal de fome para o cérebro e sua secreção é inibida com a ingestão alimentar. Apresenta efeitos antagônicos à insulina e à leptina por estimular os neurônios orexígenos e inibir neurônios anorexígenos, aumentando o apetite e a ingestão de alimentos. Períodos de fome e perda de peso estimulam fortemente a secreção de grelina. A grelina estimula os neurônios produtores de NPY através de um receptor secretagogo de GH (GHS-R), pertencente à família da rodopsina. Este efeito é determinado inicialmente no hipotálamo, na área de saciedade, que seria deprimida pela ação da grelina, determinando-se assim exagero da sensação de fome (sistema endocanabinoide). Além disso, o GH excitaria maior secreção de insulina, que controlaria a secreção de grelina, por mecanismo feedback negativo. A grelina, por feedback negativo, estimularia no mesmo hipotálamo a secreção de outro hormônio, o peptídeo y (YY), que inversamente pode promover a sensação de saciedade ou antioréxica que é acompanhada de sensação prazerosa de bem-estar (plenitude). Aliás, estima-se que a emoção de prazer alimentar seria determinada pela liberação de dopamina e serotonina nas estruturas límbica. PEPTÍDEO INIBIDOR DE GASTRINA (GIP): reduz a ingestão alimentar em indivíduos obesos e em magros. Hormônios pancreáticos incluindo glucagon, amilina e polipeptídio pancreático também reduzem a ingestão alimentar. Glucagon like peptide 1 (GLP1): incretina sintetizada e secretada pelas células l intestinais, é secretado pela estimulação direta dos nutrientes na parede intestinal, bem como por reflexos originados na porção mais alta do intestino. O GLP-1 é um potente inibidorda ingestão alimentar, por seu efeito retardador sobre o esvaziamento gástrico e também por sua ação na área supressora do apetite do hipotálamo, onde, como a leptina e a insulina, estimula neurônios anorexígenos. PEPTÍDEO YY (PYY): incretina secretada pelas células l intestinais após uma refeição. Ele atua diminuindo o apetite, tanto por meio de efeito direto sobre o hipotálamo quanto por inibir a secreção de grelina. O PYY além de suprimir a ingestão alimentar, modula a atividade da área tegumentar ventral (VTA) e o núcleo striatum ventral. Sinais advindos do fígado, pâncreas e músculos também são enviados ao cérebro informando sobre a disponibilidade de nutrientes, mediados por diversas outras incretinas. PYY inibe os neurônios orexígenos produtores de NPY através da via de receptores Y2. (não confundir com o neuropep Y). SEROTONINA (5-HT): Existem sete famílias diferentes de receptores de 5-HT, e há vários subtipos de receptores, principalmente em receptores 5-HT1 e 5-HT2, responsáveis pela redução da ingestão de alimentar associada à injeção de agonistas serotoninérgicos como quipazina, meta-clorofenilpiperazina e d- norfenfluramina no núcleo paraventricular. 5HT2C (ativa clivagem da pomc), 5 htlb (inibe npy e agr e cart – associado a termogenese). ANFETAMINAS: o estimulantes do sistema nervoso central, capazes de gerar quadros de euforia, provocar a vigília, atuar como anorexígenos e aumentar a atividade autônoma dos indivíduos. Algumas são capazes de atuar no sistema serotoninérgico, aumentando a liberação de noradrenalina e a dopamina. A biodisponibilidade aumentada desses neurotransmissores nas fendas sinápticas reduz o sono e a fome e provoca um estado de agitação psicomotora. A anfetamina, determina maior atividade elétrica no hipotálamo ventromedial, o que provocaria a sensação de saciedade que limitaria a ingestão alimentar em indivíduo hiperfágico. MEDICAMENTOS - Sibutamina: inibe reabsorção, recaptação e degradação de serotonina, noradrenalina e dopamina e aumenta a saciedade. Noradrenalina aumenta o gasto energético e serotonina aumenta saciedade e diminui a compulsão alimentar. - Fluoxetina: inibidor da recaptação de serotonina. MASTIGAÇÃO - É a fase inicial do processo digestivo que começa na boca. É o conjunto de fenômenos que visam a: Degradação mecânica dos alimentos, isto é, a trituração e a moagem dos alimentos, degradando-os em partículas pequenas. Misturar os carboidratos ingeridos com a amilase salivar. Misturar o alimento com a saliva, lubrificando-o para a deglutição. - Controle muscular: músculos que movimentam a mandíbula. O masseter e o temporal são os principais responsáveis pela elevação da mandíbula. Já os músculos pterigoideo lateral e pterigoideo medial movimentam lateralmente e para trás a mandíbula. Os músculos da mandíbula, em conjunto, conseguem aproximar os dentes e gerar uma força de até 25 kg nos incisivos e 91 kg nos molares. - Reflexo da mastigação: A presença de bolo de alimento na boca, primeiro, desencadeia a inibição reflexa dos músculos da mastigação, permitindo que a mandíbula inferior se abaixe. Isso, por sua vez, inicia reflexo de estiramento dos músculos mandibulares que leva à contração reflexa. Essa ação automaticamente eleva a mandíbula, causando o cerramento dos dentes, mas também comprime o bolo, de novo, contra as paredes da cavidade bucal → inibe mais uma vez os músculos mandibulares, permitindo que a mandíbula desça e suba mais uma vez. Esse processo é repetido continuamente. CONTROLE NEURAL - Ramo motor do trigêmeo e núcleos do tronco encefálico. A estimulação de áreas reticulares específicas, nos centros do paladar do tronco cerebral, causa movimentos de mastigação rítmicos. Além disso, a estimulação de áreas no hipotálamo, na amigdala e, até mesmo, no córtex cerebral, próxima às áreas sensoriais do paladar e do olfato, muitas vezes pode causar mastigação. ATO MASTIGATÓRIO - Fase de abertura da boca: primariamente, a presença do bolo alimentar na cavidade oral inibe os músculos levantadores da mastigação e induz a contração isotônica simultânea dos músculos abaixadores mandibulares, permitindo que a mandíbula inferior se abaixe; - Fase de fechamento da boca: isso, por sua vez, inicia o reflexo de estiramento dos músculos levantadores da mastigação, e, ao mesmo tempo, ao relaxamento dos músculos abaixadores mandibulares, o que, por sua vez, eleva a mandíbula; - Fase oclusal (golpe mastigatório): há contato e intercuspidação dos dentes, fisiologicamente em oclusão cêntrica, gerando forças interoclusais, devido à contração isométrica dos músculos levantadores da mandíbula. Obviamente esta constitui a fase crucial da mastigação, já que gera a pressão interoclusal, quebrando o alimento interposto entre os dentes. - A compressão do bolo alimentar contra as paredes da cavidade Bucal, inibe a contração dos músculos levantadores da mandíbula, fazendo a mandíbula descer mais uma vez. Esse processo é repetido continuamente. FASES MECÂNICAS - fixação: concerne especificamente a alimentos duros, como carne crua ou mal passada que devem ser esmiuçadas por movimentos de lateralidade da mandíbula, o alimento vai ser fixado pela ação do canino. Além disso, a ação do canino pode quebrar alimentos duros, como sementes ou caroços, esmiuçando-os. - Incisão: A elevação da mandíbula em protrusão vai aprisionar o alimento entre as bordas incisiais. A mandíbula vai retro propulsar-se, deslizando-se as bordas incisiais dos incisivos inferiores contra a face palatina dos incisivos superiores. A língua e a bochecha vai localizar o alimento entre as superfícies oclusais dos dentes, agora preferencialmente os posteriores (pré- molares e molares), que pelas suas características vão realizar a próxima fase. - Trituração: É a transformação mecânica de partes grandes do alimento em menores. Ocorre nos prémolares (pintercuspideana é maior), pois consegue moer mais facilmente as partículas maiores que oferecem maior resistência. - Pulverização: Moagem de partícula pequena, transformando-as em alimentos muito reduzidos que não oferecem resistência ao nível da superfície oclusal. OBS: Durante as etapas do ciclo mastigatório, em especial na incisão e trituração, ocorre reflexamente secreção salivar que ajuda na mastigação do bolo alimentar. Além disso, a atividade muscular é intensa, especialmente a dos movimentos verticais da mandíbula e na pulverização molar, além dos movimentos verticais são importantes os movimentos horizontais, laterais e de protusão ou retrusão. SALIVAÇÃO - Papel: lubrificação, formação do bolo alimentar, sensibiliza os botões gustativos. Antibacteriano. É alcalino, importante para neutralizar refluxo gástrico, protegendo contra erosões e lesões e auxilia na fala. - Composição: inorgânico – Na, K, HCO3, Mg, Cl (hipertônico). Pode haver fluoretos (previne cáries). Orgânico – enzimas (amilases, lipase), mucina e fatores de crescimento e secretados por células acinares, lisozima (antibacteriana). Embora a amilase salivar inicie o processo de digestão de carboidratos, não é necessária em adultos saudáveis, devido ao excesso de amilase pancreática. De maneira similar, a importância da lípase lingual não está clara. FUNÇÕES DA SALIVA 1. A lubrificação do alimento pela mucina (n- acetilglicosamina) e pelas proteínas ricas em prolina protege a mucosa oral e os dentes da ação mecânica dos alimentos durante a mastigação e facilita o processo da deglutição; 2. A diluição e a solubilização dos alimentos pela saliva; 3. Gustação, uma vez que a solubilização dos alimentos estimula as papilas gustativas; 4. Regulação da temperatura dos alimentos; 5. Higienização; 6. Fonação, umedecimento da cavidade oral; 7. Ação tamponante; resultado ph alcalino da saliva, protegendo a mucosa oral contra alimentos ácidos e os dentes contra os produtos ácidos da fermentação bacteriana. Durante as ânsias que precedem o vômito, a salivação é grandemente estimulada, protegendo a mucosa oral do quimo ácido proveniente do estômago; 8. Ação bactericida: a saliva secreta a lisozima que lisa a parede celular bacteriana, o scn- (sulfocianato), também com ação bactericida, e a proteína ligadora de imunoglobulina a, ativa contra vírus e bactérias; 9. Ação bacteriostática: é efetuada pela lactoferrina, que impede o crescimento de bactérias dependentes deste íon; 10. Ação na cicatrização de feridas ou lesões da mucosa oral pela secreção do fator de crescimento epidérmico, razão pela qual os animais instintivamente lambem suas feridas; 11. Ação antimicrobiana: efetuada pelas proteínas ricas em prolina que interagem com o ca+2 e com a hidroxiapatita, participando da manutenção da integridade dos dentes; 12. Incorporação de flúor e fosfato aos dentes, uma vez que estes íons são captados do sangue e concentrados pelas glândulas salivares que os secretam. AÇÃO DIGESTIVA 1) α -amilase salivar (ptialina): é sintetizada nas células acinares; é uma endoamilase que hidrolisa ligações α- [1-4]-glicosídicas no interior das cadeias polissacarídicas. O PH ótimo para a ação da αamilase é 7. Da ação da αamilase sobre a cadeia polissacarídica resultam maltose (dissacarídeo), maltotriose (trissacarídeo) e as α-limite dextrinas. A ação da α-amilase salivar na cavidade oral é de curta duração e é continuada no interior do estômago durante a fase de armazenamento do alimento no fundo; 2) Lipase Lingual: secretada pelas glândulas de von ebner da língua e hidrolisa triacilgliceróis que possuem ácidos graxos com cadeias curtas e médias, resultando em ácidos graxos livres e monoacilgliceróis. A lipase lingual difere da lipase gástrica porque esta é ativa em ph menor que 4, agindo, assim, apenas no interior do estômago; 3) Calicreína: enzima produzida no mesênquima das glândulas salivares, sendo liberada no interstício durante a estimulação neural da secreção salivar. Esta enzima catalisa a produção de bradicinina a partir de proteínas plasmáticas específicas. A bradicinina é um potente vasodilatador, elevando o fluxo sanguíneo e a taxa metabólica das glândulas salivares. PRODUTOS SECRETORES SALIVARES Componentes proteicos: enzimas. Protetoes: lizozima, lactoferrina (sequestro de ferro, inibe bactérias dependentes), iga, fatores de crescimento, mucina e água. - solutos inorgânicos: cálcio e fósforo. REGULAÇÃO DA SECREÇÃO SALIVAR - Neural exclusivo. No entanto, os hormônios podem exercer efeitos crônicos sobre a composição da saliva, como exemplo a aldosterona: pode aumentar a capacidade dos ductos salivares de absorver íons sódio. A secreção salivar é aumentada pela estimulação parassimpátiaca e simpática. Porém, do ponto de vista quantitativo, a regulação predominante da taxa secretora e da composição da saliva ocorre por vias parassimpáticas enquanto que os eferentes simpáticos produzem apenas um papel modificador. Existem inervações simpáticas e parassimpáticas nas células acinares ductais. Essa estimulação em células salivares provoca produção salivar aumentada, secreções aumentadas de bicarbonato e de enzimas e contração das células mioepiteliais. - Parassimpática: conduzida por nervo facial e glossofaríngeo. Esses nervos se originam do núcleo salivatório do bulbo e recebem impulsos de centros superiores que integram as necessidades fisiológicas e fisiopatológicas. Os reflexos condicionados como olfato, e paladar estimulam acentuadamente o efluxo parassimpático, enquanto que a atividade parassimpática é diminuída por medo, sono, fadiga e desidratação. - Em condições patológicas, a sensação de náuseas transmite um estímulo importante na secreção salivar, estimulando-a acentuadamente para proteger a cavidade oral e o esôfago dos efeitos lesivos do ácido gástrico vomitado e outros conteúdos intestinais. Os neurônios parassimpáticos pós-ganglionares liberam ACh, que interage com os receptores muscarínicos M3 nas células acinares e ductais. A atividade desses receptores promove a produção de inositol (IP3) e de concentrações de Ca+2 aumentadas. A inervação parassimpática também causa a dilatação dos vasos sanguíneos que suprem a glândula, sendo importante para manter as altas taxas de secreção durante as necessidades líquidas e metabólicas. - Simpática: Estímulo simpático eleva o fluxo secretor por contração das células mioepiteliais, o que, por sua vez expulsa a saliva pré-formada, mediado por receptores α-adrenérgicos; além de potencializar o efeito da acetilcolina, por meio da liberação de noradrenalina e ativação dos receptores β-adrenérgicos nas células acinares. Mas como causa vasoconstrição, diminui, em uma segunda fase, a secreção salivar. A secreção é, portanto, de pequeno volume e viscosa, rica em muco e com alta concentração de K+ e de HCO3 - . Situações de estresse, medo, excitação e ansiedade causam ''boca seca". As fibras simpáticas para as glândulas salivares se ramificam do gânglio cervical superior. Essa eferência simpática é originada nos segmentos torácicos de T1 a T3, com os nervos pré-ganglionares que fazem sinapse no gânglio cervical superior. Não se acredita que esses nervos sejam capazes de iniciar ou de sustentar a secreção de modo independente, porém eles podem potencializar os efeitos da regulação parassimpática por meio da liberação de NA, pelos pós- ganglionares, que interage com os β-adrenérgicos nas células acinares e ductais. A ativação desse receptor estimula adenilil-ciclase e a produção de AMPc, aumentando a secreção salivar. - A estimulação simpática tem um efeito bifásico: inicialmente os receptores α-adrenérgicos na rede vascular produzem vasoconstrição, porém a ativação dos β-adrenérgicos é mais importante. - OBS: As aferências salivatórias se iniciam nos corpúsculos gustativos em especial, mas também nos mecanoceptores de tato e pressão da mucosa bucal, nos proprioceptores musculares excitados especialmente na função estomatognática como falar, mastigar, succionar. Os impulsos realizam sinapses no núcleo do trato solitário que, por sua vez, excita os núcleos salivares superior e inferior. As substâncias mais apetitosas, ou seja, aquelas que desencadeiam mais intensamente a sensação de paladar, são as que mais estimulam a secreção salivar, em particular a sensação de ácido. Segundo a natureza e a intensidade do estímulo aplicado, a resposta salivar será quantitativa e qualitativamente diferente. REFLEXO SALIVAR CONDICIONADO (PAVLOV) - Olfação e Visão. Estes Órgãos Sensoriais, quando estimulados com um treinamento prévio associado à Gustação, provocam uma resposta de salivação mais eficiente. BASE MOLECULAR DA SALIVA - Células acinares: liberam seu conteúdo proteico e mucoso por exocitose, esse processo envolve a mobilização do Ca+2 intracelular, distalmente ao receptor msucarínico de ACh. Elas também secretam de maneira ativa os íons cloreto e potássio na secreção salivar primária. Como essas células são relativamente permeáveis, o Na+ acompanha paracelularmente através das junções firmes. Já o movimento da água pode ser tanto paracelular, como transcelular (essa via é facilitada pela expressão apical de AQP-5). Logo, a secreção salivar inicial é isotônica e tem uma composição iônica relativamente comparável à do plasma, apesar de uma concentração um pouco elevada de K+. PASSO A PASSO DO PROCESSO SECRETOR: 1) A bomba de Na+/K+-ATPase na membrana basolateral mantém os níveis de sódio intracelulares baixo, o que fornece energia para o cotransportador de Na+-K+-2Cl- (NKCC1) para acumular ocloreto no citosol da célula acinar acima de seu gradiente eletroquímico. 2) Em seguida, o cloreto sai pela membrana apical em resposta às altas concentrações de Ca+2 intracelular pelo canal de cloreto conhecido como anoctamina. Existem também, na mebrana apical, canais de potássio dependentes de cálcio responsáveis pela secreção efetiva de potássio. - Células ductais: modificam a composição da saliva à medida que passa pelos ductos. E nessas células dos ductos, o transporte é ativo. O sódio e o cloreto são reabsorvidos pela membrana apical, por meio de canais de sódio ENaC (canal de Na+ epitelial) e canais de cloreto CTFR, por um mecanismo acoplado. O cloreto quando é secretado na região apical, também pode ser reabsorvido por um trocador de ânions com o HCO3- para promover sua secreção e alcalinização da saliva. Já o bicarbonato deriva do transportador pNBC1 da membrana basolateral. E o potássio também é secretado por meio de canais apicais. A força que impulsiona a captação de Na+ na membrana apical é fornecida pelo transportador Na+/K+-ATPase na membrana basolateral. Como essas células possuem baixa permeabilidade passiva, a água não atravessa as junções firmes de modo rápido, acompanhando a reabsorção ativa de sódio e cloreto, a saliva se torna hipotônica. Além disso, o BIC é secretado de modo progressivo ao longo do lúmen, alcançando aproximadamente pH 8 quando a saliva entra na boca em condições de fluxo estimulado. VARIAÇÕES NA COMPOSIÇÃO DA SALIVA - A composição iônica da saliva modifica à medida que a taxa de fluxo aumenta. OBS: Isso ocorre, pois, o tempo que a saliva passa nos ductos é demasiadamente curto para que as células sejam capazes de modificar a composição de modo significativo. O QUE É BOCA SECA? XEROSTOMIA - Ela pode ser congênita ou ocorre em consequência de um processo autoimune dirigido para as glândulas salivares (síndrome de Sjögren). É de etiologia iatrogênica e ocorre como efeito colateral de várias classes diferentes de fármacos (antidepressivos, psicotrópicos e anti-hipertensivos) ou secundariamente à irradiação da cabeça e do pescoço para o tratamento de neoplasias malignas. Os pacientes nessa condição apresentam: diminuição do ph da boca, problemas dentários, erosões esofágicas, dificuldade de deglutição, infecções oportunistas. DEGLUTIÇÃO - Conjunto de mecanismos motores visando a passagem do coteúdo oral para o estômago envolvendo faringe e esôfago. - Recebe influência de estruturas reticulares bulbares, denominadas centro deglutitório funcional que integra a contração dos 3 pares de músculos esqueléticos. - O reflexo inibe a respiração para inibir a entrada do alimento na traqueia. o. A Via Aferente do Reflexo da Deglutição começa quando os Receptores de Estiramento, principalmente os próximos à abertura da Faringe, são estimulados. Impulsos Sensoriais desses receptores são transmitidos para uma Área no Bulbo e na Ponte Inferior, chamada Centro da Deglutição. Os Impulsos Motores passam do Centro da Deglutição para a Musculatura da Faringe e do Esôfago Superior, via vários Nervos Cranianos e para o restante do Esôfago por Neurônios Motores Vagais. - Propósitos: introdução alimentar, escoamento de conteúdo líquido, defesa das VAI, coordenação dos processos respiratório e digestório. - Fases: 4 estágios – o tempo aumenta de acordo com a progressão. A musculatura é variada, começando com MEE depois ML. FASE PREPARATÓRIA - Preparo da língua, com colaboração das bochechas e lábios, com controle cortical proeminente, mas com participação reflexa da mucosa do dorso da língua, dos lábios e bochechas. Forma o bolo alimentar. - Nervos: trigêmeo, facial, hipoglosso e o músculo bucinador é o responsável por facilitar o movimento lingual que vai misturar o bolo com a secreção salivar, cujo ritmo é mantido elevado, diminuindo a viscosidade do bolo e facilitando seu fluxo. FASE ORAL - Propulsão que transporta o bolo sobre a língua. Projeção para cima e para trás, formando uma zona de pressão anterior e concavidade no dorso da lingua. - Essa fase é finalizada com a abertura do esfíncter glossopalatino, determinado por um aumento do diâmetro posterior da boca por abaixamento da base da língua e levantamento do véu do palato, em que participam os músculos estilo-hióideo e estiloglosso, além dos músculos suprahióideos, como o milo-hióideo, porém, com proeminente participação do genioglosso que, quando contrai, traciona a língua para frente, abrindo o canal posterior da boca. - O relaxamento do esfíncter glossopalatino é determinado pelo músculo levantador do véu, puxando o palato mole para cima e obliterando a abertura posterior das narinas, protegendo essa via do fluxo deglutitório. - Nervos: trigêmeo e hipoglosso (mais importantes). Plexo faríngeo: X, IX e XI. FASE FARÍNGEA - é a mais complexa e tem duração de 0,7 a 1 segundo. PASSO A PASSO: 1) Contração do músculo milo-hióideo que promove o deslocamento das estruturas sub-hióideas como a laringe, favorecido pela contração quase simultânea do músculo tireo-hioideo. 2) O músculo constritor superior da faringe começa a sua contração e provoca um incremento na pressão intrafaríngea na porção superior da faringe, estabelecendo a ∆P suficiente para provocar o fluxo de deglutição. Isso se deve ao relaxamento precoce do esfíncter hipofaríngeo pela contração do músculo cricofaríngeo. Esse relaxamento determina um ponto de menor resistência que facilita um fluxo descendente do bolo alimentar. 3) A laringe sofre modificações para diminuir ainda mais a resistência para o fluxo descendente e impedir a aspiração do conteúdo deglutitório para as vias aéreas inferiores e pulmão. Ocorre o complexo faríngeo: - Transferência da laringe para cima e para frente, abrindo o canal inferior a faringe. Deslocamento da epiglote que de sua posição vertical passa à horizontal, permitindo a passagem lateral do fluxo deglutitório, tampando o orifício superior da laringe. Fechamento da glote por contração dos músculos cricotireóideo e aproximação das cordas ou pregas vocais, fenômeno que impede o fluxo aéreo (parada inspiratória por indução de apnéia por inibição do grupo dorsal respiratório da formação reticular bulbar). - Após a constrição dos músculos faríngeos no início da deglutição faríngea, o processo se segue pela constrição do músculo constritor superior da faringe que determina zona hiperpressórica alta e o bolo alimentar é orientado em direção ao esfíncter esofágico superior. 4) Quando o bolo alimentar está no meio da faringe, o músculo constritor médio da faringe passa a se contrair e leva o bolo ainda mais em direção inferior. O músculo constritor inferior da faringe procede a orientar o fluxo no sentido esofágico, ultrapassando o esfíncter esofágico superior que estava previamente relaxado pela contração do cricofaríngeo. - Nervos: V, XII, IX, X, XI, além de C3-C5. - Proprioceptores mucosos: Na boca posterior, faringe superior, superfície interna da laringe e das pregas vocais. - Os receptores excitados pelo bolo alimentar (de consistência mais elevada): Nos pilares amigdalianos anteriores, na sua porção inferior, na base da língua e úvula. - Receptores sensíveis ao fluxo de líquido: encontram-se nos canais paraepiglóticos que representam os osmorreceptores periféricos. - Pressoreceptores: nos pilares anteriores, na porção superior e na faringe posterior que quando excitados promovem vômito. FASE ESOFÁGICA - Terço superior do esôfago: Musculatura esquelética constituída por feixes musculares, prolongações do constritor inferior da faringe, cuja contratilidade é controlada pelo plexo faríngeo (nervo vago, glossofaríngeo e acessório). - Terço médio do esôfago: É formado poruma substituição gradativa do músculo esquelético por musculatura lisa tanto longitudinal como circular. E a expressão contrátil é o movimento peristáltico de caráter descendente. - Terço inferior do esôfago: Exclusivamente músculo liso que segue as mesmas características da região anterior. E esse musculo liso é controlado pelo nervo vago por impulsos gerados na formação reticular bulbar. Somente ao nível esofagiano inferior, o controle do músculo liso recebe eferências simpáticas e a ação de hormônios peptídicos gastrointestinais, especialmente gastrina e bombesina. - O movimento peristáltico representa uma onda progressiva bifásica, em que a onda contrátil é proximal e determina a área hiperpressórica enquanto a onda de relaxamento é distal e (precede a contração) determina a área de hipotensão, pelo que o conteúdo da deglutição se desloca em sentido descendente. COMPONENTE NERVOSO DO ESTÁGIO ESOFÁGICO: - São estímulos mecânicos que iniciam as várias da atividade do musculo liso, sendo eles (1) estímulo faríngeo, durante a deglutição; e (2) distensão da parede esofágica. As vias neurais envolvem reflexos intrínsecos e extrínsecos. Os mecanorreceptores respondem à distensão esofagiana e ativam vias reflexas extrínsecas (do nervo vago ao tronco cerebral) e intrínsecas. O músculo estriado é regulado pelo núcleo ambíguo no tronco cerebral; enquanto que o músculo liso é regulado pelo efluxo parassimpático via nervo vago (NC X). A estimulação das vias reflexas, por sua vez, inicia a onda peristáltica. - Atividade motora durante a fase esofágica: o esôfago apresenta dois tipos de movimentos peristálticos: (1) o peristaltismo primário e (2) o peristaltismo secundário. O peristaltismo primário consiste na continuação da onda peristáltica que se inicia na faringe, onde o músculo contrai e alternadamente relaxa, durante o estágio faríngeo da deglutição. Essa onda dura cerca de 8 a 10 segundos e se desloca lentamente (3 a 5 cm/s). Se o peristaltismo primário não conseguir mover todo o alimento da faringe ao estômago, a distensão esofágica provocada pelo movimento do alimento desencadeia o peristaltismo secundário; até o esvaziamento completo do esôfago. Além disso, a estimulação da faringe pela deglutição provoca relaxamento reflexo do EEI, o qual permite, agora, a passagem do bolo alimentar ao estômago; e relaxamento da parte proximal do estômago, permitindo, portanto, que o estômago acomode grandes volumes com aumento mínimo da pressão intragástrica. Esse processo é chamado de relaxamento receptivo. - As ondas peristálticas secundárias são deflagradas, em parte, por circuitos neurais intrínsecos do sistema nervoso mioentérico e, em parte, por reflexos iniciados na faringe e transmitidos por fibras vagais aferentes para o bulbo retornando ao esôfago por fibras nervosas eferentes vagais e glossofaríngeas. Obs: "A musculatura da parede faríngea e do terço superior do esôfago é composta por músculo estriado. Portanto, as ondas peristálticas nessas regiões são controladas por impulsos em fibras nervosas motoras de músculos esqueléticos dos nervos glossofaríngeo e vago. Nos dois terços inferiores do esôfago, a musculatura é composta por músculo liso e essa porção do esôfago é controlada pelos nervos vagos, que atuam por meio de conexões com o sistema nervoso mioentérico esofágico. Quando os ramos do nervo vago para o esôfago são cortados, o plexo nervoso mioentérico do esôfago fica excitável o suficiente para causar, após vários dias, ondas peristálticas secundárias fortes, mesmo sem o suporte dos reflexos vagais. Portanto, inclusive após a paralisia do reflexo da deglutição no tronco encefálico, alimento introduzido por sonda no esôfago, ainda passa rapidamente para o estômago. - Importante! Em condições de repouso, o Esfíncter Esofágico Inferior (EEI) está tonicamente contraído, pois tem função protetora importante e participa da prevenção de refluxo ácido do estômago de volta para o esôfago. O tônus do EEI pode ser aumentado por agentes neuro-humorais, que são liberados de modo simultâneo com a ingestão de uma refeição, incluindo a acetilcolina (ACH) e a gastrina. A integração cuidadosa da peristalse com o relaxamento do esfíncter esofagiano interno é produzida pela atividade combinada do nervo vago e do sistema nervoso mioentérico esofágico, sendo mediada pela liberação de NO a partir de nervos inibitórios mioentéricos, cujos corpos celulares estão localizados no plexo mioentérico. Há evidências sugerindo que o polipeptídeo intestinal vasoativo (VIP) também esteja contido dentro desses nervos, de modo que esse neurotransmissor peptidérgico também contribui para o relaxamento do Esfíncter Esofágico Inferior. Correlação clínica - refluxo gastresofágico: as glândulas próximas do estômago tendem a proteger o esôfago do conteúdo gástrico regurgitado. Entretanto, sob certas circunstâncias, elas não são plenamente efetivas, e o refluxo excessivo resulta em pirose (azia). Essa condição pode progredir para a doença do refluxo gastresofágico (drge) plenamente desenvolvida. Correlação clínica - esôfago de barret (metaplasia epitelial pavimentosa): a metaplasia epitelial pavimentosaparacolunar pode ocorrer como resultado de refluxo gastresofágico (esôfago de barrett), o epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado da porção inferior do esôfago pode sofrer transformação metaplásica em um epitélio simples colunar semelhante ao intestinal contendo células caliciformes. Geralmente, a metaplasia é um fenômeno reversível, e se o estímulo que causou a metaplasia é removido os tecidos retornam ao seu padrão normal de diferenciação. Se os estímulos anormais persistirem por um longo tempo, as células metaplásicas pavimentosas podem se transformar em carcinoma. - Células de Cajal: A célula intersticial de Cajal (ou simplesmente célula de Cajal) é um tipo de célula encontrada no trato gastrointestinal. Serve como um marcapasso que desencadeia a contração dos intestinos. Podem desencadear ondas lentas.
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