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Joelma Nascimento de Lima
O trabalho do psicólogo jurídico no enfrentamento da violência contra a criança e ao adolescente
São Paulo
2020/01
Joelma Nascimento de Lima
O trabalho do psicólogo jurídico no enfrentamento da violência contra a criança e ao adolescente
Pesquisa apresentada no Curso Superior de Direito do Centro Universitário Estácio São Paulo, sob orientação da professora Ms. Sonia Regina Prado como requisito parcial da disciplina de Psicologia Jurídica
 São Paulo
2020/01
Sumário
1. Introdução___________________________________________________5
2.Metodologia_________________________________________________6
3. Desenvolvimento ____________________________________________6
3.1 A Psicologia Jurídica__________________________________________6
3.2. As violências contra a criança e ao adolescente______________________8
3.3 Tipos de violências sofridas pelas crianças e adolescentes______________10
3.4. Treinando os profissionais que atuam com crianças e adolescentes em face de qualquer situação de suspeita de violência__________________________________11
3.5. Alienação Parental: a criança, a família e a lei_______________________12
3.6. Órgãos de proteção à criança e ao adolescente_______________________15
3.7. Prevenção____________________________________________________17
3.8. Índice e pesquisa sobre a violência contra a criança e adolescente________18
3.9. Internações e mortes____________________________________________21
Conclusão____________________________________________________22
Referencias___________________________________________________24
 Resumo
A violência contra a criança e ao adolescente é uma violência configurada como agressão ou violência praticada dentro do contexto de uma relação interpessoal significativa.
O trabalho a seguir irá abordar a temática da violência contra crianças e adolescentes, principalmente no que se refere as questões jurídicas, fazendo uma interseção entre Direito e Psicologia. Irá mostrar como a presença do psicólogo no sistema de justiça se consolidou como promulgado do Estatuto da Criança e do adolescente.
O trabalho do psicólogo pode contribuir na prevenção e na minimização dos danos apresentado por tais violências.
Palavras Chaves: Violência, Criança e Adolescente, Psicologia.
Abstract
Violence against children and adolescents is violence configured as aggression or violence practiced within the context of a significant interpersonal relationship.
The following work will address the theme of violence against children and adolescents, especially with regard to legal issues, making an intersection between Law and Psychology. It will show how the presence of the psychologist in the justice system was consolidated as enacted in the Statute of Children and Adolescents.
The psychologist's work can contribute to the prevention and minimization of the damage presented by such violence.
Keywords: Violence, Children and Adolescents, Psychology.
1. INTRODUÇÃO
A infância é concebida enquanto período de formação integral do sujeito, a necessidade de um ambiente propício ao desenvolvimento harmônico e saudável.
A família, como lugar de proteção e cuidado, é, em muitos casos, um mito. Muitas crianças e adolescentes sofrem ali suas primeiras experiências de violência, a negligencia, os maus–tratos, a violência psicológica, a agressão física e os abusos sexuais.
Pode-se pensar na violência como toda ação ou comissão que prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de outro membro da família. A violência pode acontecer dentro ou fora de casa, por algum membro da família, ou pessoas desconhecidas. Podemos incluir também pessoas que passam a assumir função parental, ainda que sem laços de consanguinidade e em relação de poder a outra.
Devido a diversidade de concepção acerca da definição de infância, nesse trabalho tal fase obedece à legislação brasileira. O Art.2° da Lei n° 8.069 (Considera criança, para os efeitos desta lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade). Conforme essa legislação a criança e ao adolescente deve ter acesso a todos os direitos fundamentais próprios dos seres humanos sem prejuízos de sua proteção integral.
O artigo terceiro da lei n°8.069, visa, assegurar a eles, nos tramites legais, todas as oportunidades e facilidades capazes de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social. A mesma legislação é fulgente ao defender os direitos da criança e do adolescente a proteção social.
No que se refere à Psicologia Jurídica seu surgimento é bastante recente. Sabe-se que a psicologia precisa encontrar seu próprio caminho no modelo jurídico, já que sua impulsão é proveniente de um compromisso com o ser humano que é por excelência de outra ordem.
O seu objetivo de investigação cientifica deve estar claro, e sobre tudo, atuar no desenvolvimento de uma pratica ética baseada no respeito ao indivíduo.
Nos capítulos a seguir, falaremos um pouco sobre cada tipo de violência cometida a cada criança e adolescente no dia a dia. Os órgãos responsáveis e suas atuações, as prevenções.
O trabalho também falara sobre a SAP (síndrome da alienação parental) que surgiu em 1985 como proposto de um médico psiquiatra, sendo um dos casos mais comum nas varas de família.
Uma grande preocupação é o índice de violência que estão aumentando cada vez mais e são as principais causas de internações e mortes. 
2. METODOLOGIA
Este trabalho, exploratório e de natureza qualitativa, busca fazer uma análise sobre o tema, O trabalho do psicólogo jurídico no enfrentamento da violência contra a criança e ao adolescente, a partir de uma investigação sistemática. Com esse objetivo, adotou-se o método bibliométrico, a fim de verificar os principais corpos teóricos sobre o tema.
3. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
 
 3.1 Psicologia Jurídica
A Psicologia Jurídica é uma emergente área de especialidade da ciência psicológica, se comparada às áreas tradicionais de formação e atuação da Psicologia como a Escolar, a Organizacional e a Clínica. É próprio desta especialidade sua interface com o Direito, com o mundo jurídico, resultando encontros e desencontros epistemológicos e conceituais que permeiam a atuação do psicólogo jurídico
O psicológico jurídico e judiciário atua no ambiente da justiça considerando a perspectiva psicológica dos fatos jurídicos. O psicólogo jurídico colabora no planejamento e execução de políticas de cidadania, Direitos humanos, prevenção da violência e fornecedores subsídios ao processo judicial. Além de também contribuir para formulação, revisão e interpretação das leis.
Estes profissionais podem atuar nas seguintes áreas.
· Separação e divórcio
· Guarda
· Interdição
· Alienação
· Vulnerabilidade social
· Violência
· Execução penal
· Medidas socioeducativas
· Utilização de recursos institucionais e comunitários
· Trabalho em equipe nos tribunais de justiça, defensorias públicas e sistema socioeducativos.
A história nos mostra que a primeira aproximação da psicologia com o Direito ocorreu no final do século XIX e fez surgir o que se denominou psicologia do testemunho. Esta tinha como objetivo verificar, através do estudo experimental dos processos psicológicos, a fidedignidade do relato do sujeito envolvido em um processo jurídico. 
Não poderia haver melhor exemplo da relevância do campo da Psicologia jurídica. Quando Michel Foucault afirma que “as luzes que descobriram as liberdades inventaram também as disciplinas”, ele alude justamente a lógica que sustenta relações igualitárias, mas que, operacionalizada por meio de mecanismos miúdos e cotidianos, alimenta-se de micro poderes essencialmente igualitários e assimétricos- esses que constituem as disciplinas, uma espécie decontradireito.
Passados mais de trinta e cinco anos desde a publicação de Vigiar e Punir, a expansão dos sistemaslegais alcança cada vez mais as áreas privadas, imiscui-se nas subjetividades leva a produção recente a falar de sociedade de controle, nos termos de Guilles Deleuze, ou de cultura do Controle, se preferirmos a expressão de David Garland.
Ao analisar os campos de atuação do psicólogo jurídico, percebe-se um predomínio da atuação desses profissionais enquanto avaliadores. A elaboração de psicodiagnósticos, presente desde o surgimento da Psicologia Jurídica, permanece como um forte campo de exercício profissional. Contudo, a demanda por acompanhamentos, orientações familiares, participações em políticas de cidadania, combate à violência, participação em audiências, entre outros, tem crescido enormemente. Esse fato amplia a inserção do psicólogo no âmbito jurídico, ao mesmo tempo em que exige uma constante atualização dos profissionais envolvidos na área. O psicólogo não pode deixar de realizar psicodiagnósticos, âmbito de sua prática privativa. Entretanto, deve estar disposto a enfrentar as novas possibilidades de trabalho que vêm surgindo, ampliando seus horizontes para novos desafios que se apresentam.
Destaca-se ainda a necessidade de ampliar o espaço para discussão acerca da Psicologia Jurídica no ambiente acadêmico, mediante a criação de disciplinas e promoção de encontros nos quais se busque suprir a carência existente nos currículos dos cursos de Psicologia. Ademais, é preciso ampliar a área de pesquisa, de forma a produzir obras científicas que contemplem os diferentes campos em que a Psicologia Jurídica tem passado a atuar e contribuir. A partir do momento em que as pesquisas realizadas comprovem a importância do trabalho do psicólogo junto às instituições judiciárias, a inserção e valorização do trabalho deste profissional ficam facilitadas e fortalecidas.
Por fim, destaca-se a necessidade de conhecer determinadas terminologias da área jurídica e a importância de um trabalho interdisciplinar, junto a advogados, juízes, promotores, assistentes sociais e sociólogos. Eis o grande desafio da psicologia jurídica: não ficar limitada aos conhecimentos advindos da ciência psicológica e trocar conhecimentos com ciências afins, buscando redimensionar a compreensão do agir humano, considerando os aspectos legais, afetivos e comportamentais.
3.2. As violências contra a criança e ao adolescente
A história mostra que, desde os tempos primitivos até o momento presente, a violência contra a criança se apresenta como um fenômeno social e cultural de grande relevância. Em diferentes sociedades as formas, as mais cruéis e as mais sutis, se diferenciam. No Brasil podemos distinguir uma violência estrutural, cujas expressões mais fortes são o trabalho infantil, a existência de crianças vivendo nas ruas e em instituições fechadas; uma violência social, cujas mais vivas expressões se configuram na violência doméstica; uma violência delinquencial, na qual as crianças são vítimas e atores. O Estatuto da Criança e do Adolescente oferece importante instrumento para que a sociedade e o estado possam reconhecer o protagonismo desses sujeitos, buscar superar as formas de violência que prejudicam o seu crescimento e desenvolvimento e, portanto, o desenvolvimento social.
A cada 7 minutos uma criança ou um adolescente, entre 10 e 19 anos de idade, morre em algum lugar do mundo, vítima de homicídio ou de alguma forma de conflito armado ou violência coletiva. Somente em 2015, a violência vitimou mais de 82 mil meninos e meninas nessa faixa etária. Os dados são do relatório Um Rosto Familiar: A Violência na Vida de Crianças e Adolescentes, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A América Latina e o Caribe têm os mais altos índices de homicídios. Em 2015, dos 51,3 mil homicídios de meninas e meninos de 10 a 19 anos – não relacionados a conflitos armados –, mais da metade, 24,5 mil, aconteceram nessa região. “Esses números se mostram desproporcionais considerando que tal conjunto de países abriga pouco menos de 10% da população nessa faixa etária”, diz o Unicef.
A região da América Latina e do Caribe tem uma taxa de homicídios de adolescentes entre 10 e 19 anos (22,1 homicídios para cada 100 mil adolescentes) quatro vezes maior do que a média global. Os cinco países com as maiores taxas estão todos na América Latina: Venezuela, com uma taxa de 96,7 mortes para cada 100 mil, seguida pela Colômbia (70,7), por El Salvador (65,5), por Honduras (64,9) e pelo Brasil (59).
Vários fatores individuais são vinculados a um aumento do risco de homicídio, incluindo a raça. No Brasil, em 2014, a taxa de homicídios entre adolescentes homens negros foi quase três vezes maior que entre os brancos. Segundo o relatório, entretanto, esses adolescentes tendem a viver em comunidades com níveis mais elevados de homicídio, com desigualdade social e de renda, disponibilidade de armas, presença de tráfico de drogas, uso generalizado de drogas e álcool, falta de oportunidades de emprego e com desorganização e segregação urbana.
A região mais segura do mundo para um adolescente é a Europa Ocidental com 0,4 morte para cada 100 mil.
O documento do Unicef traz uma análise detalhada das mais diversas formas de violência sofridas por crianças e adolescentes em todo o mundo: violência disciplinar e violência doméstica na primeira infância; violência na escola – incluindo bullying; violência sexual; e mortes violentas de crianças e adolescentes.
3.3 Tipos de violências sofridas pelas crianças e adolescentes
 NEGLIGÊNCIA: forma de violência que tem como característica, ato de omissão por parte dos responsáveis da criança, em prover os cuidados básicos tais como: vacinação, alimentação, educação, higiene, e afeto e atenção.
 ABANDONO: Assemelha-se a negligência, porém tem um diferencial, é caracterizado, por abandonar de forma parcial ou total, quando parcial a criança e adolescente fica por alguns dias sem a pessoa mais velha cuidando destes, e o abandono total é quando o responsável se evadiu da residência, não mais retornando para responsabilizasse pela criança ou adolescente.
 VIOLENCIA PSICOLOGICA OU EMOCIONAL: É uma forma de violência, que podemos chamá-la de silenciosa, ou mais difícil de ser identifica, pois à primeira vista não se apresenta visível de ser identifica. Lembrando que está violência está geralmente acompanhada dos demais tipos de violência. Tem como características, o processo de humilhação, xingamentos e rejeição. São comuns “certas frases como: “não sei por que você nasceu”, você é burra”, você não presta para nada”, você é um atraso na minha vida”.
VIOLENCIA FISICA: Este tipo é um dos mais fáceis de ser identificado, pois a criança geralmente apresenta marcas, escoriações, vermelhidões, hematomas e até mesmo algum membro do corpo quebrado. Muitas das vezes esse tipo de violência ocorre, com a justificativa do responsável de que é necessário “educar” “corrigir” e não admite ser uma violência praticada. Dependendo do grau da violência pode levar a morte da criança.
VIOLÊNCIA SEXUAL: É praticada, sem o consentimento da criança e adolescente, parte do princípio o abuso de autoridade perante a criança sendo obrigados a práticas sexuais. Pode ser classificada como abuso sexual intrafamiliar e extrafamiliar, exploração sexual comercial.
 O abuso sexual intrafamiliar geralmente é alguém em que a criança, confia, tem respeito e que possui algum grau de parentesco seja, avos, tios, irmãos, pais, mães, padrastos, madrastas. Já o abuso sexual extrafamiliar é alguém geralmente muito próximo a criança e que também há uma relação de proximidade e confiança tais como: pastores, padres, vizinhos, amigos da família dentre outros. Cabe destacar aqui, que eventualmente ocorre esse tipo de violência por pessoas desconhecidas.
E, por fim, a exploração sexual comercial, se dá através da exploração do corpo da criança e do adolescente para fins de lucro. Sendo esse rendimento ficando a maior parte com a pessoa que a explora.
BULLYING: Refere-se a atitudes de atos de violência de modo intencional e sistemático. A tradução da palavra BULLYINGpara a nossa língua portuguesa significa: brutal, tirano. Geralmente é praticada por um grupo de pessoas para com uma única pessoa, o ofendido (a), muitas das vezes as situações de Bullying são por questões relacionadas pela intolerância, em relação a orientação sexual, identidade de gênero, forma física, raça, etnia, nacionalidade. É praticado em qualquer ambiente, não se restringindo ao universo escolar.
3.4. Treinando os profissionais que atuam com crianças e adolescentes em face de qualquer situação de suspeita de violência
SINAIS DE VIOLÊNCIA FÍSICA: presença de hematomas, vermelhidões, algum membro do corpo quebrado, o comportamento da criança que está passando por uma situação de violência, geralmente é de medo, temor, por vezes apresentam-se agressivos, tem históricos de fugas da residência dentre outros. Geralmente as famílias que praticam esse tipo de violação reforçam que a criança foi “merecedora” de tal castigo e acabam por justificar que é uma forma de “educar”.
SINAIS DE VIOLENCIA PSICOLOGICA: apresentam-se com problemas orgânicos de saúde, aparentemente sem um fator causador, possuem distúrbio do sono, na fala entre outros. Apresentam carência afetiva, tende ao isolamento social, baixo conceito de si mesmo, dificuldades em aprender o conteúdo escolar etc. Os responsáveis pela criança no geral, depreciam, ameaçam ou até mesmo a ignoram.
 SINAIS DE NEGLIGENCIA E ABANDONO: necessidades básicas ao desenvolvimento infanto juvenil não atendidas, como: alimentação adequada, vacinas em atraso, baixo crescimento, falta de higienização corporal etc. Em muitos dos casos, são responsáveis pelas atividades domésticas, falta de concentração e atenção devido ao excesso de responsabilidade, carência afetiva, isolamento social dentre outros. A família se apresenta apática, passiva, não acompanha a vida escolar da criança, em alguns casos, fazem uso de substancias psicoativa e etílicas etc.
SINAIS DE VIOLÊNCIA SEXUAL: apresenta quadro de doenças sexualmente transmissível, inchaço nas genitálias, falta ou baixo controle dos esfíncteres, dores na barriga, cólicas. Identifica-se que a criança, tem medo do escuro, constantes pesadelos, mal-estar com o próprio corpo, se sentem sujas etc. Em muitos dos casos, a família culpabiliza a criança pela situação do abuso sofrido, ou até mesmo diz ser invenção ou fantasia da criança.
SINAIS DE BULLYING: Geralmente a vítima demonstra temor por quem o agride se apresentam indefesos, tristes, intimidados.
É importante, ressaltar que, todos esses sinais descritos nesse item, não podem ser avaliados e tão pouco interpretados de maneira isolada, na tentativa de identificar uma possível situação de violência. Faz-se necessário, avaliar cuidadosamente, realizar a discussão em grupo com os profissionais responsáveis para acionar os serviços existentes de proteção a criança e adolescente que esteja sob suspeita de violação aos seus direitos. Muito importante, agir de forma, cautelosa e zelando pelo sigilo, tanto para preservar a integridade da criança, como para manter a proteção aos próprios profissionais.
3.5 Alienação Parental: a criança, a família e a lei
Um dos casos mais comuns encontrados na vara da criança e do adolescente é a alienação parental. Num segundo momento, procura-se ressaltar a importância da mediação dos profissionais da área da saúde mental e jurídica, assim como as medidas de intervenção que possam impedir o avanço do problema, e formas de evitar o sofrimento de crianças e adolescentes a fim de que se tornem adultos saudáveis. Vale mencionar que é um o assunto bastante relevante atualmente e que está tendo grande repercussão na mídia. E para abordar esta questão é necessário recorrer ao suporte teórico
A Síndrome de Alienação Parental (SAP), também conhecida pela sigla em inglês PAS, foi proposto em 1985 pelo médico psiquiatra americano Richard Gardner. É caracterizada quando, a qualquer preço, o genitor guardião que quer se vingar do ex cônjuge, através da condição de superioridade que detêm, tenta fazer com que o outro progenitor ou se submeta às suas vontades, ou então se afaste dos filhos. 
No atual momento social brasileiro, ressalta-se a importância da análise do termo SAP conforme o art. 2º da Lei nº 12.318/2010, que dispõe sobre os atos de alienação parental:
Art. 2º Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou adolescente, promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a autoridade, guarda ou vigilância, para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.
A referida lei passou a ser uma da mais recente conquista no sistema brasileiro. Ela vem para, assim como a Constituição Federal, Estatuto da Criança e do Adolescente e Código Civil, proteger a criança e seus Direitos fundamentais, preservando dentre vários direitos o seu convívio com a família e a preservação moral desta criança diante de um fato que por si só os atinge, a separação.
 As crianças e adolescentes que são atendidas no conselho tutelar apresentam conflitos e problemas de desenvolvimento escolar em função do funcionamento psíquico e emocional dos pais. O âmbito familiar é o primeiro ambiente socializador de todo indivíduo. É nele que o indivíduo passa a exercer papel fundamental no decorrer de sua trajetória. É no contexto familiar que experiências vivenciadas quando criança contribuem diretamente para a sua formação enquanto adulto. Vale enfatizar que no ambiente familiar o indivíduo vai passar por uma série de experiências genuínas em termos de afeto, dor, medo, raiva e inúmeras outras emoções, que possibilitarão um aprendizado essencial para a sua atuação futura.
Desde o primeiro ano de vida da criança o desenvolvimento emocional tem lugar para a evolução da personalidade e do caráter. E há algo na mãe de um bebê que a torna qualificada para proteger seu filho nesta fase de vulnerabilidade, e que a faz capaz de contribuir positivamente com as claras necessidades da criança. Mas a mãe só é capaz de desempenhar este papel sentindo-se segura e amada, em sua relação com o pai da criança e com a própria família, e ao sentir-se aceita. Assim, a família é considerada um ciclo vital do qual trará algumas consequências e interferências no aspecto emocional, assim como na construção da identidade da criança.
A ideia de família veio se modificando ao longo do tempo. Não há como negar que a nova tendência da família moderna é a sua composição baseada na afetividade, que surge pela convivência entre pessoas e pela reciprocidade de sentimentos
Segundo José Sebastião de Oliveira: "a afetividade, traduzida no respeito de cada um por si e por todos os membros — a fim de que a família seja respeitada em sua dignidade e honorabilidade perante o corpo social — é, sem dúvida nenhuma, uma das maiores características da família atual"
Vale dizer que após o rompimento conjugal, a parentalidade entre os entes permanece, já que os pais devem compartilhar a tarefa de continuar educando seus filhos, haja vista que os deveres decorrentes do pátrio poder são irrenunciáveis e envolvem sujeitos ainda em formação, que gozam, inclusive, de tutela legal especial.
Outro aspecto relevante no conflito da SAP são as diferenças culturais, as de valores, assim como as divergências quanto à percepção do que seja a melhor educação e o melhor trato com os filhos, o que de forma fundamental, acirram os conflitos do ex casal e desencadeiam sérios problemas à saúde mental do menor. Observa-se na SAP a arbitrariedade no exercício da autoridade parental pelo guardião, que, aproveitando a proximidade com o menor, procura, a todo custo, afastar o outro genitor das decisões concernentes à vida do filho, exercendo, assim, uma paternidade ou maternidade irresponsável, podendo inclusive resultar na destruição do vínculo afetivo do menor com o genitor vítima da alienação.
A SAP pode ser graduada em estágios, a saber, leve, moderado e grave.
No estágio leve, a criança se senteconstrangida somente no momento em que os pais se encontram, afastado do guardião, a criança mantém um relacionamento normal com o outro genitor.
Já no estágio moderado, a criança apresenta-se indecisa e conflituosa nas suas atitudes, sendo que em certos momentos já mostra sensivelmente o desapego ao não guardião.
No estágio grave, a criança apresenta-se doente, perturbada ao ponto de compartilhar todos os sentimentos do guardião, não só escutando as agressividades dirigidas ao não guardião como passa a contribuir com a desmoralização do mesmo, as visitas nesse estágio são impossíveis.
O afastamento é fruto de uma programação lenta e diária do guardião para que o filho, injustificadamente, rejeite o seu outro genitor.
Pensar o afeto é vivenciá-lo. Pensar o desenvolvimento afetivo dos seres em estágio formativo é ser para com eles afetuoso. No entanto, não é suficiente nem saudável apenas pensar em fazer o bem, devesse praticar o bem, preservando o ser objeto do afeto, seja na conotação positiva ou negativa. Assim, conclui-se que para atender o melhor interesse da criança e do adolescente é imprescindível uma postura clara, comprometida e de maturidade dos genitores para lidar com as questões afetivas. É o que se espera!
3.6 Órgãos de proteção à criança e ao adolescente
Os direitos das crianças e dos adolescentes se constitui em uma rede formada pelos órgãos e serviços governamentais e não governamentais que atuam na ampliação, aperfeiçoamento e fiscalização dos direitos legais e previstos.
 Nessas conexões interagem atores tão variados quanto os órgãos executores das políticas públicas (nas áreas de educação, saúde, assistência social, alimentação, cultura, esporte etc.), os conselhos paritários de deliberação sobre as diretrizes dessas políticas, os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e as entidades públicas e privadas de prestação de serviços.
Crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência já podem contar com um sistema de garantias de direitos nos inquéritos e no curso dos processos. É o que estabelece a Lei 13.431/2017, que normatiza mecanismos para prevenir a violência contra menores, assim como estabelece medidas de proteção e procedimentos para tomada de depoimentos.
A lei prevê que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios desenvolvam políticas integradas e coordenadas para garantir os direitos humanos da criança e do adolescente “no âmbito das relações domésticas, familiares e sociais”, de forma a resguardá-los “de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, abuso, crueldade e opressão”.
O texto prevê dois procedimentos para ouvir as crianças vítimas ou testemunhas de violência, sempre em local apropriado e acolhedor: a escuta especializada, que deve ser realizada por órgão da rede de proteção e limitado estritamente ao necessário para o cumprimento de sua atribuição; e o depoimento especial, quando a criança ou adolescente é ouvido perante a autoridade judicial ou policial.
Se a criança tiver menos de sete anos ou no caso de violência sexual em qualquer idade, o depoimento especial seguirá o rito cautelar de antecipação de prova e um novo depoimento somente poderá ocorrer se considerado imprescindível pela autoridade competente e com a concordância da vítima ou da testemunha.
Conheça os serviços e órgãos de proteção à criança e ao adolescente:
Disque-denúncia: serviço 24 horas, inclusive fins de semana e feriados, recebe denúncias anônimas com garantia de sigilo. As denúncias podem ser feitas de todo o Brasil através de discagem direta e gratuita para o número 100. A ligação do exterior é paga e deve ser feita através do número 55 61 3212.8400. As denúncias podem ser encaminhadas por email através do endereço eletrônico: disquedenuncia@sedh.gov.br.
Conselho Tutelar: é um órgão administrativo municipal, autônomo, responsável pelo atendimento de crianças ameaçadas ou violadas em seus direitos. Pode aplicar medidas com força de lei. Entre suas atribuições estão atender crianças, adolescentes, pais e responsáveis e aplicar medidas cabíveis em cada caso; fiscalizar o cumprimento das determinações; assessorar o Poder Executivo na elaboração de propostas orçamentárias para implantação de programas de defesa dos direitos das crianças; entrar na Justiça em nome de pessoas e de famílias contra programas de rádio e televisão que contrariem princípios constitucionais (conteúdo disponibilizado por veículos de comunicação deve atender aos quatro princípios apontados no artigo 221: preferência a finalidades educativas, educativas, artísticas, culturais e informativas). Cada conselho tutelar tem cinco membros eleitos pela comunidade. Cada município deve ter pelo menos um conselho tutelar.
Delegacia especializada: é um órgão da Polícia Civil encarregado de investigar e apurar fatos em que crianças ou adolescentes são vítimas de crimes. Denúncias de negligências e maus tratos, ocorridos no próprio âmbito familiar da vítima, são a maioria dos casos atendidos nessas delegacias.
Ministério Público: é responsável pela fiscalização do cumprimento da lei. Promotores e promotoras de Justiça são aliados do movimento social de defesa dos direitos da criança e do adolescente. Em alguns estados brasileiros, o MP criou o Centro Operacional e as coordenadorias da infância, um instrumento eficaz na aplicação e fiscalização do cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Defensoria Pública: é o órgão do estado encarregado de prestar assistência judiciária gratuita através da nomeação de defensores públicos ou advogados. Por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente, o direito à defesa gratuita foi estendido a todas as crianças e adolescentes.
Justiça da Infância e Juventude: é o órgão encarregado de aplicar a lei para solução de conflitos relacionados aos direitos da criança e do adolescente. O ECA institui a criação das chamadas varas especializadas e exclusivas para a infância e a juventude. Nos municípios que não possuem esse órgão, as atribuições são acumuladas por juiz de outra alçada, conforme dispuser a Lei de Organização Judiciária.
3.7 Prevenção 
A partir, portanto, do conhecimento dos vários tipos de maus-tratos, os profissionais envolvidos com a população infanto-juvenil poderão adotar medidas clínicas e legais eficazes de prevenção e atendimento. Tanto nos setores governamentais, como Saúde, Educação, Assistência Social, Justiça e outros, como os parlamentares das três esferas de governo, os operadores dos direitos (conselhos de direitos e tutelares), a mídia, o terceiro setor e a sociedade como um todo, representada pelas famílias e comunidades, estarão aptos a participar no sentido da prevenção e adequado encaminhamento dos casos, formando uma grande articulação interssetorial e interdisciplinar.
A prevenção da violência se faz em três níveis, os níveis primário, secundário e terciário têm características próprias, a saber:
 Nível primário: contempla a sensibilização dos profissionais no sentido da atuação preventiva junto às pessoas e comunidade. A prevenção primária prevê a promoção da melhoria das condições de vida dos indivíduos, as discussões ampliadas nas diversas instituições, famílias, mídia sobre o tema da violência contra crianças e adolescentes, sempre com o intuito de trazer à tona o conhecimento sobre os maus-tratos, com vistas ao seu reconhecimento precoce, atendimento e prevenção de novos casos. Ao mesmo tempo, a prevenção primária deve incluir a promoção da cidadania da população infanto-juvenil, dando-lhe a oportunidade de sua livre expressão e respeito às opiniões e informações por ela emitidas.
 Nível secundário: propõe-se a identificar os casos, seu diagnóstico e intervenção precoces. As atividades de prevenção da violência têm que abranger os aspectos sociais, físicos e mentais, não se reduzindo à vítima individualmente, assim como atuar em articulação com os outros setores, como a Educação, a Assistência Social, a Justiça, entre outros. Neste nível de prevenção, é importante suspeitar de maus-tratosquando o profissional se deparar com contradições entre o achado clínico e a história contada pelos pais/responsáveis. A equipe multidisciplinar tem papel fundamental nessas ocasiões, com seus olhares diferenciados na avaliação da vítima.
 Nível terciário: refere-se ao atendimento em serviços hospitalares e institucionais, configurando-se em ações de maior complexidade no atendimento. A adequada organização dos serviços de Saúde é fundamental para a funcionalidade da atuação frente aos casos de violência.
3.8 Índice e pesquisa sobre a violência contra a criança e adolescente 
A violência contra a criança e adolescente envolve todo ato ou omissão exercida pelos pais, parentes, outros indivíduos e instituições capazes de causar transtornos. A pratica de violência contra crianças e adolescentes não é recente, entretanto sua visibilidade vem obtendo novos contornos, principalmente, na proporção e extensão que vem ocorrendo nas duas últimas décadas, no Brasil
Especificamente a violência contra a criança e o adolescente é classificada das seguintes formas: a física, a psicológica, a sexual, a negligência e ainda a síndrome de Muchausen por procuração, ou seja, simulação de problemas de saúde da criança pelos pais ou responsáveis. No caso do trabalho infantil, além de ser uma violência social é também uma violência intrafamiliar, por ser considerada de caráter interpessoal. A violência contra a criança e o adolescente, assim como a crise dos sistemas presidiário e policial, têm ocupado lugar de destaque nos últimos anos, sendo veiculados pelos principais meios de comunicação. Atualmente violência não é mais exclusividade do setor jurídico, sobretudo por ter se tornado um dos mais graves problemas de saúde pública no Brasil e no mundo.
A legislação brasileira para proteção de crianças e adolescentes é uma das mais avançadas do mundo. Entretanto, os indicadores apontam para alarmante estatística segundo a qual cerca de 20% desses indivíduos são vítimas de alguma forma de violência. Como previsto na Constituição Federal é atribuído à sociedade e ao Estado o dever de assegurar à criança e ao adolescente o respeito aos seus direitos fundamentais. Segundo descreve o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é dever da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar com absoluta prioridade a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária.
No Brasil, a violência estrutural, responsável pela desigualdade social, contribui com o desenvolvimento da violência interpessoal, nos diferentes segmentos sociais, em especial na dinâmica e no modelo familiar. Estudos apontam que a violência doméstica faz parte de um contexto socioeconômico e cultural, que pode influenciar o comportamento agressivo dos familiares, os quais tendem a repetir as condições de exploração e abandono de que são vítimas, contribuindo assim para a perpetuação da violência contra crianças e adolescentes, num ciclo vicioso.
Nesse contexto, o conjunto de leis e instrumentos legais que garantem a essa população seus direitos e interesses necessitam ser mobilizados pelos diferentes segmentos, grupos sociais e profissionais, com vistas a viabilizar a prática desses direitos, frente à sociedade e à família. Cabe destacar o papel do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - lei 8.069, 1990), cujo principal desafio é a legalização e reorganização das práticas de atendimento e proteção à infância e adolescência, nos aspectos jurídicos, atenção biopsicossocial, direitos fundamentais, tornando obrigatória a denúncia de quaisquer formas de arbitrariedade e violência, consideradas violação dos direitos fundamentais.
No Brasil, o fenômeno da violência tem mobilizado as diferentes áreas do conhecimento, no estabelecimento de parcerias que buscam agilizar diferentes estratégias de prevenção e intervenção, no enfrentamento do problema. Essa prática visa assegurar o cumprimento de princípios legalmente assegurados no ECA, quanto às políticas e programas voltados à violência social e interpessoal contra crianças e adolescentes.
O Brasil possui uma das taxas de homicídio mais altas da América Latina, que por sua vez é uma das regiões mais violentas do mundo. Fica atrás apenas de países como Venezuela, Colômbia e algumas nações da América Central e supera países vizinhos como Chile, Uruguai e Argentina. Nas últimas décadas, diversas pesquisas têm demonstrado que as maiores vítimas da violência letal no Brasil são os adolescentes e os jovens, particularmente os negros, do sexo masculino e moradores de favelas e periferias urbanas. 
As mortes ocorrem justamente naqueles lugares onde há uma superposição de violação de direitos sociais e econômicos. Os dados revelam um crescimento dramático da violência letal no país durante os anos 80 e 90, particularmente na faixa etária compreendida entre 15 e 19 anos. A partir de 2003, no entanto, foram registradas quedas nos índices de homicídios. Um dos argumentos utilizados para justificar essa redução é a entrada em vigor do novo Estatuto do Desarmamento, que tornou mais rígidas as penas por posse e porte de armas de fogo e promoveu uma campanha de entrega voluntária de armas. Apesar disso, os homicídios de adolescentes e jovens ainda atingem índices muito altos em diversos municípios do país.
Em 2005, o UNICEF organizou uma consulta nacional sobre ações para reduzir a violência contra crianças e adolescentes, que identificou problemas relevantes como: falta de confiabilidade dos dados disponíveis, desarticulação dos programas e fragmentação das ações existentes de prevenção à violência, dificuldades diversas no campo da replicação e da sustentabilidade dos programas e projetos locais e baixo impacto destes. 
Diante de tal quadro, o Observatório de Favelas, o UNICEF, a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente e o Laboratório de Análise da Violência (LAV-UERJ) se articularam para desenhar estratégias para pautar o tema da mortalidade de adolescentes e jovens na sociedade como prioridade da agenda pública. Neste sentido, em 2007, teve início o Programa de Redução da Violência Letal (PRVL), que contempla três objetivos centrais:
Mobilizar e articular a sociedade em torno do tema da violência letal contra adolescentes e jovens; 
Elaborar indicadores que permitam monitorar de maneira sistemática a incidência de homicídios entre adolescentes, e servir de base para uma avaliação mais aprofundada dos impactos das políticas de prevenção; 
Identificar, analisar e difundir metodologias que contribuam para a redução da violência letal contra adolescentes e jovens no Brasil.
 Brasil registra diariamente 233 agressões a crianças e adolescentes, dados mostram que parte dessas situações ocorre no ambiente doméstico ou tem como autores pessoas do círculo familiar e de convivência das vítimas.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) firmou parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Ministério dos Direitos Humanos, para buscar soluções contra agressões a crianças e adolescentes. Diariamente, são notificadas no Brasil, em média, 233 agressões de diferentes tipos (física, psicológica e tortura) contra crianças e adolescentes com idade até 19 anos.
Um grupo de trabalho formado por técnicos e especialistas das três entidades analisa as estatísticas, a legislação e as diferentes percepções sobre o problema para desenvolver estratégias específicas. Dados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), ligado ao Ministério da Saúde, mostram que, somente em 2017, foram feitas 85.293 notificações.
Os dados foram extraídos pela Sociedade Brasileira de Pediatria e indicam que parte dessas situações ocorre no ambiente doméstico ou tem como autores pessoas do círculo familiar e de convivência das vítimas.
Do total de casos notificados pelos serviços de saúde, 69,5% (59.293) são decorrentes de violência física; 27,1% (23.110) de violência psicológica;e 3,3% (2.890) de episódios de tortura. O trabalho não considerou variações como violência e assédio sexual, abandono, negligência, trabalho infantil, entre outros tipos de agressão, que serão abordados pela SBP em publicação a ser divulgada em 2020.
A série histórica (de 2009 a 2017) revela que o volume de agressões chega a 471.178 registros. No primeiro ano da série, houve 13.888 notificações (média de 38 por dia). Oito anos depois, o volume cresceu 34 vezes.
3.9 Internações e mortes
A Sociedade Brasileira de Pediatria ressalta que o resultado dos episódios de agressão contra crianças e adolescentes provoca um número significativo de internações hospitalares e de mortes. Entre 2009 e 2014 (último ano com informações disponíveis), houve 35.855 encaminhamentos para hospitalização e 3.296 óbitos. Como geradores, registros de violências física e psicológica ou de tortura.
Os cálculos com base nas informações do Sinan mostram que, em média, 13,5% das notificações dos três tipos de agressão evoluem para hospitalizações. Além disso, no período analisado, a cada dia, pelo menos uma criança ou adolescente morreu vítima de maus-tratos. Somente em 2014, ano mais recente com dados específicos sobre esses registros, foram 7.291 internações e 808 óbitos.
Em 2017, foram notificados 53.101 casos contra meninas, ou seja, 62,2% mais do que os registros em garotos (32.169). Em 2009, as ocorrências envolvendo somente as jovens somaram 8.518 (61%). Em 2016, esse índice foi de 59% (41.065 ocorrências).
Pelos dados do Sinan, as populações pediátricas em situação de maior risco de violência são os faixas de 10 a 14 anos (com 20.773 ocorrências em 2017) e de 15 a 19 anos (44.203 notificações no período). Juntas, elas contabilizam 66.976 casos. Em 2009, os dois segmentos somaram 9.309 registros. Entre 2009 e 2017, o volume de notificações em jovens de 10 a 19 aumentou sete vezes.
O Sinan mostra que, em números absolutos, as ocorrências desse tipo de violência, em 2017, foram mais frequentes nos seguintes estados: São Paulo (21.639 casos), Minas Gerais (13.325), Rio de Janeiro (7.853), Paraná (7.297) e Rio Grande do Sul (5.254). Os dados representam, respectivamente, 25,3%, 15,6%, 9,2%, 8,5% e 6,1% do total de registros naquele ano.
A Sociedade de Pediatria destaca ainda que muitas situações não chegam aos locais de atendimento, pois os agressores não levam as vítimas para receber cuidados médicos, “o que geralmente só acontece quando a violência assume proporções graves”.
Apesar do encaminhamento da notificação não constituir denúncia legal contra os autores da violência contra crianças ou adolescentes, ele é o disparador da linha de cuidados voltados para pessoas em situação de risco. Da mesma forma, funciona como subsídio para a elaboração de políticas públicas sobre o tema.
4. CONCLUSÃO
Conforme foi pesquisado, as crianças e adolescentes são tratados com base em ações que oscilam entre negligencia, punição e medidas puramente assistenciais.
Antes do Estatuto da criança e do adolescente ser criado, a criança e o adolescente eram tratadas como meio-cidadãos portadores de poucos direitos. Agora com o advento deste estatuto, tornam-se visíveis. Ainda conforme o ECA é dever do estado, da família e da sociedade prover-lhe segurança, escola, saúde, dignidade e resguarda de toda forma de violência entre outros.
O estudo evidenciou que as crianças e adolescentes vivenciam em seu cotidiano inúmeras situações de violência tanto no ambiente comunitário quanto familiar. No cenário familiar foi verificado que as crianças e adolescentes convivem com conflitos, ausência de orientação religiosa, desemprego dos responsáveis, responsabilidade com os afazeres domésticos e cuidados com os irmãos menores, pouco estímulo para os estudos, exposição às agressões físicas e psicológicas veladas no seio da sociedade, marcada pela exclusão social.
O papel do psicólogo está sendo cada vez mais importante no meio jurídico e principalmente nos casos de violência e nas varas de família. No contexto da proteção à amenização dos danos por ela causados, os profissionais da psicologia se ressaltam, tendo em vista seu papel protetivo e o potencial para auxiliar na amenização dos danos psicológicos causados as crianças e adolescentes vitimados.
A posição dos profissionais frente a essas violências, não podem ser julgadoras ou punitivas, é preciso estabelecer uma relação de confiança. A atuação do psicólogo deve ser principalmente no modelo clinico e individual, devendo ser um trabalho minucioso e centrado.
Tais profissionais tem bastante dificuldades destacadas no seu trabalho. A superação de tais violências depende de ações articuladas e é fundamental que trabalhadores sociais se envolvam com a vida de seus protegidos.
Nos casos de tais violência o papel do psicólogo é de extrema importância, pois o acompanhamento em muitos casos vai até a fase adulta, pois o trauma causa uma marca fixa para vida toda. Diante das pesquisas realizadas tais violências deixam marcas que interferem muito no desenvolvimento dessa criança ou adolescente para a vida adulta. O trabalho de acompanhamento profissional ajuda a amenizar e a desenvolver um adulto que consiga viver em sociedade.
Em meios as pesquisas concluímos de que a violência contra crianças e adolescentes não é só um problema jurídico, se tornou um problema de saúde pública. Os órgãos e entidades governamentais e não governamentais precisam e devem trabalhar juntos à sociedade e instituições para ao menos tentar amenizar e melhorar a qualidade de vida dessas crianças e adolescentes. 
REFERENCIAS
Agencia Brasil- Violência mata uma criança ou um adolescente a cada 7 minutos- Andreia Verdelio- Brasília- 01/11/2017
Âmbito jurídico- Atenção aos sinais: as várias formas de violência contra crianças e adolescente, sujeitos em condição peculiar de desenvolvimento- Flavia Aparecida de Mello -01/05/2015
Direitos Negados – A violência contra a criança e adolescente no brasil- Unicef Brasil- 12/2006
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/4553
http:dx.doi.org/10.1590/51414-98932008000300010
https://doi.org/10.1590/S0104-11692006000400023
https://doi.org/10.1590/S1519-38292001000200002
https://doi.org/10.1590/S1413-81232007000500010
https://veja.abril.com.br/brasil/brasil-registra-diariamente-233-agressoes-a-criancas-e-adolescentes/
O papel do psicólogo jurídico na violência contra intrafamiliar: Possíveis articulações- Tais Burin Cesca-12/05/2004
Psicólogado-Intervenção do Psicólogo Forense em Situação de Violência Domestica contra a criança e o adolescente-Alex Barbosa Sobreira de Miranda -08/2012
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