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Semiologia Pediátrica - Aleitamento materno

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LUCAS ALBERNAZ 1 
 
PRÁTICA MÉDICA 
AULA 3 ⚫ ALEITAMENTO MATERNO 
O uso disseminado do leite não humano em crianças pequenas é o maior experimento não controlado 
envolvendo a espécie humana. 
Ministério da saúde recomenda a amamentação até os 6 meses de vida. 
Apesar de ser uma prática fisiológica, ela sofre muitas influências socioculturais. 
Mesmo que a fórmula (leite de vaca modificado), a seja preparada para um bebê ele dá mais proteína do que 
o leite humano. Não tem como comparar nunca uma criança que tomou leite de fórmula com um criança que 
tomou leite de peito. São desenvolvimentos diferentes em termo de peso e comprimento. 
Várias doenças têm uma incidência menor em mães que amamentam como doenças inflamatórias, colite 
ulcerativa, linfoma, alguns tipos de câncer, DM, obesidade. 
A AMAMENTAÇÃO DEVE OCORRER NA 1ª HORA APÓS O PARTO 
A sucção espontânea pode não ocorrer antes dos 45 minutos a 2 horas após o parto. Já na sala de parto o bebê 
deve ser colocado no peito da mãe. 
O bebê abocanha grande parte da aureola e não o bico. Mães que tem o bico para dentro não é motivo para 
não amamentação ou dificuldade, porque o importante é o bebê abocanhar a aureola e com o movimento de 
sucção o bico vai aparecendo. 
O bebê já nasce com o reflexo de sucção 
Contato precoce está associado: maior duração da amamentação, melhor interação mãe-bebê, melhor controle 
da temperatura, níveis mais altos de glicose, menos choro do RN. 
Sucção precoce da mama reduz o risco de hemorragia pós-parto, ao liberar ocitocina, e de icterícia no RN, por 
aumentar a motilidade gastrintestinal. Aumenta o clearance biliar e diminui a chance de icterícia 
Livre demanda (o bebê mama a hora que quer): diminui a perda de peso inicial do RN, favorece a recuperação 
mais rápida do peso ao nascimento, promove a descida do leite mais rápida, estabiliza os níveis de glicose do 
RN e previne o ingurgitamento mamário. Não aumenta o risco de trauma mamilar. 
As fissuras que aparecem na mama é porque o esvaziamento da mama ocorreu de forma inadequada. Quando 
acontece a descida do leite, a mama fica muito grande então distende a pele favorecendo as fissuras. A melhor 
forma de evitar as fissuras é esvaziar a mama através de movimentos circulares da base em direção ao mamilo 
e esvaziar a mama, facilitando até mesmo a pega adequada do bebê 
NÃO EXISTE LEITE FRACO E SIM MAIS CALÓRICO OU MENOS CALÓRICO. O leite menos calórico 
faz o bebê mamar mais tempo. O leite é suficiente para o bebê. Quanto mais o bebê mamar, mais lente essa 
mãe vai produzir. 
A descida do leite pode demorar geralmente de 2 a 3 dias, geralmente no segundo dia. 
 
LUCAS ALBERNAZ 2 
 
ESTRUTURA DA MAMA 
A. Canais galactóforos 
B. Alvéolo mamário 
C. Seios galactóforos 
D. Mamilo com poros mamilares 
E. Aréola 
Os Alvéolos mamários produzem o leite materno que vão 
para o seio galactóforo através dos canais galactóforos. Os 
seios é onde o leite fica depositado que se encontra bem por 
trás da aréola. Por esse motivo, quando o bebê abocanha a 
aréola, os seios são comprimidos e o leite sai pelos poros do 
mamilo. 
O estrogênio durante a gestação é responsável pela 
proliferação dos ductos e a progesterona vai promover o desenvolvimento dos alvéolos mamários. A 
prolactina que é responsável para a produção do leite, já é produzida na 5ª semana de vida, mas a alta 
produção de prolactina ocorre ao nascimento. 
A progesterona e o estrogênio tem a função de inibir a secreção de leite, a prolactina tem função oposta. 
Ao nascimento com a saída da placenta há uma queda abrupta desses hormônios e a secreção do leite 
aumentar e começa a produção da prolactina. A prolactina é produzida de 10 a 20x mais do que a produção 
intrauterina. Ela determina a descida do leite – chamada de Apojadura 
Após o nascimento do bebê, ele é colocado o quanto antes no dorso da mãe e como resposta ao contato pele 
apele, o bebê promove o reflexo de busca. 
Ao iniciar a amamentação, o bebê abocanha a maior parte possível da aréola do seio da mãe, sendo muito 
importante porque ali está presente os seios galactófagos responsáveis por acumular o leite produzido pelos 
alvéolos galactóforos, passando pelos canais galactóforos e sendo armazenado no seio galactóforo. 
O primeiro leite é mais amarelo, chamado de gotas de ouro porque é riquíssimo em IgA secretora, 
imunoglobulina que faz proteção da mucosa, protegendo o bebê de infecções. 
O fator neurogênico responsável pela lactação é a sucção que envia sinais nervosos, a partir dos mamilos para 
o Hipotálamo causando um jorro de 10 a 20x da secreção de prolactina que irá durar cerca de 1 hora. 
É esta prolactina que atua sobre as células alveolares mantendo a glândula secretando leite para dentro do 
alvéolo. 
 
 
 
LUCAS ALBERNAZ 3 
 
POSIÇÃO DE AMAMENTAÇÃO 
A melhor posição é amamentar com o bebê semissentado, de frente para a mãe e com ela apoiando a cabeça 
(tem que estar confortável). 
A mãe tem que levantar a mama para o bebê (pode-se posicionar a mão como a mãe na imagem ao lado ou 
em formato de C), sem fazer movimento de tesoura para não danificar a saída de leite. Esses detalhes são 
muito importantes para o começo da amamentação. 
Sinais que o bebê está mamando de forma correta: 
• Bochechas arredondadas 
• Lábio inferior voltado para fora 
• Boa parte da aréola dentro da boquinha do bebê 
Sinais que o bebê está mamando de forma ineficaz: 
• Bebê pegando somente o bico 
• Bochechas fundas (boca de peixe) 
• Lábio inferior voltado para dentro 
Outros sinais que identificam que a amamentação está 
correta: 
• Boa sucção (maior ou igual a 8 mamadas por dia), 
evacuações frequentes (perguntar quantas fraudas a mãe 
está trocando por dia) são 8 a 10 fraudas por dia, diurese 
abundante maior que 6x, ganho de peso de 20 a 30g por 
dia. 
• Tempo de permanência na mama em cada mamada é 
variável entre 15 e 20 min. 
• Esvaziar a mama é importante. Leite posterior contém 
mais calorias (lipídeos) e sacia o bebê. 
Não deve pesar o bebê na primeira semana porque há perda de peso fisiológico e não é culpa do leite 
materno. Só devemos pesar após 15 dias. 
Prevenção do trauma mamilar: 
1. Técnica correta 
2. manter as mamas secas 
3. não usar sabão ou álcool 
4. amamentação frequente: menos chance de sugar com muita força e evita o enchimento excessivo da 
mama. 
5. Técnica para interromper a mamada 
6. Aplicação de LH nos mamilos pós mamada 
 
 
LUCAS ALBERNAZ 4 
 
TODOS ESSAS INFORMAÇÕES SÃO PARA EVITAR OS PROBLEMAS ABAIXO: 
• Ingurgitamento mamário: amamentar frequentemente. Se a aréola estiver tensa faz-se necessária 
ordenhar antes para que ela fique macia o suficiente para o bebê abocanhar a mama; massagem delicada 
das mamas: importante na fluidação do leite viscoso e no estímulo do reflexo de ejeção do leite; 
compressas frias em intervalos regulares por 15 minutos. 
• Presença de sangue no leite: rompimento dos capilares provocado pelo aumento súbito da pressão 
osmótica interalveolar na fase inicial da apojadura – transitório (48 horas) 
• Bloqueio dos ductos lactíferos: nódulos mamários dolorosos. Amamentação frequente, calor local e 
massagem pré e pós mamada. 
• Mastite: não é uma contra indicação formal. Manter amamentação e antibioticoterapia. A mãe com 
mastite pode ter febre. 
• Abscesso: evolução da mastite. Amamentação deve ser mantida na mama não afetada. A drenagem do 
abscesso deve ser cirúrgico. O antibiótico não penetra no abscesso. 
GANHO DE PESO INADEQUADO EM ALEITAMENTO: 
• Mamadas curtas e infrequentes 
• Separação mãe – bebê 
• Uso de chupetas e/ou mamadeiras 
• Má pega 
• Posicionamento errado da mãe 
• Introdução de água, chás 
• Introdução de suplemento 
• Bebês PIG, prematuros 
• Bebês doentes 
• Uso de protetores de mamilo 
• Inibição psicológica: estresse, dor 
COMPOSIÇÃO DO LEITE HUMANO (LH) 
Qual a vantagem do LH em relação ao leite de vaca? 
Obs. A fórmula é retiradado leite de vaca, porém é modificado para que fique parecido com o leite humano. 
A proteína que predomina no LH é a lactoalbumina e 
a Lactoglobulina que são proteínas homólogas de fácil 
solubilidade no ph do estômago. Uma pequena 
percentagem é caseína homóloga, mas com digestão 
mais lenta. 
No leite de vaca o predomínio é a caseína, proteína 
heteróloga (da vaca) de difícil digestão, difícil 
solubilidade no ph da estômago. Além disso o leite de 
vaga tem mais sódio, favorecendo a desidratação por 
distúrbio de sódio. 
 
LUCAS ALBERNAZ 5 
 
O primeiro leite é o colostro, rico em proteína (IgA secretora) – é o primeiro leite (gotas de ouro) 
Leite de transição (até 10 dias pós parto) 
Leite mais maduro (15 dias pós parto em diante) 
O leite humano não é tão rico em ferro, mas cerca de 50 
a 70% desse ferro é absorvido. A carne vermelha por 
exemplo, tem absorção de 20% do ferro apenas. Ou seja, 
nenhum alimento tem absorção de ferro igual ao leite 
humano. 
 
• As caseínas predominantes no LV (80%) são proteínas de baixa solubilidade em meio ácido (LH 35%). 
• As lactoalbuminas e globulinas (65%) são de fácil digestibilidade. A lactoalbumina (35%) está envolvida 
na síntese da lactose 
• A lactoferrina facilita a absorção de ferro e tem um papel nas defesas do RN, particularmente contra 
bactérias. 
• Absorção do ferro do LH é de 50 a 70% 
• As gamaglobulinas presentes no LH atuam na imunidade intestinal. 
• Os leucócitos do LH – responsáveis pelas propriedades anti-infecciosas e imunológicas. 
• Os macrófagos apresentam grande capacidade fagocitária protegendo o intestino de colonização 
bacteriana. 
• Além da conhecida circulação enteromamária de Linfócitos B, os linfócitos T da mãe também podem ser 
absorvidos intactos através do trato GI. 
• O LH contém AC anti IgA secretores que impedem a aderência de microorganismos à parede celular 
intestinal. O colostro é muito rico em IgA (cerca de 20 vezes). 
• Macrófagos, lisozimas e lactoferrina do LH exercem um papel protetor contra infecção intestinal. 
• A lactose desempenha importante papel como substrato para a flora bacteriana que se instala nos RN: o 
lactobacillus bifidus, que protege o hospedeiro lactente reprimindo o crescimento de bactérias gram-
negativas. 
• Presença de citocinas anti-inflamatórias, pró-inflamatórias e fatores de crescimento no leite humano 
• As citocinas operam em rede e orquestram o desenvolvimento e função do sistema imune. 
• Nicola, 2000: várias citocinas têm sido identificadas no LH: IL-1, TGF-alfa, TGF-B2, EGF, IL-12, TNF-
alfa, IL-6 IL-8, interferon-gama, IL-10. 
• Fatores de crescimento de colônias (GM-CSF e G-CSF) 
A presença e compreensão do papel destas importantes moléculas biologicamente ativas no leite humano 
dão cada vez maior peso aos argumentos de que não há substituto a altura e que todas as mães deveriam ser 
encorajadas a amamentar seus filhos. 
COMPOSIÇÃO E VANTAGENS DO LH (LEITE HUMANO): 
As propriedades imunológicas do LH protege os bebês de diarreias e infecções respiratórias (pneumonia, 
otite média) 
LUCAS ALBERNAZ 6 
 
A mortalidade por doenças infecciosas foi 6x maior em crianças menores de 2 meses não amamentadas, 
quando comparadas com crianças alimentadas no peito. Com a idade a proteção contra mortes por diarréia 
diminuiu, enquanto a proteção contra mortes por infecções respiratórias se manteve constante nos primeiros 
2 anos de vida. 
Estudo multicêntrico europeu – RN pré-termo não amamentados ou em aleitamento misto tiveram uma 
chance de 10,6 a 3,5 maior de morrer por enterocolite necrosante. 
Academia Americana de Pediatria, 1997 – possível proteção contra a Síndrome de morte súbita, diabete 
insulinodependente, Doença de Crohn, colite ulcerativa, linfoma, doenças alérgicas e outras doenças 
crônicas do aparelho digestivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO: 
Bebê que apenas toma leite materno, diretamente da mama ou extraído, e nenhum outro líquido ou sólido, 
com exceção de suplementos de vitaminas, minerais ou medicamentos. 
ALEITAMENTO MATERNO PREDOMINANTE: 
Quando o lactente recebe além do leite materno, água ou ou bebidas à base de água, como sucos de frutas e 
chás. 
ALEITAMENTO MATERNO: 
Quando a criança recebe leite materno, diretamente do seio ou extraído, independentemente de estar 
recebendo qualquer alimento ou líquido, incluindo leite não humano 
ALIMENTOS COMPLEMENTARES são quaisquer alimentos que não o leite humano oferecidos à crianças 
amamentada. 
ALIMENTOS DE TRANSIÇÃO: alimentos complementares especialmente preparados para a criança 
pequenas até que elas passem a participar do cardápio familiar. 
 
LUCAS ALBERNAZ 7 
 
 
Referências Bibliográficas: 
RODRIGUES T.R. E RODRIGUES P.P.B. Semiologia Pediátrica. 3a edição. Rio de Janeiro ISBN-10: 
85277715783. Guanabara Koogan, 2009.

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