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DOENÇAS EXANTEMÁTICAS · Vamos falar sobre sarampo, rubéola, parvovírus, vírus Epstein- Barr. · Sabemos que exantemas são erupções cutâneas. Então, nas doenças exantemáticas, temos o surgimento de lesões cutâneas disseminadas. · Vamos ver quais vírus podem causar esse exantema. · Como qualquer virose, apresenta algumas fases: · 1. Fase de incubação. · 2. Fase prodrômica – em que o paciente apresenta sintomas inespecíficos. · 3. Fase exantemática – é a fase da doença propriamente dita. · 4. Fase de Convalescença – é a fase de cura, onde o paciente apresenta soroconversão. SARAMPO · Família Paramyxoviridae. · Gênero: Morbillivírus. · Tinha sido erradicado há alguns anos com a vacinação (tríplice viral). Hoje, por conta da facilidade de locomoção de um país para o outro, temos maior probabilidade de disseminação das doenças. · Apresenta uma distribuição mundial. · Temos a vacina viva atenuada disponível, que é a Tríplice Viral. · Esse vírus está presente em secreções respiratórias e na urina de pessoas infectadas. Então, antes do paciente apresentar toda aquela fase de doença, ele vai apresentar sintomas semelhantes à um resfriado, como secreções respiratórias e coriza. Dessa forma, ele consegue infectar outras pessoas do seu convívio. · É uma doença típica de crianças – denominada doença infantil (pré-vacinação). · O período de incubação compreende o intervalo entre a exposição ao vírus e o início dos sintomas, sendo de aproximadamente 14 dias, mas pode variar de 10 a 21 dias. · Todas essas doenças exantemáticas que vamos comentar aqui apresentam um período de incubação em torno de 14, 15 dias. ESTRUTURA DO VÍRUS · É um vírus envelopado (apresenta envelope lipoprotéico). · O nucleocapsídeo é helicoidal. · É um vírus de RNA polaridade negativa. Dessa forma, ele tem que carrear com ele a RNA polimerase, para que ocorra a transcrição em RNA positivo e posteriormente a tradução. · Apresenta duas proteínas de superfície que são extremamente importantes: · Hemaglutinina H – responsáveis pela adsorção. Irá se ligar aos receptores da membrana. · Proteína F – é a proteína de fusão e penetração do vírus. · Essas proteínas de superfície auxiliam no processo de ligação ao receptor da célula hospedeira e a entrada do vírus na célula hospedeira. · Como é um vírus envelopado, ele apresenta uma proteína Matriz (M), que vai auxiliar no processo de saída do vírus da célula hospedeira, no brotamento. Além disso, ela também tem como função ligar o nucleocapsídeo ao envelope do vírus. · Imagem: vemos o genoma. Os genes que codificam o vírus do sarampo. · Quando RNA mensageiro desse vírus é traduzido nos ribossomos, vamos ter a síntese de proteínas. Mas, cada gene codifica uma proteína. · Esse genoma apresenta genes que codificam proteínas. · Do N até o M, temos os genes que vão codificar as proteínas do core. São genes que codificam proteínas envolvidas em montar o nucleocapsídeo. · Temos proteínas que codificam a polimerase, que é a proteína L. · Se conseguimos neutralizar a polimerase, nada vai acontecer. O processo de transcrição não acontece, e consequentemente, o processo de tradução também não. · Também temos os genes que codificam as proteínas do envelope (F e H). · Resumindo, esse genoma vai codificar 8 proteínas, das quais 6 são estruturais (P, L, N, H, F e M) e 2 não são estruturais (V e C). · As proteínas não estruturais estão envolvidas na replicação do vírus. Mas, não só na replicação. As proteínas V e C contribuem para a virulência do vírus através da regulação da transcrição e diminuição da sensibilidade aos efeitos antivirais dos interferons. Temos imunoterapia com interferons em várias situações, e essas proteínas V e C inibem esses efeitos que interferon produz. Então, o vírus consegue se replicar muito bem. · NÃO PRECISA DECORAR ISSO. O que ela precisa é que saibamos o que é a polimerase, a hemaglutinina e a proteínas de fusão. · Existem evidências de que pode ocorrer variabilidade do vírus do sarampo através de mutações nos genes H, F e N. Para que tenha novas partículas virais, precisamos de mutações exatamente nessas proteínas. · O vírus do sarampo é extremamente perigoso, uma vez que pode matar. O vírus do sarampo consegue produzir uma disseminação muito alta, consegue infectar um número muito grande de células. · Receptores da célula hospedeira: · CD46 – molécula regulatória do complemento, expressa em todas as células nucleadas humanas, principalmente as células epiteliais polarizadas. Isso quer dizer que o vírus do sarampo é capaz de infectar todas as nossas células nucleadas, todas as nossas células epiteliais, e por isso, ele pode matar. · CD150 ou SLAM: glicoproteína de membrana encontrada em linfócitos B e T ativados, macrófagos e células dendríticas. Isso significa que o vírus do sarampo pode causar imunossupressão, e a criança fica muito susceptível a apresentar infecções oportunistas, podendo evoluir até com pneumonia bacteriana. · A distribuição desses receptores é um determinante importante no tropismo celular do vírus. · Amostras de vírus selvagens normalmente ligam-se à célula hospedeira através do receptor SLAM, enquanto a maioria das amostras vacinais utiliza como receptores tanto CD46 quanto SLAM. REPLICAÇÃO DO VÍRUS · Temos o vírus do sarampo e a proteína se ligando ou ao receptor CD46 ou ao receptor CD150. Quando ocorre essa ligação, temos a adsorção e fusão, e com isso, temos a liberação do nucleocapsídeo helicoidal com o RNA polaridade negativa. · Esse RNA vai ser transcrito em RNA mensageiro (fita positiva). Esse RNA mensageiro vai ser traduzido nos ribossomos, e com isso, temos a síntese de proteínas (polimerase, fosfoproteína, nucleoproteína, proteína hemaglutinina, proteína de fusão). · Esse RNA negativo tem que montar várias outras fitas de RNA negativo. Então, o produto final tem que ser várias fitas de RNA negativo. Então, esse RNA negativo é transcrito em uma fita molde antigenoma positivo, que vai ser transcrito novamente em fita de RNA negativo para a formação de novas partículas virais. · Com isso, temos novas fitas e as proteínas necessárias. Assim, vai acontecer o brotamento, que é a saída do vírus da célula hospedeira mediante auxílio da proteína M, e a formação de novas proteínas virais. · Etapas de replicação dos Paramíxovírus: · Replicação citoplasmática. · Genoma transcrito em mRNA positivo pela RNA polimerase viral (transcriptase viral). · Tradução das proteínas virais. · Replicação do genoma (intermediário + e a seguir -). · Liberação viral por brotamento. TRANSMISSÃO · Inalação de perdigotos (gotas de saliva) expelidos durante conversas, espirros ou tosse. · Período de incubação: de 8 a 12 dias. INFECÇÃO PELO VÍRUS SARAMPO · Temos a transmissão do vírus. · Primeiro vai ocorrer a proliferação do vírus do sarampo nas células do trato respiratório com disseminação para os linfonodos locais através dos macrófagos pulmonares e células dendríticas. Esse vírus também vai se replicar nos linfonodos, e quando se replicar nos linfonodos, vai ganhar a corrente sanguínea, ocorrendo a viremia primária. · Quando esse vírus ganhar a corrente sanguínea, ele vai se disseminar para os tecidos linfoides: timo, baço, linfonodos, amigdalas, adenoides, apêndice, tonsilas (tecido linfoide dos tratos respiratórios e gastrointestinal). Esse vírus vai se multiplicar e vai cair na corrente sanguínea novamente, só que em uma quantidade muito maior, causando viremia secundária. · Esse vírus em grande quantidade vai se disseminar para os tecidos: pele, conjuntiva, orofaringe, pulmões, mucosa genital, rins, fígado (onde haverá replicação do vírus nas células epiteliais, endoteliais, linfócitos e macrófagos). Então, após a viremia secundária, começamos a ter uma imunossupressão, já que apresenta destruição de linfócitos, macrófagos e células dendríticas. · ATENÇÃO para as células endoteliais. A replicação do vírus nas células endoteliais gera ativação de linfócitos TCD8. O TCD8 vai gerar uma resposta inflamatória nessa célula endotelial,e o paciente passa a apresentar o exantema. Então, o exantema é uma consequência da ativação do sistema imunológico, do TCD8. · Em pacientes com imunossupressão, o diagnóstico é mais difícil, uma vez que nelas, não ocorre a ativação do sistema imunológico, temos uma queda de ativação do sistema imunológico e, muitas vezes, ela não apresenta exantema. · Na imagem 1, quando coloca a doença, é porque começa a apresentar o exantema. · Imagem 2: mostra exatamente a evolução da replicação do vírus do sarampo. O período de incubação é de aproximadamente 14 dias. Então, o paciente foi infectado, o vírus começou a se replicar, e mais ou menos no 8 dia, ele começa a apresentar sintomas, que são os pródomos. Ou seja, o paciente começa a ter sintomas de resfriado, como coriza, tosse, febre e conjuntiva. Esses sintomas ocorrem porque o vírus está se replicando nas células epiteliais do trato respiratório e na conjuntiva. · O vírus vai cair na corrente sanguínea, então vamos ter a viremia primária. O vírus continua seu processo de replicação, se dissemina para os tecidos linfoides, ocorre a viremia secundária e vamos ter a exantema, que é a doença. · Existe uma característica que são as manchas de Koplik. Essas manchas na orofaringe são característica de infecção pelo vírus do sarampo. Elas aparecem no final da fase prodrômica. · Sabemos que os sintomas respiratórios são mais intensos no final do período prodrômico. Aí, aparecem as manchas e depois o exantema. · Então, o exantema vai aparecer quando tivermos replicação dos vírus em células endoteliais e ativação dos linfócitos TCD8. Vamos ter, então, destruição de células endoteliais com aparecimento de exantema. · A imunidade celular acontece antes da resposta humoral. · O vírus está presenta nas secreções respiratórias e na conjuntiva no final do período de incubação, na fase prodrômica e nos 2 a 3 primeiros dias de exantema. · Os pacientes são considerados infecciosos a partir do início dos sintomas até o 4º dia do exantema, mas a infecciosidade é mais alta no final da fase prodrômica, quando ocorre o pico dos sintomas respiratórios como espirro, tosse e coriza. · ISSO É MUITO IMPORTANTE!!! Ela quer que a gente guarde. SARAMPO E DEPLEÇÃO DA RESPOSTA IMUNE · Como em qualquer virose, os sinais prodrômicos refletem o envolvimento das células epiteliais da orofaringe, trato respiratório, trato gastrointestinal e conjuntiva, ocorre de 8 a 12 dias após a infecção. · Os pródomos são uma consequência da destruição da célula infectada pelo vírus e por ativação do sistema imunológico. Esses dois pontos são motivos para que aconteça a sintomatologia de qualquer paciente que tenha uma infecção viral. · Além disso, a viremia secundária é marcada por um quadro de leucopenia devido à remoção de linfócitos infectados do sangue periférico. · Ou seja, temos a destruição desses linfócitos e com isso, não vamos ter uma linfocitose. · A infecção das células endoteliais dos pequenos vasos da derme, durante a viremia secundária, provoca alterações inflamatórias nos vasos que são parte integral da patologia local. · ISSO TAMBÉM É MUITO IMPORTANTE!!!! · Os sinais e sintomas prodrômicos, assim como o exantema, são consequências da interação dos linfócitos TCD8 com células infectadas dos pequenos vasos sanguíneos da derme e das mucosas dos tecidos reticuloendoteliais, resultando em inflamação, destruição das células infectadas e eliminação do vírus. · As manchas de Koplik ocorrem de 1 a 2 dias antes do aparecimento do exantema e o aparecimento dessas lesões depende da presença de imunidade celular. · Se tiver imunocomprometimento, não vamos ter o aparecimento das manchas de Koplik e o exantema. · Infecta células da resposta imune, interfere com a resposta imune celular e humoral e com a proliferação de linfócitos, deprimindo a imunidade celular. · O paciente apresenta depressão generalizada da resposta imune celular que pode resultar em reativação de infecções latentes (ex: tuberculose e herpes). · Aumenta a susceptibilidade a infecções bacterianas secundárias que podem ser fatais. RECUPERAÇÃO · É relativamente rápida. · Reposta de LT importante: a resposta imunológica é iniciada no período prodrômico e é mediada por células TCD8 e TCD4. · Os anticorpos IgM e IgG demoram um pouquinho mais para aparecer, mas também temos a presença deles. Temos a soroconversão de anticorpos IgM e IgG. · Pacientes imunossuprimidos tem a doença mais severa e com risco de vida. COMPLICAÇÕES · Pneumonia com aparecimento de células gigantes (sincícios) características. As pneumonias podem ser causadas por infecções secundárias bacterianas ou virais, ou pelo próprio vírus. · O sarampo é uma doença grave, então precisa ser diagnostica e bem tratado. Caso contrário, a criança pode ter um comprometimento mais grave. · Deficiência de vitamina A na dieta – baixa defesa de mucosa complicações oculares são comuns após o sarampo. As lesões podem progredir para ulcerações de córnea, podendo progredir para cegueira. · Os comprometimentos neurológicos são raros, mas podem ocorrer. SINTOMAS · Febre alta, mal-estar, coriza, conjuntivite, tosse, falta de apetite, manchas brancas (manchas de Koplik) na face interna das bochechas. · Exantema maculopapular inicia-se na região retroauricular, espalhando-se para a face, pescoço, membros superiores, tronco e membros inferiores. · No 3º dia, o exantema tende a esmaecer, apresentando descamação fina com desaparecimento da febre, sendo a sua persistência sugestiva de complicação. · É comum a presença de gânglios linfáticos aumentados e doloridos nas regiões do pescoço e da nuca. · A diarreia é ocorrência frequente em crianças com baixo nível socioeconômico. · Como complicações podem ocorrer otite média aguda, pneumonia bacteriana, laringite e laringotraqueíte, manifestações neurológicas – raras, miocardite e pericardite. DIAGNÓSTICO · Normalmente clínico (febre alta, exantema, coriza, tosse, conjuntivite e as manchas de Koplik). · O diagnóstico é difícil em crianças muito pequenas, mal nutridas ou pacientes imunocomprometidos. · Também podemos fazer o sorodiagnóstico através da pesquisa de IgM e IgG no soro e saliva. · Isolamento viral a partir de secreções respiratórias, swabs de nasofaringe, conjuntiva, células mononucleares do sangue e urina durante a fase febril da doença (cultura de células embrionárias de rim de macacos ou humanas). EPIDEMIOLOGIA · Quase todos os indivíduos infectados ficam doentes. · Único sorotipo. · A infecção natural da proteção pela vida toda. · Mais contagioso antes de aparecerem os rashes cutâneos (exantema). É onde tem o pico dos sintomas respiratórios. PREVENÇÃO · Vacina viva atenuada. · Não é contagiosa. · Primeira aos 12 meses e a segunda aso 4-6 anos. · Pode ser problemática para imunossuprimidos. · Induzem imunidade humoral e celular: os anticorpos IgM aparecem entre 12 a 15 dias após a vacinação e são substituídos por IgG que persistem por longos anos. · Profilaxia com imunoglobulina: recomendada para imunocomprometidos e grávidas que tenham entrado em contato com doentes em até 6 dias. · Vacinar pessoas que tenham entrado em contato com pacientes em até 72 horas. TRATAMENTO · Tratamento sintomático de suporte (antimicrobianos para controlar as infecções secundárias). · Pneumonia: VM. · Encefalite: controle das convulsões, aumento da PIC. · Otite. · Vitamina A: essencial para manutenção do tecido epitelial. Sua deficiência pode resultar em cegueira. · Repouso. · Colírio de antibióticos. · Compressas frias. · Umidificação (NBZ SF). · Antitussígenos. PROFILAXIA · Vacinação. · Higiene pessoal. · Evitar aglomerações de pessoas e locais pouco arejados em época de epidemia. · Isolar doente. RUBEOLA · Família Togaviridae. · Gênero Rubivírus. · Chamamos de sarampo branco. Também vamos ter exantema, que é mais clarinho. Mas, o vírus é diferente. · O vírus tem uma estrutura totalmente diferente. · O nucleocapsídeo é icosaédrico. · Apresenta um RNA fita simples polaridade positiva.· É envelopado. · Apresenta as espículas de proteínas E1 e E2. ETAPAS DE REPLICAÇÃO · Glicoproteínas do envelope E1 e E2 se ligam aos receptores celulares. · Os receptores ainda não foram identificados. · Como é um vírus de RNA polaridade positivo, a replicação é muito mais fácil. O evento inicial vai ser a tradução desse RNA em proteínas estruturais e não estruturais. · Liberação do nucleocapsídeo no citoplasma. · O RNA genômico é traduzido em proteínas não-estruturais, necessárias à síntese do RNA complementar para posterior síntese de RNA genômicos, que serão traduzidos em proteínas estruturais (C, E1 e E2). TRANSMISSÃO E EPIDEMIOLOGIA · Espalha-se por contato direto entre os indivíduos através de aerossóis (secreções respiratórias) sendo que a mucosa respiratória é a porta de entrada do vírus. · A transmissão indireta não é muito comum. · O homem é o único hospedeiro. · Atinge crianças e adultos, que apresentam sintomas leves. · É mais comum em pessoas com um pouco mais de idade. · Único sorotipo. · A infecção natural protege pela vida toda. · No feto, pode ser muito severa. · A doença em si não provoca tantos acometimentos igual ao sarampo. O grande problema é nas mulheres grávidas. · Existe vacinação. · É uma doença geralmente benigna, mas que pode causar malformações em embriões risco para mulheres grávidas. · As crianças que nascem com rubéola podem transmitir o vírus por até um ano devem ser mantidas afastadas de outras crianças e de gestantes. · Período de incubação: 14 a 25 dias, em médio 15 dias. · É chamada de sarampo alemão em razão do exantema mais claro. · O período de maior contagiosidade compreende os cinco dias antes e os seis dias após o exantema. Então, na verdade, durante 10 dias, uma pessoa pode transmitir para outra. · Imagem: O período de incubação é de normalmente 15 dias. Temos o aparecimento do rash cutâneo (que é o exantema). 5 dias antes do aparecimento desse exantema, temos vírus no sangue, na região nasofaríngea, e conseguimos transmitir o vírus para outras pessoas. · Começamos a ter a formação de anticorpos. INFECÇÃO PELO VÍRUS DA RUBÉOLA · O vírus se replica nas células epiteliais do trato respiratório e dissemina-se para os gânglios regionais via sangue/linfa (entre 5 e 10 dias antes do exantema), ocorrendo a replicação nos linfonodos, o que causa o enfartamento ganglionar cervical. · Então, uma grande característica do paciente com rubéola é apresentar linfonodopatias, linfonodomegalias. · Depois de se replicar nos linfonodos, vai se disseminar para outros locais. · O vírus é detectado no sangue entre 7 e 10 dias e excretado nas secreções nasofaríngeas, sendo esta a fase MAIS CONTAGIOSA. · O exantema surge entre os dias 14 e 21 após início da replicação viral, desaparecendo após 3 dias. · Da mesma forma que o sarampo, o exantema é uma consequência da imunidade. Começamos a ter a produção de anticorpos, e é a presença desses anticorpos, com a formação de imunocomplexos antígeno-anticorpo, na célula endotelial, que gera o aparecimento do exantema. Então, esse exantema também é consequência da formação de imunocomplexos. · Se tivermos um paciente imunocomprometido, ele pode não apresentar o exantema. FASE EXANTEMÁTICA · Temos um exantema maculopapular róseo, irregular, que se inicia na face e dissemina-se para o tronco e extremidades. Tem tendência a confluir. Dura 3 dias e desaparece sem descamar. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA RUBÉOLA PÓS-NATAL · É branda e subclínica na maioria dos casos. · Apresenta exantema, linfadenopatia, febre baixa, conjuntivite, faringite e artralgia. · Temos o Sinal de Theodor: linfadenopatia generalizada (antes do exantema) que significa o enfartamento ganglionar. · Os sintomas podem durar de 12 horas a 5 dias e nem sempre presentes. · Sintomas: · Febre. · Faringite. · Odinofagia. · Mialgia e artralgia. · Coriza. · Linfadenopatia na região posterior do pescoço e do ouvido. · Exantemas inicialmente no rosto depois se espalham pelo corpo todo. COMPLICAÇÕES · Encefalomielite ou encefalite pós infecção: São raras. · O exantema cutâneo é resultado de um fenômeno imunológico devido à formação de um complexo antígeno-anticorpo no endotélio capilar. · Outras regiões onde há partículas virais: saco conjuntival, urina, líquido sinovial, pulmão. RESPOSTA IMUNE · Temos o aparecimento de IgM contra a proteína E1, que surge 10 a 15 dias após a infecção, com pico após 4 semanas. · Temos IgG contra todos os determinantes antigênicos do vírus (E1, E2, C), aparecendo 3 semanas após a infecção e permanece pela vida toda. É um anticorpo de fase crônica. · A proteína C do capsídeo monta o capsídeo icosaédrico do vírus. · Também temos produção de IgA neutralizante, principal barreira para reinfecções na nasofaringe. · Medida por linfócitos T. PREVENÇÃO · Os sintomas acabam levando a pessoa a dois ou três dias de mal-estar, com artralgia. · A rubéola congênita é a forma mais grave da doença, porque pode provocar malformações como surdes e problemas visuais na criança. · Profilaxia: vacinação. · Mulheres que não tiveram a doença devem ser vacinadas antes de engravidar. · Evitar aglomerações de pessoas e locais pouco arejados. · Isolar o doente. RUBÉOLA CONGÊNITA · Pode causar distúrbios de audição (80-90%), cardiopatias congênitas (30%), cataratas (35%), microcefalia, distúrbios no desenvolvimento motor, diabetes. · Consequências devastadoras para o feto no primeiro trimestre de gestação. · 65-85% dos neonatos apresentam sequelas graves no primeiro trimestre de gestação. · 25-35% quando a infecção ocorre no segundo trimestre de gestação. · 10-0% quando a infecção ocorre no terceiro trimestre de gestação. · A síndrome da rubéola congênita ocorre porque a infecção das células durante a embriogênese resulta na diminuição da mitose e atrofia dos órgãos. Além disso, a infecção persistente das células-tronco gera uma diminuição da resposta aos fatores de crescimento epidérmicos. · A infecção da placenta gera necrose do endotélio vascular, hipoplasia e placentite. · Efeitos no feto: · Morte do feto. · Perda de audição. · Defeitos congênitos no coração. · Alterações endócrinas – problemas da tireoide, deficiências no crescimento. · Danos neurológicos – psicomotor e/ou retardo mental. · Oftálmico – catarata, glaucoma, retinopatias. · Efeitos mais raros no feto: · Trombocitopenia. · Hepatomegalia. · Esplenomegalia. · Retardamento de crescimento uterino. · Lesões ósseas. · Pneumonia. · Isso tem se reduzido muito por causa da vacinação. TAXA DE EXCREÇÃO VIRAL NA INFECÇÃO CONGÊNITA POR RUBÉOLA · É importante. · A criança, quando nasce, e é infectada pelo vírus enquanto a mãe estava grávida, ela vai excretar esse vírus durante meses a anos. · 84% de excreção do vírus ocorre quanto temos uma criança de 1 a 4 meses de idade. 62% entre 5 a 8 meses de idade. · Isso vai caindo. · Quando temos uma criança de 3 anos, já não temos mais a excreção. · Isso é importante para sabermos que as crianças que tiveram rubéola congênita devem ser mantidas afastadas de mulheres grávidas porque elas vão excretar o vírus. DIAGNÓSTICO · Sorológico: aumento de IgG e positividade para IgM (fase aguda) · Isolamento viral. Não é muito feito. · RT-PCR em recém-nascidos. TRATAMENTO · Aproximadamente 50% das infecções são subclínicas. · O tratamento de apoio e o curso da doença é rápido. · Prescrição de corticoides pode ser feita em alguns casos. EXANTEMA SÚBITO · Também chamada de roséola infantum, sexta doença, pseudo-rubéola, exantema crítico, febre dos três dias. · É causado pelo vírus do herpes (tipo 6, predominantemente, e tipo 7). · Família: Herpesviridae; Subfamília do HHV-6B: Betaherpesvirinae; Gênero: Roseolovírus. · O vírus tipo 6 é um vírus de DNA e todo o vírus do herpes faz latência, então não vai ser diferente nesse caso. Então, causa o exantema súbito inicialmente, mas pode causar outras doenças posteriormente. · Faixa etária: 6 aos 15 meses. Aos 3 anos, praticamente 80% já foram expostas. ·Principal fonte de infecção: saliva. · A maioria evolui como uma doença febril inespecífica. · Período de incubação de 5-15 dias. · Crianças: infecção primária assintomática ou pode causar o exantema súbito (roséola infantil, doença sexta) – febre alta por 3-7 dias, queda abrupta, erupção cutânea macular com resolução em 48h (pode apresentar otite, disfunção TGI e TR, dores corporais). · Ainda não está bem claro o envolvimento do HHV-7 em qualquer doença humana. ETIOLOGIA · Como é um vírus de DNA, eles persistem no hospedeiro após a infecção primária e possuem o potencial de causar doença após reativação. · O vírus possui tropismo pelos linfócitos TCD4, podendo infectar macrófagos, células endoteliais (por isso temos o exantema), células hepáticas, células da glia e precursores da medula óssea. Então, depois que esse vírus fica na forma latente, ele pode ser reativado e infectar todos esses tipos de células. REPLICAÇÃO DO VÍRUS · Temos um vírus de DNA, que é envelopado. · Ele vai penetrar na célula hospedeira através da ligação das glicoproteínas de superfície ao receptor. Com isso, vamos ter a formação de um endossomo e posteriormente, o desnudamento. Como é um vírus de DNA, ele precisa ir para o núcleo para ocorrer sua replicação. · Vai para o núcleo, acontece a transcrição em que temos a replicação desse DNA, que precisa ser transcrito em RNA mensageiro para produzir as proteínas. Esse RNA mensageiro vai para o citoplasma, e vai ocorrer a tradução do RNA mensageiro em proteínas. · Assim, começamos a formar as novas partículas viriais. · Além disso, essas proteínas não estruturais que foram sintetizadas com a tradução do RNA mensageiro serão responsáveis por replicar o DNA. · Começamos a ter o empacotamento, montagem de tegussoma e a formação de novas partículas virais. · O herpes vírus apresenta um tegumento, que é cheio de proteínas, as quais são utilizadas para replicação do vírus do herpes. PATOGÊNESE · A transmissão do vírus é através da saliva. Vai transmitir através de secreções respiratórias para os indivíduos saudáveis pelas mucosas liga-se às moléculas CD dos linfócitos T. · Muitas vezes, a criança não tem sintomatologia, mas ela é portadora, então ela pode transmitir. · Latência: células mononucleares, glândulas salivares, rins, pulmões e SNC. · Período de incubação: 10 dias. QUADRO CLÍNICO · 1. Pródomos de VAS (coriza, hiperemia conjuntival e dor de garganta). · 2. Irritabilidade, anorexia, tosse, coriza, adenomegalia discreta. · 3. Linfadenomegalia cervical discreta. · 4. Febre alta em torno de 39, 40 graus que dura 3 – 5 dias. · Crises convulsivas febris em até 10% das crianças (HHV-6). · Durante a febre pode aparecer úlceras em palato mole e úvula (manchas de Nagayama). · 5. Exantema – ocorre 12 a 24 horas após o desaparecimento da febre, rash róseo em tronco com disseminação para pescoço, face e extremidades. DIAGNÓSTICO · É essencialmente clínico. · Cultivo viral não indicado. · Hemograma (DESNECESSÁRIO) pode evidenciar leucopenia. VÍRUS EPSTEIN-BARR (VEB) · Também pertence ao herpes vírus (HHV-4). · Pertence a subfamília Gamaherpesvirinae. · Ele faz latência nos linfócitos B. · Como é um vírus de DNA, uma vez com herpes, para todo sempre com herpes. · Geralmente esse vírus causa mononucleose infecciosa com quadros cutâneos. Mas, em algumas situações, esse vírus pode causar o linfoma de Burkitt (carcinoma nasofaríngeo). · Em pacientes HIV +/AIDS, pode causar leucoplasia oral pilosa. · Vírus oncogênico. EPIDEMIOLOGIA · Mais de 90% dos indivíduos infectados vão eliminar o vírus durante toda a vida. TRANSMISSÃO · Populações carentes: infância – saliva sobre dedos ou fômites. · Populações economicamente diferenciadas – início da idade adulta, rota usual: beijo. · Não existe tratamento nem formas de controle da doença. MORFOLOGIA · A partícula viral consiste em um core contendo o genoma de DNA, fita dupla linear, composto por 100 genes. · Foram identificados 2 tipos de EBV: EBV-1 e EBV-2, que se diferem em genes que codificam as proteínas nucleares. BIOSSÍNTESE VIRAL · Receptor para EBV: molécula CD21, presente em linfócitos B e células epiteliais. · Adsorção: interação entre o receptor e a proteína de superfície gp350, ocorrendo a endocitose do EBV. · A gp85 do envelope viral intermedeia a fusão do vírus com a membrana da vesícula endocítica, liberando o nucelocapsídeo no citoplasma. · O desnudamento e o transporte do DNA para o núcleo não são bem compreendidos. · A infecção de células epiteliais resulta na replicação do vírus, lise da célula e liberação de partículas virais infecciosas. · Infecção de linfócitos B: ocorre a transformação desses linfócitos, os quais adquirem a capacidade de proliferar indefinidamente, produzindo infecção persistente latente. · Infecção primária: vai infectar as células epiteliais e o linfócito B. Vamos ter replicação nessas células. · Esse vírus pode fazer latência no linfócito B, podendo transformar essas células. · Se tiver um comprometimento do sistema imunológico, não conseguimos conter a replicação do vírus e vamos ter a transformação do linfócito B. Ele vai se transformar, liberar uma grande quantidade de vírus e vamos ter uma infecção crônica persistente. PATOGÊNESE – MONONUCLEOSE INFECCIOSA · Porta de entrada: orofaringe – secreções orais. · Infecção das células epiteliais da orofaringe e das glândulas salivares. · Disseminação para o sistema linfático – LB. · Produção de Ac IgM contra Ag do capsídeo viral (poucos meses) e Ac IgG (toda a vida). · Os indivíduos infectados pelo EBV podem eliminar o vírus na saliva durante a reativação do mesmo não apresentando sintomas. · A mononucleose causa: · Febre, fadiga, faringite, edema linfonodos e pode causar esplenomegalia
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