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Beatriz Van Der Veere Nuno 2022.1 1 Síndromes diarreicas Resumo slide Definição: Aumento do número habitual de evacuações ✓ Diminuição da consistência das fezes ✓ Aumento da massa fecal (>200g/dia) OBSERVAÇÃO: Considerar ritmo intestinal prévio!! Classificação: 1. Quanto à fisiopatologia: a. Osmótica b. Secretória c. Inflamatória d. Motora e. Disabsortiva 2. Quanto à cronologia: a. Aguda b. Persistente c. Crônica 3. Quanto ao local de origem: a. Alta b. Baixa Fisiopatologia: É um processo complexo Raramente envolve apenas um mecanismo fisiopatológico Ex 1. Cólera - Grande estímulo à secreção, altera a motilidade, toxinas que alteram a permeabilidade da membrana Ex 2. Doenças inflamatórias intestinais - Lesão da mucosa intestinal, produção de secretagogos pelo sistema imunológico, down regulation de canais Sinais e sintomas: A. Febre B. Tenesmo/urgência fecal Beatriz Van Der Veere Nuno 2022.1 2 C. Inapetência/anorexia D. Dor abdominal E. Flatulência F. Náuseas/vômitos G. Perda de peso OBSERVAÇÃO: Pode ou não vir acompanhada de outros sintomas Escala de Bristol: Aspecto das fezes: Tipo 1: Pedaços separados, duro como amendoim Tipo 2: Forma de salsicha, mas segmentada Tipo 3: Forma de salsicha, mas com fendas na superfície Tipo 4: Forma de salsicha ou cobra, lisa e mole Tipo 5: Pedaços moles, mas contornos nítidos Tipo 6: Pedaços aerados, contornos esgarçados Tipo 7: Aquosa, sem peças sólidas Diarreia osmótica: Presença de substâncias osmoticamente ativas, pouco absorvidas na luz intestinal Retenção de água na luz intestinal para manter a osmolaridade intraluminal Ex’s. Uso de álcool, medicamentos (sorbitol, manitol), intolerância à lactose e frutose Melhora com o jejum Associação/piora dos episódios com a ingesta do alimento suspeito Flatulência Ao exame, distensão abdominal, hipertimpanismo, hiperemia perianal Diarreia secretória: Decorre da anormalidade do mecanismo de secreção intestinal, induzida por toxinas bacterianas, hormônios, medicamentos Decorre de dano ao nível do epitélio dos enterócitos por ação de vírus Causa mais comum: 1. Infecções produtoras de enterotoxinas Ex. Infecção por E. coli enterotoxigênica 2. Produção excessiva de hormônios e secretagogos Ex. Gastrina (gastrinoma), Síndrome carcinoide (serotonina, prostaglandina, calcitonina), VIPomas Diarreia alta, não disentérica, geralmente indolor, com febre, com/sem desidratação, que persiste com o jejum, aquosa com grande volume Diarreia motora: Beatriz Van Der Veere Nuno 2022.1 3 Aceleração e/ou redução do trânsito intestinal Causas: 1. Doenças funcionais Ex. SII 2. Doenças metabólicas 3. Doenças endócrinas Ex. Hipertireoidismo, DM 4. Fármacos Diarreia inflamatória ou exsudativa: Secundária a processos inflamatórios, com consequente lesão de mucosa e aumento da permeabilidade intestinal Ex. Doença inflamatória intestinal, neoplasias, shigelose, colite pseudomembranosa Presença de sangue misturado às fezes e muco: Disenteria Aumento do ritmo intestinal > 5x/dia (até 20x/dia), com fezes de pequeno volume, que persistem com o jejum Tenesmo, urgência e até incontinências fecais Diarreia disabsortiva: Deficiências digestivas e lesões parietais que impedem a correta digestão ou absorção Ex. Pancreatite crônica com insuficiência pancreática Presença de restos alimentares Ex. Macarrão, carne Esteatorreia: Fezes amareladas, grudam no vaso sanitário ou boiam, de mau odor Grande volume fecal e ritmo intestinal < 5x/dia Perda de peso Diarreia aguda X crônica: Diarreia aguda: • Geralmente < 7 dias até 4 semanas • A maioria é infecciosa (viral ou bacteriana) --> > 7 dias --> Possibilidade de protozoários • Manifestações associadas: 1. Náuseas 2. Vômitos 3. Febre 4. Hipoatividade 5. Outros contactantes com quadro similar, sintomas de VAS Diarreia crônica: • Acima de 4 semanas Beatriz Van Der Veere Nuno 2022.1 4 Ex. 1. Parasitoses 2. Doenças funcionais 3. Intolerâncias alimentares 4. DII 5. Infecções crônicas (imunocomprometidos) 6. Neoplasias 7. Medicamentos • Causas: A. Diarreia funcional B. Síndrome do intestino irritável C. Doença inflamatória intestinal: Retrocolite ulcerativa e Doença de Crohn D. Enteropatia perdedora de proteína E. Síndromes disabsortivas F. Alergia alimentar G. Doença celíaca: Relacionada ao glúten Diarreia alta X baixa: Diarreia alta: • Grande volume • Poucas evacuações (6) • Ausência de muco, pus ou sangue nas fezes • Dor em mesogástrio • Ausência de tenesmo • Presença de restos alimentares Diarreia baixa: • Pequeno volume • Muitas evacuações (> 10) • Pode cursar com muco, pus ou sangue nas fezes • Dor em hipogástrio/fossa ilíaca • Com tenesmo • Ausência de restos alimentares Investigação da diarreia - Avaliação clínica: Avaliar duração do episódio Avaliar o possível agente etiológico Classificar a diarreia em inflamatória ou não inflamatória Diarreia funcional X diarreia orgânica Avaliar gravidade do quadro Diarreia no paciente com AIDS Indicada nas seguintes situações: • Diarreia inflamatória • Sanguinolenta • Severa depleção de volume • Duração maior que 3 dias • Hospedeiro imunocomprometido • Dor abdominal importante e persistente • Sinais de irritação peritoneal • Surto na comunidade Beatriz Van Der Veere Nuno 2022.1 5 • Sinais de doença sistêmica História clínica: • Início dos sintomas, tempo de evolução, ingestão de alimentos suspeitos, uso de medicamentos • Número de dejeções, aspecto das fezes, volume, presença de muco ou sangue • Sintomas associados: Febre, dor abdominal, náuseas e vômitos • Perda de peso, desnutrição, sangramentos, anemia • Sinais de desidratação • Alternância de ritmo intestinal • Fatores de risco para HIV • Etilismo Apresentação clínica bastante semelhante, independente do agente causador Inflamatória X não inflamatória Inflamatória: • Bactérias invasivas ou produtoras de citotoxinas, parasitas - Ílio e Cólon • Quadro mais grave • Ruptura de mucosa, com perda de líquido, hemácias e leucócitos Exame físico: • Avaliar o grau de desidratação • Níveis pressóricos • Temperatura • Nível de consciência • Estado nutricional • Palidez • Icterícia • Presença de linfonodos ou massas abdominais • Toque retal: Diarreias inflamatórias, neoplasias, avaliar fístulas Avaliação laboratorial: • Descrição macroscópica das fezes: Fezes aquosas, sem muco e sangue, sem febre, sugere diarreia secretória: Intoxicações alimentares • Pesquisa de leucócitos nas fezes: Diarreia inflamatória (infecciosa, autoimune) • Pesquisa de sangue culto nas fezes - Doença neoplásica • Parasitológico de fezes • Coprocultura: Salmonela • Hemograma, VHS, PCR: Avaliar grau de anemia, leucocitose, afastar doença inflamatória • Glicemia: Afastar diabetes • Pesquisa de Clostridium difficille: Colite pseudomembranosa, relacionado a uso de antibióticos • Retossigmoidoscopia e colonoscopia: Doenças inflamatórias e neoplásicas • Êntero ressonância e Êntero tomografia: Avaliar delgado nas doenças inflamatórias • Capsula endoscópica: Avaliar delgado Diagnóstico diferencial de diarreias: Incontinência fecal Beatriz Van Der Veere Nuno 2022.1 6 Diarreia fictícia Síndrome de Munchausen Bulimia Anamnese: • Como avaliar os antecedentes pessoais de um paciente com diarreia aguda? • O que é importante avaliar e por que? • Como avaliar os antecedentes pessoais de um paciente com diarreia crônica? • O que é importante avaliar e por que?
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