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APG S11P2 - CADERNETA DA GESTANTE

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Objetivos
1. Compreender as principais informações da 
caderneta da gestante. 
2. Listar os principais exames, vacinas e sua importância 
para o pré-natal. 
3. Discorrer sobre a alimentação e a suplementação no 
período gestacional. 
4. Discorrer sobre como ocorre a consulta do pré natal. 
 
Principais informações da caderneta 
• Direitos da gestante antes e depois do parto 
• O cartão de consultas e exames, com espaço para 
anotar suas dúvidas; 
• Dicas para uma gravidez saudável; 
• Informações e orientações sobre a gestação e o 
desenvolvimento do bebê, alguns cuidados de saúde, o 
parto e o pós-parto; 
• Informações e orientações sobre amamentação; 
• Como tirar a Certidão de Nascimento de bebê. 
 
Principais exames 
→Tipagem sanguínea e fator Rh: A tipagem sanguínea e o 
fator Rh precisam ser solicitados na primeira consulta de pré-
natal a todas as gestantes, com o intuito de identificar 
eventual incompatibilidade Rh no casal e prevenir a 
aloimunização perinatal. Se a gestante for Rh-negativa, deve 
ser solicitado em seguida o teste de Coombs indireto, a fim 
de identificar sensibilização prévia. Se este for negativo, a 
partir da 24ª semana, deve-se repeti-lo mensalmente. Se for 
positivo, considerar gestante previamente aloimunizada e 
seguir conduta específica. Em gestantes com história prévia 
de transfusão sanguínea, mesmo sendo Rh-positivas, devem 
ser também solicitados teste de Coombs indireto e pesquisa 
de anticorpos irregulares, pois pode ter havido aloimunização 
por outros antígenos. 
→Hemograma: O hemograma deve ser solicitado na 
primeira consulta pré-concepcional ou pré-natal com 
objetivo de avaliar os níveis de hemoglobina (Hb) e 
hematócrito (Ht). Durante a gestação, observa-se grande 
aumento do volume plasmático, assim como aumento da 
produção de hemácias. Como o aumento plasmático é 
superior ao da massa eritrocitária, ocorre hemodiluição, em 
geral com queda de cerca de 2 pontos na concentração de 
Hb em torno do fim do segundo trimestre e início do terceiro 
trimestre da gestação. Essa alteração é erroneamente 
chamada de “anemia fisiológica da gestação”. Segundo a 
Organização Mundial da Saúde (OMS), valores de Hb abaixo 
de 11 g/dL ou de Ht abaixo de 33%, em qualquer período 
gestacional, indicam anemia. O Centers for Disease Control 
and Prevention (CDC) dos Estados Unidos considera os 
mesmos valores no primeiro e no terceiro trimestres, mas 
considera como anemia no terceiro trimestre somente 
quando os valores de Hb estiverem abaixo de 10,5 g/dL e de 
Ht abaixo de 32%. 
→Eletroforese de hemoglobina: identifica a doença 
falciforme ou a talassemia, que são hereditárias e requerem 
cuidados especiais na gravidez. 
→ Glicemia de jejum e teste oral de tolerância à glicose: Na 
primeira consulta pré-concepcional ou pré-natal, deve ser 
solicitada a glicemia de jejum. O rastreamento deve ser 
repetido entre a 24ª e a 28ª semana de gestação com o teste 
oral de tolerância à glicose (TOTG), que é a medida da 
glicemia no jejum e 1 e 2 horas após uma carga de 75 g de 
glicose VO. Para a realização do TOTG, recomenda-se jejum 
de 8 horas e restrição de carboidratos nos 3 dias anteriores 
ao teste. 
→ Exame de urina e urocultura: Toda gestante deve ser 
submetida a uma urocultura na primeira consulta de pré-
natal, com objetivo de identificar e erradicar a bacteriúria 
assintomática (BA) e prevenir a ocorrência de pielonefrite na 
gestação. Gestantes hígidas, assintomáticas, com urocultura 
negativa na primeira consulta, sem nefropatias e sem história 
de infecções urinárias de repetição não necessitam repetir o 
exame durante o pré-natal. Havendo cistite (infecção baixa 
sintomática) ou pielonefrite, após o tratamento há indicação 
de repetir mensalmente a urocultura nos casos em que a 
gestante não estiver fazendo uso de quimioprofilaxia. Os 
testes rápidos com fitas e testes enzimáticos não devem ser 
utilizados para orientar tratamento nas pacientes 
assintomáticas, pois não têm capacidade de identificar BA. 
→ Exame preventivo de câncer de colo de útero: este exame 
precisa ser realizado periodicamente por todas as mulheres, 
de acordo com a necessidade. Procure saber se você tem a 
necessidade de fazê-lo durante o pré-natal. 
→ Teste rápido de sífilis e VDRL: O rastreamento para sífilis é 
obrigatório em todo o pré-natal. Deve ser solicitado um teste 
de Veneral Disease Research Laboratory (VDRL) na primeira 
consulta, o qual deve ser repetido no terceiro trimestre. Devido 
ao aumento dos casos de sífilis congênita no Brasil, o MS 
tornou obrigatório repetir a testagem em todas as gestantes 
no momento do parto. Se o teste realizado for o VDRL e este 
for positivo, deve-se solicitar um teste treponêmico (teste 
rápido para sífilis ou teste de absorção fluorescente contra 
Gestante 
caderneta 
treponema [FTA-ABS, do inglês fluorescent treponemal 
antibody-absortion ]) a fim de descartar falsos-positivos. 
Atualmente, as unidades básicas de saúde (UBSs) vêm 
realizando o teste rápido para sífilis na primeira consulta de 
pré-natal. Como esse teste é treponêmico, pode ser positivo 
mesmo se a gestante já tiver sido tratada anteriormente, o 
que pode gerar certa dúvida no diagnóstico. Sífilis na 
gestação e sífilis congênita são doenças de notificação 
compulsória pelo Sistema de Informação de Agravos de 
Notificação (Sinan). 
→ Testes de HIV: A testagem do HIV deve ser realizada na 
primeira consulta do pré-natal a fim de identificar gestantes 
soropositivas e iniciar o tratamento para diminuir a carga viral 
e o risco de transmissão vertical. Se negativo, deve-se repetir 
o teste no terceiro trimestre e no momento da internação 
hospitalar. O teste também tem sido feito por meio de testes 
rápidos ou por sorologia como o enzimaimunoensaio (Elisa). 
Os testes rápidos apresentam sensibilidades superiores a 
98%. Se o teste rápido for negativo, encerra-se a investigação 
naquele momento e repete-se no terceiro trimestre e no 
momento da internação hospitalar. Se o resultado for positivo, 
repete-se sequencialmente; se confirmar positividade, inicia-
se o aconselhamento e o tratamento. Se os resultados forem 
discordantes ou indeterminados, segue-se a investigação. O 
pré-natal da gestante soropositiva deve ser diferenciado, 
incluindo avaliação clínica mais especializada e 
preferencialmente acompanhada por um infectologista. 
Devem ser solicitados exames como o teste de Mantoux, 
citomegalovírus, anti-HCV (vírus da hepatite C [do inglês 
hepatitis C virus ]), carga viral e CD4. Nas gestantes que 
apresentarem o diagnóstico de soropositividade ao HIV no 
pré-natal, deve-se solicitar a genotipagem para 
identificação de possíveis mutações virais e consequentes 
resistências a algumas classes de antirretrovirais (ARVs). 
Quando a terapia ARV iniciar, devem ser monitorizados os 
efeitos adversos, por meio de provas de função hepática, 
renal e sintomas clínicos. 
→ Teste de malária: deve ser realizado em todas as 
gestantes da Região Amazônica, quer apresentem sintomas 
ou não. 
→ Testes para hepatite B (HBsAg): Com o objetivo de reduzir 
a transmissão materno-infantil da hepatite B, o MS 
recomenda a triagem sorológica durante a gestação. O 
exame deve ser realizado na primeira consulta do pré-natal, 
independentemente da IG. A testagem também tem sido 
feita por meio de testes rápidos ou por sorologia pelo 
antígeno de superfície do vírus da hepatite B (HBsAg). Se a 
gestante for negativa, e o anti-HBs for não reagente, 
recomenda-se a imunização antes ou durante a gestação, 
em qualquer trimestre. Se o anti-HBs for reagente, não há 
mais necessidade de repetir o teste ao longo da gestação, 
uma vez que a gestante já está imunizada. Gestantes 
portadoras do antígeno (HBsAg reagente) devem ser 
encaminhadas no parto para unidades obstétricas que 
assegurem a administração de vacina e da imunoglobulina 
específica para o vírus da hepatite B (HBIg) ao RN. Quando a 
gestação ocorre em paciente portadora de infecção crônica 
pelo vírus da hepatite B(HBV, do inglês hepatitis B virus) com 
perfil imunológico HBsAg reagente ou antígeno do envelope 
do vírus da hepatite B (HBeAg) reagente, ocorre grave risco 
para o RN, pois, sem a imunoprofilaxia adequada no 
momento do parto, mais de 90% das crianças desenvolverão 
infecção aguda pelo HBV e poderão progredir para infecção 
crônica com complicações da doença hepática crônica na 
idade adulta. 
→Teste rápido para hepatite C (anti-HCV): Não se 
recomenda a pesquisa de anti-HCV de rotina no pré-natal 
devido aos baixos índices de detecção em gestantes e ao 
fato de ainda não existir imunoprofilaxia ou intervenção 
medicamentosa que possa prevenir a transmissão vertical 
da hepatite C. Deve-se realizar a sorologia nas gestantes com 
fatores de risco como infecção por HIV, uso de drogas ilícitas, 
antecedentes de transfusão ou transplante antes de 1993, 
mulheres submetidas à hemodiálise, mulheres com elevação 
de aminotransferases sem outra causa clínica evidente e 
profissionais de saúde com história de acidente com material 
biológico. 
→ Sorologia para rubéola e para citomegalovírus: Não há 
recomendação do MS para a realização de rastreamento de 
rotina na gestação para essas infecções. 
→ Rastreamento para estreptococo do grupo B: A 
identificação de gestantes portadoras (vagina, reto, bexiga) 
de estreptococo do grupo B (EGB) ou Streptococcus 
agalactiae abre oportunidade para erradicação intraparto 
do EGB e diminuição do risco de sepse neonatal por essa 
bactéria. Desde 2002, nos Estados Unidos, o CDC passou a 
recomendar o rastreia mento a todas as gestantes 
portadoras a partir da 35ª semana de gestação, ou antes, 
quando houver TP pré-termo. A coleta é feita por meio de 
swab na região vaginal e anal. O tratamento pré-natal só 
deve ser feito se houver BA por EGB. As mulheres portadoras 
do EGB na vagina e no reto somente devem ser tratadas 
durante o TP. 
→ Rastreamento para doenças da tireoide: O rastreamento 
universal das doenças da tireoide na gestação em pacientes 
assintomáticas é controverso. Alguns autores sugerem que o 
rastreamento não é custo-efetivo e deve ser solicitado 
apenas em situações de risco, como diabetes, áreas com 
deficiência de iodo, história familiar ou pessoal de 
hipotireoidismo, abortos de repetição, obesidade, radiação 
prévia em cabeça ou pescoço. 
→ O diagnóstico de hipotireoidismo primário na gestação é 
feito por meio da TSH, quando os valores forem superiores a 
2,5 mUI/mL no primeiro trimestre e de 3 mUI/mL ou mais no 
segundo e no terceiro trimestres. Se houver presença de TSH 
elevada, recomenda-se solicitar tiroxina (T 4) livre para 
determinar o grau de hipotireoidismo, e, se a T 4 livre for 
normal, sugere-se medir os anticorpos tireoperoxidase (TPO). 
→ Rastreamento para doença falciforme: a doença 
falciforme (DF) é uma das doenças hereditárias mais 
comuns, especialmente na população afrodescendente. A DF 
é diagnosticada por meio da eletroforese de Hb, que 
identifica a doença e o traço falcêmico. O rastreamento 
universal da DF em gestantes sem anemia e sem etnia 
afrodescendente não está justificado, embora seja 
recomendado pelo MS do Brasil. 
→ Exame bacterioscópico de secreção vaginal e 
citopatológico cervical: É recomendado que toda gestante, 
na primeira consulta de pré-natal, faça um exame a fresco 
de secreção vaginal para identificar vulvovaginites e 
alterações da flora vaginal. O tratamento da vaginose 
bacteriana (Gardnerella vaginalis) pode diminuir o risco de TP 
pré-termo. Também na primeira consulta, se a gestante não 
estiver em dia com seu calendário de prevenção de câncer 
de colo uterino, deve-se coletar um raspado cervical para 
citopatologia com espátula de Ayre. 
→ Exames para o pai: todos os homens adultos, jovens e 
adolescentes que participam do pré-natal têm direito a 
realizar exames para sífilis (teste rápido e VDRL), anti-HIV 
(teste rápido), hepatites virais B e C (testes rápidos), tipo 
sanguíneo e fator Rh, hemograma, lipidograma, glicose e 
eletroforese de hemoglobina. 
 
Solicitados no 1º trimestre 
• Hemograma; 
• Tipagem sanguínea e fator Rh 
• Coombs indireto (se for Rh negativo); 
• Glicemia de jejum; 
• Teste rápido de triagem (sífilis, HIV, Hepatite B); 
• VDRL; 
• Anti-HIV; 
• Toxoplasmose IgM e IgG; 
• Sorologia para hepatite B (HBsAg) e C (Anti-HCV); 
• Exame de urina e urocultura; 
• Ultrassonografia obstétrica (não é obrigatório), com a 
função de verificar a idade gestacional; 
• Citopatológico de colo de útero (se necessário); 
• Exame de secreção vaginal (se houver indicação 
clínica); 
• Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica); 
• Eletroforese de hemoglobina (se a gestante for negra, 
tiver antecedentes familiares de anemia falciforme ou 
apresentar história de anemia crônica); 
 
Solicitados no 2º semestre 
→ Teste de tolerância para glicose com 75g, se a glicemia 
estiver acima de 85 mg/dl ou se houver fator de risco (realize 
este exame preferencialmente entre a 24° e a 28° semana); 
→ Coombs indireto (se for Rh negativo); 
 
Solicitados no 3º trimestre 
• Hemograma; 
• Glicemia em jejum; 
• Coombs indireto (se for Rh negativo); 
• VDRL; 
• Anti-HIV; 
• Sorologia para hepatite B; 
• Repetir o exame de toxoplasmose se o IgG não for 
reagente; 
• Urocultura + urina tipo 1 (sumário de urina - SU); 
• Bacterioscopia de secreção vaginal (a partir de 37 
semanas de gestação); 
• Glicemia em jejum > 110 mg/dl, diagnóstico de diabetes 
gestacional; 
 
Principais vacinas 
A vacinação nas mulheres em idade reprodutiva deve estar 
idealmente completa antes da gestação, para que a mãe e 
o feto usufruam da imunização. Os anticorpos da classe IgG 
atravessam a placenta e conferem proteção passiva à 
criança até aproximadamente os 15 meses de vida. Esses 
anticorpos também são transmitidos pelo leite materno. As 
vacinas indicadas na gestação são: 
→ Vacina contra gripe A e sazonal: A vacinação contra gripe 
é segura em qualquer IG, e gestantes são consideradas 
grupo de risco para infecção respiratória grave, devendo ter 
preferência nos programas de vacinação; 
→ Vacina contra hepatite B: O esquema completo é de três 
doses (0,1-6 meses), iniciando a partir do primeiro trimestre e 
podendo estender-se até após o parto; 
→ Vacina contra difteria e tétano (dT): O esquema de 
vacinação completo da dupla adulto é de três doses, 
devendo ser reforçada a cada intervalo de 5 anos. Se a 
mulher não tomou nenhuma dose dessa vacina antes de 
engravidar, é necessário tomar duas doses da dupla adulto, 
com intervalo de no mínimo 30 dias e complementar com a 
dTpa. Caso a mulher tenha tomado uma dose da dT antes da 
gestação, ela deverá reforçar o esquema com mais uma 
dose da dT após a 20ª semana. Se a dT tiver sido aplicada nos 
últimos 5 anos, não há necessidade de imunizar; 
→Vacina contra difteria, tétano e coqueluche (dTpa): A 
vacina dTpa deve ser recomendada, não importa o intervalo 
de tempo da última dose de dT, pois é essa a vacina que vai 
proteger contra a coqueluche no RN. Para as mulheres que se 
preveniram com duas ou mais doses da dT, recomenda-se a 
dTpa administrada com apenas uma dose. Mulheres 
grávidas devem tomar uma dose da dTpa em cada 
gestação, independentemente de terem tomado 
anteriormente. O MS recomenda a dTpa entre a 27ª e a 36ª 
semana de gestação, período que gera maior proteção ao 
RN, com efetividade de até 91%. Entretanto, a dose também 
pode ser administrada até, no máximo, 20 dias antes da DPP. 
 
As vacinas contra Pneumococcus, Neisseria meningitidis e 
Haemophilus influenzae e a vacina antirrábica podem ser 
aplicadas na gestação. As vacinas atenuadas (bactérias ou 
vírus enfraquecidos) apresentam risco teórico de 
contaminação do feto, sendo contraindicadas na gestação; 
são elas: bacilo Calmette-Guérin (BCG), tríplice viral 
(sarampo, caxumba e rubéola), varicela e febre amarela. A 
vacina contra febre amarela, apesar de contraindicada, pode 
ser administrada em gestantes quando o risco de contrair a 
doença for elevado.A vacina contra papilomavírus humano 
(HPV, do inglês human papilloma virus) é contraindicada na 
gestação devido à falta de estudos confirmando a sua 
segurança. As vacinas do tipo inativadas, como a vacina 
contra hepatite A e a vacina meningocócica conjugada, não 
apresentam riscos para a gestante e para o feto; porém, 
devem ser aplicadas preferencialmente fora do período 
gestacional 
 
Suplementação 
→ Programa Nacional de Suplementação de Ferro, do 
Ministério da Saúde, criado em 2005 recomenda à 
suplementação de 40mg/dia de ferro elementar (200 mg de 
sulfato ferroso. Orienta-se que a ingestão seja realizada uma 
hora antes das refeições. A suplementação de ferro deve ser 
mantida no pós-parto e no pós-aborto por 3 meses. 
→ Folato peri-concepcional: Tem forte efeito protetor contra 
defeitos abertos do tubo neural. Deve ser usado 
rotineiramente pelo menos dois meses antes e nos dois 
primeiros meses da gestação 
→ Mulheres que tiveram fetos ou neonatos com defeitos 
abertos do tubo neural têm que usar folato continuamente se 
ainda desejam engravidar; 
→ Segundo as recomendações atuais da Organização, as 
necessidades ligeiramente aumentadas em vitamina A 
durante a gestação pode ser satisfeita pela alimentação ou 
por uma suplementação que não exceda 10.000 UI por dia 
durante a gravidez. 
→ Reposição de ômega 3: O uso de suplementação com 
ômega 3 durante a gravidez e o aleitamento tem sido motivo 
de muita controvérsia. O objetivo da suplementação seria 
promover o equilíbrio entre as concentrações desse ácido 
graxo essencial e seu correspondente – o ômega 6 – na 
proteção da neurogênese, porém, esse efeito na gestação 
permanece inconclusivo. Orienta-se que as gestantes que 
não consomem peixes busquem outras fontes de ômega 3 
para alcançar a dose diária de 200 mg. Na Europa, as 
recomendações de uso foram definidas pela European 
Association of Perinatal Medicine (EAPM), que padronizou o 
uso de 200 mg desde a 20ª semana de gestação até o sexto 
mês de aleitamento. Nos Estados Unidos, essa recomendação 
não foi padronizada. No Brasil, também não há essa 
recomendação. 
→ Reposição de iodo: Uma deficiência significativa de iodo 
durante a gestação está associada com hipotireoidismo 
fetal, distúrbios neurológicos e aumento da mortalidade 
neonatal e infantil. A consequência da deficiência leve a 
moderada de iodo na gestação ainda são inconclusivas. A 
suplementação na gestação parece racional apenas nas 
situações de deficiência significativa. Não há recomendação 
no Brasil para suplementação rotineira nas gestantes, uma 
vez que a carência de iodo é muito rara. A OMS recomenda 
que as gestantes tenham ingesta de iodo de 250 μ g diários. 
→ Ingestão de polifenóis: O termo polifenóis ou compostos 
fenólicos refere-se a um amplo e numeroso grupo de 
moléculas encontradas em hortaliças, frutas, cereais, chás, 
erva-mate, café, cacau, vinho, suco de frutas e soja. A 
associação entre a ingesta de polifenóis pelas gestantes e 
alterações hemodinâmica fetais, como a constrição do ducto 
arterioso, levou a preocupações e polêmicas sobre a 
segurança de ingerir alimentos como os polifenóis na 
gestação. As evidências atuais confirmam que, se ingeridos 
dentro de quantidades habituais, os alimentos ricos nessa 
substância são seguros para a gestante e para o feto em 
qualquer etapa da gestação. 
 
Pré-natal 
O objetivo do acompanhamento pré-natal é assegurar 
desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um 
recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde 
materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as 
atividades educativas preventivas. Segundo a OMS, o número 
adequado de consultas seria igual ou superior a 6 
→ Gestação de baixo risco: Fenômeno fisiológico com 
evolução, na maior parte dos casos, sem intercorrências; 
→ Gestação de alto risco: Problemas no início, ou surgindo 
durante o transcurso, apresentando maior probabilidade de 
desfechos desfavoráveis, tanto para o feto como para sua 
mãe; 
 
A classificação e identificação de gestantes de alto e baixo 
risco permite que a equipe de saúde gere, recomende e 
forneça cuidados de maneira diferenciada e específica para 
as gestantes de maior risco. A triagem das gestantes com 
risco pré-natal deve ser realizada continuamente durante 
toda a assistência pré-natal. Quando o parto não ocorre até 
a 41° semana, é necessário encaminhar a gestante para a 
avaliação do bem-estar fetal incluindo avaliação do índice 
do líquido amniótico e monitoramento cardíaco fetal. 
 
Acolhimento 
Implica na responsabilização pela integralidade do cuidado 
a partir da recepção da usuária com escuta qualificada e a 
partir do favorecimento do vínculo e da avaliação de 
vulnerabilidades de acordo com seu contexto social, entre 
outros cuidados. O profissional deve permitir que a gestante 
expresse suas preocupações e suas angústias, garantindo a 
atenção resolutiva e a articulação com os outros serviços. Se 
expressa na relação estabelecida entre os profissionais de 
saúde e os usuários, mediante atitudes profissionais 
humanizadoras. 
 
 O acolhimento não é um espaço ou um local, mas uma 
postura ética e solidária. Múltiplos significados da gestação 
para aquela mulher e sua família, notadamente se ela for 
adolescente. É importante acolher o (a) acompanhante da 
escolha da mulher, não oferecendo obstáculos à sua 
participação no pré-natal, no trabalho de parto, no parto e no 
pós-parto. O (a) acompanhante pode ser alguém da família, 
amigo (a) ou doula. 
 
Passo a passo 
1. Se apresentar; 
2. Chamar os (as) usuários (as) pelo nome; 
3. Prestar informações sobre condutas e procedimentos que 
devam ser realizados; 
4. Escutar e valorizar o que é dito pelas pessoas; 
5. Garantir a privacidade e a confidencialidade das 
informações; 
6. Incentivar a presença do(a) acompanhante; 
 
Também se mostra 
→ Na reorganização do processo de trabalho; 
→ Na resolução dos trabalhadores com os modos de cuidar; 
→ Na postura profissional; 
→ No vínculo com a mulher gestante e sua família, seu 
entorno; 
 
Assistência pré-natal efetiva 
→ Discussão permanente com a população da área (em 
especial com as mulheres) sobre a importância da 
assistência pré-natal na UBS e nas diversas ações 
comunitárias; 
→ Identificação precoce de todas as gestantes na 
comunidade. 
→ Pronto início do acompanhamento pré-natal, para que tal 
início se dê ainda no 1° trimestre da gravidez, objetivando 
intervenções oportunas. 
→ Garantir a possibilidade de que as mulheres realizem o 
teste de gravidez na UBS sempre que necessário. Acolhimento 
imediato e garantia de atendimento a todos os recém-
nascidos e à totalidade das gestantes e puérperas; 
Realização do cadastro da gestante no SisPreNatal. Fornecer 
e preencher o cartão da gestante; Classificação do risco 
gestacional (em toda consulta); 
→ Acompanhamento periódico e contínuo de todas as 
gestantes; 
→ Mensalmente, até a 28° semana; 
→ Quinzenalmente, da 28° até a 36° semana; 
→ Semanalmente, no termo; Encaminhamento oportuno ao 
centro obstétrico, a fim de evitar sofrimento fetal por pós-
datismo; 
→ Toda gestante com 41 semanas deve ser encaminhada 
para a avaliação do bem-estar fetal, incluindo avaliação do 
índice do líquido amniótico e monitoramento cardíaco fetal; 
Incentivo ao parto normal e à redução da cesárea; 
→ Não existe alta do pré-natal; 
 
Amamentação 
Anamnese, exame físico e exames complementares 
indicados. 
→ Imunização: Antitetânica e para hepatite B; 
→ Oferta de medicamentos necessários: Sulfato ferroso, 
para tratamento e profilaxia de anemia; 
→ Ácido fólico: com uso recomendado desde o período pré-
concepcional e durante o primeiro trimestre de gestação; 
→ Diagnóstico e prevenção do câncer de colo de útero e de 
mama; 
→ Avaliação do estado nutricional e acompanhamento do 
ganho de peso no decorrer da gestação; 
→ Atenção à adolescente conforme suas especificidades; 
 
Realização de práticas educativas 
• Incentivo ao aleitamento materno; 
• Partonormal e hábitos saudáveis de vida; 
• Identificação de sinais de alarme na gravidez; 
• Reconhecimento do trabalho de parto; 
• Cuidados com o recém nascido; 
• Importância do acompanhamento pré-natal; 
• Planejamento familiar; 
• Direitos da gestante e do pai; 
• Riscos do tabagismo e do uso de álcool e de outros 
drogas; 
• Uso de medicações na gestação; 
 
Roteiro da primeira consulta 
Determinar se a gestação em questão está exposta a riscos 
que possam influenciar os desfechos pré-natais. Na primeira 
consulta, deve-se pesquisar os aspectos 
socioepidemiológicos, os antecedentes familiares, os 
antecedentes pessoais gerais, ginecológicos e obstétricos, 
além da situação da gravidez atual. Os principais 
componentes podem ser assim listados: 
• Data precisa da última menstruação (DUM); 
• Regularidade dos ciclos; 
• Uso de anticoncepcionais; 
• Paridade; 
• Intercorrências clínicas, obstétricas e cirúrgicas; 
• Detalhes de gestações prévias; 
• Hospitalizações anteriores; 
• Uso de medicações; 
• Doença sexualmente transmissível; 
• Exposição ambiental ou ocupacional de risco; 
• Reações alérgicas; 
• História pessoal ou familiar de doenças hereditárias / 
malformações; 
• Gemelaridade anterior; 
• Fatores socioeconômicos; 
• Uso de tabaco, álcool ou outras drogas lícitas ou ilícitas; 
• História infecciosa prévia; 
• Vacinações prévias; 
• História de violências; O acompanhamento da mulher 
no ciclo grávido-puerperal deve ser iniciado o mais 
precocemente possível e só se encerra após o 42° dia 
de puerpério; 
 
Antecedentes pessoais 
• Hipertensão arterial; 
• Diabetes Mellitus; 
• Cardiopatias, inclusive doença de Chagas; 
• Doenças renais crônicas; 
• Anemias e deficiências de nutrientes específicos; 
• Desvios nutricionais (baixo peso, desnutrição, sobrepeso, 
obesidade); 
• Epilepsia; 
• Doenças da tireoide e outras endocrinopatias; 
• Viroses (rubéola, hepatites); 
• Hanseníase, tuberculose, malária, sífilis ou outras 
doenças infecciosas); 
• Portadora de infecção pelo HIV (uso de antirretrovirais); 
• Infecção do trato urinário; 
• Doenças neurológicas e psiquiátricas; 
• Cirurgia (tipo e data); 
• Transfusões de sangue; 
• Alergia (inclusive medicamentosas); 
• Doenças neoplásicas; 
• Vacinação; 
• Uso de drogas, tabagismo e alcoolismo; 
 
Antecedentes familiares	
• Hipertensão arterial; 
• Diabetes mellitus; 
• Malformações congênitas e anomalias genéticas; 
• Gemelaridade; 
• Câncer de mama e/ou do colo uterino; 
• Hanseníase; 
• Tuberculose; 
• Doença de Chagas; 
• Parceiro sexual portador de infecção pelo HIV; 
 
Exame físico 
• Avaliação nutricional (peso, altura e cálculo do IMC); 
• Medida da pressão arterial; 
• Avaliação de mucosas; 
• Tireoides; 
• Palpação abdominal e percepção dinâmica; 
• Medida da altura uterina; 
• Auscultas dos BCF; 
• Registro dos movimentos fetais; 
• Realização do teste de estímulo sonoro simplificado; 
• Verificação da presença de edema; 
• Exame ginecológico; 
• Coleta de material para colpocitologia oncótica; 
• Exame clínico das mamas; 
• Toque vaginal se necessário; 
• Palpação abdominal e percepção dinâmica - 
Manobras de Leopold; 
 
Referencias: 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. 
Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 
 
American Academy of Peditrics, American College of 
Obstetricians and Gynecologists. Guidelines for perinatal care. 
6th ed. Elk Grove Village: AAP; 2007. 
 
GUIMARÃES, Thaíse Almeida et al. QUALIDADE DOS REGISTROS 
DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL NA CADERNETA DA 
GESTANTE. Revista Baiana de Enfermagem, v. 34, 2020.

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