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JASMINY MOREIRA | TURMA 5 MAD | 2020.2 1 Vírus P A T O G Ê N E S E V I R A L E R E S P O S T A I M U N E Patogênese Viral → Todos os eventos relacionados desde a entrada do vírus ao nosso corpo. → Nem todo contato com vírus resulta em doença. Por exemplo, individuo que contaminou do covid-19 e os familiares não se contaminaram. → O vírus causa doença quando atravessa a barreira de proteção, mata a célula. Determinantes da doença viral ------------------------------------------------------------------------- Infecção tecido-alvo / Porta de Entrada Acesso dos vírus → Lesões na pele → Membranas mucoepiteliais (olhos, tag, boca, genitália) Replicação → Células que expressam receptores e possuem maquinaria apropriada (permissividade) Replicação no sítio primário → Replicação no local da penetração – sintomas Disseminação → Corrente sanguínea e sistema linfático Viremia primária/secundária → Vírus livre ou transportado por macrófagos, ou associados à linfócitos → Quando cai na corrente sanguínea ------------------------------------------------------------------------- Progressão das doenças virais 1. Aquisição → Entrada no organismo 2. Início da infecção → Sítio primário 3. Ativação → Da imunidade inata 4. Período de incubação → Vírus amplificado se dissemina para sítio secundário 5. Replicação no tecido-alvo → Sintomas típicos da doença 6. Respostas imunes → Limitam ou contribuem para a doença 7. Produção viral → Em tecido que permita disseminação – contágio 8. Resolução ou infecção persistente → Doença crônica ------------------------------------------------------------------------- Infecções → Mecanismo pelo qual o vírus introduz seu material genético na célula. JASMINY MOREIRA | TURMA 5 MAD | 2020.2 2 ------------------------------------------------------------------------- P A D R Ã O D E I N F E C Ç Ã O Latência → Aquela que resulta da infecção com um vírus DNA de uma célula que restringe ou perde o maquinário para transcrição dos genes virais. → O ciclo produtivo não funciona, mas pode ser ativado a qualquer momento por fatores que ativam as células à replicação. → Entre uma reativação e outra, o vírus não se multiplica (forma episomal – circular) → Não está associada a manifestação clínica. Porem cada vez que ele volta para o sítio inicial de replicação, eu o terei de novo. → Está no meu corpo, mas não consigo detectado (ex: herpes). → Ao primeiro contato = muita partícula viral. Maior que na reincidência das ativações. → Esse vírus vai desaparecer do foco infeccioso e está escondido no corpo. → Qualquer tipo de alteração fisiológica e imunológica pode ser reativado. Volta para o local de infecção. → Nos momentos que ele desaparece, chama-se latente. Aguda → Virus entra no corpo, se multiplica → Aumento de carga viral → Pouco tempo depois o sistema imune controla e o vírus some → Tenho manifestação clínica → Gripe, diarreia (exemplo) Cronica/Progressiva → Manifestação clínica inicial. → Meu sistema imune começa a trabalhar, mas não é eficiente. → Controlo um pouco a replicação, mas ela não zera. → Tenho progressão das partículas virais. Elas aumentam com o tempo → Resposta imune foi capaz de controlar, mas não totalmente → Vírus aumenta a carga viral → Um exemplo: AIDS → Exemplo de pessoas com HIV: O vírus infecta, terei resposta imune eficiente só que ele integra o genoma dele no meio do meu genoma. Se foi pro genoma, não consigo tirar nunca mais. Crônica/persistente → Tenho o pico de infecção aguda → Sistema imune elimina o vírus, mas não todo → É lesiva no final das contas → Replicação constante durante anos → Vai aumentando conforme o tempo Falha no clareamento → Consigo diminuir a carga viral e a quantidade viral pode não ter significância viral nenhuma, só demora mais tempo para o vírus desaparecer. → Como ex: HIV em tratamento. Diminuo muito a carga viral. ------------------------------------------------------------------------- Virulência → Capacidade relativa de um vírus causar doença. Tipos → Morte rápida → Falência de órgãos → Indução de tumores Virulência → (+)ss RNA → Persistência no hospedeiro → Dano celular e falência de órgãos → Enzimas que inibem apoptose celular → Estimulação contínua de reparo e crescimento = mutações = oncogênese → Estirpes virulentas causam doença (gripe espanhola) JASMINY MOREIRA | TURMA 5 MAD | 2020.2 3 → Estirpes avirulentas ou atenuadas não causam doenças, mas são capazes de infectar organismos (vacinas) Fator de virulência São moléculas expressas por vírus que permitem que eles tenham: → Maior taxa replicativa → Colonização de um nicho no hospedeiro e transmissão para outros indivíduos → Evasão ou inibição do sistema imune (latência, persistência) → Toxidade direta (proteína NSP4 do rotavírus) A virulência depende de: → Do vírus (algumas variantes são mais virulentas que outros) → Da dose ou carga viral recebida pelo hospedeiro → Da via de inoculação → Da suscetibilidade do hospedeiro Característica da infecção Epidemias → Epidemias de influenza A e B acontecem por mudanças menores nos antígenos virais HÁ e NA Pandemias → Ocorrem quando um vírus com um novo tipo de hemaglutinina surge como resultado de mudanças de antígenos. A população não possui imunidade contra a nova cepa viral. ------------------------------------------------------------------------- Casos Clínicos Caso clínico 1: Varicela Zoster (herpes zoster) MY, sexo, 22 anos, sexo masculino, faz acompanhamento com o hematologista, devido ao tratamento de linfoma de células B (4 anos pós quimioterapia). Referiu que o período sintomatológico (antes das erupções) iniciou-se com dor, ardor prurido e sensação de cócegas e/ou formigamento na região lateral esquerda na altura da vertebra T10. No 2° dias começaram a surgir múltiplas vesículas avermelhadas com fluidos claros e sensíveis ao toque, que continuaram a crescer e se espalhar rapidamente em direção do dorso lateral esquerdo das costas e flanco lateral esquerdo até mesogástrio. No 5° paciente dormia em torno de 2 horas por noite provocado pelo aumentando da intensidade da dor, ardor, cócega e coceira. No 7° dia deu início ao tratamento. História positiva para varicela na infância. Sorologia anti- HIV negativa. → O herpes 3 (catapora) é transmitido por pele-pele e através da célula epitelial (secreções respiratórias). → Esse vírus entra por via respiratória, vai infectar trato respiratório e se multiplicar e eu vou expelir esse vírus. → Das vias respiratórias cai na corrente sanguínea, vai pro baço, corrente sanguínea e depois pele (ai aparece vesículas). → Se eu tiver contato pele-pele posso pegar também. → Associada a uma imunodepressão grande (quimioterapia por ex), ele volta exatamente na região que o nervo está inervando. O zoster é caracterizado por uma lesão delimitada. (cobreiro). → Essa doença não se espalha, só fica na região que o nervo inerva. → A partir do momento que ele está em um gânglio nervoso, chegando na medula, chegando no SNC e causando uma encefalite. Caso clínico 2: Hepatocarcinoma Hepatite C JSA, paciente masculino, 45 anos, que procurou atendimento médico em decorrência de ascite e melena. Os exames laboratoriais mostraram: aumento de enzimas hepáticas, queda do tempo de protrombina, hipoalbuminemia e elevação de alfa fetoproteína (AFP - marcador tumoral). A sorologia foi reagente para HCV, RNA-HCV quantitativo de 309.000 UI/ml. Ultrassonografia de abdome revelou hepatoesplenomegalia; endoscopia digestiva alta evidenciou varizes esofágicas e gastropatia hipertensiva e a ressonância magnética revelou 3 nódulos hepáticos sugestivos de hepatocarcinoma.O paciente foi encaminhado para transplante hepático. Oito meses após o transplante apresentava plaquetopenia, elevação de enzimas hepáticas e RNA- HCV quantitativo de 640.000 UI/ml. Quatorze meses depois apresentou perda de peso e diarreia crônica. Foi realizada colonoscopia e biópsia hepática, que evidenciaram processo inflamatório intestinal crônico e atividade necroinflamatória peri-portal e lobular, respectivamente. Três anos após o transplante, paciente apresentava 8 nódulos hepáticos e elevação de AFP. Cinco anos após o diagnóstico, o paciente veio a óbito. → Os sintomas associados descritos foi a ascite (líquido na cavidade abdominal) e melena (fezes com sangue) → Maioria das pessoas, se infectam 20-30 anos antes. → 80% das pessoas que tem hepatite C, vai ter a crônica. → Quando é crônica, é quando o genoma viral fica mais de 6 meses. JASMINY MOREIRA | TURMA 5 MAD | 2020.2 4 → Ele é um vírus de RNA. → A persistência dele está associada ao escape imunológico. → Replica de forma lenta no hepatócito. → Tem variabilidade genética, então não tem resposta afetiva → Bloqueia a produção de intérferon. Não tem ambiente antiviral nos hepatócitos. Caso clínico 3: HIV (vírus da imunodeficiência humana) MSS, sexo feminino, 56 anos, profissional de enfermagem. Vítima de acidente ocupacional em 1999 quando, imediatamente após o término de punção venosa em paciente sabidamente HIV-1 positivo, foi atingida por sangue em mucosa ocular, após movimento brusco do paciente. O fato desencadeou o acompanhamento dela com a constatação da soroconversão para status positivo para HIV-1, durante o acompanhamento preconizado pelo Ministério da Saúde. Foi realizado teste sorológico (HIV-ELISA), logo depois do acidente, na mesma data, que resultou negativo. A paciente não realizou outros testes posteriores. Entretanto, 8 anos depois apresentava um quadro de estomatite aftóide recorrente o que a fez procurar o médico. Exames revelaram positivo para HIV-1 e contagem de linfócitos TCD4+ menor que 200 células/uL. → Entre 200-500 está num período pré-aids → Menor que 200 é quadro de aids → O HIV vai infectar o local de entrada em grande quantidade → O HIV integra o genoma dele no nosso → Resposta imune não é eficiente então a carga viral vai aumentando → A carga viral em determinado momento é contrariamente proporcional ao TCD4, o TCD4 vai diminuindo → Se não fizer terapia, vai aumentando a carga viral → Pessoas a óbito tem carga de TCD4 menor que 100. Acabam morrendo por infecção oportunistas que não consigam controlar. Caso clínico 4: Influenza A (síndrome respiratória aguda grave) Paciente do sexo feminino, de 45 anos, transplantada cardíaca há um ano e sete meses. Apresenta antecedente de HAS, diabetes mellitus tipo II e esclerose múltipla. Faz uso de oxigenioterapia domiciliar em razão da pneumopatia crônica. Em uso de terapia imunossupressora. Procurou o PS com quadro de 10 dias de tosse produtiva e piora progressiva de dispneia. Relatava ter apresentado febre nos três dias anteriores ao atendimento. Na avaliação inicial a paciente apresentava-se com piora da hipóxia, necessitando de um maior aporte de oxigênio. Foi colhido swab de nasofaringe para pesquisa de vírus Influenza A (H1N1) por técnica de PRC real time (RT-PCR) e iniciado tratamento com oseltamivir, ceftriaxone e claritromicina. → Normalmente, tanto a medicação quanto a resposta imune serão eficientes na eliminação da infecção. → A influenza, é dividido em 8 pedaços (segmentado) → Se a variabilidade genética for pequena é responsável por epidemia, se for grande é pandemia. → Em 2009, o porquinho foi infectado por +1 tipo de influenza (na mesma célula influenza de porco e de ave por ex). O vírus causa a perda do capsídeo. Então 2 vírus diferente, cada um com 8 segmentos se replicando. → Na hora de formar partículas não teve organização, ficou tudo misturado (ave+porco). Surgiu então o vírus que era a mistura de 2. Caso clínico 5: Rotavirus (diarreia aguda em lactente) Paciente, sexo feminino, 6 meses de idade, previamente hígida, é admitida na Unidade Básica de Saúde com história de fezes diarreicas há 4 dias. JASMINY MOREIRA | TURMA 5 MAD | 2020.2 5 Genitora informa que no primeiro dia notou que as fezes ficaram amolecidas, e a frequência de evacuações aumentou um pouco, mas a partir do segundo dia, a lactente apresentou-se chorosa e febril ao toque, e os episódios de diarreia se acentuaram, totalizando 4 dejeções/dia volumosas, fétidas, explosivas, sem muco ou sangue. A mãe suspendeu a alimentação por achar que o leite de vaca estava fazendo mal e está dando, no momento, apenas água de coco, quando a lactente aceita. Nega episódios de vômitos e outras queixas. Exame físico: Criança em regular estado geral, ansiosa, irritada, mucosas secas, olhos fundos, pele com turgor e elasticidade diminuídos, pulso periférico filiforme, tempo de enchimento capilar 2 segundos, afebril, eupneica, acianótica. Temp. axilar: 37,5. Peso atual: 6,8Kg, peso anterior registrado na caderneta: 7, 5Kg.Diurese discretamente reduzida, com urina concentrada. Pesquisa de rotavírus nas fezes positiva. → O fator de virulência é uma toxina → Causa diarreia que dá dor na barriga. Paciente fica encurvado. → É um vírus de DNA. → O rotavírus é o principal vírus causador de diarreia em crianças. → A proteína viral não estrutural NSP4, tem ação semelhante às enterotoxinas bacterianas. → Durante a replicação viral, produz proteínas estruturais e proteínas não estruturais. → A NSP4 desencadeia uma via de sinalização na mucosa intestinal que causa elevação do potencial de CA² que aumenta a secreção de cloro = diarreia. → Numa segunda etapa= lise das células em escova, do epitélio intestinal. Isto é, as células produtoras de lactase. → Consequentemente, acúmulo de lactose no lúmen que é compensando pela liberação de água = diarreia osmótica. → O vírus entra e tem produção de proteínas virais (NPS4). Essa proteína altera a liberação de cálcio para o lúmen e aí a água vai junto. Tendo a diarreia osmótica. → Como você tem lise das células em escova, tem diminuição de lactase. → O lactente vai tomar lactose e vai piorar, porque a lactose não será digerida. Vai aumentar a lactose no lúmen gerando mais diarreia. ------------------------------------------------------------------------- Resposta Imune → As células NK, LTCD8, células dendríticas e macrófago atuam na resposta imune dos vírus. Imunidade inata Macrófagos → Fagocitam do vírus e das células infectadas por vírus → Fagocitam o vírus quando está em ambiente extracelular → Morte das células infectadas por vírus → Produção de moléculas antivirais como TNF-alfa óxido nítrico e INF-alfa Células NK → Células citotóxicas naturais → Liberação de granzima e perfurina, destroem as células infectadas. → Elas vão liberar as perfurinas na celula infectada e a granzima induz apoptose Interferon tipo 1 → Produzidos pelas células infectadas e, ao interagir com uma célula não infectada, tem a propriedade de protegê-la contra a infecção, além de colaborar com a resposta imune adaptativa. → Inibição da replicação viral: síntese de 2’-5’ oligoadenilato sintetase. → Inibição da proliferação celular: enzimas impedem a síntese de aminoácidos, particularmente os essenciais (ex: triptofano) → Síntese de proteína-quinase, a qual inativa por fosforilação o fator de iniciação eIF-2alfa e com isso inibe a síntese de proteínas → Aumento do potencial lítico das células NK → Modulação da expressão de moléculas do MHC → Age no macrófago, NK, TCD4, células dendríticas... → São produzidos por células dendríticas plasmocitoides e células infectadas por vírus em respostaà sinalização intracelular de TLR e outros sensores de ácidos nucleicos virais. → Os interferons tipo I ligam-se aos receptores de células infectadas e não infectadas e ativam as vias de sinalização que induzem a expressão de enzimas que interferem na replicação viral em diferentes etapas, incluindo a inibição de tradução de proteína viral, aumento de degradação de RNA viral e inibição da expressão de genes virais e montagem de vírion JASMINY MOREIRA | TURMA 5 MAD | 2020.2 6 → OS IFN do tipo 1 também aumentam a suscetibilidade das células infectadas a morte mediada por CTL. Interferon gama → Produzido pelo TCD4, macrófagos e NK e ativa essas células → Vai falar para o macrófago digerir mais, aumentando a citotoxicidade da NK IL-12 → Produzidas por macrófagos e outras células apresentadoras de antígenos → Estimula células NK a exercer citotoxicidade e a produzir mais IFN-gama que por sua vez aumenta o potencial microbicida dos macrófagos Sistema complementos → Vírus envelopados – formação do MAC Resposta adaptativa → Vírus entrou no corpo e o interferon tipo 1 ativa e trás NK para matar as células. → A resposta imune por ser inespecífica → O vírus começa a crescer e o sistema imune também → Depois de um tempo, tem ativação da adaptativa. (TCD4) → O TCD4 ativa quem faz. Ela manda em tudo. → Temos a ativação de TCD8 para matar as células infectadas e depois a produção de anticorpo. TCD8 → Reconhecimento dos antígenos virais, associados ao MHC-1 nas células infectadas → Liberação de perfurinas e granzimas: citotoxidade TCD4 → Resposta th1, com liberação de interferon-gama → Ativação de macrófagos, NK e LTCD8 Linfócitos B → Produção de anticorpos para a neutralização dos vírus → Quando o vírus está recoberto por anticorpo ele fica neutralizado. Depois ele pode ser morto por macrófago. ------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------- Evasão Estratégias que o vírus utiliza para evitar o reconhecimento pelas defesas imunes do hospedeiro: → Latência → Infecção de sítios ‘’imunologicamente privilegiados’’ → Diminuição da visibilidade das células infectadas para as células efetoras do hospedeiro → Variação antigênica → Diminuição da expressão de MHC → Diminuição da produção de interferon I
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