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ADOLESCÊNCIA COMO UMA CONSTRUÇÃO SOCIO CULTURAL

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Adolescência como uma construção socio cultural
A gente pôde ver ao longo dos casos que não existe só uma adolescência, mas sim uma variedade de adolescências e perspectivas do que é viver esse período. 
Cada grupo, brancos, negros, mulheres, homens, tem as suas particularidades e vai viver a adolescência de uma forma, o “ser adolescente” é diferente e vivência desse período vai depender do contexto social e da cultura que ele está inserido. 
Então, por exemplo, em geral os meninos percebem essa adolescência como um momento mais positivo da sua vida em que vão poder fazer o que não podiam fazer antes antes e as meninas percebem crescimento das responsabilidades sobretudo domesticas. 
A violência contra os adolescentes é mais vivenciada na rua pelos meninos e dentro de casa pelas meninas, são problemas sociais grandes por conta do racismo e sexismo, esses jovens ficam na posição de vulnerabilidade já que a adolescência é um período de construção da identidade. 
As meninas que amadurecem mais cedo não enxergam isso como uma coisa positiva, porque é nesse período, justamente por conta do seu corpo em desenvolvimento, que elas começam a ser sexualizadas e ser pressionadas a ter relações que elas não estão preparadas para ter com meninos. 
A mídia traz essa exposição do padrão de beleza e os jovens que estão distantes desse padrão trazem insatisfação com o corpo, ainda mais na adolescência que é um período de grandes mudanças e em que o jovem mais presta atenção no próprio corpo e a vivência dessa pressão estética vai variar entre, por exemplo, meninos e meninas, mudando a vivência do que é ser adolescentes para eles. A tendência é de as meninas desejarem corpos mais magros e os meninos corpos mais fortes. Essa diferença entre os sexos pode estar relacionada a um fator cultural, no qual os rapazes são estimulados a desenvolverem outras competências sociais reafirmando a masculinidade exigida por eles, enquanto as moças são pressionadas a praticarem atividades que impliquem perda de peso com enfoque no caráter estético, e esse padrão de beleza que elas buscam tá muito associado com o que é visto na mídia.
As mídias influenciam em como o jovem vai se ver e se reconhecer enquanto sujeito. Conceituar o que é adolescência não se trata somente de condição física e hormonal, e sim uma condição social.
Falando um pouco sobre a realidade dos jovens negros no Brasil, são eles que lideram o ranking dos que vivem em famílias consideradas pobres, também são maioria entre os desempregados, analfabetos, principais vítimas da violência urbana e alvos prediletos dos homicidas e dos excessos policiais. 
Estudos revelam que as violações de direitos caem principalmente sobre os mais jovens, os mais pobres e os mais negros, os quais constituem os grupos que não tem essa imunidade que jovens brancos da classe média têm no Brasil. Os jovens inseridos numa minoria são mais suscetíveis a preconceitos étnicos e a estereótipos negativos e, portanto, mais propensos a internalizar a sua condição de minoria, o que pode afetar suas percepções e seus comportamentos.

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