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Resumo de Farmacologia Integrada

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RESUMO DE FARMACOLOGIA 
INTEGRADA I 
 
 
 
MARIANA AFONSO COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: Goodman & Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12ª edição. Rio de Janeiro, 
McGraw-Hill, 2012,2112 p. Rang, H. P.; Dale, M. M.; Ritter, J. M.; Flower, R. J.; Henderson G. 
 
 
ÍNDICE 
 
CAPÍTULO 1 – AUTACOIDES 01 
 Histamina e Anti-Histamínicos ................................................................................................................................ 01 
 Serotonina e a Enxaqueca ........................................................................................................................................... 06 
 Bradicinina .......................................................................................................................................................................... 10 
 Eicosanoides e Anti-inflamatórios não Esteroidais (AINEs) ................................................................... 12 
 Corticoides ........................................................................................................................................................................... 14 
CAPÍTULO 2 – OPIOIDES 17
 
1 
 
MARIANA AFONSO COSTA – MEDICINA: 3º PERÍODO 
CAPÍTULO 1 
AUTACOIDES 
1.0 INTRODUÇÃO 
Autacoides são agentes farmacológicos secretados por células do nosso organismo, podendo atuar na 
própria célula e em células próximas ou distantes. Quando essas moléculas agem sobre a própria célula que a 
secretou é chamada de ação autocrina (ex.: FGF2 estimula a divisão da própria célula). Agindo em células vizinhas, 
é uma ação parácrina. Em distância, a molécula pode ser conduzida pelos vasos sanguíneos sendo considerada um 
hormônio tendo ação endócrina. Já em comunicações de neurônios ou células da glia, uma ação neural, a molécula 
é o neurotransmissor ou, se liberado no sangue, tem ação neuroendócrina. 
Existem autacoides que são produzidos e ficam armazenados em veiculas para serem posteriormente 
liberados, enquanto outros são liberados assim que produzidos. As moléculas liberadas imediatamente após sua 
produção sofrem a chamada síntese de novo (sem armazenamento). 
Eicosanoides (PG, LC, PAF – fator ativador de plaquetas, etc), citocinas (interleucinas), cininas 
(bradicinina), óxido nítrico (ON), histamina, serotonina (5-HT), angiotensina (AngII) e outros são exemplos de 
autacoides. 
 
HISTAMINA E ANTI-HISTAMÍNICOS 
1.0 HISTAMINA 
 A histamina é produzida por várias células diferente no organismo (mastócitos, basófilos, etc) e 
armazenada em vesículas para serem liberadas posteriormente (exocitose). Nessas vesículas, junto com a 
histamina, podem existir outras moléculas, que serão liberadas juntamente com ela quando houver a necessidade, 
por exemplo: serotonina, proteases, citocinas, etc. 
1.1 Degranulação 
 A exocitose de histamina é chamada de degranulação e é promovida pela entrada de cálcio na célula. O 
cálcio, ao entrar na célula, promove a retirada de proteínas que ficam entre as vesículas e a membrana celular, 
possibilitando a fusão destas e, consequentemente, a liberação da histamina. 
 Essa exocitose pode ser estimulada por: proteínas inflamatórias (C3a e C5a – proteínas plasmáticas), IgE 
(anticorpo), neurotransmissores (acetilcolina), gastrina, fármacos, fatores externos (frio e sol), etc. 
1.2 Ação da histamina 
As funções da histamina dependem do local de 
sua liberação. 
Por exemplo, quando há uma lesão tecidual, 
inicialmente ocorre uma dilatação arteriolar e o 
aumento da permeabilidade capilar, em seguida ocorre 
a venoconstrição e a inibição da neurotransmissão 
adrenérgica (com o intuito de impedir a 
vasoconstrição). Essa lesão provoca a degranulação da 
histamina, que é liberada na corrente sanguínea, onde 
provoca a chamada tríplice de Lewis: a) eritema (avermelhamento da pele, resultado da vasodilatação 
histamínica); b) pápula (edema resultante do aumento da permeabilidade capilar); c) vermelhidão (vasodilatação 
periférica). 
Outra função da histamina é estimular a secreção do suco gástrico que acontece a partir das células 
oxínticas da glândula gástrica. A secreção gástrica também 
é estimulada pela gastrina e pela acetilcolina. 
Além disso, a histamina também participa das 
reações alérgicas. Incialmente o corpo estranho é 
identificado pelo corpo ativando linfócitos, e então ocorre 
a liberação de IgE que se liga a superfície de células 
produtoras de histamina (basófilos, mastócitos, etc.). Em 
uma segunda exposição, o corpo estranho se liga 
diretamente ao anticorpo presente na membrana do 
basófilo, o que inicia a degranulação (liberação da 
histamina) e, como, consequência se inicia a apresentação 
dos sintomas de alergia (rinite, asma ou bronquite, 
dermatite, etc.). 
 
2 
 
Os neurônios também produzem e secretam histamina, sendo chamados de neurônios histaminérgicos. 
Nessa situação a histamina atua como neurotransmissor em regiões do encéfalo que participam do controle do 
sono, apetite e cinetose (ativação da zona quimioceptora gatilho -> vomito). Daí se explica os efeitos adversos dos 
anti-histamínicos como sono, diminuição de enjoos, etc. A produção de histamina é diminuída ao adormecer. 
A histamina também pode ser encontrada no liquor, além de atuar na contração do musculo liso no íleo, 
brônquios, bronquíolos (broncoconstrição) e no útero. 
1.3 Receptores de histamina 
A histamina atua sobre receptores acoplados a 
proteína G (RAPG): 
• H1 (RAPGq): IP3 e DAG – aumenta o cálcio no 
plasma, aumentando os efeitos da histamina 
- Vasodilatação e permeabilidade vascular -> 
resposta tríplice (eritema, pápula e 
vermelhidão); diminuição da resistência 
periférica (RVP) -> diminuição da pressão 
arterial (PA); manutenção do sono (SNC). 
- Choque anafilático = ocorre uma liberação 
intensa (sistêmica) de histamina podendo causar: hipotensão brusca, diminuição da TF Glomerular 
(falência renal), edema de glote, bronquíolo constrição, etc. 
• H2 (RAPGs): aumenta o AMP cíclico (estimulatório) 
- Secreção gástrica; vasoativa (menor quantidade que H1); cardíaca (aumento da FC e DC controlados por 
reflexo barorreceptor). 
• H3 (RAPGi): diminuição do AMP cíclico (inibitório) 
- Controle do sono (vigília) e do apetite; auto receptores (receptores nos neurônios pré-sinápticos) em 
neuronios histaminérgicos. 
- A histamina controla (diminui) a liberação de outros neurotransmissores ao se ligar em receptores H3 
localizados em outros neurônios, assim como nos próprios neurônios que a secretou. 
• H4 (RAPGi): quimiotaxia (eosinófilos) e SNC (inibitório). 
 
 
2.0 ANTI-HISTAMÍNICOS 
 Os anti-histaminicos são antagonistas, diretos, ou seja, atuam diretamente sobre os receptores bloqueando 
sua ação pela histamina: impede a vasodilatação, impede a formação de edemas, impede a secreção gástrica, induz 
sono e diminui a vontade de vomitar (enjoos). 
2.1 Antagonistas H1 de primeira geração 
- Inibidores competitivos (competem com a histamina pelo receptor e possuem maior afinidade por ele) e 
reversiveis (ligam-se ao receptor por ligações fracas); 
- Atravessam a barreira hemato-encefálica (BHE) pois possuem um baixo peso molecular, alta lipossolubilidade 
(apolares) e sem carga (apolar); 
- Uso não pediátrico (por atravessar a BHE). 
➢ Efeitos Farmacológicos: inibem a constrição brônquica (causam broncodilatação); bloqueiam o aumento da 
permeabilidade capilar (diminuem edemas e as reações da tríplice de Lewis); antí-alérgicos (“anti-
inflamatória”) 
➢ Efeitos Adversos: podem se ligar ao receptor M3 da acetilcolina tendo uma ação antimuscarínica indireta – 
anti-cinetose (nauseas e vomitos decorrentes da movimentação surgiram pela liberaçao da acetilcolina na zona 
quimioreceptora gatilho); sonolencia(atravessam a barreia hemato-cefálica). 
➢ Fármacos: 
→ Prometazina (FenerganR): antialérgicos e anafilaxina, antimimético e sedativo; 
 
3 
 
→ Difenidramina (PolaramineR): antialérgico (pele), anti-cinetose, anti-muscarínico; 
→ Dimenidrato (DraminR): anti-cinetose (ação anti-muscarínica), galactorreia. 
2.2 Antagonistas H1 de segunda geração 
- Bloqueiam exclusivamente receptores H1; 
- Não penetra na barreia hemato-encefálica (não causa sonolência); 
- Sem ação anti-muscarínica (as moléculas dos antagonistas de H1 de 2ª geração são mais polares que os da 1ª, 
portanto não atravessama a BHE – apresentam afinidade pelas GL-p que impede sua entrada); 
- Uso pediátrico permitido; 
➢ Efeitos Farmacológicos: tratamento de disturbios alérgicos 
➢ Fármacos: 
→ Loratadina (ClaritinR): rinite e dermatite atópica; 
→ Fenoxifenadina (AlegraR) 
→ Citirizine (ZetalergR) 
 
 
 
4 
 
2.3 Antagonistas H2 
- Bloqueiam exclusivamente receptores H2 que são encontrados nas células parietais (oxínticas) localizadas nas 
glândulas gástricas (estômago); 
- Inibem a secreção gástrica; 
- Sua ação promove a alcalinização do estomago, o que pode antecipar ou atrasar a absorção de outros 
medicamentos (interação medicamentosa); 
➢ Efeitos Farmacológicos: inibem a secreção ácida do estômago (competem com a histamina pelo receptor H2 – 
ligação reversível) 
➢ Uso Terapêutico: tratamento de úlceras (gástricas, duodenais e de estresse), esofagite de refluxo. 
➢ Efeitos Adversos: cefaleia, astenia, tonturas, confusão mental, diarreia ou obstipação intestinal, dores 
musculares e reações cutâneas, neuropenia e agranulocitose, elevação da creatina sérica e das transminases, 
elevação da prolactina – mastodinia, ginecomastia, glactorreia (cimetidina e famotidina); 
➢ Fármacos: 
→ Cimetidina TagametR): inibidor indireto da bomba H+/K+/ATPase (célula oxíntica); 
→ Ranitidina (RanidinaR): muito específico, maior potencia e menos efeitos colaterais, gera o auemnto do Ph 
do TGI (+ efeitos adversos); 
→ Famotifina (AnsilanR): maior eficácia e não inibe a CYP P450 (menos efeitos adversos). 
3.2 Antagonistas H3 
 
3.0 QUESTÕES DE HISTAMINA E ANTI-HISTAMÍNICOS 
1) (ASF1) Discutir sobre os mecanismos de ação e sobre os efeitos adversos dos fármacos anti-
histamínicos. 
 Os fármacos anti-histamínicos são antagonistas diretos, ou seja, têm como principal mecanismo de ação, 
bloquear o efeito da histamina atuando diretamente sobre os receptores H1, H2, H3, e H4 da histamina. Os 
principais efeitos dos anti-histamínicos são impedir a vasodilatação, impedir secreção gástrica, etc. 
 Os fármacos antagonistas H1 bloqueiam os receptores H1 de histamina por possuir uma maior afinidade com 
estes. Esses fármacos têm como principal efeito farmacológico inibir a contração da musculatura lisa 
(principalmente das vias respiratórias), inibir a vasodilatação, diminuir a formação de edemas, e etc (sintomas de 
distúrbios alérgicos). São divididos em anti-H1 de 1ª geração e de 2ª geração. Os primeira geração são mais 
apolares, possibilitando sua passagem pela barreira hematoencefálica (BHE) e, como consequência, o paciente 
apresenta sinais de sonolência. Além disso, esses fármacos possuem certa afinidade pelos receptores muscarínicos 
da acetilcolina (receptores M3), atuando como um antimuscarínico indireto provocando a anti-cinetose, ou seja, a 
diminuição de náuseas e ânsia de vômito (quando se liga ao receptor M3, a acetilcolina provoca, na zona 
quimiorreceptora gatilho, ânsia de vomito e, a ligação do anti-histamínico com esse receptor, impede a ação da 
acetilcolina). A sonolência e a diminuição das náuseas e da ânsia de vômito são efeitos adversos, já que não é essa a 
principal intenção do medicamento. Não são indicados para crianças. Já os antagonistas de H1 de segunda geração, 
tem suas moléculas mais polares, o que não permite a passagem destas pela BHE, logo não provocam a sonolência. 
Além disso, também não possuem ação antimuscarínica. O principal efeito farmacológico é para o tratamento de 
distúrbios alérgicos. E o uso pediátrico é permitido. Alguns exemplos de anti-histamínicos H1 de primeira geração 
são prometazina, difenidramina e dimenidrato. E, os de segunda geração são loratadina, fenoxfenadina e citirizine. 
 
5 
 
 Os antagonistas dos receptores H2 tem como principal ação farmacológica inibir a secreção gástrica 
bloqueando os receptores H2 encontrados nas células oxínticas na glândula gástrica, através da alcalinizacao do 
estômago. Esse aumento no pH no estômago pode alterar a absorção de outros medicamentos (interação 
medicamentosa). É indicado no tratamento de úlceras e esofagite de refluxo. Alguns exemplos são cimetidina, 
ranitidina e famotidina (mais eficaz). 
 Quando a histamina se liga ao receptor H3, a liberação de neurotransmissores (noradrenalina, serotonina, 
GABA, etc.) é inibida. Desse modo, os antagonistas de H3 facilita a liberação desses neurotransmissores. Estudos 
mostram que anti-histamínicos H3 têm apresentado um potencial terapêutico em doenças neurológicas. 
 2) Comentar sobre a fisiopatologia da alergia relacionando com o uso de anti-histamínicos no tratamento. 
 Inicialmente, quando o organismo é exposto a um novo antígeno, ele é fagocitado pelo macrófago e 
apresentado ao linfócito T. A partir dessa identificação, ocorre a liberação de IgE (anticorpo), pelos linfócitos B, 
que, ao se ligar a superfície dos basófilos e mastócitos, induz a produção de histamina. Ao se conectar a superfície 
das células produtoras de histamina, elas são sensibilizadas para este novo antígeno. Em um segunda exposição a 
este antígeno, o corpo estranho se liga diretamente ao anticorpo na membrana dos mastócitos e basófilos, o que, 
por si só, inicia a liberação da histamina. 
 A histamina em si tem ação pró-inflamatória provocando vasodilatação, formação de edemas (tríplice de 
Lewis), broncoconstrição, aumento da permeabilidade capilar, etc., o que caracterizam os sintomas de uma alergia, 
e por isso é utilizado o anti-histamínico no tratamento. 
 3) Diferenciar a 1ª geração e a 2ª geração dos anti-histamínicos H1. 
 Os anti-histamínicos anti-H1 atuam bloqueando o receptor H1 da histamina, sendo chamados de antagonistas 
diretos. Em geral, a ação farmacológica normal dos anti-H1 é diminuir os sintomas de alergia (vasodilatação, 
edema, etc.). 
 A primeira geração dos anti-H1 se caracteriza por moléculas apolares, possibilitando sua passagem pela BHE 
bloqueando os receptores de histamina no sistema nervoso central. Desse modo, esse fármaco promove então, 
como efeito adverso, sonolência. Além disso, esses fármacos possuem afinidade com o receptor M3 da acetilcolina 
atuando então como anti-muscarínico e agindo sobre eles na zona quimiorreceptora gatilho, provocando, como 
consequência, uma ação antiemética (diminuição de náuseas e vômito). 
 Já os anti-H1 de segunda geração se caracterizam por moléculas polares, o que impede sua passagem pela 
Barreira Hematoencefálica (BHE), além de serem altamente específicos para o receptor H1 e não agirem como 
antimuscarínicos, consequentemente seus efeitos adversos são menores. Esses são os “anti-alérgicos” indicados 
para crianças pelo fato de não atravessarem a BHE. 
 4) Dona Regina faz uso de medicação antidepressiva diariamente. Por engano, ao invés de tomá-la, ingeriu 
um anti-histamínico de 1ª geração (dimenidrato - dramin) que havia em sua caixa de remédios. Pouco tempo 
depois sentiu grande sonolência e não foi capaz de cuidar de seu esposo. Escrever o principal receptor afetado pelo 
medicamento mencionado e o motivo de dona Regina apresentar este efeito adverso. 
 Esse fármaco atravessa a barreira hematoencefálica se ligando aos receptores H1 do sistema nervoso central, 
como no SNC a histamina se relaciona com o despertar (mais histamina = acordar), o anti-histamínico vai atuar 
diminuindo esse efeito, ou seja, causando sono. 
 5) Dona Manuelaprocurou seu médico na UPA reclamando de dores na região epigástrica e pirose, sendo 
diagnosticado com úlcera péptica, após endoscopia. Você deverá mencionar o mecanismo de ação de um dos 
grupos de medicamentos que podem ser usados para tratamento desta patologia. 
 O grupo que pode ser utilizado é o de anti-histamínicos anti-H2, já que estes atuam na inibição da secreção 
gástrica (HCl), ou seja, atuam na alcalinização do TGI. 
 
6 
 
MARIANA AFONSO COSTA – MEDICINA: 3º PERÍODO 
 
SEROTONINA E A ENXAQUECA 
1.0 SEROTONINA 
1.1 Síntese e Metabolização 
A serotonina, ou 5-hidroxitriptamina (5-HT) é um autacoide encontrado em vários órgãos, por exemplo 
pulmões e intestino. Ela é formada a partir do triptofano, por ação da enzima triptofano hidroxilase, no interior de 
neurônios serotoninérgicos e armazenada em vesículas, sendo transportada pela TVMA2 (carreador) para evitar 
sua degradação pela MAO (monoamina oxidase) no citoplasma e serem, posteriormente, liberadas por exocitose 
em resposta ao potencial de ação. 
 Após ser liberada na fenda sináptica a 5-HT 
pode se ligar a membrana das plaquetas ou à 
receptores (pós-sinápticos ou pré-sinápticos – 
feedback negativo, através do transportador SERT, 
ou então ser recaptada pelo próprio neurônio que a 
reproduziu. Além disso, no citoplasma ela pode ser 
re-armazenada em vesículas ou então degradada 
pela MAO. 
 A MAO realiza a desaminação oxidativa 
(retirada do nitrogênio) da serotonina, formando 
outros metabólitos. Quando em excesso, essa 
degradação forma o metabólito ácido 5-hidroxin 
dolacético, que pode ser dosado na urina diagnosticando a Síndrome Carcinoide (tumor que produz muita 
serotonina, resultando em uma maior taxa de degradação). 
1.2 Receptores de Serotonina 
• 5-HT1 (RAPGi): diminui a produção de AMPc; 
- Efeitos inibitórios e vasoconstrição do SNC. 
• 5-HT2 (RAPGq): aumenta IP3 e DAG aumentando o Ca2+ na célula; 
- Efeitos excitatórios do SNC. 
• 5-HT3 (Canal Iônico): abre os canais de sódio promovendo a despolarização; 
- Serotonina causa a abertura do canal iônico; 
- Efeitos excitatórios do SNC e SNP. 
• 5-HT4 (RAPGs): aumenta AMPc; 
- Estimula a secreção no trato gastrointestinal e facilita o reflexo peristáltico (aumenta motilidade 
gastrointestinal). 
• 5-HT5 (RAPGi): diminui AMPc; 
- Expresso amplamente no SNC. 
- Ligada a ritmos circadianos e cognição. 
• 5-HT6 (RAPGs): aumenta AMPc; 
- Abundantes nas regiões corticais, límbica e extrapiramidal, 
- Importantes para o controle motor e cognição. 
• 5-HT7 (RAPGs): aumenta AMPc. 
- Relaxamento de músculos lisos do TGI e dos vasos. 
1.3 Ações da Serotonina 
PLAQUETAS 
A serotonina atua na agregação plaquetária, visto que, é armazenada 
e transportadas pelas plaquetas. Ao ser liberada no endotélio lesado, a 
serotonina atua acelerando a aglutinação plaquetária (5-HT2A), exerce um 
efeito vasoconstritor para diminuir hemorragia da lesão (5-HT2A) e controla 
sua própria vasoconstrição promovendo a produção de NO (5-HT1), 
TRATO GASTROINTESTINAL 
 As glândulas gástricas e intestinais contém células êntero-endócrinas 
capazes de produzir serotonina tornando o TGI o maior local de síntese de 5-
HT, esta, que atua localmente, e é liberada no plasma. Além disso, também 
participa no peristaltismo (plexo mioentérico) e no vômito. 
 O plexo nervoso mioentérico provoca a liberação da 5-HT, que na camada muscular voltada para a região 
oral causa sua contração e na região oposta, o relaxamento. Além de liberar outros mediadores químicos como 
acetilcolina, noradrenalina, etc. 
 
7 
 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 A serotonina promove a regulação da pressão arterial e da atividade respiratória. Promove vasoconstrição 
no músculo liso dos vasos, possui efeito inotrópico (força) e cronotrópico (frequência) positivo no coração. 
Quando em excesso a 5-HT pode causar uma 
hiperestimulação vagal levando ao reflexo Benzold-Jarish, 
onde há uma hipotensão exagerada podendo gerar 
bradicardia, diarreia, palidez intensa, etc. 
SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
A serotonina atua como um neurotransmissor e 
neuro modulador (pode inibir a liberação de outros 
neurotransmissores) amplamente distribuído no SNC. Isso 
influencia em inúmeras funções cerebrais, incluindo o sono, 
cognição, percepção sensorial, atividade motora, nocicepção 
(dor), apetite, temperatura, humor, comportamento sexual 
entre outros. 
Quanto mais serotonina, menos apetite, menos libido, 
menos sono e menos agressão, depressão e impulsividade. 
Dessa forma, as baixas concentrações de serotonina podem 
causar insônia. Isso acontece porque a 5-HT é importante no 
controle do sono-vigília, sendo precursora da melatonina. 
Alimentos ricos em triptofano ajudam na produção 
de serotonina e, consequentemente, no sono, portanto 
participam da regulação da vigília. Esse aminoácido também 
tem papel importante na ansiedade e depressão, além de 
fazer controle de dor. Baixas concentrações de 5HT geradas, 
por exemplo, ao se usar um antagonista desse neurotransmissor, podem provocar agressividade, depressão, 
ansiedade, insônia e falta de apetite. 
INFLAMAÇÃO 
A serotonina exerce influência pró-inflamatória em estados inflamatórios agudos, incluindo modelos de 
inflamação das vias aéreas e asma. 
1.4 Fármacos relacionados ao receptores de 5-HT 
• Agonistas: são empregados no tratamento da enxaqueca, ansiedade, depressão e distúrbios de motilidade do 
TGI. 
• Antagonistas: são utilizados no tratamento de náuseas, distúrbios GI e esquizofrenia. 
 
 
 
8 
 
 
 
 
2.0 ENXAQUECA 
2.1 Fisiopatologia da Enxaqueca 
 A enxaqueca é uma doença multifatorial, relacionada, principalmente, com a hiperatividade do nervo 
trigêmeo. Quando essa atividade está aumentada, ocorre uma frequência de potenciais de ação, provocando a 
liberação de serotonina e noradrenalina, moléculas que geram processos inflamatórios podendo causar tanto 
vasodilatação quanto vasoconstrição. Esses processos 
inflamatórios aumentam a liberação de 
prostaglandinas e cininas causando a vasodilatação, 
além de promoverem uma rápida vasoconstrição que 
contribui ainda mais para a liberação de 
prostaglandinas e cininas. 
 A vasoconstrição dos vasos cranianos pode 
levar a uma hipoxia gerando um quadro dor, enquanto 
a vasodilatação desses vasos gera extravasamento de 
plasma, edema, compressão dos nervos e, por fim, 
também causa dor. 
A frequência das crises de enxaqueca é 
extremamente variável, sendo a dor, com frequência, 
acompanhada de fotofobia, hiperacusia, poliúria e 
diarreia, bem como transtornos do humor e do apetite. 
A crise pode durar horas ou dias, sendo seguida de 
intervalos prolongados sem dor. 
2.2 Tratamento das Crises de Enxaqueca 
Devido as diversas respostas do organismo à enxaqueca e ao fato de não se ter certeza sobre a 
fisiopatologia da síndrome, o tratamento é complexo. Em caso de enjoo, recomenda-se antieméticos (como a 
Clopromazida) durante a crise, em caso de dor administra-se AINES e analgésicos (para sintomas mais brandos, 
esses geralmente são associados a cafeína, pois essa causa vasoconstrição e melhora a absorção das ergotaminas) 
e triptanos, ergotaminas ou até mesmo opióides (para sintomas mais graves). 
As triptanas e ergotaminas são agonistas dos receptores de 5-HT1 (inibitório de serotonina), usados em 
casos mais específicos e graves quando outros medicamentos não resolvem. O mecanismo de ação das triptanas e 
ergotaminas após a ligação no receptor 5-HT1 não é totalmente conhecido. Uma hipótese é que a ativação desses 
 
9 
 
receptores pode causar constrição dos vasos intracranianos, restabelecendo o fluxo sanguíneo ao cérebro e 
revertendo a vasodiltação. Outra hipótese é a de que 
esses receptores bloqueiam a liberação de 
neurotransmissores pró-inflamatórios do terminal 
nervoso, ao se ligar a auto receptores pré-
sinápticos, impedindo a vasodilatação. Um exemplo 
desse medicamento é a sumatriptana. 
2.3 Profilaxia da Enxaqueca 
A profilaxia da enxaqueca pode ser feitacom 
beta-bloqueadores não seletivos (propranolol e 
timolol por exemplo, causam vasodilatação), 
antidepressivos (alteram as concentrações de Nor e 
5HT), AINES (inibe a inflamação e a dor), Verapamil 
(bloqueador dos canais de cálcio, por impedir a 
contração da musculatura lisa dos vasos), 
anticonvulsivantes, antagonistas 5- HT2 
(Metsergina) e Ácido Valpróico (interfere nos níveis 
de dopamina). 
 
3.0 QUESTÕES DE SEROTONINA 
1) (ASF2) Comentar sobre a fisiopatologia da enxaqueca e justifique a prescição do medicamento 
(sumatriptana). 
 A enxaqueca é uma doença multifatorial relacionada, principalmente, com a hiperatividade do nervo 
trigêmeo. Essa hiperatividade provoca, dentre outros fatores, a liberação de serotonina e noradrenalina, moléculas 
pró-inflamatórias que podem causar tanto vasoconstrição quanto vasodilatação. 
 A vasodilatação, desencadeada pela liberação de prostaglandinas e cininas no processo inflamatório, provoca 
extravasamento do plasma causando edema, que, como consequência comprime o nervo trigêmeo provocando 
dor. Além disso, pela ação vasoconstritora da serotonina em algumas regiões, ocorre uma hipóxia desses vasos 
contribuindo ainda mais para o quadro de dor. 
 A dor frequente pode ser acompanhada de fotofobia, hiperacusia, além de náuseas, vômitos, mudanças de 
humor, sono e apetite. Devido as diversas atuações da enxaqueca no organismo, seu tratamento pode ser feito com 
várias classes de fármacos: antiemético (náuseas), AINES (anti-inflaamtório), analgésicos e triptanas ou opioides 
em casos mais graves. 
 A sumatriptana é um fármaco da classe das triptanas que se liga aos receptores 5-HT1 da serotonina. Ao se 
ligar nesses receptores, as triptanas impedem a ligação da serotonina a ele, provocando então, uma constrição dos 
vasos sanguíneos cerebrais, diminuindo a dor causada pela vasodilatação. Devido a esse fato, ele é utilizado para o 
tratamento das crises de enxaqueca, como o caso citado. 
 2) Dona Regina está passando por um momento difícil em sua vida, além do convívio diário com as doenças 
de seus familiares, vem tendo crises graves de enxaqueca. Por este motivo procurou a UPA e dra Sílvia, recém-
formada, prescreveu-lhe a seguinte medicação: Triptanas para tratar a crise e beta-bloqueadores como profilaxia. 
Explicar a fisiopatologia da doença mencionada, escrever os mecanismos de ação dos grupos de fármacos 
mencionados e justificar a escolha de tratamento para o quadro de dona Regina. 
 A enxaqueca está relacionada, principalmente, como a hiperatividade do nervo trigêmeo. Essa hiperatividade 
provoca, entre outro fatores, a liberação de serotonina e noradrenalina, moléculas pró-inflamatórias. Quando se 
inicia o processo inflamatório, há a liberação de prostaglandinas e cinina provocando a vasodilatação, que vai 
pressionar o nervo trigêmeo causando dor. Além disso, em alguns locais, a serotonina age na constrição de vasos, o 
que vai acarretar uma hipóxia, que além de causar mais dor, também libera prostaglandinas contribuindo para a 
vasodilatação das outras regiões. 
 Na crise, o uso das triptanas é escolhido pelo fato de que essas agem no receptor 5-HT1 da serotonina 
inibindo sua ação, ou seja, diminuindo a vasodilatação e reestabelecendo o fluxo sanguíneo no crânio. Já os 
betabloqueadores, são indicados na profilaxia da enxaqueca pelo fato de agirem bloqueando os receptores beta 
adrenérgicos, diminuindo então sua ação vasoconstritora, ou seja, estimulando a vasodilatação. 
 
 
 
 
10 
 
MARIANA AFONSO COSTA – MEDICINA: 3º PERÍODO 
 
BRADICININA 
1.0 CININAS 
1.1 Síntese e Metabolização 
 A bradicinina é um autacoide pró-inflamatório 
sintetizado a partir do cininogênio por intermédio da 
enzima calicreína. Essa síntese é ativada por fenômenos 
inflamatórios e também forma a calidina, polipeptídio que 
se diferencia da bradicinina pelo número de aminoácidos 
em sua composição. Em sua maior parte, as cininas são 
degradadas pela cininase II ou ECA (enzima conversora 
de angiotensina II) e transformadas em produtos inativos, 
mas, quando são degradadas por outras enzimas formam 
metabólitos ativos pró-inflamatórios. Essa degradação 
acontece através da quebra das ligações peptídicas em 
diferentes locais das cininas. 
 A bradicinina é produzida principalmente no 
plasma, pulmões, pâncreas, etc. 
1.2 Receptores de Cininas 
• B1 (RAPGq): 
- relacionado com dor inflamatória/crônica (Metabólitos Ativos). 
- recrutamento de 10leucócitos. 
• B2 (RAPGq): 
- relacionado com dor aguda/neurogênica (Bradicinina e Calidina). 
- aumento da excreção de Na+. 
1.3 Ações Farmacológicas 
 As cininas são compostos algiogênicos, ou seja, causam dor. Isso se deve ao fato de a bradicinina, ao se ligar 
em receptores na terminação nervosa quando estimulada por uma inflamação, promover a despolarização da 
célula da via nociceptiva causando dor. Possuem ação estimulatória para outros autacoides. 
 Além disso, as cininas plasmáticas, que atuam sobre vênulas e capilares, aumentam a permeabilidade da 
circulação provocando edema. Esse edema combinado com a estimulação nervosa resulta na tríplice de Lewis 
(pápula e eritema). 
 As cininas também atuam na via respiratória, através do receptor B2, causando, em pacientes com doenças 
pulmonares, broncoespasmo e secreção exagerada de muco. 
 No sistema cardiovascular, a ativação dos receptores de b2 produções prostaglandinas e óxido nítrico 
provocando a vaso dilatação, e, consequentemente a redução da PA. Além disso, a bradicinina possui uma ação 
cardioprotetora por aumentar a nutrição do musculo cardíaco através da vasodilatação e captação de glicose. 
 Nos rins, a bradicinina, por diminuir a reabsorção de Na+ no ducto coletor, aumenta o fluxo renal e a 
natriurese. Já na musculatura lisa, a cinina atua diminuindo a contração intestinal e uterina. 
1.4 Fármacos relacionados a Bradicinina 
• Inibidores da Calicreína – são antagonistas indiretos da bradicinina que atuam inibindo a enzima 
responsável por sua produção (calicreína). Ex.: Escalantida. 
• Antagonistas B2 – atuam impedindo a ligação da bradicinina com o receptor B2, usados no tratamento de 
angioedema hereditário. Ex.: Icatibanto. 
• Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina II (iECA) – são fármacos usados no tratamento de 
hipertensão, infarto, ICC e nefropatia diabética. Por atuarem inibindo a ECA, o acúmulo de bradicinina, no 
organismo do paciente que utiliza o medicamento, gera efeitos cardioprotetores, entretanto pode gerar tosse 
seca por provocar a boncoconstrição e angioedema, por ser pró-inflamatório. Geralmente, ao apresentar 
sintomas de tosse seca, deve-se substituir o iECA por um BRA. 
 
2.0 ANGIOEDEMA HEREDITÁRIO 
 O angioedema pode ser consequência do acúmulo de bradicinina no organismo, entretanto também pode 
ser consequência de um fator hereditário. O angioedema hereditário é uma doença autossômica dominante onde o 
 
11 
 
indivíduos tem uma intensa liberação de bradicinina em algum região do corpo, provocando inchaço, edema, 
desconforto e dor no local. Se esse inchaço acontecer na glote, por exemplo, pode ser confundido com uma choque 
anafilático pelo fato de o paciente não conseguir respirar. 
 Nesse caso deve ser utilizado medicamentos que bloqueiam a ação da bradicinina, um inibidor da 
calicreína ou antagonista B2. 
 
3.0 QUESTÕES DE BRADICININA 
 1) Relacionar a bradicinina ao uso de iECA. 
 A bradicinina é um autacoide pró-inflamatório que tem como principal função causar a despolarização dos 
neuronios nociceptivos provocando a dor, e também é aumentar a permeabilidade capilar de vênulas e capilares 
provocando o edema na inflamação. A degradação da bradicinina é feita pela cininase II ou ECA (enzima 
conversora de angiotensina II). 
 Os fármacos da classe dos iECAs – Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina II – já dizem por si só, 
inibem a ECA e, como consequência, a bradicininanão é degradada e se acumula no organismo. Esse acúmulo de 
bradicinina causa o angioedema, que provoca um inchaço (edema) em diversas regiões do organismo. 
2) Citar 3 efeitos da bradicinina. 
 Dor, aumento da permeabilidade capilar (edema) e broncoconstrição. 
3) Dona Regina apresentou grave reação quando utilizou IECA para tratar sua hipertensão há 3 anos. Tal 
reação foi diagnosticada como angioedema. Escrever o mecanismo de ação do medicamento que pode ser utilizado 
para tratamento deste quadro urgente de Dona Regina. 
 Uma classe de medicamentos que pode ser utilizado no caso de Dona Regina são os antagonistas B2, fármacos 
que agem sobre os receptores b2 da bradicinina impedindo sua atuação, ou seja, causando a diminuição do edema 
(- permeabilidade capilar). 
 
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MARIANA AFONSO COSTA – MEDICINA: 3º PERÍODO 
 
EICOSANOIDES E AINES 
1.0 EICOSANOIDES 
1.1 Síntese e Metabolização 
 Os eicosanoides são autacoides de ação parácrina e autócrina, produzidos a partir de fosfolipídios através 
da enzimas fosfolipases (A, D e C), que, quando ativadas pela presença do cálcio, geram produtos usados para 
formar os eicosanoides (ex.: ácido araquidônico). Os principais fosfolipídios formadores dos eicosanoides são 
fosfatidilcolina e fosfatidiletanolamina. Quando ativadas por outras circunstâncias, as fosfolipases geram produtos 
que serão reutilizados para a produção de novos fosfolipídios: turnover. 
 O ácido araquidônico sofre ação da COX ou LOX para formar os eicosanoides. Quando é quebrada pela COX, 
o ácido araquidônico produz prostaglandinas e tromboxano e, quando é quebrada pela LOX, produz leucotrienos. 
Além do ácido araquidônico, os fosfolipídios também são quebrados em fator ativador de plaquetas (PAF) que 
possui ação vasodilatadora, broncoconstritora, aumenta a permeabilidade vascular e quimiotaxia. 
1.2 COX1 e COX2 
 A COX se divide em COX1 e COX2. A COX-1 atua sobre o ácido araquidônico formando os eicosanoides 
relacionados a agregação plaquetária, proteção gastrointestinal e despolarização de neuronios nociceptivos 
gerando a dor. Já a COX-2 atua sobre o ácido araquidônico resultando em eicosanoides relacionados a processos 
inflamatório. Entretanto, nos rins, a COX-2 atua na filtração glomerular de forma positiva. 
1.3 Ação dos Eicosanoides 
 As prostaglandinas se ligam a receptores do tipo RAPG e possui diversos efeitos diferentes no organismo, 
mas os principais são vasodilatação e hiperalgesia. 
- PgD2 – vasodilatação. 
- PgF2 alfa – contração do miométrio, brônquios e TGI. 
- PgI2 – vasodilatação, cardioproteção, renoproteção (menos reabsorção de Na+) e secreção do muco gástrico 
(proteção do TGI). 
- PgE2 – vasodilatação e dor. 
 O tromboxano A2 (TxA2) promove a agregação plaquetária, além de ser vasoconstritor. 
Já os leucotrienos, tem papel importante na inflamação, participando do recrutamento de células de defesa 
para local (quimiotaxia). O cistenil-leucotrienos é importante na asma e tem ação broncoconstritora, 
vasodilatadora e vasoconstritora na artéria coronária. 
Os eicosanoides são produzidos e liberados apenas quando necessários, não são armazenados. 
 
2.0 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINES) 
 São ácidos fracos transportados no plasma por ligação com proteínas plasmáticas. Os AINEs atuam 
modulando os sintomas da inflamação: dor, rubor, calor e edema. Possuem efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e 
antipiréticos. São melhor absorvidos em meios ácidos. 
1.1 Mecanismo de Ação 
 Os AINEs tem como principal mecanismo de ação inibir a cicloxigenase (COX), ou seja, a produção de 
prostaglandinas e tromboxano, podendo ser não seletivos, seletivos para COX-1 ou para COX-2. 
1.2 Ações Farmacológicas 
 Sua ação anti-inflamatória ocorre pela inibição da vasodilatação diminuindo a formação do edema. 
Enquanto isso, seu efeito analgésico se dá pela diminuição das prostaglandinas que se ligam aos neuronios 
nociceptivos provocando a dor. Já o efeito antipirético deve-se pela diminuição da prostaglandina responsável pela 
elevação da temperatura no eixo hipotalâmico. 
1.3 Fármacos 
AINEs não seletivos – ação anti-inflamatória, analgésica e antipirético. Diminuem a agregação plaquetária, 
produção de muco e da vasodilatação renal. 
-aco: analgésico e anti-inflamatorio (ex.: diclofenaco). 
-eno: analgésico e antipirético (ex.: ibuprofeno). 
-cam: anti-inflamatório (ex.: piroxicam). 
-ida: analgésico e antipirético (ex.: nimesulida). 
 
13 
 
Inibidores da COX-2 (Coxíbeis) – São usados para alívio de dor de dente e de inflamação na osteoartrose e na 
artrite reumatoide. Apresentam uma tolerabilidade superior, mas reduz a cardioproteção do coração, devido à 
inibição das PgE2 e PgI2, que atuam na proteção do coração (vasodilatação) e impedem a coagulação nas artérias 
coronárias, e redução a proteção nos rins por inibir a PgE2 importante na formação de urina. Logo, devido a esses 
riscos, principalmente o cardiovascular, os coxibes devem ser utilizados na menor dose possível pelo menor tempo 
possível. Ex.: colecoxibe e etoricoxibe. 
 
1.4 Efeitos Adversos 
Ao inibir a COX-1, a formação das prostaglandinas protetoras do TGI não acontece, podendo gerar úlceras 
gástrica e anemia por hemorragia do trato gastrointestinal. Além disso pode causar dor abdominal, náuseas, 
anorexia, perfuração e diarreia. Advém daí, a necessidade de inibir seletivamente a COX 2. 
Já os AINEs coxíbeis tem como efeitos indesejados alguns distúrbios renais, por provocar o aumento da 
retenção de sódio e água e, em paciente renais/cardíacos/cirróticos apresenta piora na função renal e edemas. 
Além disso, diminui a eficácia de medicamentos anti-hipertensivos e diurético, reduzindo a excreção de uratos e 
hiperpotassemia. Os coxíbeis também inibem a ativação plaquetária aumentando o risco de hemorragias e 
equimoses. 
 No geral os AINEs podem geral hipersensibilidade, edema angioneurótico, rinite vasomotora, asma, 
urticaria, rubor, hipotensão e choque em resposta da alergia brusca (liberação sistêmica de histamina). também 
podem gerar, no SNC, cefaleia, vertigem, tonturas, confusão, depressão, etc. 
 
3.0 QUESTÕES SOBRE EICOSANOIDES E AINES 
1) (ASF3) Justifique a prescrição do diclofenaco no caso. 
 O diclofenaco é um anti-inflamatório não esteroidal que atua inibindo a COX e, impedindo então, a ação das 
prostaglandinas. Esse fármaco foi indicado no tratamento das cólicas da paciente pois é o AINE com maior 
potencial anti-inflamatório e atua sobre a musculatura do miométrio impedindo sua contração ao inibir a 
produção da prostaglandina F2alfa (responsável por contrair a musculatura do miométrio) no local. 
 Cabe destacar que o paracetamol é um AINE com baixo potencial anti-inflamatório por perder sua 
capacidade de inibição da COX em altas concentrações de peróxidos, como acontece na inflamação. Desse modo, 
ele atua de forma mais efetiva como analgésico e antipirético. 
 2) Comentar sobre os eicosanoides. 
 
14 
 
 Os eicosanoides são autacoides pró-inflamatórios produzidos a partir de fosfolipídios. Os fosfolipídios são 
transformados em ácido araquidônico e fator ativador de plaquetas (PAF) pela enzima fosfolipase. O PAF atua 
recrutando células para o local da inflamação, além de aumentar a permeabilidade capilar, bronconstrição, etc. já o 
acido araquidônico, sofre ação da COX ou da LOX para ser transformado, respectivamente, em 
prostaglandinas/tromboxano e leucotrienos. Existem diferentes tipo de prostaglandinas, mas sua ação consiste em 
provocar vasodilatação, broncoconstrição, contração do miométrio e dor, além de algumas possuírem função 
cardioprotetora (reduz a PA), renoprotetora (diminui a reabsorção de Na+) e promoverem a secreção de muco no 
TGI (atua como protetor também). O tromboxano A2 atua na agregação plaquetária, tem ação trombótica. E os 
leucotrienos promove a quimiotaxia e broncoconstrição. 
 Vale comentar que a COX podeser dividida em COX-1 e COX-1, onde a primeira origina eicosanoides 
ligados a proteção gastrointestinal, dor (despolarização dos neuronios nociceptivos) e agregação plaquetária, 
enquanto a COX-2 à eicosanoides da inflamação, além de atuar de forma positiva na filtração glomerular. 
 3) Relacionar o uso de coxíbeis com doenças cardiovasculares. 
 Os coxíbeis são AINEs (Anti-inflamatórios Não Esteroidais) que atuam inibindo a COX-2 especificamente. Pelo 
fato de a COX-2 atuar positivamente nos rins promovendo a diminuição da reabsorção de Na+, sua inibição pode 
acarretar o aumento dessa reabsorção e, consequentemente, aumentar a retenção de líquido no organismo. Essa 
condição pode provocar o aumento da pressão arterial gerando problemas cardiovasculares. 
 4) Dona Regina, 56 anos foi diagnosticada com cefaleia por tensão e depressão. Ambas as doenças 
comprometem a qualidade de vida da paciente e vem sendo tratadas de forma ineficaz nos últimos anos. O 
cetoprofeno, um AINES, foi prescrito a ela para tratamento da cefaleia. Justificar a escolha deste grupo de 
medicamento, escreve seu mecanismo de ação, assim como um efeito adverso que poderia ser agravado como uma 
contraindicação. 
 Sabe-se que algumas prostaglandinas têm como ação, entre diversas outras, promover a despolarização de 
neurônios nociceptivos, permitindo a condução do impulso da dor. Deviso a este fato, foi indicado para Dona 
Regina o uso do cetoprofeno, um AINE que atua inibindo a cicloxigenase (COX), enzima responsável por 
transformar o ácido araquidônico em prostaglandinas, e que, consequentemente, atua como analgésico, impedindo 
que a despolarização dos neurônios nociceptivos aconteça, diminuindo/cessando a dor. 
 Além disso, outras prostaglandinas têm como ação estimular a secreção mucosa no trato gastrointestinal, 
muco que protege o TGI contra sua própria acidez. Desse modo, a inibição da COX e, consequentemente, da ação 
dessas prostaglandinas, faz com que pacientes que utilizam AINEs desenvolvam úlceras gástricas como efeito 
adverso. Em pacientes com algum tipo de úlcera gástrica já existente ou histórico desse tipo de distúrbio, a 
utilização de AINEs é contraindicada. 
 5) Regina, 56 anos, apresenta quadro de hipertensão, diabetes e obesidade. Como parte do tratamento 
hipertensivo tem-se a utilização de medicamentos anticoagulantes, os quais passaram a ser utilizados desde seu 
infarto. Citar o principal AINE utilizado para este fim, escrever um mecanismo de ação; um efeito adverso que 
poderia ser critério de contraindicação e argumentar a favor desta medicação no quadro da paciente. 
 Um AINE utilizado com o fito de ação anticoagulante é o Acido Acetilsalicílico (AAS), que, tem como principal 
mecanismo de ação, inibir a COX para inibir então, a ação do tromboxano A2, este responsável por estimular a 
coagulação sanguínea. Um efeito adverso que provocaria a contraindicação desse medicamento seria o próprio 
fato de inibir a coagulação sanguínea e, em pacientes com deficiência na coagulação, pode ser de fato um risco. 
 Pelo fato de a paciente se hipertensa, diabética e obesa, as chances de ela desenvolver alguma cardiopatia só 
aumenta. A hipertensão arterial provoca o aumento da frequência cardíaca que, somada a quantidade de gordura e 
glicose circulante no corpo da paciente, aumenta as chances de acontecer a formação de trombos e/ou placas de 
ateroma. Assim, o anticoagulante auxilia na prevenção contra o possível desenvolvimento de trombos, etc. 
 
 
 
15 
 
MARIANA AFONSO COSTA – MEDICINA: 3º PERÍODO 
 
CORTICOIDES 
1.0 INTRODUÇÃO 
1.1 Síntese e Metabolização 
 Os corticoides endógenos são produzidos no corpo através do eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal 
(HHSR) na glândula adrenal. Esse eixo é capaz de manter os níveis de corticoides apropriados no organismo por 
meio de feedback negativo. Além de ser controlado por feedback negativo, o cortisol também é produzido durante 
o estresse, e, em sua maior parte, durante a manhã. 
 Na glândula adrenal, o corticoide se liga a receptores nucleares promovendo a secreção de catecolaminas 
(adrenalina e noradenalina), isso explica os vários efeitos adrenérgicos indiretos durante a ação dos corticoides. 
1.2 Mecanismo de Ação 
 Os receptores nucleares encontram-se inativos no citoplasma através da sua ligação com chaperoninas, ao 
entrar em contato com os corticoides, eles “se soltam” das chaperoninas formando um complexo ao se ligar no 
corticoide. Esse complexo dirige-se ao núcleo das células onde ativa genes anti-inflamatórios e inativa os pró-
inflamatórios. Essa ativação promove a tradução de alguns genes, que levam dias para produzir proteínas 
correspondentes, o que explica a demora no surgimento dos efeitos dos corticoides. 
1.3 Principais Efeitos dos Corticosteroides 
Ação Hiperglicemiante – o cortisol promove a degradação de proteínas e lipídeos, formando, respectivamente, 
aminoácidos e glicerol no fígado, o que estimula a gliconeogênese, gerando uma resistência insulínica. Dessa 
forma, pode inferir-se que, como o cortisol é produzido em situações de estresse, pessoas que sofrem esse 
estímulo constante estão mais propensas a desenvolver diabetes. 
Ação Lipolítica Periférica e Lipogênica Central – o excesso de cortisol provoca o aumento da lipólise em todo 
corpo para formar o glicerol, já que esse processo é dependente da ação adrenérgica, estimulada pelo corticoide, 
sobre a gordura corporal. Então, o cortisol, provoca uma redistribuição de gordura corporal, retirando a gordura 
da periferia e possibilitando sua acumulação nas regiões do pescoço (“giba de búfalo”), face e supraclavicular, 
áreas onde este não consegue atuar promovendo lipólise. 
Ação Edematosa – pelo fato de a aldosterona ser um corticoide e atuar promovendo o aumento da reabsorção de 
Na+ e água no néfron, sua ação promove uma retenção hídrica caracterizando um edema (resultante do cortisol). 
Ação Hipertensiva e de Remodelamento Cardíaco – aumento do cortisol tem como consequência o aumento da 
noradrenalina e adrenalina, o que promove uma ativação simpática provocando o aumento da hipertensão arterial, 
que é ainda mais afetado pela de Na+ e água. Além disso, por serem derivados do colesterol, os corticoides se ligam 
a receptores de colesterol causando um remodelamento e fibrose cardíaca. 
Ação no SNC – por ser uma molécula apolar o corticoide atravessa a barreira hemato encefálica (BHE) tendo 
efeitos sobre o humor, comportamento e excitabilidade cerebral (mania, delírio e alucinações). 
Ação Imunossupressora – o uso prolongado de corticoides geram uma diminuição no número e das ações de 
linfócitos, eosinófilos, basófilos e monócitos circulantes (pancitopenia). Dessa forma, seu efeito anti-inflamatório, 
se exagerado, provoca uma atividade imunossupressora. O uso de corticoides é interessante em transplantes 
(evitar rejeição) e doenças autoimunes. 
Ação Anti-Inflamatória – os corticosteroides atuam bloqueando a formação do ácido araquidônico por inibir a 
fosfolipase A2 (que forma o ácido). Além disso, também tem um papel na inibição da COX. 
1.4 Usos Terapêuticos 
Doenças Não Endócrinas: 
→ distúrbios reumáticos; 
→ doenças renais, alérgicas, infecciosas, oculares, cutâneas, gastrointestinais e hepáticas; 
→ asma brônquica; 
→ neoplasias malignas; 
→ edema cerebral. 
Doenças Endócrinas: terapia de reposição 
→ insuficiência suprarrenal aguda, crônica e congênita. 
1.5 Toxicidade 
 O uso terapêutico de corticoides pode resultar em efeitos tóxicos, tanto provindos da interrupção da 
terapia, quanto do seu uso contínuo em doses altas. 
O uso contínuo pode resultar em distúrbios hidroelétricos, hipertensão arterial, hiperglicemia, aumento da 
susceptibilidade de infecções, osteoporose, miopatia, distúrbios de comportamento, catarata, etc. Já a interrupção 
abrupta pode causar insuficiência suprarrenal aguda e exacerbação da doença subjacente. 
 
16 
 
 Portanto, o usode corticoides deve ser feito por no máximo 5 dias, durante a manhã e em baixa dose. A 
partir daí deve ser iniciado o desmame (redução de 25% da dose a cada 2 dias). 
1.6 Fármacos Corticoides 
 
 
 
 
17 
 
 
 
2.0 QUESTÕES SOBRE CORTICOIDES 
 1) (ASF4) Justifique a escolha do corticoide no caso (prednisona). 
 A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica, autoimune, que afeta o revestimento das articulações, 
causando inchaço e dor. 
 A prednisona é um corticoide que apresenta efeito anti-inflamatório maior do que de retenção de Na+ e água, 
assim é utilizado para inibir inflamações em quadros exagerados. Além de ser um bom anti-inflamatório, a 
prednisona, por ser um corticoide, apresenta um certo aspecto imunossupressor, por diminuir a produção de 
leucócitos no organismo, desse modo, além de atuar diminuindo a inflamação da paciente com artrite reumatoide, 
ela atua diminuindo a ação da doença autoimune em si. 
 Como a paciente foi diagnosticada com uma exacerbação aguda da doença, a prednisona foi o mais indicado 
para ela, pelo fato de ser um corticoide que pode ser aplicado inicialmente em uma dose alta, entretanto deve 
acontecer uma redução gradual para uma dose baixa evitando efeitos adversos. 
 2) Conceituar o uso de corticoides no tratamento de doenças autoimunes. 
 Os corticoides, além, de outras funções, atuam provocando a pancitopenina, ou seja, a diminuição do número e 
da ação de células do sistema imunológico (leucócitos, basófilos, eosinófilos, etc.) circulantes. Isso ocorre pelo fato 
de os corticoides diminuírem a permeabilidade capilar restringindo a migração dos linfócitos para a região da 
inflamação. Pelo fato de provocar a pancitopenina, os corticoides agem como imunossupressores e então, nota-se 
sua importância no tratamento de doenças autoimunes, já que o fármaco vai diminuir a ação das células que estão 
atacando o organismo. 
3) O uso crônico de corticoides implica em certos cuidados em pacientes diabéticas e hipertensas, como 
dona Regina. Escreva o mecanismo de ação e dois efeitos adversos do grupo de medicamentos mencionado que 
justificam essa afirmativa. 
 O principal mecanismo de ação dos corticoides é estimular a expressão de genes anti-inflamatórios e inibir a 
expressão de genes pró-inflamatórios, bloqueando, por exemplo, a transcrição do gene que expressam a COX e 
LOX (enzimas que produzem prostaglandinas e outras moléculas importantes no processo inflamatório). 
 A ligação dos corticoides a receptores nucleares na adrenal provoca a liberação de adrenalina e noradrenalina, 
promovendo uma ativação simpática, que, como efeito adverso provoca o aumento da pressão arterial, sendo de 
alto risco para dona Regina, visto que, ela já é hipertensa. Em concomitância, os corticoides também estimulam a 
gliconeogênese, ou seja, a produção de glicose, que causa uma hiperglicemia e resistência insulínica no paciente. 
Devido a isto, esse efeito adverso também é de risco no caso de Regina por ela ser diabética. 
 
 
18 
 
MARIANA AFONSO COSTA – MEDICINA: 3º PERÍODO 
CAPÍTULO 2 
OPIOIDES 
1.0 INTRODUÇÃO 
 Os opioides são utilizados no tratamento da dor por possuir um efeito analgésico no sistema nervoso 
central. O organismo é capaz de produzir opioides endógenos, o que é feito através de um gene que codifica uma 
família de peptídeos opioides endógenos (endorfinas, encefalinas e dinorfinas) e hormônios (ADH e ACTH). todos 
os opioides apresentam uma sequência comum de aminoácidos. Além dos endógenos, existe a morfina e o fentanil, 
por exemplo. 
1.1 Via de Algesia e Analgesia 
A algesia (dor) pode ser dividida como nociceptiva (aguda) e neurogênica (crônica). A dor nociceptiva é 
ativada quando os receptores mecânicos, térmicos e químicos são estimulado (periférico -> central), enquanto a 
neurogênica é ativada pela lesão de um nervo. Além disso, como a dor tem caráter emocional ela pode ser dividida 
em afetiva e sensitiva, e os opioides inibem ambas. 
Mecanismo algésico – a via algésica é ascendente, o estímulo da dor chega pela medula, segue pelo bulbo, 
hipotálamo, tálamo e chega ao encéfalo onde a dor é finalmente interpretada. 
Mecanismo analgésico – em algum locais do sistema nervoso, a via nociceptiva é inibida (dificultada) pelas 
endorfinas através da liberação de noradrenalina e serotonina, dificultando o impulso, e da inibição do GABA (ex.: 
no lócus cerúleos, núcleo da rafe, medula, substância cinzenta periaqueducal, etc.). Nessas regiões, o papel do 
GABA é inibir a ação da serotonina, noradrenalina e da dopamina. 
1.2 Receptores Opioides 
Os receptores de opioides são do tipo RAPGi 
(inibitórios), atuam diminuindo o AMPc e aumenta 
a saída de Ca+ da célula provocando uma 
hiperpolarização diminuindo a repolarização. São 
do tipo MOR(μ), DOR (δ) e KOR (K). 
1.3 Mecanismo de Ação 
O principal mecanismo de ação dos opioides 
é inibir a via nociceptiva. Esta inibição acontece 
quando os opioides se ligam aos seus receptores 
inibindo a adenil-ciclase, que, por consequência, 
reduz a liberação de neurotransmissores álgicos 
(bradicinina, glutamato e substância P) pelas 
terminações nervosas e impede a liberação do GABA, que, como consequência, promove a liberação de 
noradrenalina e serotonina. A NOR e a 5-HT são neurotransmissores que atuam dificultando a ascensão do 
impulso da dor. 
Além de inibir essa via, os opioides promovem a ativação das vias de dopamina relacionadas a recompensa, 
bem-estar e pode gerar vício. 
1.4 Ações Farmacológicas 
As principais ações farmacológicas dos opioides é a analgesia (sem perda de consciência) e a modulação do 
sistema imune, já que promovem aumento da proliferação de linfócitos nos locais de lesão tecidual e liberam 
peptídeos opioides, os quais ajudam a aliviar a dor inflamatória. É o tratamento mais eficaz para dores contínuas e 
surdas. 
Além disso, como provocam uma vasodilatação periférica, pela liberação de histamina, e diminuem o 
cronotropismo e o inotropismo, pela redução da ativação adrenérgica, os opioides contribuem para a redução da 
PA, sendo utilizados no tratamento de angina e de IAM. 
1.5 Efeitos Adversos 
 Por inibirem a ação do GABA, os neurônios inibidos por ele são ativados provocando convulsão. Para 
reverter o quadro deve-se utilizar naloxona. 
As doses terapêuticas de opioides diminuem a frequência respiratória enquanto em doses altas pode 
causar depressão respiratória, sendo potencializada pela interação com álcool, sedativos e hipnóticos. Isso 
acontece pois os opioides atuam diretamente no centro respiratório do bulbo, além de causar rigidez dos músculos 
da respiração e induzir a liberação de histamina provocando bronconstrição. 
Os opioides também estimulam a zona quimiorreceptora gatilho ativando-a e provocando o vômito. 
O sistema cardiovascular é deprimido pelo uso de opioides, pois esses diminuem a pré-carga, inotropismo 
e o cronotropismo, o que reduz o consumo de oxigênio pelo miocárdio. Além disso, provocam a vasodilatação 
(histamina) causando hipotensão ortostática. 
 
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No estômago e no intestino os opioides atuam reduzindo a motilidade e aumentando tônus muscular 
causando constipação. No estômago ele aumenta o tempo de esvaziamento gástrico podendo levar ao refluxo. 
Além desses efeitos, os opioides também causam euforia, por ativar a via dopaminérgica, rubor e prurido 
de pele (histamina), inibe o sistema imune e alguns hormônios da hipófise. 
A toxicidade aguda de opioides promove miose exacerbada, depressão respiratória e coma. Essa miose é 
consequência da inibição de interneurônios GABAérgicos que inibem a atividade parassimpática. 
1.6 Tolerância e Dependência 
A tolerância aos opioides consiste na perda do efeito e necessidade de doses maiores para obter a mesma 
resposta. Isso acontece devido diminuição do número de receptores (down regulation) e/ou alterações 
intracelulares. O indivíduo que utiliza o fármaco com frequência e em altas dosesé propício a também desenvolver 
dependência, uma vez que na ausência da substância inibitória ocorre ativação simpática muito brusca, já que o 
organismo está acostumado com alto nível daquele neurorreceptor opioide. Tal ativação simpática exacerbada 
causa agitação, hiperalgesia, hipertermia, hipertensão e midríase, levando o usuário a procurar o fármaco 
novamente, caracterizando a síndrome de abstinência. 
 
2.0 QUESTÕES SOBRE OPIOIDES 
 1) Explicar o mecanismo de ação dos opioides. 
 O mecanismo de ação dos opioides é atuar inibindo a via nociceptiva. Em determinados locais da via 
nociceptiva (núcleo da rafe, lócus cerúleos, etc.), os opioides se ligam aos seus receptores (RAPGi) inibindo a 
liberação de neurotransmissores álgicos (bradicinina, glutamato e substância P) e a liberação do GABA, que, como 
consequência, promove a liberação de nor e 5-HT, neurotransmissores que também atuam dificultando a ascensão 
do impulso da dor. Além disso, ao inibir essa via, os opioides promovem a ativação da via dopaminérgica de 
recompensa/vício. 
 2) Aponte o papel dos opioides no vício. 
 Os opioides podem causar tolerância, já que, quando seu uso é contínuo, o organismo sofre uma 
dessensibilizarão e tende a diminuir seus receptores (down-regulation), o que constantemente aumenta a 
necessidade de se elevar a dose para obter os mesmos resultados. Devido a essa tolerância e o constante uso dos 
opioides, o organismo se “acostuma” com a constante percepção de recompensa (via dopaminérgica) e, na 
ausência da droga acontece uma hiperativação simpática caracterizada pelos sintomas do vicio (midríase, 
hipertermia, hiperalgesia, etc.) e o uso compulsivo do fármaco. 
 3) Em 25 de Junho de 2009, Michael Joseph Jackson faleceu vítima de intoxicação por propofol (opioide) e 
benzodiazepina em sua residência, em Holmby Hills, Los Angeles, Estados Unidos. Comentar a respeito do 
mecanismo de ação, efeitos farmacológicos do primeiro grupo de fármacos mencionado e uma possível 
complicação resultante da associação de ambos os medicamentos. 
 Os opioides atuam diretamente no SNC causando analgesia, euforia e sedação. Seu mecanismo de ação 
consistem em inibir a via nociceptiva através da inibição dos neurotransmissores álgicos (bradicinina, glutamato, 
etc.) e do GABA, promovendo a liberação de serotonina e noradrenalina, neurotransmissores que atuam 
diminuindo a ascensão do impulso da dor. 
 A associação de opioides com benzodiazepínicos causa uma depressão massiva do SNC, podendo provocar 
uma depressão respiratória.

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